PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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sábado, setembro 29, 2012

EDITORIAL III [In:] ATÉ TU ? ...

...

29/09/2012 - 04h00

'Fui esquecido', diz pivô do impeachment de Collor



Vinte anos depois de a Câmara aprovar a abertura do processo de impeachment de Fernando Collor --o que selou a queda do então presidente da República--, o potiguar Eriberto França reclama: "Fui esquecido. Minha dignidade tem que ser resgatada. No meio político é 'estou bem' e o resto que se dane".
Há um ano e meio desempregado, ele é desde 1992 o "motorista que derrubou o presidente", mas faz questão de reafirmar logo de cara: "Eu nunca fui motorista do presidente. Nunca dirigi para ele".
Eriberto, hoje com 47 anos, trabalhava como assessor de Ana Acioli, secretária particular de Fernando Collor. Uma espécie de "faz-tudo". Dirigia para ela e cuidava de tarefas financeiras ligadas ao ex-presidente e sua família.
Pagava contas da Casa da Dinda, por exemplo. Tudo com dinheiro enviado por Paulo César Farias (morto em 1996), tesoureiro da campanha presidencial de Collor e acusado de liderar um esquema de corrupção no Planalto.
Foi Eriberto quem comprou o famoso Fiat Elba, carro usado por Rosane Collor que virou prova do esquema de PC Farias. "Eu comprei, né, com o cheque", recorda.


Alan Marques/Folhapress
O ex-motorista do então presidente Fernando Collor, Eriberto França
O ex-motorista do então presidente Fernando Collor, Eriberto França

Diz que cabia a ele, ainda, sair à caça de material para rituais de magia negra que ocorriam na Casa da Dinda.

"Quem comprava tudo para fazer aquela bagunça toda era eu. Comprava bode, galinha, o escambau, ia para cemitério buscar terra."
Eriberto recebeu a Folha na semana passada em seu apartamento, em Brasília, alugado pelo sogro. Vive com a mulher, também desempregada, e dois filhos, que interromperam cursos em faculdades.
Hoje, aparenta ser um homem um tanto amargurado. Não queria dar entrevista. "Sempre sobra para mim."
Ele argumenta que não teve reconhecimento público por parte da classe política. Reclama que jamais foi homenageado pelo Congresso. "Era isso que um dia eu esperava receber e nunca recebi. Foi ali [no Congresso] a coisa toda."
Após sair do governo em 92, Eriberto trabalhou na revista "IstoÉ", para qual deu a bombástica entrevista que acelerou o afastamento de Collor.
Depois, foi para o Ministério dos Transportes a convite do então ministro Odacir Klein. Em 2003, foi demitido e, com a ajuda de petistas, foi parar na EBC, na área técnica de televisão, de onde saiu em março de 2011.
Ganhava R$ 1,9 mil. Desde então, conta com a ajuda do sogro, tenta fazer alguns bicos e usa o dinheiro que sobrou da rescisão trabalhista.
Sua filha caçula tem os mesmos 20 anos que separam o dia de hoje de 29 de setembro de 1992, quando a Câmara aprovou o impeachment.
"Eu nunca tinha ouvido falar na palavra impeachment", diz ele hoje. Conta, aliás, que naquela tarde de setembro se escondeu no sul da Bahia, numa fazenda da irmã do então diretor da "IstoÉ" João Santana.
O mesmo que se tornaria anos depois um dos principais marqueteiros políticos do país, tendo Lula e Dilma Rousseff na lista de clientes.
"Fiz de tudo para não ver [a sessão da Câmara]. [Lá] Tinha uma televisão. Aí pensei: O que que eu fiz? Sempre tinha um cara do meu lado para tranquilizar, o João Santana."

ARREPENDIMENTO?
Passadas duas décadas, Eriberto é categórico: não repetiria seu gesto.
"Se eu falar para você que me arrependo, estou mentindo. Se eu falar que não, estou mentindo também. Porque se, na atual circunstância, você perguntar: 'Eriberto, você faria tudo de novo?' Eu vou botar a mão na cabeça e vou dizer: 'não faria'. Sabe por que? Porque não compensou. Sofrer duas vezes, passar o que passei, o sufoco, e ainda não ter sido reconhecido?".
Ele conta, em tom de revelação, que recebeu oferta financeira durante o escândalo para não contar o que sabia. "Poderia ficar rico, porque dinheiro foi oferecido e nunca quis. Foi oferecido para eu calar a boca. A coisa estava feita", conta, sem dar mais detalhes.
A "coisa feita" citada foi a postura de revelar, em 1992, como atuou no esquema de Paulo César Farias. "Era muita roubalheira, nunca transportei tanto dinheiro", diz.
Um certo dia, Collor já senador, Eriberto França foi visitar um amigo no Senado. Ao subir a escada que dá acesso ao tradicional Salão Azul, conta que deu de cara com ele. Pela primeira vez após o escândalo, o motorista encontrava o presidente que ajudou a derrubar.
"Foi uma casualidade. Ele estava descendo aquela escada, e eu subindo. Não sei se me reconheceu", revela. Mal se olharam. "Não deu tempo. Foi inusitado. Ele lá com aquele jeitão, imponente", diz, imitando Collor.
Eriberto nem imagina o diálogo que teria com Collor: "Seria muito cinismo da minha parte dizer 'Oi presidente, tudo bem?'. Ele diria: 'Claro que não, depois de tudo o que você me fez'".
Eriberto diz que não contou tudo que sabia: "Não posso abrir, tem gente que sabe o que sei. Aí eu deixo alguém com a pulga atrás da orelha. A não ser que me matem como queima de arquivo".
E foge das comparações com Roberto Jefferson, que denunciou o mensalão em 2005, e Pedro Collor, irmão do ex-presidente e o primeiro a revelar detalhes do esquema PC Farias. "Meu motivo está dentro de uma lógica: caramba, será possível que eu tenho que aceitar isso? Vamos dizer assim, um termo meio chulo, é muita roubalheira, muita corrupção", diz.
Fernando Collor não quis dar entrevista à Folha sobre os 20 anos do impeachment nem se manifestou sobre as declarações de Eriberto.





EDITORIAL II [In:] ''IMPEACHMENT'' DE COLLOR *

...


IMPEACHMENT DE COLLOR


 FAZ 20 ANOS; 


RELEMBRE FATOS QUE 


LEVARAM À QUEDA.


Há 20 anos, o 1º presidente eleito após o fim do regime militar perdia cargo.



Em 29 de setembro de 92, 


Câmara aprovou seu afastamento.


Do G1, em Brasília
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Um dos principais fatos políticos na história do Brasil, o impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, atualmente senador pelo PTB, completa 20 anos nesta semana.
Arte impeachment collor 20 anos vale esta (Foto: Arte/G1)
Em 29 de setembro de 1992, a Câmara dos Deputados aprovou a perda do cargo do ex-presidente, marco do processo que levou à renúncia e perda dos direitos políticos de Collor por oito anos.
(Para relembrar os fatos que levaram à queda do então presidente, o G1 publica nesta sexta, 28, e no sábado, 29, um conjunto de reportagens com depoimentos de personagens relacionados ao episódio, como ministros, políticos e auxiliares de Collor, e apresenta toda a trajetória do impeachment por meio de fotos, vídeos, infográficos e história em quadrinhos.)
Tudo começou em 1989, quando o Brasil realizou a primeira eleição direta após três décadas. Durante a campanha eleitoral para a escolha do primeiro presidente eleito pelo voto popular após a ditadura, Collor se apresentou como "caçador de marajás".
"Vamos fazer do nosso voto, a nossa arma. Para retirar do Palácio do Planalto, de Brasília, os maiores marajás deste país", disse Collor em um comício.
Ele foi eleito com 35 milhões de votos contra 31 milhões recebidos pelo segundo colocado, o então sindicalista e hoje ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Meses depois da posse, em 15 de março de 1990, começaram a surgir denúncias de que o tesoureiro da campanha de Collor Paulo César Farias, o PC Farias, pediu dinheiro a empresários e ofereceu vantagens no governo.
Em 1991, Collor falou publicamente sobre as suspeitas. "Toda e qualquer denúncia tem que ser exemplarmente apurada", afirmou.
Em maio de 1992, uma reportagem da revista "Veja" levou à abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso.
Pedro Collor disse à revista que PC Farias era "testa-de-ferro" do irmão e que o presidente sabia das atividades criminosas do tesoureiro.
Em 20 de junho de 1992, Collor negou relações com PC Farias. "Há cerca de dois anos não encontro o senhor Paulo César Farias, nem falo com ele. Mente quem afirma o contrário."
Diante da pressão da CPI, Collor pediu o apoio da população. "Que saiam no próximo domingo de casa com alguma das peças de roupa nas cores da nossa bandeira. Que exponham nas janelas, que exponham nas suas janelas toalhas, panos, o que tiver nas cores da nossa bandeira. Porque assim nós estaremos mostrando onde está a verdadeira maioria", disse o então presidente.
A estratégia foi mal-sucedida, e os chamados "caras-pintadas" saíram às ruas vestidos de preto e pedindo a saída de Collor da Presidência.
No mesmo mês, Collor sofreu outro revés. A CPI no Congresso concluiu que ele foi beneficiado pelo suposto esquema montado pelo ex-tesoureiro PC Farias.
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O relatório da CPI afirmou que Collor cometeu crime de responsabilidade ao usar cheques fantasmas para o pagamento de despesas pessoais, como uma reforma na Casa da Dinda e a compra de um carro Fiat Elba. Com isso, o caminho para o impeachment estava aberto.
Em 29 de setembro de 1992, ocorreu o principal marco do processo que levou à saída de Collor da Presidência.
A Câmara aprovou o pedido de impeachment. O caso foi ao Senado, que abriu um processo para apurar se houve crime de responsabilidade e que deveria estar concluído em até 180 dias. A comissão de impeachment era presidida pelo presidente do Supremo, ministro Sidney Sanches.
Até lá, Collor ficaria afastado da presidência temporariamente, sendo substituído pelo vice Itamar Franco, o que só aconteceu em 2 de outubro de 1992. Foi o dia em que Collor desceu a rampa do Palácio do Planalto pela última vez.
Em 29 de dezembro, em uma sessão comandada pelo presidente do STF, o Senado decidiu que Fernando Collor era culpado pelo crime de responsabilidade.
Para tentar escapar da possível inelegibilidade por oito ano, o ex-presidente renunciou.
O Congresso entendeu que, mesmo assim, ele deveria perder os direitos políticos. O ex-presidente tentou questionar a inelegibilidade no Supremo, mas o tribunal entendeu que ele deveria mesmo perder os direitos políticos.
Então presidente do Supremo, Sidney Sanches, preside comissão de impeachment no Senado para julgar se Collor cometeu crime de responsabilidade (Foto: Acervo do STF)Então presidente do Supremo, Sidney Sanches, preside comissão de impeachment no Senado para julgar se Collor cometeu crime de responsabilidade (Foto: Acervo do STF)
Área criminal
Depois da derrota política, Collor foi denunciado pela Procuradoria Geral da República por corrupção passiva (receber vantagem indevida). O processo começou a tramitar no Supremo em abril de 1993.
A Procuradoria argumentou que as despesas pessoais apontadas pela Câmara foram pagas com sobras do dinheiro da campanha de 1989.
Para condená-lo por corrupção passiva, era necessário que a Procuradoria provasse que Collor recebeu dinheiro em troca de favores e serviços prestados a corruptores.
Mas o STF entendeu que isso não foi comprovado e absolveu o ex-presidente por cinco votos a três, em dezembro de 1994 (veja no vídeo ao lado reportagem sobre a sessão do STF que absolveu o ex-presidente).
Collor voltou à política em 2002, ano em que perdeu a eleição para o governo de Alagoas. Em 2006, foi eleito senador pelo mesmo estado, cargo no qual permanece até hoje.
Morte de PC
Personagem central das denúncias que levaram à queda de Collor, PC Farias foi preso na Tailândia em novembro de 1993 em razão de um processo pelo qual respondia por sonegação fiscal.
Quase três anos depois, quando estava em liberdade condicional, ele e a namorada foram encontrados mortos em uma casa de praia em Maceió.
A polícia concluiu que PC foi morto pela namorada, que, segundo a versão policial, se suicidou em seguida. As circunstâncias e motivações do crime, no entanto, nunca foram completamente esclarecidas.
Para ler mais notícias do G1 Política, clique em g1.globo.com/politica. Siga também o G1 Política no Twitter  e por RSS.

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(*) TEORIA DOS JOGOS NÃO REPETITIVOS.

EDITORIAL [In:] ''SEDE MANSOS COMO AS POMBAS E ASTUTOS COMO AS SERPENTES'' *




Roberto Jefferson: “Não sou vítima de 




ninguém, a não ser de mim mesmo”

RIO - 

O presidente do PTB, Roberto Jefferson, comentou nesta sexta-feira em seu blog a condenação pela maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) pelo crime de corrupção passiva no processo do mensalão. Jefferson evitou reclamar e disse que não é vítima de ninguém, a não ser dele mesmo.

Na quinta-feira, o ex-deputado foi condenado por corrupção passiva por seis votos a zero. Sobre o crime de lavagem de dinheiro, o placar está em cinco votos a um pela condenação. Faltam ainda os votos dos ministros Carlos Ayres Britto, Celso de Mello e Marco Aurélio Mello. O ministro José Antonio Dias Toffoli também vai completar o voto na próxima sessão, na segunda-feira.
Com o título "Dura lex, sed lex", que significa a lei é dura, porém é a lei, Jefferson voltou a dizer que não vendeu o PTB ao PT.
"A maioria da Corte Suprema do meu país já me condenou pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Embora não concorde com as imputações, recebo com serenidade a decisão dos ministros. E reafirmo: não vendi o meu partido ao PT nem me apropriei para fins pessoais de nem um centavo sequer do dinheiro que a mim chegou para financiar campanhas eleitorais. Muito menos sou delator, alcunha com que tentam à força me marcar. Não sou vítima de ninguém, a não ser de mim mesmo. Nada a reclamar. Dura lex, sed lex (a lei [é] dura, porém [é] a lei).”
(O Globo)


Leia mais em:
http://www.valor.com.br/mensalao/2848790/roberto-jefferson-nao-sou-vitima-de-ninguem-nao-ser-de-mim-mesmo#ixzz27rL296Pc


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(*) MATEUS, 10: 16.
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sexta-feira, setembro 28, 2012

XÔ! ESTRESSE [In:] MÚSICOS DE BREMEN *




























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(*) Irmãos Grimm.
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CAXIROLA (na onda do berimbau * )


27/09/2012 13h38 - Atualizado em 27/09/2012 19h20



'Caxirola', a vuvuzela brasileira, 





ganha apoio e vira projeto do governo federal


Instrumento criado pelo músico Carlinhos Brown é um dos 96 trabalhos aprovados para promover o país durante a Copa do Mundo de 2014



Por Fabrício MarquesBrasília, DFGloboEsporte


Caxirola, a vuvuzela brasileira (Foto: Divulgação)Caxirola, a vuvuzela brasileira (Foto: Divulgação)
Ao lado do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, o músico Carlinhos  Brown apresentou nesta quinta-feira, em Brasília, a "caxirola", uma espécie de vuvuzela, que poderá ser usada na Copa do Mundo de 2014. O baiano criou e batizou o instrumento inspirado no caxixi, de origem africana. Ele espera unir música e futebol, tornando o evento uma experiência inesquecível.

A caxirola faz parte de 96 projetos aprovados pelo governo brasileiro para promoverem o país durante a Copa do Mundo de 2014.
- Nós acreditamos que poderíamos aproveitar a proposta que foi sugerida pela África do Sul, que era a vuvuzela. Muitos reclamavam que era barulhenta, mas ela prenunciava a oportunidade de o torcedor ter a sua voz. Por isso, dentro do projeto Candeal 2014, nós criamos a caxirola - contou Carlinhos Brown.
Diferentemente do caxixi, feito de palha, a caxirola é feita de plástico e ganhou as cores da bandeira nacional.

- O caxixi é um instrumento que já estava propício a extinção, porque é feito de palha e hoje já não se pode mais extrair da natureza para fazer. Mas existe um plástico verde, e, por meio de pesquisa, estamos há dois anos trabalhando a caxirola. É um instrumento para a Copa. E é um instrumento permitido de entrar no estádio, isso tudo foi muito bem planejado. É leve, é para criança, foi bem pensando - detalhou o músico.
Luis Fernandes, Carlinhos Brown e Aldo Rebelo - Caxirola (Foto: Divulgação / Ministério do Esporte)Luis Fernandes, Carlinhos Brown e Aldo Rebelo com as "Caxirola" (Foto: Divulgação / Ministério do Esporte)


Ao todo, 199 projetos foram analisados pelo governo. As inscrições foram gratuitas e a única exigência para participar era estar ligado a pelo menos um dos três eixos temáticos definidos: negócios, turismo e sociocultural. A seleção foi feita em duas etapas, que avaliaram a habilitação técnica e o mérito das propostas.
- É uma autorização para que os autores dos projetos façam a captação de recursos junto a empresas privadas ou estatais, ou também pela própria Lei de Incentivo ao esporte. Ou seja, os autores terão o diploma de que o projeto preenche os requisitos de valorização e de promoção do país e da Copa nos mais diversos domínios, porque há projetos ligados a área ambiental, a música, a culinária, ao folclore, a história, ao cinema. O futebol para o Brasil vai muito além do jogo de bola. Futebol é uma expressão da nossa cultura, da nossa psicologia, da nossa identidade, da forma como nos vemos como brasileiro e, a partir dessa visão, também como vemos o mundo - explicou o ministro Aldo Rebelo.
Outro projeto ligado a música que também foi credenciado pelo ministério trata do pedhuá, espécie de apito de origem indígena que deverá ser produzido em grandes quantidades para Copa. Para o idealizador do projeto, Alcedo Medeiros de Araújo, o pedhuá fará uma boa combinação com a caxirola de Carlinhos Brown.
- Um tem a sonoridade de sopro e o outro tem de percussão. Então, com certeza, vai unir a questão do slogan da Copa: 'Juntos num só ritmo'. Ambos formam o ritmo brasileiro e vai ser um casamento perfeito - projetou Alcedo, que revelou já ter proposta de empresas nacionais e estrangeiras para produzir o pedhuá antes mesmo da Copa das Confederações de 2013.
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(*) Oswaldo Nunes.
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TRIO DE ARBITRAGEM + RESERVA



A hora H

Dora Kramer - Dora Kramer


Autor(es): Dora Kramer
O Estado de S. Paulo - 28/09/2012
 
Semana que vem o julgamento do mensalão vai pegar fogo. Dentro e fora do Supremo Tribunal Federal, onde começará a ser examinada a parte da denúncia relativa aos personagens que põem o PT direta e nominalmente no banco dos réus: José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares.
Até agora só desfilaram coadjuvantes naquela passarela. Operadores financeiros, facilitadores de negócios, espertalhões, aprendizes e professores de feiticeiros.
Gente permanentemente conectada na oportunidade de levar alguma vantagem, para a qual importa pouco quem esteja no comando. Basta que os comandantes liberem a livre navegação pelas águas do poder.
Esse pessoal já está condenado, sem despertar grandes suscetibilidades. A reação às condenações diz respeito ao indicativo de que podem também alcançar os réus que de fato interessam - os representantes mais graduados, entre os citados na denúncia, do projeto beneficiário do esquema de financiamento.
Pois é a partir daí é que os ânimos realmente se acirram.
Quem se espanta com divergências entre ministros do Supremo ou se apavora com o tom mais incisivo de um ou de outro não leva em conta as implicações de uma decisão colegiada envolvendo legislação, doutrina, agilidade de raciocínio, capacidade de encadeamento lógico e muito conhecimento acumulado em trajetórias jurídicas distintas entre si.
De outra parte, quem vê despropósito na acusação de que o STF funciona como tribunal de exceção a serviço de uma urdidura conspiratória, não sabe o que é o furor de uma fera ferida.
Muito mais além do que já houve ainda está para acontecer.
Os ministros do Supremo vão discutir dura, detalhada e por vezes até asperamente todos os aspectos do processo, dos crimes imputados aos réus e das circunstâncias em que foram ou não cometidos, para mostrar as razões pelas quais condenam ou absolvem.
Nada há de estranho, inusitado ou inapropriado nisso. Não é nos autos que os juízes falam? Pois estão falando neles e deles. É o foro adequado para a discussão. Se a interpretação da lei não fosse inerente à função do magistrado, um bom programa de computador que cruzasse a legislação com as acusações daria conta do recado.
Descontados excessos de rispidez de um lado (do relator) e exageros na afetada afabilidade de outro (do revisor), os debates são apropriados e indispensáveis em caso de alta complexidade e grande repercussão como esse.
A peculiaridade aqui é o conflito de temperamentos e da interpretação dada pelo revisor ao seu papel. Ele deveria revisar o trabalho de Barbosa, mas na prática faz uma espécie de voto em separado. O relator que passou cinco anos examinando os autos, conduzindo interrogatórios e acompanhando todas as fases do processo, irrita-se.

''NO TABULEIRO DA BAIANA TEM..." *



Votos sobre quadrilha podem beneficiar Dirceu



O Estado de S. Paulo - 28/09/2012
 


Dois votos proferidos ontem pelas ministras Rosa Weber e Cármen Lúcia podem beneficiar diretamente o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, apontado pelo Ministério Público Federal como o chefe da quadrilha que operou o mensalão.
As ministras afirmaram que os políticos condenados por corrupção passiva por terem recebido recursos do mensalão não formaram pequenas quadrilhas que se somavam a uma quadrilha maior, como descreveu o Ministério Público na acusação.
O entendimento pode também ser repetido para os réus acusados de corrupção ativa, como Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro da legenda Delúbio Soares.
De acordo com um dos ministros do Supremo Tribunal Federal, se a maioria concordar com elas, Dirceu se livraria da acusação de ser o chefe da quadrilha. Além disso, se condenado por corrupção ativa, sua pena seria mais baixa, o que ampliaria as chances de não ter de cumprir a condenação em regime fechado.
Para Cármen Lúcia e Rosa Weber, só há formação de quadrilha quando um grupo de criminosos se une com o objetivo de praticar indeterminadamente crimes contrários à paz social. O relator do processo, ministro Joaquim Barbosa, e o revisor, Ricardo Lewandowski, condenaram os réus pelos crimes de formação de quadrilha.

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(*) NO TABULEIRO DA BAIANA (Dorival Caymmi).
''No tabuleiro da Baiana tem/ Vatapá, Carurú, Mungunzá, tem Ungu prá io io..."
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''NÃO SE FALA EM CORDA EM CASA DE ENFORCADO" *



Na terra de Delúbio e Demóstenes, debate eleitoral evita mensalão e Cachoeira


Autor(es): Por Raquel Ulhôa | De Goiânia
Valor Econômico - 28/09/2012

Garcia (PT), prefeito e líder nas pesquisas, diz que Delúbio não atrapalha: "As pessoas sabem que não faço concessão ao ilícito"
Na terra de Delúbio Soares e Demóstenes Torres, o "mensalão do PT" e o "caso Cachoeira" são temas tratados com muita cautela na campanha eleitoral. Afinal, direta ou indiretamente, os principais envolvidos na disputa pela prefeitura da capital goiana têm, ou tiveram, algum tipo de relação com os dois episódios. Se os casos de corrupção mais rumorosos da atualidade forem usados como munição nessa reta final, pode sobrar para todo mundo.
O líder da disputa em Goiânia é o prefeito Paulo Garcia (PT), com chance de reeleição no primeiro turno, segundo as pesquisas de intenção de voto. Ele tem como companheiro de partido o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, que está sendo julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e um irmão de Delúbio, Carlos Soares (PT), como candidato a vereador.
Delúbio a compareceu a alguns eventos no início da campanha de Garcia. Chamou tanta atenção e provocou tanto questionamento em cima do prefeito sobre sua presença que acabou afastado dos eventos públicos. Atualmente, sua participação está praticamente restrita a apoios em artigos e rede social. Garcia, também amigo do ex-ministro José Dirceu, outro réu do mensalão, diz que o apoio de Delúbio não afeta "em nada" sua campanha. "Até porque as pessoas sabem que não faço concessão a nada que é lícito", afirma.
Ex-vice-prefeito do pemedebista Iris Rezende - que deixou o cargo em 2010 para disputar o governo do Estado e foi derrotado -, Garcia deu continuidade à gestão do antecessor e manteve a equipe. O maior cabo-eleitoral do prefeito é Iris, que, aos 78 anos de idade, ainda é cotado para disputar o governo do Estado em 2014.
Garcia herdou 12 contratos da prefeitura da capital com a empresa Delta Construções, especialmente nas áreas de pavimentação e de aluguel de máquinas. A empresa é acusada pelo Ministério Público de usar dinheiro público proveniente de contratos firmados com governos estaduais, prefeituras e Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para irrigar empresas de fachada do grupo do empresário de jogos de azar Carlos Cachoeira.
Em abril, quando investigações da Polícia Federal trouxeram o escândalo à tona, o prefeito suspendeu os contratos e afastou servidores que tiveram os nomes citados por suposta participação em irregularidade. "Respondi prontamente. Então, [tentativa de envolvê-lo com a Delta] não cola", diz Garcia. As investigações, segundo ele, não comprovaram nenhum problema nos contratos, que não foram retomados nem pagos.
O prefeito vem sendo seguido de longe nas pesquisas (uma diferença de até 30 pontos percentuais, em alguns casos) pelo deputado federal Jovair Arantes, líder do PTB na Câmara dos Deputados. Partido aliado do governo federal, o PTB tem membros entre os réus do mensalão. Seu presidente, Roberto Jefferson, é delator do esquema.
A campanha de rádio do petista chegou a explorar suposta relação de Jovair com Cachoeira. Na operação Monte Carlo, ele foi flagrado pela PF em ligação telefônica pedindo ajuda ao empresário. O deputado negou qualquer relacionamento com o contraventor, alegando que todos em Goiás conhecem Cachoeira, pela atividade empresarial.
Outros pré-candidatos a prefeito de Goiânia tiveram seus nomes citados em escutas realizadas pela PF nas investigações do esquema de jogos de azar explorados por Cachoeira, como Leonardo Vilela (PSDB) e Sandes Júnior (PP), que acabaram afastados da disputa.
O político goiano mais prejudicado com o escândalo foi o ex-senador Demóstenes Torres (ex-DEM), que teve o mandato cassado pelas ligações com o esquema. Demóstenes, que reassumiu vaga no Ministério Público, era apontado pelas pesquisas como o nome mais forte para a disputa à Prefeitura de Goiânia. Mas ele preferia permanecer no Senado até 2014, quando o projeto era concorrer ao governo estadual. Agora, está fora da política.
Jovair é candidato do governador Marconi Perillo (PSDB), cuja imagem está desgastada pelo envolvimento do seu nome nas investigações relacionadas à exploração ilícita de jogos de azar em Goiás. Perillo se manteve afastado da campanha. Apareceu pela primeira vez no programa de televisão do seu candidato no dia 20 deste mês e no dia seguinte viajou em missão oficial para os Estados Unidos, onde ficará até 1º de outubro.
Investigação da PF apontou suposta influência de Cachoeira no governo de Goiás, o que foi negado pelo governador, embora assessores tenham sido afastados. Perillo prestou esclarecimentos à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura relações de Cachoeira com agentes públicos. Teve de explicar a venda de uma casa, que teria sido comprada indiretamente pelo empresário.
Abatido pelas suspeitas no caso Cachoeira e focado em sua defesa, o governador não teve condições - e nem opções, dizem seus aliados - de construir uma candidatura alternativa forte à do prefeito, sustentado pela aliança entre PT e PMDB, que existe desde a campanha de 2008.
A influência dos casos Cachoeira e mensalão foi além de mexer com as peças do tabuleiro do processo eleitoral em Goiânia. Um efeito citado por assessores das campanhas é a decepção do eleitorado com os políticos em geral, resultando em uma campanha morna, sem empolgação.
"Há, por parte da sociedade, um desapontamento, descrença, desconfiança, em relação aos agentes públicos. Isso é facilmente perceptível", diz o prefeito.
Outra consequência dos dois escândalos que atingiram setores influentes da política de Goiás é a dificuldade de arrecadação das campanhas. O problema é detectado principalmente pelos apoiadores de Jovair, que usou parte do patrimônio pessoal para financiar seus gastos. Ele doou R$ 550 mil do próprio patrimônio à campanha.
Os empresários estariam receosos de contribuir, porque, mesmo isso ocorrendo dentro da legalidade, poderiam, futuramente, ver seu nome envolvido em algum caso de corrupção.
"Esses dois casos, principalmente o mensalão, têm impacto, sim, na doação. A dificuldade de conseguir doadores de campanha é nacional, porque a imprensa tem noticiado com bastante transparência e acuidade o envolvimento de empresas em casos de corrupção, que envolvem campanhas eleitorais", diz Silvio Sousa, secretário estadual para Desenvolvimento da Região Metropolitana e responsável pelas finanças da campanha de Jovair.
Para ele, o caso Cachoeira afetou o financiamento das campanhas no país todo e não só em Goiás. "A Delta estava no país inteiro. Aliás, 90% dos contratos da Delta eram com o governo federal. O Dnit é o maior órgão arrecadador de repasse da Delta. O Cachoeira é de Goiás, mas o Cavendish [Fernando Cavendish, dono da Delta] é do Brasil", diz.
O candidato do PTB apresenta, como principal trunfo de sua candidatura, o fato de pertencer à base do governo estadual e, ao mesmo tempo, do governo Dilma Rousseff. O próprio Marconi chamou a atenção para a "relação excelente" de Jovair com Dilma e para o fato de isso facilitar a obtenção de recursos para a capital.
Sobre a suposta dificuldade de arrecadação, o prefeito de Goiânia acha que as fontes de financiamento são mais ou menos as mesmas, "o que mudou é que as pessoas estão mais atentas a seguir estritamente o rito legal [para as doações]", diz Garcia.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva gravou apoio ao petista, mas a presidente ainda não havia feito isso até a semana passada. Se isso acontecer, causará mal estar com o aliado Jovair.
Garcia contou com o reforço de ministros do PT e a presença do vice-presidente da República, Michel Temer, presidente nacional licenciado do PMDB. Temer foi a Goiás participar de caminhada da campanha à reeleição de Maguito Vilela (PMDB), prefeito de Aparecida de Goiânia, vizinha da capital. O vice-presidente gravou apoio para Garcia.
O prefeito petista construiu mais de 200 praças e seis parques (e está construindo outros três) em seus cerca de dois anos e meio de gestão. Tem como principal plataforma tornar Goiânia uma cidade sustentável, com base em três princípios: planejamento administrativo para um crescimento ordenado, preocupações ambientais claras e oportunidades iguais.
Jovair, que foca suas críticas ao adversário na gestão municipal, escolheu a saúde como prioridade. Lançou uma proposta polêmica, que já sofreu questionamento pelo Ministério Público, de criar um plano de saúde gratuito para a população de baixa renda, chamado de GoiâniaMed. Em debate realizado pelo jornal "O Popular" falaram de saúde, educação, obras e outros assuntos locais. Nenhuma palavra foi dita sobre mensalão ou Cachoeira.
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(*) Adágio.
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O CANTO DO CISNE



'O PT está sendo um parceiro pesado para carregar na eleição'

Autor(es): Maria Lima
O Globo - 28/09/2012

Alvo de denúncias de corrupção, aliado se queixa do mensalão
BELO HORIZONTE 
Em nome de uma coligação que lhe garanta votos, o candidato Fernando Haddad, do PT, em São Paulo, abraçou o polêmico apoio do deputado Paulo Maluf (PP) e tem sido muito cobrado por isso. No caso de Belo Horizonte, um político alvo de denúncias de corrupção reclama por precisar carregar o pesado PT do mensalão nestas eleições. Com os resultados das pesquisas, que mostram o prefeito Marcio Lacerda (PSB) à frente, o polêmico deputado Newton Cardoso (PMDB), responsável pela indicação do deputado Aloisio Vasconcelos (PMDB) como vice na chapa do petista Patrus Ananias, já jogou a toalha. Diz que o impacto do julgamento no Supremo Tribunal Federal está enterrando não só Patrus, mas levando junto candidatos a vereadores do PMDB. Mas, com a desgraça do PT nestas eleições, ele diz acreditar que o PMDB sairá fortalecido nacionalmente, com mais cacife para negociar a composição da chapa, na campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014.
O senhor acha que dá para reverter a situação de Patrus Ananias? A vinda da presidente Dilma pode mudar essa situação?
É muito difícil, né? Sou do PMDB, que está coligado com o PT em Belo Horizonte, mas acho que o Patrus está muito longe do Márcio Lacerda. O mensalão está prejudicando muito, não só em Belo Horizonte. Está derrubando também em Recife, São Paulo, para todo lado.
Mas em Belo Horizonte, Lacerda nem tem usado o mensalão na campanha contra o Patrus...
Não é o Marcio Lacerda. É o PT que está sendo julgado a nível nacional. O problema é o PT. O Lula e o PT perderam o discurso, não tem mais aquela coisa do apelo do partido novo, da ética e da moral.
Isso está afetando candidaturas do PMDB na coligação do Patrus?
Não só em Belo Horizonte. Estou sentindo isso na pele. Onde vou, ouço que o Lula não é mais o mesmo, que o lulismo está acabando. O Lula esteve aqui no palanque do Patrus e não ajudou em nada! Ele está perdendo força em razão das denúncias contra o PT.
O que fazer para impedir que isso afete o desempenho do PMDB?
Quem diria? Estamos assistindo a ascensão e queda do PT. Tudo que sobe demais cai com mais força, né? O PT está sendo um parceiro pesado para carregar. Estou viajando e trabalhando muito para que isso não atrapalhe a eleição dos vereadores e prefeitos do PMDB.
Quem vai ocupar o espaço que o PT está perdendo nestas eleições?
Julgo que o PMDB vai acabar ganhando com isso. O partido ganha força para negociar a chapa para presidente em 2014.
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DELAÇÃO REPROVADA. NERVOS DE AÇO



STF CONDENA DELATOR DO MENSALÃO E VÊ COMPRA DE VOTO

SUPREMO CONDENA DELATOR DO MENSALÃO POR CORRUPÇÃO E APONTA COMPRA DE VOTO


Autor(es): FELIPE RECONDO, EDUARDO BRESCIANI, RICARDO BRITO, MARIÂNGELA GALLUCCI
O Estado de S. Paulo - 28/09/2012
 

Roberto Jefferson foi condenado pelo fato de ele e o PTB terem se beneficiado; tese do caixa 2 foi rejeitada
Sete anos após ter revelado a existência de pagamentos a parlamentares da base do governo Lula, o ex-deputado Roberto Jefferson foi condenado pela maioria do STF pelo fato de ele e o PTB terem sido beneficiados. Ontem, Jefferson pediu licença da presidência do partido. O deputado Valdemar Gosta Neto (PR-SP, ex-PL) e os ex-deputados José Borba (ex-PMDB, hoje no PP), Pedro Corrêa (PP-PE), Romeu Queiroz (PTB-MG) e Bispo Rodrigues (PL-RJ) também foram condenados. Com 29 sessões do julgamento do mensalão, seis dos 12 ministros rechaçaram, em seus votos ou em apartes, a tese da defesa segundo a qual os pagamentos foram caixa dois de campanha. Eles apontaram compra de votos no Congresso. O deputado Pedro Henry (PP-MT) recebeu até ontem cinco votos pela condenação.

Sete anos depois de ter revelado a existência de pagamentos a parlamentares da base do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-deputado federal Roberto Jefferson foi condenado ontem pela maioria do Supremo Tribunal Federal pelo fato de ele e seu PTB também terem se beneficiado do esquema. Outros cinco políticos também foram condenados ontem pelo mesmo crime. Até agora, com 29 sessões do julgamento realizadas, 6 dos 10 ministros da Corte rechaçaram, em seus votos ou em apartes, a tese da defesa segundo a qual os pagamentos foram apenas caixa 2 de campanha. Eles apontaram compra de votos no Congresso Nacional.
Além de Jefferson, os políticos condenados ontem pela maioria dos ministros por corrupção passiva foram o deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), ex-presidente do antigo PL, e os ex-deputados José Borba (ex-PMDB, hoje no PP), Pedro Corrêa (PP-PE) - também condenado por lavagem de dinheiro -, Romeu Queiroz (PTB-MG) e Bispo Rodrigues (PL-RJ). A votação foi encerrada antes que houvesse votos suficientes para condenar ou absolver o deputado Pedro Henry (PP-MT). Outros envolvidos também foram condenados (leia quadro na pág. A6). Ex-assessor do antigo PL, Antônio Lamas foi absolvido de todos os crimes. O julgamento será retomado na segunda-feira.
O ministro Luiz Fux concordou com o relator Joaquim Barbosa e afirmou que a tese de caixa 2 não se encaixa no caso. "A corrupção, o receber dinheiro ilícito não tem nenhuma semelhança com não escriturar as contas (caixa 2)." O argumento foi reforçado pelo presidente da Corte, Carlos Ayres Britto, num aparte. "Nunca se viu caixa 2 com dinheiro público. Se o dinheiro é público, como falar em caixa 2?"
Para o ministro Gilmar Mendes, o mensalão também financiou o esvaziamento dos partidos de oposição, com a migração de deputados para a base do governo. "A cooptação de apoio político, não em torno de ideias, mas de vantagem financeira, inequivocamente corrompe o sistema democrático", disse Mendes.
As opiniões divergem do entendimento do revisor do processo, ministro Ricardo Lewandowski, para quem não há provas suficientes para afirmar que houve compra de votos no Congresso. "A meu ver, não ficou evidenciada (a compra de votos), restando tal alegação no campo da mera inferência ou da simples conjectura", afirmou o ministro em seu voto proferido na quarta-feira.
A tese de que o mensalão foi um esquema montado para o pagamento de dívidas de campanhas eleitorais foi encampada pelos parlamentares que receberam dinheiro e pelo ex-presidente Lula. Essa versão afasta o mensalão do governo petista, mantendo o esquema apenas como um acerto entre partidos políticos.
O julgamento de ontem confirmou a antepenúltima fase do esquema do mensalão. Até o momento, os ministros julgaram que dinheiro público foi desviado para alimentar o esquema, que empréstimos bancários fraudados foram feitos também para financiar o mensalão e ao mesmo tempo para disfarçar a origem dos recursos, além da existência de um sistema de lavagem no Banco Rural.
Na semana que vem, o tribunal julgará os nomes apontados como corruptores, responsáveis pela "compra de parlamentares". Nesse grupo estão o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. Por fim, será analisado se houve ou não formação de quadrilha no esquema de pagamentos de parlamentares.