A proposta deste blogue é incentivar boas discussões sobre o mundo econômico em todos os seus aspectos: econômicos, políticos, sociais, demográficos, ambientais (Acesse Comentários). Nele inserimos as colunas "XÔ ESTRESSE" ; "Editorial" e "A Hora do Ângelus"; um espaço ecumênico de reflexão. (... postagens aos sábados e domingos quando possíveis). As postagens aqui, são desprovidas de quaisquer ideologia, crença ou preconceito por parte do administrador deste blogue.
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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.
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quinta-feira, maio 10, 2012
COOPERATIVISMO [In:] MUITO ALÉM DOS ''PROBOS DE ROCHDALE''
No Paraná, Coamo incorpora Coagel
Autor(es): Por Marli Lima | De Curitiba |
Valor Econômico - 10/05/2012 |
Três anos após arrendar no Paraná a estrutura da Coagel, de Goioerê, a Coamo, de Campo Mourão, anunciou sua incorporação. O arrendamento seria válido por sete anos, mas a Coamo comandou a gestão e a comercialização de grãos, negociou dívidas, fez empréstimos para viabilizar a operação e assumiu agora a cooperativa com déficit final de R$ 36 milhões. O presidente da Coamo, José Aroldo Gallassini, diz que levando em conta os resultados obtidos até agora, mais os bens que a Coagel possui e entraram na negociação, "fica elas por elas" - sem desembolso. "Está empatado o que investimos e os bens que receberemos".
Entre os bens há fazendas, sítios, casas, carros e instalações da cooperativa, que serão vendidos pela Coamo. "A solução encontrada foi boa para todos", diz Gallassini. O executivo explica que cooperativas não entram em liquidação judicial, mas em liquidação. E a incorporação da Coagel em 2009 não é fruto de suas dívidas acumuladas.
Fundada em 1974, a Coagel atua em dez municípios e conta com 1,7 mil associados. "Não geramos desemprego, estamos tocando uma fiação [a única indústria da Coagel] e a rentabilidade voltou", conta Gallassini. Segundo ele, a cooperativa incorporada gera o equivalente a 10% das receitas da Coamo, cerca de R$ 600 milhões. "Ela vai crescer muito agora", afirma ele, que acredita que a agricultura da região terá maior desenvolvimento com a presença da Coamo.
A incorporação foi aprovada em assembleia extraordinária conjunta. "Um processo de liquidação de cooperativa, além de não ser a melhor saída, poderia levar mais de 20 anos para ser finalizado", diz.
Quando arrendou a Coagel, a Coamo, maior cooperativa do setor de agronegócios da América Latina, informou que "em curto espaço de tempo" tudo estaria "estruturado e funcionando dentro da filosofia de trabalho" da cooperativa. O então presidente da Coagel, Osmar Pomini, já contava com o avanço da transação. "Esperamos que após a Coagel resolver os seus problemas financeiros e tributários, aconteça a incorporação das suas unidades pela Coamo", disse na ocasião. Em 2010, a Coamo também arrendou unidades da Cooagri, de Dourados (MS), que foi liquidada por insolvência.
Gallassini garante que não há outras negociações de arrendamento ou incorporação em andamento. Recentemente, os associados da Coamo aprovaram investimentos de R$ 275 milhões entre 2012 e 2014 para a ampliação da estrutura da cooperativa.
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GOVERNO DILMA/DEPUTADOS [In:] GATOS EM TETO DE ZINCO QUENTE...
PT em chamas
Nas Entrelinhas |
Autor(es): Denise Rothenburg |
Correio Braziliense - 10/05/2012 |
O governo está bombando perante o eleitorado, a presidente Dilma Rousseff segue lépida e fagueira, liderando sua equipe rumo àquilo que se propôs. O PT, então, é só felicidade, certo? Errado. Os petistas estão infelizes e não é de hoje. No plenário, não é raro ver os deputados em conversinhas meio de lado, com cara de quem não está muito contente. E isso tem motivo: Dilma simplesmente quer que eles compartilhem do seu sucesso, mas sem dividir o poder.
Ontem, eram o líder Jilmar Tatto e o deputado Ricardo Berzoini, ambos do PT paulista, falando sobre reuniões a respeito de vários assuntos. Uma aproximação da imprensa e as conversas cessam. Nenhum dos dois fala de um encontro entre o ministro da Fazenda, Guido Mantega; o presidente da Câmara, Marco Maia; e o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), para tratar do futuro do Banco do Brasil, juros ou poupança, tema que a presidente espera apoio total do PT. No BB, mudanças de diretores deixaram Maia irritado no passado e continuam incomodando.
Por conta dessas e outras troca de comando sem que os políticos sejam, ao menos, comunicados com antecedência, o PT nos bastidores se mostra tão infeliz quanto o PMDB ou outros partidos no que se refere à ocupação de espaços. Não se cansam de repetir a frase que Dilma disse numa reunião logo na largada de seu governo e que eles simplesmente não levaram a sério: “Na área de bancos e de energia quem manda sou eu”. Esse é um dos motivos da infelicidade do PT.
Por falar em bancos...
A presidente deixa transparecer aos políticos que é ela a grande comandante da economia e Mantega apenas o executivo que segue aquilo que a chefe determina. Quando ele fala nas reuniões, Dilma logo emenda: “Ele quer dizer que...” e dá a sua explicação a respeito de qualquer proposta. Foi assim no encontro para explicar as mudanças na remuneração da poupança. E, esta semana, Mantega levou oficialmente ao PT a notícia sobre o afastamento de Ricardo Oliveira do Banco do Brasil.
Os deputados andam meio entristecidos. Olham para a popularidade de Dilma como algo que não é compartilhado com eles, cada vez mais distantes do poder. Aos poucos, conforme Dilma avisou na primeira reunião, vão saindo da Petrobras e da área de energia como um todo. Foi em meio à saída de Sérgio Gabrielli da presidência da petroleira, que o secretário executivo do ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, se filiou ao PMDB para ser apresentado como futuro ministro se for preciso.
Por falar em entristecidos...
Nem mais no quesito liberação de recursos os deputados sea sentem importantes. As emendas ao Orçamento da União, que fazem a alegria dos políticos em levar recursos para suas bases eleitorais, vêm perdendo importância junto aos prefeitos desde o governo Lula. Isso porque recursos para saúde, educação, Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e programas de governo como um todo seguem diretamente para os municípios sem precisar passar pelo crivo dos deputados. Ou seja, Lula e, agora, Dilma restabeleceram uma relação direta com as bases.
E, para completar a tristeza dos políticos — do PT e dos partidos aliados — não existe hoje na Casa uma proposta em debate que sirva para derrotar o governo de forma acachapante e, ao mesmo tempo, dar aos deputados a oportunidade de posar de mocinho perante o eleitor deixando à presidente Dilma o papel de vilã.
Por falar em papéis...
Nessa novela, com a maioria dos políticos no papel de meninos levados, eles apenas aguardam o dia em que a “dona da pensão”, no caso, Dilma, precisará deles para tirar um “gato” do telhado, consertar a “antena” da TV a cabo. Se esse pedido não vier na CPI do Cachoeira, a janelinha pode ser a Lei de Diretrizes Orçamentárias, uma proposta que sempre passa sem muita confusão no Congresso. Desta vez, a ideia dos partidos é usá-la para dar um susto no governo.
Quando não há nada que possa incomodar para valer um presidente da República, seja ele quem for, os partidos sempre inventaram algo. A diferença é que, até o início do governo Dilma, todos os outros compartilharam o poder com o seu partido e os aliados. Dilma parece disposta a romper essa tradição.
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CPI DEMÓSTENES-CACHOEIRA [In:] LAÇOS DE FAMÍLIA
A hora de cassar estrelas da República
Autor(es): Cristian Klein |
Valor Econômico - 10/05/2012 |
Toda Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) tem como missão, além de investigar um "fato determinado", deixar lições para que os erros não se repitam e se criem condições para aperfeiçoar as instituições políticas ou administrativas.
Como quase toda CPI, a que mobiliza atualmente o Congresso esbarra na velha questão sobre as relações promíscuas entre a ordem pública, da política, e o mundo privado, das empresas fornecedoras de serviços às diversas esferas de governo.
A enorme rede de influência do empresário/bicheiro Carlos Augusto Ramos, vulgo Carlinhos Cachoeira, e da construtora Delta teria se espraiado pelo país, com destaque para a intimidade mantida com os governadores do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT) - ou seja, caciques das três maiores siglas -, além de contar com o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), praticamente um sócio do empreendimento.
Contratos da Delta cresceram na medida das doações
A CPI do Cachoeira não surpreende pela forma nem pelo conteúdo. Mas a quantidade de gravações que vão sendo divulgadas só encontram paralelo em outros dois escândalos recentes: o mensalão do DEM - que produziu uma videoteca de cenas explícitas do suposto esquema de corrupção que derrubou o ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda - e a reportagem do "Fantástico" (TV Globo) que mostrou didaticamente, em março, uma espécie de "A corrupção como ela é" rodrigueana no hospital da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
A diferença é que, neste último caso, para o refestelo da classe política, a armação não envolvia detentores de cargo eletivo. Todos os protagonistas eram operadores de quatro empresas que ofereciam propina para garantir a venda de seus produtos ao hospital universitário. É uma prova de que o submundo da corrupção independe do mundo da representação. O empresário com ambições de maximizar seus lucros a despeito da ética é tão vilão quanto o político desonesto.
Mas, geralmente, episódios assim são pontos fora da curva. Sem políticos como protagonistas, as histórias ficam sem graça. Represar Cachoeiras não é tão díficil e fascinante quanto cassar estrelas da República como deputados, senadores, governadores e pô-los atrás das grades.
Políticos devem seus mandatos ao voto dos eleitores e ao dinheiro de seus financiadores. Não há eleição grátis. Na última década, a escalada de contratos conquistados pela Delta com o setor público cresceu à proporção de seu investimento em campanhas políticas Brasil afora. As doações, que eram pouco mais de R$ 60 mil, em 2002, passaram a R$ 2,3 milhões, em 2010.
É fácil prever que entre as lições que serão tiradas da CPI estará a condenação do modelo atual e a sugestão do financiamento público de campanha. É a proposta defendida há anos pelo PT, sob o argumento de que o sistema em vigor favorece quem tem acesso privilegiado a grandes doadores e porque cria uma relação de dependência dos candidatos individuais em relação aos financiadores.
Tudo isso faz sentido. Mas nada garante que grandes esquemas de corrupção sejam barrados pela interrupção de apenas um entre tantos canais possíveis de negociações escusas. O lobby de Carlinhos Cachoeira e da Delta para aprovar contratos e projetos - como a liberação dos bingos - ocorreria de um jeito ou de outro. Há inúmeras maneiras de se fazer os chamados "pagamentos laterais". O registro das doações, ao menos, permite identificar relações possivelmente suspeitas.
O financiamento exclusivamente público está associado à mudança para a lista fechada, modelo pelo qual os cidadãos votam apenas em partidos. É o sistema no qual o PT acredita que levaria maior vantagem, por liderar, de longe, a preferência do eleitorado em relação às demais legendas. Na lista fechada, porém, os políticos têm o mais baixo incentivo de cultivar laços com os eleitores.
O mais provável é que imagens de homens públicos estreitando laços com grandes empreiteiros em festas de gosto duvidoso pela Europa se tornassem ainda mais comuns. Os interesses das construtoras sempre existirão - enquanto o poder do eleitor de interferir e punir candidatos seria podado.
A crítica à lista fechada, por outro lado, não significa que o problema do financiamento privado esteja solucionado. Em entrevista ao Valor por ocasião da aprovação do Código Florestal, o ex-secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, apresentou um bom ponto ao ser questionado se a força dos ruralistas no Congresso significaria que eles são mais bem organizados politicamente do que os ambientalistas. Ele reconheceu.
"Eu diria que o modelo eleitoral brasileiro leva a isso. As campanhas são cada vez mais caras. O modelo viabiliza aquele que é capaz de mobilizar mais recursos. E essa capacidade tem a ver com o setor privado e, portanto, há um círculo vicioso. Aquele que defende o interesse privado tem mais chance efetivamente de obter recursos para a sua campanha e, logo, muito mais chance de estar representado", respondeu Capobianco.
O argumento é interessante e pode ser resumido pela seguinte lógica: o financiamento privado leva à primazia dos interesses privados - em detrimento dos interesses públicos.
Inúmeros filósofos e cientistas políticos já se dedicaram ao tema, cujo dilema maior deságua na questão crucial: existe um interesse público - ou uma "vontade geral", a la Rousseau - ou a sociedade é feita de uma pluralidade de interesses que precisam se contrapor e competir (Robert Dahl)?
É provável que a melhor saída esteja entre um e outro extremo. A própria bandeira verde não está imune à manipulação de setores privados.
Quanto à CPI, a única lição, que já deveria ter sido aprendida, depois de tantas passadas, é como punir, de fato, os culpados.
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CPI DEMÓSTENES-CACHOEIRA [In:] ALÉM DE UMA MARCA...
Procurador negocia para depor por escrito
Acordo para Gurgel depor por escrito |
Autor(es): » JÚNIA GAMA » JOÃO VALADARES » GABRIEL MASCARENHAS |
Correio Braziliense - 10/05/2012 |
Assessores do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, negociavam ontem para que o depoimento do chefe à comissão se limite a um questionário, a ser respondido por escr ito. Gurgel atribuiu críticas recebidas de integrantes da CPI a “pessoas que estão morrendo de medo do julgamento do mensalão”
OPERAÇÃO MONTE CARLO
Procuradoria-Geral da República e integrantes da CPI do Cachoeira negociam para que a iminente convocação fique limitada a um questionário enviado pelos parlamentares
A Procuradoria-Geral da República (PGR) lançou ontem uma ofensiva para tentar livrar Roberto Gurgel de uma iminente convocação à CPI que investiga as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com políticos e empresas públicas e privadas. Assessores parlamentares do procurador-geral da República passaram a quarta-feira em telefonemas com deputados e senadores para transmitir dois recados ao Congresso: o primeiro, de que Gurgel está pronto para entrar com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) caso seja convocado pela comissão; o segundo, um apelo para que o procurador-geral possa responder às perguntas da CPI por escrito, evitando o constrangimento de passar por um duro interrogatório.
O pedido dos assessores de Gurgel aos parlamentares é para que aprovem na CPI um requerimento que determine o envio de perguntas por escrito ao procurador-geral, que seriam respondidas por ele, também por escrito, resguardado o sigilo das informações. A manobra é uma tentativa de evitar que Gurgel sofra o desgaste de ser questionado durante horas a fio por petistas ligados aos envolvidos no escândalo do mensalão, que desejam expô-lo a poucos meses do julgamento dos réus no Supremo. A ação ocorreu um dia após o depoimento do delegado da Polícia Federal Raul Alexandre Marques de Souza à CPI, quando ganhou força entre os integrantes da comissão, inclusive da oposição, o discurso pela convocação de Gurgel. Na CPI, o delegado expôs que, um mês após encaminhar o inquérito da operação Vegas à subprocuradora criminal Cláudia Sampaio, mulher de Roberto Gurgel, ela afirmou que não havia provas contundentes contra os parlamentares citados e que, portanto, nada seria feito sobre o caso em relação às pessoas com foro privilegiado. Àquela altura, já havia sido constatada a participação do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) e dos deputados federais Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) e Sandes Júnior (PP-GO) na organização criminosa. O inquérito, então, foi interrompido e engavetado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), em setembro de 2009. Em outra frente, integrantes da CPI se mobilizam para convocar a subprocuradora Claudia Sampaio. O senador Randolfe Rodrigues (PSol-AP) vai apresentar o requerimento de convocação da mulher de Gurgel, que, segundo o delegado, foi quem informou à Polícia Federal, verbalmente, que a investigação não continha elementos suficientes para gerar denúncia contra Demóstenes. O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), até anteontem contrário ao comparecimento de Gurgel, agora considera insustentável a situação dele. Embora ainda não defenda a convocação, o senador paraibano afirma que o procurador-geral terá que prestar esclarecimentos, seja presencialmente ou respondendo a questionamentos por escrito. “A vinda dos dois procuradores responsáveis pelo inquérito, amanhã (hoje), deverá tornar irreversível o movimento da CPI na direção de exigir explicações do Gurgel. Por que não fez denúncia? Se não tinha elementos, por que não arquivou? Por que, mais adiante, ofereceu denúncia usando itens da Vegas? Precisamos ter essas respostas”, justificou. Depoimentos O relator da CPI do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), assegurou, por meio da assessoria de imprensa, que os integrantes da comissão vão apreciar e votar, na próxima reunião administrativa, marcada para a quinta-feira que vem, requerimento para quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico de Demóstenes Torres. Na semana passada, a CPI decidiu quebrar os sigilos de Cachoeira. Os dados ainda não chegaram. O pedido abrange movimentações bancárias dos últimos 10 anos. Hoje, os trabalhos na CPI serão retomados. A partir das 10h30, o delegado da Polícia Federal Matheus Mela Rodrigues, responsável pela Operação Monte Carlo, e os procuradores da República Daniel de Rezende Salgado e Lea Batista de Oliveira serão ouvidos. "Por que não fez denúncia? Se não tinha elementos, por que não arquivou? Precisamos ter essas respostas" Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), senador
Ataque aos mensaleiros
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, reagiu ontem às críticas que tem recebido de integrantes da CPI do Cachoeira. Segundo ele, as acusações de omissão por não ter pedido em 2009 a abertura de inquérito contra o senador Demóstenes Torres partiram de pessoas que estão com medo do julgamento do mensalão, que pode ser realizado ainda neste semestre.
“O que temos são críticas de pessoas que estão morrendo de medo do julgamento do mensalão. São pessoas que aparentemente estão muito pouco preocupadas com as denúncias (do caso Cachoeira) e muito preocupadas com a opção que o procurador-geral, como titular da ação, tomou em 2009, opção essa altamente bem-sucedida”, destacou Gurgel. No último sábado, o Correio antecipou que o procurador-geral já considerava que o movimento pela convocação dele para depor na CPI do Cachoeira como uma represália feita por políticos que temem o julgamento do mensalão.
O procurador-geral repetiu ontem que se um eventual inquérito tivesse sido aberto contra Demóstenes em 2009, a Operação Monte Carlo não traria “esses fatos que vieram à tona”. Para Gurgel, pessoas com notórias relações com réus do mensalão têm tentado imobilizar seu trabalho. “Acho que senão réus há protetores de réus que estão como mentores disso”, acusou.
Na avaliação do procurador-geral, os vazamentos de dados sigilosos do inquérito que tramita no Supremo são os mais “escandalosos” da história do país. Gurgel já pediu que a Polícia Federal apure a quebra do segredo de Justiça. “É preciso que se pare com essa coisa do país de achar que o sigilo é para inglês ver”, afirmou.
Petistas O líder do PT no Senado, senador Walter Pinheiro (BA), rebateu a acusação de que um possível depoimento de Gurgel na comissão seria uma maneira de enfraquecê-lo em virtude do julgamento do mensalão. “Não fomos nós que escolhemos que as denúncias contra Cachoeira só viessem agora. Se eu pudesse escolher, queria que viessem antes da eleição de 2010. Se alguém deixou para que essa situação só chegasse agora, não foi a base do governo”, ironizou Pinheiro. Já o senador Humberto Costa (PT-PE) também criticou Gurgel: “Não sei nem o que dizer. É uma colocação extremamente infeliz. Ele fez um juízo desrespeitoso do Congresso e da CPI”.
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''QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?''
SINOPSES - RESUMO DOS JORNAIS
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No mesmo dia em que a J&F Holding confirmou que assumirá o controle da Delta Construções — investigada por desvios e alvo da CPI do Cachoeira —, o presidente-tampão do Conselho Administrativo da empreiteira, Carlos Alberto Verdini, afirmou que a empresa tem direito adquirido em relação a contratos assinados com o poder público e ameaçou ir à Justiça receber o dinheiro. Segundo ele, a Delta tem R$ 4,5 bilhões em 200 contratos com União, estados e municípios, e é credora de quase R$ 1 bilhão. A J&F Holding, que controla o frigorífico JBS, assumirá a gestão da Delta, mas só decidirá se compra a empreiteira após auditoria. O BNDES detém 31,41% da JBS, principal empresa sob controle da J&F Holding. (Págs. 1, 3 a 11 e Merval Pereira)
Míriam Leitão
O JBS vai fazer agora um grande favor ao governo e um grande negócio, ao mesmo tempo. Até então, o grupo tinha feito grandes negócios com favores do governo. (Págs. 1 e 30)
Comissão de Ética criada por Cabral ameaça renunciar (Págs. 1 e 12)
Matthew Norman
Será uma ironia se a UE, criada sobre as cinzas do extremismo, reavivar tais forças com sua austeridade.
Fotolegenda: Enquanto isso, naquela ilha: com suas roupas e perucas tradicionais, os lordes da Câmara alta do Parlamento britânico aguardam o discurso de Elizabeth II, que anunciou a intenção do governo de tornar seus cargos eletivos. (Págs. 1 e 39)
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse que os ataques que sofre por não ter investigado Demóstenes Torres (ex-DEM) em 2009 partem de quem “está morrendo de medo do julgamento do mensalão".
Sem citar nomes, Gurgel disse ser “compreensível” que pessoas que buscam proteger os réus do mensalão, denunciados pela Procuradoria, queiram fazer ataques a ele e a ministros do STF, que julgarão o caso. (Págs. 1 e Poder A4)
Eliane Cantanhêde
Contra fatos e contra fitas não há argumentos. (Págs. 1 e OPinião A2)
A Câmara vai bancar para todos os parlamentares o pagamento do tributo, mesmo os atrasados. Neste ano, o gasto será de R$ 89,6 mil.
A Casa alega que o custo operacional da cobrança da taxa (R$ 208 por ano) supera o seu valor. (Págs. 1 e Poder A12)
O dólar subiu e fechou a R$ 1,963, o maior valor desde julho de 2009. (Págs. 1 e Poder A11)
Alvo da base aliada na CPI do Cachoeira, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, acusou os réus do mensalão de serem os mentores dos ataques contra ele. Parlamentares envolvidos na investigação contra a organização criminosa chefiada por Carlinhos Cachoeira afirmam que o procurador-geral prevaricou, pois havia indícios das ações de Cachoeira e de seus elos com políticos desde 2009, na chamada Operação Vegas, da Polícia Federal. Sem apontar um responsável, Gurgel afirmou que é “notório” quem seria o principal interessado nas críticas, mas negou-se a responder se seria o ex-deputado José Dirceu, acusado pelo Ministério Público de ser o ‘chefe da quadrilha” que operou o mensalão. As críticas, insinuou o procurador, seriam uma estratégia de réus do mensalão para fragilizar a acusação e seus julgadores - ministros do Supremo Tribunal Federal. (Págs. 1 e Nacional A4)
Análise: Dora Kramer
Gente diferenciada
Roberto Gurgel é um alvo antecipado, assumida e calculadamente escolhido pelo PT. (Págs. 1 e Nacional A6)
Roberto Gurgel
Procurador-geral da República
“O que nós temos são críticas de pessoas que estão morrendo de medo do julgamento do mensalão”
“(O mensalão) é o atentado mais grave que já tivemos à democracia brasileira”
Barack Obama
Presidente dos EUA
“Pessoas do mesmo sexo devem ser capazes de se casar”
Os juízes encarregados de zelar pela Constituição qualificaram-na como um texto marginal ao reescrevê-la de forma a inscrever a raça na lei. (Págs. 1 e Espaço Aberto A2)
Governo e empresários brasileiros acabam legitimando uma política abusiva da Argentina. (Págs. 1 e A3)
Nas atuais circunstâncias, estrear na área da construção com a empresa de Fernando Cavendish, dono de 80% do capital da Delta, é um risco que a J&F decidiu correr, já que não terá ônus. Ela mira as dezenas de obras para a Copa de 2014, os Jogos Olímpicos, o Programa de Aceleração do Crescimento e contratos com a Petrobras. Uma das dez maiores construtoras do país, a Delta tem apenas 1% de suas receitas provenientes de serviços ao setor privado. (Págs. 1 e A6)
Os números mostram a solidez do mercado de trabalho, o que deve garantir um impulso â demanda nos próximos meses, ainda que o nível elevado de endividamento de muitas famílias pareça limitar a capacidade de consumo. A massa salarial é a combinação da variação do nível de emprego com a da renda real (descontada a inflação). (Págs. 1 e A4)
O governo também poderá alterar a legislação para baixar o limite da taxa de juros nos financiamentos imobiliários firmados no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação, que é de até 12% ao ano mais TR. Seria uma forma de “forçar” os bancos a repassar aos clientes a redução do custo de captação de recursos a partir das mudanças feitas na caderneta de poupança. (Págs. 1, C1 e C16)
Autoridades disseram que a flexibilização provavelmente não se limitará à delicada meta de déficit da Espanha. Entre outros países que podem se beneficiar no futuro está a França, que teria de efetuar cortes significativos para atingir a meta de déficit público em 2013, o que dificultaria a promessa de estímulo ao crescimento econômico do presidente eleito, o socialista François Hollande. (Págs. 1 e B11)
O ministro dos Transportes, Paulo Passos, diz que está analisando a situação e promete uma decisão rápida, já que muitas intervenções necessárias ainda aguardam uma definição do governo federal. (Págs. 1 e A2)
Com tantos projetos de aumento salarial em tramitação, governo não terá ajuda para equilibrar as contas em 2013. (Págs. 1 e A2)
Caminho para recuperação sustentável está em evitar volta dos gastos irresponsáveis e insustentáveis de antes da crise. (Págs. 1 e A13)