PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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terça-feira, agosto 20, 2013

''O QUE SERÁ/ QUE SERÁ/ ... QUE ANDA NA CABEÇA/ ANDA NAS BOCAS...?'' (Chico Buarque)

20/08/2013
Dilma vai ao ABC, anuncia R$ 2,1 bi e afaga tucanos


Em sua quarta viagem ao Estado de SP em menos de 20 dias, a presidente Dilma Rousseff escolheu São Bernardo do Campo, berço político do PT e do ex-presidente Lula, para anunciar investimentos de R$ 2,1 bilhões do PAC no ABC. Ela entregou chaves de retroescavadeiras doadas pelo governo a 100 cidades. Todos os prefeitos - muitos deles do PSDB - tiraram fotos e falaram com Dilma.


Dilma corteja base de Alckimin na 4ª ida a SP em 20 dias


Em São Bernardo, berço do PT, presidente anuncia R$ 2,1 bi do PAC para habitação e mobilidade e entrega maquinas a prefeitos.


Em sua quarta viagem ao Estado de São Paulo em menos de 20 dias, a presidente Dilma, Rousseff escolheu São Bernardo do Campo, berço político do PT e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para cortejar prefeitos da base do governador Geraldo Alckmin (PSDB) no interior paulista e anunciar um investimento bilionário em obras do PAC nas cidades do ABC.


O mês de agosto não foi escolhido por acaso para a ofensiva no Estado governado desde 1995 pelos tucanos. Três fatores foram decisivos. 
O primeiro foi a crise política envolvendo Alckmin e o PSDB no caso Siemens. Enquanto a presidente sobe nos palanques paulistas, deputados estaduais do PT pressionam o governador na Assembléia com o apoio das bases sindicais do partido. 
O segundo foi o lançamento extraoficial do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, como candidato do PT ao governo paulista em 2014.

Não por acaso, em todos os eventos a presidente reforça a defesa do programa Mais Médicos, que deve ser o carro-chefe da campanha eleitoral de Padilha, tanto em discursos quanto em entrevistas a rádios locais.

Foi assim também no dia 13, em Itapira, onde Dilma dividiu palanque com Alckmin e Padilha. "Em São Paulo, 309 municípios aderiram e pediram mais de 2 mil médicos " afirmou a presidente. Apenas quatro dias antes, em evento do PT em Bauru, Lula praticamente selou Padilha como candidato ao Palácio dos Bandeirantes.

O terceiro fator foi o crescimento nas pesquisas eleitorais da ex-senadora Marina Silva, que planeja disputar a Presidência, no Sudeste, A criadora do Rede Sustentabilidade foi quem mais subiu após as manifestações de rua em junho.


adicionada no sistema em: 20/08/2013 04:50

MENSALÃO: ''O QUE FOI FEITO DE VERA, DEVERAS!'' (Milton Nascimento)

20/08/2013
Via dupla no combate à corrupção


O julgamento do mensalão não para de gerar tensões. 

Quando se esperava que a avaliação dos embargos de declaração, em que parece haver grande maioria pela sua rejeição, transcorreria com rapidez e objetividade, mais um choque entre os ministros Joaquim Barbosa, presidente da Corte e relator do processo, e Ricardo Lewandowski, revisor do caso, restabeleceu a atmosfera pesada que pairou sobre algumas das 49 sessões do julgamento propriamente dito. 

E voltou-se a correr o risco de novas protelações. 

Pela importância para as próprias instituições da democracia representativa, o julgamento potencializa atitudes e declarações. No caso das pendências entre Barbosa e Lewandowski, espera-se que a rusga não retarde ainda mais os trabalhos. 


Nesta fase de julgamento de recursos, em que o grande destaque será a decisão sobre a possibilidade de impetração de embargos infringentes, capazes de permitir novo julgamento a quem teve pelo menos quatro votos a favor, acompanha-se com atenção o comportamento dos dois novos ministros da Corte, Teori Zavascki e Luís Roberto Barroso. 


Ao estrear na Corte, Barroso, conhecido pelo saber jurídico, fez uma avaliação do caso na qual procurou levar para o plano institucional o escândalo do mensalão, marcado para sempre na história do PT. 


Entende o novo ministro do STF que "não existe corrupção do PT, do PSDB ou do PMDB. Existe corrupção".


De fato, embora haja custos específicos para cada corrente política pilhada em "malfeitos". Pela visão mais institucional do ministro, a solução eficaz contra a corrupção na vida pública será uma reforma política, em vez de cadeia e outras punições legais. A tese não é nova e, reconheça-se, aborda aspecto relevante do problema. Há distorções - mas nem tantas assim - na legislação à qual se subordinam partidos e políticos que, eliminadas, facilitarão o combate a desvios éticos contumazes na política nacional.

Havia, por exemplo, grave brecha no aparato legal de que dispõe a Justiça Eleitoral para defender os preceitos de lisura, honestidade, estabelecidos pela Constituição para o ingresso na vida pública. A Lei da Ficha Limpa, de origem popular, veio impedir que condenados sem o veredicto confirmado em instância final continuassem, em nome da "presunção da inocência", a registrar suas candidaturas e se proteger da polícia com o escudo das imunidades concedidas a donos de cargos eletivos.

Mas, independentemente de reformas políticas, a Justiça tem importante função no combate aos crimes de colarinho branco cometidos na esfera da política: a de punir. Assim, as diversas Cortes do Judiciário contribuem para a moralização na esfera pública ao reduzir o sentimento de impunidade existente na sociedade e dentro do Estado.

Uma coisa não elimina a outra: reformar leis enquanto se despacha para a cadeia quem merece, com a base na legislação em vigor.


adicionada no sistema em: 20/08/2013 04:33

''SÓ CAROLINA NÃO VIU'' (3)

20/08/2013
Deu a louca no câmbio


Dólar bate R$ 2,42 e Mantega diz não saber onde vai parar.
BC e Tesouro fazem ação conjunta, mas não conseguem segurar cotação.
Moeda americana dispara e governo promete para hoje nova ofensiva de US$ 4 bi em intervenções no mercado financeiro para conter a desvalorização do real. Ministro pode reduzir tarifas de importação.
Num dia tenso no mercado, o Banco Central e o Tesouro fizeram ação conjunta para tentar conter a alta do dólar e de juros futuros, mas não conseguiram. Mesmo com intervenções de mais de US$ 3 bilhões, a moeda americana fechou em R$ 2,416, com alta de 0,83%, depois de ter batido R$ 2,429. Hoje haverá nova intervenção de US$ 4 bi. Com a expectativa de que o BC dos EUA suba juros, o dólar se valorizou em quase todo o mundo. "Nós não sabemos onde isso (a subida do dólar) vai parar"," admitiu o ministro Guido Mantega. Segundo ele, o governo poderá reduzir tarifas de importação para aliviar o efeito sobre a inflação.


Arsenal sem efeito

Ação conjunta de BC e Tesouro de mais de US$ 3 bi não segura dólar, que fecha a R$ 2,416

SÃO PAULO, RIO E BRASÍLIA

Num dia de tensão no mercado financeiro, nem mesmo a atuação conjunta do Banco Central (BC) e do Tesouro foi capaz de impedir a escalada do dólar e a alta das taxas dos contratos de Depósitos Interfinanceiros (DIs). A moeda americana fechou com valorização de 0,83%, a R$ 2,416, a maior cotação desde 2 de março de 2009, quando a divisa havia alcançado R$ 2,442. O esforço concentrado ontem do BC e do Tesouro contra o avanço da moeda americana ultrapassou os US$ 3 bilhões. No câmbio turismo, utilizado pelos brasileiros que viajam ao exterior, o dólar terminou negociado a R$ 2,54, uma alta de 1,60%.

O Banco Central fez duas operações de swap cambial - operação equivalente à venda de dólares no mercado futuro - que totalizaram US$ 2,6 bilhões, além de uma rolagem de contratos de US$ 986 milhões. O Tesouro recomprou títulos prefixados para acalmar o mercado, num leilão extraordinário que movimentou R$ 1,6 bilhão (cerca de US$ 662 milhões). E a ação está longe do fim. No fim do dia, o BC anunciou que fará dois leilões, numa operação que equivale a um empréstimo de dólares com compromisso de recompra no futuro, no valor de US$ 4 bilhões.

O quadro de instabilidade levou o presidente do BC, Alexandre Tombini, a ir a público indicar que poderá vender dólares no mercado à vista, se for preciso, para acalmar a situação. "Nesse contexto, (o BC) não deixará de ofertar proteção ("hedge" cambial) aos agentes econômicos e, se necessário, liquidez aos diversos segmentos do mercado", disse Tombini, em nota. Desde o fim de maio, quando se intensificou o processo de valorização da moeda americana, o Banco Central já injetou US$ 37,17 bilhões em operações no mercado futuro, mas no período a moeda acumula alta de 14,3%. Ontem, o real foi a terceira moeda com maior desvalorização frente ao dólar. Somente o peso mexicano e o rand sul-africano tiveram perdas mais intensas.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o mercado de câmbio está vivendo um momento de estresse, mas que a situação cambial está sob controle. Ele recomendou que os investidores não façam apostas contra o real e reiterou que BC e Tesouro têm mais instrumentos para evitar maiores oscilações e impactos sobre a inflação.


- Nós não sabemos onde isso vai parar (a subida do dólar). Alguma influência deverá ter, mas ainda não teve - disse Mantega.


A alta do dólar fez as taxas dos contratos de Depósitos Interfinanceiros (DIs) dispararem. O Tesouro Nacional anunciou de surpresa um leilão e comprou cerca de 2,150 milhões de unidades de Letras do Tesouro Nacional (LTNs, papéis prefixados com o resgate do valor do título na data do vencimento) e de Notas do Tesouro Nacional- Série F (NTN-Fs, papéis prefixados com pagamento de juros predefinidos semestral e resgate do principal na data de vencimento do título).

A elevação do rendimento dos títulos de dez anos, nos EUA, que estão oferecendo taxa de 2,8%, a mais alta em dois anos, também pressionou os juros dos DIs no Brasil. A taxa do contrato de DI de janeiro de 2014 subiu de 9,2% para 9,33%. O vencimento para janeiro de 2015 passou de 10,33% para 10,66%.

- Ao entrar no mercado e recomprar esses títulos com taxas elevadas, o Tesouro mostra que não consegue se financiar com essas taxas muito elevadas, típicas de momentos de pânico. Mas vai ser difícil controlar. O Tesouro fez o papel dele. As taxas recuaram um pouco após o leilão, mas voltaram a subir e fecharam perto das máximas - disse Paulo Petrassi, responsável pelas operações de Renda Fixa da Leme Investimentos.


Impacto no 3º tri para empresas


Um técnico do Tesouro Nacional assegurou que o órgão fará quantos leilões forem necessários para reduzir a pressão. Para o Tesouro Nacional, o nível de volatilidade está alto demais. Tombini concorda. Em nota, afirmou que as taxas de juros negociadas no mercado incorporam "prêmios excessivos". Sobre a turbulência no câmbio, prometeu que não faltará instrumentos de hedge para o que chamou de "processo de realinhamento global das moedas".

O presidente do BC ainda fez um alerta. Lembrou que cotações oscilam e que pode haver perdas com apostas. O cuidado é para evitar que situações ocorridas em 2009, no auge da crise, se repitam. Grandes companhias tiveram perdas bilionárias por usarem instrumentos de hedge para apostar no mercado financeiro.

A escala do dólar preocupa a equipe econômica por seu impacto na inflação e pela busca de hedge (proteção) pelas empresas. As companhias procuram esses mecanismos de blindagem contra a variação do câmbio e dos juros em momentos de volatilidade. O problema é que essa demanda alimenta ainda mais a alta da moeda americana e das taxas de juros. Em relatório, o Citibank avaliou que, mantidos os níveis atuais do câmbio, as empresas brasileiras que têm dívidas em dólar podem sofrer novo impacto nos balanços do terceiro trimestre. Em janeiro, a expectativa do mercado era que as 63 companhias de capital aberto listadas no Ibovespa lucrassem R$ 166 bilhões. Essa expectativa hoje é de R$ 155 bilhões, com o câmbio e o crescimento menor da economia.

Em e-mail a clientes, o representante de um grande banco disse que, superada a barreira de R$ 2,40, o próximo limite da cotação americana seria de R$ 2,62. A nova valorização depende do comportamento dos juros nos EUA. A expectativa do mercado é que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) inicie a retirada de estímulos à economia ainda neste ano. A perspectiva é que após o fim desse processo, os juros subam nos EUA.

Para Antônio Correa de Lacerda, professor da PUC de São Paulo, a atuação conjunta do Banco Central (BC) e do Tesouro pode apenas "amenizar a valorização da moeda, mas não resolve o problema". Segundo ele, a tendência é que a pressão sobre o câmbio e títulos continue nas próximas semanas.

- O câmbio de R$ 2 é coisa do passado. Mas existe uma pressão, que vem da mudança da política monetária americana e de fatores internos, que continuará nas próximas semana, mas que vai se amenizar no futuro. O mercado pode estar exagerando - avaliou Lacerda.



adicionada no sistema em: 20/08/2013 04:52

''SÓ CAROLINA NÃO VIU'' (2)

20/08/2013
José Paulo Kupfer


Batalhas cambiais


A cotação do dólar abriu a semana em alta, acima de R$ 2,40. Desde que a taxa de câmbio começou a escalar, em maio, o Banco Central já colocou US$ 35 bilhões em operações equivalentes à venda de moeda americana no mercado futuro, mas não conseguiu reverter a tendência de desvalorização do real As desvalorizações, no ano, já se aproximam de 20%.

Na semana passada, diante da pressão no mercado cambial, o Banco Central abriu uma segunda comporta de defesa das cotações, liberando US$ 5 bilhões para a rolagem de posições em dólares, que deveriam ser liquidadas em setembro - a operação alivia apressão de compra. O terceiro e último passo, nesse roteiro,seria a venda de dólares no mercado à vista, queimando diretamente reservas internacionais.   
Nas muitas e acirradas batalhas cambiais que terá pela frente, o BC fará o impossível para evitar a abertura dessa última comporta. Seria a senha para uma sangueira cambial Da última vez em que isso ocorreu, no segundo semestre de 1998, ainda na vigência do regime de câmbio fixo, as reservas brasileiras despencaram 75% em menos de seis meses. No início do ano seguinte, o governo foi obrigado a adotar às pressas o câmbio flutuante, o real sofreu uma desvalorização abrupta de  quase 50% e osjuros básicos escalaram a recordistas 45% ao ano.

Evitar projeções definitivas para a trajetória da taxa de câmbio é uma atitude de recomendável cautela. Como lembram os economistas mais experientes. D
o ano ainda podem ser classificadas , como chutometria imprudente.

Verdade que o déficit em transações correntes galopa para as alturas de US$ 80 bilhões em 2013, com a possibilidade de que ocorra saldo negativo na balança comercial, algo inédito desde 2000. Também é verdade que o potencial da liquidez em dólares (total de ativos que podem ser convertidos rapidamente emmoeda estrangeira) supera a soma das reservas internacionais.

A dívida externa, contudo, mantém-se proporcionalmente baixa e os ingressos de investimentos estrangeiros diretos, ainda que com expansão em ritmo mais lento e sem cobrir como antes a sua totalidade, devem compensar este ano três de cada quatro dólares do déficit externo corrente.

Nas duas primeiras semanas de agosto, o real foi a moeda que mais se desvalorizou ante o dólar. Todos os mercados cambiais ao redor do mundo estão sofrendo os impactos das perspectivas de reversão dos afrouxamentos monetários nos Estados Unidos e datrajetória já ascendente dos juros no mercado americano, só que as perdas da moeda brasileira superaram em mais de duas vezes as de qualquer outra.

Ainda que a economia brasileira some mais fragilidades do que as congêneres, a grande distância entre as desvalorizações do real e as de outras moedas não parece se restringir aos fundamentos econômicos. É possível localizar alguns elementos especulativos no mercado, aguçados, inclusive, como observam alguns analistas, pelas divergências entre o Banco Central e o Ministério da Fazenda quanto às implicações das desvalorizações - para a inflação, no caso do BC, e para a competitividade da indústria, em sentido oposto, no caso da Fazenda.

Os problemas econômicos e as dissensões no governo contribuem, é claro, para dificultar a ação do BC na contenção das pressões sobre o real. Até mesmo a oferta de dólares futuros, notam especialistas, tem estimulado fundos, locais e externos, a especular com o real, tanto que as cotações vêm reagindo pouco aos leilões cambiais. Mas as possibilidades de uma disparada sustentável no câmbio, por enquanto, ainda parecem limitadas - mesmo que à custa de altas mais fortes nos juros básicos até o fim do ano.

É possível localizar alguns elementos especulativos na escalada das cotações
rientes - e bem humorados -, o exercício de prever o futuro cambial foi inventado exatamente para lembrá-los da humildade corriqueiramente escassa. Assim, previsões, até aqui isoladas, de um dólar a R$ 2,70 ou R$ 2,80 no fim do ano.

adicionada no sistema em: 20/08/2013 01:40

POLÍTICA MONETÁRIA: ''SÓ CAROLINA NÃO VIU'' (Chico Buarque)

20/08/2013
Celso Ming



Trincheira dois


Até agora o governo Dilma descarregou a maior parte da responsabilidade do baixo crescimento e da inflação alta sobre problemas externos. E o mesmo começa a fazer com a disparada das cotações do dólar em reais.


É o jeito recorrente de desconsiderar, ou esconder, os graves problemas internos. O raquitismo do PIB, por exemplo, se deve menos à recessão global do que aos experimentos duvidosos de política econômica levados adiante pelo governo. O Brasil é uma das economias mais fechadas do mundo. As mazelas de lá não encontram transmissão imediata para cá.


A inflação é também coisa preponderantemente nossa, e não consequência da seca nos Estados Unidos em 2012, que elevou os preços das commodities agrícolas, como tantas vezes têm dito nossas autoridades.

Não dá para negar que parte da desvalorização do real (alta do dólar) esteja relacionada com a proximidade (provavelmente em setembro) do processo de reversão da política expansionista do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos). É fator que contribui para a valorização do dólar no mundo inteiro. A desvalorização dos títulos do Tesouro americano demonstra isso.

No entanto, o Brasil está excessivamente exposto à cavalgada das cotações das moedas estrangeiras (veja gráfico) pelos desequilíbrios internos, até agora camuflados pela abundância nunca vista de dólares nos mercados. A política consumista do governo Dilma, sem contrapartida no aumento da oferta interna, está abrindo rombos crescentes nas contas externas, porque o brasileiro queimou dólares em viagens para Miami e na compra de produtos importados. O setor produtivo perdeu competitividade. Por aqui, quase tudo é mais caro. A escalada das despesas públicas e, também, sua falta de transparência, vão criando distorções que desanimam o empresário e o levam a adiar investimentos.

Até o ministro da Fazenda, Guido Mantega, não esconde que, no curto prazo, a tendência firme é de desvalorização do real. O Banco Central tem intervindo no mercado, com leilões quase diários de swaps (equivalentes à oferta de dólares no mercado futuro), não só para neutralizar a forte volatilidade das cotações mas, também, para segurá-las. Mas não vem conseguindo.

Na semana passada foi anunciada a abertura da segunda trincheira em defesa do real, os chamados leilões de linha, por meio dos quais o Banco Central entrega dólares para lhe serem revendidos no vencimento. 

Não há segurança de que mais esse endurecimento seria suficiente para conter a forte busca de proteção (hedge).

O passo seguinte seria vender reservas. Elas existem para enfrentar emergências. O risco é que o mercado interprete essa radicalização como a constatação oficial de forte deterioração da economia. Por isso, se a disparada cambial continuar, talvez a melhor política fosse deixar que o equilíbrio se restabeleça via cotações. Nesse caso, o governo terá de estar preparado para enfrentar novas altas de preços internos, a começar pelos dos importados e pelos da alimentação, porque trigo, soja e milho, ainda que pagos em reais, são cotados em dólares.

Menos. 
O comportamento da arrecadação chega a ser decepcionante. Em 12 meses, cresceu apenas 0,98% em termos reais (descontada a inflação). O baixo crescimento do PIB é a principal razão dessa fraqueza. Mas as desonerações (redução de impostos) também pesam. Foram R$ 44 bilhões em sete meses ou cerca de 7% do total arrecadado. A Receita Federal ainda aposta num comportamento melhor do segundo semestre, de maneira a obter um crescimento de 3%. Está difícil.

adicionada no sistema em: 20/08/2013 01:16