PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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valor ...ria...nine

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segunda-feira, setembro 02, 2013

MENSALÃO: AQUI, ALI, ALHURES. A DIFERENÇA É A MOSCA (ditado popular)

02/09/2013
Mensalão mineiro deve começar a ser julgado em 2015, diz promotor


Enquanto a fase de apelações do julgamento do mensalão caminha para seu fim no Supremo Tribunal Federal (STF), dez réus do chamado mensalão mineiro devem esperar pelo menos até 2015 para ouvir o veredito da Justiça de Minas Gerais. Entre eles, estão o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza e o ex-ministro do governo Lula, Walfrido dos Mares Guia.

Em entrevista ao Valor, o promotor público estadual João Medeiros disse que de 2011 até agora, ouviu cerca de 20 testemunhas arroladas pelo Ministério Público Estadual de Minas. Além delas, já depuseram aproximadamente 40 testemunhas a pedido de seis dos réus. Restam algo como 30 testemunhas dos demais quatro réus, disse Medeiros.

O mensalão mineiro, diferentemente do processo do mensalão julgado pelo STF, não se trata de uma acusação de compra de apoio parlamentar, como no caso do primeiro mandato do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT. O que os promotores afirmam é que se trata de um caso de desvio de verbas públicas para bancar a campanha de reeleição em 1998 do então governador Eduardo Azeredo (PSDB) e de seu candidato a vice-governador Clésio Andrade (PMDB).

Os crimes são de peculato e lavagem de dinheiro. A ação que corre em Minas contra os dez réus está na 9ª Vara Criminal da Justiça de Minas Gerais. Azeredo tem atualmente mandato de deputado federal e Andrade, de senador - ambos por Minas. Por terem foro privilegiado, seus casos estão no Supremo, segundo o promotor. Ainda não há previsão clara sobre quando o Supremo irá julgá-los.

Ao ser questionado sobre o mensalão mineiro, Rodrigo Janot, que na semana passada teve sua indicação para o cargo de procurador-geral da República aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado, disse que o caso deve seguir o mesmo padrão do mensalão do PT.

"No caso dos processos da Ação Penal 565 [mensalão mineiro] e da Ação Penal 470 [mensalão petista], o tratamento tem que ser isonômico. Nós estamos tratando ali com uma questão de forma profissional", declarou. "Na minha terra, se diz que pau que dá em Francisco, dá em Chico."

Para os réus cujos processos ficaram em Minas o horizonte parece um pouco mais nítido. "Acho improvável terminar neste ano a fase das testemunhas de defesa. É mais realista esperar que eles sejam ouvidos no primeiro semestre de 2014", disse Medeiros. "A partir do primeiro semestre também já dá para iniciarmos os interrogatórios dos réus."

Essa será a primeira oportunidade de eles darem suas versões diante do juiz e do promotor. "Dificilmente esses interrogatórios serão concluídos em 2014", disse o promotor. Depois dos interrogatórios, vem uma fase de últimos e eventuais ajustes e o processo estará pronto para ser julgado. Medeiros avalia que no fim de 2014 e mais provavelmente no início de 2015 o processo deverá estar pronto para ser julgado. O processo foi enviado pelo STF à promotoria e à Justiça de Minas em 2009 - após ter sido desmembrado. Para o promotor, o caso tramita numa velocidade razoável e dentro do possível, apesar das críticas de advogados em relação à lentidão.

Marcos Valério e seus ex-sócios, Cristiano Paz e Ramon Hollerbach, são réus do processo em Minas; além deles, Cláudio Mourão, então secretário de Administração do governo e tesoureiro da campanha; Eduardo Guedes, subsecretário comunicação de Azeredo; Walfrido dos Mares Guia Neto, então vice-governador que teria atuado na coordenação de campanha de Azeredo; e também Fernando Moreira Soares, Lauro Wilson de Lima Filho, Renato Caporali Cordeiro e José Afonso Bicalho Beltrão da Silva. Todos os réus, incluindo Azeredo e Andrade, negam que tenham cometidos os crimes do qual são acusados.

Mares Guia apesar de já ter completado 70 anos decidiu não pedir que seu nome fosse retirada da ação por dizer-se convicto de que será inocentado.

Medeiros diz que o enredo no qual a promotoria acredita se resume dessa forma: antes das eleições de 1998, três empresas mineiras desembolsaram um total de R$ 3,5 milhões (em valores da época) como patrocínio de eventos esportivos. As empresas eram a companhia pública de saneamento de Minas, a Copasa, a Comig (atual Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais) e subsidiárias do grupo Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge), que foi privatizado naquele ano e comprado pelo Itaú. Os eventos patrocinados com os R$ 3,5 milhões eram o Enduro da Independência de Motocross, uma etapa do mundial de motocross e o Iron Bike, de mountain bike.

O dinheiro, segundo apontaram quebras de sigilos bancários feitos pela Polícia Federal, disse Medeiros, foram para a agência de publicidade de Valério e dos sócios, SMP&B, organizadora dos eventos. Mais ou menos no mesmo período dos depósitos, a agência contraiu empréstimos - que não necessariamente batiam com os valores dos patrocínios - no Banco Rural.

A agência, de acordo com a acusação, usou recursos dos empréstimos para pagar lideranças políticas e outras pessoas que organizavam e trabalhavam na campanha. E usou os recursos dos patrocínios para quitar os empréstimos.

"Para o Ministério Público as provas são muito boas e com elas consegue-se estabelecer claramente que os crimes de peculato e de lavagem de dinheiro ocorreram, isso apesar dessa tentativa de obscurecer o caminho do dinheiro, que é exatamente a lavagem de dinheiro", diz Medeiros.

Dos réus, três (Valério, Hollerbach e Paz) já foram condenados pelo STF por crimes relacionados a crimes no esquema do mensalão no governo Lula. Embora os dois "mensalões" não tenham relação direta, Medeiros espera que o STF influencie o desfecho em Minas. "Espero que esse entendimento rigoroso em casos de crimes contra a administração pública seja acompanhado pelas demais instâncias."


adicionada no sistema em: 02/09/2013 01:04

''QUANDO SERÁ?/ O DIA DA MINHA SORTE..." (Zé Rodrix)

02/09/2013
Celas reformadas para receber presos ilustres


A Secretaria de Segurança Pública apressa reforma no Centro de Progressão Penitenciária (CPP), no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), um dos prováveis destinos dos réus no processo do mesalão

Obra sob medida para abrigar mensaleiros

Apontado como um dos possíveis destinos dos condenados no mensalão, complexo no Setor de Indústria e Abastecimento passa por reforma e terá cubículos diferenciados para políticos e pessoas notórias, com cama móvel, fiação para tevê e piso de cerâmica

Ana Maria Campos
» João Valadares
» Kelly Almeida


A Secretaria de Segurança Pública do DF se prepara para a eventualidade de receber em regime semiaberto condenados no processo do mensalão. Reforma e ampliação no Centro de Progressão Penitenciária (CPP), no Setor de Indústria e Abastecimento de Brasília (SIA), inclui a adaptação de salas para internos com notoriedade que devem ser separados dos demais por questão de segurança. São ambientes destinados a detentos com alto poder econômico, político ou conhecidos na sociedade. Por causa do perfil, são considerados no sistema penitenciário alvos de rebeliões, extorsões ou outro tipo de exploração por condenados perigosos.

O subsecretário do Sistema Penitenciário do DF, delegado da Polícia Civil Cláudio de Moura Magalhães, explica que a iniciativa está incluída na ampliação do CPP para mais 600 vagas, atendendo uma demanda de internos que já progrediram do regime fechado para o semiaberto e estão hoje alojados inadequadamente no Centro de Internamento e Reeducação (CIR), no Complexo da Papuda. Uma ala separada do galpão onde dormem os internos do regime semiaberto será adaptada. Estes passam a noite em beliches ou treliches lado a lado.

Como no caso do deputado federal Natan Donadon (sem partido-RO), que está isolado dos demais presos numa cela no Pavilhão de Segurança Máxima (PSM), outros parlamentares que venham a cumprir pena no DF não serão misturados aos demais presidiários. “Não é uma regalia. É uma questão de segurança, de necessidade no sistema penitenciário”, ressalta Magalhães. “Quem tem notoriedade fica vulnerável e precisa ser separado da massa, sob pena de ser vítima de extorsão, por exemplo”, explica.
O subsecretário diz que esses internos não terão privilégios em relação aos demais. Ao deixar o complexo da Papuda para defender a sua absolvição no plenário da Câmara dos Deputados na semana passada, Donadon reclamou da comida e da falta de água para tomar banho. 

Segundo Magalhães, todos que cumprem pena no DF têm o mesmo tratamento: banho frio e refeições sem tempero ou gordura. “A alimentação pode não ser tão saborosa como em restaurantes de Brasília, mas posso garantir que as refeições são saudáveis para todos”, acrescenta. O subsecretário afirma ainda que gostaria de providenciar banho quente para todos os detentos, mas essa medida representa risco pelo acesso dos presos à fiação elétrica. A água do banho sai por um cano, sem chuveiro.

No plenário da Câmara, Donadon disse que usou uma garrafa de água emprestada de um colega de presídio porque o chuveiro não funcionou no dia em que a cassação dele foi deliberada no Congresso. “Foi uma coincidência. Faltou água apenas naquele dia de manhã na ala em que ele cumpre pena. Às 17 horas, a água foi restabelecida”, acrescenta. 

Condenado a 13 anos em regime fechado, por peculato e formação de quadrilha, Donadon, não toma banho de sol com os demais presos na Papuda. Fica separado dos demais. “Deixá-lo no pátio seria condená-lo à morte”, ressalta.

Segundo o subsecretário do Sistema Penitenciário, há pressa para a conclusão da reforma das alas que vão receber presos com notoriedade. “Precisamos nos preparar”, diz. O delegado, no entanto, garante que não há até agora nenhum indicativo de que políticos condenados no processo do mensalão serão designados para as unidades penitenciárias do Distrito Federal. “Essa é uma decisão que cabe ao Supremo Tribunal Federal (STF) ou ao juiz da Vara de Execuções Penais. Não temos nenhum indicativo de que eles (condenados) virão para cá”, diz. Outro preso ilustre que deverá cumprir pena em regime semiaberto no CPP é o empresário Wagner Canhedo, condenado a quatro anos, cinco meses e 10 dias por sonegação fiscal e fraude tributária no recolhimento de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da extinta Vasp, no estado de Santa Catarina. (leia mais na página 21).


adicionada no sistema em: 02/09/2013 12:45


02/09/2013
Obra sob medida para abrigar mensaleiros


Apontado como um dos possíveis destinos dos condenados no mensalão, complexo no Setor de Indústria e Abastecimento passa por reforma e terá cubículos diferenciados para políticos e pessoas notórias, com cama móvel, fiação para tevê e piso de cerâmica

Ana Maria Campos
» João Valadares
» Kelly Almeida


A Secretaria de Segurança Pública do DF se prepara para a eventualidade de receber em regime semiaberto condenados no processo do mensalão. Reforma e ampliação no Centro de Progressão Penitenciária (CPP), no Setor de Indústria e Abastecimento de Brasília (SIA), inclui a adaptação de salas para internos com notoriedade que devem ser separados dos demais por questão de segurança. São ambientes destinados a detentos com alto poder econômico, político ou conhecidos na sociedade. Por causa do perfil, são considerados no sistema penitenciário alvos de rebeliões, extorsões ou outro tipo de exploração por condenados perigosos.

O subsecretário do Sistema Penitenciário do DF, delegado da Polícia Civil Cláudio de Moura Magalhães, explica que a iniciativa está incluída na ampliação do CPP para mais 600 vagas, atendendo uma demanda de internos que já progrediram do regime fechado para o semiaberto e estão hoje alojados inadequadamente no Centro de Internamento e Reeducação (CIR), no Complexo da Papuda. Uma ala separada do galpão onde dormem os internos do regime semiaberto será adaptada. Estes passam a noite em beliches ou treliches lado a lado.

Como no caso do deputado federal Natan Donadon (sem partido-RO), que está isolado dos demais presos numa cela no Pavilhão de Segurança Máxima (PSM), outros parlamentares que venham a cumprir pena no DF não serão misturados aos demais presidiários. “Não é uma regalia. É uma questão de segurança, de necessidade no sistema penitenciário”, ressalta Magalhães. “Quem tem notoriedade fica vulnerável e precisa ser separado da massa, sob pena de ser vítima de extorsão, por exemplo”, explica.

O subsecretário diz que esses internos não terão privilégios em relação aos demais. Ao deixar o complexo da Papuda para defender a sua absolvição no plenário da Câmara dos Deputados na semana passada, Donadon reclamou da comida e da falta de água para tomar banho. Segundo Magalhães, todos que cumprem pena no DF têm o mesmo tratamento: banho frio e refeições sem tempero ou gordura. “A alimentação pode não ser tão saborosa como em restaurantes de Brasília, mas posso garantir que as refeições são saudáveis para todos”, acrescenta. O subsecretário afirma ainda que gostaria de providenciar banho quente para todos os detentos, mas essa medida representa risco pelo acesso dos presos à fiação elétrica. A água do banho sai por um cano, sem chuveiro.

No plenário da Câmara, Donadon disse que usou uma garrafa de água emprestada de um colega de presídio porque o chuveiro não funcionou no dia em que a cassação dele foi deliberada no Congresso. “Foi uma coincidência. Faltou água apenas naquele dia de manhã na ala em que ele cumpre pena. Às 17 horas, a água foi restabelecida”, acrescenta. Condenado a 13 anos em regime fechado, por peculato e formação de quadrilha, Donadon, não toma banho de sol com os demais presos na Papuda. Fica separado dos demais. “Deixá-lo no pátio seria condená-lo à morte”, ressalta.

Segundo o subsecretário do Sistema Penitenciário, há pressa para a conclusão da reforma das alas que vão receber presos com notoriedade. “Precisamos nos preparar”, diz. O delegado, no entanto, garante que não há até agora nenhum indicativo de que políticos condenados no processo do mensalão serão designados para as unidades penitenciárias do Distrito Federal. “Essa é uma decisão que cabe ao Supremo Tribunal Federal (STF) ou ao juiz da Vara de Execuções Penais. Não temos nenhum indicativo de que eles (condenados) virão para cá”, diz. Outro preso ilustre que deverá cumprir pena em regime semiaberto no CPP é o empresário Wagner Canhedo, condenado a quatro anos, cinco meses e 10 dias por sonegação fiscal e fraude tributária no recolhimento de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da extinta Vasp, no estado de Santa Catarina. (leia mais na página 21).

A RIQUEZA DAS NAÇÕES (Adam Smith)


02/09/2013
José Roberto Toledo


Surf no tsunami brasileiro


Políticos gostam de aparecer como agentes da mudança. Se alguma coisa boa acontece, assumem a responsabilidade quase tão rapidamente quanto somem quando algo dá errado. Agem assim porque cola. Muito brasileiro crê em salvadores da pátria, em deputado-presidiário e no ET de Varginha. Mas e se os líderes forem uma consequência da mudança social, e não sua causa? 

Poucas coisas têm maior peso no sucesso de um país do que a estatura etária de sua população, Nações  jovens têm menos probabilidade de serem ricas do que nações maduras, pois há relativamente pouca gente produzindo riqueza. Não há dinheiro suficiente para ser distribuído com equanimidade entre as muitas crianças e adolescentes que dependem de poucos adultos.

Nações envelhecidas também têm problemas. O peso crescente dos idosos na população aumenta a carga a ser suportada pelos habitantes em idade de trabalhar. A vantagem desses países é que, para chegar a esse estágio, passaram antes por uma fase dourada, na qual aproporção de pessoas potencialmente ativas suplanta em muito os dependentes idosos e infantojuvenis.

É a fase de acumulação de riqueza, a chamada janela demográfica. Ela começa com uma onda populacional sem precedentes, uma espécie de tsunami de gente.

A crista da onda é formada pela maior geração que uma nação já mais importante - que verá em muito tempo.

Porque, depois que a crista passa, sobram alguns anos de gerações volumosas,mas segue seu vale íngreme,com cortes populacionais cada vez menores, que fecham a janela de oportunidade que abrisse vagas para acomodar

O tsunami demográfico atingiu o  Brasil em 1983. Foi o pico de nascimento de brasileiros. Nos primeiros anos, produziu uma demanda inédita por educação. A princípio, os governante foram engolfados pela onda. Demoraram mais de uma década para reagir. Finalmente, buscou-se a universalização do ensino fundamental. Acaso ou não, o presidente era um professor.

A demora custou parte da oportunidade de bem formar a geração-tsuna-mipara que, quando ela chegasse à idade de trabalhar, estivesse preparada para produzir a riqueza necessária ao desenvolvimento do País. Mesmo assim, foi uma geração com mais anos de estudo do que a anterior e a primeira que não precisou aplicar correção monetária à mesada.

Quando essa onda entrou na adolescência e na idade de tomar suas próprias decisões de consumo - do final dos anos 90 ao começo do século 21 o Brasil enfrentou uma epidemia de assassinatos também inédita. Os "baby boomers" brasileiros foram, agentes e vítimas dessa violência. Perdeu-se aí outra parte dessa geração.

Em 2003, a crista da onda chegou aos 20 anos - idade de entrar no mercado de trabalho e começar a produzir. Coincidência ou não, o País elegeu um líder trabalhista que defendia uma política econômica expansionista, que abrisse vagas para acomodar essa força de trabalho excepcionalmente grande.

Nos dez anos seguintes, a pressão da onda demográfica - reforçada por um contexto internacional raras vezes tão favorável - favoreceu políticas de estímulo e universalização do consumo, retroalimentando o emprego e a renda dos novos trabalhadores. Foi surfe no tsunami: muita gente em idade ativa empregada, menos crianças e ainda poucos idosos para cuidar.

A crista tem agora 30 anos de idade. O arrasto da onda demográfica se estende, segundo o IBGE, até a geração que tem 12 anos. Depois disso, a diminuição populacional é abrupta. Em tese, 0 Brasil tem mais duas décadas com a janela de oportunidade aberta - o tempo de acumular riqueza e conhecimento suficientes para enfrentar a fase de envelhecimento da Nação.

 Em 2014 os brasileiros saberão  quais líderes esses novos e cruciais tempos vão forjar. Espera-se que saibam surfar.

adicionada no sistema em: 02/09/2013 03:27

O ''SLOGAN'' REAL: ''PAÍS POBRE É PAÍS SEM RIQUEZA'

02/09/2013
Alta do dólar deixa brasileiro ‘mais pobre’'


Em dólar, o brasileiro já perde poder de compra. Ao final de 2013, a cota de riqueza individual será de US$ 10.920, quase 5% abaixo do valor do final do ano passado. Será a primeira vez, desde 2009, que o resultado ficará abaixo de US$ 11 mil. Como a cotação do dólar baliza o preço de uma série de produtos, o efeito do câmbio é generalizado. "Não apenas o consumidor fica mais pobre em dólar, mas também o empresário, que paga mais para importar e para investir", diz o economista da USP Juarez Rizzieri.

Alta do dólar deixa brasileiro "mais pobre"

Medido em dólares, PIB per capita deve chegar ao final deste ano 5% menor

Alexa Salomão

A alta do dólar em relação ao real nos últimos meses tornou o brasileiro "mais pobre". Apesar de o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, divulgado na sexta-feira, ter ficado acima das expectativas, com alta de 1,5% sobre o trimestre anterior, o fato é que, em dólar, o brasileiro já perde poder de compra.

O PIB per capita, que mostra a divisão da criação de riqueza dopais peio número de habitantes, vem encolhendo. Depois de atingir o pico de US$ 12.690 em 2011, caiu para US$ 11.460 no ano passado. O repique do PIB no segundo trimestre fez esse ganho voltar para a casa de US$ 12 mil; mas, para o encerramento deste ano, a perspectiva de baixa permanece.
Segundo cálculo da analista Alessandra Ribeiro, da Tendências Consultoria Integrada, ao final de 2013, a cota de riqueza de cada brasileiro será de US$ 10.920, quase 5% abaixo do valor ao final do ano passado - considerando-se um crescimento de 2,1% do PIB e uma taxa de câmbio de R$ 2,40. Será a primeira vez, desde 2009, que o resultado ficará abaixo de US$ 11 mil. Naquele ano, o PIB per capita foi de US$ 8.470.

A queda na riqueza individual não é um mero efeito contábil. Na vida real, a cotação do dólar baliza - direta e indiretamente - o preço de uma série de produtos. Os importados exprimem a variação de maneira instantânea. Se há alta, como agora, o preço sobe na hora.

Um iPad básico, na loja em Nova York, custa US$ 499 desde o lançamento pela Apple, em 2010. O turista brasileiro pagou o equivalente a R$ 989 por ele em abril deste ano, quando o dólar estava abaixo de R$ 2,00. Mas vai desembolsar R$ 1.189 se quiser levá-lo hoje.

Insumos. 
Mas não é preciso sair do País para ver o efeito do câmbio nos preços. Insumos e componentes importados estão embutidos numa incontável lista de produtos produzidos dentro das fronteiras.

O Brasil importa mais da metade do trigo que consome - e trigo vira farinha, a essência do pãozinho. Apesar de as cervejas nacionais terem na composição misturas a base de milho e arroz produzidos no mercado interno, por volta de 40% dos ingredientes de uma loira gelada são importados.

No celular, o aparelho que está na mão de praticamente todos os brasileiros, 70% dos componentes são comprados com moeda estrangeira.

De 2007 para cá, o chamado índice de penetração de importados, que mede a participação de insumos e componentes estrangeiros nas linhas de produção brasileiras, só fez aumentar. Nos produtos feitos a base de petróleo, passou de 11% para 21%. Nos têxteis, de 12% para 22%. Na metalurgia, foi de 13% para 20%.

""O câmbio pega de forma generalizada", comenta o economista Juarez Rízzieri, professor da Universidade de São Paulo. "Assim, não apenas o consumidor fica mais pobre em dólar, mas também o empresário, que paga mais para importar e para investir."

Alimentos. 
Um simples passeio por uma padaria pode dar a dimensão de como a valorização do dólar tornou-se parte do dia a dia do brasileiro. A Galeria dos Pães, no bairro de Higienópolis, na capital paulista, é um bom exemplo. O estabelecimento é praticamente uma fábrica de guloseimas.

 Instalado num prédio de 600 metros quadrados, nunca fecha e, para oferecer mais de 200 tipos de pães, bolos e doces aos 5 mil clientes que recebe diariamente, compra quase duas toneladas de farinha por mês.

De acordo com Milton Guedes de Oliveira, sócio-fundador da Galeria dos Pães, os aumentos dolarizados estão vindo de todos os lados. Suas castanhas, frutas cristalizadas, vinhos, salames e queijos mais finos, como brie, são importados e acompanham a variação do cambio.

"Curiosamente, o preço do cacau, do açúcar, da castanha de caju e do óleo de soja - 100% brasileiros - também seguem o câmbio, porque são produtos típicos de exportação e têm seus preços formados no exterior.

Nos últimos meses, três dos sete ingredientes básicos utilizados na fabricação do pão francês tiveram alta: a farinha (18%), o açúcar (15% no acumulado, mas chegou a ter alta de 40%) e o fermento (10%). 

Oliveira nem repassou os aumentos e já sente a retração dos clientes. 

"Estamos voltando no tempo", diz ele. "Os fornecedores temem fazer encomendas porque não sabem quanto vão pagar pelo pedido e há quem faça o reajuste sem nenhum planejamento."

Riqueza
Depois de atingir o pico de US$ 12.890 em 2011, o PIB per capta caiu para US$ 11.460 no ano passado e com estimativa de nova queda este ano.
Contaminação
"Assim, não apenas o consumidor fica mais pobre em dólar, mas também o empresário, que paga mais para importar e investir."
Juarez Rizzieri
PROFESSOR DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO


adicionada no sistema em: 02/09/2013 04:13

ESCOLA MUNICIPAL ''MEU REI''

02/09/2013
Tancredo lidera lista de presidentes homenageados no ensino público


Getulio Vargas aparece em segundo e Castello Branco, em terceiro


Das mais de 170 mil escolas públicas no Brasil, 3.135 têm nomes de presidentes, segundo levantamento do GLOBO com base em dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira ( Inep), incluindo aí Tancredo Neves, que morreu antes de tomar posse, em 1985. O político mineiro, aliás, é justamente quem lidera o ranking, com 549  instituições de ensino batizadas em sua homenagem. O aliado de Ulysses Guimarães é seguido por Getúlio Vargas (1930 a 1945 e 1951 a 1954), com 492 colégios no país.

A “medalha de bronze” fica com o primeiro governante da ditadura militar, marechal Castello Branco (1964 a 1967), com 464 escolas. Já o ex-presidente João Goulart (1961 a 1964), deposto pelo golpe de  1964, tem 34 unidades com seu nome.  Juntos, os cinco presidentes do Regime Militar estão “eternizados” em 976 escolas. Há  295 unidades Arthur da Costa e Silva (167 a 1969), 160 que homenageiam Emílio Garrastazu Médici (1969 a 1974) e 34 com o nome de Ernesto Geisel (1974 a 1979).

Responsável pela abertura política, João Figueiredo (1979 a 1985) foi contemplado com 23 escolas.  — Quem governa escolhe o homenageado. 

Quando a situação muda, ocorre uma inversão de valores — observa Rodrigo Pato de Sá Motta, professor de História da UFMG. — Castello Branco ainda é visto como responsável por salvar o Brasil do comunismo, e o militar menos agressivo da ditadura. Jango foi tratado como responsável pela crise política e virou figura execrada por quem assumiu o poder.

A figura de Goulart ficou um pouco problemática mesmo após a redemocratização.  Entre os ex-presidentes vivos, o senador José Sarney (PMDB) encabeça a lista, com 106 colégios batizados em tributo a ele. Num distante segundo lugar, está Luiz Inácio Lula da Silva, homenageado em oito escolas, seguido por Fernando Henrique Cardoso (seis) e Fernando  Collor (cinco). A atual presidente, Dilma Rousseff, ainda não recebeu tal honraria.  Mas o político da República mais laureado não foi presidente.


O jurista baiano Rui Barbosa perdeu duas vezes a corrida para a eleição presidencial, mas dá nome a 639 colégios.  No Rio e em São Paulo, parlamentares discutem a mudança de nomes de logradouros que homenageiam figuras da ditadura militar como a Ponte Presidente Costa e Silva (Rio-Niterói) e a Rua Sérgio Fleury, um tributo ao ex- chefe  do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) em São Paulo. 

Em fevereiro deste ano, foi inaugurada a primeira escola com nome de preso político: o Colégio Estadual Stuart Edgar Angel Jones, em Senador Camará, Zona Oeste do Rio. Uma homenagem ao militante torturado até a morte durante o Regime Militar, em 1971.

adicionada no sistema em: 02/09/2013 01:18