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sábado, abril 25, 2009

EDITORIAL: PODERES CONSTITUÍDOS. FREUD EXPLICA ?

Legislativo no divã


Autor(es): Silvain Levy
Correio Braziliense - 24/04/2009


Psicanalista, é membro da Sociedade de Psicanálise de Brasília

As recentes denúncias sobre os descompromissos dos congressistas com o dinheiro público e as dificuldades enfrentadas pelos dirigentes das duas casas legislativas federais (federais por que deve ocorrer o mesmo nos estados e municipíos) para lidar com questão — ora se surprendendo, ora ameaçando a imprensa que noticia, ora “ameaçando” seus pares com novas normas e restrições, ora não falando ou fazendo nada — permitem a aplicação de alguns conhecimentos da psicanálise.

As notícias que chocam a opinião pública não causam nenhuma reação do Congresso, como instituição, como se este não fosse atingido. Causam, sim, reação dos flagrados, afirmando que não sabiam ser tal prática irregular, ilegal, imoral ou qualquer outro i. Em seguida, se propõem a devolver o dinheiro utilizado, ressarcir o erário, e corrigir o erro que não enxergavam. Para os demais congressistas “a resposta é o silêncio, que atravessa a madrugada”, como na belíssima Pressentimento, música de Elton Medeiros e Hermínio Belo de Carvalho.

Os presidentes das duas casas, cargo que ocupam pela terceira vez, não têm como dizer que “não sabiam”, posto que as práticas não são novas. Parecem surpreendidos com a divulgação e se mostram aturdidos sobre o que fazer. A quem desagradar? Aos pares ou à opinião pública?

A manutenção das práticas, a ausência de ações ou de reações para coibi-las, justificá-las ou explicá-las, vêm sendo atribuídas desde a sensação (e certeza) de impunidade até a simples desfaçatez ou falta de vergonha. A psicanálise pode contribuir para esse profícuo debate, com a enunciação de dois conceitos de uso corrente na profissão: a perversão e a personalidade psicopática.

A palavra perversão deriva do verbo latino pervertere e significa tornar-se perverso, corromper, desmoralizar, depravar. Não é preciso ser analista especialmente talentoso para identificar nessas definições uma proximidade com o que se observa. A perversão, para a psicanálise, é muito mais do que simples desvio em relação a uma norma social. Ela é um conjunto de comportamentos psicossexuais em busca contínua da obtenção do prazer.

Foi em 1905, nos Três ensaios sobre a teoria da sexualidade, que Freud afirmou que a perversão é a manutenção da sexualidade infantil na vida adulta. Anos depois, em 1927, ele dizia que a recusa da castração é o mecanismo essencial da perversão.

Resumindo, o comportamento perverso é a necessidade que uma pessoa apresenta de obter a satisfação imediata de seus desejos, sem levar em conta as limitações da realidade. A isso deve ser acrescentado que a “recusa à castração” significa a impossibilidade de superar a perda da fantasia de onipotência, tão característica aos primeiros anos de vida.

a personalidade psicopática, que também é conhecida como sociopatia, está associada aos portadores de neuroses de caráter ou perversões sexuais. O portador dessa doença é uma pessoa que conhece a realidade, mas não a reconhece como valor, pois carece de superego. Isso faz com que o psicopata possa cometer atos criminosos sem sentir culpa, porém mantendo plena consciência de seus crimes ou das suas intenções criminais.

Descrita pela primeira vez em 1941 pelo psiquiatra americano Hervey M. Cleckley, a psicopatia consiste num conjunto de comportamentos e traços de personalidade específico. Encantadoras à primeira vista, essas pessoas geralmente causam boa impressão e são tidas como normais pelos que as conhecem superficialmente. No entanto, costumam ser egocêntricas e indignas de confiança. Sempre têm desculpas para seus descuidos, em geral culpando outras pessoas. Raramente aceitam seus erros ou conseguem frear seus impulsos.

Pelos fatos diariamente noticiados e pelo comportamento dos envolvidos, pode-se pensar que não há como separar probos de criminosos. Não há como dizer que existem inocentes e culpados. Não há como discernir neófitos de experientes ou lenientes de ativos. Sob a óptica da psicanálise, como todos se utilizam dos mesmos meios e as teorias e práticas de todos se conotam, a todos pode ser atribuído comportamento perverso e psicopático.