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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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sábado, julho 31, 2010

EDITORIAL [In:] MUNDO CONTURBADO

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O presidente que exige uma mulher no Planalto nega socorro à mulher condenada à morte por apedrejamento


Até na morte por apedrejamento o Irã dos aiatolás consegue ser mais brutal com as mulheres. Os homens, enterrados até a cintura, ficam com os braços livres para proteger o rosto. Nem isso será permitido a Sakineh Mohammadi Ashtiani, viúva de 43 anos, já punida com 99 chibatadas e agora à espera do ritual instituído em 1983. O Código Penal determina que as mulheres sejam enterradas até a altura do busto, com as mãos amarradas por cordas e o corpo envolvido por um tecido. Não podem sequer defender-se das pedras atiradas a curta distância sob o olhar da multidão reunida na praça.

O grupo de executores, liderado pelo juiz que assinou a sentença, inclui os jurados que ordenaram a condenação, parentes da vítima, figurões da comunidade e voluntários anônimos. Todos são homens: no Irã, mulheres não apedrejam; só podem ser apedrejadas. Para que a plateia não se sinta frustrada pela morte rápida, as pedras que circundam o alvo são pequenas. O juiz atira a primeira. A agonia que se encerra com o traumatismo craniano não dura menos que uma hora.

Tanto pelo espetáculo da perversidade primitiva quanto pela ausência de motivos para a condenação, o caso de Sakineh provocou uma intensa mobilização na internet. Como em quase todos os países, multidões de brasileiros decidiram lutar pelo cancelamento do espetáculo da barbárie. E alguém teve a ideia de lançar a campanha “Liga, Lula”, inspirada na convicção de que Mahmoud Ahmadinejad não se negaria a atender a um pedido de clemência formulado pelo amigo brasileiro.

Lula também acha que ouviria um sim. Mas não vai ligar. Caso ligasse, não iria além de observações sobre o método escolhido para o assassinato. “Eu, sinceramente, não acho que nenhuma mulher deveria ser apedrejada por conta de… ter, sabe, traição”, gaguejou nesta quarta-feira. Adultério – ou “traição”, prefere Lula – não chega a ser um crime hediondo, certo? Se é assim, estariam am de bom tamanho a cadeira elétrica, uma injeção letal, a câmara de gás, até mesmo a forca. Matar a pedradas pode parecer um exagero aos olhos dos ocidentais, talvez ponderasse na conversa telefônica.

Mas a conversa não haverá, sublinhou a continuação da discurseira. “Um presidente da República não pode ficar na internet atendendo tudo que alguém pede de outro país”, justificou-se. “Veja, eu pedi pela francesa e pelos americanos que estão lá, pedi para a Indonésia por um brasileiro, pedi para a Síria por quatro. É preciso cuidado, porque as pessoas têm leis, as pessoas têm regras, as pessoas, sabe… Se começam a desobedecer as leis deles para atender o pedido de presidentes, vira uma avacalhação”.

Avacalhar quer dizer desmoralizar, ridicularizar, tratar desleixadamente, não levar a sério. Não combina com a história de Sakineh. Mas a expressão usada pelo campeão da vulgaridade se ajusta admiravelmente ao próprio governo: a Era Lula é uma avacalhação. Há sete anos e meio, em seus vários significados, o verbo é conjugado o tempo todo pelo governo em geral e pelos condutores da política externa em particular.

Lula se desmoraliza ao tratar como problema político uma causa humanitária. Para defender o parceiro, virou ajudante de carrasco. Não pode ser levado a sério alguém incapaz de compreender que os direitos humanos prevalecem sobre todas as leis ou regras. Lula encara dramas com desleixo e participa de chanchadas com muita aplicação. É ridícula, enfim, a argumentação invocada para mascarar a verdade escancarada. Para recusar ou endossar pedidos, para estuprar ou tratar respeitosamente normas legais, Lula não se orienta por princípios. Segue a partitura do hino à avacalhação.

O que importa é a conveniência eleitoreira, o parentesco ideológico, a cumplicidade mafiosa. Fidel Castro, por exemplo, emplacou três pedidos em três anos. Foi para atender ao ditador-de-adidas que o presidente autorizou a deportação dos pugilistas Guillermo Rigondeaux e Erislandy Lara, fez que não leu a carta da blogueira Yoani Sanchez e acusou o preso político Orlando Zapata de se se deixar morrer no 85° dia da greve de fome. Hugo Chávez emplaca todos, até os que declamados ao som da lira do delírio. Foi para agradar ao bolívar-de-hospício que Lula violentou as leis de Honduras e transformou em pensão a embaixada brasileira. É para ajudar o comparsa venezuelano que hostiliza o governo colombiano e afaga as FARC.

Para eleger Dilma Rousseff, tornou-se um colecionador de delinquências eleitorais. Para fechar negócio com José Sarney, promoveu-o a homem incomum. Para chegar à presidência, exigiu que os corruptos fossem justiçados. Para consolidar-se no poder, tratou de nomeá-los amigos de infância. No momento em que se recusou a estender a mão a Sakineh em respeito às leis do Irã, estava ajudando Hugo Chávez a desrespeitar as leis da Colômbia. Enquanto o chefe adulava os narcoterroristas das FARC, o ministro Celso Amorim tentava estuprar a legislação israelense que proíbe a entrada na Faixa de Gaza de autoridades estrangeiras que podem ser utilizadas pelo Hamas como peças de propaganda.

Lula acha que uma brasileira merece a Presidência sobretudo por ser mulher. Mas acha que não merece misericórdia uma iraniana que só foi condenada à morte por apedrejamento porque é mulher. Anda chorando quando lembra que a longa temporada no poder está acabando. Não se comove com a prisioneira angustiada com a aproximação do fim macabro. Pune brasileiros que dão palmadas nos filhos. Absolve iranianos que matam a pedradas.

O candidato sem chances ao Nobel da Paz nem imagina o que é um humanista. Desde sempre fez a opção preferencial pelos pastores da violência. Dilma Rousseff acha que todas as mulheres devem apoiá-la porque é mulher. Não deu um pio sobre a saga da iraniana que vai morrer por ser mulher. Lula só pensa em Lula. Dilma não consegue pensar.

Como Sakineh, o Brasil merece e precisa ser salvo. Ela depende da solidariedade internacional para livrar-se do horror. O país só depende da sensatez dos brasileiros.

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VEJA. 30/07/2010

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A voz das mulheres afegãs


30/07/2010 - 08:43 -
Atualizado em 30/07/2010 - 17:29



Na internet, afegãs relatam os dramas de suas vidas em um momento no qual Estados Unidos e Afeganistão cogitam uma aproximação com o grupo radical Talibã


José Antonio Lima
Mustafa Najafizada / AP
DRAMA Ciclista passa por duas mulheres pedindo esmola em Mazar-e-Sharif, ao norte de Cabul. Opressão do Talibã e de uma sociedade majoritariamente retrógarada fez várias profissionais afegãs caírem na pobreza.


Após nove anos de ocupação do Afeganistão pelos Estados Unidos e seus aliados, o fim do grupo radical islâmico Talibã não parece mais uma opção factível. Há um consenso entre os líderes da coalizão de que a administração americana e o presidente afegão, Hamid Karzai, terão que fazer acordos com os membros mais moderados da facção para estabilizar o país a ponto de permitir o fim da ocupação. A opção pela negociação é elogiada por analistas e generais, mas é encarada com enorme ceticismo por organizações ligadas aos direitos humanos e, principalmente, pelas mulheres afegãs. Se o grupo radical ganhar espaço político e influência oficial nos rumos do país, as poucas liberdades que as mulheres conseguiram conquistar nos últimos anos estarão em perigo.

Em quase todos os períodos da história do Afeganistão, antiga ou recente, as mulheres foram as mais afetadas pelas tragédias vividas pelo país. O governo progressista de Mohammad Daoud Khan (1973-78) foi um dos poucos no qual houve melhorias. Com ele no poder, as mulheres das maiores cidades começaram a entrar no mercado de trabalho e a desfrutar de algumas liberdades. O governo comunista que depôs Khan (em 1978) reprimia comportamentos e rituais tribais e também melhorou a situação das mulheres, tornando compulsória a educação feminina, proibindo casamentos de menores de 16 anos e abolindo o pagamento por noivas. As mulheres ganharam importância como médicas, professoras e até na política, mas a emancipação feminina parou por aí.

Durante os dez anos de ocupação soviética (1979-89), algumas conseguiram manter seus status, mas a chegada ao poder dos mujahedin (“guerreiros santos”) e, depois, do Talibã (1996-2001), colocou fim a qualquer chance de as mulheres terem algum protagonismo na história do Afeganistão. O regime draconiano do Talibã proibiu que as mulheres estudassem e trabalhassem, deixando a prostituição e a mendicância como única alternativa para muitas médicas e professoras. Só após a chegada ao poder do atual presidente, Hamid Karzai (2004), as mulheres conseguiram reiniciar a busca por direitos iguais. Este processo, no entanto, ainda é incipiente. Ao mesmo tempo que é possível ver mulheres na política e no Exército afegão – ainda que lutando contra o preconceito – há garotas sendo atacadas com ácido apenas por insistirem em frequentar uma escola. Outras são mutiladas, como Bibi Aisha, que estampa a já histórica capa da revista Time (imagens fortes) que chegou às bancas dos Estados Unidos na quinta-feira (28). Atos bárbaros como esse, perpetrados pelo Talibã, fazem com que aumente a preocupação com os direitos das mulheres à medida que o governo afegão faz esforços para negociar a paz com indíviduos moderados do grupo.

A palavra de ONGs como Human Rights Watch e Women for Afghan Women é vastamente reproduzida pela mídia. As mulheres afegãs, no entanto, têm pouquíssimas possibilidades de se fazerem ouvir pelo resto do mundo. Uma iniciativa que tem ajudado a modificar esse quadro é o Projeto de Literatura de Mulheres Afegãs (AWWP, na sigla em inglês), fundado pela escritora americana Masha Hamilton em 2009. O AWWP reúne cerca de 45 afegãs, que participam de workshops online ministrados por Masha e outras escritoras, além de poetisas, jornalistas e professoras voluntárias. O contato se dá por meio de conexões seguras na internet, e novas participantes só chegam ao projeto se forem chamadas por amigas que já recebem orientação ou por membros do AWWP que estão no Afeganistão. Os cuidados são necessários para evitar a publicidade excessiva do programa em uma sociedade na qual a subserviência da mulher é parte central do ideário coletivo.

O preconceito é uma das grandes barreiras que as escritoras do AWWP precisam superar para divulgar as histórias de seu cotidiano. "Escrevo em Farah, um província no oeste do Afeganistão com um baixo nível de educação, e muitos homens não gostam que eu escreva e não entendem por que eu faço isso", escreveu no site uma mulher identificada apenas como Seeta. "Eles tentaram me fazer parar, mas eu nunca desisto", diz. Tabasom, que também não usa seu sobrenome, caminha quatro horas até uma cidade grande para conseguir uma conexão com a internet. Ela recebeu um laptop do AWWP e conta com a ajuda do irmão, que caminha com ela sempre que Tabasom deseja publicar textos no site. Se andasse sozinha, ela provavelmente seria castigada pelo Talibã, que ainda controla a província em que ela mora e não permite que uma mulher saia sem a companhia de um homem.

O domínio que o Talibã tem nas duas maiores províncias do sul do Afeganistão – Helmand e Kandahar – é conhecido, mas nos últimos meses pelo menos oito províncias do norte do país estão sob pesado ataque de insurgentes. Na quarta-feira da semana passada (21), insurgentes tomaram um posto policial no distrito de Dahne Ghore, na província de Baghlan, e decapitaram seis policiais. A simples aproximação de integrantes do Talibã das cidades tem feito com que as mulheres das províncias do norte, antes a região mais segura do país, passem a usar a burca com mais frequência. É com os membros moderados deste grupo que os Estados Unidos e o governo do Afeganistão pretendem negociar. “Essas mulheres não sentem que haverá um Talibã moderado que vai preservar seus direitos de estudar, trabalhar ou mesmo de sair de casa para ir ao médico”, disse Masha Hamilton a ÉPOCA (confira a entrevista íntegra).

No site da AWWP, um dos depoimentos mais significativos é intitulado “Caro presidente Obama”. No texto, uma afegã chamada Shogofa faz um apelo para o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. “Aqui todos pensam em política, mas ninguém pensa na vida humana”, diz ela. Shogofa, em um texto que é também um protesto contra a ocupação americana – ainda mais exposta pelos escandalosos documentos divulgados pelo site Wikileaks nesta semana – segue dizendo que o Afeganistão está cansado de guerra e não precisa de armas, mas sim de educação. “Em vez de mandar um exército para matar, envie professores. Mostre ao meu povo como trabalhar unido”, diz.

O desafio dos Estados Unidos, e do resto do mundo, é gigantesco. É preciso conter as pressões para tirar as tropas do Afeganistão, e ao mesmo tempo, fazer florescer no país uma sociedade que não transforme o Afeganistão, novamente, em um buraco negro dos direitos humanos, principalmente das mulheres. Por enquanto, o país claramente não está pronto para ser abandonado. A explicação está nas palavras de Roya, uma das escritoras afegãs do AWWP. “A democracia é uma noiva azarada no nosso país, porque não há bons exemplos. É nossa amiga estranha, pois não sabemos o que ela é de verdade”.

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http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI158852-15228,00-A%20VOZ%20DAS%20MULHERES%20AFEGAS.html

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América Latina

Farc propõem diálogo com presidente eleito da Colômbia

Proposta foi divulgada em um vídeo feito pelo líder máximo da guerrilha

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As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc ) propuseram ao presidente eleito do país, Juan Manuel Santos, um diálogo para buscar uma saída política ao conflito armado. A mensagem foi divulgada em um vídeo, publicado na internet nesta sexta-feira pela revista Resistência. Santos toma posse em 7 de agosto.

"O que estamos propondo hoje, mais uma vez, é que conversemos (...). Continuamos empenhados em buscar saídas políticas. Desejamos que o futuro governo reflita, que não engane mais o país", disse Alfonso Cano, chefe máximo das Farc, no vídeo, filmado nas montanhas da Colômbia e datado de julho de 2010.

A gravação, apresentada em três partes e com uma duração de mais de meia hora, foi divulgada pela revista Resistência, que tem um blog na internet. Segundo o ministério da Defesa colombiano, trata-se de um veículo de divulgação da guerrilha.

"Temos de conversar. Falemos da indignidade que representa ter na Colômbia sete bases com tropas militares dos Estados Unidos", disse. "Temos de tocar neste ponto." Ele se referia ao acordo firmado entre Bogotá e Washington, em 2009, permitindo que soldados americanos utilizem bases colombianas.

O guerrilheiro também sugeriu abordar os temas dos direitos humanos, do direito internacional humanitário, dos prisioneiros de guerra e de outros temas políticos e econômicos.

Personagens - Cano é o chefe máximo das Farc desde a morte de Manuel Marulanda "Tirofijo" de causas naturais.

Santos, que foi ministro da Defesa do governo de Álvaro Uribe, foi também o responsável por duros golpes contra a guerrilha. Entre eles, está uma operação no Equador, em 2008, que resultou na morte do número dois das Farc, Raúl Reyes.

Uma pesquisa do Instituto Gallup, divulgada nesta sexta-feira, mostra que o futuro presidente da Colômbia assumirá o poder com aprovação de 76% dos colombianos, um ponto percentual acima de seu antecessor, Álvaro Uribe.

Guerrilha – Desentendimentos sobre as Farc provocaram a atual crise entre a Colômbia e a Venezuela, que tem sido o assunto de inúmeras reuniões entre líderes sul-americanos.

A tensão entre os dois países aumentou, em 22 de julho, depois que Bogotá apresentou na Organização dos Estados Americanos (OEA) documentos e fotos, apontando a presença de 1.500 guerrilheiros na Venezuela. O presidente Hugo Chávez reagiu, rompendo relações com a Colômbia e colocando soldados de prontidão na fronteira.

(Com Agência France-Presse)/VEJA.

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