PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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quarta-feira, agosto 28, 2013

FOGO AMIGO (2)

28/08/2013
Campos diz ter disposição para Presidência


Governador sinaliza intenção de disputar cargo em 2014


Silvia Amorim
SÃO PAULO


Ao término de dois dias de uma agenda típica de pré-candidato em São Paulo, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), acenou ontem, pela primeira vez, ter disposição pessoal para disputar a Presidência da República em 2014. Campos, entretanto, deixou claro que qualquer decisão sobre a próxima disputa eleitoral somente será anunciada pelo PSB no início do ano que vem.

- O partido sabe qual o tamanho da minha disposição. Tanto sabe que me conduziu à presidência (da legenda) por duas vezes. A confiança da base partidária eu sei que há e ela sabe qual é a nossa disposição. Agora, mais do que disposição, tem que ter responsabilidade - afirmou Campos, que encerrou a maratona de compromissos em São Paulo com uma gravação para o "Programa do Ratinho", do SBT, por onde já passaram outros potenciais presidenciáveis, como o senador Aécio Neves (PSDB) e a ex-senadora Marina Silva (sem partido).

O governador também disse ser "natural" a mobilização de diretórios regionais do PSB, que já trabalham para fortalecer o nome dele para uma eventual disputa presidencial em 2014.

- É natural que os partidos e a base partidária comecem, à medida que se aproxima a eleição, a intensificar esse debate. Não é só o PSB que está fazendo isso - afirmou.

Nos dois dias em que esteve em São Paulo, Campos reuniu-se a portas fechadas com empresários e discursou em feiras de negócios. Apesar de o PSB participar da base do governo Dilma Rousseff, ele fez críticas à atual gestão. Em entrevista ao "Programa do Ratinho", ainda sem data confirmada para ser exibida, o governador disse que a presidente não tem "traquejo político" e cobrou "humildade" do governo.

- Acho que muitas vezes a falta de traquejo político e de diálogo é percebida claramente pelos prefeitos e governadores. Acho que o governo precisa dialogar mais e ter mais humildade - criticou.

adicionada no sistema em: 28/08/2013 04:04

FOGO AMIGO!

28/08/2013
Eduardo Campos parabeniza Saboia e diz que era uma causa humanitária


Aécio afirma que Dilma se curvou a "conveniências ideológicas"
SANTOS (SP) e BRASÍLIA


O governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, parabenizou ontem o diplomata Eduardo Saboia, que acompanhou o senador boliviano Roger Molina na fuga para o Brasil. Campos, cujo avô, Miguel Arraes, deixou o Brasil no regime militar em condições semelhantes, também defendeu que o caso não seja motivo para um impasse diplomático entre a Bolívia e o Brasil.

- Salvamos uma vida e cumprimos uma tradição que é própria do povo latino e do brasileiro, que é a de abrigar. E isso não deve, de forma alguma, atrapalhar a relação diplomática que o Brasil tem com a Bolívia. Essa é uma causa humanitária - disse Campos.

Campos falou sobre o episódio da fuga de Arraes do Brasil:


- Eu tenho, por dever de consciência e até por homenagem à história do meu avô e ao embaixador que salvou a vida dele e da minha avó, de cumprimentar o diplomata brasileiro que fez isso - disse Campos.


Em nota, o senador Aécio Neves se solidarizou com Eduardo Saboia: "É deplorável, sob todos os aspectos, a atitude tomada pelo governo da presidente Dilma no episódio envolvendo a transferência do senador boliviano. Ao expor à execração pública o diplomata Eduardo Saboia, o governo brasileiro se curva, mais uma vez, a conveniências ideológicas. Mais grave ainda, abandona as melhores tradições da nossa diplomacia", escreveu.

adicionada no sistema em: 28/08/2013 03:59

''TENHO E-MAILs!!!'' [... a versão 'hi-tec' do ex-deputado federal Mário Juruna: ''-- Falou? Tá gravado!!!'']

28/08/2013
Saboia diz que mostrará e-mails de autoridades brasileiras e bolivianas


Ministro da Justiça pediu médico para examinar senador em Corumbá
Maria Lima

Defesa. Saboia: "Tenho documentos que comprovam que a situação era de um quadro que ia se agravar ainda mais";

crise no itamaraty

BRASÍLIA

À procura de um advogado para defendê-lo no processo administrativo aberto pelo Itamaraty para avaliar sua conduta, o ex-encarregado de negócios do Brasil na embaixada da Bolívia, ministro Eduardo Saboia, afastado de suas funções por tempo indeterminado, disse ontem estar pronto para enfrentar a batalha e provar que agiu estritamente dentro dos preceitos constitucionais e humanitários.

Certo de que enfrentará uma luta pesada, Saboia disse, entretanto, que usará, em sua defesa, documentos e e-mails trocados com autoridades brasileiras e bolivianas em busca de uma solução para o caso.

- Eu tenho uma defesa dentro do Direito administrativo e constitucional. Estou respaldado. Tenho documentos que comprovam que a situação era de um quadro que ia se agravar ainda mais, com risco iminente de um desfecho ruim. Naquele momento, eu avaliei que (a fuga) era a única ação possível dentro do que prevê a Constituição, que é dever de um servidor público que tem valores - disse Saboia.

Ele assume integralmente a responsabilidade pela operação de fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina, asilado há 15 meses na embaixada brasileira em La Paz, e nega que o embaixador Marcel Biato tenha participado do plano.

No sábado à tarde, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ligou para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, pedindo que o senador boliviano fosse atendido por um médico da rede pública em Corumbá (MS). Um médico da rede municipal de saúde foi ao hotel em que o senador estava, examinou-o e disse que não havia risco de vida. Molina foi liberado para seguir para Brasília de avião.

Saboia se disse confortado com as mensagens de apoio e solidariedade que está recebendo de colegas diplomatas, ex-colegas de trabalho, familiares e brasileiros de todo o país.

- Essas manifestações me alegram muito, me dão conforto e mostram que tenho amigos que comungam dos mesmos valores que eu. É uma sensação boa, mas tenho uma longa luta pela frente. Preciso de muita oração - disse.


Ele não quis fazer comentários sobre a resposta dura da presidente Dilma Rousseff, com a demissão do ministro Antônio Patriota e seu afastamento das funções, para dar satisfação política ao presidente da Bolívia, Evo Morales.


- O meu caso é uma coisa específica. Eu fiz para ajudar uma pessoa, para resolver uma situação concreta e faria tudo de novo por razões humanitárias. Era a única saída que eu tinha - disse o diplomata.

Ele também não quis comentar o fato de a comissão formada pelo governo para investigar a operação de fuga do senador boliviano ser presidida por um auditor fiscal, em vez de diplomatas. O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que participou da operação de resgate, queria levar Saboia para falar amanhã aos senadores, mas o diplomata acha que será difícil, porque agora fará o que for melhor para sua defesa.

O senador Roger Molina também cancelou uma entrevista coletiva que daria ontem à tarde no Senado, com medo de agravar sua situação perante a crise diplomática e política que se criou. Não se sabe, por exemplo, se haverá um pedido de extradição do senador, considerado fugitivo pelo governo boliviano.

- Eles estão muito assustados e falarão na hora certa. Mas estamos todos certos de que lutamos o bom combate - disse Ferraço. (Colaborou: Eliane Oliveira)


adicionada no sistema em: 28/08/2013 03:58

DESAFETO: ''O PULO DO GATO'' (Hããã!!!)

28/08/2013
'Pôr meu filho como bode expiatório seria lamentável', diz pai de diplomata


Gilberto Saboia pede que Dilma faça "uma análise desapaixonada"
Gilberto Saboia. "Respeitar os limites entre ética e hierarquia é fundamental"


BRASÍLIA

O embaixador aposentado Gilberto Vergne Saboia se diz aflito, mas orgulhoso, de ver o filho no olho do furacão após trazer o senador boliviano Roger Molina para o Brasil. Com uma longa carreira diplomática, inclusive como membro da Comissão de Direito Internacional da ONU, Gilberto Saboia defende como legítima e legal a ação do filho.


Ao comentar as declarações da presidente Dilma Rousseff, Gilberto Saboia disse que entende a reação de Dilma, mas pediu que ela aja de forma "desapaixonada" e entenda os limites entre ética e hierarquia. Ele está indo do Rio, onde mora, para Brasília, onde está o filho, para dar apoio e ajudar na defesa no processo administrativo aberto pelo Itamaraty.



- Pôr meu filho como bode expiatório seria lamentável! 


Entendo que a presidente está aborrecida, mas peço que faça uma análise desapaixonada de toda essa questão. Que entenda que nada do que foi feito, foi ou será dito tem como alvo seu governo. Eu e meu filho somos altamente disciplinados. Mas respeitar os limites entre a ética e a hierarquia é uma coisa fundamental - disse o embaixador aposentado.



Ele disse que, ao procrastinar uma solução, as autoridades bolivianas acabaram transformando a generosidade do asilo brasileiro em prisão domiciliar do desafeto de Evo Morales:



- Uma autoridade boliviana das grandes chegou a dizer que o senador podia apodrecer na cadeia. E o asilo na embaixada se transformou numa prisão, gerando uma situação de enorme desgaste físico para ele e todos que com ele conviviam.
Sobre o processo que o filho vai enfrentar, além das implicações políticas e da irritação da presidente, Gilberto Saboia pediu cuidado ao Itamaraty:
- Estou ao lado do meu filho. Nem ele nem eu queremos sair atacando. Temos carinho pelo Itamaraty, e o Brasil democrático é uma conquista. Não temos essa visão incendiária e catastrofista. Meu filho vai se defender, e eu vou defendê-lo também. O Itamaraty precisa tomar cuidado, em consonância com a longa tradição de respeito e defesa de seus funcionários.
Eduardo Saboia recebeu apoio de políticos e integrantes da carreira diplomática. "Há muita gente do seu lado", escreveu no título de extensa carta publicada ontem o ex-porta-voz do Itamaraty e da Presidência diplomata Pedro Luís Rodrigues.
"Não há como não reconhecer que era imoral e insustentável a situação do senador boliviano Roger Pinto Molina. Posteriormente à concessão do asilo, o governo boliviano brandiu uma série de acusações contra o asilado, aparentemente para tentar fazer o Brasil modificar sua decisão", diz Rodrigues, na carta.
A carta e as mensagens de diplomatas, colegas da UnB e parentes, que se multiplicam nos últimos dias, foram postadas na página pessoal de Saboia. Também foram criadas uma petição de apoio da ONG Avaaz e uma página de apoio no Facebook.
Familiares também postaram de mensagens de apoio e agradecimento a orações. O filho de Saboia, André, afirmou: "Pai, não se preocupa, todo mundo está te apoiando e de acordo com sua esplêndida e brava atitude. Deus sabe o que faz! Tudo vai dar certo, sem dúvida alguma. Um grande beijo e um forte abraço, te amo. pai!". (Maria Lima)

adicionada no sistema em: 28/08/2013 03:58

ITAMARATY: CUIDADO FRÁGIL (ESTE LADO PARA CIMA)

28/08/2013
Um dos piores momentos da diplomacia brasileira



Embora haja ainda muito a esclarecer sobre a história da retirada do senador boliviano Roger Pinto Molina do confinamento de 455 dias na embaixada em La Paz, pelo diplomata brasileiro Eduardo Saboia, o caso parece ser mais uma demonstração de como o profissionalismo outrora reconhecido do Itamaraty foi corroído por interesses partidários e simpatias lulopetistas pelo nacional-populismo bolivariano-chavista hegemômico na Bolívia.


A defenestração do chanceler Antonio Patriota é apenas parte do enredo. 

Dizendo-se surpreendido pelo desfecho da operação executada pelo encarregado de negócios da embaixada, Eduardo Saboia - filho do embaixador aposentado Gilberto Vergne Saboia, conhecido pela atuação na defesa dos direitos humanos -, não havia mesmo como o chanceler continuar no cargo. Sem ter conseguido se impor minimamente no ministério de Dilma, Patriota já não contava com a simpatia da centralizadora presidente, segundo se dizia há tempos.

Nas entrevistas seguras que concedeu depois de cruzar a fronteira em veículos diplomáticos, sob a segurança de fuzileiros navais brasileiros, o diplomata foi claro: já comunicara ao ministério que poderia tomar uma decisão de emergência por razões humanitárias, devido ao estado de saúde de Molina, obrigado a ficar num cubículo, com pouco contato com o mundo exterior. Situação diferente de Julian Assange (Wikileaks), também forçado de forma abusiva pelo governo inglês a acampar na embaixada equatoriana em Londres, mas onde concede entrevistas e recebe visitas.

Até que desmentidos comprovados convençam do contrário, o governo Dilma, com o Itamaraty de agente, aceitou passivamente que o governo boliviano de Evo Morales não concedesse o salvo-conduto ao senador de oposição, para vencê-lo por fadiga psicológica. A atual política externa brasileira assumiu o papel indecoroso de carcereiro, contra os princípios da diplomacia do velho Itamaraty. Foi traída uma política de Estado de sempre colocar o Brasil ao lado de boas causas do ponto de vista ético.


Mas a flexibilidade da espinha dorsal desta política externa de ocasião não parece ter limites. A Bolívia já expropriou refinaria da Petrobras sem um resmungo de Brasília, que também aceitou fazer parte de uma operação sibilina com a Argentina e Uruguai para trocar o velho aliado Paraguai pela Venezuela chavista no Mercosul.


O novo ministro, Luiz Alberto Figueiredo Machado, logo será testado, diante do provável pedido de extradição que a Bolívia encaminhará. O senador é acusado na Justiça de corrupção, mas a independência do Judiciário boliviano tem o valor de uma folha de coca ao sopé dos Andes. 


Valerá para Pinto Molina o que valeu para o esquerdista italiano Cesare Battisti, condenado na Itália por homicídio, mas acolhido pelo PT, ou não?

adicionada no sistema em: 28/08/2013 04:11

A FRAGILIDADE DO MERCADO

28/08/2013
Tensão síria derruba Bolsas

Mercados de ações caem em todo o mundo, e perdas somam US$ 850 bi. Petróleo e ouro sobem

João Sorima Neto
Bruno Villas Bôas

turbulência sem fim

SÃO pAULO, RIO, WASHINGTON E NOVA YORK


A escalada das tensões políticas após o ataque com armas químicas contra civis na Síria - tornando iminente uma intervenção militar dos EUA e seus aliados no país - contaminou os mercados financeiros mundiais ontem. Em meio a retóricas belicosas que assustaram investidores, as Bolsas despencaram nas principais praças e tiveram perdas somadas de US$ 850 bilhões em valor de mercado, segundo a Bloomberg News. O dólar se valorizou frente às principais moedas, mas não em relação ao real; o ouro, outro ativo procurado em momentos de incertezas, também avançou; e as cotações do petróleo fecharam com forte alta. Analistas temem o impacto de um conflito na ainda combalida economia mundial.
- Todo mundo está esperando para ver o que vai acontecer - disse Randy Bateman, diretor de Investimento do Huntington Asset Management,em Columbus, Ohio. - Isso (o conflito) vai escalar? Se os preços de energia subirem muito, isso afetará a recuperação recente da economia? Com o aumento dos preços de moradia, se houver ainda alta do custo de alimentos e combustível, veremos a inflação subir e isso afetará a política do Fed (Federal Reserve, o banco central americano).
petrobras puxa queda da BOVESPA
EUA, França e Reino Unido anunciaram ontem uma série de medidas legais para apoiar uma ação militar. Para os mercados, a iminência de um ataque pode afetar a recuperação econômica de EUA e Europa. Neste cenário, investidores correram para ativos considerados um refúgio em períodos de incerteza, como ouro e petróleo. O ouro avançou 1,95%, para US$ 1.420,20 a onça. Este é o maior patamar do metal em três meses. A cotação do barril para entrega em outubro em Londres, avançou 2,66%, para US$ 114,11. Em Nova York, o preço do leve subiu 2,9%, a US$ 109,01 o barril, o maior patamar em dois anos. A alta da cotação do petróleo é uma má notícia para a Petrobras, cujos preços praticados no país estão defasados em 23%, como destaca relatório do Bank of America, afetando as contas da estatal. Apesar da diferença de preços, o governo teme o impacto sobre a inflação.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, seguiu o mau humor do mercado internacional e fechou com desvalorização de 2,6%, aos 50.091 pontos e volume de R$ 7,3 bilhões, puxada pela queda das ações de Petrobras e OGX. Foi o pior pregão desde 2 de julho, quando o Ibovespa recuou 4,24% e o terceiro pior desempenho ontem, em termos percentuais, entre as principais Bolsas, atrás apenas de Índia (-3,18%) e Madri (-2,96%).
Em Wall Street, a crise síria ofuscou a notícia da melhora inesperada da confiança do consumidor americano em agosto, e o índice Standard & Poor"s 500 sofreu a maior queda desde 20 de junho, ao recuar 1,6%. O Dow Jones perdeu 1,1%; e o Nasdaq, 2,2%. Na Europa, Frankfurt caiu 2,28%; Londres, 0,79%; e Paris, 2,42%. Na Ásia, o Nikkei, de Tóquio, recuou 0,69%; e o Heng Seng, de Hong Kong, 0,59%.
- A possibilidade de um conflito geopolítico na Síria aumentou a aversão ao risco e as principais Bolsas globais caíram. É um fator de tensão a mais para o mercado, num cenário que já vinha complicado com as incertezas em relação ao prazo para a redução dos estímulos à economia americana pelo Fed - diz Luís Gustavo Pereira, estrategista da Futura Corretora.
Segundo Pereira, o fato de o governo dos EUA estar próximo de seu limite de endividamento, de novo, com os políticos tentando entrar em acordo para aprovar o aumento do teto da dívida, acentuou o nervosismo dos investidores.
O mercado de câmbio também registrou o nervosismo dos operadores. No Brasil, o dólar abriu com alta de mais de 1% frente ao real. Mas, pouco antes das 15h30m, a moeda americana inverteu o sinal e passou a se desvalorizar, descolando-se do cenário externo. O dólar fechou em baixa de 0,67%, a R$ 2,368. Operadores atribuíram a queda a uma entrada forte de recursos no fim do pregão.
João Medeiros, diretor da Pioneer Corretora, disse que a instabilidade do câmbio marcou o início da queda de braço de bancos pela formação da taxa de câmbio Ptax, no fim do mês, pela qual os contratos de câmbio futuro são liquidados na BM&FBovespa. Quatro bancos, segundo ele, estariam por trás das ordens que provocaram a baixa da moeda.
No resto do mundo, o dólar se valorizou. Moedas como lira turca, peso mexicano e rand sul-africano perderam valor. A divisa americana já vinha subindo em relação a essas moedas pela incerteza sobre a condução da política monetária do Fed. Ontem, a rúpia indiana perdeu 2,84%, a 65,93 por dólar. O iene recuou 1,8%, para 87,27 ienes por dólar. O euro fechou estável com queda de 0,03%.

adicionada no sistema em: 28/08/2013 04:21

SÍRIA: O INÍCIO DO FIM [?]

28/08/2013
EUA, França e Reino Unido estão prontos para atacar Síria

Um ataque militar à Síria se tornou iminente depois que os Estados Unidos asseguraram o apoio contundente de Reino Unido e França, seus principais aliados europeus. O secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hagel, garantiu que o Pentágono está pronto para agir imediatamente. A intervenção deverá ser cirúrgica e de curta duração, sem o deslocamento de tropas por terra, e visa apenas a minar as capacidades militares de Assad, e não a derrubá-lo. Aliados do ditador sírio, Rússia e Irã alertaram para os riscos de uma intervenção. Fontes do Pentágono disseram ao jornal “The New York Times" que os principais alvos dos ataques serão bases aéreas do regime e não os arsenais de armas químicas, pelo temor de que caiam em poder de extremistas. O início da operação depende apenas da escolha, pelo presidente Obama, do melhor plano de ação e da articulação da coalizão ocidental. Mas a ofensiva militar não vai esperar a conclusão da investigação da ONU sobre o uso de armas químicas

Ataque iminente à Síria

EUA e aliados se dizem prontos para punir Bashar al-Assad pelo uso de armas químicas

Flávia Barbosa
Correspondente
Batalha incessante. Rebeldes inspecionam um tanque abandonado pelas forças de Assad na região de Aleppo

CONTAGEM REGRESSIVA
WASHINGTON

Uma intervenção militar na Síria ficou iminente depois de os Estados Unidos assegurarem o apoio contundente de seus principais aliados europeus - Reino Unido e França - e de a Liga Árabe condenar veementemente o regime de Bashar al-Assad pelo uso de armas químicas contra civis nos arredores de Damasco na semana passada. Extraoficialmente, a Casa Branca já informou o Congresso da intenção de usar força, e o secretário de Defesa, Chuck Hagel, garantiu que o Pentágono está pronto para agir imediatamente. O início da operação depende apenas da escolha, pelo presidente Barack Obama, do melhor plano de ação e da articulação final da coalizão ocidental. A intervenção deverá ser cirúrgica e de curta duração, sem o deslocamento de tropas por terra, e visa apenas a minar as capacidades militares de Assad, não derrubá-lo.
Sem garantias de segurança na Síria, os inspetores da ONU deixaram ontem de vasculhar os locais dos ataques químicos na região de Ghouta, próximo a Damasco, adiando o recolhimento de amostras de sangue e ambientais que embasarão a avaliação das Nações Unidas. Mas a ofensiva militar não vai esperar a conclusão dos trabalhos e, possivelmente, nem mesmo o relatório que a Inteligência americana prepara para o fim desta semana com evidências tangíveis de uso de armas não convencionais pelo regime de Assad, no último dia 21.
OPERAÇÃO NOTURNA E DE CURTA DURAÇÃO
O vice-presidente dos EUA, Joe Biden, reforçou a avaliação do governo, já exposta na véspera pelo secretário de Estado, John Kerry, de que a base para um ataque à Síria está dada.
- Armas químicas foram usadas, todos (no mundo) reconhecem , e não há dúvida sobre quem é o responsável por utilizá-las. O regime sírio é o único que tem as armas, já as utilizou no passado, tem os meios para utilizá-las, tem estado determinado em arrasar os locais onde os ataques ocorreram e tem repetidamente tentado isolá-los dos inspetores das Nações Unidas. Não há dúvida de que uma norma internacional essencial foi violada. O presidente acredita, e eu acredito, que aqueles que usam armas químicas contra homens, mulheres e crianças indefesos devem prestar contas - declarou Biden.
O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, também deixou poucas dúvidas de que o governo dos EUA já tomou a decisão de intervir militarmente na Síria e que Obama estuda apenas a melhor forma de fazê-lo. Entre as muitas especulações sobre a data do possível ataque, especialistas ouvidos pelas imprensas europeia e israelense apostaram que a ofensiva poderia durar cerca de 48 horas, sendo lançada durante a noite e, provavelmente, não antes do fim de semana - uma vez que até domingo a equipe de especialistas da ONU ainda estará na Síria.
- As deliberações em curso não são sobre se houve ou não uso de armas químicas na Síria em escala significativa, nem sobre se o regime sírio é responsável. São sobre qual a resposta apropriada a esta clara violação das normas internacionais - afirmou o porta-voz.
Carney, porém, salientou que a ação é limitada em seu propósito:
- As opções não são sobre mudança de regime. São sobre a resposta à violação de proibição internacional de uso de armas químicas.
Segundo Hagel, todos os planos possíveis para a ofensiva já estão sobre a mesa de Obama.
- Deslocamos ativos (armamento e máquinas) para sermos capazes de atender qualquer escolha pelo presidente. Estamos prontos para agir imediatamente - garantiu o secretário de Defesa.
Um ataque coordenado pelos americanos ganhou uma justificativa importante ontem após uma reunião de emergência da Liga Árabe. Em comunicado, 22 países-membros do bloco não só culparam categoricamente Assad pelo ataque químico como clamaram à comunidade internacional por uma resposta contundente à Síria.
A expectativa pelo sinal verde para a operação mobilizou atores contra e a favor da intervenção. Entre os favoráveis, o Reino Unido antecipou o fim do recesso de verão do Parlamento para convocar, amanhã, um debate seguido de votação sobre uma resposta militar. Em Paris, o presidente francês, François Hollande, disse estar pronto "para punir aqueles que tomaram a decisão atroz de usar gás tóxico contra inocentes". A Alemanha, por sua vez, manteve um perfil discreto: na segunda-feira, o governo dissera estar "avaliando a situação".
Entre os opositores à ofensiva militar, os maiores aliados de Assad - Rússia e Irã. Ambos cobraram provas que incriminem o regime sírio e advertiram para os riscos de um confronto regional.
Essa expectativa também mergulhou a região numa guerra de advertências. Em Damasco, o chanceler sírio, Walid al-Muallem, voltou a negar o uso de armas químicas e afirmou que seu país vai reagir caso seja agredido.
- Todos ouvimos os tambores da guerra ao redor. Se querem atacar a Síria, utilizar a mentira das armas químicas é uma falácia imprecisa. Eu os desafio a mostrar provas. A Síria vai reagir de todas as maneiras possíveis - assegurou.
Nos EUA, a corrida é para que figuras do primeiro escalão do governo, entre eles Kerry e Hagel, mantenham informados os líderes do Congresso sobre os desdobramentos da montagem da operação - embora, na prática, a Casa Branca não dependa de autorização para a ofensiva.
Mas, ainda assim, 21 parlamentares republicanos e um democrata enviaram ontem uma carta a Obama pedindo que ele convoque o Congresso do recesso para autorizar a ação militar. Fontes da Casa Branca descartaram a opção.

adicionada no sistema em: 28/08/2013 04:45