PENSAR "GRANDE":

***************************************************
[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
***************************************************


“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

----

''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

=========
# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
1Radio 1455824919 nhm...

valor ...ria...nine

folha gmail df1lkrha

***

quinta-feira, fevereiro 10, 2011

XÔ! ESTRESSE [In:] ''¿POR QUÉ NO TE CALLAS?"

...















Homenagem aos chargistas brasileiros.
----

AGRONEGÓCIOS/GRÃOS [In:] ADM e BARREIRAS A ENTRADA

...

ADM constrói no Pará sua 1ª esmagadora de palma no país



Autor(es): Bettina Barros | De São Paulo
Valor Econômico - 10/02/2011

A multinacional americana Archer Daniels Midland (ADM), maior processadora de grãos do mundo, anunciou ontem a construção de sua primeira fábrica de esmagamento de palma no Brasil, entrando em um mercado com crescimento potencial mas ainda concentrado em poucas empresas.

Com início da construção previsto para 2013, a planta estará localizada próxima a São Domingos do Capim, a 140 Km de Belém (PA), e deverá iniciar as operações em 2016. A unidade faz parte do plano de investimento - não revelado - de cinco anos, que incluirá o plantio de árvores em 21 mil hectares, informou a empresa, em nota. A ADM também não informou o volume de produção estimado.

Segundo a presidente do conselho e CEO da ADM, Patricia Woertz, uma parte importante da estratégia do grupo para o crescimento rentável é expandir o tamanho e alcance global da originação e unidades de processamento. E o investimento em palma acrescenta uma nova commodity à cadeia de valores da ADM no país e diversifica as opções de matéria-prima para a produção de biodiesel.

"Somos incentivados pelo compromisso do governo brasileiro com a promoção do desenvolvimento agrícola sustentável que, além de auxiliar a suprir as demandas crescentes de energia do país, também melhora o meio de vida de centenas de famílias de agricultores no programa Selo Combustível Social", afirmou Domingo Lastra, presidente da ADM do Brasil.

Membro da Mesa Redonda do Óleo de Palma Sustentável (RSPO, na sigla em inglês), a aliança internacional que reúne produtores, varejistas e ambientalistas para incutir os conceitos de produção sustentável na cadeia produtiva, a ADM afirma que cumprirá com as orientações e processos da organização para a plantação de palma e fábrica de processamento.

A planta brasileira será a primeira do mundo da ADM que irá processar o óleo de palma. A empresa, no entanto, já refina o mesmo óleo nos EUA e na Alemanha.

Ainda que tenha pouca relevância no Brasil, responsável por pouco mais de 100 mil toneladas de uma produção mundial anual da ordem de 37 milhões de toneladas, o óleo de palma é o óleo vegetal mais consumido. A oferta é encabeçada por Malásia e Indonésia. A China é o maior consumidor.

O principal produtor brasileiro é a Agropalma, que tem 40 mil hectares próprios plantados e outros 10 mil de pequenos e médios produtores, ligados à empresa. Cerca de 90% da produção brasileira da palmácea está no Pará.

No início deste mês, a Vale anunciou a aquisição do grupo paraense Biopalma, por US$ 173,5 milhões. A empresa iniciará sua operação este ano, com estimativa de produzir 500 mil toneladas de óleo por ano em 2019. A produção será usada pela Vale para fabricação de biodiesel para abastecer sua frota de locomotivas, máquinas e os equipamentos de grande porte, em uma mistura de 20% de biodiesel e 80% de diesel comum.

Extraído da polpa da palmeira, o óleo é utilizado na alimentação, como o azeite de dendê. Já o óleo de palmiste, extraído da semente, serve às indústrias oleoquímica e de cosméticos, entre outras.

-------

LULA & LULISMO/CENTRAIS SINDICAIS [In:] FAÇAM O QUE EU DIGO, NÃO O QUE FIZ !!!


Quem te ouviu, quem te ouve


Eliane Cantanhêde
FOLHA DE SÃO PAULO - 10/02/11


Lula voltou ontem a Brasília, pela primeira vez depois de descer a rampa do Palácio do Planalto, para a festa de hoje dos 31 anos do PT e para aproveitar o embalo e recuperar um pouco dos holofotes e microfones perdidos. Aliás, ele nem esperou chegar.


No Senegal, onde estava para o Fórum Social Mundial, ele descascou as centrais sindicais por estarem azucrinando Dilma por um salário mínimo maior do que os anunciados R$ 545. Segundo Lula, é "oportunismo" das centrais.


Vamos pensar juntos: depois de começar a carreira política como líder sindical, depois de ter passado boa parte da vida azucrinando governos e patrões por maiores salários, depois de ter feito todo o discurso pró-pobres e pró-assalariados e depois de ter virado presidente da República à custa de tudo isso, Lula tinha o direito de desautorizar e criticar sindicalistas pelo justo direito de reivindicação?


Ainda no Senegal, Lula apoiou os protestos contra o ditador Hosni Mubarak e acusou as "grandes potências" de terem sustentado o regime, quando, segundo ele, todo o mundo já sabia que era preciso instalar a democracia no Egito.


Vamos pensar juntos de novo: Lula tinha o direito de posar de humanista e de apontar o dedo contra quaisquer outros países, potências ou não, depois de dizer numa viagem oficial ao Egito, em dezembro de 2003, que "o presidente Mubarak é um homem preocupado com a paz no mundo, com o fim dos conflitos, com o desenvolvimento e com a justiça social?"


Lula deveria aproveitar melhor as férias, os estádios de futebol e a distância do poder. Não apenas porque vivia falando que ex-presidente tem de ficar calado, mas porque tudo o que fala se volta contra ele como um bumerangue.


Oportunismo por oportunismo, nada pode ser pior do que manifestar opiniões ao sabor do momento, da circunstância, dos interlocutores. É coisa típica de cara de pau.
------------
http://avaranda.blogspot.com/2011/02/quem-te-ouviu-quem-te-ouve-eliane.html
---

GOVERNO DILMA/REFORMA POLÍTICA [In:] DISTRITÃO. Nada a "temer" ?

...

Reforma política está longe do consenso


Lista fechada e voto distrital dividem PT e PMDB



Autor(es): Cristian Klein | De São Paulo
Valor Econômico - 10/02/2011

A disposição da presidente Dilma Rousseff em aprovar a reforma política, reiterada em sua mensagem ao Congresso, já mobiliza os principais partidos. Mas a divisão entre PT e PMDB sobre o tema não favorece uma proposta de consenso.
Levantamento feito pelo Valor com líderes de 16 partidos na Câmara - que reúnem 501 dos 513 deputados - mostra que a lista fechada, pela qual os eleitores passariam a votar só na legenda, perdeu força. O modelo é apoiado pelos líderes do PT, DEM, PSC, PCdoB, PV, PPS e PSOL. Isso representaria a preferência de 192 deputados. O segundo bloco mais numeroso é o do "distritão", defendido por PMDB, PP e PR, que soma 162.

Depois que a presidente Dilma Rousseff - revendo declaração em contrário - enfatizou, sob aplausos do Congresso, a necessidade de aprovação de uma reforma política, em mensagem lida no Parlamento, na semana passada, o assunto voltou à tona e mobiliza deputados e senadores, que já se preparam para um novo esforço de votação neste primeiro semestre - o que pode ser, no entanto, novamente inócuo.

Levantamento feito pelo Valor, com líderes de 16 partidos da Câmara - que reúnem 501 dos 513 deputados da Casa -, mostra uma divisão de forças que está longe de favorecer a aglutinação em torno de uma proposta mais ousada de mudança do sistema eleitoral.

A lista fechada - pela qual os eleitores passariam a votar só em partidos - perdeu força. O modelo que nos últimos anos tem centralizado o debate é apoiado pelos líderes de PT, DEM, PSC, PCdoB, PV, PPS e PSOL. Isso representaria a preferência de 192 deputados, sem descontar as inevitáveis defecções - que contribuíram em muito para a derrota da proposta em 2007, quando, por exemplo, 27 dos 71 petistas em plenário não seguiram a orientação do partido.

Outro sinal de que a lista fechada entraria no debate com menos fôlego é o fato de a maioria dos líderes de legendas adeptas do sistema terem citado modelos alternativos, com mais chances de aprovação, como a lista flexível - que permite ao eleitor escolher um candidato e mudar a ordem prévia do partido.

No caso do PV, a lista preordenada seria apoiada, mas a preferência viria depois do distrital misto - sistema que, em sua versão clássica, alemã, elege metade dos parlamentares pela lista fechada e metade pelo voto majoritário em circunscrições de um só representante (voto distrital puro). PV, PTdoB e PRB, que totalizam 126 deputados, citaram o distrital misto.

O maior golpe contra a lista fechada, no entanto, vem do PMDB. O partido, que apoiava a proposta abraçada com entusiasmo pelas cúpulas de PT e DEM, agora cerra fileiras na ideia patrocinada pelo PP: o distritão.

Tido como um projeto que incentiva o personalismo - em contraste com o voto partidário da lista fechada - o distritão empolga também o PR e reuniria, assim, 162 votos.

A principal diferença entre o distritão e o modelo atual, de lista aberta, é que os candidatos seriam eleitos exclusivamente pelos seus votos. Em São Paulo, por exemplo, os 70 mais votados seriam eleitos para a Câmara dos Deputados. Não haveria mais o chamado quociente eleitoral, que exige dos partidos um patamar mínimo de votação como primeiro critério de distribuição das vagas.

O distritão foi apresentado em 2007 como uma proposta de emenda constitucional (PEC) pelo senador Francisco Dornelles (RJ), presidente do PP, e pelo então líder do partido na Câmara, Mário Negromonte (BA), atualmente ministro das Cidades. Desde então, ganhou força e entusiastas.

Os principais líderes do PMDB o defendem: o vice-presidente da República, Michel Temer, o líder e o vice-líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN) e Eduardo Cunha (RJ), e o presidente do Senado, José Sarney (AP).

O apoio declarado de líderes de peso dá uma nova inflexão ao debate. Se a direção do PT sempre demonstrou mais determinação na reforma política e com isso moldou-a a seu gosto, agora é a vez do PMDB, que parece querer fazer o mesmo.

No dia 1º, ao se reeleger para o quarto mandato à frente do Senado, José Sarney declarou que dará alta prioridade ao assunto e já criou uma comissão especial.

Henrique Eduardo Alves afirma que a reforma política será o item número 1 da pauta do PMDB na Câmara, antes da reforma tributária. "A lista fechada não conseguiu apoio até agora e vai ficar se falando, falando... Penso em algo que possa ser aprovado", disse o deputado.

O principal argumento dos defensores do distritão é que ele acabaria com a possibilidade de um candidato se eleger com menos votos do que outro que ficou de fora.

Na disputa do ano passado, no Rio de Janeiro, 56 candidatos que ficaram na suplência tiveram votação maior que a do último dos 46 eleitos, Jean Wyllys (PSOL). O ex-participante do programa Big Brother Brasil (BBB) conquistou apenas 13.018 votos, mas foi puxado pela popularidade do colega de partido, Chico Alencar, que obteve mais de 240 mil.

Outra vantagem apontada é que o distritão, ao abolir a necessidade de os partidos atingirem o quociente eleitoral, reduziria o número de candidatos e legendas.

Para o líder do PR, Lincoln Portela, os partidos não ficarão mais como "barata tonta" atrás de candidatos que só têm 2 ou 3 mil votos para inchar o total dado às suas listas. O modelo, defende o deputado, enxugaria o número de partidos.

A lógica é que, sem a exigência do quociente eleitoral, se extinguiriam naturalmente também as coligações partidárias e, logo, as pequenas legendas, que se apoiam nas alianças eleitorais para sobreviver.

"Infelizmente, o debate da reforma política tem ocorrido como aqueles times de futebol que só jogam por um lado do campo, só pela esquerda, por exemplo. Pensam que só é lista fechada. Esse sistema é retrógrado, horroroso", diz Portela, ao citar o risco de oligarquização dos partidos.

Para o grupo de legendas favoráveis à lista fechada, o distritão é que deve ser evitado, por estimular o personalismo na arena eleitoral.

"Temos que fugir de qualquer modelo distrital, majoritário, que personaliza a disputa e subverte a representação", defende Paulo Teixeira (SP), líder do PT.

Se no sistema proporcional de lista aberta, como o adotado pelo Brasil, é grande a quantidade de candidatos que se elegem com menos votos que outros, no sistema majoritário, lembra o deputado, a distorção ocorre na representação dos partidos.

No Reino Unido, por exemplo, em 1974, num caso extremo, o Partido Liberal alcançou uma votação nacional de 19,3%, mas levou apenas 2,2% das cadeiras do Parlamento. Por causa dessa distorção, nem sempre radical, porém sistemática, que lhes prejudica, os liberais são os maiores defensores de uma reforma política britânica em direção a um sistema mais proporcional.

O modelo brasileiro, com distritos muito grandes, entre 8 e 70 cadeiras, para as eleições à Câmara, faria com que o resultado ainda fosse bem mais proporcional que as do Reino Unido ou dos Estados Unidos, onde os distritos são uninominais (só uma vaga em disputa). O problema maior, segundo seus críticos, seria o aumento do individualismo e o enfraquecimento dos partidos.

"Nesse ponto, o PT converge com a gente. Hoje a política não é programática, privilegia o dinheiro, campanhas milionárias, e estruturas de poder", afirma Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), líder do DEM, para quem o risco de caciquismo da lista fechada pode ser evitado com uma reforma partidária que estimule a democracia interna das legendas.

O PSDB, marcado pela posição ambígua nas discussões anteriores, está menos indeciso. Mas não a ponto de se alinhar automaticamente às propostas principais. Sua preferência é pela criação de um sistema distrital com circunscrições que elegeriam cinco representantes. O líder do partido, Duarte Nogueira (SP), nega que o sistema tornaria a política mais paroquial.

"Essa possibilidade até cabe no distrital puro [uninominal]. Mas com cinco cadeiras, em São Paulo, por exemplo, os deputados responderiam a um eleitorado de 1,5 milhão de pessoas", rebate Duarte, que divide a autoria do projeto com os colegas paulistas Mendes Thame e Emanuel Fernandes.

A divisão dos tucanos, contudo, pode se repetir. No Senado, o ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves é adepto do distrital misto. Ele participará da comissão especial ao lado, entre outros, dos ex-presidentes Fernando Collor (PTB-AL) e Itamar Franco (PSDB-MG). A Câmara também terá sua comissão especial, anunciada anteontem pelo presidente da Casa Marco Maia.

GOVERNO DILMA [In:] PT e PMDB: ''O BOM COMBATE?''

...

O ocaso da cigarra



Dora Kramer - Dora Kramer
O Estado de S. Paulo - 10/02/2011

Pela primeira vez em anos o PMDB ocupa formalmente o poder, mas sente que não fez exatamente um negócio da China e, pela primeira vez em anos, se sente sem condições de usar seus truques de manobrista para pressionar o governo e reagir à situação adversa.

O governo Dilma Rousseff em que o PMDB ocupa a Vice-Presidência da República entra em seu segundo mês e até agora nada saiu como previsto pelo partido, que se imaginava sócio-fundador do mandato da presidente e, com isso, dono de direitos inalienáveis expressos na divisão mais ou menos igualitária dos espaços na Esplanada dos Ministérios e adjacências na administração federal.

O primeiro revés, diga-se, veio das urnas, que não deram aos pemedebistas as bancadas previstas na Câmara e no Senado. Eleito um número de deputados (78) aquém das expectativas, o partido precisou adiar seus planos de presidir a Câmara para daqui a dois anos.

E isso se as coisas melhorarem, porque do jeito que assa a batata do líder deputado Henrique Eduardo Alves no Palácio do Planalto e dentro da própria bancada do PMDB, é de se dar ouvidos ao ministro do PT que, ao se referir ao projeto dele de presidir a Câmara a partir de 2013, acrescenta: "Se estiver vivo até lá." Politicamente falando, evidente.

Cargos de segundo escalão, até agora nenhum que o PMDB considere à sua altura. Na Fundação Nacional de Saúde tudo caminha para o desmonte do feudo e em Furnas as exorbitâncias do deputado Eduardo Cunha provocaram outro dissabor.

A parceria de Henrique Eduardo com Eduardo Cunha, aliás é um fator de enfraquecimento dele, que também desagrada à bancada ao subordinar todos ao projeto presidência/2013. Um exemplo: o partido havia recebido o Ministério das Cidades, mas Henrique Eduardo cedeu ao PP em troca de votos adiante.

Os ministérios são capítulo especialmente desagradável ao PMDB. O partido ficou nas Minas e Energia, onde reina como sua majestade Elizabeth da Inglaterra. Na Agricultura, a Embrapa é do PT e a Conab do PTB. No Turismo, a Embratur é indicação de Antonio Palocci e a secretaria executiva é do PT. Na Previdência, onde a ordem ao ministro Garibaldi Alves é calar, a secretaria executiva é do PT.

A irrelevância da Secretaria de Assuntos Estratégicos, sem orçamento nem função, dispensa apresentações.

Do ponto de vista do que pretendia o PMDB ao se associar oficialmente ao PT, um acinte. Por ora assumidamente sem remédio, porque para todos os efeitos de opinião pública a presidente Dilma trava o bom combate.

É o que dá o olho-grande e nenhuma preocupação com o nome a zelar. Fica refém da má fama, prisioneiro de uma agonia construída com as próprias mãos, pagando o preço de não ter dado ouvidos aos poucos pemedebistas que ao longo dos últimos anos alertaram que os maus passos teriam cedo ou tarde sua consequência.

Agora, que parcela minoritária da bancada (12 em 78) se levanta publicamente contra a referência exclusiva no fisiologismo, a direção do mesmo modo ignora os reclamos.

Enquanto isso as principais lideranças vão se desgastando em escândalos, agindo de forma a corroborar a imagem negativa e o partido, ao perder espaços de governo, perde força eleitoral para 2012. No dizer de um dirigente, "acaba virando o DEM do PT".

Outro rumo. Se dependesse da vontade do PSDB, o destino do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, não seria o PMDB. Preferível, na visão tucana, o PSB ou até mesmo um novo partido.

A ida para o PMDB, nessa análise, teria dois inconvenientes: engrossaria as fileiras parlamentares governistas e, para Kassab, representaria o risco de amanhã ficar a ver navios internamente em matéria de poder.

Constatação. Na situação e na oposição, todo mundo em Brasília já percebeu: Antonio Palocci acumula as tarefas de ministro da Casa Civil e chefe de governo.

--------------

GOVERNO DILMA [In:] MAQUIAVEL, GRAMSCI ou TRÓTSKI ?

...

O jogo duro de Dilma


Autor(es): Cláudio Gonçalves Couto
Valor Econômico - 10/02/2011

O pioneiro de todos os cientistas políticos, Nicolau Maquiavel, ensinava aos príncipes (com base no que fizeram outros príncipes, bem sucedidos), que o mal se faz de uma vez e o bem aos poucos. Transposto à vida democrática contemporânea, esse ensinamento sugere aos governantes que tomem as medidas mais duras e de difícil implantação no início de seus mandatos, quando ainda dispõem de uma considerável reserva política de paciência e expectativa. A paciência e a expectativa não se distribuem da mesma forma e nem significam a mesma coisa para os cidadãos e os políticos - ou, nos termos de Maquiavel, o povo e os poderosos.

Para os primeiros, a expectativa decorre da esperança de que um novo governante consiga atender aos anseios que tornaram possível a sua eleição. Mesmo aqueles que não votaram nesse governante costumam alimentar a esperança de que sua gestão contrarie a avaliação negativa feita por ocasião das eleições, revelando-se uma grata surpresa. Já os que votaram no candidato vitorioso alimentam uma esperança ainda maior, decorrente de sua natural simpatia prévia. Tanto num caso como no outro é de se esperar que os cidadãos deem ao novo governante um tempo para demonstrar que suas políticas surtirão efeito e que as expectativas positivas não eram em vão - é aí que se revela a paciência dos cidadãos em relação aos novos governantes. Até mesmo o presidente Fernando Collor, quando confiscou as poupanças dos cidadãos, contou com paciência e expectativas positivas de uma larga parcela da população. Os governados torciam para que aquela medida surtisse efeitos positivos, apesar de ser tão drástica. Por isto, pacientemente aguardaram. Ao fim e ao cabo, aquele mal de uma vez só plantado mostrou-se somente um mal, sem que fosse possível colher gradualmente os benefícios que pudesse ter gerado. A perda de popularidade do presidente foi inevitável.

Para os políticos, a expectativa e a paciência têm a ver com seus cálculos prospectivos de sobrevivência e ganho político durante todo o período de mandato do novo governante. A ninguém serve - sobretudo a quem não sabe o que fazer na oposição - inviabilizar um governo do qual fará parte, nem indispor-se precocemente com o novo mandatário mor. É preciso ter paciência para colher paulatinamente os frutos do sucesso de uma administração vitoriosa, assim como manter ativos os canais que permitem um bom relacionamento com a chefia do governo. Por isto, políticos matreiros evitam bater de frente com o novo chefe de governo logo de início, apostando em ganhos diferidos no tempo. Ou seja, é preciso ter paciência e não perder as esperanças. Tal situação mostra-se especialmente útil aos presidentes recém-eleitos no início de seu mandato - um período que não casualmente alguns chamam de "lua de mel". A presidente Dilma Rousseff parece ter atentado para isto, ao menos tendo em consideração duas estratégias de seu início de governo. A primeira delas diz respeito à montagem da equipe; a segunda à negociação do salário mínimo.

No atinente à montagem do novo governo, com as indicações de praxe para os cargos de livre provimento, a nova presidenta parece ter cometido um excesso e um acerto - ao menos estrategicamente. O excesso diz respeito à distribuição das pastas ministeriais para os partidos da coalizão: novamente o PT se viu sobrerrepresentado na alocação de ministros (como no primeiro governo Lula), relegando os aliados (principalmente o PMDB) a uma condição claramente subalterna. Se isto visa abrir espaço para, num segundo momento, de eventuais dificuldades ou desgaste, recompor o governo com os demais partidos, transferindo-lhes ministérios antes ocupados por petistas, pode-se entender que a estratégia é a de poupar munição para tempos difíceis. Se não for isto, está-se gerando um desgaste inicial desnecessário e se trata de um erro de cálculo.

Já o acerto evidente diz respeito às nomeações para postos no segundo e terceiro escalões. Mesmo arcando com um considerável desgaste junto aos partidos coligados - principalmente o PMDB - a presidente parece ter percebido que ou impõe certos limites à politização da máquina governamental agora, no início de seu mandato, ou não conseguirá jamais assegurar um mínimo de racionalidade à gestão de órgãos públicos que há tempos sofrem com desmandos políticos - como, notadamente, a Infraero, os Correios, a Funasa e empresas do setor elétrico. O problema é somar o custo desde necessário ajuste de órgãos de perfil nitidamente mais técnico com o desperdício de cacife político na alocação dos ministérios, onde o perfil eminentemente político do dirigente máximo faz sentido.

Já no que diz respeito à negociação do salário mínimo, a presidenta buscou o casamento da oportunidade com a necessidade. Todos sabem ser indispensável o ajuste das contas públicas neste momento, tendo em vista a aceleração inflacionária e a deterioração de nossa situação fiscal. Esta é a necessidade. Tal ajuste, contudo, dificilmente poderia ser feito a partir do ano que vem (quando ocorrem as eleições municipais) e menos ainda ao final do mandato, quando a "lua de mel" já terá passado. A oportunidade se apresentou agora e o reajuste do mínimo mostrou-se oportuno para que a nova chefe de governo apresentasse à sua base social de apoio os limites de sua flexibilidade. Tal negociação se reveste de ainda maior importância se considerarmos o quão significativo é sinalizar para a sociedade brasileira em geral, e para a classe política e a elite sindical, em particular, que acordos de longo prazo precisam ser cumpridos, sob a pena de ao não fazermos isto solaparmos o processo em curso, de aprimoramento institucional da nossa democracia. Isto, contudo, não foi levado em conta por algumas lideranças sindicais e partidárias, que veem na oportunidade de ganhos no curto prazo algo mais atraente que a construção de instituições - o que, necessariamente, leva mais tempo.

---

Cláudio Gonçalves Couto é cientista político, professor da FGV-SP. A titular da coluna, Maria Inês Nassif, está em férias

GOVERNO DILMA/AVIÇÕES CAÇA [In:] ''HÁ ALGO NO AR, ALÉM DOS AVIÕES DE CARREIRA..." *

...

Dilma põe Pimentel na negociação sobre caças

Pimentel participará de escolha de caças da FAB


Autor(es): Eliane Oliveira e Roberto Maltchik
O Globo - 10/02/2011

A presidente Dilma tirou as negociações para a compra de caças da área exclusiva do Ministério da Defesa, enfraquecendo o ministro Nelson Jobim, e decidiu que Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, participará da escolha. Os americanos F-18 ganharam força frente aos Rafalle franceses, preferidos de Lula.

Entrada de ministro do Desenvolvimento na negociação pode provocar atritos com Ministério da Defesa


A presidente Dilma Rousseff determinou que o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, passe a integrar o núcleo do governo que vai escolher os novos caças para a Força Aérea Brasileira (FAB), optando entre franceses (da Dassault), americanos (da Boeing) ou suecos (da Saab).

Responsável pela política industrial do governo Dilma, que tem a inovação e a tecnologia como prioridades, Pimentel defende que a transferência de tecnologia exigida pelo Brasil na operação seja estendida à indústria aeronáutica civil, não se restringindo meramente à área militar. A entrada de Pimentel pode provocar atritos com o Ministério da Defesa, que vinha coordenando o tema.

Segundo altos funcionários do governo, ao praticamente abortar o que havia sido, de modo informal, acertado entre o ex-presidente Lula e o chefe de Estado francês, Nicolas Sarkozy, Dilma adia um peso a mais nas contas públicas e o impacto no Orçamento, que recebeu ontem corte de R$50 bilhões. Ela pretende adiar para 2012 ou 2013 gastos que comprometam a situação fiscal. O valor dos caças é estimado em US$6 bilhões.

Para Dilma, neste momento, não importa se os vencedores serão franceses, suecos ou americanos. Em temporada de cortes, a presidente está determinada a provocar os competidores a demonstrar que a transferência tecnológica é factível e está respaldada pela legislação de seus países. O único senão para as negociações é a vida útil da atual frota dos Mirage 2000 da FAB, que termina em 2016. Os F-5, que ficam na reserva, devem ser aposentados em 2018 e já não têm a mesma capacidade bélica de anos atrás.

O prazo considerado razoável pela Aeronáutica para a entrega dos novos caças é de quatro anos. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, já manifestou publicamente preocupação com a possibilidade de o país ficar com sua defesa fragilizada. Jobim não só pressiona por uma decisão rápida como manifesta reservadamente apoio ao acordo com os franceses, costurado por ele e pelo ex-presidente Lula.

Se, de um lado, a ampliação do debate para outras esferas do governo já expõe divergências sobre o tema, de outro, abre-se a possibilidade de se negociar algo maior, incluindo acordos de investimentos e na área comercial. No caso dos Estados Unidos, país da Boeing - fabricante do Super Hornet F-18 - as salvaguardas tecnológicas, que já impediram a venda de aviões Tucanos da Embraer para a Venezuela, representam o principal entrave. Fontes do governo são céticas sobre uma proposta tecnológica vantajosa dos EUA, o que dependeria de aprovação pelo Congresso, onde Barack Obama é refém do Partido Republicano.

Autoridades que participaram da reunião entre Dilma e o secretário de Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, revelaram que em nenhum momento a brasileira afirmou que o F-18 seria a melhor opção. Entre os técnicos do setor, fala-se que Obama pode apresentar um novo pacote, que mudaria o rumo das negociações na segunda quinzena de março.

O Ministério do Desenvolvimento afirma que Pimentel não recebeu um sinal formal da presidente de que participaria das conversas. Porém, técnicos admitem que o ministro ganhou força para negociar diretamente com os EUA um amplo acordo, que inclui produção de satélites, investimentos e abertura de mercado.

...
(*) Barão de Itararé.
---

QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA ?

10 de fevereiro de 2011

O Globo

Manchete: Governo corta R$ 50 bi e Mantega diz que 'vai doer'
Arrocho atinge gastos de custeio, emendas parlamentares e concursos

Em sua primeira medida de impacto, o governo Dilma promete arrocho fiscal: um corte de R$ 50 bilhões no Orçamento deste ano, anunciado pelos ministros Guido Mantega (Fazenda) e Miriam Belchior (planejamento). O ajuste será principalmente em despesas de custeio e emendas parlamentares. "Não vai ser sem dor", avisou Mantega, dizendo que os cortes são necessários para garantir expansão de investimentos e queda de juros. Estão suspensos concursos e nomeações. Investimentos do PAC não serão afetados. Mantega disse que as negociações sobre o mínimo estão encerradas nos R$ 545. Em SP, Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou mínimo regional de R$ 600 a R$ 630 - promessa da campanha tucana. Com o consumidor pagando juros mais altos, a inadimplência é a maior desde 2002. (Págs. 1, 3 a 10, 21, Míriam Leitão e editorial "Conter a inflação é prioridade")

A fatura da gastança eleitoral

A presidente Dilma, com as medidas anunciadas ontem, passou a tesoura em despesas criadas pelo antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva. Os gastos extras vem desde 2009, com a crise econômica, mas foram acentuados no ano eleitoral de 2010. Pessoal e custeio foram as que mais cresceram no final da gestão Lula. (Págs. 1 e 4)

E naquele voo de carreira ...

Após oito anos, o ex-presidente Lula voltou ontem a ser passageiro de voo de carreira, de São Paulo a Brasília. Foi tratado como popstar por tripulantes e passageiros. Tirou muitas fotos. (Págs. 1 e 11)

Dilma põe Pimentel na negociação sobre caças

A presidente Dilma tirou as negociações para a compra de caças da área exclusiva do Ministério da Defesa, enfraquecendo o ministro Nelson Jobim, e decidiu que Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, participará da escolha. Os americanos F-18 ganharam força frente aos Rafalle franceses, preferidos de Lula. (Págs. 1 e 13)

Congresso se omite sobre estacionamento

Todas as leis estaduais criadas em 20 anos para organizar o negócio dos estacionamentos foram consideradas inconstitucionais pela Justiça, que entende que o tema depende de legislação federal. O Congresso, porém, se omite. (Págs. 1 e 14)

Egípcios fazem greve e cercam o Parlamento

Milhares de manifestantes estenderam ontem sua revolta protestando na frente do Parlamento egípcio. Sindicalistas paralisaram vários setores, após vice dizer que país não está preparado para a democracia. (Págs. 1 e 29)

Serra: PSDB não pode se apequenar

“O principal risco que correm as oposições é perder tempo em embates menores, combates internos fantasmas ou antecipações irrealistas, como trazer 2014 para hoje, inventando bandas de adversários ... internos!" (Págs. 1 e 7)

------------------------------------------------------------------------------------

Folha de S. Paulo

Manchete: Temor da inflação faz governo cortar R$ 5 bi
Medida atinge 80% das emendas parlamentares e pode dificultar votação do mínimo

Pressionado pela expectativa de alta da inflação, o governo reduziu a previsão de crescimento para este ano de 5,5% para 5% e precipitou o anúncio de um bloqueio recorde de gastos federais de R$ 50 bilhões.

O objetivo desse ajuste é esfriar a economia via redução do consumo e do investimento público. Espera-se, com isso, auxiliar o Banco Central a segurar a inflação sem a necessidade de aumentar tanto os juros.

A medida, porém, é insuficiente para o país atingir a meta de poupar 3,1% do valor do PIB para pagar juros da dívida pública, o chamado superávit primário.

Houve corte de 80% das emendas parlamentares.

Para lideres da base governista e da oposição, isso pode atrapalhar o Planalto na votação do salário mínimo no Congresso. Há pressão por valor superior aos R$ 545 defendidos pela equipe de Dilma. (Págs. 1 e Poder A4)

Governo quer que Eletrobras entre no leilão do trem-bala

Depois de incluir os Correios no projeto do trem-bala, agora o governo federal quer que a Eletrobras se associe a um consórcio chinês para participar do leilão, em abril próximo. O projeto está orçado em R$ 33,1 bilhões.

Um dos trunfos da empresa é ter em caixa R$ 7,9 bilhões. A própria estatal entraria em consórcios ou por meio das suas subsidiárias Furnas, Chesf, Eletronorte e Eletrosul. (Págs. 1 e Mercado B1)

Foto legenda: Celebridade

Lula e a mulher, Marisa, em seu 1º voo comercial para Brasília no papel de ex; tietado, posou para fotos, falou com crianças e comentou futebol. (Págs. 1 e Poder A10)

Onda de greves faz vice egípcio alertar sobre risco de golpe

O vice-presidente Omar Suleiman fez uma ameaça velada contra os protestos no Egito, que chegaram ao 16º dia atraindo mais adeptos, relata Marcelo Ninio.

"Queremos evitar um golpe apressado e irracional. O diálogo é a forma de alcançar a estabilidade", disse.

As greves se espalham por várias cidades, elevando a tensão. (Págs. 1 e Mundo A13)

Boa Notícia

Arrecadação do FGTS bate recorde com mais emprego

Mais empregos formais fizeram com que os depósitos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço superassem os saques em R$ l1,9 bilhões em 2010, recorde que superou 2009 em 72,5%.

O Nordeste (20%) e o Norte (17%) lideraram as altas na arrecadação. (Págs. 1 e Mercado B3)

Senado aprova ministro indicado ao STF por Dilma

O Senado aprovou a nomeação de Luiz Fux para o Supremo Tribunal Federal.

Primeira indicação de Dilma Rousseff, Fux afirmou em sabatina que é necessário tratar "desigualmente [os] desiguais". (Págs. 1 e Poder A12)

Por sugestão de Cabral, Obama deve subir morro pacificado no Rio (Págs. 1 e Mundo A16)

Alckmin eleva a R$ 600 o valor do mínimo estadual
A proposta do novo mínimo regional do Estado, com três faixas (R$ 600, R$ 610 e R$ 620), vai a Assembleia como projeto de lei e entra em vigor em l° de abril.

Serão beneficiados 7,2 milhões de trabalhadores sem acordos sindicais, como empregados domésticos e costureiros. (Págs. 1 e Poder A7)

Professor de SP vai poder mudar sua disciplina

O governo de SP vai dar prioridade na distribuição de aulas aos professores concursados com mais tempo na rede, mesmo que eles não tenham formação específica na disciplina que escolherem. Para ter direito a mudança, o profissional deve ter tido ao menos 160 horas do assunto. (Págs. 1 e Cotidiano C8)

Jânio Freitas

TSE deve resposta sobre a cassação dos Capiberibe. (Págs. 1 e Poder A9)

Eliane Catanhêde

Lula tinha o direito de desautarizar os sindicalistas? (Págs. 1 e Opinião A2)

Editoriais

Leia "Vigilância privada", sobre o assalto à casa do ex-secretário da Segurança de São Paulo; e "O partido de Kassab", acerca do rumo político do prefeito. (Págs. 1 e Opinião A2)

------------------------------------------------------------------------------------

O Estado de S. Paulo

Manchete: Dilma corta emendas do Congresso e preserva PAC
Do total de R$ 50 bilhões bloqueados do Orçamento, R$ 18 bilhões são de propostas feitas por parlamentares

Em meio a crise com sua base no Congresso, o governo anunciou ontem um corte de R$ 50 bilhões em suas despesas que será cumprido, em boa parte, por emendas de parlamentares ao Orçamento de 2011, que cairá de R$ 769,9 bilhões para R$ 719,9 bilhões. Dos R$ 21 bilhões incluídos pelo Legislativo na programação de gastos deste ano, R$ 18 bilhões, cerca de 86%, deverão ser cortados, segundo informou fonte do Planalto. Enquanto deputados e senadores ficarão com seus projetos parados nos ministérios, o Programa de Aceleração do Crescimento sairá ileso do aperto. O PAC não será reduzido nem terá projetos adiados, segundo a ministra do Planejamento, Miriam Belchior. Ela, porém, não confirmou a magnitude dos cortes nas emendas. Em outro ponto de enfrentamento das pressões no Congresso, o governo previu que o salário mínimo será mesmo de R$ 545 em 2011. Se o valor for maior, será necessário cortar mais despesas. O mesmo terá de ser feito caso seja aprovada uma revisão da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física. (Págs. 1 e Nacional A4)

Serra reaparece em defesa do mínimo de R$ 600

Derrotado na eleição presidencial do ano passado, José Serra reapareceu ontem em Brasília, na tentativa de unificar o partido na defesa de um salário mínimo de R$ 600 - o governo defende reajuste para R$ 545, o que tem motivado protestos das centrais sindicais. Empenhado em recuperar espaço no PSDB, Serra pregou que os tucanos adotem um mandamento: “Não atacarás o seu companheiro de partido para não servires ao adversário". (Págs. 1 e Nacional A6)

Confrontos se espalham no Egito e regime ameaça

O movimento pela renuncia do presidente Hosni Mubarak incorporou novos métodos ontem, com a deflagração de greves e o cerco ao Parlamento egípcio. Os confrontos entre manifestantes e a polícia chegaram ao sul e ao norte do país. A ampliação dos protestos coincide com a ameaça de recrudescimento do regime. (Págs. 1 e Internacional A10 a Al2)

Visão Global: Thomas Friedman

A escolha dos generais

Talvez esta seja a pergunta mais importante no Egito hoje: de que lado está o Exército? (Págs. 1 e Internacional A14)

Remédio contra aids terá versão brasileira

O genérico do tenofovir, usado por 64 mil pacientes de aids e 1,5 mil pacientes com hepatite, será produzido no País. O governo calcula que, sem a importação, a economia será de R$ 440 milhões em cinco anos. Com isso, 10 dos 20 remédios antiaids fornecidos pelo SUS passam a ser produzidos no Brasil. (Págs. 1 e Vida A17)

Procuradoria pede que Berlusconi seja indiciado (Págs. 1 e Internacional A15)

Dora Kramer
O ocaso da cigarra

O PMDB ocupa o poder, mas sente que não fez um negócio da China. É o que dá o olho-grande e nenhuma preocupação com o nome a zelar. (Págs. 1 e Nacional A6)

Notas & Informações

O estilo Dilma no caso do mínimo

A decisão de declarar encerrada a negociação é demonstração de autoridade e coerência política. (Págs. 1 e A3)

------------------------------------------------------------------------------------

-------------------------------------------------------------------------

Valor Econômico

Manchete: Cortes indicam queda real de 2,6% na despesa
O ajuste fiscal anunciou ontem pelo governo prevê um aumento nominal de 13,8% das receitas e de apenas 2,8% das despesas. O corte dos gastos públicos será de R$ 50 bilhões este ano, em relação ao Orçamento aprovado no congresso. Considerando-se um deflator de 516%, as receitas crescem em termos reais 7,77%, mas as despesas terão uma queda inédita de 2,65%.
Como proporção do PIB, a contração do gasto público também será forte: cairá de 19,14% em 2010 para 17,75%. Esses dados indicam que a presidente Dilma Rousseff inicia seu primeiro ano de mandato com uma política fiscal contracionista, compatível com o quadro preocupante de aceleração da inflação. (Págs. 1, A2 e A3)

Inflação alta antecipou as medidas

A divulgação dos cortes no Orçamento foi antecipada depois que o IPCA, o índice oficial de inflação, chegou em janeiro a 0,83%, a maior alta em seis anos. A decisão foi tomada na terça-feira, durante reunião no Palácio do Planalto que contou, inclusive, com a participação do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.
Na reunião, Tombini explicou que, embora o país esteja enfrentando um choque de preços provocado principalmente pelas commodities, a inflação está sendo fortemente pressionada pela demanda interna, que está superaquecida desde 2009. Ele disse que a inflação corrente elevada está contribuindo para deteriorar ainda mais as expectativas dos agentes econômicos e deixou claro que quanto mais cedo o governo anunciasse os cortes orçamentários, melhor seria para a reversão das expectativas. Tombini defendeu que o governo emitisse logo uma “mensagem clara” à sociedade. O presidente do BC foi convincente. (Págs. 1 e A3)

Hypermarcas manda preço de farmacêuticas para o espaço

Depois de comprar dois laboratórios farmacêuticos em pouco mais de um ano, a Hypermarcas consolidou a fama de máquina de compras que passa por cima de seus principais concorrentes para concluir seus negócios. A empresa passou a ser a vice-líder em medicamentos genéricos no país e não esconde seus planos de tornar-se líder do setor farmacêutico.
A entrada da Hypermarcas na área ajudou a inflacionar os ativos farmacêuticos no país. A referência para aquisições no exterior gira em torno de 12 a 14 vezes o Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia. O último negócio do grupo, a Mantecorp, ficou entre 20 e 22 vezes o Ebtida. Em parte, esses avanços podem ser explicados pelo forte apoio do BNDES nas transações. Em outubro, a companhia emitiu cerca de R$ 1,1 bilhão em debêntures simples - a operação tem garantia de compra total pelo BNDESPar. O governo considera a Hypermarcas uma consolidadora do setor e o apoio à empresa visa conter o avanço de multinacionais no segmento, visto como estratégico. (Págs. 1 e B8)

Reforma política está longe do consenso

A disposição da presidente Dilma Rousseff em aprovar a reforma política, reiterada em sua mensagem ao Congresso, já mobiliza os principais partidos. Mas a divisão entre PT e PMDB sobre o tema não favorece uma proposta de consenso.
Levantamento feito pelo Valor com líderes de 16 partidos na Câmara - que reúnem 501 dos 513 deputados - mostra que a lista fechada, pela qual os eleitores passariam a votar só na legenda, perdeu força. O modelo é apoiado pelos líderes do PT, DEM, PSC, PCdoB, PV, PPS e PSOL. Isso representaria a preferência de 192 deputados. O segundo bloco mais numeroso é o do "distritão", defendido por PMDB, PP e PR, que soma 162. (Págs. 1 e A14)

BC barra fundo na aquisição de bancos

Os fundos de "private equity" encontram barreiras para investir seus recursos bilionários no setor financeiro do país. Preocupado com a solidez do sistema, o Banco Central tem sido bastante cauteloso na aprovação da compra de bancos e corretoras por esses fundos, o que já impediu algumas operações.
O Valor apurou que, no fim de 2010, após dois anos de espera pe1o sinal verde do BC, a gestora de fundos Advent desistiu de assumir o controle do braço financeiro da varejista gaúcha Quero-Quero. (Págs. 1 e C1)

Construtoras do Brasil sustentam campanha eleitoral de Alejandro Toledo no Peru (Págs. 1 e A10)

Eldorado e ALL fecham acordo
A Eldorado Brasil, que será a maior fábrica de celulose do mundo, em Três Lagoas (MS), fechou contrato de logística com a ALL por 15 anos. O investimento em equipamentos e infraestrutura será de RS 300 milhões. (Págs. 1 e B6)

Eike cria empresa na Colômbia

O empresário Eike Batista vai reunir seus ativos de carvão na Colômbia em uma nova companhia, a CCX, e abrir seu capital em São Paulo, Londres e Bogotá. Antes, negocia 10% com um parceiro estratégico. (Págs. 1 e B9)

Plataforma de exportação

A fabricante de autopeças americana Dayco Power Transmission inaugurou ontem, em São Paulo, sua segunda fábrica no país. A unidade será voltada exclusivamente ao mercado de reposição. (Págs. 1 e B9)

EUA avançam no mercado de etanol

O aumento da demanda mundial, dólar fraco e produção interna recorde conferem aos produtores de etanol de milho dos EUA uma vantagem cada vez maior no mercado internacional de álcool combustível. (Págs. 1 e B10)

Limagrain investe em milho no país

A cooperativa francesa Limagrain assumiu a controle do braço de sementes de milho do grupo paranaense Sementes Guerra. Os franceses compraram 70% do negócio, por valor não divulgado. (Págs. 1 e B13)

Nilza suspende falência

O Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu liminar ao laticínio Nilza suspendendo sua falência, decretada em janeiro, por fraudes na recuperação judicial. (Págs. 1 e B13)

ADM terá fábrica de óleo de palma

A multinacional americana ADM, maior processadora de grãos do mundo, vai construir no Pará sua primeira fábrica de processamento de palma no Brasil. (Págs. 1 e B13)

Equívocos do FMI no pré-crise

Auditoria independente nos procedimentos do FMI nos anos que antecederam a atual crise econômica mundial mostra que o fundo tratou de forma desigual as economias avançadas e emergentes. (Págs. 1 e C1)

Mudança contábil aumenta lucro

Estudo da Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da FGV, mostra que a adoção das novas normas contábeis internacionais vai aumentar o lucro das empresas brasileiras entre 20% e 30%. (Págs. 1 e D1)

Ideias

Luis A. V. Catão

É improvável que ocorra uma rápida dissipação da pressão inflacionária externa advinda dos alimentos. (Págs. 1 e A11)

Ideias

Dani Rodrik

Lição do Egito para os regimes autoritários: não contem com o progresso econômico para se manter no poder para sempre. (Págs. 1 e Al3)

---------------------------------------