PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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quinta-feira, julho 26, 2012

XÔ! ESTRESSE [In:] ''CHIP or CHIPS'' ?















REFORMAS E VONTADE POLÍTICA



O sonho do duplo 25% do PIB



Autor(es): Judas Tadeu G. Mendes
Valor Econômico - 26/07/2012

É crescente o clamor da população e principalmente dos empresários a respeito de uma possível reforma fiscal (previdenciária, tributária, administrativa e trabalhista) pois, afinal, é inaceitável que um governo, que fica com 36% do Produto Interno Bruto (PIB) em tributos (são 85 tipos diferentes), invista apenas 1% em infraestrutura.
A indústria brasileira apresenta um enorme déficit na balança comercial e sua participação na geração do PIB vem minguando, tendo caído de 27% nos anos 80 para apenas 15% atualmente. Isso é preocupante, ainda mais que um quinto de tudo o que os brasileiros consomem vem do exterior, ou seja, estamos gerando emprego e renda lá fora. Boa parte dessa baixa competitividade da indústria brasileira é explicada pelos muitos impostos e pela infraestrutura cara e ineficiente.
Carga tributária e investimento em 25% do PIB são as metas que deveriam guiar o governo federal
Todos sabemos há muito tempo onde estão as causas, mas o problema é a vontade política para encarar os problemas. Sabemos que o famoso custo Brasil (muitos impostos, juros absurdo e desnecessariamente elevados, péssima infraestrutura, muita burocracia, energia cara, educação básica de qualidade deplorável, pouco investimento em inovação tecnológica e o câmbio distorcido) é o principal fator a explicar a baixa competitividade do Brasil no mercado global.
Na verdade, tudo o que os brasileiros precisam é atingir duas metas de 25% do PIB. A primeira meta de 25% do PIB depende de decisões políticas, pois diz respeito às reformas fiscais, que precisam passar no Congresso Nacional. Neste caso, não vamos culpar apenas o Congresso porque quem nunca quis fazer as reformas foi o Executivo. Por exemplo, o governo Lula, para encenar para o público, encaminhou propostas de reformas, mas nunca se empenhou em aprová-las. E olha que ele tinha a maioria no Congresso e poderia seguramente fazer passar essas reformas. Sempre faltou vontade política para tal.
O que precisamos? Uma reforma para valer, que poderia ser aprovada em um ano (até 2013) e que implementada gradualmente nos asseguraria que daqui a dez anos teremos uma perspectiva de redução da atual carga tributária de 36% do PIB (uma das maiores do mundo). No Chile não chega a 20% e a média mundial é de (apenas?) 25% do PIB. Assim, saberíamos que gradualmente a carga tributária iria diminuindo ao longo dos próximos 10 a 12 anos, dando a oportunidade para o governo se ajustar e para nós contribuintes seria um conforto. É bom lembrar que em 2011, os brasileiros pagaram em tributos R$ 1,5 trilhão. Sem tirarmos os domingos, podemos dizer que pagamos algo como R$ 5 bilhões por dia em impostos, simplesmente um absurdo. A notícia ruim é que em 2012 pagaremos ainda mais.
É interessante dizer que, apesar de a nossa economia crescer pouco (a média de 2011-2012 não deve passar de 3%), a arrecadação vem crescendo mais do dobro desse percentual. Portanto, estamos propondo apenas um crescimento menor na arrecadação pública, pois o governo gastou em R$ 681 bilhões 2011 em quatro itens que pouco ajudam os brasileiros (R$ 236 bilhões em juros, R$ 200 bilhões em salários, R$ 190 bilhões para manter a máquina administrativa e R$ 55 bilhões para cobrir o déficit da Previdência). Basta apenas gastar menos nos três primeiros itens. É bom sempre lembrar que o Brasil é o único país do mundo que gasta mais dinheiro em juros (R$ 236 bilhões) do que investe em educação (nem chega a R$ 60 bilhões). É isso que temos que corrigir. É claro que os bancos agradecem. Por isso, eles têm lucratividade de 25% sobre o patrimônio, algo que nenhum banco do mundo consegue.
A segunda meta de 25% do PIB diz respeito aos investimentos totais (públicos e privados), pois sabemos que se o Brasil chegar a este nível seguramente o país terá um crescimento elevado (acima de 7% ao ano) e de maneira sustentada. Durante 20 anos (de 1960 a 1980) o Brasil foi o país que mais cresceu no mundo, época em que investia 25% do PIB. Nos últimos 20 anos, os investimentos têm ficado bem abaixo de 20% do PIB, razão pela qual nosso crescimento não chega, na média, a 4% ao ano. Em 2011, foi de apenas 2,7%, o mais baixo da América Latina. Dos 25% do PIB em arrecadação, se o setor público tiver maior controle de seus gastos, pode voltar a investir de 4% a 5% do PIB, deixando o restante (em torno de 20%) para o setor privado, desde que os juros caiam substancialmente.
Por falar em juros, se o governo realmente quisesse que os juros caíssem ele teria que fazer apenas duas coisas: a) liberar gradualmente o compulsório (dos atuais 40% para cerca de 5%, como é na maioria dos países), fazendo com que os bancos ficassem com muito mais dinheiro disponível e assim só conseguiriam emprestar todo esse dinheiro adicional se cobrassem juros menores; e b) diminuir os impostos sobre a intermediação financeira, pois o governo cobra impostos demais sobre os empréstimos, até sobre investimentos, o que é outro absurdo. Se o Brasil cresce a taxas baixas é porque investe pouco, pois todos sabemos que só investimentos garantem o crescimento. É só ver a China, que investe mais de 40% do seu PIB.
Portanto, tudo o que queremos é atingir esses 25% do PIB, seja em impostos, seja em investimentos. Será pedir muito? O problema é o governo querer seguir nessa direção. O importante é que se isso fosse atingido, as infraestruturas física, social e produtiva deixariam de ser os históricos problemas que são. Estamos, na verdade, pedindo pouco, mas que será muito para os brasileiros.
Judas Tadeu Grassi Mendes é Ph.D. em Economia pela Ohio State University (USA).

A ''MANCHA'' DO CANAL



Essa encrenca chamada Maluf





Autor(es): Eugênio Bucci
O Estado de S. Paulo - 26/07/2012

A coisa complicou-se um pouco. Agora consta nos autos: a dinheirama bem guardada no paraíso fiscal de Jersey, no Canal da Mancha, está mesmo relacionada a Paulo Maluf. Pelo menos foi isso que reconheceram os advogados da offshore Durant, que tinha Flávio Maluf como diretor, no processo que corre em Jersey - no qual a Prefeitura de São Paulo tenta recuperar US$ 22 milhões que teriam sido desviados de seus caixas quando Maluf foi prefeito da cidade. Os advogados admitiram que a família Maluf controlava contas na ilha britânica e que o próprio ex-prefeito recebeu "comissões" nessas contas.
Com essa notícia, que foi publicada por este jornal há uma semana, em reportagem de Jamil Chade (Defesa admite dinheiro de Maluf em ilha, 19/7, A6), o lado obscuro de Maluf retornou às manchetes. Não que a defesa da Durant tenha confessado a prática de algum ilícito: ela reconheceu os fundos, mas fala em pagamentos por "negócios legítimos" - como uma comissão recebida pelo ex-prefeito pela intermediação de venda de empresas. O que aumenta as suspeitas não é - ainda - a corrupção comprovada, mas a incongruência entre as alegações disparatadas. Se os dólares no Canal da Mancha têm origem limpa, por que nunca foram reconhecidos pelos titulares? O que eles querem esconder?
Maluf sempre negou a existência da fortuna em Jersey. Com aquela entonação de voz que faz a delícia dos imitadores de rádio, ele repetiu e repetiu: "Eze diiêro dao é beu!" - ao que o humorista José Simão costumava responder: "Não é dele mesmo, é nosso!". Agora, depois da reportagem de Jamil Chade, o bordão caiu por terra e, naturalmente, o interesse jornalístico pelo caso recrudesceu. O que levou os advogados a protocolar em Jersey uma nova versão para o tesouro mal explicado?
A coisa complicou-se, de fato. Quanto a Maluf, apenas sorri, como se a coisa complicada não fosse com ele - e, suprema esperteza, talvez não seja mesmo com ele. A sua imagem pública vai descambando, em desmoronamentos sucessivos, esboroando o que já parecia suficientemente esboroado, mas ele mesmo, em pessoa, trafega, folgazão, para lá e para cá, em renovada lua de mel com a política. Nada perturba o bom humor zombeteiro do seu trololó em barítono rachado. Ele se diverte, ou, mais exatamente, se diverte-se à custa de outro. Guardou para si o lado cômico desse enredo farsesco e, num golpe maligno, terceirizou a tragédia de sua imagem pública. Ele a terceirizou para o PT. Ao firmar seu apoio aos petistas nas eleições municipais, deu um jeito de empurrar-lhes o ônus moral da sua conduta pregressa. A tragédia moral de Maluf virou um problema do PT.
Quanto ao PT, evita o assunto, como se algo o inibisse. Está intimidado, mas não deveria estar. Para começar, não se deveria envergonhar de se aliar ao PP (o partido de Paulo Maluf), que já integra a base aliada do governo federal. Elementar: reeditar, no âmbito municipal, a aliança que já existe no âmbito federal não constitui um erro político. O problema - o golpe maligno - foi que, em São Paulo, o pacto PP-PT se deixou coroar por uma cena de mau gosto, e foi dessa cena que nasceu o atual constrangimento petista.
Na hora de anunciar a aliança, Maluf conseguiu atrair Lula e seu candidato a prefeito, Fernando Haddad, para uma sessão de fotos nos jardins da sua casa. O ritual era uma armadilha. Por meio dela, o anfitrião transformou o que deveria ser um acordo formal entre dois partidos numa cerimônia de congraçamento. Nas imagens, o ex-prefeito acusado de desvios na Prefeitura e procurado pela polícia internacional faz afagos em seus visitantes, num clima que sugere compadrio e cumplicidade.
Ora, esse clima não traduz - ou não deveria traduzir - as reais relações políticas entre as forças ali representadas. Portanto, o PT poderia muito bem denunciar como falsas as impressões deixadas por aquelas imagens, assim como deve reafirmar suas críticas ao malufismo.
Se antes das novidades de Jersey as lideranças petistas achavam que tinham espaço para silenciar, agora não têm mais tempo. Ou vão a público expor sua oposição radical ao modo malufista de governar, ou a coisa, que já se complicou, vai piorar.
Maluf desfila como quem foi anistiado por Lula. Se o PT não quer anistiá-lo, deve declarar com todas as letras que sua aliança é com o PP, não com a conduta pessoal do ex-prefeito. Deve dizer isso com gestos e palavras fortes, em pronunciamentos oficiais e reiterados. Neste momento, o silêncio corre o risco de fazer coro com o cinismo. Ou, pior, com o deboche.
O deboche, vale registrar, tem sido o gênero discursivo predileto de Maluf. Pouco depois de posar para os retratistas em sua casa, Maluf concedeu entrevista a Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, em que exibiu o seu talento para a velhacaria: "Eu, perto do Lula, sou comunista". Sim, sabemos que o próprio Lula já se definiu como "metamorfose ambulante", recusando ser um político "de esquerda". Mesmo assim, Maluf extrapola e zomba dos aliados de seu partido: "Da maneira que exerceu a Presidência, eu diria que ele (Lula) está à minha direita".
Brincadeiras à parte, a situação é mais delicada do que uma gincana escolar para saber se Lula é "de esquerda" ou não é. Se este é metamorfose, Maluf é ideologicamente líquido e já foi com quase todos: apoiou Fernando Henrique Cardoso em 1998, Lula em 2002 e hoje defende a reeleição de Geraldo Alckmin no governo paulista. O que está em jogo, agora, não são os rótulos de "direita" ou "esquerda", mas a seriedade com que o PT trata um processo judicial em que a Prefeitura paulistana é parte.
O eleitor talvez esteja perplexo. Por isso, sem abrir mão da aliança com o PP, o PT faria bem se exigisse publicamente esclarecimentos de Paulo Maluf. Isso tudo, claro, se tivermos uma interpretação otimista dessa história chata.
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POMBO CORREIO **



Relator da CPI dos Correios: ''PT atuou contra provas''

"Blindagem a Dirceu impediu produção de provas do mensalão na CPI dos Correios "


Autor(es): DÉBORA BERGAMASCO
O Estado de S. Paulo - 26/07/2012
 
Sete anos depois do início das investigações, relator conta bastidores da comissão que embasou denúncia formal ao STF

Relator da CPI dos Correios, investigação parlamentar ocorrida entre 2005 e 2006 que embasou a denúncia formal do mensalão, o deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR) afirma que muitas provas do escândalo não foram produzidas por causa da "blindagem" a José Dirceu. O peemedebista afirma que o ex-ministro da Casa Civil contava com uma "tropa de choque" formada por colegas de PT que barrava qualquer iniciativa.

"Faltou muita coisa, muito do que eles ficam batendo agora que "não tá provado isso, não tá provado aquilo" é porque a gente estava amarrado, não tínhamos liberdade. Hoje, por exemplo, o José Dirceu fala que ele não tem nada a ver com isso. Nós poderíamos ter feito provas muito mais contundentes em relação à evidente ascendência que ele tinha", diz o deputado.
A uma semana do início do julgamento do caso pelo Supremo Tribunal Federal, o relator conta nesta entrevista ao Estado os bastidores da comissão de inquérito e faz previsões sobre como deve acabar o principal escândalo do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Uma vez instaurada a CPI dos Correios, quais foram as maiores dificuldades dos integrantes? Sem dúvida, houve dificuldades em avançar nas investigações. Havia uma resistência muito grande para qualquer requisição de documento. A CPI dos Correios, por exemplo, nunca ouviu o José Dirceu. Imagine aí o tipo de resistência que havia.
Quem foi o personagem mais blindado nas investigações?Com certeza foi o Dirceu. É evidente que ele tinha uma ascendência, porque, de certa forma, sempre conduziu o PT. Ele tinha uma tropa de choque.
Quem fazia parte dessa chamada tropa de choque?
Não que estivessem dentro da CPI agindo sob orientação do Dirceu, mas a tropa de choque que dificultava a evolução da investigação era formada por (Carlos Augusto) Abicalil, (Jorge) Bittar e Ideli (Salvatti, hoje ministra de Relações Institucionais do governo Dilma Rousseff), que era senadora à época.
Olhando hoje as acusções, faltou alguma coisa que poderia ter sido pedida pela CPI?
Faltou muita coisa, muito do que eles ficam batendo agora que "não tá provado isso, não tá provado aquilo" é porque a gente estava amarrado, não tínhamos liberdade. Hoje, por exemplo, o José Dirceu fala que ele não tem nada a ver com isso. Nós poderíamos ter feito provas muito mais contundentes em relação à evidente ascendência que ele tinha.
Sobre qual dos 38 réus pesam as provas mais contundentes?
Os que conduziam tudo isso. É só pegar a linha. A defesa do Dirceu disse que ele não tinha nada. E ainda temos que acreditar? Pela agenda do Dirceu, ele recebia Marcos Valério, os caras do BMG, do Banco Rural. E ele alegou que não era ele quem montava a agenda, que não sabia quem receberia. Quer dizer que ele abriu a porta do gabinete e apareceu lá dentro o pessoal do BMG? Está nos autos. Agora um ministro do Supremo vai acreditar que ele não sabia quem recebia em seu gabinete e abria a porta e era surpreendido pelas pessoas? Falácia! Poderíamos ter quebrado mais sigilos No meio do caminho criou-se a CPI do Mensalão (sobre a qual o governo tinha ainda mais controle) e tiraram tudo da gente. A partir dela, só investigamos a origem do dinheiro e não o destino. Para onde foi? Não podíamos investigar.
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(**) POMBO CORREIO. Moraes Moreira.
''Pombo correio
Se acaso
Um desencontro
Acontecer
Não perca
Nem um só segundo

Voar o mundo
Se preciso for
O mundo voa
Mas me traga
Uma notícia boa...''
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''NUNCA ANTES NA HISTÓRIA DESTE PAÍS...''



ESPECIAL DO MENSALÃO - UM PASSO A PASSO DO MAIOR JULGAMENTO DA NOSSA HISTÓRIA

38 RÉUS, 11 JUÍZES E O MAIOR JULGAMENTO DA REPÚBLICA


Correio Braziliense - 26/07/2012
 

No banco dos réus, estão Dirceu, Jefferson, Delúbio... São 38 acusados de participar do esquema de corrupção por meio do qual o governo Lula teria distribuído dinheiro a parlamentares da base aliada. Em suplemento especial, o Correio conta quem são cada um deles, as denúncias a que respondem, os argumentos da defesa. O STF começa a julgar o caso na próxima quinta-feira.

Na próxima semana, chegará ao fim uma espera que já dura sete anos. Os 38 réus do maior escândalo político da história recente do país começam a ser julga­dos pelo envolvimentono mensalão. Os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal garantiram que, até meados de setembro, o país saberá os nomes de ino­centes e dos culpados, além do tamanho das penas decorrentes de crimes de formação de quadrilha, peculato, corrupção ativa e passiva, gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
O escândalo que contaminou o fim do primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou em 2005 quando uma guerra interna entre o ministro da Casa Civil à época, José Dirceu, e o deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) por fatias de poder no gover­no resultou na denúncia do parlamentar sobre o que su­postamente acontecia nos bastidores da relação do Pla­nalto com sua base no Congresso e do PT com os parti­dos que gravitavam em torno de Lula. Em uma entrevis­ta marcante e dois depoimentos históricos—na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara e na CPI dos Correios -  Jefferson apontou Dirceu como mandante de um esquema de compra de votos e distribuição de re­cursos para pagamento de contas de campanha.
Ao longo do segundo semestre do mesmo ano, Jeffer­son, Dirceu e o ex-presidente do PP Pedro Corrêa (PE) ti­veram seus mandatos de deputado federal cassados.
Uma Comissão Parlamentar de Inquérito foi criada e sugeriu o indiciamento de potíticos, publidtários e donos de instituições financeiras. Aliado ao relatório das investigações feitas pela Polícia Federal, o texto da CPI embasou a peça acusatória feita pela Procuradoria Geral da República e acatada pelo ministro-relator do ca­so no STF, Joaquim Barbosa.
Ao longo de 12 páginas, o Correio apresenta um resuumo das 50 mil páginas do processo, as perguntas do escândalo ainda em aberto, as acusações contra os réus e as defesas elaboradas pelos principais escritó­rios de advocacia criminal do país. O leitor terá  também à sua disposição uma infografia do plenário plenário do STF, mostrando como será o julgamento do caso, além dos perfis dos 11 juizes que conduzirão o processo mais aguardado dos últimos anos.
Além de mobilizar personalidades da política e do universo político, a votação do caso atrai a atenção dos cidadãos comuns. Apesar de não conhecer detalhes do caso nem a lista extensa de acusados, a população já se divide na antecipação de culpados e de inocentes. Independentemente das sentenças, o julgamento do mensalão é visto como um divisor de águas da história da política.  O escândalo reacendeu importantes debates sobre o financiamento de campanhas e motivou mudanças na relação do governo com agências de publicidade e até mesmo entre os partidos.

SOB MEDIDA **



RUMO AO JULGAMENTO DO MENSALÃO - DELÚBIO VAI DIZER QUE SÓ FAZIA O QUE PT MANDAVA

"DELÚBIO NÃO TOMAVA DECISÕES"


Autor(es): Maria Lima
O Globo - 26/07/2012
Advogado do ex-tesoureiro do PT durante o mensalão diz que seu cliente apenas cumpriu ordens
O GLOBO. O senhor está preparado para, em uma hora na tribuna, convencer o pleno do Supremo da inocência de Delúbio?
ARNALDO MALHEIROS FILHO: Acho que cada um tem o seu papel. O Ministério Público vai acusar. O meu papel é conseguir mostrar o que existe e o que não existe contra Delúbio da melhor maneira possível. E que a partir daí a Justiça seja feita. Se eu não confiasse na Justiça não perderia meu tempo indo lá fazer essa defesa. Espero fazer um bom trabalho. Essa é a missão que tenho.
O que o senhor considera o ponto fraco para Delúbio: as provas existentes ou a pressão da opinião pública pela condenação?
MALHEIROS: Provas contra ele, eu não achei nenhuma. Me preocupa um pouco a politização do julgamento, que acho que não seja um bom caminho para os ministros. Quem está nesse cargo está acostumado a decidir sem ligar para a pressão da opinião pública.
O Delúbio vai entregar alguém ou assumir que fez tudo sozinho?
MALHEIROS: Desde o primeiro momento na CPI, o Delúbio nunca mudou sua versão. E não tem mais oportunidade de falar. Quem fala agora sou eu. O que precisa ficar claro é que nem ele assumiu tudo sozinho nem acusou ninguém. O perfil, o caráter do Delúbio não permite que seu dedo endureça. Ainda mais agora.
Dirigentes do PT naquela época, réus do mensalão, não querem jogar a culpa nele? O advogado de Genoino diz que seu cliente cuidava da parte política e Delúbio da financeira...
MALHEIROS: Ninguém do partido poderia decidir isso sozinho (conseguir o dinheiro para saldar as dívidas da campanha de 2003). Todas as decisões eram do colegiado, da Executiva. Nem sei se José Dirceu era da Executiva naquela época. Acho que, como ministro, se licenciou do partido. Mas Genoino era o presidente. Delúbio não tomava decisões. Era o executor das decisões da Executiva nacional do PT.
O seu cliente vai sustentar que agiu como um soldado do PT?
MALHEIROS: Ele não disse que fez tudo sozinho, nem se negou a assumir suas responsabilidades. Delúbio não quer ser julgado pelo que não fez. Mas sempre assumiu tudo que fez, que manipulou as contas do caixa dois da campanha.
Delúbio acha que pode ser condenado? Como está o espírito dele nessa fase pré-julgamento do Supremo?
MALHEIROS: Ele é um homem tranquilo. Sempre se comportou de forma muito calma e tranquila e continua assim. Continua trabalhando na imobiliária, se confortando no seio da família. Delúbio não é de reclamar de nada. É um cliente muito bom. Nas nossas conversas ele demonstra uma confiança total em mim. Deu a sua versão dos fatos e agora diz: aceito o que acharem que for melhor para mim e pronto.
Ele pode sair como o único condenado do mensalão?
MALHEIROS: Não arrisco prognósticos. A pior situação para ele é ser condenado. Mas nunca me debrucei sobre essa possibilidade. Eu sempre trabalho com a perspectiva de que Delúbio será absolvido.

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 (**) Chico Buarque.

''Se você crê em Deus 
Erga as mãos para os céus 
E agradeça 
Quando me cobiçou 
Sem querer acertou 
Na cabeça 
Eu sou sua alma gêmea 
Sou sua fêmea 
Seu par, sua irmã 
Eu sou seu incesto (seu jeito, seu gesto) 
Sou perfeita porque 
Igualzinha a você 
Eu não presto 
Eu não presto 


Traiçoeira e vulgar 
Sou sem nome e sem lar 
Sou aquela 
Eu sou filha da rua 
Eu sou cria da sua 
Costela 
Sou bandida 
Sou solta na vida 
E sob medida 
Pros carinhos seus 
Meu amigo 
Se ajeite comigo 
E dê graças a Deus...''
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''VOCÊ É LUZ, É RAIO ESTRELA E LUAR..."



Cachoeira ignora Justiça e faz juras de amor à mulher

O deboche de Cachoeira


Autor(es): Josie Jeronimo
Correio Braziliense - 26/07/2012
 

Bicheiro rompe o silêncio, mas, em vez de rebater a acusação de que comanda a quadrilha responsável pela exploração de jogos ilegais em Goiás, faz declaração de amor à mulher
Goiânia — O bicheiro Carlinhos Cachoeira resumiu em 13 minutos as explicações que deveria dar para rebater acusações do processo que responde na 11ª Vara Federal em Goiânia. Mas, em vez de responder às indagações do juiz Alderico Rocha Santos, o contraventor se denominou um "leproso jurídico", fez declarações de amor à mulher, Andressa Mendonça, disparou provocações aos procuradores da República Léa Batista e Daniel Resende Salgado e aproveitou a sessão para fazer um agradecimento público aos desembargadores do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) Tourinho Neto e Adilson Macabu. "Eu virei um leproso jurídico. Quem me deu voto favorável até agora foram só os desembargadores Tourinho e Macabu, que inclusive chamaram os outros de justiceiros. Mas um dia tudo vai ser esclarecido e eles vão saber quem eu sou."
Cachoeira respondeu às perguntas de qualificação do juiz, alegou que sua profissão é "empresário" e que já foi "processado" no episódio "Waldomiro Diniz", em referência ao ex-assessor especial da Casa Civil flagrado em vídeo de esquema de corrupção pelo próprio bicheiro, que deu origem à CPI dos Bingos, em 2005. Em tom de ironia, ele afirmou ainda que não sabe qual é o seu atual endereço. "Pergunta para ela, nos mudamos e eu estou segregado há cinco meses", disse, apontando para Andressa.
Sobre as investigações da Operação Monte Carlo, ele não aceitou falar nada. "Eu gostaria de fazer um bom debate com o Ministério Público, mas devido às falhas processuais, é melhor não falar nada, eu resolvi não falar nada", disse. Ainda no clima de euforia, que surpreendeu os presentes na audiência —até então as notícias davam conta de um Cachoeira deprimido —, o bicheiro, ao responder sobre seu estado civil, disse que a pergunta era "difícil", pois só estava esperando o Ministério Público o liberar para se casar com Andressa Mendonça. "Vou falar, porque o sofrimento é muito grande: ela me deu nova vida. Eu te amo", declarou, olhando para a mulher, que acompanhou a audiência.
Irritados com a atitude de Cachoeira ao longo da audiência, os procuradores desistiram de fazer perguntas ao bicheiro. Após a sessão, não quiseram comentar o comportamento do contraventor.
Um agente da Polícia Federal que atuou na transferência de Cachoeira de Brasília a Goiânia informou ao Correio que, após passar por consulta médica para avaliar seu quadro psicológico, o contraventor tomou remédios contra a depressão. O efeito de uma "pílula da felicidade", como disse o agente, referindo-se a um tipo popular de antidepressivo, pode ter causado a "espontaneidade" do bicheiro durante o depoimento, na avaliação do policial.
Os advogados de defesa de Cachoeira e dos outros sete réus usaram estratégias variadas para evitar o depoimento do bicheiro ontem. A preocupação não era o conteúdo das declarações de Cachoeira — que apelou ao direito de não se autoincriminar —, mas a possível celeridade que o processo ganha ao fim das audiências de instrução, com a conclusão do interrogatório dos réus.
Depois que todas as testemunhas de acusação e de defesa foram ouvidas, os advogados apresentaram requerimento arrolando o delegado Raul Alexandre Marques, responsável pela Operação Vegas, e o agente Márcio Azevedo, que monitorou Cachoeira na Operação Monte Carlo, para serem ouvidos antes do interrogatório dos réus. A ideia era tentar desqualificar as provas colhidas durante as investigações da Operação Monte Carlo. O juiz Alderico Rocha Santos, no entanto, indeferiu os pedidos e deu continuidade às oitivas.
A audiência também teve momentos tensos. Douglas Messoura, advogado de Gleyb Ferreira da Cruz — suposto braço direito do esquema liderado por Cachoeira —, discutiu com o procurador Daniel Resende Salgado. O procurador interrompeu a fala de uma testemunha e foi criticado pelo advogado. Irritado, Salgado rebateu: "Eu sou o fiscal da lei". Messoura subiu o tom e respondeu o procurador. "Eu sou o defensor, e qual é a diferença entre nós dois? Se o senhor é o fiscal da lei, em quê o senhor é mais do que eu?", questionou. "Eu não estou dizendo que sou mais do que o senhor", rebateu Salgado. "O senhor colocou palavras na boca da testemunha. Coloque-se em seu lugar", continuou o advogado. "Quem tem que se colocar em seu lugar é vossa excelência", finalizou o procurador.
O choro de Gleyb
Minutos antes do depoimento de Carlinhos Cachoeira, o juiz Alderico Rocha Santos ouviu o desabafo de um dos principais operadores do bicheiro, Gleyb Ferreira da Cruz, que chorou durante a explanação ao magistrado. Ele também se recusou a responder a perguntas relacionadas às investigações da Operação Monte Carlo, mas utilizou o tempo à frente do juiz para confrontar o magistrado e os representantes do Ministério Público presentes na sessão. "Eu até queria colaborar, juiz, mas vendo o que ocorre desde o início, não acho que o Ministério Público queira esclarecer a verdade. É um ato de condenação."
Gleyb reclamou que foi preso em casa e que os policiais relataram que ele possuía armamento, informação supostamente inverídica. Apesar de ter sido flagrado em dezenas de escutas telefônicas fechando negócios em nome de Cachoeira, Gleyb disse que está sendo julgado por ter amizade com uma "pessoa pública", disse, referindo–se ao bicheiro. "Eu poderia ter uma amizade com o senhor em um bar, mas minha amizade me imputou essa prisão."
Apontado como principal operador de Cachoeira, Gleyb reclamou ainda que a mulher está sendo constrangida ao visitá-lo na prisão. "Ter a humilhação da minha família, conviver com marginais, estupradores, traficantes, isso não é cabível. Tudo que eles (os advogados de defesa) pediram aqui, nada foi acatado pelo senhor. Eu não tenho no que acreditar. Meu dia tem sido pensar se vale a pena viver ou não. Minha esposa, quando vai me visitar, tem que passar por humilhação. Sei que não é relevante nada do que estou falando, mas é só um desabafo." Em vez de censurar o réu pelo tom agressivo usado durante o depoimento, o juiz Alderico Rocha Santos encerrou a oitiva, oferecendo água a Gleyb.

''QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?''


SINOPSES - RESUMO DOS JORNAIS


Sinopses anteriores:  
26 de julho de 2012
O Globo

Manchete: Rumo ao julgamento do mensalão - Delúbio vai dizer que só fazia o que PT mandava
Advogado de ex-tesoureiro diz que ele não tomava decisões sozinho

O advogado Arnaldo Malheiros Filho, que representa o ex-tesoureiro Delúbio Soares no processo do mensalão, afirmará no STF que seu cliente era apenas um executor das decisões da Executiva nacional do PT. A tese diverge da linha de defesa de José Genoino, que presidia a legenda quando o escândalo surgiu. O ex-presidente do partido tem sustentado que ele cuidava apenas das questões políticas, deixando Delúbio com a responsabilidade sobre as questões financeiras, como os empréstimos de R$ 55 milhões contraídos por Marcos Valério em nome do PT. “Ninguém do partido poderia decidir isso sozinho. Todas as decisões eram do colegiado, da Executiva. (...) Genoino era o presidente. Delúbio não tomava decisões. Era o executor das decisões da Executiva nacional do PT”, diz o advogado. (Págs. 1, 3 e 4)
Traficantes do Alemão atacaram UPP
A Inteligência da PM identificou 4 responsáveis pelo ataque que matou a soldado Fabiana. Um deles teria participado da invasão à delegacia para resgatar um traficante, no início do mês. Todos são do Alemão, mas estariam escondidos no Morro do Chapadão. (Págs. 1, 12 e 13)
Em SP, homicídios no ano sobem 21%
Dados da Secretaria de Segurança Pública mostram que os homicídios na capital paulista cresceram 21,57% em comparação com o primeiro semestre de 2011. A Procuradoria estuda pedir troca do comando da PM. (Págs. 1 e 11)
Paes promete gratificação a PMs em UPPs
O prefeito Eduardo Paes, candidato à reeleição, disse ontem que dará uma gratificação de R$ 250 aos policiais que trabalham em UPPs. A promessa, para o procurador eleitoral, configura uso da máquina pública. (Págs. 1 e 5)
Lucro da Vale cai à metade no semestre
A queda no preço do minério de ferro, o aumento das despesas e a alta do dólar fizeram com que o lucro da Vale recuasse 48% no 2º trimestre, ficando em R$ 5,3 bilhões. O resultado veio abaixo da previsão. (Págs. 1, 21 e editorial “Nada a estranhar no lucro dos bancos”)
Menos emprego puxa déficit no INSS
Um ritmo menor na criação de empregos com carteira provocou crescimento de 38% no déficit da Previdência em junho. (Págs. 1, 22 e editorial “Crise mundial renova alerta”)
Espanhóis sem futuro
Diante do desemprego em alta, governos regionais pedindo socorro financeiro e corte de benefícios sociais, os espanhóis lutam para tentar enxergar um futuro, enquanto protestam nas ruas. (Págs. 1 e 23)
No Reino Unido, recessão piora
O Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido registrou queda de 0,7% no segundo trimestre deste ano, depois de ter recuado 0,3% no primeiro trimestre. (Págs. 1, 23 e Míriam Leitão)
Guerra síria se aproxima de momento-chave
Milhares de soldados do regime sírio e opositores se deslocam para Aleppo, cuja conquista é comparada à tomada de Benghazi, início da queda de Kadafi na Líbia. (Págs. 1, 28 e 29)
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Folha de S. Paulo

Manchete: Homicídios sobem 22% na cidade de SP no 1º semestre
Dados divulgados pelo governo confirmam escalada da criminalidade; assassinatos crescem 8% em todo Estado

Com uma média de 14 mortes por dia, junho foi o período mais violento no Estado de São Paulo nos últimos 18 meses, quando o governo passou a divulgar dados sobre a criminalidade.

A violência no mês passado fez com que o índice de homicídios nos seis primeiros meses deste ano ficasse 8% acima do primeiro semestre de 2011. Na capital, o aumento foi de 22%. (Págs. 1 e Cotidiano C1)
Fotolegenda: Medalha, medalha
Com Antonio Patriota, Dilma Rousseff cumprimenta, em Londres, o premiê David Cameron; presidente quer meta de conquistas para o país em 2016. (Págs. 1 e Esporte D7)
Para secretário da Segurança, PM é menos violenta
Secretário da Segurança Pública de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto diz à Folha que a Polícia Militar está menos violenta e nega que esteja matando mais nos confrontos. Ele acrescenta que a Rota é incorruptível e que “não há espaço para uma Rota sangrenta, arbitrária”. (Págs. 1 e Cotidiano C3)
Bernardo Mello Franco
No mensalão e em SP, onde PT for A, Dilma é B (Págs. 1 e Opinião A2)
Trabalhador vai receber extrato de contribuição ao INSS (Págs. 1 e Mercado B1)

Vendas da Vale sobem, mas lucro cai 48% no 2º trimestre (Págs. 1 e Poder A7)

PIB britânico tem a pior contração em três anos
O PIB do Reino Unido recuou 0,7% de abril a junho em relação ao trimestre anterior, na maior contração desde 2009. Analistas não esperavam um resultado tão ruim. Na Espanha, os juros dos títulos da dívida pública caíram, mas continuam acima de 7%, nível considerado insustentável. (Págs. 1 e Mundo A13)
Força rebelde controla áreas no norte da Síria
Em Marea, norte da Síria, não há sinal das forças da ditadura Assad, relata o enviado Marcelo Ninio. Civis armados de fuzis fazem a segurança, a bandeira rebelde cobre os muros e crianças brincam pelas ruas. “Temos poucas armas, mas mais vontade que as forças de Assad”, diz o comandante rebelde Hussein Sejou. (Págs. 1 e Mundo A12)
Editoriais
Leia “Emprego paradoxal”, sobre resistência do mercado de trabalho, e “Paliativo médico”, a respeito de exame para formandos em medicina. (Págs. 1 e Opinião A2)
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O Estado de S. Paulo

Manchete: União prepara nova rodada de apoio aos Estados
Planalto negocia com governadores projetos para estimular investimentos e recursos virão do BNDES

O governo prepara um novo pacote de apoio financeiro aos Estados para apressar investimentos prioritários em 2013. Diante da escassez de projetos considerados viáveis, o Palácio do Planalto negocia com governadores o programa “Agenda do Desenvolvimento Regional”, informam Adriana Fernandes e Renata Veríssimo. A estratégia da presidente Dilma Rousseff é direcionar as ações estaduais para setores considerados fundamentais, como a melhoria da malha logística. O BNDES será novamente o braço financeiro das operações. O governo avalia o espaço fiscal para Estados obterem mais financiamentos, mas o banco vai destinar recursos também para empresas que quiserem participar dos projetos. Com o aceno de mais verba, o governo espera obter o apoio dos governadores no projeto de reduzir o custo da energia por meio da redução da cobrança de ICMS. (Págs. 1 e Economia B1)
R$ 100 bi em pensões
O País desembolsou em 2011 mais de R$ 100 bilhões em pensões por morte, um recorde. O governo quer mudar leis para baixar os gastos. (Págs. 1 e B4)
Homicídios crescem 47% em São Paulo
Os homicídios na cidade de São Paulo cresceram 47% em junho e lideraram a piora generalizada nas taxas criminais em relação a junho de 2011. Foram 122 ocorrências, com 139 vítimas - mais de 4 por dia. No semestre, a alta acumulada foi de 21,4%. A capital voltou a superar o patamar de 10 homicídios por 100 mil habitantes (taxa que a OMS considera epidemia): 13 casos por 100 mil em junho, mês marcado pela tensão provocada pela morte de policiais a mando do PCC. Oito entre os 11 principais tipos de crime tiveram alta. (Págs. 1 e Cidades C1 e C2)

Geraldo Alckmin
Governador
“Você sempre vai ter criminoso procurando o crime. O que não pode ter é impunidade”
Relator da CPI dos Correios: ‘PT atuou contra provas’
Relator da CPI dos Correios, que se encerrou em 2006 e embasou a denúncia formal do mensalão, o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) diz ao Estado que provas não foram produzidas por causa da “blindagem” a José Dirceu. O ex-ministro, segundo ele, era protegido por tropa de choque do PT. (Págs. 1 e Nacional A4)
Minério em baixa faz lucro da Vale cair pela metade
A mineradora Vale obteve lucro líquido de R$ 5,314 bilhões de abril a junho deste ano, ante R$ 10,275 bilhões no segundo trimestre do ano passado, uma queda de 48,28%. O resultado é creditado ao menor preço do minério de ferro cobrado internacionalmente. O valor médio por tonelada caiu 28,9% no período. (Págs. 1 e Economia B13)
Conflito cresce e observadores deixam a Síria
Tropas do Exército sírio seguem para a cidade de Alepo e rebeldes preparam a contraofensiva, informa o enviado especial Andrei Netto. Metade dos 300 observadores da ONU enviados para monitorar o conflito já deixou o país. (Págs. 1 e Internacional A10 e A11)
Índios mantêm engenheiros reféns (Págs. 1 e Economia B8)

Ministério Público pede ação contra Aref (Págs. 1 e Cidades C4)

Por segurança, juizes podem atuar em grupo (Págs. 1 e Nacional A6)

Fotolegenda: Troca de experiências
Dilma se reúne em Londres com o premiê David Cameron; presidente liberará mais recursos para a Rio-2016, mas cobra resultados do COB. (Págs. 1 e ES)
Eugenio Bucci
Essa encrenca chamada Maluf

A situação do ex-prefeito complicou- se, mas ele apenas sorri. E, num golpe maligno, terceirizou a tragédia de sua imagem pública para o PT. (Págs. 1 e Espaço Aberto A2)
Notas & Informações
O lulismo e os salários federais

Mais uma vez a presidente Dilma Rousseff recuou, e o governo vai inflar os gastos salariais. (Págs. 1 e A3)
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Correio Braziliense

Manchete: Grileiros já invadem área da torre digital
Atraída pela valorização dos terrenos próximos ao novo cartão-postal da cidade, em Sobradinho, uma quadrilha loteou 10 hectares da Terracap e criou um condomínio irregular em setor de preservação ambiental. Parte dos criminosos foi presa, mas pelo menos 141 lotes de 600 metros quadrados foram vendidos a R$ 60 mil cada um. (Págs. 1 e 21)
Especial do mensalão
Um passo a passo do maior julgamento da nossa história

No banco dos réus, estão Dirceu, Jefferson, Delúbio... São 38 acusados de participar do esquema de corrupção por meio do qual o governo Lula teria distribuído dinheiro a parlamentares da base aliada. Em suplemento especial, o Correio conta quem são cada um deles, as denúncias a que respondem, os argumentos da defesa. O STF começa a julgar o caso na próxima quinta-feira. 
Tentativa de adiar processo

Advogados ligados ao PT pedem ao TSE que interceda para adiar o julgamento do mensalão pelo STF. Dizem que a apreciação do processo em período eleitoral é “inoportuna”. (Págs. 1 e 6)
Servidores: Professor vai receber por dias parados
Justiça Federal suspende corte de ponto de professores universitários e manda o governo devolver o valor descontado em junho. Enquanto isso, decreto de Dilma determina que funcionários de estados e municípios assumam tarefas de grevistas, sobretudo da Receita Federal e d AGU. (Págs. 1, 10 e Visão do Correio, 14)
Seu bolso: Previdência antecipa 13º
O pagamento da primeira parcela do 13º salário deve chegar às contas dos 26 milhões de aposentados e pensionistas no início de setembro. A Previdência aguarda apenas decreto presidencial para liberar o dinheiro. A expectativa do governo é injetar R$ 11,5 bilhões na economia. (Págs. 1 e 9)
Cachoeira ignora Justiça e faz juras de amor à mulher (Págs. 1 e 2 a 4)

Juízes terão mais proteção contra crime organizado (Págs. 1 e 8)

Salários do MP serão divulgados dentro de 30 dias (Págs. 1 e 25)

Dilma, a aluna de sua majestade
Londres — A presidente diz que o Brasil deve aprender com o Reino Unido a bem-sucedida organização dos Jogos para aplicá-la em 2016, no Rio. Dilma discutiu acordos de cooperação esportiva com os ingleses. (Págs. 1 e Super Esportes, Capa e 2 a 11)
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Valor Econômico

Manchete: Petrobras cobra conta de R$ 2,4 bi da Eletrobras
As duas maiores estatais brasileiras devem iniciar uma disputa bilionária na Justiça. A Petrobras decidiu pôr fim ao calote que a BR Distribuidora vem levando da Amazonas Energia, controlada pela Eletrobras. Desde 2009, a distribuidora não recebe pelo óleo combustível e pelo diesel que fornece às termelétricas do Norte do país. A dívida acumulada atinge R$ 2,4 bilhões, quase duas vezes o lucro da BR em 2011.

A origem do problema, sob o ponto de vista da Eletrobras, é uma divergência de interpretação entre a concessionária de energia e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) com relação às regulamentações sobre as despesas cobertas pela bilionária Conta de Consumo de Combustíveis (CCC). (Págs. 1, B1 e C3)
Dilma quer distância da 'Ação 470'
A presidente Dilma Rousseff decidiu manter o governo o mais distante possível do julgamento do mensalão, para evitar acusações de interferência e eventuais abalos institucionais. O Planalto orientou os ministros para que todos mantenham a agenda de trabalho e deem continuidade aos projetos. O Executivo só deve se manifestar na hipótese de alguma questão nele "esbarrar" constitucionalmente.

Dilma quer evitar polêmicas com a Corte suprema. Ela considera que o mensalão é um caso de outro Poder, o Judiciário. O julgamento não é, portanto, assunto de governo, embora possa prejudicar o PT, partido no governo. (Págs. 1 e A7)
Corretoras sentem o peso da crise
Com a crise europeia, os investidores pessoas físicas debandaram da bolsa, derrubando as receitas das corretoras e deixando seus balanços no vermelho. A fatia das pessoas físicas nos negócios com ações foi de 14,9% em junho, menos da metade da média de 30,5% de 2009. Com isso, das 14 corretoras independentes com maior volume de negócios, 9 tiveram prejuízos no primeiro trimestre do ano, segundo o "Valor Data". As estratégias mais agressivas para cativar clientes ficaram para trás e promoções de isenção de cobrança mensal de custódia foram revisadas. O modelo de corretora que só distribui ações e tem como foco a pessoa física pode estar fadado a desaparecer, prevê Edemir Pinto, presidente da BM&FBovespa. (Págs. 1 e C12)
Garimpo invade bacia do Tapajós
A bacia do Tapajós, alvo do governo para construção de hidrelétricas, também se transformou no maior garimpo do Brasil. Estima-se que cerca de 60 mil homens retiram meia tonelada de ouro por mês das terras da região, uma fortuna avaliada em US$ 26,4 milhões mensais.
Praticamente toda essa extração, segundo o Instituto Chico Mendes, é feita de forma ilegal. Para agravar a situação, os garimpeiros também começaram a entrar com retroescavadeiras nas áreas de unidades de conservação que há dois meses foram excluídas das florestas protegidas. O reflorescimento do garimpo e a construção das barragens no Tapajós causam apreensão em povoados como a aldeia Sawre Muybu, onde vivem índios da etnia munduruku. (Págs. 1 e A14)
Volta a renda garantida em imóveis
Mesmo se a taxa Selic não estivesse na mínima histórica, investir em um imóvel que além de eventual valorização ainda oferece um retorno de 0,8% ao mês, assegurado em contrato, por até um ano e meio após a entrega das chaves, parece uma boa oportunidade. Apesar de todas as condições favoráveis à primeira vista, o investidor deve ter cautela, porque esse negócio tem seus riscos e só será vantajoso se o mercado imobiliário ajudar. O modelo, conhecido como renda garantida, consiste em transformar um eventual desconto na venda em uma espécie de "aluguel" pago pela incorporadora ao cliente por um prazo específico depois da entrega da obra. (Págs. 1 e D3)
SCJohnson avalia aquisições e uma nova fábrica no Brasil (Págs. 1 e B6)

Peru e Colômbia atraem mais bancos estrangeiros (Págs. 1 e B10)

Menos exportadoras
O número de empresas brasileiras que exportaram no primeiro semestre deste ano é o mais baixo desde 2005. No período, 352 empresas deixaram de exportar — uma queda de 2,25%. (Págs. 1 e A5)
UE e Mercosul sem negociação
O Brasil acertou com a União Europeia o adiamento de negociação com o Mercosul, prevista para esta semana em Brasília, devido ao novo quadro provocado pela suspensão do Paraguai e a entrada da Venezuela no bloco do Cone Sul. (Págs. 1 e A5)
Bachelet de novo no poder?
A volta ao poder nas próximas eleições presidenciais chilenas de Michelle Bachelet poderá ser a principal consequência da mobilização social que marca o país desde o início do governo do atual presidente Sebastián Piñera. (Págs. 1 e A11)
Lenta a comercialização do café
O clima adverso que compromete a entrega de café de melhor qualidade e a volatilidade nos preços estão atrasando sua comercialização tanto no mercado interno quanto na exportação. (Págs. 1 e B13)
Spreads dos bancos
Pouco mais de três meses após o início da campanha do governo pela sua redução, o balanço do Bradesco mostrou queda do spread de 11% em março para 10,9% em junho. No Itaú, de 13,5% para 13,4%. (Págs. 1 e C1)
Denúncia espontânea sem multa
Empresas que fizeram a denúncia espontânea em casos de atraso no pagamento de ICMS, ou seja, quitaram seus débitos antes de qualquer tipo de fiscalização ou procedimento administrativo do Fisco, estão isentas da multa de mora. (Págs. 1 e E1)
Ideias
Ribamar Oliveira

Desaceleração da economia e desonerações tributárias estão reduzindo as receitas de Estados e municípios. (Págs. 1 e A2)

Martin Sandbu

As autoridades da zona do euro sofrem da “síndrome do Lehman”: temem que a reestruturação das dívidas seja apocalíptica. (Págs. 1 e A13)
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