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segunda-feira, abril 22, 2013
''MEU PIBINHO AMARELINHO..."
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Para FMI, Brasil tem baixo PIB potencial
O economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard, disse que o crescimento potencial do Brasil parece mais baixo do que se pensava. Na semana passada, o FMI reduziu a previsão de crescimento para o PIB brasileiro em 2013 de 3,5% para 3%. Segundo o economista, se a economia estivesse muito abaixo do ritmo potencial, o país veria a inflação cair mais.
Em entrevista ao Valor, em meio a maratona de encontros do FMI e do Banco Mundial, o economista francês afirmou ainda que o desempenho mais fraco da economia brasileira tem grande relação com baixo nível dos investimentos.
Inflação no Brasil sugere PIB potencial menor, diz FMI
Por Sergio Lamucci | De Washington
O crescimento potencial do Brasil parece mais baixo do que se pensava, diz o economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Olivier Blanchard, referindo-se ao ritmo de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) que não acelera a inflação. Para ele, se a economia brasileira estivesse muito abaixo do potencial, o país veria a inflação cair mais.
"Com isso, a margem de manobra para usar políticas de estímulo à demanda é provavelmente limitada", afirma Blanchard, lembrando que o FMI reduziu a previsão de crescimento para a economia brasileira em 2013 de 3,5% para 3%. Gargalos de infraestrutura e no mercado de trabalho foram apontados pelos economistas da instituição como restrições de oferta importantes que afetam o país.
O economista francês diz ainda que o desempenho mais fraco do Brasil no passado recente tem grande relação com o comportamento frustrante do investimento. "É provável que um número de distorções, assim como alguma incerteza sobre políticas, tenham um papel nisso", disse Blanchard ao Valor, em meio à maratona de encontros e seminários da reunião de primavera do FMI e do Banco Mundial, realizada na semana passada em Washington.
Blanchard diz ainda que países emergentes como o Brasil devem "ser livres" para suavizar movimentos de recursos externos mais voláteis, usando "instrumentos de administração de fluxos de capitais, medidas macroprudenciais e intervenção no mercado de câmbio". Alguns desses capitais são desestabilizadores, afirma, observando, contudo, que parte do dinheiro que chega de fora vem por um bom motivo - aproveitar as perspectivas mais favoráveis dos mercados emergentes.
Para ele, aliás, o Brasil não abandonou o regime de câmbio flutuante. "Eu chamaria de flutuação administrada. O real flutua, mas com o uso de controle de capitais", diz Blanchard, um dos principais responsáveis pela adoção de ideias mais flexíveis pelo FMI no pós-crise, como o apoio a controles de capitais em determinadas circunstâncias e a recomendação para que alguns países não exagerem na dose da austeridade fiscal.
Para Blanchard, a recuperação americana mostra sinais robustos, pelo lado do setor privado. O país vai crescer quase 2% mesmo com o ajuste fiscal equivalendo a uma contração de 1,8% do PIB. O economista elogia também a política monetária japonesa, e não a encara como uma medida voltada para produzir uma desvalorização competitiva do câmbio, mas sim para de fato tirar o país da deflação. A seguir, os principais trechos da entrevista.
Valor: A recuperação dos EUA é sustentável, num cenário em que o setor privado parece em boa forma, mas a incerteza sobre a política fiscal deve continuar elevada?
Olivier Blanchard: Eu estou confiante que a retomada vai continuar. Há muitos fatores que estão na direção certa. Primeiro, há a política monetária. O Fed foi agressivo e tomou muitas medidas para ajudar a economia. Os investidores esperam que as taxas de juros vão seguir baixas, o que é bom para a demanda. É bom que os juros básicos estejam baixos, mas as taxas que afetam a vida das pessoas é aquela de hipotecas e empréstimos. O sistema bancário nos EUA não está em situação perfeita, ainda há riscos, mas ele está melhorando em termos de indicadores de capital, de funding. O mecanismo de transmissão está funcionando de novo. Há juros baixos para quem quer tomar dinheiro emprestado. Há também o que os economistas chamam de demanda reprimida. Quando há uma recessão longa e poucos imóveis são construídos, o que nós vimos por algum tempo, então o estoque de imóveis cai. Em algum ponto não há imóveis suficientes, e a construção começa de novo. É a mesma coisa no mercado de automóveis. Se as pessoas não compram carros por um tempo, em algum momento elas têm que trocar um automóveis que não está funcionando bem. Nós vemos esse fenômeno no mercado imobiliário, nós vemos a mesma coisa em bens duráveis. Todos esses são sinais de uma economia que está se recuperando.
Se você olhar para a queda no crescimento [ no Brasil], ela parece vir em grande parte do investimento"
Valor: Mas e a política fiscal?
Blanchard: A política fiscal está de fato desacelerando a recuperação. A consolidação fiscal nos EUA é muito forte neste ano. É de 1,8% do PIB. Pode estar tirando de 1,5 a 2 pontos do crescimento. Eu espero que os EUA adotem uma trajetória melhor de ajuste fiscal. A ironia é que o sequestro [corte automático de US$ 85,3 bilhões que entrou em vigor em março], de algum modo, melhorou o panorama. Ele levou os investidores a concluir que o pior que pode acontecer é que o sequestro continue, e então o déficit será menor. Não é o melhor modo de fazer o ajuste, que deveria ser feito mais lentamente e com mais inteligência. Minha avaliação é de que a consolidação fiscal vai desacelerar e a demanda privada vai continuar forte. Com isso, a recuperação é razoavelmente forte.
Valor: O sr. acredita que os EUA poderão se tornar um competidor dos mercados emergentes nos próximos anos, devido ao renascimento da manufatura, mais do que uma economia baseada no consumo?
Blanchard: A maneira de pensar nisso é em termos de cadeias de valor. Produtos manufaturados não serão inteiramente fabricados na China, no Brasil ou nos EUA. Algumas partes serão produzidas na China, outras no Brasil e outras nos EUA. Pelo menos por algum tempo, os Estados Unidos vão continuar a ter vantagem em tecnologia de ponta, então parte da produção de manufaturados vai ocorrer no país. Nós vemos isso em biologia, em tecnologias da informação. No fim, produtos manufaturados serão feitos em todos os lugares do mundo. Nos casos em que é muito importante o trabalho barato, ela será feita nos países em que há esse fator. Nos segmentos em que for importante o trabalho especializado, será feita nos países em que ele existe. Quando for necessário basicamente estar próximo da pesquisa e desenvolvimento, os manufaturados serão feitos em países mais avançados, como os EUA.
Valor: Os bancos centrais dos países desenvolvidos, especialmente o Federal Reserve [Fed, o banco central americano] e o Banco do Japão, têm adotado políticas monetárias extremamente expansionistas. Como elas afetam os mercados emergentes? Eles devem manter ou intensificar controles de capitais para lidar com esses fluxos?
Blanchard: Há vários motivos pelos quais os capitais estão indo para os mercados emergentes, e é importante fazer distinções entre elas. A principal não tem a ver com a política monetária. Ela tem a ver com o fato de que os países em desenvolvimento simplesmente parecerem bem. Em termos de fluxos de investimentos estrangeiros diretos, os mercados emergentes, com forte potencial de crescimento, são muito atraentes. Em termos de investimento em carteira, os mercados de ações desses países parecem boas apostas, ainda que arriscadas. Esses fatores refletem a força dos mercados emergentes. Essa parte dos fluxos de capitais é boa. Outra força por trás dos fluxos de capitais são os diferenciais de juros. Como as economias avançadas têm um desempenho fraco e os mercados emergentes estão indo melhor em termos de atividade cíclica, há juros mais baixos nos países desenvolvidos e mais elevados nos países em desenvolvimento. Isso faz do investimento nos títulos dos mercados emergentes algo atraente. Esse diferencial de juros deve continuar por muito tempo e vai levar a fluxos de capitais para os emergentes. Também não são ruins, mas são menos importantes do que os do primeiro tipo. A terceira força por trás dos fluxos de capitais são episódios de aumento e redução de risco. Os investidores gostam de riscos, depois não gostam, o que faz os fluxos de capitais entrarem e saírem. Esses são desestabilizadores e países que os recebem, como o Brasil, devem ser livres para tentar suavizá-los por meio de instrumentos de administração de fluxos de capitais, medidas macroprudenciais e intervenção no mercado de câmbio.
Valor: O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, diz que há uma solução de meio termo entre países desenvolvidos e emergentes sobre esse assunto. Os primeiros adotam políticas monetárias expansionistas e os segundos usam eventualmente medidas de controle de capitais e macroprudenciais para lidar com eles. O sr. concorda?
Blanchard: Eu não gosto do termo solução de meio termo [compromise, em inglês]. Eu prefiro a palavra acordo. Acho que há acordo amplo de que as economias avançadas precisam usar política monetária não convencional porque não sobrou nenhuma política monetária convencional para ajudar na recuperação. Eles precisam fazer tudo o que podem. Eles não podem usar a política fiscal, uma vez que precisam de consolidação fiscal. Ao mesmo tempo, os países avançados entendem que essas políticas monetárias vão produzir movimentos nos fluxos de capitais. Como eles são voláteis, o acordo é que os países que os recebem devem ser livres para suavizá-los e usar quaisquer ferramentas que tenham à disposição. Esse é o acordo implícito. Ele não é perfeito, mas não é ruim, e talvez seja o melhor que pode ser feito.
Valor: Daqui a alguns anos, os bancos centrais dos países desenvolvidos vão começar a elevar os juros. O FMI espera que, no caso do Fed, isso ocorra no começo de 2016, mas considera que possa ser antes, se o crescimento for mais forte. Como isso afetaria emergentes como o Brasil e como esses países devem se preparar para esse cenário?
Blanchard: Quando isso ocorrer, é provavelmente porque o crescimento voltou, e essa parte é uma boa notícia para os mercados emergentes. Isso significa que as exportações vão aumentar. É algo que vai ocorrer com juros mais altos e, com isso, vai levar uma reversão parcial dos fluxos de volta para onde os juros estão mais atraentes, que seriam os EUA. Alguns fluxos de capitais provavelmente vão mudar de sinal.
Valor: O Banco do Japão adotou uma política monetária muito agressiva. Ela pode dar início a um processo de desvalorização competitiva ou é uma resposta a um processo de desvalorização competitiva que já estava ocorrendo?
Blanchard: Nenhuma das duas coisas. O Japão é um caso especial. Ele está numa situação econômica difícil há muito tempo. Já tentou muitas coisas. Um dos problemas do Japão é a deflação. Não é uma grande deflação, mas é deflação. É necessário fazer alguma coisa para estimular a inflação. Acho que a desvalorização do câmbio, que é um dos efeitos da política monetária, não tem como objetivo aumentar a competitividade, mas aumentar os preços. Se ela for bem sucedida, veremos mais inflação. Com isso, no fim, a taxa real de câmbio (que considera a inflação) não vai se mover muito. E a política monetária não vai fazer a situação da dívida pior. É uma tentativa de fazer a economia andar, e um modo de reduzir a relação entre dívida e PIB é aumentando o PIB, e é isso o que eles estão tentando fazer. Nós desejamos sorte a eles.
Valor: O real oscila hoje num intervalo estreito, depois de uma desvalorização significativa no ano passado. O Brasil abandonou o regime de câmbio flutuante?
Blanchard: Eu não acho que o Brasil tenha abandonado o regime de câmbio flutuante. O real ainda é uma moeda que flutua. Manter a flexibilidade da taxa de câmbio é claramente importante para o Brasil. Eu chamaria de flutuação administrada. Ela flutua, mas com o uso de controle de capitais. Nesse sentido não é flutuação pura.
Valor: O Banco Central brasileiro reduziu agressivamente os juros, o câmbio teve uma desvalorização expressiva no ano passado, o governo fez uma série de desonerações tributárias, mas a economia teve crescimento fraco em 2012 e a recuperação não parece forte. Por que a economia não reagiu de modo mais vigoroso a todos esses estímulos?
Blanchard: Deixe-me fazer pontos. O primeiro é que o crescimento potencial talvez seja menor do que nós pensávamos antes. O outro é que, se você olhar para a queda no crescimento, ela parece vir em grande parte do investimento. É provável que um número de distorções, assim como alguma incerteza sobre políticas, tenham um papel aí.
Valor: O Brasil cresceu 0,9% no ano passado e a inflação ficou próxima de 6%. O Brasil está preso num equilíbrio ruim de baixo crescimento e inflação elevada?
Blanchard: Não acredito nisso. Para mim, isso sugere que o Brasil pode não estar longe do crescimento potencial. Se estivesse muito abaixo do PIB potencial, a inflação cairia. O fato de que não vemos a inflação cair muito sugere que talvez o crescimento potencial seja menor do que pensávamos. Nós revisamos a previsão de crescimento para 2013 de 3,5% para 3%. A margem de manobra para usar políticas de estímulo à demanda é provavelmente limitada.
Valor: Na quarta-feira, o Banco Central brasileiro elevou os juros em 0,25 ponto percentual. A inflação está acima do teto da meta, de 6,5%, mas a recuperação não é ainda forte. É uma boa ideia começar a elevar os juros num mundo com grande liquidez?
Blanchard: Eu não conheço os motivos exatos por trás da decisão, então vou fazer um comentário mais geral. Você não quer aumentar os juros no último minuto, numa grande magnitude. É perturbador e como leva tempo para o aumento dos juros afetar a atividade, pode ser tarde demais. Então você quer fazê-lo antes, e lentamente.
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QUEM TEM MEDO DE VIRGÍNIA WOOLF? (título de filme)
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Mercado resiste a Dilma e busca opções
O Estado ouviu dez influentes integrantes do mercado financeiro. Eles disseram unanimemente ter fortes resistências a Dilma Rousseffe, em especial, a seu ministro da Fazenda, Guido Mantega. O "mercado" divide suas preferências na eleição presidencial do ano que vem entre Aécio Neves e Eduardo Campos, mesmo fazendo ressalvas aos dois.
Setor financeiro resiste a Dilma, mas aponta fragilidades de Aécio e Campos
Cenários de 2014. "Estado" ouviu 10 influentes integrantes do mercado sobre os principais personagens políticos do País que se articulam para disputar a eleição presidencial; sob a condição de anonimato, eles esboçaram opiniões convergentes sobre atual cenário
Julia Duailibi
Sonia Racy
A lua de mel que o mercado financeiro viveu com o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dissipou-se na gestão da presidente Dilma Rousseff. A atual política econômica tornou-se alvo de críticas do setor que, a um ano e meio da eleição, mostra preferência pelos nomes do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).
O Estado conversou com dez influentes integrantes do mercado, entre os quais banqueiros, economistas de instituições financeiras, operadores e donos de fundos de investimento. Com o compromisso de não se identificarem, eles traçaram um diagnóstico convergente sobre a gestão Dilma. Emitiram, ainda, opiniões sobre a sucessão do ano que vem e os demais presidenciáveis.
Apesar da resistência à presidente e, especificamente, ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, os integrantes do mercado avaliam que Dilma vencerá a eleição. E no 1.º turno. Aécio e Campos já buscam aproximação com o mercado, tradicional financiador de campanhas. Neste ano, os dois se reuniram com donos de bancos e gestores de fundos. Dilma, que manteve pouco diálogo com o setor nos dois primeiros anos de mandato, acatou conselho de Lula e, a partir de janeiro, começou a conversar com banqueiros no Planalto.
Dilma desperta mais restrição no mercado que Lula. Após anos de desconfiança mútua, o petista começou a mudar o paradigma em 2002, quando prometeu honrar os contratos por meio da Carta ao Povo Brasileiro. "Lula foi fantástico para pobres e ricos. Dilma, nem para ricos nem para pobres, que estão vendo a inflação corroer salários", disse o dono de um fundo de investimento.
A conjuntura econômica no governo Lula favoreceu a relação. Na sua gestão, contou com cenário externo favorável, que, aliado a uma política de aumento real do salário mínimo e de ampliação dos mecanismos de transferência de renda, permitiu crescimento econômico. Lula manteve integrantes do governo FHC na equipe, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, era executivo de banco.
Dilma recebeu um real valorizado de R$ 1,65 por dólar e assiste à queda no preço das commodities. Além da conjuntura, há o estilo: com ela haveria menos diálogo e mais resistência à iniciativa privada e interferência no BC. Na semana passada, a taxa de juros aumentou 0,25 ponto porcentual e foi para 7,5%, após declarações polêmicas da presidente sobre o tema que afetaram o mercado.
"A imagem de Dilma está em processo de deterioração galopante no mercado. Ela dá sinais conflituosos, interfere na economia com mão pesada e não tem agenda de reformas", afirmou o diretor de um banco estrangeiro. Segundo um operador, Dilma não deve falar sobre juros, pois "descredencia" o Banco Central. Para um investidor, a presidente tem uma visão contrária à iniciativa privada ao tentar, por exemplo, diminuir as taxas de retorno dos investidores.
A posição de integrantes do mercado é ponderada por alguns acadêmicos. Para Francisco Lopreato, da Unicamp, a mudança no patamar de juros na gestão Dilma está por trás da insatisfação. "Você tem que tirar um pouco o doce da boca da criança e, provavelmente, eles vão chorar mesmo."
Em 2011, primeiro ano de gestão Dilma, o BC inaugurou quedas sucessivas na Selic, estreando a primeira em agosto, quando foi de 12,5% para 12%. "Alexandre Tombini ( presidente do BC) não é tão market friendly. Meirelles deixava mais claro o passo que iria tomar. Agora, a relação mudou. Ficou mais incerta", disse Lopreato.
"A presidente fez mudanças importantes na economia, todas elas, aliás, reclamadas por amplos segmentos empresariais: redução dos juros, estabilização cambial, redução do custo da energia, desoneração da folha de pagamentos, investimento em infraestrutura em parceria com o setor privado etc. Como em qualquer mudança, há sempre interesses contrariados, mas creio que são minoritários", disse Ricardo Carneiro, diretor do Banco Interamericano de Desenvolvimento.
Reuniões. Apesar das críticas a Dilma, o mercado já "precifica" a eleição de 2014. "Como ela vai ganhar no primeiro turno, deve minguar o financiamento para os outros candidatos. Ninguém vai por dinheiro sabendo que o candidato vai perder", afirmou o dono de um fundo de investimento.
Aécio desperta a confiança do setor em relação à condução da economia. "Ele é música para os ouvidos do mercado. Ele é visto como o resgate da agenda de FHC. É mais ortodoxo", disse o economista de um banco estrangeiro.
Há resistências, porém, sobre seu modo de vida. "Ninguém acredita que, de fato, queira ser presidente. Sua vida pessoal é incompatível com a vida pública. E sua atuação como senador é uma piada", disse o diretor de um banco estrangeiro. "Não sei se aguenta ser presidente, com uma rotina dura. Parece ficar dividido entre isso e abrir mão da sua vida atual", disse o dono de um fundo de investimentos.
Campos ainda é visto como uma incógnita, mas que suscita interesse. "A opinião dele não está clara, mas não há rejeição do mercado a ele", declarou o banqueiro brasileiro.
"Campos tem história em Pernambuco, está com discurso muito alinhado, aberto a ouvir. É uma luz no fim do túnel, uma alternativa a Dilma", disse o diretor do banco estrangeiro. "Ele não é a primeira opção de ninguém que conheço, mas é definitivamente uma opção", afirmou o economista.
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MARATONA DE BOSTON. A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR
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Terror em Boston: Para polícia, suspeitos planejavam mais ataques
Com o FBI sob pressão do Congresso americano para explicar por que não deteve um suspeito do atentado à Maratona de Boston quando o interrogou em 2011, o comissário da polícia da cidade, Edward Davis, afirmou que a quantidade de explosivos no local da tiroteio em que Tamerlan Tsarnaev morreu leva a crer que os irmãos planejavam outros ataques. O mais novo está internado e teria recobrado os sentidos ontem. Na maratona de Londres, corredores fizeram um minuto de silêncio pelas vítimas.
Pressão pós-atentado
Parlamentares criticam FBI, e polícia acredita que suspeitos planejavam mais ataques
Patriotismo. Em Boston, pessoas se reúnem para observar memorial em homenagem às vítimas dos atentados na maratona da cidade, ornado com bandeiras dos Estados Unidos: caso ainda marcado por mais dúvidas que respostas
MARIO TAMA/AFP
LUCAS JACKSON/Reuters
BOSTON
A captura, na sexta-feira, de um dos suspeitos de terem cometido o atentado na Maratona de Boston - o outro morreu horas antes - foi celebrada por americanos de diversos setores.
Mas, depois de atingido o objetivo, as críticas ao fato de o FBI (polícia federal americana) ter interrogado em 2011 Tamerlan Tsarnaev, morto em confronto com a polícia, e não ter descoberto nenhuma atividade terrorista ligada a ele, têm sido numerosas, principalmente vindas de parlamentares da oposição ao governo do presidente Barack Obama.
Também vêm do Congresso dos Estados Unidos avaliações de políticos dos partidos Democrata (o de Obama) e Republicano a favor de que Dzhokar Tsarnaev, o suspeito detido, seja julgado em um tribunal federal. Com isso, há a possibilidade de que seja condenado à morte, pena não prevista no estado de Massachusetts, onde foram cometidos os crimes dos quais os irmãos Tsarnaev - que estariam planejando mais ataques, segundo autoridades - são suspeitos.
Completa o cenário de ansiedade americana diante do que pode ter sido a maior ameaça terrorista ao país desde os atentados de 11 de setembro de 2001 o estado de saúde de Dzhokar Tsarnaev, sedado em um hospital de Boston. Fontes disseram ao "New York Times" e à rede CBS que o suspeito teria tentado cometer suicídio ao atirar contra o próprio pescoço. Apesar disso, segundo informantes da CNN e da ABC, o suspeito estava consciente e começou a responder, por escrito, algumas perguntas das autoridades ontem à noite.
O depoimento do suspeito ganha especial importância devido às perguntas sobre o atentado na maratona que ainda não têm resposta.
Ainda falta saber, por exemplo, quais as motivações dos suspeitos de terem cometido o ataque; e se agiram sozinhos ou atendendo aos interesses de algum grupo, notadamente organizações ligadas à luta pela independência da república russa da Chechênia - nascidos no Quirguistão, os irmãos Tsarnaev (Tamerlan, de 26, e Dzhokar, de 19) são muçulmanos de etnia chechena e viviam há cerca de dez anos nos Estados Unidos.
- Até o momento, a informação que tenho é de que eles agiram sozinhos - disse Thomas Menino, prefeito de Boston.
Grupo islamista nega ligação com o caso
O secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hagel, disse que os investigadores ainda não tinham informações sobre motivações e planejamento do atentado. Já o comissário de polícia de Boston, Edward Davis, comentou que os irmãos são suspeitos também de planejar outros ataques. Segundo Davis, isso se deve à quantidade de explosivos encontrada no local do tiroteio em que Tamerlan morreu: havia mais de 250 cartuchos de munição e o chão estava cheio de dispositivos improvisados não detonados. Outro explosivo foi encontrado dentro de um carro que os irmãos haviam roubado. Investigadores tentam agora rastrear todas as armas usadas pelos irmãos.
- Temos razões para acreditar que, com base no poder de fogo que eles tinham, eles iam atacar outras pessoas - disse Davis.
Dzhokar não é o único sob pressão a dar satisfações sobre o que aconteceu em Boston. O FBI está sob pressão para dizer por que Tamerlan não foi detido quando interrogado em 2011. A resposta de que nada foi descoberto, então, sobre supostas atividades terroristas do suspeito não tem sido suficiente para acalmar os ânimos nos EUA, principalmente dos republicanos no Congresso.
- Se ele (Tamerlan) estava no radar, se estava no radar dos russos, e o deixaram ir, por que não havia nenhum tipo de aviso sobre ele? - questionou o deputado republicano Michael McCaul, presidente da comissão de segurança nacional da Câmara dos Representantes.
A menção do deputado à Rússia diz respeito à informação, não confirmada oficialmente, de que Moscou foi o governo estrangeiro em busca de dados sobre Tamerlan, pedido que levou ao interrogatório do FBI. A convocação da polícia também teria despertado preocupações no Departamento de Segurança Interna quando Tamerlan entrou com o pedido de cidadania americana no ano passado. A solicitação ainda estava sob análise no dia do atentado em Boston.
O também deputado republicano Mike Rogers, presidente da Comissão de Inteligência da Câmara, defendeu o FBI ao dizer que a polícia não obteve cooperação do país que fez o pedido de investigação. Mas Rogers levantou outra questão em aberto: o que fez Tamerlan durante os seis meses que passou na Rússia em 2012. Especula-se que possa ter recebido treinamento para ataques terroristas.
- Esse período é muito importante. É provavelmente quando ele se radicalizou - disse Rogers, contra as declarações de parentes de Tamerlan segundo os quais ele teria se radicalizado nos EUA.
Um dos principais grupos islamistas que atuam na região da Chechênia e do Daguestão, república russa na qual os irmãos também viveram, negou envolvimento no caso. "Estamos lutando contra a Rússia", diz o comunicado do Emirado do Cáucaso, que assumiu a responsabilidade por inúmeros atentados anteriores, mas em território russo.
Até ontem, Dzhokar não havia sido formalmente acusado pelos crimes dos quais é suspeito de ter cometido. E, assim como pressionaram o FBI por sua atuação no caso de Boston, parlamentares como os senadores democratas Charles Schumer e Dianne Feinstein, além do republicano Lindsey Graham, marcaram posição a favor de que o suspeito seja levado a um tribunal federal em vez de uma corte militar.
- Dados os fatos, seria apropriado usar a pena de morte neste caso e eu espero que ela seja aplicada em uma corte federal - disse Schumer, que também pediu respostas sobre a atuação do FBI.
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QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?
SINOPSES - RESUMO DOS JORNAIS
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Dos 26 policiais julgados, 23 receberam sentenças de 156 anos de prisão
Os 23 PMs condenados pela morte de 13 dos 111 detentos do Massacre do Carandiru poderão levar anos para serem presos, o que, para alguns analistas, reforça a sensação de impunidade. A decisão foi “dura, mas sem eficácia”, resumiu o diretor-adjunto da ONG Conectas, Marcus Fuchs. “Só para chegar ao Supremo, esse caso levará dez anos”, diz ele. Professor de Direito da FGV, Thiago Bottino explicou que, se o recurso apresentado pela defesa anular o julgamento, a demora para a realização de um novo júri pode levar até à prescrição dos crimes. O criminalista Augusto Botelho diz que casos em que réus estão em liberdade não são prioritários para instâncias superiores. (Págs. 1 e 3)
Uma pista entre centenas de imagens
Investigadores assistiram a centenas de imagens até chegarem aos dois suspeitos do ataques à Maratona de Boston. Num dos vídeos, um dos irmãos Tsarnaev aparece colocando a mochila no local da explosão. (Págs. 1 e 22)
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) abandonou a política de criação de empresas “campeãs nacionais”, diz o presidente, Luciano Coutinho, em entrevista a Raquel Landim, Ricardo Leopoldo e Irany Tereza. A avaliação é de que a política, iniciada no governo Lula com empréstimos em condições generosas e compras de participação dessas empresas, chegou “até onde podia ir”, porque o número de setores para projetar companhias líderes é “limitado”. Coutinho estima que a taxa de investimento chegará a 20% do Produto Interno Bruto em 2014, o que significaria uma “retomada”, ainda que distante dos 25% considerados ideais. E prevê que o PIB pode crescer “tranquilamente” 4,5% no que vem. (Págs. 1 e Economia B1 e B4)
“O investimento vai crescer pelo menos 5% este ano”
Luciano Coutinho
Presidente do BNDES
Pensando apenas no bem comum, peemedebistas, petistas e pessedistas se juntaram para aprovar projeto que inviabiliza novos partidos. (Págs. 1 e Política A7)
Por causa da gestão que o governo do PT impôs à Petrobras, a autossuficiência durou pouco. (Págs. 1 e A3)
Lista completa: veja qual foi o seu tempo na maratona.
Rumo ao Guiness: aos 63, atleta quer chegar às mil provas. (Págs. 1, 22, 23, SuperEsportes – Capa, 5 a 16, e Suplemento Especial)
Conforme números do Ministério do Desenvolvimento, a Shell foi a empresa estrangeira que mais exportou em 2012: US$ 1,4 bilhão, valor 34% superior ao de 2011. Contudo, quatro empresas no mínimo triplicaram as vendas ao exterior: Statoil (US$ 1,2 bilhão), Sinochem (US$ 808 milhões), BG Brasil (US$ 667 milhões) e GE Oil (US$ 292 milhões). (Págs. 1 e A3)
A forte captação da caderneta sugere que os investidores de varejo ainda estão excluídos do universo dos fundos DI com taxa de administração reduzida. Em corretoras e butiques de investimento há fundos que, com aplicações iniciais baixas e taxas reduzidas (abaixo de 1%), batem a poupança. Mas dados da Anbima mostram que, para quem tem menos de R$ 25 mil, é difícil conseguir taxa inferior a 1%. (Págs. 1 e D1)
Não há intenção de recuperar todo o terreno perdido, disse ao Valor o presidente da Embrapa, o agrônomo Maurício Antônio Lopes. Segundo ele, interessa à estatal manter fatias de 7% a 12% nesses mercados, mas medir forças com as grandes multinacionais seria infrutífero e colocaria em risco centenas de outros projetos importantes e que não atraem a iniciativa privada por falta de retorno. "Como empresa pública, temos compromisso com outros bondes", disse. Entre eles, automação, alimentos nutracêuticos e sustentabilidade. (Págs. 1 e B14)
Um grande desejo, diz Sarkis, é transformar-se em um 'player' global, fechando negócios em outros países. Além de aquisições, poderão ser exploradas oportunidades em alianças globais, como a parceria fechada com a Tommy Hilfiger em 2012. Ela prevê a criação de joint venture para operar, gerir e comercializar os produtos de vestuário da marca no Brasil por no mínimo dez anos. A Inbrands planeja também explorar outras linhas de produtos. Sarkis cita cosméticos como exemplo. E vai buscar outros perfis de consumidor - hoje a Inbrands está mais voltada a clientes de alta renda. Ele vê uma oportunidade clara em produtos voltados para a classe C. (Págs. 1 e B5)
Em entrevista ao Valor, em meio a maratona de encontros do FMI e do Banco Mundial, o economista francês afirmou ainda que o desempenho mais fraco da economia brasileira tem grande relação com baixo nível dos investimentos. (Págs. 1 e A12)
O Partido Colorado esteve no poder por 61 anos ininterruptos, sendo 35 deles sob a ditadura do Alfredo Stroessner. Ao ser colocada na oposição, a sigla foi dominada por Cartes, dono de 26 empresas e alvo durante toda a campanha de acusações de participação em narcotráfico, lavagem de dinheiro, contrabando e evasão de divisas. (Págs. 1 e A9)
Nos últimos dois anos, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, o déficit comercial dos produtos químicos aumentou 49%, passando de US$ 11,8 bilhões para US$ 17,6 bilhões. (Págs. 1 e A4)
A elevada tributação de serviços é um dos fatores escondidos para a perda da competividade brasileira. (Págs. 1 e A2)
Renato Janine Ribeiro
Enquanto a democracia se escorar no eleitor-consumidor, ele será perpetuamente infantil. (Págs. 1 e A6)
A Resolução 908 do tribunal, de novembro de 2012, proíbe o pagamento em dinheiro por trabalho além da jornada, autorizando somente a compensação por meio de banco de horas. Mas de 20 a 31 de dezembro foram pagas até 10 horas extras diárias a 870 funcionários. E de 2 a 6 de janeiro, para 717. Assim, quatro servidores da cúpula receberam acima do teto de R$ 28.059 dos ministros do Supremo. O assessor jurídico Hamilton Rodrigues de Lima ganhou R$ 22.721,78 só de extras. Somados ao salário, metade do 13º, um terço de férias e outros benefícios, o contracheque alcançou R$ 65.539,78. A diretora-geral do TRE, Elizabeth Barra, que autorizou os pagamentos, recebeu R$ 19.214,37 de remuneração extraordinária e vencimentos totais de mais de R$ 62 mil. (Págs. 1 e 6)
Fotolegenda: Entre o senador Aécio Neves e o governador Antonio Anastasia, Joaquim Barbosa foi o principal homenageado em Ouro Preto.
Apelo em favor do TRF de Minas
O senador Aécio Neves (PSDB) falou com Joaquim Barbosa sobre a importância da criação de um Tribunal Regional Federal para o estado. Barbosa, que já tinha se manifestado contra, não deu entrevista. (Págs. 1, 3 e 4)