PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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valor ...ria...nine

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quarta-feira, abril 07, 2010

XÔ! ESTRESSE [In:] A VIDA IMITA A ARTE, mais uma vez.

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[Homenagem aos chargistas brasileiros].
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ELEIÇÕES 2010 [In:] DEDUTIVO e INDUTIVO

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O Estado de S.Paulo - 07/04/10

DORA KRAMER



Pelo revés na formação do palanque para José Serra no Rio de Janeiro a direção nacional do PSDB realmente não esperava. Ao contrário.

Os tucanos andavam se jactando de que estavam muito mais adiantados que o PT na formação dos palanques regionais nos três principais colégios eleitorais do País: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

São Paulo, tudo certo com Geraldo Alckmin, candidato disparado nas pesquisas; Minas, sob a administração do ex-governador Aécio Neves; no Rio, com Fernando Gabeira de candidato a governador, dividindo palanque com Marina Silva, numa aliança de quatro partidos: PSDB, PV, PPS e DEM.

Agora, embora não se possa dizer que a situação tenha se invertido, constata-se, no mínimo, um abalo. Só São Paulo segue sendo um porto seguro.

Mesmo assim, o adversário que estava perdido entre a indefinição total e uma situação quase esdrúxula de ter Ciro Gomes como candidato do PT, hoje já pode apresentar nome definido: Aloizio Mercadante.

No PT de Minas permanece a pressão pela candidatura própria e a contrapressão do Planalto pelo apoio à candidatura de Hélio Costa do PMDB. Mas no PSDB reina uma tênue, sutil, quase imperceptível insegurança a respeito do grau de empenho de Aécio Neves na campanha de José Serra.

Mas a desarrumação mesmo, explícita, deu-se no Rio de Janeiro, terceiro colégio eleitoral.

O presidente do PV, Alfredo Sirkis, e a vereadora Andrea Gouveia Vieira, do PSDB, comandam uma rebelião contra a presença do DEM na aliança. Mais precisamente contra a candidatura do ex-prefeito Cesar Maia a senador.

Argumentam, grosso modo, que há rejeição da classe média ao ex-prefeito e pressionam o candidato a governador, Fernando Gabeira, a anunciar o rompimento.

O PSDB nacional já entrou em cena para impedir que se desfaça a coligação. Com alguma dificuldade, diga-se, porque o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia, resolveu agredir Gabeira, que, na verdade, era o menos interessado na confusão.

O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, estará hoje no Rio, mas a discussão do problema deverá ser adiada para a semana que vem, a fim de evitar que as animosidades contaminem o lançamento da candidatura presidencial no próximo sábado.

E qual é a posição da direção nacional?

Simples. Ou se faz a coligação com todos ou não se faz coligação com ninguém, porque todos precisam de todos.

Serra precisa de Gabeira para ter um bom candidato a governador. Gabeira precisa do PSDB para ter tempo de televisão. Ambos precisam do DEM para aumentar o tempo de televisão e ganhar densidade em termos de estrutura partidária. Marina, como candidata a presidente, também precisa de Gabeira, que precisa do PSDB, que precisa do DEM, que precisa de Gabeira, que precisa de Serra.

Resumindo: política, eleitoral e friamente falando, soltos, cada um dos quatro partidos em questão não somam meio. No máximo flanam pelo cenário brincando de amarelinha

Bom combate. A título de provocação, o PSDB pôs o tema da ética na mesa e o PT, a fim de não parecer acuado, aceitou o debate de pronto. Foi um avanço, já que não faz muito tempo as duas principais forças políticas avaliavam que o assunto estaria fora do cenário eleitoral.

Primeiro, porque o eleitorado teria outras prioridades na vida antes de discutir coisas que só interessam a "falsos moralistas", os chamados udenistas de plantão desde a extinção dos partidos pré-ditadura.

Depois, segundo esses autores, a discussão estaria interditada por conta da existência de escândalos nas searas governista e oposicionista. Foram defendidas teses profundas a respeito da política das mãos sujas.

A ideia ganhou reforço especial no fim do ano passado, quando surgiu o caso Arruda, então governador do Distrito Federal filiado ao DEM, principal aliado do PSDB.

Diante daquele acordo tácito segundo o qual a ética estaria fora do debate político, por um nefasto zero a zero entre o roto e o esfarrapado, é motivo de celebração a entrada desse item na agenda de campanha.
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TASSO vs. AMORIM [In:] AMNÉSIA OPORTUNISTA

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TASSO lembra a AMORIM apoio dado a SERRA, em 2002.


Geraldo Magela/Ag.Senado
A sabatina de Celso Amorim, no Senado, teve num embate do chanceler com o grão-tucano Tasso Jereissati seu momento mais revelador.

Tasso disse a Amorim que, sob Lula, a política externa brasileira ganhou "um ranço infanto-juvenil, antiamericanista".

A certa altura, ironizou o “neopetismo” do interlocutor. Amorim filiou-se ao PT em setembro do ano passado.

Recuando à sucessão presidencial de 2002, na qual Lula prevaleceu sobre José Serra, Tasso disse:

– O seu candidato foi o Serra. O senhor trabalhou para ser ministro das Relações Exteriores.

– Quer saber em quem eu votei?

– Aliás, o senhor começou como collorido, na época do Collor. Vossa Excelência sempre agiu em todos os governos de maneira absolutamente irreparável, só faço referência ao seu neopetismo, que é comovente.

– Fui ministro do ex-presidente Itamar Franco e sou amigo pessoal e tenho estima pelo governador José Serra. Se ele considerou ou não o meu nome, eu só li isso nos jornais, ele nunca me disse nada disso.

– Ele não disse porque tem grande capacidade de guardar segredos.

Leo vai, lero vem, Amorim deixou claro: na eleição desse ano, sua candidata é Dilma Rousseff.


E Tasso: "Se fosse no governo anterior, seu candidato seria outro”.


Diplomata de carreira, Amorim escala postos de relevo no Itamaraty nas últimas quatro administrações.


Sob Fernando Collor, foi diretor-geral de Assuntos Econômicos. Depois do impeachment, virou chanceler de Itamar Franco.

Na gestão FHC, serviu, primeiro como chefe da Missão Permanente do Brasil na ONU. Depois, chefiou a missão brasileira na OMC. Por último, foi embaixador em Londres.


Nessa fase, achegou-se a Serra, o candidato derrotado do tucanato na eleição de 2002. Daí a alusão de Tasso ao “neopetismo” do ministro de Lula.


Afora a provocação ideológica, Amorim enfrentou na Comissão de Relações Exteriores do Senado uma inquirição “técnica”.

Coube ao líder tucano Arthur Virgílio, ele próprio egresso dos quadros do Itamaraty, vocalizar as principais queixas.

Classificou de “ingenuidade” a crença do governo Lula de que “o Irã não quer produzir uma bomba atômica".

Criticou a “aproximação com ditaduras notórias”. Citou Irã, Coréia do Norte, Cuba e Venezuela.

Mencionou o insucesso na tentativa de emplacar o nome de brasileiros em postos de comando de organismos multilaterais.

Queixou-se da posição “equivocada” do Brasil no caso da destituição do ex-presidente de Honduras, Manoel Zelaya.

Disse que "até hoje o Brasil está enrascado", sem saber como fará para reconhecer o governo do novo presidente hondurenho, Porfírio Lobo, regularmente eleito.

Ao final, Virgílio listou um total de “25 erros”. Amorim não se deu por achado. Considerou “um número até pequeno” para os sete anos de gestão Lula.

Defendeu as posições do Itamaraty. Enfatizou a aproximação com Irã, país que Lula se prepara para visitar.

Num instante em que, empurrada pelos EUA, a ONU flerta com a adoção de sanções contra o Irã, Amorim remou em sentido contrário.

Revelou-se convencido de que ainda é possível promover um acordo do Irã com a Agência Internacional de Energia Atômica.

“Se as sanções se confirmarem, o presidente Mahmoud Ahmadinejad ficará isolado e haverá uma radicalização, inclusive com o apoio da oposição no país”, disse.

Escrito por Josias de Souza às 02h18

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GOVERNO LULA vs. GOVERNO FHC [In:] NÃO É ESTRANHO?

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A candidata oficial erra ao voltar-se para o passado com o intuito de forjar uma revanche na disputa particular de FHC e Lula

EM SEU PRIMEIRO discurso depois de deixar a Casa Civil, a candidata Dilma Rousseff insistiu na tentativa de comparar o atual governo com o anterior.
Não se sabe o que pesa mais nessa estratégia enviesada, se a obsessão íntima do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de se medir com o antecessor Fernando Henrique Cardoso ou a percepção de que é mais vantajoso para a representante da situação transformar eleições que decidem o futuro do país em avaliação de fatos passados.
Não é demais lembrar que um brasileiro com 18 anos completados em 2010 comemorava 10 ao término do governo FHC -e era uma criança de dois anos quando o sociólogo tucano assumiu.
Esse hipotético cidadão não terá idade para lembrar em que país se vivia no início da década de 90. Mas, se procurar informações, saberá que coube a FHC, na sequência do impeachment de Fernando Collor, e ainda no governo de Itamar Franco, lançar um plano -depois de várias tentativas frustradas- capaz de superar o perverso ciclo hiperinflacionário que havia anos dilapidava a economia popular e impedia o desenvolvimento do país.
Se pretende incursionar pelo passado, poderia a candidata lembrar a seus potenciais eleitores que o Partido dos Trabalhadores negou sustentação ao presidente Itamar Franco e bombardeou o Plano Real. Ou seja, opôs-se de maneira pueril e ideológica a uma das mais notáveis conquistas econômicas da história moderna do país, que propiciou aos brasileiros pobres benefícios inestimáveis, sob a forma de imediato aumento do poder aquisitivo e inédito acesso ao sistema bancário.
Sabe bem a ex-ministra que se alguém nesses anos mudou de pele foi antes o PT do que o PSDB. O que terá sido a famosa "Carta aos Brasileiros" senão uma providencial e pública troca de vestimenta ideológica do candidato Lula -que, eleito, sob aplausos do mundo financeiro, indicou um tucano para o Banco Central (agora no PMDB) e um ex-trotskista com plumagem neoliberal para a Fazenda?
É um exercício vão buscar comparações e escolhas plebiscitárias entre gestões que se encadeiam no tempo. Os avanços e problemas de uma transformam-se em acúmulo ou em fatos acabados na outra. Ou será que faz sentido questionar como teria sido a gestão lulista se tivesse de formular um plano para vencer a hiperinflação, precisasse sanear instituições financeiras públicas e se visse obrigada a estancar uma crise sistêmica dos bancos privados nacionais?
O Brasil precisa pensar e agir com olhos no futuro. Nada tem a ganhar com a tentativa da candidatura governista de forjar uma revanche de disputas pretéritas. Se o presidente Lula não venceu a contenda com Fernando Henrique Cardoso em 1994 não será agora que o fará -pelo simples motivo de que nenhum dos dois é candidato. O governo que se encerra neste ano teve méritos inegáveis, mas muitos deles, é forçoso reconhecer, nasceram de sementes plantadas no passado.
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GOVERNO LULA/LULA [In:] ''MEU MUNDO CAIU..." *

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Rolf Kuntz


O Estado de S. Paulo - 07/04/2010

O presidente Lula ouviu ontem o relato de mais um fracasso. Nenhuma das grandes metas fixadas para 2010 na impropriamente chamada Política de Desenvolvimento Produtivo será alcançada: o investimento não chegará a 21% do PIB; o Brasil não aumentará sua participação no comércio internacional; o gasto privado com inovação tecnológica ficará abaixo do projetado em 2008; não haverá, na exportação, o desejado aumento da presença das pequenas empresas. O quadro foi a atração principal de um almoço no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio. Um dia antes, ele havia cobrado, em reunião ministerial, medidas urgentes para expansão do financiamento às exportações. Segundo ele, os chineses vêm conquistando mercados nas barbas dos brasileiros e é preciso reagir.

Se o presidente precisasse de números para reforçar a cobrança, poderia ter citado um relatório divulgado no mesmo dia pela Cepal, a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe. O documento contém um balanço da competição entre China e Brasil em 11 mercados ou blocos. Na disputa pela venda de produtos similares, o Brasil teve um ganho de US$ 13,6 bilhões entre 1995 e 2008. A China, um aumento de US$ 512,5 bilhões.

O presidente Lula exigiu financiamentos. Isso é pouco. Os países mais eficientes no comércio têm políticas de competitividade. O Brasil tem um arremedo de política industrial. Nos últimos dez anos a maior taxa de investimento em máquinas, equipamentos e construções ocorreu em 2008: 18,7% do Produto Interno Bruto. Todos os competidores importantes investem mais de 30% em capital físico. Os chineses, mais de 40%. Os brasileiros poderiam ser bem mais competitivos do que hoje mesmo sem chegar perto desse nível.

Mas o investimento físico é só uma parte da diferença. Os países mais dinâmicos no comércio têm políticas educacionais muito mais sérias e produtivas. No Brasil, os números mais animadores indicam o esforço de universalização. Houve um empenho, acentuado a partir dos anos 90, para eliminar o analfabetismo. Mas a baixa eficiência do sistema é evidenciada por fatos bem conhecidos.

Cerca de 20% dos brasileiros com idade igual ou superior a 15 anos são analfabetos funcionais. Empresários de vários setores queixam-se da escassez de mão de obra. Há muita gente em busca de trabalho, mas falta pessoal com um mínimo de qualificação. É desastrosa a formação básica em linguagem, matemática e ciências. No Brasil, o governo tem cuidado principalmente da multiplicação de vagas e de jovens diplomados, mesmo que os diplomas sejam obtidos em cursos de baixo nível e não abram perspectivas profissionais. Nos países com políticas sérias, procurou-se, nos últimos 30 anos, formar pessoal para participar efetivamente da produção e do crescimento econômico.

Na semana passada, o presidente disse ter feito uma revolução na educação. Deve ter sido um revolução com resultados comparáveis aos do PAC, o emperrado Programa de Aceleração do Crescimento. Essa é uma das características interessantes do presidente Lula: ele cobra resultados concretos de seus auxiliares, mas seu discurso político trata quase sempre de um mundo de fantasia. Tem sido assim com a imaginária política industrial, com a política educacional e com a diplomacia Sul-Sul.

Essa diplomacia atribui prioridade a parcerias com latino-americanos e outros emergentes. Mas são prioridades unilaterais. O governo brasileiro trabalhou contra as negociações da Área de Livre Comércio das Américas (Alca). Mas outros países da região não deixaram de buscar acordos com os Estados Unidos.

Com ou sem acordo, vários desses países têm tido acesso preferencial do mercado dos Estados Unidos. O Brasil não tem. Ao mesmo tempo, países latino-americanos têm concedido facilidades comerciais tanto aos Estados Unidos quanto aos chineses, enquanto o Brasil, nos acordos com os parceiros da região, sempre concede muito mais do que recebe.

O avanço chinês mais ameaçador para os brasileiros ocorreu na América Latina. Segundo a Cepal, a China teve um ganho de US$ 36,5 bilhões nas vendas ao mercado latino-americano, entre 1995 e 2008, nas áreas de competição com o Brasil. O Brasil perdeu US$ 698 milhões. A China avançou até na Argentina, sócia do Mercosul, onde as exportações brasileiras são sujeitas a barreiras protecionistas. Com um pouco mais de realismo, Lula cobraria não só financiamentos à exportação, mas também uma política industrial efetiva, uma reforma tributária para valer e uma diplomacia econômica sem fantasia. Mas para isso seria necessária uma iluminação como a de São Paulo, ao cair do cavalo na Estrada de Damasco.

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(*) Título/letra de música.

RJ/CHUVAS [In:] HÁ CULPADOS ?

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Maior chuva dos últimos 44 anos já matou 103 no RJ

Aumenta o total de vítimas da chuva. Sérgio Cabral, governador do Estado, diz que é "a maior enchente da história da cidade".


O maior temporal da história do Rio de Janeiro nos últimos 44 anos deixou 103 mortos até o final desta tarde, de acordo com o governo do Estado. A chuva que caiu nas últimas 24 horas no Rio já está entre as dez maiores já registradas no município em um único dia, segundo avalia o meteorologista Lúcio de Souza, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet-RJ).Como a previsão é de mais chuvas, as escolas públicas não vão funcionar e a Prefeitura do Rio pediu que as particulares também continuem fechadas amanhã.

A prefeitura do Rio também informou que há 1.410 desabrigados, 368 desalojados, 56 feridos e quatro desaparecidas. Oito bombeiros ficaram gravemente feridos na tentativa de resgate em Niterói.

A cidade está em alerta. O presidente da Light, Jerson Kelman, não descarta a possibilidade de um blecaute caso volte a chover forte. Os batalhões da Polícia Militar estão recebendo desabrigados. A prefeitura do Rio lançou a Campanha de Arrecadação de Donativos para auxiliar a população desabrigada.

O Corpo de Bombeiros ainda procura por cinco pessoas desaparecidas em um deslizamento de terra no bairro de Santa Teresa, no Rio. Equipes dos bombeiros também foram acionados para atender ocorrências de deslizamentos de terra em Niterói, Jacarepaguá e em São Gonçalo.

A Prefeitura do Rio informou hoje que o prefeito Eduardo Paes vai publicar decreto para prorrogar em um dia o prazo de pagamento para a terceira cota do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). A decisão objetiva manter os moradores do Rio em casa em função das chuvas que caem na cidade desde o fim da tarde de ontem.

O documento adia também para amanhã o vencimento de ISS para o grupo 1 e prorroga para sexta-feira (9) os vencimentos do grupo 2 e dos autônomos localizados. A decisão será publicada no próximo Diário Oficial do Município.

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), afirmou que esta é "a maior enchente da história do Rio de Janeiro". Ele disse que desabamentos em áreas de risco foram a principal causa das mortes e criticou governantes "que, por demagogia, permitiram, no passado, que áreas de risco fossem ocupadas".

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Lula fez um apelo para que pessoas que moram em áreas de risco no Estado do Rio de Janeiro deixem suas casas o mais rapidamente possível e esperem a chuva passar para ter noção dos danos provocados.

"Por favor, saiam. É preciso que as pessoas estejam vivas para enfrentar o problema. Contra as intempéries, não há ser humano que possa enfrentar, quando são muito grandes. Eu soube que esta é a pior enchente do Rio de Janeiro, pior que a de 1966, a de 1988 e a de 1996. Vamos esperar a chuva passar para ver quais são as necessidades mais imediatas", afirmou o presidente, que está desde a noite de ontem no Rio.

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Lula deixou o hotel Copacabana Palace para participar de uma reunião na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O presidente disse que a segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) vai incluir um amplo planejamento de dragagem e de contenção de áreas de risco.

O presidente ressaltou que os problemas de enchentes atingem vários Estados do País e que a maior parte é causada pela ocupação desordenada. "Se você for ao meu apartamento em São Bernardo, até lá tem água, tem infiltrações", disse.

Prejuízo

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A Secretaria Especial da Ordem Pública (Seop) da Prefeitura do Rio recuperou até esta tarde 87 veículos enguiçados abandonados pelos motoristas nas ruas da cidade.
Segundo a prefeitura, os veículos foram deslocados para lugares mais altos, como calçadas e postos de gasolina das imediações.
Também foram retirados veículos inundados ou com problemas mecânicos na Praça da Bandeira, em ruas da Tijuca, do Humaitá, Jardim Botânico e no entorno da Central do Brasil.
Energia elétrica
A Light divulgou esta tarde o segundo informativo sobre as condições de fornecimento de energia no Rio diante do caos das chuvas que atingiram a cidade. A Light registra interrupções em trechos de ruas dos seguintes bairros: Tijuca, Botafogo, Ilha do Governador, Barra da Tijuca, Laranjeiras, São Conrado, Santa Teresa e Rio Comprido. Especificamente em Botafogo, o alagamento de galerias subterrâneas e acúmulo de detritos dificultam o acesso aos cabos e equipamentos. Na estrada Grajaú-Jacarepaguá, os técnicos da empresa continuam trabalhando para restabelecer o fornecimento, onde houve queda de postes após deslizamento de terra.


Devido aos alagamentos, as equipes encontram dificuldades para acessar alguns locais que necessitam de reparos ou manutenção corretiva. Nessas circunstâncias, para prevenir que as pessoas fiquem presas nos elevadores devido a eventuais interrupções no fornecimento de energia, a Light recomenda que, sempre que possível, deem preferência ao uso das escadas. O fornecimento foi restabelecido em trechos da Taquara, Recreio, Vila Isabel e São Cristóvão.


Transporte

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Os trens no Rio voltaram a operar normalmente às 15h30. Segundo a concessionária SuperVia, a chuva que atinge a cidade desde ontem causou transtornos e alterou a circulação nos ramais Deodoro, Santa Cruz, Japeri, Belford Roxo e Saracuruna. A operação no Saracuruna, na Baixada Fluminense, foi a última a ser normalizada.

Os aeroportos Santos Dumont e o Internacional, o Galeão, operam com auxílio de instrumentos nesta tarde. Devido ao mau tempo, o Santos Dumont ficou fechado entre 6h34 e 9h10 de hoje, de acordo com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). Dos 102 voos previstos até às 16h no Santos Dumont, 28 (27.5%) sofreram atrasos e 68 (66.7%) foram cancelados.

Relatos de repórteres sobre as condições da cidade do Rio de Janeiro


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Por Daniela Dacorso, fotógrafa

Durante a madrugada, ouvi um forte estrondo. Uma árvore caiu atrás do bloco 2 do meu prédio, que fica ao lado de uma encosta, na Gávea, zona Sul (perto do Shopping da Gávea). Uma senhora que mora no primeiro andar disse que vários galhos cairam dentro do seu quarto. De manhã, a Gávea - um bairro bucólico, muito arborizado - parecia ter sido varrida por um tsunami. Houve um deslizamento de terra na minha rua ( Embaixador Carlos Taylor ), derrubando um poste e destruindo varias cameras de segurança. Formou-se uma cachoeira bem em frente ao meu prédio. Dois carros foram atingidos por árvores na rua. O comércio na Rua Marques de São Vicente - principal via do bairro - está praticamente fechado. Há lama no meio da rua, e , quando a chuva dá uma estiada, as pessoas tentam varrer a lama das calçadas. Testemunhei um garçom do restaurante Garota da Gavea desobstruindo um bueiro com as proprias mãos!

Dá para andar pelo meio da rua em frente ao Jockey Club, onde um lago se formou. Mas poucos carros conseguem passar. Não me arrisquei a passar pela água nojenta cheirando a esgoto. Contratei os serviços de seu Wilton, um senhor que improvisou um sistema de transporte em seu carro, tipo burrinho sem rabo - uma carroça puxada por uma pessoa. Ele cobra R$ 5 para fazer a travessia pelo rio que se formou na Rua Jardim Botanico. Vi vários populares atravessando o Jardim Botanico, se equilibrando na grade. O problema é que, quando os onibus passavam faziam ondas enormes e molhavam as pessoas.

Vários curiosos andavam pela rua , fotografando os estragos. Conversei com uma francesa que contou que estava indo para casa colocar uma galocha para ver oJardim Botanico. "Tem um senhor fazendo transporte numa carroça, ele cobra R$ 5,00 pra atravessar", sugeri. "Que maravilha! " - ela disse . "Só um brasileiro poderia ter essa ideia."

Curioso: apesar de tudo, tem gente tentando correr, fazer cooper, pelo que sobrou de pista seca na Lagoa Rodrigo de Freitas.

OBS: Daniela Dacorso mora na Gávea, zona Sul.

Por Ronaldo Herdy

(da coluna do Ricardo Boechat, especial para a IstoÉ online)

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Um dos bairros mais tradicionais da Zona Sul do Rio de Janeiro, o Jardim Botânico, na manhã desta terça-feira 6, era um mar de lama e lixo. Um constraste com suas ruas sempre bem cuidadas, pois é local de moradia de boa parte da classe média-alta e alta da cidade.

Sua principal via, a Rua Jardim Botânico, importante eixo viário da Zona Sul carioca, que liga os bairros da Gávea ao Humaitá e também dá acesso à Barra da Tijuca, ficou fechada ao trânsito por horas.

Cercado por montanhas, a geografia do bairro acaba favorecendo as cheias das ruas, já que dos pontos mais altos a água escorre buscando galerias pluviais para escoar.

Nesta terça-feira a situação se complicou, pois a Lagoa Rodrigo de Freitas, bem próxima e que poderia receber parte do excesso das águas, estava comprometida. O nível do espelho d´água apresentava-se cerca de um metro e meio acima do normal, portanto, jogando água para seu entorno.

Quando a chuva diminuiu, por volta das 8h30, algumas pessoas arriscaram ir para os pontos de ônibus e tentar chegar ao trabalho. O trajeto entre o Jardim Botânico e o Centro da Cidade, normalmente percorrido entre 20m e 30m, levou cerca de 1h.

Os poucos coletivos que circulavam, lotados, ao longo do trajeto, sobretudo na Rua Voluntários da Pátria (principal via de saída do bairro de Botafogo) muitas vezes não tinham condições de deixar os passageiros nos pontos, pois as calçadas estavam tomadas de água. Várias vezes, as pessoas desceram quatro ou cinco quadras além do local desejado, em função das cheias.

Somente nos pontos existentes ao longo das praias de Botafogo, Flamengo e Glória as pessoas puderam desembarcar em melhor situação. Muitas, dentro dos coletivos, ligavam para os patrões relatando as dificuldades enfrentadas até o momento.

Aliás, somente no trecho das praias, principalmente no Flamengo, deu para ver uma turma de garis varrendo uma calçada. Trabalho injustificado, considerando que a menos de dois quilômetros do local onde estavam, a situação era mais grave: uma enorme árvore caída na rua Dona Mariana, em Botafogo, por exemplo, impedia por completo o trânsito de pessoas e veículos. Típico caso de tarefa mais organizada.

Ontem, segunda-feira 5, o mesmo trajeto (Centro / Jardim Botânico), debaixo de chuva, era feito em 2h. O tempo está fechado nesse instante. Se as águas novamente caírem, como alerta a Defesa Civil, a cidade poderá viver no fim da tarde de hoje um novo caos.

OBS: Ronaldo Herdy mora no Jardim Botânico, zona Sul do Rio.

Por Sheila Marques

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Hoje, no trajeto entre a Vila Isabel (zona Norte) e o Centro da cidade do Rio, as cenas eram desoladoras: vi muitas pessoas botando móveis molhados nas calçadas, tentando limpar a mobília, a maioria de lojas, e também o interior, que foi tomado pela água suja e pela lama desde a noite de ontem. Observei um portão que estava amassado de um jeito que sugere que um carro bateu de frente. Até as 11h da manhã de hoje, quase não tinha lojas abertas em Vila Isabel e Tijuca, bairros vizinhos da zona Norte. Nem mesmo as padarias e farmácias estavam funcionando.Fui para o trabalho de metrô, sem problemas. O ar refrigerado tinha voltado a funcionar, os vagões não estavam abarrotados, o movimento parecia normal.

Mas ontem à noite, quando retornei do trabalho para a casa, a cena era de tragédia. Peguei o metrô da Carioca em torno de 20h e, quando cheguei à estação São Francisco Xavier, na Tijuca, caía uma chuva muito forte e estava tudo parado. Entrei no metrô de novo em direção à praça Saenz Peña, na Tijuca, onde iria para casa, em Vila Isabel, de táxi ou ônibus. Mas a situação estava muito caótica. Não havia alagamento, mas chovia torrencialmente e poucos carros estavam conseguindo passar. Após 40 minutos, consegui pegar um ônibus - o trajeto que é feito, normalmente, em 15 ou 20 minutos, ontem levou 1h30m. A água batia forte contra os carros e as ruas estavam estavam sem visibilidade.

OBS: Sheila Marques mora em Vila Isabel.

Por Eliane Lobato

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O que mais se ouve aqui no Rio de Janeiro, independentemente de onde se esteja, é este conselho: não saia de casa. A não ser, é óbvio, que a pessoa more em área de risco. Caso contrário, o apelo é uma tentativa de tentar controlar o caos que se instalou na cidade a adjacências.

A chuva incessante ainda castiga o Rio e não permite que os alagamentos - que se formaram desde ontem à noite, quando começou o temporal se desfaçam. Há pontos críticos em todos os bairros. A linda Lagoa Rodrigo de Freitas, por exemplo, virou uma espécie de rio de lama, subiu mais de um metro acima do normal. Aqueles pedalinhos nos quais turistas e cariocas passeiam pelas águas da Lagoa nos fins de semana, parte do cartão postal do bairro, estão boiando soltos pelas águas barrentas que tomaram conta das vias em volta e se nivelaram à lagoa.

O governador Sérgio Cabral disse, agora há pouco, que o número de mortos confirmados é 54 pessoas. Segundo Cabral, 210 pessoas foram resgatadas pela Defesa Civil e Corpo de Bombeiros do Estado e da Prefeitura. O governador disse que falou com o presidente Lula que está, neste momento, em reunião na sede do BNDES, no Rio, e que Lula colocou todo o governo federal à disposição da cidade. Cabral reafirmou a orientação básica: "Não se desloquem, não saiam de casa. Quem mora em área de risco, procure um abrigo".

Motoristas que precisam trafegar pela orla da zona Sul já podem dirigir sem sobressaltos. Entre o Leblon e o Centro da cidade, por exemplo, as pistas estão seguras. O Aterro do Flamengo, que ontem à noite estava totalmente inundado, hoje está normal, exceto, claro, pelo grande número de carros parados, abandonados pelos motoristas ontem, e outros veículos batidos ou entalados ao tentarem passar por pistas submersas.

Segundo o Climatempo, em menos de 12 horas, choveu no Rio o volume esperado para todo o mês de abril: cerca de 140 milímetros. O mar deve nas próximas 24 horas e amanhã deve haver forte ressaca. A previsão é de que a chuva vai continuar castigando o Rio.

Obs: Eliane Lobato mora em Ipanema, zona Sul.

Wilson Aquino, de Niterói


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Foi uma noite de terror na cidade de Niterói. O vento uivava. As gotas de chuva batiam com tanta força nas janelas que a impressão era de que os vidros não iriam resistir. Para assombrar ainda mais os moradores da "cidade sorriso", faltou luz em vários bairros. A tragédia se anunciava.

Os deslizamentos de terra arrastaram as casas erguidas em áreas de risco nos morros, provocando a morte de pelo menos 14 pessoas. Dezenas continuam desaparecidas. A terra e as árvores que desciam das encostas bloquearam as ruas, paralisando o trânsito de carros. Nem os veículos das forças de Defesa Civil conseguiam vencer os enormes bolsões dágua. Coube aos vizinhos providenciar o socorro daqueles que ficaram soterrados.

Como sempre acontece, a população carente foi a maior vítima da tragédia. No Morro do Estado, que fica no Centro da Cidade, uma encosta desabou sobre três casas, matando duas pessoas. No morro 340, bairro do Fonseca, oito casas foram soterradas e quatro crianças entre dois e 11 anos estão desaparecidas. No entanto, casas de classe média alta também foram atingidas. Na Estrada do Fróes, uma espécie de Avenida Niemeyer de Niterói, que liga os bairros de Icaraí a São Francisco, duas casas foram parcialmente destruídas pelo deslizamento de terra. Um carro foi arrastado e caiu sobre a casa do iatista Torben Grael. O desportista ajudou a socorrer as vítimas. Uma mulher e um bebê foram resgatas com vida, mas o motorista, que era o pai da família não resistiu e morreu.

Quando amanheceu, Niterói estava estática, porque os carros continuavam sem poder circular. A cidade continua em estado de choque pela tragédia.

Por Francisco Alves Filho

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O transporte através do metrô da Zona Norte para o Centro do Rio nesta manhã foi feito de forma atribulada, já que houve sobrecarga de passageiros pela dificuldade de locomoção dos ônibus e pela avaria dos trens.

Alguns trens tiveram seu tempo de trajeto bastante aumentado por conta de paradas entre estações. Algumas composições não tinham ar condicionado. Nesse momento, os trens circulam normalmente e como muitas pessoas desistiram de chegar ao trabalho, os trens começam a ter lugares vagos.

No trânsito, já foram recolhidos 51 carros abandonados. E os ônibus começam a voltar a circular.

OBS: Francisco Alves Filho mora no Méier, zona Norte do Rio.

Por Caio Barreto Briso

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A cena que se vê em qualquer canto do Rio de Janeiro é muito parecida. Para onde se olha há carros e ônibus abandonados sobre as calçadas, com água cobrindo os automóveis. Árvores caídas no meio das ruas prejudicam o trânsito e compõem o cenário de caos, enquanto cariocas ainda tentam chegar ao trabalho, ou voltar para casa ? muitos, por causa da chuva que começou ontem à noite, dormiram no trabalho.

Em Botafogo, na zona Sul, a cena é bíblica: as pessoas, literalmente, caminham sobre as águas, que em alguns pontos, como nas ruas Martins Ferreira e Paulo Barreto, estão na altura dos joelhos. Como há poucos carros circulando, na rua Voluntários da Pátria, a principal via do bairro, as pessoas andam no meio da rua, pois as calçadas estão intransitáveis. A Avenida Rebouças está deserta, sem carros, com algumas poucas pessoas caminhando na pista.

Segundo o secretário estadual de Saúde e Defesa Civil do Rio, Sérgio Cortes, o número de mortes por causa das chuvas no Estado chega a 50. Mas, novos boletins já admitem 66 óbitos. Houve 140 deslizamentos de terra e 26 desabamentos somente na capital fluminense.

OBS: O repórter Caio Barretto Briso mora em Botafogo, zona Sul.

Por Francisco Alves Filho

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A população do Rio está seguindo a orientação da Defesa Civil de não sair de casa. O Centro da cidade, que normalmente fica muito movimentado, está nesse momento bastante vazio. A quantidade de pedestres e de carros é comparável ao registrado em feriados.

Um dos mais tradicionais pontos de alagamentos da Zona Norte do Rio, a Praça da Bandeira, voltou a ser usada pelos motoristas só há pouco tempo . Apesar de a água ter baixado, o movimento de carros é pequeno. Há no local pelo menos 40 carros avariados pela chuva e as pistas cobertas de lama estão sendo limpas por equipes da prefeitura.

Uma indústria de condutores elétricos localizada no bairro de Triagem, Zona Norte do Rio, está neste momento com os pátios completamente alagados, com água na altura de 50 cm.

As ruas de vários bairros da Zona Norte, como Méier e Tijuca, registram movimento de carros e pedestres bem abaixo do normal.

A passagem subterrânea da Rua Viúva Cláudio, no Jacaré, Zona Norte do Rio de Janeiro, está completamente alagado, com água perto do teto. Crianças da favela do Jacarezinho nadam nas águas da chuva.

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http://www.istoe.com.br/reportagens/63010_AUMENTA+O+NUMERO+DE+MORTES+NO+RIO+DE+JANEIRO
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RJ/CHUVAS [In:] GAROTINHO ''LEVADO...''

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Chuva e Garotinho mudam a agenda de Lula e Dilma

Marcello Casal/ABr
Lula ‘Cabo-eleitoral’ da Silva programara para o próximo sábado (10) uma viagem ao Rio de Janeiro com Dilma ‘Lulodependente’ Rousseff. Deu chabu.

Concebido como contraponto ao lançamento da candidatura rival de José Serra, agendado para o mesmo dia, o deslocamento teve de ser alterado.

A dupla decidiu trocar o Rio pelo ABC paulista, berço político de Lula. Incumbiu-se o prefeito petista de São Bernardo, Luiz Marinho (na foto) de organizar a agenda.

Deve-se a mudança de rota a dois flagelos cariocas: o excesso de chuvas e Anthony Garotinho (PR).

A definição do roteiro anterior estava a cargo de Sérgio Cabral (PMDB). O temporal que produziu caos e morte no Rio deu ao governador prioridades mais urgentes.

De resto, o neoaliado Garotinho marcou para o mesmo sábado o ato de sagração de sua candidatura ao governo do Rio, contra Cabral.

Garotinho avistou-se com Dilma na segunda (5), em Brasília. Conversaram no encontro em que o PR declarou apoio à presidenciável de Lula.

Depois disso, Garotinho, por espertinho, passou a difundir o lero-lero de que Dilma, de passagem pelo Rio, não deixaria de prestigiar o seu lançamento.

Cabral, que reivindica para si a condição de único provedor de palanque para Dilma no Rio, não gostou.

Para evitar que o fio desencapado evoluísse para o curto-circuito, Lula preferiu voltar os olhos para a zona neutra do ABC paulista.

Marinho tenta agora, a toque de caixa, pôr em pé uma programação que vincule Dilma a um tema caro ao eleitor: a criação de empregos.

O PT encomendou ao prefeito uma agenda que ultrapasse o universo sindical. Algo que inclua também o empresariado local.

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Escrito por Josias de Souza às 04h15

RJ/CHUVAS [In:] ''SÃO PEDRO'' CULPADO

RIO AFUNDA EM CAOS E MORTE

Cidade submersa, vítimas indefesas


Autor(es): Joana Tiso
Correio Braziliense - 07/04/2010

Temporal castiga o Rio de Janeiro e faz a maior quantidade de mortos em consequência das chuvas nos últimos 44 anos. A Lagoa transbordou e as ruas inundaram: quem tentou chegar em casa não conseguiu, quem foi ao trabalho acabou ilhado


Rio de Janeiro — O carioca pensou ter vivido o caos durante o apagão e a falta de água em 2009, mas nada que se compare à maior enchente que se tem notícia no Rio de Janeiro, segundo o prefeito da cidade, Eduardo Paes. Entre as 20h de segunda-feira e as 8h de ontem, choveu cerca do dobro do esperado pelos meteorologistas para todo o mês de abril na cidade. Além de tumulto no trânsito, alagamento, pane nos transportes, serviços públicos parados e aulas canceladas, a tragédia maior: até as 21h de ontem, 96 pessoas morreram e 102 ficaram feridas em consequência do temporal, o maior número de vítimas na cidade nos últimos 44 anos.

O governador do Rio, Sérgio Cabral, informou que os desabamentos em encostas foram a principal causa das tragédias. E aproveitou para criticar os governantes “que, por demagogia, permitiram, no passado, que áreas de risco fossem ocupadas”. Cabral disse ainda que os transtornos no trânsito e os alagamentos das ruas são um problema menor diante das mortes. “Você chega atrasado em casa, dorme fora... Tudo isso é horrível, mas nada é tão grave quanto perder vidas”, afirmou o governador, que decretou luto de três dias pelas vítimas.

Na tentativa de evitar mais mortos, uma orientação inusitada: o prefeito Eduardo Paes pediu que a população ficasse em casa ontem, até porque a chuva não deu trégua. E ele justificou, mais tarde: “Isso ajudou muito a prefeitura”, assegurou Paes. A maior parte do comércio sequer abriu, aulas foram suspensas e o Judiciário fechou as portas. O pedido de Cabral foi contrário para quem mora em área de risco. “Peço, pelo amor de Deus, que essas pessoas saiam e procurem centros sociais”, disse o governador. De acordo com a Defesa Civil, todas as encostas do Rio corriam — e ainda correm — risco de desabamento.

Previsão de mais água

Se a situação no Rio, durante a noite de segunda e todo o dia de ontem já foi caótica, há uma chance de piorar hoje. “Não vamos poupar esforços para resolver a situação, que ainda é muito crítica. É um risco enorme para qualquer pessoa tentar atravessar esses alagamentos. Vou trabalhar com a hipótese de ficar pior”, admitiu o prefeito do Rio, Eduardo Paes. Isso porque o Instituto Nacional de Meteorologia divulgou que a previsão é de mais chuva para hoje.

Ontem, os rios e a Lagoa Rodrigo de Freitas (Zona Sul) transbordaram, a água chegou à cintura de quem se arriscava a pé e o trânsito deu nó na noite de segunda e na madrugada de ontem. Os mais precavidos preferiram dormir no trabalho. Outros, como o técnico em segurança Afonso de Andrade, demoraram quase dez horas para chegar em casa. Ontem, ele não conseguiu ônibus para trabalhar. “Nunca vi um temporal desse. Na saída do trabalho, me avisaram para não pegar o trem. Tentei o ônibus. O trânsito parou e esperei mais duas horas por outro. Depois, tive que andar com a água no joelho em busca de um terceiro ônibus. Demorei oito horas e meia para chegar em casa”, contou Afonso, que deixou o trabalho às 17h, na segunda, e chegou em Copacabana (Zona Sul) à 1h30 da madrugada.

Muitos carros enguiçaram e complicaram ainda mais o tráfego. A economista Mariana Kusaka ficou uma hora e meia dentro do Túnel Rebouças por causa disso. O engenheiro químico Aristóteles Larios chegou em casa apenas ao meio-dia de ontem. Preso no engarrafamento desde as 20h de segunda, ele só conseguiu uma vaga para estacionar o carro às 6h da manhã e sair em busca de um ônibus ou táxi para completar o trajeto. A irmã, Michele, passou a noite procurando na internet o melhor caminho. “Fiquei muito preocupada”, lamentou.

Até as 18h de ontem, a Secretaria Especial da Ordem Pública do Rio informou que já havia removido 113 carros deixados na rua. Ninguém será multado. A tempestade também afetou o abastecimento de luz. Além de ilhados, 13 bairros ficaram no escuro durante parte do dia, de acordo com a Light, concessionária de energia elétrica. No Humaitá (Zona Sul), algumas ruas viraram “rios”, como a Viúva Lacerda. Foram 288 milímetros de chuva nas 24 horas mais pesadas do dilúvio. Até o início da noite de ontem, havia 1.410 desalojados. (JT)


Reféns da chuva
Conexão aquática


Após a recomendação do prefeito do Rio, Eduardo Paes, para que os cariocas não saíssem de casa, os moradores da cidade, entre eles personalidades, passaram o dia conectados à rede social Twitter para passar informações sobre os pontos alagados, comentar sobre o caos que inundou vários pontos da cidade e reclamar das autoridades. O apresentador do Jornal Nacional, William Bonner, aproveitou o espaço para fazer um alerta: “Se você mora no Rio: fique em casa. Escolas cancelaram aulas.

A defesa civil precisa que as ruas estejam livres de carros”. Os moradores também foram solidários. A artesã e moradora de Bonsucesso, Flávia Ferreira, por exemplo, além de registrar imagens do alagamento, passou informações para os colegas por meio do microblog.


Resgate 24 horas

Em meio ao caos, o resgate de vítimas pelos bombeiros serviu de alento. Durante todo o dia o trabalho foi árduo para tentar tirar dos escombros pessoas com vida. O iatista Torben Grael foi um dos heróis. Uma barreira caiu e arrastou um carro para dentro da casa do atleta, no bairro de São Francisco, em Niterói, na madrugada de ontem. Torben conseguiu resgatar a criança e a mãe com vida, mas o pai, que dirigia o veículo, morreu. Na tarde de ontem, a prefeitura de Niterói atualizou os números: pelo menos 48 mortos e 1.100 desabrigados.


Transporte zero

Celso Pupo/FotoArena/AE

Na capital, segundo o prefeito Eduardo Paes, o Morro dos Prazeres, em Santa Teresa (Centro), foi uma das regiões mais afetadas pelo temporal, com casas destruídas e ao menos 14 mortes. Os cariocas que tentaram trabalhar sofreram para encontrar um ônibus, que praticamente sumiram da cidade. Segundo a Viação São Silvestre, que opera linhas circulares na Zona Sul, apenas 30% da frota operaram na manhã de ontem, já que motoristas e cobradores não conseguiram chegar às garagens.

RIO DE JANEIRO/LULA/ALIADOS [In:] A CULPA É DOS ''PAES'' de ''CABRAL''

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Estado recebeu só 1% de verba antienchente

Rio teve só 1% de verba federal antienchentes


Autor(es): Diego Zanchetta - O Estado de S.Paulo
O Estado de S. Paulo - 07/04/2010

O Rio recebeu em 2009 só 1% (R$ 1,6 milhão) da verba federal para desastres. O valor não cobre a remoção de morados de áreas de risco. (págs. 1 e Cidades C8)



Valor transferido pela União foi de R$ 1,6 milhão e é insuficiente para remover cem famílias de área de risco ou construir um piscinão.

O Estado do Rio recebeu apenas 1% das verbas do Ministério da Integração Nacional destinadas ao Programa de Prevenção e Preparação para Desastres, em 2009, um ano antes de ser castigado pela chuva de ontem, a maior em 44 anos.

O valor transferido da União, R$ 1,6 milhão, não é suficiente para intervenções públicas relevantes. Um plano de remoção preventivo de cem barracos em área de risco em um morro custaria hoje pelo menos R$ 4 milhões, segundo autoridades da Defesa Civil do Rio.

O orçamento da União tinha no ano passado dotação de R$ 646,6 milhões para ser repassada a municípios com programas de combates a enchentes. Desse total, somente 22%, ou R$ 143,7 milhões, foram transferidos pelo governo federal aos Estados.

Apenas cinco prefeituras do Estado do Rio (Campos dos Goytacazes, Niterói, Angra dos Reis, Rio e Resende) foram contempladas.

Beneficiados. Na Bahia, terra do ex-ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima (PMDB), que deixou na semana passada o cargo para concorrer ao governo estadual, 58 cidades receberam 48% das verbas do programa (R$ 69,4 milhões).

São Paulo e Rio, os dois Estados que contabilizam quase 200 mortos pelas chuvas desde setembro do ano passado, receberam R$ 6,6 milhões em verbas da União para prevenir desastres.

O dinheiro não é suficiente sequer para construir um piscinão. Cada reservatório da capital paulista custa, em média, R$ 30 milhões. Uma campanha educativa para as pessoas colocarem o lixo de casa na rua em horários predeterminados, por exemplo, custa R$ 5 milhões na cidade de São Paulo.

Em ofício encaminhado ao Tribunal de Contas da União (TCU), a organização não-governamental (ONG) Contas Abertas questiona os repasses maiores para municípios baianos. "Paralelamente, vimos que R$ 1,3 bilhão foi pago pela União aos Estados no programa de resposta aos desastres em 2009, ou seja, quase dez vezes mais do que os valores aplicados na prevenção, que seria a melhor solução para evitar as tragédias como a de ontem", argumenta Gil Castelo Branco, coordenador da ONG.

O governo federal, por sua vez, argumenta que não houve favorecimento político na distribuição das verbas.

Pós-tragédia. Após as chuvas que atingiram Angra dos Reis no início deste ano, com 57 mortes, o Palácio do Planalto editou uma Medida Provisória para enviar em caráter emergencial cerca de R$ 130 milhões a cidades fluminenses afetadas pelas chuvas.

Ontem, as autoridades do Estado já falavam em pedir novo auxílio ao governo federal, mas evitaram críticas a Lula.

RIO DE JANEIRO/LULA/ALIADOS [In:] PESOS E MEDIDAS DIFERENTES, SEMPRE!!!

Rio: Temporal, na campanha dos outros, é ‘refresco’

Vanderlei Almeida/AFP

Nas pegadas de uma madrugada hiper-chuvosa que produziu dezenas de cadáveres, Lula foi ao Rio.

A viagem fora programada antes do temporal. Uma parte da agenda teve de ser cancelada.

Lula reuniu-se com o prefeito carioca, Eduardo Paes, e com o governador Sérgio Cabral, ambos do PMDB.

Candidato à reeleição, Cabral é, no Rio, o principal provedor de palanques para a candidatura oficial de Dilma Rousseff.

O presidente falou aos repórteres. Discorreu sobre os riscos da ocupação de encostas. Soou alguns tons abaixo do Lula que, três meses atrás, fustigara, em São Paulo, o rival José Serra.

Livrou a cara de Cabral: "Não existe ser humano no mundo, no planeta terra, que consiga enfrentar uma mudança de clima como essa, que é a maior da história do Rio de Janeiro".

O Lula de janeiro, em discurso feito no aniversário de São Paulo, esquivara-se de contabilizar as gotas que encharcaram Serra e o prefeito ‘demo’ Gilberto Kassab.

O Lula de então Preferira realçar a renitência com que as enchentes se repetem, ano após ano. Algo irônico, pespegara:

"Não é culpa do prefeito, do governador ou do presidente individualmente. Possivelmente, seja culpa de todos nós”. Oferecera um “presente”.

A oportunidade de Serra e Kassab ajudarem a definir as verbas do PAC que o governo federal, magnânimo, destinaria a São Paulo, há 15 anos sob o PSDB.

Para injetar dramaticidade às cheias paulistanas, Lula recorrera à própria biografia. Recordara que, em 1952, deixara a Vila Carioca –“Para me livrar da enchente".

No Rio, Lula parece ter se dado conta de que enchente na campanha dos outros é refresco.

O aliado Cabral, por sua vez, repetiu, em essência o trololó que esgrimira no início do ano, quando as chuvas produziram cadáveres em Angra dos Reis (RJ).

Culpa da ocupação irregular do solo, problema histórico. Culpa do excesso de água. Culpa do legado de gestões passadas, que não cuidaram da infraestrutura.

No limite, culpa da bugrada, que, em São Paulo, no Rio, em Angra e em toda parte teima em morar em locais inapropriados. Que culpa teriam os gestores públicos?

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Escrito por Josias de Souza às 18h56

''QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?''

07 de abril de 2010

O Globo

Manchete: O Rio em colapso Caderno Especial: Cadê o plano de emergência?

Tragédias das chuvas no Rio se repetem há 40 anos e poder público não consegue reagir

As chuvas no Rio resultam em tragédias que se repetem há mais de 40 anos, com intervalos cada vez menores, As explicações das autoridades
também não apresentam surpresa. O único fator que poderia trazer novidades seria a realização de promessas de um plano de emergência, que se renovam a cada eleição, mas nunca saem do papel. Nas 24 horas em que choveu 280 milímetros, entre anteontem à noite e ontem, o Rio voltou a mergulhar no caos. Em todo o Estado morreram 96 pessoas - 49 delas em Niterói -, 49 estão desaparecidas, 102 ficaram feridas e mil sem teto ou desalojadas. A maioria das mortes ocorreu nas favelas, mas a enchente atingiu também áreas nobres, como Jardim Botânico e Lagoa. Pela primeira vez, a cidade viveu um engarrafamento
que varou a noite, entre o Centro e a Tijuca, e no Túnel Rebouças. Na noite de segunda-feira, os principais cruzamentos do Centro foram abandonados pela Guarda Municipal. A falta de policiamento facilitou a ação de bandidos, que saquearam motoristas e pedestres. Uma das causas do engarrafamento na região da Tijuca foi a enchente da Praça da Bandeira, onde milhões já foram soterrados em obras. O ginásio do Maracanãzinho quase virou um parque aquático depois que o canal do Rio Maracanã transbordou. O prefeito Eduardo Paes, que, na madrugada,
classificara o comportamento da cidade como "inferior a zero", assumindo sua parecia de culpa, mudou o tom. Para ele, a chuva foi atípica, como sempre acontece a cada tragédia. (págs. 1 e Caderno Especial, "Dos Leitores", página 8, Flávia Oliveira e editorial "Cidades no limite")

Novo dia sem aulas; Viradão é adiado

O sindicato das escolas particulares do Rio recomendou ontem que os colégios sigam a orientação das autoridades e mantenham as aulas suspensas hoje. A Secretaria municipal de Cultura decidiu adiar o Viradão Carioca para o dia 23.

Lula culpa até aliados por mortes em encostas

Um dia após o anúncio do apoio de Garotinho à candidatura Dilma, o presidente Lula responsabilizou ex-administradores do Rio pelas mortes em encostas. Garotinho e Rosinha governaram o Rio por oito anos. O governo Lula privilegiou a Bahia com verbas contra enchentes.


Febraban mantém vencimento de contas

Mesmo diante do fato de que, por falta de funcionários e seguranças, muitos bancos sequer abriram as portas, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou que as contas vencidas ontem terão que ser pagas com juros, por atraso.

Foto legenda: Vista aérea do bairro da Lagoa, cujo espelho d'água transbordou e tomou as ruas até o Jardim Botânico, na Zona Sul

Foto legenda: O deslizamento no Morro dos Prazeres, em Santa Teresa: dez pessoas mortas

"Quando vi tudo cheio, relaxei e fiz como outros motoristas: encostei o carro, tranquei os vidros e dormi (na saída do Túnel Rebouças) das 2h até as 7h"

João Ricardo Ferreira Dos Santos, professor universitário, que deixou a Praça da República às 21h e chegou em casa, no Humaitá, às 9h

"Havia mais de 40 crianças até ás 22h. O pai de duas gêmeas demorou uma hora para dar a volta no quarteirão. Outro ficou com o filho até as 4h. Mantivemos as crianças no segundo andar, pois no primeiro havia água até o calcanhar"

Flávia Cequeira, diretora de creche na Tijuca

"Ainda vi o menino mais velho pendurado no barranco. Puxei ele pelas mãos e gritei pelos pais, mas ninguém respondeu. A cena não sai da minha cabeça"

Magda Pereira Severino da Silva, moradora do Morro dos Macacos

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Folha de S. Paulo

Manchete: Pior chuva mata 98 e paralisa Rio

Maior temporal da história da cidade expõe fragilidades; prefeito admite que existem ineficiências

A chuva sobre a região metropolitana do Rio desde segunda-feira matou ao menos 98 pessoas - até a conclusão desta edição -, e paralisou o comércio e serviços públicos. Em 24 horas, choveu mais que 62% da média do mês de abril. As tempestades que provocaram todas as tragédias anteriores da cidade foram superadas.

Pontos turísticos, como a Lagoa e o Maracanãzinho, alagaram; 13 bairros ficaram sem luz. A ponte Rio-Niterói e o aeroporto Santos Dumont foram fechados.

As mortes na capital (31) e em Niterói (49) ocorreram sobretudo nos deslizamentos em favelas. O prefeito Eduardo Paes (PMDB) reconheceu
"ineficiências e problemas estruturais".

O presidente Lula, que ontem estava no Rio, minimizou o alagamento de apartamentos do PAC no Complexo do Alemão. "Onde eu vi obras do PAC, tem menos água. Portanto, acho que a única explicação é o excesso de chuva", afirmou Lula.

O mau tempo no Rio deve durar até amanhã. (págs. 1 e Cotidiano)

Depoimento
'Gastei mais de seis horas para um trajeto de uma'
Sérgio Rangel - Da sucursal do Rio

Seis horas e 23 minutos para percorrer cerca de 40 km. De Niterói ao Meier, peguei ônibus, barca, metrô, fui barrado no trem, me atirei em Kombi clandestina e caminhei 3 km. (págs. 1 e C3)

Ruy Castro
Cidade, que subiu os morros desde 1565, nunca se preparou

Há cem anos se sabe que inundações são inexoráveis em áreas do Rio. Jovem, cruzei a praça da Bandeira com água pela cintura. E a cidade, que começou a subir os morros em 1565, não se preparou para quando os morros resolvessem deslizar em direção a ela. (págs. 1 e A2)

Foto legenda: Bombeiro carrega corpo de bebê morto no morro do Borel; ao menos 2.510 pessoas estão desalojadas após os deslizamentos em favelas, e as aulas nas redes municipal e estadual foram canceladas

Obama anuncia limitações ao uso de arsenal nuclear dos EUA

O governo de Barack Obama anunciou que os EUA não vão usar armas atômicas para reagir a ataques biológicos e químicos ou contra países não nucleares.

A Casa Branca, porém, impõe como condição o respeito ao Tratado de Não Proliferação, o que exclui Irã e Coreia do Norte. (págs. 1 e A12)

Leia artigos de Clóvis Rossi e Hélio Schwartsman sobre o tema na pág. A12.

Rubens Ricupero: Brasil fez bem em adiar retaliação aos americanos

Fizeram bem os EUA em sua proposta para o contencioso do algodão, e fez melhor o Brasil em adiar a retaliação. É a vantagem da diplomacia voltada à solução séria de problemas. (págs. 1 e B3)

Dinheiro: Aposentado que ganha mais de 1 mínimo deve obter reajuste de 7% (págs. 1 e B5)

Editoriais

Leia "Chega de saudade" sobre Dilma Rousseff; e "A mesa com os EUA", acerca de negociações comerciais. (págs. 1 e A2)

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O Estado de S. Paulo

Manchete: Temporal recorde em 44 anos mata 103 e Rio entra em colapso

Maioria dos mortos foi vítima de deslizamentos de terra, causados pelas 14 horas de chuva intensa

Impotentes, autoridades do Estado pedem que população não saia de casa; Lula faz apelo a Deus

Um temporal de 14 horas, o maior em 44 anos no Rio, deixou 103 mortos no Estado, até o fechamento desta edição. Foram 48 em Niterói,
16 em São Gonçalo, 36 na capital, 2 na Baixada Fluminense e 1 em Petrópolis. A maioria morreu em deslizamentos de terra. A região metropolitana parou - escolas fecharam, empresas dispensaram funcionários e diversas vias ficaram intransitáveis. Impotentes diante do caos, o presidente Lula, o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes fizeram apelos dramáticos - pediram que moradores saíssem das áreas de encosta e que a população evitasse sair às ruas. As escolas públicas não abrirão hoje. "Quando o homem lá em cima está nervoso, só temos de pedir a Ele para parar a chuva, para que a gente possa tocar a vida", afirmou Lula no Rio. Segundo ele, a cidade está preparada para a Copa de 2014 e para a Olimpíada de 2016. (págs. 1 e Cidades C1 e C3 a C8)

Prevenção: Estado recebeu só 1% de verba antienchente

O Rio recebeu em 2009 só 1% (R$ 1,6 milhão) da verba federal para desastres. O valor não cobre a remoção de morados de áreas de risco. (págs. 1 e Cidades C8)

Crônica
Alfredo Ribeiro
Com chuva, cartão-postal se torna cenário de terror (págs. 1 e Cidades C12)

Foto legenda: Dor. Vítimas de desabamento no Morro dos Prazeres, zona norte do Rio, um dos pontos da cidade mais afetados pelo temporal que castigou o Estado

Lula agora ataca uso eleitoral da máquina

O presidente Lula, multado duas vezes pela Justiça Eleitoral por fazer campanha antecipada, disse ontem que é contra o uso da máquina pública na disputa. "É preciso que a gente seja republicano neste país." (págs. 1 e Nacional A8)

FGTS poderá ter maior rentabilidade

Projeto que tramita no Senado prevê melhor remuneração das contas do FGTS, hoje corrigidas pela TR mais 3% ao ano. A mudança, porém, pode levar os custos de financiamentos mobiliários. (págs. 1 e Economia B3)

Em Bagdá, ataques a prédios civis matam 50 (págs. 1 e Internacional A10)

Extrativistas buscam certificação florestal (págs. 1 e Planeta A16)

Roberto DaMatta: Os papéis sociais

Pensamos em mudar o mundo, mas agimos dentro de uma gramática e um vocabulário. (págs. 1 e Caderno 2 D12)

Rolf Kuntz: Os dois mundos de Lula

O presidente Lula cobra resultados concretos de seus auxiliares, mas seu discurso político trata quase sempre de um mundo de fantasia. (págs. 1 e Economia B5)

Notas & Informações: O ranço ideológico na educação

A conferência de educação segue o modelo das de comunicação e direitos humanos. (págs. 1 e A3)
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Correio Braziliense

Manchete: Rio afunda em caos e morte
O maior temporal dos últimos 44 anos no Rio de Janeiro matou pelo menos 96 pessoas até ontem à noite. Castigada pela chuva desde as 20h de segunda-feira, a cidade entrou em colapso. Moradores de encostas se desesperaram com deslizamentos, o sistema de transporte parou, as aulas nas escolas foram suspensas, cartões-postais como a Lagoa Rodrigo de Freitas ficaram irreconhecíveis. O governador Sérgio Cabral responsabilizou políticos demagógicos pela gravidade da tragédia, especialmente nas favelas. O prefeito Eduardo Paes recomendou aos cariocas que ficassem em casa. O jogo do Flamengo contra o Universidad do Chile no Maracanã foi adiado. (págs. 1, 8 a 10, Super Esportes, 2 e 3 e QR Code com galeria de fotos)

Foto legenda: Bombeiro carrega corpo de criança no morro do Borel

Foto legenda: Passageiros sem transporte no centro: cidade em colapso

Foto legenda: Lagoa Rodrigo de Freitas: pedalinhos levados pela água

Foto legenda: Sob forte chuva, equipes de resgate salvam vítima de deslizamento no morro dos Prazeres: pelo menos 14 pessoas morreram nessa região do Rio. Em Niterói, o temporal matou 48 pessoas

Ensaio para as eleições

Escolha indireta do governador dia 17 coloca em jogo a estratégia das forças políticas para outubro. Inscrição de candidatos acaba hoje (págs. 1 e 21)

Fim do boicote dos pediatras

Médicos da cidade e seguradoras entram em acordo e os usuários não terão mais que pagar pelas consultas. (págs. 1 e 23)

DF testa droga contra diabetes

Brasilienses participam do estudo mundial de um remédio que promete controlar a glicose e regenerar o pâncreas. (págs. 1 e Saúde, 19)

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Valor Econômico

Manchete: Projeto define ônus sobre informações na internet

O Ministério da Justiça apresentará até o fim da semana a minuta de projeto de lei sobre as regras da internet no Brasil, o marco regulatório que será colocado em audiência pública. O texto foi debatido com a sociedade na própria rede durante os últimos meses e as sugestões foram consolidadas pelo ministério. A principal novidade do texto ao qual o Valor teve acesso é o termo de
"notificação e retirada". Embora seja uma tradução do "notice and take down" americano, a proposta cria um modelo inédito de definição de responsabilidades por conteúdo. O texto prevê os direitos e as responsabilidades de todos os participantes da rede, principalmente quando houver dúvida quanto à autoria da informação. Pela minuta, as empresas que hospedam informações de terceiros terão de notificar quem colocou determinado conteúdo no ar se houver reclamação fundamentada de pessoa física ou jurídica que se sinta prejudicada. Ao receber a denúncia, esse provedor deve imediatamente tirar a informação do ar e, em seguida, notificar o autor. A informação voltará ao site se o autor assumir integralmente a responsabilidade pelo teor da publicação. Assim, havendo discussão judicial, não caberá ao provedor nenhum ônus legal.

Nos EUA, o "notice and take down" vale apenas para propriedade intelectual e não pode ser pedida a revisão pelo autor. No Canadá, o provedor notifica o autor, sem extrair o conteúdo, mas também evita se tornar réu em ação judicial. O modelo brasileiro inova ao permitir que se atenda prontamente o pedido daquele que se sentir prejudicado. (págs. 1 e A2)

Chuvas alagam o Rio e provocam tragédia

Chuva em volume recorde desde 1966 e tragédias - quase cem pessoas morreram - transformaram a terça-feira em um quase feriado no Rio e em vários municípios da região metropolitana da capital fluminense. As ruas, alagadas, ficaram vazias; escolas e lojas nem abriram; empresas paralisaram a produção e órgãos públicos não funcionaram.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, apelou para as pessoas não saírem de casa. A Petrobras registrou a presença de apenas 3 mil de seus 13 mil empregados em sete diferentes prédios. No BNDES, só 21% dos funcionários compareceram. O banco, que recebe em média de 3.500 pessoas por dia, atendeu ontem 750.

O Clube de Diretores Lojistas estima que a perda do comércio pode ter atingido R$ 170 milhões. No Barra Shopping, só 15% a 20% das lojas abriram. As distribuidoras de energia do Estado, Light e Ampla, passaram o dia recebendo grande volume de ligações. O Rio sofreu várias interrupções de energia em bairros afetados pelas chuvas, entre eles Tijuca, Botafogo, Ilha do Governador, Barra da Tijuca, Laranjeiras, São Conrado e Santa Teresa. A Ampla, que atende o interior do Estado, no início da noite registrava 50 mil consumidores sem energia. (págs. 1 e A14)

Foto legenda: Lagoa Rodrigo de Freitas invadiu ruas e deslizamentos mataram pelo menos 95 pessoas do Rio

Bancos alertam contra inflação em emergentes

A associação que representa os maiores bancos do mundo, a IIF, alerta que a inflação começou a subir nos países emergentes em meio a uma lentidão "excessiva e preocupante" dos bancos centrais para elevar as taxas de juros. Em relatório confidencial ao qual o Valor teve acesso, a entidade aponta alta de preços maior do que a média anual de 2% nas economias industrializadas e de 4% nos emergentes. Para o Brasil, a entidade espera crescimento de 5,8% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e inflação de 5,5% até dezembro, bem acima dos 4,3% do ano passado e da meta fixada pelo Banco Central. (págs. 1 e C5)

Meirelles sai do BC antes do fim do ano

Fora da disputa político-eleitoral, Henrique Meirelles pode deixar a presidência do Banco Central antes do fim do mandato do presidente Lula - depois de concluído o esperado ciclo de aperto monetário ou antes das eleições. Meirelles não tem interesse em permanecer no BC numa possível gestão Dilma Roussef. Saindo antes da eleição, ele deixa Dilma à vontade para montar sua equipe e se coloca à disposição para outro cargo na futura administração. O jantar que selou o destino de Meirelles, na semana passada, com cardeais do PMDB, foi marcado por um "festival de gentilezas", como a do senador Renan Calheiros (AL), que estimulava Meirelles a sair candidato ao Senado. O objetivo era pressionar o presidente do PMDB, Michel Temer (SP). (págs. 1 e A2)

Açougues reagem à venda direta da JBS

Iniciada recentemente, a estratégia da JBS de promover a venda direta de carne em municípios do interior do país, com o uso de vans, enfrenta forte resistência de donos de açougues de cidades paranaenses. Para começar o negócio em Apucarana, a empresa teve de conseguir uma liminar na Justiça. Já os consumidores aprovaram a iniciativa, pela comodidade e garantia de origem dos produtos. (págs. 1 e B12)

Varejo negocia para evitar alta no preço do jeans

O aumento do preço do algodão, em torno de 40% em um ano, chegou ao fio, que subiu cerca de 8% desde dezembro, e agora pressiona o denim, o tecido usado nos jeans. Adriana Bozon, diretora da Ellus, conta que nas negociações atuais os fornecedores elevaram os preços em 5%. Roberto Chadad, da Associação Brasileira do Vestuário, informa que os 500 associados do segmento de jeans faturaram 7% menos
em 2009. (págs. 1, B1 e B4)

Tesouro americano lucrou US$ 10,5 bi com socorro a bancos (págs. 1 e C2)

A Ford, presidida por Alan Mulally, anuncia hoje investimentos e um novo carro para o Brasil (págs. 1 e B8)

"Lei Slim"

O presidente do México, Felipe Calderón, vai propor ao Congresso mexicano um endurecimento das leis antitruste no país. O principal alvo seria o império de Carlos Slim nas telecomunicações. (págs.1 e A11)

Avanço dos chips

A adoção de rastreadores na indústria automobilística anima os fabricantes de processadores a aumentar investimentos no Brasil e prospectar novos mercados. (págs. 1 e B3)

Saia-justa na exportação

A Associação Brasileira de Estilistas, que reúne 54 marcas, registrou queda de quase 50% nas exportações em 2009. No ano passado, as empresas de moda praia foram desbancadas da liderança pela grife carioca Osklen, diz Evilásio Miranda. (págs. 1 e B5)

Consolidação farmacêutica

O movimento de fusões e aquisições no setor farmacêutico deverá continuar firme neste ano, dentro e fora do país. Só no primeiro trimestre foram cinco grandes negócios, segundo levantamento da KPMG. (págs. 1, B8 e C3)

Investimentos da Bayer

A Bayer vai investir R$ 180 milhões no Brasil neste ano, um aumento de 12,5% sobre os aportes de 2009. O país é o 7º maior mercado da multinacional, responsável por 4% da receita. (págs. 1 e B8)

Economia dos transgênicos

A adoção dos transgênicos na produção brasileira de soja, milho e algodão entre as safras 1996/97 e 2008/09 resultou em uma economia de US$ 3,6 bilhões, segundo estudo da consultoria Céleres. (págs. 1 e B11)

Mais soja no MT

As chuvas tardias que preocupavam os produtores de soja do Mato Grosso foram insuficientes para afetar a produção do Estado. Com a colheita praticamente concluída, a safra deve alcançar 18,8 milhões de toneladas, 8% mais que em 2008/09. (págs. 1 e B11)

Inspeção mais rigorosa

Proposta de mudanças no regulamento de inspeção de produtos de origem animal, em análise na Casa Civil, toma a fiscalização mais rigorosa e traz preocupação às indústrias desses setores. (págs. 1 e B12)

Captações externas

No primeiro trimestre, empresas e bancos brasileiros captaram US$ 8 bilhões no mercado externo - exclusivamente em eurobônus -, mais que o dobro do obtido no mesmo período de 2009 e maior valor desde 2007. (págs. 1 e C1)

Ofertas de ações

Começa hoje o prazo para reserva de ações nas ofertas da Mills, prestadora de serviço na área de construção, e da construtora Even. Juntas, poderão movimentar R$ 1,5 bilhão. (págs. 1 e D2)

Ideias

Jorge Werthein: círculo vicioso de concentração de renda e violência.
(págs. 1 e A12)

Ideias

Martin Wolf: a manipulação chinesa do yuan precisa ter um fim. (págs. 1 e A13)
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