PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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valor ...ria...nine

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sexta-feira, fevereiro 22, 2008

XÔ! ESTRESSE [In:] A TODO GÁS...













[Chargistas: Lane, Sponholz, Jean, Paixão, Erasmo, Sinovaldo, Gilmar].

FIDEL CASTRO vs. EUA: MUDANÇAS, JÁ!

Fidel Castro rejeita mudança em Cuba após sua renúncia

De “consciência tranqüila” pela decisão tomada na última terça-feira (19), Fidel Castro garantiu que sua renúncia à presidência de Cuba não provocará uma "mudança” como espera o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, em um artigo publicado nesta sexta-feira (22), o primeiro depois de anunciar publicamente que não pretende seguir no comando do país.
Sob o título "Reflexões do companheiro Fidel", uma lembrança ao texto que anunciou sua renúncia ("Reflexões do Comandante-em-Chefe"), Fidel aborda a reação de seu "adversário" à mensagem publicada terça-feira, na qual anunciava que não aspiraria a um novo mandato de presidente. "Bush disse que minha mensagem era o início do caminho da liberdade de Cuba, ou seja, a anexação", expressou Fidel, que se afastou da atividade política após 19 meses de recuperação de uma grave doença intestinal (leia mais aqui) e depois de passar 49 anos no poder.
Recado aos pré-candidatos americanos
Castro, de 81 anos, disse que acompanhou pela televisão as reações dos pré-candidatos que exigem mudanças em Cuba. “Meio século de bloqueio parece pouco para os pré-candidatos. Eles gritam em uníssono ‘mudança, mudança, mudança’ e eu concordo com eles. Mas a ‘mudança’ nos Estados Unidos”, escreveu. Fidel comentou ainda que após a renúncia anunciada pretendia seguir escrevendo no jornal estatal uma vez a cada dez dias. “Mas não posso ficar em silêncio tanto tempo”, disse. “É preciso abrir um fogo ideológico sobre eles”, completou. Da France Presse/G1. 2202.

HELIÓPOLIS/SP [In:] VOLTAS ÀS AULAS (Pá!)



De Portugal para Heliópolis

Os 1,3 mil alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Presidente Campos Salles, em Heliópolis, periferia da Zona Sul, encontraram uma escola totalmente diferente na volta às aulas. Durante as férias as paredes internas foram derrubadas. Em vez das 10 classes onde estudavam, eles se depararam com 4 grandes salões onde passaram a estudar diariamente com colegas de outras duas turmas. Além do espaço físico, as aulas também mudaram: são eles quem definem a ordem das atividades que realizam ao longo do período escolar, o que pode variar desde pesquisas no computador até exercícios matemáticos. E a avaliação é contínua, apenas com provas semestrais. Um grupo de quatro alunos - duas meninas e dois meninos - estava empolgado com a classe que dividiam com outra turma de 4ª série. 'É muito divertido estudar com as outras turmas', disse um deles enquanto ajudava uma aluna a concluir o sudoku (jogo japonês). Essa mudança física e ideológica é fruto de um modelo pedagógico - adotado por essa escola municipal há dois anos - que foi inspirado na Escola da Ponte, de Portugal, onde os alunos estudam com colegas de diferentes idades (veja ao lado). A adoção da nova pedagogia, segundo Braz Rodrigues Nogueira, que é diretor dessa Emef desde 1999, foi uma decisão tomada em conjunto com a comunidade de Heliópolis para melhorar o aprendizado dos alunos. 'Como tínhamos casos de crianças com sérias dificuldades de leitura e escrita, percebemos que aquele modelo tradicional de carteiras enfileiradas e o professor na lousa não estava funcionando.' É neste contexto que o modelo da Escola da Ponte se encaixou. 'Apresentamos a proposta a todos os professores na época, que aprovaram esse novo modelo.' Entretanto, Braz explica que, após dois anos, a derrubada das paredes internas fez-se necessária para que a nova pedagogia fosse colocada em prática. A orientação dada aos docentes é que formassem grupos de alunos e que os motivassem a tirar as dúvidas entre si, antes de consultar o professor. 'Mas notamos que alguns professores adotaram a pedagogia da 'maçaneta'. Ao fechar a porta, davam aulas tradicionais.' O JT visitou ontem a Emef Campos Salles e acompanhou as aulas de 1ª a 4ª séries nos novos salões. Em cada um deles, diferentes turmas de uma mesma série tinham aulas juntas. Em espaços com mais de 100 alunos, os professores conseguiram manter a ordem e os estudantes se engajaram na realização de tarefas em conjunto. Maria Carolina Carmelossi, professora de 3ª série que ingressou na Emef este ano, aprovou a novidade. 'Achei que seria impossível manter mais de 100 alunos em um salão, mas eles realmente definem entre eles as atividades que vão fazer do roteiro proposto.' As aulas são divididas por três áreas: linguagem e suas tecnologias (o que inclui português, informática, educação artística); ciências naturais (matemática e ciências) e ciências humanas (história e geografia), e não por disciplinas. 'Nós professores elaboramos um roteiro dentro dessas áreas e entregamos aos alunos. Eles é que buscam o conhecimento nos livros. O professor atua como um orientador', explica a professora de informática Mara Lúcia de Napoles. No entanto, alguns professoras ainda têm dificuldades. E Braz reconhece que essa transformação leva tempo para se consolidar.
A ESCOLA DA PONTE
Idealizada pelo educador português José Pacheco, a Escola da Ponte é uma instituição de ensino pública, que fica em Vila das Aves, a 30 Km do Porto. Fundada há 32 anos para atender crianças carentes, só recentemente é que foi reconhecida pelo Ministério da Educação de Portugal. Seu modelo pedagógico não trabalha com segmentação em anos de escolaridade, não oferece aulas expositivas e aboliu as provas e a padronização do horário. São os alunos que buscam o conhecimento em conjunto. O professor atua como um orientador desse processo. Os resultados dessa nova pedagogia, porém, levaram mais de 20 anos para serem reconhecidos quando as avaliações nacionais de ensino de Portugal mostraram que os alunos que estudaram na Escola da Ponte apresentaram desempenho similar ou até melhor dos que estudaram em escolas tradicionais. MARIA REHDER, maria.rehder@grupoestado.com.br. Folha Online, foto matéria.

CPI/CARTÃO CORPORATIVO [In:] "SOB O MEU PONTO DE VISTA"




O impasse que impede o governo de compartilhar com a oposição o comando da CPI dos Cartões tem nome. Chama-se Lula. Em reunião realizada na quarta-feira (20), no Planalto, o presidente informou aos seus dois principais operadores políticos que é contra a idéia de entregar ao tucanato a presidência da comissão. Ouviram-no o coordenador político José Múcio e o líder no Senado Romero Jucá.
Lula foi taxativo. Disse que o regimento do Congresso assegura aos dois maiores partidos –PMDB e PT—a indicação do presidente e do relator da CPI. Portanto, não considera razoável que o governo ceda um dos postos à oposição. Defende a manutenção dos nomes já indicados: para a presidência, o senador Neuto de Conto (PMDB-SC); para a relatoria, o deputado Luiz Sérgio (PT-RJ).
Na véspera, terça-feira (19), de volta de uma viagem ao Espírito Santo, Lula já havia compartilhado sua opinião com um outro parlamentar governista. Fora igualmente enfático. Falara do respeito ao regimento e do descabimento da pretensão oposicionista. O interlocutor ponderou que a intransigência poderia envenenar a atmosfera do Congresso. Lula deu de ombros. O congressista reteve da conversa a impressão de que o presidente está se lixando para o esperneio da oposição. Lula recebera naquela mesma terça-feira a boa nova da última pesquisa de opinião. Sua popularidade roçara as nuvens: 66,8%. Na próxima semana, vai tentar mudar de assunto. Enviará ao Congresso o projeto de reforma tributária. Se PSDB e DEM preferirem dar ênfase à encrenca dos cartões, pouco se lhe dá. Na noite de quarta-feira (20), Romero Jucá tocara o telefone para o senador Sérgio Guerra (PE), presidente do PSDB. Disse-lhe que voltaria ao tema da CPI em reunião dos líderes governistas, no Planalto. Propugnaria pelo entendimento com a oposição. O encontro mencionado por Jucá, de fato, ocorreu. Deu-se nesta quinta-feira (21). Mas o tema levado à mesa foi outro: a reforma tributária. Os poucos que se animaram a tratar de CPI o fizeram lateralmente. Ainda assim, para esgrimir tese oposta à de Jucá. Por exemplo: o deputado Maurício Rands (PE), líder do PT no Câmara, disse que seu partido não cogita abraçar a tese da divisão do comando da CPI. No final da tarde, em diálogo com o colega José Agripino Maia (RN), líder do DEM, Jucá disse que Lula o havia liberado para resolver o problema da CPI no âmbito do Congresso. O que o consórcio governista resolvesse estaria bem resolvido. Meia verdade. Convenientemente, Jucá omitiu de Agripino a metade referente ao ponto de vista de Lula, frontalmente contrário à reivindicação da oposição. Uma opinião que Jucá ainda espera reverter a partir de uma costura feita no Legislativo. Impossível? Não. Mas será difícil convencer os governistas a ceder espaço à oposição contra a opinião de Lula. Numa tentativa de ganhar tempo, arrastou-se para o centro da articulação o presidente do Senado. Garibaldi Alves (PMDB-RN) prometera a Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB, que leria no plenário, ainda nesta quinta, o pedido de abertura da segunda CPI dos Cartões. Uma comissão só do Senado, sem a presença de deputados, urdida por tucanos e ‘demos’ justamente para pressionar o governo a ceder à oposição a presidência da outra CPI, a mista. Garibaldi, porém, voou para São Paulo. Tinha encontro marcado com o governador José Serra. Deixou para trás uma recomendação que irritou Virgílio. Antes de ser levado ao plenário, o requerimento da CPI exclusiva do Senado teria de ser discutido numa reunião de líderes, marcada para terça-feira (26) da semana que vem. Em privado, Virgílio disse que sua “paciência” com Garibaldi está “no limite”. No plenário, comparou a gestão de Lula à do general Figueiredo. Disse que, sob o último presidente da ditadura militar, houve duas CPIs no Senado: a do escândalo Coroa-Brastel e a do BNH. Na primeira, disse Virgílio, o relator foi o então deputado Alberto Goldman (SP), à época um comunista abrigado sob o guarda-chuva do PMDB. O líder tucano espetou: “Nem a ditadura se intrometeu dessa maneira no Legislativo. Nem o regime militar usou sua maioria para praticar esse tipo de manobra.” Virgílio e Agripino deliberaram o seguinte: se a oposição não obtiver a presidência da CPI mista dos Cartões, PSDB e DEM se esquivarão de indicar os seus representantes na comissão, o que a impediria de funcionar. Priorizariam a CPI do Senado, onde terão assento na direção e equilíbrio no plenário. “Se eles não indicarem, eu indico”, dissera Garibaldi antes de viajar para São Paulo. “Se ele indicar alguém do PSDB, num gesto de ousadia, eu destituo imediatamente”, redargüiu Virgílio. Parte dos senadores do PMDB, como sói acontecer, enxergou no sururu que se arma no Senado uma avenida de oportunidades. A bancada do partido organiza para a próxima semana um jantar dos descontentes. Queixam-se da demora do Planalto em nomear os seus apadrinhados para estatais do setor elétrico. Empresas que pendem do organograma do ministério das Ministério das Minas e Energia, confiado ao neo-peemedebista Edison Lobão (MA). O repasto dos insatisfeitos, ainda sem data marcada, deve ocorrer na casa de Valter Pereira (PMDB-MS). No final do ano passado, em jantar semelhante, oferecido pelo mesmo senador, os peemedebistas armaram uma revolta que transformou Roberto Mangabeira Unger em ministro sem pasta.
Escrito por Josias de Souza, Folha Online, 2202. Foto Sérgio Lima/Folha.

PETROBRAS: PIRATARIA EM TERRA FIRME

Petrobras foi vítima de dois roubos, revela perito da PF

O “Jornal Nacional” ouviu, com exclusividade, o perito da Polícia Federal que examinou o contêiner da Petrobras atacado por ladrões. Ele revelou que houve outro roubo - fora do contêiner - de equipamentos com informações sobre a empresa. Os investigadores ouviram nesta quinta-feira (21) três funcionários da Petrobras e três da Halliburton, uma das empresas responsáveis pelo transporte do material roubado. O “Jornal Nacional” conseguiu falar pela primeira vez com o perito da Polícia Federal que examinou, no dia 1º de fevereiro, o contêiner arrombado da Petrobrás. Isaque Martins concordou em conversar por telefone. Ele revelou novos dados sobre o roubo. E disse que a perícia foi prejudicada pela falta de cuidado. “Fui informado de cara que o local, não houve preservação. Após ter sido constatada a troca do cadeado e arrombado através de um alicate para verificação do material interno, várias pessoas entraram no local. Isso prejudica o trabalho da perícia totalmente.” Segundo o relato do perito, os quatro laptops roubados e uma impressora estavam em caixotes de madeira guardados dentro do contêiner, onde trabalhavam os técnicos que descobriram o campo gigante de gás de Júpiter, na Bacia de Santos.
Computador de mesa
De acordo com o perito, funcionários da Halliburton disseram que houve um outro roubo de material da Petrobras, que não estava no contêiner e que ainda não tinha sido comunicado à polícia: um computador de mesa, que em inglês é chamado de desktop. “Eu fui informado de que também tinha havido um outro episódio de roubo de um desktop em uma outra situação que não me foi exatamente esclarecida”, disse o perito. Segundo o perito, os bandidos retiraram do computador dois pentes de memória e dois discos rígidos, que armazenavam grande quantidade de informações importantes. "Me foi informado que ele continha informações de perfuração."Entretanto, ele não disse não ter sido informado sobre qual região as informações contemplavam. “Não. Esse computador não." Ontem, o "Jornal Nacional" mostrou com exclusividade o registro de ocorrência da Polícia Civil, que revelou a relação completa de todos os itens roubados. Hoje o superintendente da Polícia Federal do Rio, Vadinho Caetano, não quis comentar o andamento das investigações. "Quanto à Petrobras eu nao vou falar absolutamente nada por mais que o senhor insista."
Do G1, com informações do Jornal Nacional. 2202.

"QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?"

STF suspende processos contra jornais baseados em parte da Lei de Imprensa. O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Carlos Ayres Britto concedeu parcialmente liminar para a ADPF (Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental) ajuizada pelo PDT, que pedia a revogação da Lei de Imprensa --que regula a liberdade de manifestação do pensamento e de informação-- alegando que ela viola diversos preceitos constitucionais. (...) "Imprensa e democracia, na vigente ordem constitucional brasileira, são irmãs siamesas",diz Britto em seu despacho. "Em nosso país, a liberdade de expressão é a maior expressão da liberdade, porquanto o que quer que seja pode ser dito por quem quer que seja."
A igreja que educa mal. Os cofres da Fundação Renascer, o braço social da Igreja Renascer em Cristo, podem sofrer um abalo. ÉPOCA teve acesso a um relatório do Ministério da Educação que determina que a entidade devolva R$ 958.623,15 ao governo federal. O valor corresponde à metade do que foi repassado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) em dois convênios firmados com a Fundação. Os acordos, de 2003 e 2004, previam a alfabetização de 23 mil jovens e adultos e a formação de 620 professores. Como até o ano passado a entidade não havia comprovado a execução total dos programas, a Controladoria Geral da União (CGU) pediu que o FNDE reexaminasse todos os documentos de prestação de contas. Solange Azevedo. 2202.
McCain nega acusação de que teria ligação com lobista. OHIO, Estados Unidos - O senador republicano John McCain afirmou nesta quinta-feira, 21, que uma reportagem do New York Times sugerindo que ele teve uma relação imprópria com uma lobista do campo das telecomunicações "não é verdadeira", e negou ter mantido uma relacionamento amoroso com ela. "Não é verdade", assegurou o pré-candidato do Partido Republicano à presidência dos Estados Unidos numa entrevista coletiva, tendo a seu lado sua mulher, Cindy. McCain garantiu que é apenas amigo da lobista em questão, identificada como Vicki Iseman. Associated Press. 2202.

Desabamento do Palace 2 completa dez anos; vítimas buscam indenização. Há dez anos, vítimas do desabamento do edifício Palace 2, no Rio, vivem imersos em imbróglios judiciais, em busca de indenizações. No dia 22 de fevereiro de 1998, um sábado de Carnaval, o prédio --de 22 andares-- desabou parcialmente, matando oito pessoas e deixando 150 famílias desabrigadas. O acidente aconteceu em plena Barra da Tijuca, bairro de classe média alta na zona oeste e que estava no auge de seu boom imobiliário. Até hoje, menos de um décimo do valor do patrimônio do empresário e ex-deputado federal Sérgio Naya --dono da construtora Sersan e que acabou absolvido pela Justiça-- chegou de fato às mãos das vítimas, apurou a Folha Online. LUISA BELCHIOR. Colaboração para a Folha Online, no Rio. Foto Folha Imagem.
Lojas inglesas instalam repelente para crianças e adolescentes. Dispositivo emite som de alta freqüência que afugenta só menores de 20 anos de idade. Entidades de defesa dos direitos humanos se unem para banir o aparelho do mercado. G1/Da Associated Press.

CPMF & INFLAÇÃO: NEM TUDO QUE SOBE, DESCE!

Redução da carga após o fim da CPMF não foi repassada aos preços

A CPMF acabou, mas o consumidor não viu nenhum benefício nos preços. Pelo contrário: em vez de ficarem mais baratos, como era de se esperar com a redução da carga tributária, alguns produtos até encareceram, segundo levantamento realizado pelo professor Marcos Cintra, da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ele mostra que no preço final de um automóvel, por exemplo, 1,69% correspondia à CPMF, cobrada várias vezes durante a produção do bem. Portanto, o fim do tributo, em 1º de janeiro, deveria provocar uma queda da mesma magnitude nos preços. O que se viu, porém, foi uma alta de 0,26%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na pesquisa do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro. Para a indústria farmacêutica, a CPMF pesava 1,49%, mas em janeiro a alta dos preços foi de 0,15%. Nos eletroeletrônicos, o tributo pesava 1,74%, mas os produtos subiram 0,11%. Nos serviços pessoais, a CPMF representava 1,31% dos preços e a alta de janeiro chegou a 0,64%. Nos transportes, o tributo pesava 1,33% e seu fim não impediu uma alta de 0,4%. No café, o peso da CPMF é o mais alto: 2,25%. Em janeiro, o preço do café moído subiu 0,16%."Em janeiro, a CPMF deixou de ser cobrada, mas a tendência de alta da inflação foi confirmada", disse Cintra. "Concluo que ela ficou na margem empresarial." O professor reconhece que outros fatores podem ter influenciado, mas algum reflexo nos preços deveria ter aparecido. Mas chama a atenção a tendência geral da economia. Segundo ele, na média dos preços, a CPMF pesava 1,61%. Ou seja, houve um choque deflacionário desse valor. Não é um corte pequeno, considerando que a inflação anual é de cerca de 4%. As empresas não repassaram ao consumidor a queda da CPMF porque a concorrência no País é baixa, avalia Cintra. "Se este fosse um mercado competitivo, o preço deveria cair." Não foi o que se viu. A inflação, que já vinha numa tendência de alta, continuou com o mesmo comportamento em janeiro, quando o IPCA subiu 0,54%.Cintra, conhecido por sua militância em prol de um imposto único, não esconde a sua simpatia pela CPMF. Ele acha que a carga tributária é elevada, mas preferia a eliminação de outros tributos em vez da CPMF. "Acho que jogaram o bebê fora junto com a água da banheira."
LUTA DE CLASSES
"Sabíamos que a derrota da CPMF não iria trazer melhoria para a maioria da população e sim retirar recursos de programas como o SUS (Sistema Único de Saúde) e aposentadoria rural", disse a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), que usou dados de Cintra para fazer um discurso na segunda-feira. "O fim da CPMF serviu para concentrar mais renda, pois engordou a margem de lucro das empresas." Em entrevista ao Estado, ela atacou o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. "O Skaf disse que o fim da CPMF não tirou dinheiro dos pobres. Tirou sim, e os ricos embolsaram." Classificando Ideli de "viúva da CPMF", a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), que deu parecer contrário no projeto de lei que prorrogaria o tributo, afirmou que o fim da CPMF beneficiou principalmente os mais pobres. Segundo ela, 60% da arrecadação saía do consumo e a população de menor renda é a que mais paga tributos indiretos em proporção à renda. "Pode não ter tido impacto no preço dos produtos, mas certamente apareceu no bolso das classes C, D e E." O alívio tributário proporcionado pelo fim da CPMF, disse Kátia Abreu, está sendo convertido em mais investimentos das empresas. "Nós vamos ver reflexo no crescimento do Produto Interno Bruto, na geração de empregos." Segundo o diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Nathan Herszkowicz, o setor não reajustou seus preços em janeiro. Os preços estão parados há seis meses e não há negociações com os supermercados para elevá-los. A alta de preços captada pelo IPCA, acredita ele, pode ser explicada pelo fim de promoções no varejo. Já o presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato, atribui à demanda aquecida o fato de os preços ao consumidor não terem caído após o fim da CPMF. Lu Aiko Otta. 2202.