PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
1Radio 1455824919 nhm...

valor ...ria...nine

folha gmail df1lkrha

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terça-feira, dezembro 08, 2009

XÔ! ESTRESSE [In:] "Allah-lá-ô, ô ô ô ô ô ô; Mas que calor, ô ô ô ô ô ô..."

\o/







[Homenagem aos chargistas brasileiros].
...

COPENHAGUE: NOVOS ARES ???

Ambiente

O mundo em alerta

O desafio das 192 nações reunidas em Copenhague, a partir desta semana, será construir um acordo em bases realistas. O segredo é respeitar a ciência.


Ronaldo França
Corbis/Latinstock
ENIGMA DA TERRA
A velocidade com que as calotas polares estão derretendo surpreende os cientistas: é preciso andar rápido

VEJA TAMBÉM


A temperatura média da Terra subiu 0,8 grau nos últimos 100 anos.

– É menos de um grau em um século e ninguém deveria estar minimamente preocupado com isso – dizem alguns.

– Pera lá – dizem outros –, esse ritmo de aquecimento é alucinante quando comparado ao metabolismo geoclimático natural que precisou de 12 000 anos para acrescentar 5 graus à temperatura média do planeta. Numa conta simples, o atual ritmo de aquecimento do planeta está quase vinte vezes acima do normal. Nessa velocidade, em vez de 12 000 anos, bastariam pouco mais de 600 anos para a temperatura subir os mesmos 5 graus.

– Calma, gente – dizem os primeiros –, daqui a 2 000 anos todos nós estaremos mortos e nossos tatatatataranetos estarão vivendo em um planeta apenas 5 graus mais quentinho.

– Calma nada, não estão vendo os furacões, as enchentes e as secas cada dia mais intensos e frequentes? Eles são apenas amostras grátis das catástrofes globais que esses poucos graus a mais vão provocar, ameaçando a existência da vida humana sobre a Terra.

Como é fácil de ver, essa discussão, nos termos em que vem sendo travada em muitos círculos, nada tem de científica. Os próprios cientistas têm uma montanha de culpa no cartório por se comportarem como místicos divididos sobre quantos anjos podem se equilibrar na cabeça de um alfinete em um assunto do mais alto significado para todos. A maioria deles diz que o mundo caminha para o desastre se não diminuir o volume de gases de efeito estufa jogado na atmosfera. Outros, uma minoria, acreditam que a própria natureza regula as temperaturas por meio de processos gigantescos (a atividade solar ou as erupções vulcânicas), perto dos quais a fumacinha produzida pela humanidade não teria consequência significativa. No campo puramente científico, os dois grupos estariam empatados. Mas a política e a propaganda viraram o jogo para o lado dos catastrofistas, que hoje dão de goleada nos adversários.

A partir desta semana, 15 000 dos mais influentes terráqueos se reunirão em Copenhague, na Dinamarca, para participar da 15ª Reunião das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP15). Entre eles, representantes de 192 países e sessenta comitivas de chefes de estado. O COP15 vai tentar chegar a um acordo mundial para a redução da liberação de gases de efeito estufa na atmosfera. Ali será sacramentada a vitória dos cientistas catastrofistas sobre seus pares céticos em uma questão que já não é mais puramente científica.

Tudo o que os cientistas conseguiram pôr no papel até hoje é que a responsabilidade dos seres humanos é "muito provável". A expressão foi definida assim no último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), o corpo de cientistas reunidos pela Organização das Nações Unidas para tratar do assunto. Isso significa dizer que a emissão dos 50 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa pelas chaminés e canos de descarga, todo ano, impacta a vida no planeta, mas a ciência ainda não conseguiu juntar todas as provas necessárias para garantir que essa seja a razão principal. Seja como for, os governos de 192 países já decidiram não esperar mais. De alguma maneira, começarão a trabalhar agora para evitar que a humanidade produza uma concentração de gases de efeito estufa além do limite suportável pela atmosfera para que a temperatura média não suba além de 2 graus. Como se dará essa cruzada é a questão de fundo na reunião.

A complexidade das discussões se deve ao fato de que elas terão de fundamentar cálculos econômicos e políticos sobre uma base científica crivada de incertezas. Um exemplo é a própria estimativa sobre quanto o planeta se aquecerá até 2100. O máximo de precisão que se conseguiu estabelecer é que esse aumento se situará entre 1,8 grau e 4 graus. Do ponto de vista prático, isso equivale a dizer que o próximo bebê nascerá em Hong Kong ou Paris. É uma previsão, digamos, arriscada. Ciências climáticas estão entre as mais complexas do universo porque envolvem uma quantidade infinita de dados. Erupções vulcânicas, mudanças nas correntes marinhas, alterações na atividade solar e desvio na órbita dos planetas estão entre as muitas, mas muitas questões com que lidam os cientistas.

É sobre essas incertezas que pousam os incontáveis interesses políticos que farão a agenda da reunião na Dinamarca. À questão central – como fazer para conciliar crescimento econômico com ações de redução de emissões de gases de efeito estufa – se unirão os lobbies da indústria do petróleo e do carvão e a turma que fez da molécula de CO2 a nova trincheira na guerra para sabotar o capitalismo. Há radicais dos dois lados. No time dos céticos, a estratégia mais frequente é afirmar que o aquecimento do planeta já ocorreu pelo menos outras quatro vezes nos últimos 650 000 anos, mesmo quando não havia uma única chaminé fumegante na face da Terra. Tudo isso para dizer que o aquecimento de agora pode não ser provocado pelo homem e que, portanto, reduzir a queima de petróleo e carvão é um capricho desnecessário.

Trata-se de um silogismo. A concentração de gases de efeito estufa (gás carbônico, metano e óxido nitroso) chegou a níveis inéditos, no último século, período que coincide com o da Revolução Industrial. Nunca antes a atmosfera havia atingido uma concentração de gases maior do que 280 partes por milhão (conta que equivale a 280 litros de gases para cada milhão de litros de ar). Atualmente essa concentração já é de 390 ppm. O que se espera da COP15 é que de lá saiam decisões capazes de limitá-la a 450 ppm. Os cientistas estimam que é o máximo aceitável para que a temperatura não suba mais de 2 graus até o fim do século. Mas tudo, como sempre, no campo das projeções.

Uma das dificuldades em fazer afirmações mais assertivas é que a ciência climática vê o futuro olhando para o passado. Os estudos são processados por supercomputadores com capacidade de executar trilhões de cálculos por segundo. Trata-se de máquinas tão especiais que são encontradas hoje em não mais do que dez países. Elas trabalham sobre dados como medições geológicas, estimativas a partir de eventos registrados pela história e modelos computacionais para descrever eventos climáticos ocorridos nos últimos 1 000 anos. Aproveitando-se desse grau de incerteza é que muitos ambientalistas usam a tática do terror. Previsões de que o mar vai subir até 6 metros não têm base sólida, mas fizeram imenso sucesso no filme Uma Verdade Inconveniente e deram a seu autor, o ex-vice-presidente americano Al Gore, o Prêmio Nobel da Paz.

Nas duas últimas semanas a guerra entre os dois grupos esquentou, depois que hackers conseguiram capturar mensagens de e-mail dos cientistas do IPCC trocadas nos últimos treze anos. O alvo do ataque foi a Universidade de East Anglia, na Inglaterra, o principal centro de climatologia do mundo. Os e-mails, divulgados na internet, revelaram combinações entre alguns integrantes do IPCC para manter os cientistas céticos o mais longe possível de revistas especializadas como a Nature ou a Science. Isso é especialmente comprometedor quando se sabe que um dos principais argumentos contra os céticos é a escassez de artigos por eles publicados. Também se flagraram diálogos em que se combinava fazer pequenas arrumações nos números para dar-lhes mais consistência. O caso serviu para mostrar que há, dos dois lados da guerra, gente disposta a bater abaixo da linha da cintura. Nada disso, no entanto, ofusca o principal. A maior frequência de furacões de grande intensidade ao redor do planeta (o Katrina, que arrasou Nova Orleans, em 2005, é um exemplo) e o derretimento acelerado do gelo nas calotas polares indicam que sim, o clima no planeta está passando por alterações. Na dúvida, o melhor é agir agora.

Fotos Cchristian Aslund /EFE
O MEDO VENCEU A RAZÃO
Campanha publicitária da ONG Greenpeace,
com os presidentes Lula, Obama e Sarkozy:
a tática do terror ganhou a parada junto
à opinião pública mundial





















http://veja.abril.com.br/091209/mundo-alerta-p-174.shtml
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AIDS II: O DIA-A-DIA DE CADA UM

03/12/2009 - 14:22 - Atualizado em 04/12/2009 - 08:41

25 anos de Aids
Ao receber a notícia, eles pensavam que não viveriam seis meses. Estão vivos até hoje. Mas o dia-a-dia é cruel


CRISTIANE SEGATTO

Valéria era uma menina rica que embarcou com o pai num cruzeiro no Natal de 1986. Ambiente estritamente familiar. Vovós, netinhos, papais e mamães divertiam-se na piscina e nos jantares de gala. Foi nesse idílio, imune aos perigos da terra firme, que a garota de 15 anos conheceu o primeiro namorado. Com o surfista, dez anos mais velho, perderia a virgindade. E dele pegaria o vírus HIV. No ano que vem, a paulistana Valéria completará 20 anos de vírus. Quando recebeu o diagnóstico, as pessoas viviam em média seis meses depois da notícia. Aos 18 anos, Valéria era uma menina sem perspectivas. "A coisa mais humana que existe é a capacidade de projetar. Não vemos um cachorro fazendo planos, mas o homem vive disso", diz ela. "Depois do HIV, perdi essa habilidade. Longo prazo para mim eram três meses."

Valéria não morreu em seis meses. Nem em seis anos. Duas décadas se passaram e a morte não veio. A vida ficou suspensa. Por muitos anos, não valia a pena cursar uma faculdade ou pensar em casamento. O horizonte começou a mudar em 1996. Valéria passou a usar o coquetel de medicamentos contra o vírus HIV que acabara de ser lançado. E voltou a traçar objetivos. Em 1997, publicou uma autobiografia, que já está na 19a edição e vendeu mais de 200 mil exemplares. Aos 35 anos, hoje ela estuda Jornalismo e percorre o país fazendo palestras em escolas.

A história de Valéria não é única. Ela está entre os cerca de 40 milhões de pessoas no planeta que convivem com o HIV. A aids é hoje uma ameaça global que já matou 25 milhões e dizimou o continente africano, onde há 25 milhões de soropositivos. A cada ano, 5 milhões de pessoas contraem o vírus, cerca de 90% em países em desenvolvimento. Isso equivale a 14 mil novas infecções todo dia. A cada minuto, dez pessoas são infectadas. Conte até seis e - pumba! - alguém acaba de contrair o HIV. No Brasil, desde o início da epidemia, há 25 anos, o vírus já contaminou mais de 820 mil pessoas. Dessas, mais de 370 mil desenvolveram aids e 171 mil morreram. Estima-se que, como Valéria, haja 650 mil portadores do HIV no Brasil. Muitos tentam domar o vírus desde os primeiros anos da epidemia.

Nas últimas semanas, a aids completou 25 anos desde a descrição dos primeiros casos. ÉPOCA fez uma extensa investigação sobre como sobrevivem as pessoas que tiveram o corpo e a alma moldados pelo vírus ao longo destes anos. Estão vivas, é verdade. Mas só quem convive com elas no dia-a-dia sabe em que condições. "Levo vida normal, mas as pessoas não têm idéia dos efeitos colaterais que enfrentamos", afirma Valéria. O vírus parece estar sob controle. Mas a aparência dela não é mais a mesma. Assim como a maioria dos pacientes em tratamento com o coquetel antiaids, tido como uma esperança dez anos atrás, Valéria sofre de um desarranjo na distribuição de gordura no corpo conhecido como lipodistrofia. O rosto, os braços e as pernas afinaram. As veias ficaram aparentes. A gordura migrou para a barriga e para os seios. Valéria diz que não deixa de ir à praia de biquíni. Mas se incomoda com os olhares curiosos. O estranhamento diante do espelho mexe com a auto-estima e tira qualidade de vida.

Nos grupos de apoio a portadores do HIV, ouvem-se relatos de mulheres que não tiram a roupa nem para tomar banho. Mergulham em depressão e abandonam o tratamento na ilusão de recuperar os contornos perdidos. Até hoje não se sabe se a lipodistrofia é provocada pelos medicamentos ou pela ação conjunta dos remédios e do próprio vírus. Nos casos mais graves, surge uma corcova na altura da nuca, conhecida como giba de búfalo. A grande preocupação é que a lipodistrofia volte a provocar o estigma que marcou a doença nos primeiros anos. "A lipodistrofia é uma das piores coisas que estão acontecendo com a gente agora", diz Valéria. Para evitar que os portadores do vírus voltem a ser discriminados na rua, o Ministério da Saúde passou a oferecer procedimentos estéticos como o preenchimento facial e até cirurgias plásticas. As filas são grandes e nem todos são atendidos.

A lipodistrofia é apenas um entre os vários efeitos colaterais do coquetel antiaids - que, embora recomendado pela maior parte dos especialistas para uma doença até hoje incurável, está longe de ser um tratamento ideal. As drogas contra o HIV costumam ser altamente tóxicas. Além do impacto na aparência, elevam os níveis de colesterol, de triglicérides, provocam diabetes e falência do fígado. Para amenizar os problemas, os sobreviventes precisam seguir uma dieta rigorosa - sem gordura nem carboidratos - e fazer muito exercício físico. "Nos países ricos, os portadores do HIV já morrem mais de doenças cardiovasculares que de aids", afirma o infectologista Caio Rosenthal, do Hospital Emílio Ribas, em São Paulo.

A crise do espelho

"Sei que meu corpo não é o que seria se eu não tivesse aids. Fazer o quê? É o corpo que tenho"

Valéria Polizzi corre na praia para amenizar os efeitos colaterais dos remédios. Ela tem o vírus há 19 anos e sobreviveu aos piores tempos

A difícil convivência com os efeitos do tratamento

"Quando descobri o HIV, ainda era uma menina. A imprensa dizia que a aids era uma doença de gays e todo mundo falava em grupo de risco. Fiquei sem encaixe. Como eu poderia estar com aquilo? Parei de fazer planos. Achava que não passaria dos 20 anos. Cheguei aos 35, graças ao coquetel de medicamentos. Levo vida normal, mas as mudanças no corpo incomodam. Pode parecer bobagem. Mas não é só uma questão de estética. Pega na alma, abala a auto-estima"

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI54482-15273-1,00-ANOS+DE+AIDS.html

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AIDS: ESTATÍSTICAS E/OU ALERTA?

Pegar aids traz algum ganho?
Pesquisa do Ministério da Saúde aponta impactos positivos da infecção pelo HIV

Cristiane Segatto
 Reprodução
CRISTIANE SEGATTO
cristianes@edglobo.com.br
Repórter especial, faz parte da equipe de ÉPOCA desde o lançamento da revista, em 1998. Escreve sobre medicina há 14 anos e ganhou mais de 10 prêmios nacionais de jornalismo


O início de dezembro é sempre marcado pela divulgação, em todo mundo, de pesquisas e balanços sobre aids. Nesta semana não foi diferente. O Ministério da Saúde divulgou uma pesquisa sobre os impactos positivos e negativos relatados pelas pessoas que descobrem ter o vírus HIV. O que mais chamou minha atenção no texto do governo foi um quadro cujo título é: “Principais ganhos relacionados à infecção pelo HIV”.

Como assim? Pegar aids traz algum ganho? Não creio. Qualquer pessoa que pudesse escolher entre ter ou não o vírus optaria por viver sem ele. A formulação me pareceu de mau gosto. O resultado me pareceu triste. O principal “ganho” apontado pelos doentes foi melhor assistência de saúde (43,5% deles dizem que esse aspecto melhorou depois da infecção).

O Brasil virou referência internacional na atenção aos portadores do HIV. É uma conquista nacional que deve ser reconhecida e comemorada. Infelizmente a mesma qualidade não está disponível aos que sofrem de outras doenças. É triste, portanto, constatar que a assistência à saúde de milhares de pessoas só melhora depois que elas pegam aids.

Para 38% dos entrevistados, contrair o HIV não trouxe ganho algum. Em seguida, aparecem os quesitos maior suporte social (18,6%), sentimento de ser especial (17,6%) e envolvimento com organizações civis e sociais (10,4%).

A pesquisa foi realizada em 2008 pela Fiocruz com 1.260 pessoas que fazem tratamento com antirretovirais. As perdas relacionadas à infecção foram mais contundentes: piora nas condições financeiras (36,5%), piora na aparência física (33,7%), discriminação social (20,9%).
Entrevistei muitos doentes de aids nos últimos anos (leia a reportagem publicada em ÉPOCA "25 anos de aids"). Nunca ouvi algum deles dizer que a infecção pelo HIV lhe trouxe ganhos. Pelo contrário. A aids é hoje uma doença muito mais administrável que no passado.

Ainda assim, os pacientes enfrentam problemas emocionais, sociais e físicos. Por exemplo, graves doenças crônicas provocadas pela infecção e pelo coquetel.

Depois de ler o texto do Ministério da Saúde, decidi conversar sobre perdas e ganhos com a escritora Valéria Polizzi. A geração de brasileiros que hoje tem 20 e poucos anos aprendeu com Valéria o que é aids e como se proteger. Seu livro Depois daquela viagem foi adotado por escolas e lido por milhares de estudantes. É o relato autobiográfico da menina que embarca num cruzeiro de navio com a família. Nele conhece o primeiro namorado. Dele pega aids. Quando recebeu o diagnóstico, aos 18 anos, os pacientes viviam em média seis meses. Valéria era uma menina sem perspectivas. Por muitos anos, não valia a pena cursar uma faculdade ou pensar em casamento.

“A coisa mais humana que existe é a capacidade de projetar. Não vemos um cachorro fazendo planos, mas o homem vive disso”, disse-me Valéria numa conversa que tivemos na casa dela há três anos. “Depois do HIV, perdi essa habilidade. Longo prazo para mim eram três meses”.

Aos 38 anos, Valéria tem 22 de convivência com o HIV. Formou-se em Jornalismo, faz pós-graduação em criação literária e planeja. A seguir, a conversa que tivemos nesta semana:

epoca
EXERCÍCIOS
Valéria corre na praia em Santos (SP) com Mozart para tentar aliviar a lipodistrofia (má distribuição de gordura, um efeito colateral do coquetel)


ÉPOCA
Pegar aids lhe trouxe algum ganho?
Valéria Polizzi – Não dá para falar em ganho. Um dia fui dar uma palestra numa escola e uma aluna perguntou se o HIV tinha sido um presente para mim, se eu tinha passado a encarar a vida de outra forma etc. O HIV nunca é um presente. O presente que eu tive foi ter aprendido a lidar com essa situação da melhor forma possível. É claro que a proximidade da morte faz a pessoa repensar a vida. Se tenho vontade de fazer alguma coisa, vou e faço. As circunstâncias me fizeram uma pessoa mais imediatista. Mas isso foi decorrência da minha reação ao fato de ter aids. A infecção pelo HIV não me trouxe ganho algum.

ÉPOCAQual é o maior desafio das pessoas que vivem com HIV hoje?
Valéria – Uma coisa que nos chateia muito é a lipodistrofia, que provoca alterações metabólicas. Os níveis de triglicérides e colesterol no sangue aumentam. A lipodistrofia também é caracterizada pela má distribuição da gordura corporal. Isso ocorre por causa do vírus e do coquetel antiaids.

ÉPOCAVocê se incomoda com sua aparência?
Valéria – Acho que me acostumei. Sou magra. Tenho menos gordura nos braços e nas pernas do que uma pessoa sem o HIV. Não é o corpo que eu gostaria de ter, mas é o corpo que eu tenho.

ÉPOCAVocê tem feito alguma coisa para combater a lipodistrofia?
Valéria – É difícil combatê-la. Controlo a alimentação, faço Pilates, caminho. Não fiz aplicação de nenhum produto. Muitos pacientes fazem aplicações de gordura no rosto ou lipoaspiração em áreas onde há muita gordura localizada. Alguns ambulatórios do SUS oferecem esses serviços.

ÉPOCAOs médicos estão preocupados com outras doenças decorrentes do HIV e do tratamento contra ele. Há cada vez mais casos de diabetes, câncer e doenças hepáticas entre os soropositivos. Além da lipodistrofia, você teve alguma outra doença decorrente da longa convivência com o HIV?
Valéria – Tenho neuropatia periférica (disfunção dos nervos periféricos). Sinto uma dormência do lado de fora dos braços e das pernas. Às vezes sinto as pernas pesadas.

ÉPOCAQual o seu conselho aos jovens que não usam camisinha porque acham que a aids se tornou uma doença crônica e contornável?
Valéria – Digo que tomar os remédios é difícil. É preciso usar camisinha sempre. Não só por causa da aids, mas também para evitar outras doenças sexualmente transmissíveis e uma gravidez indesejada.

ÉPOCAA maioria das pessoas não tem ideia das dificuldades enfrentadas por quem toma esses remédios?
Valéria – Tomar coquetel não é fácil, mas tenho muito cuidado quando digo isso. Não quero desestimular ninguém a se tratar corretamente. Tem muita gente que interrompe o tratamento, tira férias dos remédios. Crianças, por exemplo, tomam os remédios direitinho. Quando chegam à adolescência começam a questionar o tratamento. Isso tudo é um perigo. O vírus fica resistente aos remédios. Se a pessoa “queima” muitos esquemas de tratamento, chega uma hora que não existe mais nada a oferecê-la.

ÉPOCAComo você está hoje? O vírus está em níveis indetectáveis?
Valéria – Sim. Minha carga viral está indetectável. Nem sempre foi assim. Ela subia, depois caía. Dois dos remédios que fazem parte do meu coquetel atualmente são os mesmos há doze anos.

ÉPOCAVocê está namorando?
Valéria – Não. Mas já fui casada. Tive uma relação de seis anos com um austríaco. Ele não tinha o vírus. Sempre usamos camisinha e nunca tivemos problema nenhum. A camisinha nunca estourou. Nos conhecemos numa viagem. Estávamos num grupo e eu contei que tinha o vírus e queria saber como as pessoas lidavam com a aids em outros países. Ele sempre soube da minha condição.

ÉPOCAMuita gente ainda prefere esconder que tem o vírus. Falar sobre isso, contar à família e aos amigos faz bem?
Valéria – Para mim foi muito importante contar. Era uma menina e precisava do apoio da minha família. Mas essa é uma decisão pessoal que deve ser respeitada. Tenho uma amiga que não conta aos pais. Eles já são idosos e ela não quer preocupá-los. Em outros casos, percebo que o próprio soropositivo tem preconceito. Não assume sua condição de jeito nenhum.

ÉPOCAImagino que você deve ter feito muitos anos de terapia. Isso lhe ajudou?
Valéria – Fiz muita terapia, principalmente no começo. Ao longo dos anos, fazia, depois parava. Agora voltei. Não só por causa da aids, mas porque a terapia me faz bem. Ela foi muito importante quando descobri que tinha aids. Era o único espaço que eu tinha para falar sobre isso. A terapia me ajudou muito na questão do tempo. Minha expectativa de vida era curta. Era uma menina que não conseguia fazer planos.

ÉPOCAHoje você faz planos?
Valéria – Não fico pensando em coisas de prazo muito longo. Mas depois que consegui manter um relacionamento de seis anos e fazer uma faculdade de quatro anos, sei que posso olhar um pouco mais pra frente. Estou fazendo uma pós-graduação em criação literária. O que eu quero para mim é escrever outros livros.

Assista ao depoimento de Valéria na novela Viver a Vida:

Você acha que pegar aids traz algum ganho? Concorda ou discorda de Valéria Polizzi? Queremos ouvir a sua opinião.
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http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI108564-15230,00-PEGAR%20AIDS%20TRAZ%20ALGUM%20GANHO.html
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01/12/2009 , às 19h17

65% dos portadores do HIV avaliam estar bem de saúde


Pessoas com aids sofrem mais com problemas sociais e psicológicos do que com ação do HIV no organismo. As informações fazem parte de pesquisa lançada pelo Ministério da Saúde.

Um estudo realizado com pessoas em tratamento de aids no Brasil mostra que elas sofrem mais com problemas relacionados à interação social do que com a ação do vírus no organismo. Sessenta e cinco por cento dos entrevistados avaliam seu estado de saúde como bom ou ótimo. O índice é cerca de dez pontos percentuais maior que o da população geral – a diferença persiste mesmo após padronização por sexo e faixa etária. A comparação com portadores de outra doença crônica ou de longa duração surpreende ainda mais. Apenas 27% (um percentual duas vezes menor) desses outros pacientes classificam sua própria saúde como boa ou ótima. Os números fazem parte da pesquisa Percepção da qualidade de vida e do desempenho do sistema de saúde entre pacientes em terapia anti-retroviral no Brasil. Na fase de análise, os dados também foram comparados aos da Pesquisa Mundial de Saúde, feita pela OMS em 2003.

A pesquisa foi realizada, pela Fundação Oswaldo Cruz, em 2008 com 1260 pessoas em tratamento antirretroviral. Contou com financiamento da Usaid e o apoio do Ministério da Saúde. Seus resultados são representativos de toda a população em tratamento antirretroviral, atualmente em cerca de 200 mil pessoas.

A boa percepção do estado de saúde entre as pessoas com aids contrasta com problemas sociais e psicológicos enfrentados por elas. Nesse ponto, a situação de quem está em tratamento com o coquetel antiaids é pior do que a população geral. Entre as soropositivas, 33% afirmaram ter grau intenso ou muito intenso de tristeza ou depressão e 47% grau intenso ou muito intenso de preocupação e/ou ansiedade. Entre os homens, o índice é um pouco menor – 23% e 34%, respectivamente.

A Pesquisa Mundial de Saúde fez a mesma pergunta para a população geral e constatou que apenas 15% declararam sentir um grau intenso ou muito intenso de tristesa ou depressão. Preocupação e ansiedade na população geral também foi menor – 23% para o total (28% entre as mulheres e 17% entre os homens).

Esses resultados indicam que, apesar de mais da metade das pessoas autoavaliarem bem sua saúde, uma boa parte deles ainda não superou os traumas psicológicos causados pelo diagnóstico de HIV/aids. “O sentimento de tristeza e depressão pode ser explicado pela falta de apoio social, pelo sentimento de discriminação, pelo sentimento de solidão, entre outros, que diferenciam as pessoas com aids da população geral”, afirma a coordenadora da pesquisa, Célia Landmann.

Em relação ao estado de saúde, o que se percebe é que o impacto do diagnóstico é tão forte, que após o início do tratamento e a melhora das condições imunológicas, as pessoas se sentem saudáveis novamente. “Quando fazemos a pergunta, eles acabam por comparar a situação atual ao momento do diagnóstico, o que faz com que boa parte dos pacientes respondam que atualmente sua saúde é excelente ou boa”, explica o pesquisador Paulo Borges, que defendeu doutorado na Fiocruz como parte da pesquisa.

Estigma e preconceito – A pesquisa também identificou os impactos positivos e negativos do diagnóstico da aids entre os participantes do estudo: 38% deles afirmaram não ter tido nenhum ganho; e 43,5% disseram ter, depois do diagnóstico, melhor assistência à saúde. Outros 18,6% afirmaram ter maior suporte social. (veja tabela abaixo)


Principais ganhos relacionados à infecção pelo HIV.
Pacientes de aids, Brasil, 2008

Ganhos
Percentual (%)
Maior suporte social
18,6%
Melhor assistência de saúde
43,5%
Envolvimento com organizações civis e sociais
10,4%
Sentimento de ser especial
17,6%
Nenhum
38,0%
Fonte: Percepção da qualidade de vida e do desempenho do sistema de saúde entre pacientes em terapia anti-retroviral no Brasil, 2008

Entre as perdas, a mencionada pelo maior número de pessoas foi a piora das condições financeiras (36,5%), seguida da aparência física (33,7%) – veja tabela. Entre todos esses aspectos, o único que está diretamente relacionado diretamente ao HIV é a piora na aparência física. Todas as outras dependem também de questões sociais.


Principais perdas relacionadas à infecção pelo HIV.
Pacientes de aids, Brasil, 2008


Perdas
Percentual (%)
Piora nas condições financeiras
36,5%
Piora na aparência física
33,7%
Discriminação social
20,9%
Perda do emprego
20,6%
Falta de suporte familiar
16,2%
Discriminação familiar
16,2%
Discriminação pelos amigos
15,9%
Perda da independência
15,2%
Fonte: Percepção da qualidade de vida e do desempenho do sistema de saúde entre pacientes em terapia anti-retroviral no Brasil, 2008
O sentimento de depressão referido pelos pacientes é bastante associado a boa parte dos problemas citados acima, bem como ao sentimento de solidão. Na avaliação de Célia Landmann, a preocupação e ansiedade relatadas podem estar associadas ao medo da morte.

Aspectos socioeconômicos – No que se refere às condições socioeconômicas, os resultados do estudo indicam um nível melhor de educação entre os pacientes de aids quando comparados à população brasileira. Porém, apesar de o nível educacional dos pacientes ser mais alto do que o da população brasileira, a distribuição de renda é semelhante. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD-2006), divulgada na época do estudo com soropositivos, 67% da população brasileira, com 18 anos ou mais, têm rendimento mensal menor que dois salários mínimos (incluindo todas as fontes de renda), proporção semelhante à encontrada entre os pacientes de aids (69%).

Os resultados mostram também que a proporção de pacientes homens que não trabalham (55%) é bem maior do que a da população geral masculina (21%, conforme a PNAD-2006).

Na avaliação de Paulo Borges, isso é um reflexo da dificuldade que essas pessoas têm de conseguir e manter-se no emprego. Elas – conta ele – costumam ir ao serviço de saúde uma vez por mês, para pegar os medicamentos e serem consultados e, na maioria das vezes, perdem muito tempo com isso. “É difícil explicar no trabalho, sem revelar seu estado sorológico, que será necessário faltar uma vez por mês. Até mesmo os pacientes que estão no mercado de trabalho relatam essa dificuldade”, diz.

Além disso, ainda existe muito preconceito e discriminação em relação ao HIV, pois mais de 20% dos entrevistados perderam o emprego após o diagnóstico.

Em relação à situação de trabalho, no total, 58% não trabalham atualmente (55% entre os homens e 62% entre as mulheres).

Entre os pacientes homens, aposentadoria por doença (31,3%), incapacidade (14,7%), e recebimento de auxílio doença (24,6%) foram os principais motivos alegados para não estarem trabalhando.

Entre as mulheres, 28% são donas de casa, 15,4% são aposentadas pela doença, 11% relataram incapacidade para o trabalho, e 15,4% recebem auxílio doença.

Fatores que impactam a boa avaliação do estado de saúde

Os pesquisadores que conduziram o estudo desenvolveram um modelo estatístico para verificar os principais fatores associados à autoavaliação do estado de saúde como excelente ou boa.

De acordo com a análise, fatores sociais como escolaridade e renda impactam positivamente. Quem tem ensino fundamental completo ou mais tem 70% mais chance de ter boa avaliação do que quem tem ensino fundamental incompleto. Quem pertence às classes sociais A e B tem duas vezes mais chance de ter boa avaliação os das classes D ou E.

Por outro lado, estar aposentado por motivo de doença, incapacitado para o trabalho ou recebendo auxílio doença diminui em 55% a chance de ter boa autoavaliação do estado de saúde.

No que diz respeito à resposta ao tratamento, efeito colateral ou reações adversas e presença de sintomas impactam negativamente a boa autoavaliação. Quem relata ter tido sintomas da aids tem 40% menos chance de ter boa autoavaliação.

Ter iniciado o tratamento a partir de 2007 também é um fator negativo para a boa autoavaliação. Provavelmente, esses pacientes ainda não recuperaram seu sistema imunológico devido ao pouco tempo de tratamento e ainda estejam sofrendo com os efeitos colaterais do início do tratamento e do diagnóstico recente.

Essa última constatação reforça a necessidade da ampliação da testagem anti-HIV. Quanto mais cedo é o diagnóstico, maiores são as chances de os soropositivos terem sobrevida mais longa e de maior qualidade.


Mais informações
Atendimento à imprensa
Departamento de DST e Aids

(61) 3306 7051/ 7033/ 7010/ 7016/ 9221-2546
Site: http://www.aids.gov.br
E-mail: imprensa@aids.gov.br
Atendimento ao cidadão
0800 61 1997 e (61) 3315 2425

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"QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?"

08 de dezembro de 2009

O Globo

Manchete: Obama surpreende e usa saúde pública para controlar emissões
Medida reabre esperança de um acordo na Conferência do Clima

Numa decisão aplaudida na abertura da Conferência do Clima da ONU (COP-15), em Copenhague, a agência ambiental dos EUA classificou o CO2 e outros cinco gases do efeito-estufa como prejudiciais à saúde. Com isso, a administração federal poderá controlar diretamente emissões, mesmo sem a aprovação do Congresso, que emperrou a legislação climática americana. A partir de 2010, a agência poderá impor restrições, por exemplo, à indústria e à geração de energia. O secretário-geral da COP-15, Yvo de Boer, saudou a decisão e disse que ela aumenta significativamente as chances de um acordo climático ambicioso em Copenhague. A medida dá ao presidente Barack Obama mais autonomia para firmar um acordo. (págs. 1, 29 e 30 e Míriam Leitão)

Foto legenda: Sinal vermelho
Uma multidão de motoqueiros aguarda no trânsito em Taipé: poluição do ar cresceu no mundo.

Reprovado no teste da Copa

A última rodada do Campeonato Brasileiro expôs os graves problemas que afligem o futebol do país que sediará a Copa de 2014. No Maracanã, a má gestão foi desde a desorganizada venda de ingressos à confusa entrada dos torcedores no estádio. Em Curitiba, cenas de selvageria no Couto Pereira, que foi interditado. (págs. 1 e 34)

PMDB sai e deixa Arruda ainda mais só

Acusado de comandar o esquema de corrupção no DF, o governador José Roberto Arruda está ainda mais isolado: o PMDB decidiu sair do governo e mandou seus aliados deixarem os cargos. (págs. 1, 3 e 4 e editorial "Anticorrupção")

Aliado de Cabral presidirá PT do Rio

O deputado Luiz Sérgio, favorável à aliança com o governador Sérgio Cabral (PMDB), foi eleito presidente do PT do Rio. Mas Lindberg Farias, contrário a essa aliança, disse que manterá sua candidatura ao governo. (págs. 1 e 8)

Ladrões cavam túnel e levam R$ 20 milhões

Enquanto o país assistia às finais do Brasileirão, anteontem, ladrões cavaram um túnel e roubaram R$ 20 milhões de uma empresa de transporte de valores em SP. A quadrilha tinha comprado casa na região e cavou o túnel por 4 meses. (págs. 1 e 10)

Enem: MP denuncia 5 por vazamento (págs. 1 e 8)

Agências e bancos brigam por Casas Bahia (págs. 1 e 21)

Evo tem carta branca para mudanças (págs. 1 e 27)

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Folha de S. Paulo

Manchete: PF suspeita de propina para irmão de Palocci

Camargo Corrêa nega prática de suborno; Adhemar Palocci não comenta

A Polícia Federal suspeita do envolvimento de Adhemar Palocci, irmão do ex-ministro Antonio Palocci, em suposto recebimento de propina da Camargo Corrêa paga também ao PMDB e ao PT, relata Flávio Ferreira.

Adhemar, diretor de planejamento e engenharia da Eletronorte, é citado no relatório final da Operação Castelo de Areia, da PF. A estatal é responsável pela construção das eclusas de Tucuruí, no rio Tocantins.

Manuscrito apreendido na investigação indica que teria havido propina de R$ 2,1 milhões pela obra. Dele constam o valor de R$ 1 milhão ligado às siglas PMDB e PT e inscrições que, para a PF, referem-se a Adhemar.

O Ministério Público pediu que se investiguem mais 13 obras da construtora. A Camargo Corrêa nega irregularidade. PMDB e PT dizem desconhecer a investigação, e o irmão de Palocci não quis comentar. (págs. 1 e Brasil)

Governo vai investigar cartel de telas de LCD

A Secretaria de Direito Econômico abrirá processo para investigar o impacto de um cartel internacional de telas de LCD no Brasil, informa Julio Wiziack. Nos EUA, os integrantes confessaram o crime e já pagaram US$ 1,2 bilhão em multas.

O LCD é usado na montagem de TVs e outros aparelhos. No exterior, participaram do esquema empresas como LG, Samsung, Sharp, Hitachi e Epson. Suspeita-se de ação do cartel em todos os países que importam esses componentes. (págs. 1 e B1)

Líderes do DEM cogitam adiar expulsão de Arruda

O DEM estuda adiar a reunião da Executiva que vai decidir sobre José Roberto Arruda, acusado de operar esquema de propina. Advogados dizem que o governador do Distrito Federal pode ir à Justiça se sua expulsão ocorrer na tarde de quinta

Aliados de Arruda tentam retardar o processo de impeachment. A Câmara Legislativa do Distrito Federal criou comissão especial para analisar e votar os pedidos de afastamento do governador antes que eles sigam para o plenário. (págs. 1, A8 e A9)

Detida quadrilha que vendia falso emprego nos EUA

Após um ano de investigação, o Ministério Público do Estado e o consulado americano em São Paulo identificaram quadrilha que vendia falsas vagas de emprego para brasileiros nos EUA.

O grupo movimentou R$ 90 milhões em sete anos e fez cerca de 9.000 vítimas. Há 11 detidos. (págs. 1 e C4)

Marcos Nobre: Ex - rodapé, Brasil vira fim de mundo com viés de alta

Enquanto a Venezuela desapareceu do noticiário internacional, o Brasil saiu da posição de nota de rodapé do fim do mundo para fim de mundo com viés de alta.

Mas, ao mesmo tempo, adotou política externa que tem no governo Obama importante adversário. (págs. 1 e A2)

Foto legenda: Furto cinematográfico

Praça na zona norte paulistana em que criminosos escavaram túnel para levar ao menos R$ 10 mi de empresa de valores; valor do furto, o maior do ano em SP e realizado durante os jogos do Campeonato Brasileiro no domingo, pode chegar a R$ 20 mi (págs. 1, C1 e C3)

Editoriais

Leia "O teste do Enem", sobre problemas do novo exame, e "Morales reeleito", acerca das perspectivas de seu mandato. (págs. 1 e A2)

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O Estado de S. Paulo

Manchete: BNDES vai bancar até 60% do projeto do trem-bala

Governo terá 30% da empresa criada para gestão do trem de alta velocidade

O governo vai financiar, por meio do BNDES, cerca de 60% do projeto do trem-bala Campinas-São Paulo-Rio, estimado em R$ 84,6 bilhões. Além disso, a União deverá ter participação de cerca de 30% do capital da empresa que será criada para construir e administrar o trem. O secretário executivo do Ministério dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, disse que, dos R$ 10,4 bilhões de capital próprio da empresa, R$ 7 bilhões deverão vir dos sócios privados e outros R$ 3,4 bilhões do Tesouro. Passos afirmou que o valor do crédito do BNDES poderá ser menor, porque o principal critério para definir o vencedor da disputa pelo projeto é a menor exigência de financiamento público. Segundo o secretário, o leilão deverá ocorrer em maio de 2010 - no cronograma inicial, estava previsto para o primeiro trimestre. (págs. 1 e B1)

PIB cresce e indica retomada

Após dois trimestres seguidos de variação negativa em relação a 2008, há sinais de que o PIB brasileiro voltou ao patamar positivo no terceiro trimestre do ano. Analistas calculam alta de 0,2% a 0,3%, o que indica a volta do nível pré-crise. (págs. 1 e B9)

Cinco são denunciados por fraude no Enem

O Ministério Público Federal denunciou cinco envolvidos na tentativa de fraudar o Enem, adiado em outubro após o Estado avisar o Ministério da Educação sobre o vazamento da prova. Os acusados foram denunciados pelos crimes de peculato, corrupção passiva, violação de sigilo funcional e, um deles, também por extorsão. A pena pode chegar a 60 anos de prisão. (págs. 1 e A19)

Ladrões fazem túnel e levam R$ 20 milhões

Ladrões levaram anteontem cerca de R$ 20 milhões de uma transportadora de valores na zona oeste de São Paulo. O grupo comprou uma casa vizinha à empresa há nove meses, fez um túnel de 150 metros e esperou a final do Brasileiro para efetuar o crime sem chamar a atenção. Os malotes foram retirados em carrinhos feitos sob medida para o túnel, cuja estrutura impressionou os policiais. (págs. 1, C1 e C3)

Foto legenda: Engenhoso - Carrinhos usados por ladrões para retirar o dinheiro de transportadora de valores; no detalhe, o acesso para o túnel

Arruda põe aliados na Câmara para reagir

O governador José Roberto Arruda, acusado de liderar o “mensalão do DEM”, tenta agora controlar a Câmara do Distrito Federal para salvar seu mandato. Ele recolocou na Casa dois deputados tarimbados de seu partido, que ocupavam secretarias importantes: Eliana Pedrosa (Desenvolvimento Social) e Paulo Roriz (Habitação). Suspeitos de irregularidades, eles tentarão assumir postos estratégicos na Casa. (págs. 1 e A4)

Ricos vetam recursos a emergentes para o clima

Com a União Europeia à frente, os países industrializados estão se recusando a repassar recursos dos fundos de Adaptação e Mitigação aos grandes países emergentes, como o Brasil. Trata-se do principal meio de financiar ações contra o aquecimento global. A discussão ocorreu nos bastidores da Conferência do Clima, que começou ontem em Copenhague, relatam os enviados especiais Andrei Netto e Afra Balazina. (págs. 1 e A17)

Mais de 9 mil caem no golpe de visto para os EUA

A Operação Anarquia do Ministério Público Estadual (MPE) desarticulou ontem uma quadrilha internacional especializada em fraudar o processo de obtenção de visto de trabalho nos EUA. Onze pessoas foram presas em São Paulo, Uberlândia (MG), Palhoça (SC) e Curitiba (PR). Cerca de 1.800 vítimas foram identificadas, mas o total pode superar 9 mil. (págs. 1 e C4)

Número
R$ 90 milhões foram arrecadados pela quadrilha

Bolívia: Morales comemora controle legislativo

Presidente reeleito obteve maioria na nova Assembleia, diz projeção. (págs. 1 e A13)

Notas e Informações: A reeleição de Evo Morales

No segundo mandato, Evo Morales terá de conciliar as suas plataformas nativistas com as demandas das organizações indígenas pela auto-gestão das suas áreas. (págs. 1 e A3)

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Jornal do Brasil

Manchete: O monopólio invade a praia

Ambulantes criticam regras que beneficiam empresa

O choque de ordem na praia, que começa hoje, gerou um curto-circuito entre barraqueiros com permissão para vender na areia e a prefeitura. Os ambulantes acusam a Orla 2010, que estaria autorizada pelo município a fornecer as novas barracas e equipamentos, de forçá-los a se associarem sob pena de não serem abastecidos. A empresa é um consórcio liderado pela Orla Rio, dona da história dos quiosques em funcionamento nas praias da cidade. Os responsáveis pelo programa na prefeitura, por sua vez, negam haver qualquer contrato com a Orla 2010. (págs. 1 e Cidade A13)

Mantega diz que produtos podem faltar

A possibilidade de desabastecimento de alguns produtos no comércio às vésperas do Natal foi admitida ontem pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Ele voltou a fazer previsões otimistas com relação a 2010 e disse que não há "bolha de consumo". (págs. 1 e Economia A18)

Assaltantes cavam túnel para roubar (págs. 1 e País A8)

Enem: indiciados cinco por fraude

Cinco pessoas foram indiciadas pelo Ministério Público Federal pelo envolvimento com furto, vazamento de informações e tentativa de venda da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Após adiamento, a prova foi realizada no fim de semana. (págs. 1 e País A5)

Paiol do tráfico em Copacabana

Uma semana depois de ter sido ocupado por tropas da Polícia Militar. O morro Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, mostrou ser um paiol do tráfico: 17 granadas foram encontradas por policiais, que apostam na apreensão de mais armamentos pesados. (págs. 1 e Cidade A14)

Estudantes do Irã protestam

Estudantes contrários ao presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad ressuscitaram ontem a onda de protestos pró-reformas com manifestação no interior da Universidade de Teerã. Temendo um agravamento dos conflitos, lojas da região fecharam as portas. (págs. 1 e Internacional A21)

Coisas da política

Situação do DEM não é a mesma do PT. (págs. 1 e A2)

Informe JB

PMDB abandona o governo de Arruda. (págs. 1 e A4)

Editorial

Violência em estádios deve ser combatida já. (págs. 1 e A10)

Sociedade Aberta

Aurélio Wander Bastos
Advogado e cientista político

A história e as eleições da OAB. (págs. 1 e A8)

Sociedade Aberta

Aristóteles Drummond
Jornalista

No Judiciário, omissão, corporativismo e morosidade. (págs. 1 e A11)

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http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Sinopses&Tarefa=Exibir
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