PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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valor ...ria...nine

folha gmail df1lkrha

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quarta-feira, junho 10, 2009

XÔ! ESTRESSE [In:] MINGUANDO

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[Homenagem aos chargistas brasileiros].
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CARTEL [In:] POR QUEM OS SINOS DOBRAM...

Dificuldades no combate à formação de cartéis


Valor Econômico - 10/06/2009

Não há dúvidas de que existe um esforço coordenado de vários órgãos governamentais para acelerar a investigação e a apreciação dos casos de supostas formações de cartel. Um exemplo claro dessa disposição foi o anúncio recente de que o Brasil passou a integrar uma rede internacional de operações de combate a cartéis, o que deve levar ao aumento de operações de busca e apreensão de documentos na sede de filiais de multinacionais no país. A novidade propiciada por essa rede é que, agora, as empresas estrangeiras que passarem por investigações na Europa e nos Estados Unidos passam a correr o risco de flagrantes também da Polícia Federal no Brasil. A rede funciona por contatos constantes entre as autoridades antitruste do Brasil e de outros países. A Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça iniciou, neste ano, diálogos semanais com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Com isso, se os americanos identificam um cartel de multinacionais, eles informam a SDE, que inicia a investigação brasileira. Contatos semelhantes estão sendo mantidos com as autoridades da Europa.

Nesse contexto, é absolutamente desanimadora a informação, publicada pelo Valor na sua edição de segunda-feira de que empresas já condenadas por formação de cartel pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) do Ministério da Justiça estão se beneficiando de indefinição no Tribunal Regional Federal (TRF) de Brasília e, com isso, se livrando de punições de dezenas de milhões de reais. O TRF não definiu onde devem ser julgados os recursos apresentadas pelas empresas contra as decisões do Cade - na seção que julga multas ou na que julga casos de direito administrativo.

Como se sabe, o Cade é um tribunal administrativo e, portanto, os recursos das empresas contra as suas condenações deveriam, a princípio, ser julgados na 3ª Seção, que trata de assuntos de direito administrativo. Já a 4ª Seção se ocupa de questões ligadas a multas. Como o Cade aplica multas às empresas, a 4ª Seção também seria competente para analisar os recursos contra as decisões do órgão antitruste.

Essa indefinição sobre qual a seção mais apropriada teve início em 2004, quando o regimento do Tribunal Regional Federal foi alterado, ficando definido que cabe à 4ª Seção o julgamento de recursos contra a imposição de multas. Antes de 2004 os julgamentos envolvendo o Cade iam para a 3ª Seção. Com isso, deu-se a paralisação dos julgamentos de casos paradigmáticos de cartel, como o do aço, cuja condenação - a primeira da história por essas razões - completará dez anos em outubro e ainda aguarda por uma definição na Justiça.

A solução para o problema estaria numa definição pelo Órgão Especial do TRF, instância que soluciona divergências entre as seções. Mas, como os desembargadores da 3ª Seção costumam votar contra a posição daqueles que ocupam a 4ª e vice-versa, há uma diferença mínima nessas votações, algo como um ou dois votos, o que não é suficiente para criar jurisprudência e dar uma orientação geral. Advogados que atuam no Cade creem que essa indefinição prejudica a aplicação das decisões antitruste e que a Justiça ainda pode demorar para definir as diretrizes em casos de cartel.

Esse entrave à punição de cartéis não é a única dificuldade do Cade para implementar suas decisões por causa de embates com a Justiça. Recentemente, uma resolução adotada pelo Cade em fevereiro de 2004 - que determinava que a Nestlé vendesse a também fabricante de chocolates Garoto - foi revogada. Desembargadores da 5ª Turma do Tribunal Regional Federal de Brasília votaram, em janeiro, a favor do reenvio do processo ao Cade para que seja reapreciado. A compra da Garoto foi vetada porque o órgão antitruste concluiu que o negócio levaria à formação de um duopólio no mercado de chocolates, que seria dividido entre a Nestlé e a Kraft (dona da Lacta). Os conselheiros entenderam que há barreiras à entrada de outros concorrentes, como a necessidade de realização de investimentos de alto porte em marcas, fábricas e num sistema eficiente de distribuição. Por esses motivos, o Cade determinou a venda da fábrica, marcas e ativos da Garoto. A Nestlé teve o pedido de reapreciação negado e recorreu à Justiça , em maio de 2005.

ILHA DE VERA CRUZ [In:] UMA, ALGUMAS E OUTRAS

"Estamos entrando em um momento nervoso da vida eleitoral" Presidente Lula, logo antes de negar que o evento que participava era "eleitoreiro"


Cláudio Humberto - Cláudio Humberto
Jornal de Brasília - 10/06/2009

De cama, na marra

Sentindo dor de cabeça e mal-estar, Dilma Rousseff não foi ao factoide de ontem do PAC. Recebeu ordem de ficar repousando em casa, à tarde.

Reação ao tratamento
A ministra Dilma não se sentia bem desde a última quimioterapia, há dias. Os médicos dizem que a reação é comum entre os pacientes.

Papelão
Autor da emenda bajulatória do terceiro mandato, o deputado Jackson Barreto (PMDB-SE) é acusado de usar nomes de parlamentares que jamais assinaram a lista de apoio, como Fernando Nascimento (PT-PE).

Algazarra continua
Após fazer apologia do uso da maconha e arranjar encrencas com meio mundo, o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) resolveu cutucar outra figura exótica: o encarregado de assuntos aleatórios, Mangabeira Unger.

Difícil tarefa
O novo embaixador americano, Thomas Shannon, terá a missão de reverter a primazia francesa na venda de caças e submarinos ao Brasil. Os EUA acusam a França de não transferir tecnologia. Eles tampouco.

Aquele da vareta
O tucano Papaleo Paes (AP) referiu-se ontem no Senado a Nelson Jobim (Defesa) como "aquele ministro que, com a vareta na mão, deu explicações técnicas sobre a queda do avião". Ridículo aqui e na França.

Lixo que encanta
Está na reta final a licitação para o lucrativo sistema de coleta de lixo de Distrito Federal. Sob contrato emergencial há três anos, a empresa Qualix apresentou proposta R$ 15 milhões superior à concorrência.


ILHA DE VERA CRUZ [In:] BALÕES (DE ENSAIO) JUNINOS

O ''se colar, colou'' de Lula e Dilma


Autor(es): José Nêumanne
O Estado de S. Paulo - 10/06/2009
"O governo pode continuar sem ter terceiro mandato", pontificou a chefe da Casa Civil e candidata lançada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à própria sucessão, Dilma Rousseff, num almoço sábado, na casa da ex-prefeita petista de São Paulo Marta Suplicy, com apresentadoras de programas de televisão. A frase é significativa, porque justifica esta nova onda de queremismo que assalta o noticiário político nacional desde que o deputado Jackson Barreto (PMDB-SE) obteve o número suficiente de assinaturas para seu projeto de emenda constitucional para permitir a nova reeleição de Lula em 2010. A frase expõe a evidência que o chefe dela tem feito o possível para ocultar nas declarações dúbias que faz a respeito do delicado tema: a tática eleitoral sucessória do governo petista é ficar no poder. Se a manobra golpista der certo, ele aceitará, constrangido, o dever de permanecer no posto. Se o calendário não a permitir, o jeito será transferir o voto para ela. "Se colar, colou."

Há obviamente um ventríloquo atrás da retórica da ministra. Quando disse, por exemplo, que o terceiro mandato de Lula não é um projeto de governo, mas não há como impedir que as pessoas tomem iniciativas, ela reproduziu o álibi que parece conduzir as palavras e obras presidenciais quando se trata de sua permanência. Ele não quer ficar, mas muita gente quer. Muita gente significa o quê? O eleitorado, que celebra o atual ocupante no poder com uma popularidade consagradora e inusitada? Ou a corte palaciana, constituída pelos dirigentes partidários da base situacionista, pelos dirigentes sindicais que ocupam os bons empregos da burocracia estatal, seus parentes e companheiros? Ou as duas coisas?

João Santana, o letrista Patinhas, parceiro de Gereba no grupo musical Bendegó, desembarcado no planeta musical do Sudeste nos anos 70, e substituto de outro baiano, Duda Mendonça, que caiu em desgraça por causa dos pagamentos que recebeu por fora e fora do País, foi, na certa, encarregado de colar neste continuísmo a garantia do apoio popular. Ele sabe que é forçar a barra, como se diz na gíria, considerar como iguais o apoio ao presidente e a aceitação da quebra do preceito constitucional para mantê-lo no poder. O Datafolha deixou clara essa distinção ao constatar um apoio de 47% dos eleitores brasileiros ao projeto queremista versus 49% contra. Dilma, Patinhas e Lula podem não ser gênios da aritmética, mas sabem que 49 é mais que 47. Embora também estejam escolados o suficiente para saber que, em termos de pesquisa, isso representa um empate técnico. Seja como for, o citado levantamento não registra uma vontade política (para usar uma expressão da linguagem petista pré-governo) maciça da sociedade brasileira que justifique uma intervenção golpista na ordem institucional vigente.

Apoio inquestionável à permanência do chefe à frente do governo depois de 2011 é, sim, dos chefões dos partidos para cujos quadros o presidente duas vezes eleito abriu vagas na burocracia e alguns forrados cofres da viúva. Isso não basta para subverter o preceito constitucional da única reeleição e Lula, Patinhas e Dilma não o ignoram. Muito menos para alterar o calendário da possibilidade da mudança. Daí, o "se colar, colou": "se não der para que tudo fique como está com Lula, é possível deixar tudo como está com Dilma." Não importa esclarecer se o "plano B" é Lula de novo ou Dilma no lugar. Como todo "criador", noço guia deve ter a ilusão de que sua candidata permitirá que ele próprio continue pilotando o barco com a desenvoltura de hoje. Talvez por isso repita tanto que não quer ficar no poder, embora deixe muitas pistas de que não pensa em outra coisa.

Tolo é pensar que a confusão que Sua Excelência faz entre parlamentarismo e presidencialismo, ao reclamar da falta para presidentes da boa vontade gozada pelos primeiros-ministros, resulta de seu desconhecimento do funcionamento dos sistemas políticos. Lula tem consciência de que comparar a longevidade no poder de Margaret Thatcher ou Helmut Kohl com o dispositivo constitucional que só lhe permite uma reeleição se assemelha a comprar uma penca de bananas e levar uma bacia de laranjas. Proposital, tal confusão não resulta da ignorância do líder, mas na aposta que ele faz na ignorância do liderado.

Da mesma forma, quando faz troça da oposição, acusando-a de temer o referendo popular que autorizaria o golpe continuísta, o presidente investe na falácia de que seguir os preceitos institucionais da Constituição de 1988 é menos democrático que rompê-los para atender aos clamores "queremistas" da sociedade. As aspas são usadas para lembrar que tais clamores não são majoritários, apesar de ser a popularidade dele indiscutível.

Ao defender a proposta de seu amigo Hugo Chávez, autorizado pelo Congresso venezuelano a disputar mandatos sucessivos e ilimitados, Lula deixa explícito que é blague a condenação que faz ao terceiro governo aqui, quando diz que quem o obtiver poderá tentar o quarto, o quinto, o sexto e daí por diante. A coerência não é seu forte, mas seria um exagero imaginar que ele não tenha percebido o absurdo de rejeitar para si próprio o que aceita para o vizinho. É o caso de pensar que o chefe do governo brasileiro aposta seu cacife na tática adotada pelo "Velho Guerreiro" Chacrinha: "confundir para comunicar."

O debate sobre terceiro mandato é um achincalhe à democracia e a estratégia de comunicação de atribuir à candidatura Dilma o condão de continuar sem ruptura institucional, um lance legítimo do jogo de xadrez da disputa correta pelo poder no Estado Democrático de Direito. Talvez tenha o condão de operar o milagre da transposição do apoio a Lula para votos em Dilma. Só que, para tanto, Lula precisa esclarecer, de uma vez, que não há "plano B" em seu projeto para 2010.

José Nêumanne, jornalista e escritor, é editorialista

BRASIL/ENSINO: NÃO É ''FUNDAMENTAL''

Quando o ensino fica pela metade
Só metade dos alunos conclui a 8ª série


Autor(es): Demétrio Weber
O Globo - 10/06/2009

Na Região Norte, índice de concluintes é de 28,7%; relatório do Unicef diz que situação é ruim em todos os estados


BRASÍLIA e TERESINA. Só 53,7% das crianças e dos adolescentes brasileiros matriculados no ensino fundamental conseguem concluir a 8ª série (9º ano). A realidade é mais grave na Região Norte, onde o índice de concluintes é de 28,7%. No Pará, são 22,3%, menos da metade da média nacional.

No ensino médio, a situação é ainda pior: só 50,9% dos jovens chegam ao fim do curso. No Amapá e no Acre, o percentual é mais baixo: 35,5% e 37,4% respectivamente. O Nordeste é a região com pior indicador no ensino médio: só 44,6% de concluintes, percentual próximo do encontrado no Centro-Oeste (44,8%) e no Norte (45,2%).

As desigualdades na área de educação preocupam o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que lançou ontem o relatório "Situação da Infância e da Adolescência Brasileira 2009". O relatório, que reúne dados referentes a 2006, diz que a situação é ruim em todos os estados. São Paulo tem o maior percentual de concluintes do ensino médio: 68,6%. No Rio, são 44,5% - menos, portanto, que a média nordestina.

No ensino fundamental, Minas Gerais tem o percentual mais positivo, com 79% de concluintes. No Rio, apenas 57,8% dos alunos chegam ao fim da 8ª série. Nos dois níveis de ensino, o Sudeste tem os melhores números.

"A repetência não ajuda"

O relatório do Unicef mostra também que, a cada ano, um em cada quatro estudantes de ensino médio é reprovado ou abandona a escola. Citando dados de 2007, o documento informa que 12,7% dos jovens matriculados no nível médio foram reprovados e outros 13,2% largaram o estudo, totalizando 25,9%.

- A realidade dos 15 aos 17 anos é um desastre. Se existe desigualdade dos 7 aos 14 anos, dos 15 aos 17 ela fica pior - disse a coordenadora do Programa de Educação do Unicef no Brasil, Maria de Salete Silva.

Para ela, o ensino médio precisa ser reformulado, pois, do jeito que está estruturado, não faz sentido para grande parcela da juventude. Salete criticou também a cultura da reprovação nas escolas:

- A repetência não ajuda. Se ela criasse pessoas qualificadas, o Brasil era o país com mais gênios no mundo.

No ensino fundamental, a taxa de abandono escolar do Nordeste é o triplo da média nacional: 14,4% contra 4,8%. No médio, Norte e Nordeste têm quase o dobro do índice do Sudeste, com abandono de 20,8% e 20,1% respectivamente, ante 10,9%.

A situação é ainda mais grave em estados como Rio Grande do Norte, dono do pior resultado: 23,6% de abandono no ensino médio, quase o dobro da média nacional de 13,2%.


Em Teresina, Rogério da Silva Costa, de 14 anos, engrossa as estatísticas do abandono escolar. Ele ganha R$10 por dia fazendo malabarismo com limões no bairro Horto Florestal. Rogério contou que não vai à escola há dois anos. Parou no terceiro ano do ensino fundamental:

- Ajudo nos gastos lá de casa, porque meus pais precisam de dinheiro para sustentar os outros filhos - disse, acrescentando que tinha dificuldades de aprendizagem e foi reprovado por dois anos.

A coordenadora do Unicef lembrou que 2,4% dos brasileiros de 7 a 14 anos estavam fora da escola, ante 17,9% na faixa dos 15 aos 17. O Unicef quer que o governo dê atenção especial a quem está fora da escola. Mesmo na faixa de 7 a 14 anos, os 2,4% de excluídos representam universo de 680 mil crianças, sendo 450 mil negros.

A representante do Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poirier, defendeu o aumento de investimentos no ensino, subindo dos atuais 4,6% do PIB para 8%. O MEC tem como meta 6%, índice sugerido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

O Unicef elogia o Plano de Desenvolvimento da Educação, lançado pelo presidente Lula em abril de 2007. Segundo Marie-Pierre, o programa aponta o caminho certo, em especial com a criação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que estipula metas até 2021. Ela teme, contudo, que o fosso de exclusão cresça, caso o governo não crie políticas específicas para melhorar o ensino de pobres, negros, indígenas e moradores das zonas rurais:

Para mostrar o impacto da renda e da raça, o relatório criou o Índice de Adequação Idade-Anos de Escolaridade. No Brasil, segundo o índice, 72% dos jovens estavam em situação adequada. O percentual caía para 65%, entre negros, e para 53%, entre os que estão na faixa com renda familiar por pessoa inferior a um quarto de salário mínimo mensal (R$116,25). A pior inadequação idade-série foi registrada no Pará, na faixa de população mais pobre: 37%.

O secretário de Educação Continuada, Alfabetização Diversidade do MEC André Lázaro, diz que as disparidades regionais na área do ensino se repetem no analfabetismo e no atraso escolar. Segundo ele, elas refletem décadas de descaso na oferta de educação pública:

- É a cicatriz das oligarquias. Regiões que por muito tempo foram governadas por grupos que não colocaram a educação no lugar devido.

SENADO [In:] PASÁRGADA FEDERAL

Senado usou 300 atos secretos para beneficiar amigos
Senado acumula mais de 300 atos secretos para criar cargos e nomear


Autor(es): Rosa Costa e Leandro Colon,
O Estado de S. Paulo - 10/06/2009

Depois da revelação feita no mês passado por um estudo da Fundação Getúlio Vargas de que o Senado tinha mais 600 funções comissionadas e cargos com gratificação, descobre-se agora outra caixa-preta na Casa. Atos administrativos secretos foram usados para nomear parentes, amigos, criar cargos e aumentar salários. Levantamento feito por técnicos do Senado nos últimos 45 dias, a pedido da Primeira-Secretaria, detectou cerca de 300 decisões que não foram publicadas, muitas adotadas há mais de 10 anos. Essas medidas entraram em vigor, gerando gastos desnecessários e suspeitas da existência de funcionários fantasmas.


O Estado teve acesso a esses atos secretos, que, após o início da investigação interna, começaram a sair como "boletins suplementares", inseridos nos respectivos meses a que se referem, com data da época. Na relação, aparecem as nomeações da ex-mulher do deputado Eliseu Padilha (PMDB-RS) na Advocacia-Geral e da ex-presidente da Câmara Municipal de Murici, cidade cujo prefeito é filho do hoje líder do PMDB, Renan Calheiros (AL).

Também secreto é o ato que exonerou um neto do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), então lotado no gabinete de Epitácio Cafeteira (PTB-MA). A exoneração, pelo modo secreto, ocorreu para não dar visibilidade à existência de um parente não-concursado de Sarney nos quadros da instituição no momento em que o Senado se via obrigado a cumprir a súmula antinepotismo do Supremo Tribunal Federal (STF).

Na pesquisa dos técnicos do Senado, surgem ainda medidas impopulares, como a que estende assistência vitalícia odontológica e psicológica a marido ou mulher de ex-parlamentares. Os boletins secretos revelam também que mais um filho e um irmão do ex-diretor João Carlos Zoghbi (Recursos Humanos) trabalharam no Senado, além dos outros sete parentes já conhecidos.

Esses dois, João Carlos Zoghbi Júnior e Luis Fernando Zoghbi, eram lotados na Diretoria-Geral, então comandada por Agaciel Maia - exonerado em março após a acusação de ocultar a propriedade da casa onde mora em Brasília. Para abrir espaço para essas contratações, um dos atos secretos, de 24 de dezembro de 2004, cria 25 cargos na Diretoria-Geral.

Ex-presidente da Câmara Municipal de Murici (AL), Marlene Galdino foi lotada na Diretoria-Geral até o ano passado com um salário de R$ 5 mil. Renan Calheiros Filho é o prefeito da cidade. O Conselho Editorial do Senado, órgão criado por Sarney, foi usado, por exemplo, para abrigar, entre agosto de 2007 e outubro de 2008, Luiz Cantuária Barreto (PTB), ex-presidente da Assembleia do Amapá, com salário de R$ 7,1 mil.

BOLETIM

O Senado publica diariamente um boletim acessado pelos servidores com as nomeações e mudanças administrativas internas. Ao assumir a Primeira-Secretaria em fevereiro, o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) foi avisado de que muitas decisões não saíram da gaveta de Agaciel - por tratarem de medidas questionáveis, a maioria para agradar ao grupo do ex-diretor e também do alto comando político. Entre eles, estão Sarney, Renan e demais ex-presidentes, como Jader Barbalho (PMDB-PA) e Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA), morto em 2007.

Enquanto as decisões públicas saem num mesmo documento diariamente, a maioria das sigilosas tem tratamento único, sem se misturar com outras medidas. A existência desse tipo de procedimento surpreendeu até os auditores da FGV, responsáveis por uma reforma administrativa no Senado. "O próprio regulamento dispõe que muitas das competências não descritas deveriam ou poderiam ser especificadas por atos da comissão diretora e do diretor-geral. No entanto, a equipe de consultores da FGV não teve acesso a esses atos, e alguns deles nem sequer foram publicados", dizem os auditores.

A descoberta desses boletins obrigou o primeiro-secretário a oficializar uma comissão para cuidar do assunto. Em 28 de maio, Heráclito nomeou três servidores para cuidar oficialmente do tema e entregar uma conclusão até sexta-feira.

"Não tenho compromisso com o erro", afirma o senador. "Qualquer irregularidade que chegue ao meu conhecimento, eu tomo providência. Não existirão mais atos secretos no Senado. A não ser aqueles de caráter estritamente pessoal."

Sarney afirmou ontem ao Estado desconhecer a existência desses atos secretos. Ele disse apoiar a divulgação desse tipo de documento. "É claro que eu apoio. A Constituição manda que todos os atos públicos sejam divulgados." Ele ressaltou ainda que, como parlamentar, cuida mais da parte política do que da administrativa.

Procurado, por meio de sua assessoria, Renan não se pronunciou. Eliseu Padilha confirmou que a ex-mulher, Maria Eliane, trabalhou no Senado de março de 2006 a dezembro de 2008. Disse que foi requisitada para dar pareceres jurídicos. "Deveriam ter publicado isso (não em ato secreto). Essa pergunta deve ser feita ao Senado."

OS ATOS SECRETOS

Nomeação e exoneração de Maria Eliane Padilha, mulher do deputado Eliseu Padilha (PMDB-RS), da Advocacia-Geral

Criação de 25 cargos de confiança de R$ 2,2 mil na Diretoria-Geral

Nomeação de João Carlos Zoghbi Júnior, filho do ex-diretor de Recursos Humanos, para trabalhar na Diretoria-Geral. O irmão do diretor, Luis Fernando, também foi nomeado por ato secreto para o mesmo órgão

Nomeação e exoneração de Marlene Galdino, ex-presidente da Câmara Municipal de Murici na Diretoria-Geral. O município alagoano tem como prefeito um filho do senador Renan Calheiros (PMDB)

Nomeação e exoneração de Luiz Cantuária, ex-presidente da Assembleia Legislativa do Amapá (Estado que José Sarney representa), para trabalhar no Conselho Editorial do Senado, órgão criado por Sarney

Aumento de gratificação para os chefes de gabinetes de secretarias para igualar aos de gabinetes de senador

Autorização para servidores parcelarem em até 99 parcelas os créditos consignados

Assistência médica e odontológica para cônjuge de ex-senador

Nomeação de aliados do senador Efraim Morais na Paraíba para trabalhar no Interlegis.

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(*) VOU-ME EMBORA PRA PASÁRGADA (Manoel Bandeira).

Vou-me embora pra Pasárgada

Lá sou amigo do rei

Lá tenho a mulher que eu quero

Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada

Aqui eu não sou feliz

Lá a existência é uma aventura

De tal modo inconseqüente

Que Joana a Louca de Espanha

Rainha e falsa demente

Vem a ser contraparente

Da nora que nunca tive...

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SENADO [In:] ''E AGORA, JOSÉ?"

Neto de Sarney ganhou cargo
Neto de Sarney foi beneficiado


Autor(es): Rodrigo Rangel
O Estado de S. Paulo - 10/06/2009
João Fernando Michels Gonçalves Sarney é um jovem de 22 anos que está perto de terminar o curso de administração numa faculdade particular de Brasília. Apesar da pouca idade e de ainda não ter diploma, ele carrega no currículo, além do sobrenome de peso, um emprego de prestígio. Por um ano e oito meses, João ocupou formalmente um dos postos mais altos da estrutura funcional do Senado. Foi secretário parlamentar, função que dá direito a salário mensal de R$ 7,6 mil. A história agora se tornou conhecida graças à revelação dos atos secretos.

É o próprio João Fernando quem revela as credenciais que lhe garantiram o bom emprego. Procurado ontem pelo Estado, respondeu sem rodeios à pergunta sobre sua relação com o presidente do Senado. "Sou neto do senador Sarney, meu pai é o Fernando", disse. Ele se referia a Fernando José Macieira Sarney, filho mais velho do senador e encarregado de tocar os negócios da família. A mãe de João, Rosângela Terezinha Michels Gonçalves, candidata a Miss Brasília em 1980, é ex-namorada de Fernando.

O rapaz foi nomeado assessor do Senado em 1º de fevereiro de 2007. Quem assinou a nomeação foi o atual diretor-geral da casa, Alexandre Gazineo, na época adjunto do então todo-poderoso Agaciel Maia. João deveria trabalhar no gabinete do senador Epitácio Cafeteira, do PTB do Maranhão, terra dos Sarney. Esteve lotado no Senado até 3 de outubro do ano passado, quando um novo ato secreto, também assinado por Gazineo, formalizou sua saída.

Indagado sobre suas atividades no gabinete, João Fernando respondeu que "fazia de tudo um pouco". Antes, porém, perguntou: "Como você soube que eu trabalhava lá?" Ele garante que comparecia ao trabalho de segunda a sexta-feira. O Estado telefonou ontem para o gabinete de Cafeteira. A funcionária que atendeu a ligação disse não conhecer nenhum João Fernando que tenha trabalhado ali.

João Fernando diz que teve de deixar o emprego porque "estava sem tempo". Em seguida, completou: "Foi quando começou aquela decisão (sic) sobre nepotismo." A saída coincide com a crise instalada no Senado após o Supremo Tribunal Federal proibir a contratação de parentes nos três Poderes.

BRASIL/PIB [In:] RECESSÃO ? HÁ CONTROVÉRSIAS !

BRASIL ESTÁ EM RECESSÃO
PIB CAI 0,8%, MAS CONSUMO E SERVIÇOS ATENUAM RECESSÃO


Autor(es): GUSTAVO PATU
Folha de S. Paulo - 10/06/2009

Economia recua pelo 2° trimestre seguido; para Lula, queda de 0,8% foi maior que a esperada

O Produto Interno Bruto do país recuou 0,8% na comparação com o último trimestre do ano passado, que já havia contabilizado uma perda de 3,6%, segundo o IBGE. Pela regra mais universalmente adotada, dois trimestres consecutivos de queda do PIB (soma dos bens e riquezas produzidos por um país) significam que o Brasil entrou em recessão.

A análise dos números do IBGE mostra que a produção de bens de capital, as obras de infraestrutura, as exportações e as importações registraram quedas dignas de depressão econômica. No entanto, mesmo sem o ímpeto de meses atrás, os salários, as compras do dia a dia e serviços básicos como saúde e educação retomaram o crescimento.

A equipe econômica festejou a queda do PIB menor que a prevista pelo mercado. O presidente Lula, porém, considerou o resultado pior do que imaginava; ele esperava retração de até 0,5%. O governo já estuda medidas para estimular setores específicos da economia, como a produção de máquinas e equipamentos e de software e a indústria naval.

Gasto das famílias e massa salarial reduzem efeito do colapso da indústria e dos investimentos

Com 2 trimestres seguidos de crescimento negativo, país entra em recessão, mas setor de serviços, o maior da economia brasileira, resiste

A produção de máquinas e equipamentos, as obras de infraestrutura, as exportações e as importações tiveram quedas dignas de uma depressão econômica. Já salários, compras do dia a dia e serviços básicos como saúde e educação perderam o ímpeto de meses atrás, mas voltaram a crescer.
O retrato da produção nacional no primeiro trimestre do ano, divulgado ontem pelo IBGE, mostra um alívio imediato dos efeitos da crise global para a maior parte da população brasileira -afinal, o setor de serviços é o que mais emprega, o gasto público se mantém em alta e o consumo das famílias move quase dois terços da economia.
No entanto, a expectativa de reviver momentos de crescimento mais robusto registrado nos últimos anos esbarra nos resultados dos investimentos públicos e, principalmente, privados, necessários para ampliar a capacidade de produção e que ainda estão distantes de alguma recuperação.
Tudo somado, o PIB do país no primeiro trimestre teve queda de 0,8% na comparação com o último trimestre do ano passado, que já havia contabilizado uma perda de 3,6%, a maior desde que o Plano Collor promoveu o confisco da poupança e demais depósitos bancários, em 1990.
Pela regra de identificação mais universalmente adotada, o país entrou em recessão com dois trimestres consecutivos de queda do Produto Interno Bruto -a medida da renda nacional que compreende indústria, agropecuária, comércio e serviços, consumo privado, gasto público, investimentos, exportações e importações.
Embora tenha confirmado a reviravolta mais aguda em quase 20 anos, o resultado do primeiro trimestre permitiu uma leitura otimista já posta em prática ontem pelo governo Lula. Após o susto com o inesperado desastre do final de 2008, o período seguinte acabou melhor do que se projetava.
Na pesquisa periódica feita pelo Banco Central, as estimativas do mercado apontavam um PIB no primeiro trimestre 2,2% menor que o do mesmo período de 2008 -a queda medida pelo IBGE foi de 1,8%, ainda assim a maior desde o final de 1998, quando o país vivia os efeitos da crise russa.
Vistos mais de perto, os números mostram que a recessão, na sua definição mais vulgar, não chegou para todos, nem sequer para a maioria. Basta dizer que o setor de serviços, em que estão 60% do PIB, não caiu por dois trimestres consecutivos: teve expansão de 0,8% no primeiro trimestre, após a queda de 0,4% no final de 2008.
Nesse grupo estão atividades do cotidiano que vão desde a escola dos filhos até os aluguéis, da oferta de saúde ao seguro do carro. É um setor que só costuma ver retrações quando há disparada do desemprego ou queda forte dos salários, até agora inexistentes.
Pelo contrário: a massa salarial -que leva em conta o volume de emprego e os rendimentos- do primeiro trimestre ainda foi 5,2% maior que a de um ano antes. E o consumo das famílias, depois de encolher 1,8% na derrocada geral do final de 2008, subiu 0,7% na comparação com o trimestre anterior.
Boa parte da explicação está em medidas que o governo tomou muito antes do agravamento da crise global, caso do pacote generalizado de reajustes salariais para o funcionalismo, do aumento real do salário mínimo e da ampliação dos benefícios do Bolsa Família.
Se o gasto público -mais as medidas oficiais de redução de impostos e aumento do crédito nos bancos federais- e o mercado interno contribuíram para amortecer o impacto da recessão, menos claro é se e quando a economia retomará o ritmo de um ano atrás, quando o consumo crescia no dobro da velocidade.
Os investimentos, colocados no centro da agenda econômica com o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), passaram pela mais brusca reversão já medida pela atual metodologia do IBGE -caíram 9,3% no final do ano passado e mais 12,6% no início do ano.
Do resto do mundo não há muita ajuda disponível. As exportações tiveram queda pelo terceiro trimestre consecutivo, e desta vez de 16%, também a maior, de longe, da série histórica iniciada em 1996.
Maior prejudicada pelo colapso dos investimentos e das exportações, a indústria acumula queda igualmente recorde, de 8,2% no quarto trimestre de 2008 e de 3,1% no primeiro. O setor agropecuário, primeiro a se ressentir da queda internacional dos preços dos produtos primários, encolheu pelo terceiro trimestre consecutivo, à taxa de 0,5%.

"QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?..."

10 de junho de 2009

O Globo

Manchete: Recessão agora é oficial, mas PIB cai menos que esperado

Queda da indústria anula ganhos da economia; consumo se salvou no trimestre

De janeiro a março deste ano, oficialmente, o Brasil entrou em recessão, puxado pela indústria e pela queda drástica do investimento. De acordo com o IBGE, o PIB encolheu neste período 0,8% em relação ao fim do ano passado. Foi o segundo trimestre consecutivo de queda. Em relação ao primeiro trimestre de 2008, o recuo foi de 1,8%, o maior desde 1998. Mas os números surpreenderam: na véspera, o governo chegara a apostar em baixa de 2,4%. O consumo das famílias e os gastos de governo foram responsáveis pelo desempenho acima do esperado. Mesmo assim, não há motivo para comemorar. Se a recessão não ficou tão feia quanto parecia, ela mostra que a produção voltou aos patamares do segundo trimestre de 2007, anulando praticamente os ganhos da economia no segundo mandato do presidente Lula. No mercado, cresceram as apostas de que o Banco Central será mais conservador e cortará hoje apenas 0,75 ponto nos juros básicos, caindo para seu menor nível histórico. (págs. 1, 27 a 31, Míriam Leitão, Flávia Oliveira e editorial "Olhar à frente")

Governo não fiscaliza 38 mil convênios

Relatório do TCU cobra informações sobre o destino de repasses federais de R$ 13,3 bilhões

Pelo menos 38 mil prestações de contas ficaram sem fiscalização do governo federal em 2008. Somados, esses processos totalizam repasses de R$ 13,3 bilhões a ONGs, estados e municípios, por meio de convênios - um aumento de 58% em relação a 2007. Sem fiscalização, é impossível saber se o dinheiro, resultante de transferências voluntárias da União, foi aplicado corretamente. Por causa disso, o Tribunal de Contas da União aprovou com 15 ressalvas as contas do governo federal do ano passado e emitiu alerta cobrando agilidade na fiscalização. "Quanto maior o atraso nas prestações de contas, mais recursos o país pode perder", disse o ministro Augusto Nardes, relator das contas de 2008. O TCU aponta falhas no controle da execução do Orçamento da União, como a falta de um sistema que permita acompanhar custos dos projetos. E cobra informações sobre indicadores de desempenho: dos 777 critérios para medir a eficiência dos programas governamentais, 70% não estavam disponíveis para o tribunal. (págs. 1 e 3)

Lula: governantes não mexem em invasões

O presidente Lula disse que o político de oposição incentiva ocupações irregulares, mas, quando chega ao governo, procura o culpado pelo problema. E não resolve o assunto, interessado nos títulos de eleitor dos invasores. No lançamento do PAC Drenagem, Lula criticou agentes fiscalizadores de obras e disse que a paralisação pode ter o efeito financeiro de um superfaturamento:
"Fiscalização rígida e séria é diferente de fiscalização dura e irresponsável." (págs. 1 e 3)

'Quando somos oposição, somos doidos para incentivar invasão. Quando viramos situação, ficamos doidos para achar o culpado. Quando se tem mil (barracos), aí não se mexe mais. Sobretudo para os que têm titulo de eleitor'
Lula

Quando o ensino fica pela metade

Só 53,7% crianças brasileiras matriculadas no ensino fundamental conseguem concluir a 8ª série. No ensino médio, só 50,9% dos matriculados chegam ao fim do curso, mostra o relatório "Situação da Infância e da Adolescência Brasileira" do Unicef. Ao falar de favelas, a pesquisa aponta emergência no Complexo do Alemão, onde os estudantes ficaram dois meses sem aulas em 2007. (págs. 1 e 8)

Enquanto isso, na universidade...

Policiais da tropa de choque da PM entraram em confronto com estudantes da USP. Os alunos atiraram pedras. A PM, bombas de efeito moral e gás pimenta. Professores e funcionários estão em greve. (págs. 1 e 8)

EUA mandam a NY 1º preso de Guantánamo

Acusado de atentados a bomba em embaixadas americanas, o tanzaniano Ahmed Ghailani é o primeiro preso de Guantánamo a ser transferido para uma prisão nos EUA. Ele já está em Nova York, onde será julgado num tribunal civil. (págs. 1 e 35)

Foto legenda: Corpos resgatados já são 41

O corpo de uma das vítimas do acidente com o Airbus da Air France chega ao Aeroporto de Fernando de Noronha. Já foram resgatados 41 corpos. Pressionada pelos pilotos, a Air France anunciou que vai trocar todos os sensores de sua frota. (págs. 1 e 14 a 17)

Na bomba, diesel cai só a metade do esperado (págs. 1 e 33)


Filósofo diz que blog da Petrobras faz terrorismo de Estado (págs. 1, 4 e 5)


Nova lei para direito de resposta na mídia divide opiniões (págs. 1 e 4)


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Folha de S. Paulo


Manchete: Brasil está em recessão

Economia recua pelo 2° trimestre seguido; para Lula, queda de 0,8% foi maior que a esperada

O Produto Interno Bruto do país recuou 0,8% na comparação com o último trimestre do ano passado, que já havia contabilizado uma perda de 3,6%, segundo o IBGE. Pela regra mais universalmente adotada, dois trimestres consecutivos de queda do PIB (soma dos bens e riquezas produzidos por um país) significam que o Brasil entrou em recessão.

A análise dos números do IBGE mostra que a produção de bens de capital, as obras de infraestrutura, as exportações e as importações registraram quedas dignas de depressão econômica. No entanto, mesmo sem o ímpeto de meses atrás, os salários, as compras do dia a dia e serviços básicos como saúde e educação retomaram o crescimento.

A equipe econômica festejou a queda do PIB menor que a prevista pelo mercado. O presidente Lula, porém, considerou o resultado pior do que imaginava; ele esperava retração de até 0,5%. O governo já estuda medidas para estimular setores específicos da economia, como a produção de máquinas e equipamentos e de software e a indústria naval. (págs. 1 e Dinheiro)

Fernando Sampaio: Aumenta chance de a economia não se retrair em 2009

Mais importante que a confirmação da retração do PIB foi a surpresa de ela ter sido de apenas 0,8%. O consumo das famílias e o setor de serviços amorteceram a queda. Aumentou a probabilidade de que, sustentado pelo consumo, o PIB feche este ano sem queda. (págs. 1 e B6)

PM e grevistas entram em confronto na USP

PMs, estudantes e funcionários entraram em confronto que durou quase 80 minutos no campus da USP, na zona oeste de SP. Os policiais ocupam a universidade desde o dia 1° para evitar piquetes dos funcionários em greve, à qual alunos e professores aderiram na quinta.

Os PMs usaram balas de borracha, entre outras armas; os estudantes jogaram pedras e tijolos. Houve cinco policiais e cinco alunos feridos; três pessoas foram detidas e soltas. O governador José Serra diz que o Estado só cumpriu ordem judicial, a pedido da reitoria. (págs. 1 e C1)

Foto legenda: Com livro na mão, grevista entra em choque contra policiais na USP; conflito começou quando os PMs tentaram dispersar protesto contra sua presença no campus

Repetência no ensino médio do país duplica em nove anos

A proporção de estudantes que repetem de ano no ensino médio chegou a 12,7% em 2007, o dobro de 1998, apontam dados do Ministério da Educação divulgados pelo Unicef. Segundo especialistas, os alunos avaliam que a escola falha ao preparar para o mercado de trabalho e para a faculdade.

No ensino fundamental, a repetência passou de 9,7% a 12,1% no período. (págs. 1 e C6)

Pane em SP tira do ar telefones e atendimentos de emergência

Pane na Telefônica deixou diversas regiões do Estado de São Paulo sem chamadas ontem. A falha prejudicou urna série de atendimentos de emergência. O número 190 da PM ficou fora do ar das 9h14 às 10h06, período em que recebe 600 ligações.

De acordo com a empresa, o problema para completar as chamadas ocorreu em parte da rede. A Anatel afirmou ver as falhas "com extrema preocupação". (págs. 1 e C7)

Resgate do voo 447 da Air France chega a 41 corpos

Os 16 primeiros corpos de vítimas do acidente com o voo 447 da Air France chegaram a Fernando de Noronha (PE). Foi iniciado o reconhecimento. Mais 25 corpos (17 recolhidos ontem) estão em outro navio rumo ao arquipélago. Marinha e Aeronáutica mantêm 825 homens nas buscas. (págs. 1 e C9)

Editoriais

Leia "A forma da recessão", que analisa dados do PIB; e "Relíquia do corporativismo", sobre situação de cartórios. (págs. 1 e A2)

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O Estado de S. Paulo


Manchete: Investimento desaba e consumo segura PIB

Queda de 0,8% no trimestre indica recessão, mas já há sinais de leve reação

O PIB do primeiro trimestre de 2009 caiu 0,8% na comparação com o último trimestre de 2008 e 1,8% ante o mesmo período do ano passado. O resultado configura "recessão técnica", mas é melhor do que projetava o mercado. O crescimento dos serviços contrabalançou a forte queda na indústria. No setor de transformação, a contração foi de 12,6% sobre o primeiro trimestre de 2008. A expansão do consumo das famílias e dos gastos do governo neutralizou parcialmente o intenso recuo dos investimentos, que chegou a 12,6% em relação ao último trimestre de 2008 - o maior desde 1996. O presidente Luiz Inácio da Silva se disse “triste" com o resultado. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, defendeu juros mais baixos e novos estímulos setoriais. (págs. 1 e B1 a B8)

Análises

Rubens Ricupero
A impressão é que o primeiro trimestre é um bom augúrio para o resto do ano. (págs. 1 e B8)

Ilan Goldfajn
O que se pode dizer é: estamos na direção certa, mas a passos lentos ainda. (págs. 1 e B6)

Senado usou 300 atos secretos para beneficiar amigos

Sarney diz desconhecer medidas

Levantamento feito por técnicos do Senado nos últimos 45 dias detectou cerca de 300 atos administrativos secretos, alguns deles adotados há mais de 10 anos, relatam os repórteres Rosa Costa e Leandro Colon. Na relação aparecem nomeações de um neto do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e da ex-mulher do deputado Eliseu Padilha (PMDB-RS), além de medidas impopulares como a extensão de assistência odontológica e psicológica vitalícia a cônjuges de ex-parlamentares. Boa parte das decisões teve o sigilo mantido pelo então diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, para agradar aos vários presidentes da Casa desde Antonio Carlos Magalhães. Sarney disse desconhecer a existência dos atos secretos e afirmou defender sua divulgação, porque "a Constituição manda". (págs. 1 e A4)

Neto de Sarney ganhou cargo

Ele tem 22 anos e ainda não completou a faculdade. Mas graças a um ato secreto do Senado por 18 meses ocupou um de seus cargos mais cobiçados, recebendo R$ 7,6 mil mensais. João Fernando Michels Gonçalves Sarney é neto do senador José Sarney. (págs. 1 e A4)

Na USP, conflito deixa 6 feridos

Cinco são policiais; o outro, um aluno, foi atingido por bala de borracha

Uma manifestação de alunos e funcionários da USP em greve acabou em confronto com a Polícia Militar. O distúrbio começou às 17 horas, quando 200 alunos cercaram quatro policiais, que pediram reforços. A Força Tática da PM entrou em ação e disparou balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo. Foram feridos um aluno, atingido por uma bala de borracha, e cinco policiais. Três pessoas foram detidas. A polícia alega ter apenas reagido às provocações dos estudantes. (págs. 1 e A19)

Foto legenda: Confusão - Manifestante corre para evitar o gás lacrimogêneo: PM diz que objetivo da ação era socorrer policiais e que não houve excesso

Irã: Oposição a Ahmadinejad entusiasma as mulheres

As mulheres eram as mais entusiasmadas no comício de Zaghra Rahnavard, mulher de Mir Mousavi, principal adversário de Mahmoud Ahmadinejad na eleição iraniana desta sexta. Ela falou em direitos iguais e em respeito internacional. (págs. 1 e A16)

Foto legenda: Airbus: chegam 16 corpos

Em Fernando de Noronha, militares levam um dos 16 corpos de vítimas do voo 447 da Air France que chegaram ontem ao arquipélago. O total de corpos resgatados chegou a 41. (págs. 1 e C1)

Notas & Informações: Petrobrás tenta intimidar

Com o blog em que publica perguntas de jornalistas e suas respostas, a Petrobrás visa a "matar" as reportagens. E tenta intimidar, ameaçando processar jornais que não reproduzam suas "respostas". (págs. 1 e A3)

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Jornal do Brasil


Manchete: Em recessão, mas não muito

PIB confirma retração, mas queda foi menor do que se esperava
Com o resultado, Banco Central deve reduzir corte da taxa de juros
Consumo das famílias volta a crescer, e indústria freia investimentos

O Brasil entrou em recessão - dois trimestres consecutivos de crescimento negativo. Dados do IBGE mostram que a economia encolheu 0,8% nos primeiros três meses do ano se comparados com o fim de 2008. A queda, porém, fOi mais branda do que o governo e analistas esperavam. O consumo das famílias surpreendeu e voltou a crescer, freando o ritmo da retração. Diante da boa notícia, economistas projetam uma redução menos acentuada da taxa Selic na reunião de hoje do Copom, e avaliam: está perto o fim do ciclo de queda dos juros. (págs. 1 e Tema do Dia A2 a A4)

Recolhidos 41 corpos de vítimas do acidente da Air France

Marinha e Aeronáutica já recolheram 41 corpos de vítimas do voo 447 da Air France, que caiu no Oceano Atlântico com 228 pessoas a bordo. As buscas continuam. Encarregado de descobrir na França as causas da queda do Airbus, Paul-Louis Arslanian investigou o incêndio e queda do Concorde no Aeroporto Charles de Gaulle, em 1999. Suas conclusões até hoje sofrem contestações. A Air France iniciou a substituição de todos os sensores de velocidade dos A330 e A340. (págs. 1 e País A6 e A7)

Educação no país melhora

Relatório divulgado pelo Unicef mostra que o Brasil tem 27 milhões de estudantes em sala de aula, o que corresponde a 97,6% das crianças entre 7 e 14 anos. Mas o documento adverte que a parcela ainda fora da escola (2,4%) representa o expressivo contingente de 680 mil crianças. (págs. 1 e País A5)

Manifestação e tumulto na USP

Policiais militares da tropa de choque de São Paulo enfrentaram ontem estudantes, professores e funcionários da USP, Unesp e Unicamp, que faziam protesto em frente à reitoria da primeira. Bombas de efeito moral foram lançadas e três manifestantes, detidos. (págs. 1 e País A6)

Polícia prende 35 milicianos

Uma megaoperação, reunindo as polícias civil e militar, prendeu ontem 35 pessoas acusadas de pertencerem a milícias incluindo 19 policiais - na Zona Oeste do Rio. Segundo o secretário José Mariano Beltrame, a operação desmontou a milícia Liga da Justiça. (págs. 1 e Cidade A15)

JB Concursos

IBGE, Finep, TCU, Anac e DNIT inscrevem para níveis médio e superior. Salários chegam a R$ 9.849. (págs. 1 e Caderno Especial)

Sociedade Aberta

Alcides Domingues Leite
Economista

Dado é grave, mas país não entrou no círculo de menos renda, emprego e consumo. (págs. 1 e A4)

Sociedade Aberta

Candido Mendes
Cientista político

Obama planeja superar velhos colonialismos internacionais. (págs. 1 e A9)

Sociedade Aberta

Francis Bogossian
Engenheiro

A Petrobras incentiva as empresas nacionais. (págs. 1 e A17)

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Correio Braziliense


Manchete: Recessão vem fraca e juro cairá menos

Produto Interno Bruto do Brasil cai 0,8% entre janeiro e março, segundo o IBGE. O número veio melhor do que o esperado por bancos e economistas. A performance acima das expectativas se deu por conta das medidas lançadas pelo governo no início do ano para estimular o consumo das famílias. E, pelo fato de a situação não estar tão ruim como se pensava, o Banco Central vai reduzir o ritmo de queda dos juros básicos da economia. A nova taxa, a ser anunciada hoje à noite, sofrerá um corte entre 0,5 e 0,75 ponto percentual nos atuais 10,25% ao ano. Até então, esperava-se redução bem maior, de até um ponto, como forma de acelerar os negócios e tirar a economia do atoleiro. Em qualquer cenário, porém, o Brasil vai experimentar pela primeira vez em 30 anos uma taxa de juros de um dígito, mais próxima dos países desenvolvidos. (págs. 1, Tema do Dia, 12 a 14, e Visão do Correio, 18)

A reconstrução do Planalto

Máquinas e operários constroem estacionamento subterrâneo para 500 carros no terreno anexo ao Palácio do Planalto. Por causa da reforma, presidente e 330 assessores vão despachar no CCBB até o ano que vem (págs. 1 e 25)

Peritos começam a identificar as vítimas do AF-447

Especialistas brasileiros iniciaram ontem a pré-identificação de 16 corpos de passageiros em Fernando de Noronha. Equipes receberão ajuda de franceses no Recife. Militares anunciaram o resgate de mais 17 vítimas, e número de pessoas encontradas chega a 41. Air France acelera troca de sensores de velocidade. (págs. 1, 8 e 9)

Sociedade: Educação melhora, mas não para todos

Crianças e adolescentes das periferias urbanas e da zona rural têm maior defasagem escolar, aponta Unicef. (págs. 1 e 10)

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Valor Econômico


Manchete: PIB supera expectativa e juros futuros sobem

A primeira reação após a divulgação do PIB do primeiro trimestre - queda de 0,8% em relação ao trimestre anterior, número melhor do que previam os analistas mais otimistas - foi a alta dos juros futuros. A taxa para o fim do ano avançou de 9,15% para 9,29%. O CDI para janeiro de 2011 subiu de 9,93% para 10,37%. E o swap de 360 dias aumentou de 9,40% para 9,68%.

Isso ocorreu porque entendeu-se que a resistência demonstrada pelo mercado interno aos choques vindos de fora pode levar o Copom, cuja última reunião do semestre termina hoje, a ser mais conservador. Até segunda-feira, as apostas mais naturais eram as de corte de juros de 1 ponto percentual, o que reduziria a Selic para 9,25%. Após a divulgação do PIB, essa hipótese foi descartada, prevalecendo a previsão de redução de 0,75%, com cenário alternativo de 0,50%. (págs. 1, C2, D2 e A4)

Cresce o uso de emendas 'alienígenas' em MPs

A permissão para a Eletrobrás construir usinas no exterior e ser majoritária em consórcios com a iniciativa privada surgiu com "emenda-contrabando" em Medida Provisória que autorizava o Tesouro a resgatar antecipadamente títulos da dívida para fundos de previdência estaduais. A dispensa de licença ambiental prévia para obras como pavimentação e duplicação de rodovias foi incluída em MP que tratava do Fundo Soberano. Na MP que permitia aos mutuários quitar antecipadamente financiamento habitacional, vários partidos se uniram e apresentaram a mesma emenda 19 vezes alterando o texto das advertências do Ministério da Saúde nas embalagens de leite.

Apesar da legislação proibi-lo, o expediente avançou no vácuo legislativo criado pela proliferação de MPs, substituindo os projetos de lei como principal mecanismo de parlamentares para fazer avançar propostas de sua autoria. Além de ministérios e autarquias, até a oposição se vale do artifício. O presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), anunciou ontem que recusará, a partir de agora, as emendas incluídas por parlamentares em MPs que não tratem de assunto pertinente à proposta original. (págs. 1 e A12)

Os desafios das fusões na área de TI dos bancos

Claudio Almeida Prado, 45 anos, e Alexandre Barros, 52 anos, têm em comum algo mais do que o hábito de correr. São os executivos à frente da integração tecnológica que envolve as duas maiores fusões de bancos da história do país. Almeida Prado, no Santander, toca a integração tecnológica com o Real, iniciada em setembro do ano passado, que envolve um parque de 55 mil computadores e 1,8 mil servidores, além de uma estrutura de mainframes, os supercomputadores. Sua equipe tem 2 mil funcionários diretos ligados à TI e outros 3 mil profissionais terceirizados.

Os números com os quais trabalha Alexandre Barros, no Itaú-Unibanco, também impressionam: 6 mil profissionais próprios na área de TI e outros 2 mil colaboradores externos, uma área com orçamento de R$ 3 bilhões neste ano. (págs. 1 e B1)

Coca-Cola avança no sertão do NE

A Coca-Cola Guararapes, engarrafadora da Coca-Cola Company, de Atlanta (EUA), quintuplica a produção de refrigerantes na unidade de Petrolina (PE) para 90 milhões de litros por ano com a implantação de uma linha de garrafas PET. A meta é atender a crescente demanda no sertão de Pernambuco e da Bahia.

A fábrica só produzia bebidas em embalagens de vidro, cujos preços mais baixos se encaixavam melhor no bolso sertanejo. As garrafas PET tinham de percorrer 700 km de caminhão até Petrolina, vindas de outras fábricas no litoral pernambucano. O aumento do consumo, com a melhoria na renda na região, fez a Guararapes deslocar a produção de PET para o interior, onde elas já representam 65% do consumo, diz Luís Delfim, presidente da engarrafadora. (págs. 1 e B4).
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http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Sinopses&Tarefa=Exibir
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