PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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valor ...ria...nine

folha gmail df1lkrha

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quinta-feira, janeiro 22, 2009

XÔ! ESTRESSE [In:] "YES, I LIKE SO MUCH!!!"

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SENADO & SENADORES: O MORTO MUITO VIVO

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Monumento à obsolescência


Dora Kramer


De volta à planície depois do discurso de posse de Barack Obama celebrando a tolerância, a coragem, a honestidade, a lealdade e o patriotismo entre outros valores caros à humanidade, Brasília nos oferta a volta de Renan Calheiros à cena, por intermédio do ex-presidente (da República, do Senado, da Arena, do PDS) José Sarney.

É de se perguntar: é tudo o que o Parlamento tem a oferecer ao cidadão brasileiro? Duas décadas e tanto de democracia plena e consolidada, inserção do Brasil na economia global, quebra de monopólios, ampliação do acesso a bens e serviços, formação de uma sociedade mais crítica, provas institucionais vencidas com louvor, nada parece afetar a firmeza do anacronismo na política.

Aquela velha esperteza do vai não vai, do dito pelo não dito, do jogo de simulações, ainda é saudada como demonstração de grande habilidade, digna de louvor e reconhecimento, quando se trata, na realidade, de um legítimo monumento à obsolescência.

O problema não é a pessoa do senador José Sarney, mas o uso que ele aceita que se faça da figura de um ex-presidente da República de reconhecido valor pelo papel exercido na transição democrática, com dotes de moderação e equilíbrio que já prestaram bons serviços ao país.

Não é admissível que agora se ponha a serviço de um senador envolvido em denúncias graves, obrigado por causa delas a renunciar ao mandato de presidente do Senado e salvo da cassação por conta da indulgência de seus pares e pelo que há de mais arcaico na política brasileira: a conjugação do fisiologismo com o corporativismo.

O senador Sarney desponta – faltando mais de 10 dias para a eleição – como o favorito. É bem possível que venha a se eleger porque conta com a maioria dos votos de seu partido, o PMDB, e até agora com a reverência de boa parte da oposição, DEM e PSDB.

Nem tucanos nem democratas ignoram os fatos subjacentes à alegação formal de que, sendo a maior bancada, o PMDB tem todo o direito de reivindicar a presidência da Casa. Sabem muito bem que o jogo se dá em torno de uma disputa de hegemonia dentro do PMDB entre o grupo que durante o primeiro mandato de Lula prevaleceu na condução dos negócios governamentais do partido sob o comando de Renan e Sarney e a ala que aderiu na reeleição, sob a liderança de Michel Temer e Geddel Vieira Lima.

Ambos os lados lutam pelo lugar de interlocutor privilegiado deste e do próximo governo. PSDB e DEM confrontaram Renan Calheiros e o exortaram a deixar a presidência do Senado, imagina-se que convencidos da veracidade das denúncias que o atingiam.

Como ficam diante da sociedade emprestando os respectivos apoios à volta do canto da antiga musa? Darão o dito pelo não dito? Dirão que não sabiam dos detalhes? Alegarão que a História absolveu Renan Calheiros? Neste caso, ficam devendo desculpas ao senador por tudo o que disseram dele naqueles terríveis meses de 2007, da denúncia até a renúncia.

Oficialmente, justificam que não é politicamente interessante para a oposição dar ao PT a presidência do Senado em período pré sucessão. Paralelamente apostam no rompimento da aliança PT-PMDB, se incentivarem o apoio a Sarney contra o petista Tião Viana, pondo em risco a eleição do presidente do PMDB, Michel Temer, para a presidência da Câmara.

Estrategistas de fancaria. Ou dissimulados, porque ainda que o mundo se acabe, o PMDB não romperá com o governo faltando dois anos, cinco ministérios, presidências e diretorias de estatais para terminar o mandato de Lula.

Reserva técnica

Pelo balanço que exibiu a carruagem, o presidente do Senado, Garibaldi Alves, jamais foi de fato candidato à reeleição. Esteve para a candidatura de José Sarney mais ou menos como a ministra Dilma Rousseff está para o campo governista na sucessão de 2010.

Em domicílio

Consta que o governador Aécio Neves ficou aborrecido com o governador José Serra por causa da nomeação do ex-governador Geraldo Alckmin, agora secretário estadual de Desenvolvimento.

A razão, segundo as versões correntes, residiria na frustração da expectativa de Aécio de ter em Alckmin um arrimo na luta interna pela legenda do PSDB à Presidência da República.

Mas a razão – no sentido de racionalidade – não sustenta a possibilidade de Aécio de fato esperar que Alckmin possa apoiar um candidato de Minas em detrimento de um nome paulista.

O mesmo compromisso com o eleitor de origem que faz Aécio se apresentar como candidato levaria Alckmin necessariamente a ficar, no máximo, neutro. A menos que estivesse pensando em mudar de domicílio eleitoral.

Só que o primeiro a saber disso é o próprio Aécio Neves, cujos aliados, ao transmitir a insatisfação do governador com a cooptação de Alckmin, devem estar querendo passar outra mensagem Por ora indecifrável.

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http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/colunistas/conteudo.phtml?tl=1&id=849496&tit=Monumento-a-obsolescencia

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ELEIÇÕES 2010: FAÇAM SUAS APOSTAS!!!

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Lobos perdem as rugas, mas não a manha!


José Nêumanne

Muitos têm sido os exemplos recentes da natureza eleiçoeira de nossa democracia: a 20 meses de eleições, não há agente público neste país que não tenha armado sua jogada para as disputas de 2010, mas nenhum deles expõe suas cartadas aos olhos da multidão.

A emenda à Constituição pondo fim à reeleição e aumentando o mandato presidencial para cinco anos, por exemplo, resolve um problema interno do PSDB, que, como de hábito, tem dois candidatos fortes que se esmeram em enfraquecer um ao outro, na esperança de que o eleitor os resgate no processo eleitoral. Os governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas, Aécio Neves, têm interesse na matéria, que passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, já que ela seria uma forma de um garantir ao outro a possibilidade de, preterido agora, candidatar-se em seis anos. Gente precavida! Será? Só uma alma ingênua e ignorante de nossa Realpolitik desprezaria a possibilidade de o pretendente de hoje, se galgar o poder com a regra, mudá-la e ressuscitar a reeleição em 2014: o único cânon imutável do mandonismo brasileiro é o de abolir todas as normas perenes. Se enxergassem um palmo além da própria ambição, os dois tucanos perceberiam que tal lei ainda vige. E mais: o presidente do PPS, deputado Roberto Freire (PE), tem apregoado a todos os ventos (e em todos os desertos) que este casuísmo é incentivado pelos governistas, empenhados em abrir uma brecha, seja para um novo mandato para Lula (com mais cinco, e não quatro anos), seja para esticar o atual em mais 12 meses, usando a tática do "se colar, colou".

Nem a velhinha de Taubaté ignora o sonho de Sua Excelência Excelentíssima de não sair do trono. Para começo de conversa, será subestimar o engenho político de Lula não perceber que, se fossem francas suas afirmações de que não pretende ficar, ele teria apontado em sua grei alguém com mais chances de derrotar Serra ou Aécio que a ex-guerrilheira Dilma Rousseff. Ora, direis, a cirurgia plástica a que ela se submeteu é o primeiro indício de que há um projeto para valer em torno dela. Difícil será resistir a dois comentários cínicos a respeito: pode ser que a operação tenha amenizado as feições da chefe da Casa Civil, mas dizer que a embelezou será um caridoso exagero retórico; e, se mudança no visual levasse à vitória em eleições, a venerada Dercy Gonçalves e Marta Suplicy não perderiam uma sequer. Cirurgias plásticas mais bem-sucedidas que as feitas nas citadas já teriam tornado a primeira-dama, dona Marisa Letícia, nossa própria versão da argentina Cristina Kirchner. E ainda: se falta de formosura levasse à perda de voto, o presidente da República não teria vencido as eleições que venceu. Igualmente o sucesso eleitoral recente de José Serra não pode ser justificado pelos "belos" olhos emoldurados por suas fúnebres olheiras. Num rasgo excepcional de boa vontade, é possível recorrer ao precedente Pitta para vislumbrar alguma chance de, sendo realmente a candidata in pectore do presidente, a chefe da Casa Civil, sem liderança alguma no partido mandante, o PT, ser o mais recente e surpreendente poste de sucesso na democracia brasileira.

Há, contudo, um obstáculo maior para Dilma que o favoritismo de Serra e o charme de Aécio: é a ânsia de ficar - se não de Lula, pelo menos dos componentes da aliança que se refestela no poder. O chefe do governo não se cansa de negar a vontade de voltar a disputar uma eleição, mas não há força humana (e, ao que parece, nem divina) que o faça descer do palanque. Está certo que ele fez vazar na imprensa que desautoriza a mão-de-gato do fim da reeleição, pondo, assim, ponto final nesta manifestação de neocontinuísmo. Mas logo foi à Venezuela e, a pretexto de apoiar seu compadre Hugo Chávez, abusou dos próprios conhecimentos sobre a cultura do país vizinho para defender a reeleição ilimitada deste, enquanto o povo de lá assim o desejar. A teoria, transplantada para o lado de cá da fronteira, encontra a versão para o português da nova ortografia na boca do presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia, sempre disposto a exibir sua condição de serviçal das ambições cortesãs. Por falar nisso, nunca o chefe do governo brasileiro desautorizou a emenda constitucional que permitiria a segunda reeleição, da lavra de seu amigo do peito Devanir Ribeiro, também do PT paulista.

Mesmo, contudo, se nosso líder cultivasse a mais rara das virtudes entre gestores públicos - a sinceridade -, remanesce contra a hipótese Dilma uma das manifestações políticas mais permanentes de nossos regimes, sejam civis ou militares: o queremismo. Foi esta vontade de querer manter alguém para continuar mamando nas tetas da viúva que, em 1950, devolveu o poder ao ex-ditador deposto Getúlio Vargas e ampliou os mandatos dos generais Castelo Branco e João Figueiredo, na vigência da ditadura militar de 1964, e do civil José Sarney, antes que a inflação reduzisse a pó a popularidade gozada por seu simpático bigode. Hoje, entre os beneficiários de uma eventual prorrogação por um, quatro ou cinco anos do statu quo lulista, o vice que a diverticulite levou ao topo faz parte da casta que planeja, nas catacumbas do poder, a preservação do chefe e a cristianização (que jogou o pessedista mineiro Cristiano Machado no lixo da história na eleição em que Getúlio venceu Eduardo Gomes) da "megagerenta" que não virou miss.

Casuísmo, queremismo e cristianização: nossos políticos adotam o conselho do príncipe Salina, protagonista de O Gattopardo, de Giuseppe di Lampedusa, de fingir que querem mudar para que nada mude. Como o lobo do ditado, eliminam as rugas, mas nunca perdem a manha. E, como sabem que Albert Camus tinha razão ao pôr na boca de Calígula (em cartaz em São Paulo) que as facas "continuam as mesmas, só mudam os afiadores", seu único projeto é continuar afiando.
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José Nêumanne, jornalista e escritor, é editorialista do Jornal da Tarde.
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090121/not_imp310422,0.php
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DEMÓSTENES TORRES: BATTISTI, ITÁLIA e BRASIL

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Bandidos são bem-vindos


Quando o terrorista Cesare Battisti foi preso em Copacabana há quase dois anos, a Polícia Federal recebeu distinta consideração do governo italiano de centro-esquerda de Romano Prodi pela brilhante operação feita em conjunto com o serviço de inteligência francês. Agora é o Brasil quem passa recibo da sua falta de seriedade política ao conceder refúgio a notável bandido. De sobra complica as relações com a Itália de Silvio Berlusconi, por acaso país que gerencia atualmente o G8, grupo a quem prestamos vassalagem.

Sinceramente não me surpreendi com a decisão do governo brasileiro. Durante todo o período em que Battisti ficou preso foi alimentada pelo lulismo uma rede de solidariedade ao criminoso. De dentro do Ministério da Justiça converteram a condição de terrorista foragido das Justiças da Itália e da França em apelo dos direitos humanos. Houve passeata, moções de apoio, visita de parlamentares com audiência no cárcere enquanto várias ONGs, todas financiadas pelo governo Lula, se encarregaram de pedir a libertação do “filósofo e escritor Cesare Battisti.”

Conseguiram mais que isso, pois além de voltar à aprazível praia do Rio de Janeiro, o terrorista italiano ainda terá a proteção do governo brasileiro. Vai ganhar carteira de identidade e verá suspenso o seu processo de extradição, conforme determinação da legislação nacional. O interessante mesmo são hermeneutas de última hora a comentar da legitimidade da decisão do Ministro da Justiça de dar boa vida ao bandido. Argumentam, por exemplo, que Battisti é perseguido político porque foi julgado à revelia pela co-autoria de quatro assassinatos.

Assim considerado, o instrumento processual da revelia se torna uma iniqüidade, quando é um meio de defesa da sociedade contra bandidos que fogem da cadeia para não enfrentar o processo penal, como foi o caso deste terrorista, foragido da Itália desde 1981. Aliás, o filósofo Cesare Battisti é um criminoso completo, com amplas habilidades de realizar atentados, assaltos, homicídios e fugas. Trata-se de um bandido comum, que na década de 1970 liderou uma das facções das Brigadas Vermelhas, grupo terrorista que infernizou a vida dos italianos. Isso em plena democracia.

Eu ainda me recordo perfeitamente do drama do seqüestro e assassinato do ex-primeiro-ministro da Itália, Aldo Moro, realizado pelas Brigadas Vermelhas. Crime que, por sinal, promoveu uma guinada no tratamento que o governo italiano dava ao combate ao terrorismo e resultou na prisão de Cesare Battisti, entre outros. Esse cidadão sabe tanto de malandragem que escolheu o lugar certo para se esconder. Só no Brasil um marginal de altíssima periculosidade poderia adquirir a condição de refugiado político. Ainda há um estoque grande de bandidos internacionais que serão bem-vindos: Fidel Castro, Kim Yong-il, Muamar Al Kadafi, Robert Mugabe e um certo Hugo Chávez, depois que for defenestrado do poder.

Demóstenes Torres é procurador de Justiça e senador (DEM-GO).

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http://oglobo.globo.com/pais/noblat/post.asp?t=bandidos-sao-bem-vindos&cod_Post=155105&a=111

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OBAMA E DEMOCRACIA: LÁ E CÁ

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Obama lá, Lula cá




(Adriana Vandoni)



Foi sim comovente a posse de Barack Obama. Aliás, ualquer alternância de poder em um regime democrático me mociona. Mas não deposito nele as esperanças do mundo.

Esperança de que, afinal de contas? Me parece que estão tentando criar um sentimento que beira uma histeria

esquerdopata.


Ah, é um negro que chegou ao comando da mais importante nação do mundo. Sem dúvida que sim, aliás, algo só possível de ser visto em uma democracia madura como dosEstados Unidos. Mas Obama não enceu as eleições por representar uma cor de pele. Venceu por ter dito o que o eleitor queria ouvir naquele momento.

Tenho verdadeiro asco dessa conotação racial que tantos tentam entrouxar em nossas

cabeças. Acho que é menosprezar sua capacidade. Ele foi eleito porque o povonorte-americano é suficientemente desenvolvido para fazer sua escolha independente de gênero ou raça. Isso só existe na cabeça latina, em especial “das zesquerda” latina. Ao povo de lá um brinde e o agradecimento por mostrar ao mundo o que é democracia.

Quanto à esperança de mudança... pela formação do seu governo ele sinalizou que é Diferente de Bush sim, é menos beligerante, mas não é totalmente contra o governo de Bush. Disse em seu discurso que vai mudar o que achar ruim e continuar o que achar bom. Básico!

Na parte que nos toca entram os acordos comerciais. Obama já deu inúmeras demonstrações de que nesse sentido é muito mais para protecionista que qualquer outra coisa.

Ontem vi o comentário de uma analista, não consegui saber seu nome, mas pelo estilo era uma legítima representante “das zesquerdas latinas”. Em seu comentário só faltou ela afirmar que com Obama na presidência os Estados Unidos se tornariam um imperialismo muito menos imperialista como nunca antes na história.

Ora! Outro argumento, este vem de Zé Dirceu (que está adolescentemente nos EstadosUnidos fazendo intercambio para aprender inglês), diz ele que “Depois de mais de 40 anos, os americanos tem, de novo, umpresidente que representa o povo e a esperança de dias melhores”.


Então fica assim, os outros não representavam a vontade do povo, não foram escolhidos pelo povo e não simbolizavam a esperança dias melhores. De certo foram escolhidos através do voto, durante uma "crise de masoquismo coletiva". É muito maniqueísmo pro meu gosto! Ora, não gosto de Lula nem do seu governo, mas sei que foi alçado ao poder através da via democrática e por isso representa o povo sim. Fazer o que?


Enfim, que Barack Obama seja bem vindo e que consiga enfrentar os enormes desafios que tem pela frente. É mais um presidente a comandar os Estados Unidos.

(*)
O santinho Obama veio do blog do Roberto Romano

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http://arquivoetc.blogspot.com/

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BARACK OBAMA: UM NORTE PARA O NORTE

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O norte do governo Obama


Se o desempenho de um chefe de governo pudesse ser deduzido a partir do seu discurso de posse, George W. Bush teria sido o presidente que não mediria esforços para "construir uma nação una de justiça e oportunidade", sob os princípios da "civilidade, coragem, compaixão e caráter". No exterior, os Estados Unidos se conduziriam com "determinação sem arrogância", pregando "os valores que deram origem à nação americana". Famosas primeiras palavras, é o caso de lamentar. Advertem, por isso mesmo, contra a imprudência de tomar a fala inaugural de Barack Obama como guia para prever, se não as suas ações, pelo menos as linhas gerais de sua conduta na Casa Branca. Difícil resistir, no entanto, à tentação. Obama é uma dessas figuras públicas que emergem de raro em raro nas quais não se distingue o sujeito do verbo: o que ele é e o que ele diz formam um amálgama em que uma biografia singular e uma personalidade arrebatadora ganham vida pela voz.

Deriva daí, mais até do que o bom gosto da retórica dos pronunciamentos, o senso de autenticidade e a força inspiradora que emanam de suas mensagens. E é o que anima a procurar na mais aguardada de todas, por ser a da estreia do mais improvável presidente da história americana, os indícios que permitam intuir se Obama será de fato o estadista que se mostre efetivamente capaz de "refazer a América". Essa foi a meta maior com que ele se comprometeu - a rigor, o tema memorável que, segundo os críticos, teria estado ausente de seu discurso de 20 minutos, como de hábito sóbrio nas palavras, claro nos conceitos, elegante na cadência, sereno na leitura e, sobretudo, respeitoso com a inteligência alheia. E assim, sem estardalhaço nem estridência, ele anunciou o que será o norte de seu governo, ao mesmo tempo que demolia a era Bush (enquanto, ao lado, o já ex-presidente parecia um corpo estranho no seu país transfigurado).

"Neste dia, estamos reunidos porque escolhemos a esperança em vez do medo, a unidade de propósitos em vez do conflito e da discórdia", declarou aos 2 milhões de compatriotas que o ouviam, concentrados como que diante de um conferencista, sob o frio glacial do inverno de Washington. "Neste dia, viemos proclamar o fim dos amargores mesquinhos e das falsas promessas, das recriminações e dos dogmas gastos que por demasiado tempo sufocaram nossa política." A certeza da mudança parecia pairar sobre o vasto espaço entre a sacada do Capitólio e o obelisco do memorial a Abraham Lincoln, quando Obama denunciou a rationale do bushismo para a tortura, autorizada explicitamente pela Casa Branca, de suspeitos de conspirar contra os Estados Unidos. "Rejeitamos como falsa a escolha entre nossa segurança e os nossos ideais. Não renunciaremos, em nome da conveniência, aos ideais (o primado da lei e os direitos do homem) dos nossos Pais Fundadores."

Não menos do que governantes medíocres, aspirantes a estadistas também podem se descobrir na conjuntura mundial à mercê de eventos imprevisíveis e desdobramentos incontroláveis. E só depois que as surpresas se apresentam é possível separar os primeiros dos segundos. Mas há muito de substantivo nas palavras de Obama para autorizar a expectativa de que, sob a sua liderança, o restabelecimento de relações dignas entre os Estados Unidos e o sistema internacional fortalecerá a estabilidade, limitando os riscos e as incertezas. "Pois o mundo mudou e precisamos mudar com ele", argumentou. Ao mudar, os Estados Unidos estarão "prontos para liderar novamente (?) com sólidas alianças e convicções duradouras". Virando a página do supremacismo erigido em doutrina nos anos Bush, Obama ressaltou que "a nossa força, por si só, não basta para nos proteger, nem nos autoriza a agir como queiramos".

Com circunspecção, lembrou aos que buscam alcançar os seus objetivos "provocando o terror e assassinando inocentes", que eles "não podem nos superar, e nós os derrotaremos". Mas desde já estende a mão "aos que estiverem dispostos a abrir o punho" - uma oferta que não tardará a enfrentar o teste da realidade, no Irã, por exemplo. É do interesse do mundo civilizado que o patrimônio de boa vontade e admiração global com que Obama assume o leve a tomar decisões de política externa coerentes com as suas auspiciosas formulações.
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http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090122/not_imp311050,0.php
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BANCO CENTRAL: MENOS CENTRAL, MAIS REAL

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BC surpreende e corta 1 ponto no juro


Fernando Nakagawa


No corte de juros mais agressivo dos últimos cinco anos, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) baixou em 1 ponto porcentual a taxa básica da economia (Selic), para 12,75% ao ano. A última vez em que o BC reduzira a Selic nessa magnitude foi em dezembro de 2003. A decisão pegou a maioria dos analistas de surpresa, uma vez que a aposta majoritária do mercado era em um corte de 0,75 ponto.

Apesar disso, o Brasil manteve a liderança do ranking mundial do juro real (que desconta a inflação projetada para os 12 meses seguintes), com taxa de 7,6% ao ano. Em segundo lugar está a Hungria, com 5,8% e, em terceiro, a Argentina, com 5,1%.

Em comunicado divulgado após a decisão, os diretores do BC afirmam que "o comitê inicia um processo de flexibilização da política monetária, realizando de imediato parte relevante do movimento da taxa básica de juros".

Segundo o texto, o corte de 1 ponto não trará "prejuízo para o cumprimento da meta para a inflação". Na reunião, cinco diretores votaram pelo corte de um ponto e três optaram por uma decisão mais comedida, com redução de 0,75 ponto.

Na última vez em que o BC cortou o juro em 1 ponto, o contexto econômico era completamente diferente. De junho a dezembro de 2003, no primeiro ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o juro caiu 10 pontos. A redução era respaldada pela melhora dos indicadores de confiança do investidor estrangeiro, que, meses antes, demonstrara grande desconfiança com o resultado das eleições de 2002.

Agora, a situação é oposta. Em meio aos efeitos da crise financeira mundial sobre a economia brasileira, o Banco Central tem sido alvo de inúmeras críticas de dentro do próprio governo e do mercado.

Para os críticos, o desaperto monetário deveria ter começado no fim de 2008, para tentar atenuar o impacto da crise. Até o presidente Lula tocou no assunto e, nos bastidores, passou a agir mais fortemente a favor da redução dos juros e dos spreads bancários.

No mercado, a expectativa de um corte maior da Selic ganhou força nos últimos dias com a divulgação de dados que surpreenderam analistas. A deflação do início do ano e a queda da atividade econômica levaram o mercado a refazer as contas e muitos passaram a apostar em um BC menos conservador na primeira reunião do ano.

Vale lembrar que em dezembro foi exatamente a falta de definição sobre a trajetória da inflação e da atividade econômica que fizeram o comitê optar pela manutenção da taxa. Na ata daquela reunião, no entanto, o BC já havia indicado que poderia reduzir os juros a partir de janeiro. O que não se podia prever, porém, era o tamanho do corte.

Na inflação, o que mais chamou a atenção nos últimos dias foi o Índice Geral de Preços ao Mercado 10 (IGP-10), que teve queda de 0,85% em janeiro. Na visão dos analistas, o indicador anulou qualquer preocupação com os preços e enterrou a possibilidade de que a alta do dólar - outro reflexo da crise - pudesse ser repassada aos preços. O possível repasse do dólar era um dos motivos do conservadorismo do BC.

Ao mesmo tempo, a atividade econômica dá sinais claros de que está patinando. Em novembro, as vendas no varejo caíram 0,7% na comparação com outubro, na segunda queda seguida do indicador. Mas o que causou a maior preocupação foram os números do emprego formal. Segundo o Ministério do Trabalho, 654 mil empregados perderam o emprego em dezembro, pior mês da história do indicador.
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http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090122/not_imp310912,0.php
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''QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?''

22 de janeiro de 2009

O Globo

Manchete: Obama congela salários, limita o lobby e intervém em Guantánamo
Prisão será fechada em um ano e julgamentos ficarão suspensos por 120 dias

No primeiro dia de trabalho como presidente dos Estados Unidos, Barack Obama sinalizou ao país que nada será como nos últimos anos em termos de gestão governamental. Ele assinou uma ordem executiva determinando o congelamento de salários para os funcionários que ganham acima de US$ 100 mil por ano, restringiu a ação de lobistas em órgãos públicos e criou um processo sem precedentes de transparência no fluxo de informações. Obama assina hoje a ordem de fechamento da prisão de Guantánamo, em Cuba, e a suspensão dos julgamentos por 120 dias. "Transparência e império da lei serão a base desta Presidência", disse. Numa nova sabatina no Senado, Timothy Geithner indicado por Obama como secretário do Tesouro, pediu desculpas por erros na dedução de impostos, mas ainda não foi confirmado no governo. (págs. 1, 27 a 31, Míriam Leitão, Merval Pereira e Veríssimo)

Mangabeira critica foco do Bolsa Família (págs. 1 e 3)

BNDES socorrerá Petrobras com até R$ 20 bi
Medida ajuda estatal a obter recursos para o pré-sal em hora de escassez de crédito, informa Ancelmo Gois. (págs. 1, 16 e 17)

Pela 1ª vez em 13 anos, cai o déficit da Previdência (págs. 1 e 23)

Favelas terão R$ 60 milhões do Pronasci (págs. 1 e 14)

Negócios & Cia

Flávia Oliveira: Orçamento da prefeitura terá ajuste de R$ 630 milhões por causa da crise (págs. 1 e 24)

GM perde para Toyota posto de maior montadora do mundo (págs. 1 e 26)

Portugal segue Espanha e também é rebaixado (págs. 1 e 25)

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Folha de S. Paulo

Manchete: Juro cai 1 ponto; BC indica mais cortes
Taxa básica fica em 12,75%, ainda uma das mais altas do mundo, na maior redução desde novembro de 2003

O Banco Central anunciou redução de um ponto percentual nos juros básicos da economia, que a partir de hoje passam para 12,75% ao ano. Foi a maior redução de uma única vez desde novembro de 2003. A instituição sinalizou cortes para os próximos meses. Foi também o primeiro corte da taxa Selic promovido pelo Copom (Comitê de Política Monetária do BC) desde setembro de 2007. Em comunicado, o BC afirmou que, em meio a forte pressão política, a decisão foi técnica e não coloca em risco o controle da inflação.

De acordo com o texto, a redução em um ponto percentual não foi unânime, com 3 dos 8 diretores defendendo queda de 0,75% ponto. Demissões em vários setores aumentaram a pressão do setor privado e da União sobre o BC. O Copom volta a se reunir em março. A redução da Selic não deverá ser seguida de queda na mesma velocidade dos “spreads” (quanto os bancos cobram para repassar o dinheiro aos seus clientes). Sob a pressão do Planalto, Banco do Brasil e Caixa também cortaram juros de modalidades de crédito. (págs. 1 e B1)

Ciência

Para ministro, corte de 18% do orçamento é irresponsável. (págs. 1 e A16)

Setor que mais demitiu teve mais verba do BNDES

O setor da indústria que mais demitiu no último bimestre de 2008, o de alimentos e bebidas, foi o que obteve mais recursos do BNDES (R$ 8,6 bilhões, 11% do total de janeiro a novembro) informaram Julianna Sofia e Juliana Rocha. Ao longo de 2008, o segmento foi o que mais contratou, criando 57,5 mil postos; no fim do ano, porém, com a crise, fechou 123,2 mil vagas. A associação das indústrias do setor diz não ter dados suficientes para comentar. (págs. 1 e B4)

Dinheiro

Volume de cheques devolvidos é o segundo maior desde 1994. (págs. 1 e B5)

Editoriais

Leia "Na corda bamba", sobre discurso de posse de Obama; e "Integrar para fiscalizar", acerca de extração de madeira. (págs. 1 e A2)

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O Estado de S. Paulo

Análise
Celso Ming: O problema não são os juros básicos, é o spread, tem advertido o presidente do BC, Henrique Meirelles. Os juros básicos podem cair a níveis civilizados, mas, se o spread continuar como está, o problema continua sem solução. (págs. 1 e B2)

Governo Serra começa 2009 com cofre cheio

A arrecadação estadual paulista bateu na casa de R$ 64 bilhões em 2008, um crescimento inédito de 20% em relação ao ano anterior, informa Sonia Racy. (págs. 1 e D2)

Gigante estrangeira acha petróleo no pré-sal

A americana ExxonMobil confirmou a descoberta de indícios de petróleo no bloco BM-S-22, única concessão do pré-sal da Bacia de Santos em que ainda não havia poços perfurados. A empresa não deu detalhes sobre o volume descoberto, mas a expectativa é de potencial equivalente ou superior a Tupi, onde a Petrobrás já confirmou a existência de reservas de 5 bilhões a 8 bilhões de barris. (págs. 1 e B9)

Obama suspende julgamentos de Guantánamo

Em seu primeiro dia como presidente dos EUA, Barack Obama mandou suspender as comissões militares criadas por George W. Bush para julgar prisioneiros acusados de terrorismo em Guantánamo. A agenda ainda incluiu telefonemas aos principais líderes do Oriente Médio - aos quais prometeu se empenhar pela paz. No front interno, Obama tomou a decisão de congelar os salários dos funcionários públicos mais bem pagos e baixou regras duras para que lobistas tenham acesso à Casa Branca. (págs. 1 e A8)

Artigo: É preciso escrever uma história nova

Thomas Friedman: A eleição de um negro não pode ser o último paradigma que quebramos. Temos de aceitar o desafio. (págs. 1 e A11)

Artigo: Discurso une EUA, mas não o mundo

Timothy Garton Ash: Obama pode reconstruir os Estados Unidos. Mais difícil será reformar o mundo sob sua liderança. (págs. 1 e A13)

Notas e informações: O norte do governo Obama

Há muito de substantivo nas palavras de Barack Obama para autorizar a expectativa de que, sob sua liderança, haverá o restabeleclmento de relações dignas entre os EUA e o sistema internacional. (págs. 1 e A3)

Volta à realidade

Dora Kramer: Após o belo discurso de Obama, o que Brasília oferece é Renan.(págs. 1 e A6)

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Jornal do Brasil

Sociedade aberta
Luiz Gonzaga Belluzzo: Os juros brasileiros estão fora do lugar há bastante tempo por culpa do BC. (págs. 1 e A20)

Sociedade aberta

Zeina Latif: Corte da taxa não é salvador quando o canal de crédito está travado. (págs. 1 e A20)

Mais mortes por culpa do álcool

Estudo do Ministério da Saúde constatou que houve aumento no número de mortes por doenças relacionadas ao consumo de bebidas alcoólicas. O índice passou de 10,7 mortes por 100 mil habitantes, em 2000, para 12,64 em 2006, o que corresponde a uma elevação de 18,3% em seis anos. (pág. 1, País, A12)

Rio ganha verba para área social

O Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) vai investir R$ 60 milhões, no primeiro semestre, em projetos sociais na Cidade de Deus, Vila Kenedy, Acari, Penha, Senador Camará e Reta João 23, em Santa Cruz. (págs. 1, Cidade A18)

Falta psicólogo na PM fluminense

Enquanto São Paulo tem 40 psicólogos para atender 93 mil servidores da Polícia Militar, no Rio, segundo o Ministério da Justiça, os 40 mil homens e mulheres da PM contam com uma equipe formada por apenas um psicólogo, um médico e um assistente social, num dos únicos programas voltados para a prevenção e recuperação de viciados em entorpecentes. (págs. 1 e A11)

Sociedade aberta

Alexandre Braga: Ativista analisa o papel de Barack Obama para a questão racial. (págs. 1 e A9)

Sociedade aberta

Carlos Eduardo Novaes: Escritor tenta imaginar por que Bush acha que a História lhe fará justiça. (págs. 1 e A6)

Ecologia: prêmio aos melhores

O 3º Prêmio Brasil Meio Ambiente - iniciativa do Jornal do Brasil, JB Ecológico, JB Online e Gazeta Mercantil - premia hoje, no MAM, empresas, profissionais e personalidades que se destacaram no setor em 2008. Ao todo, 188 projetos foram inscritos. (pág. 1, Vida, Saúde & Ciência A24)

Choque de Ordem e gestão nas ruas

Os moradores de rua alvos do Choque de Ordem rejeitam os abrigos da prefeitura e buscam refúgio em bairros como a Urca. Oito entre 10 acolhidos retornam à rua no mesmo dia. Para evitar isso, a Secretaria de Assistência Social contratará mais 13 equipes de abordagem. (págs. 1, Cidade A14 e A15)

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Correio Braziliense


Crédito: Grandes bancos já anunciaram empréstimos com encargos menores para os clientes. As prestações passam a caber no orçamento das famílias.

Investimentos: Empresas que suspenderam a produção devem voltar a investir, garantindo os empregos existentes e contratando novos funcionários.

Consumo: Muita gente que adiou compras pode retomá-las, movimentando os estoques das lojas e estimulando as encomendas à indústria.

Trabalho: Se o consumo e a produção retomarem o fôlego, a tendência é de reversão da onda de desemprego que tomou conta do país. (págs. 1 e 14)

A ofensiva de Sarney

Ex-presidente dribla o concorrente Tião Viana (PT-AC) e costura a adesão dos tucanos à sua campanha pela presidência do Senado. (págs. 1, 3 e 8)

Niemeyer sai em defesa da nova praça

“Em minha última visita (a Brasília), pude sentir, com clareza, a necessidade de se criar uma praça. É meu direito e obrigação concebê-la e propô-la.” (págs. 1 e 23)

Paz no trânsito: Brasiliense aprova a lei seca e critica fiscalização

Oitenta e nove por cento dos brasilienses são a favor da tolerância zero e 81% afirmam que a fiscalização é insuficiente. Pesquisa do Instituto Brasileiro de Segurança do Trânsito também revela queda de 25% no número de motoristas que admitem beber e dirigir. PM bebe, bate em carro e moto e fere duas pessoas.(págs. 1, 31 e 32)

Foto: Olá, eu sou Obama

No segundo dia no poder, Barack e Michelle Obama protagonizaram mais um evento inédito na história norte-americana: abriram a sede de governo mais poderosa do mundo e receberam pessoalmente cidadãos comuns na Casa Branca. No trabalho, o novo presidente assinou atos congelando os maiores salários dos servidores, tratou da desocupação do Iraque e do fechamento da prisão de Guantánamo. (págs. 1 e 24 a 29)

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Valor Econômico

Idéias
Maria Inês Nassif: Genro não cometeu nenhuma heresia ao conceder a Battisti o status de refugiado político. (págs. 1 e A6)

Argentina quer energia do Brasil de novo

O governo argentino pediu, novamente, ao Brasil que lhe venda energia durante este ano. O Ministério das Minas e Energia analisa o pedido e uma decisão deverá ser anunciada em fevereiro. A dúvida é se o Brasil fará um "empréstimo" de energia, como no ano passado, ou se venderá os 1.500 megawatts solicitados pelo país vizinho. Em 2008, o governo precisou acionar térmicas e o custo disso será repassado às tarifas. (págs. 1 e A5)

Medidas para o setor aéreo ficam no papel

Em seus 18 meses como ministro da Defesa, Nelson Jobim fez um conjunto de promessas que incluía as seguintes medidas: subsídios à aviação regional, tarifas de embarque diferenciadas nas rotas para a América do Sul, maior espaço entre as poltronas nas aeronaves, restrições a novos vôos internacionais partindo de Guarulhos e compensação aos passageiros prejudicados por atrasos e
"overbooking". Nenhuma delas se tornou realidade até agora.

Parte dos especialistas do setor analisa com desânimo essa lentidão. Outros vêem um sinal de aprendizado do ministro que teria divulgado algumas idéias sem o devido embasamento técnico e depois voltado atrás. Seja como for, suas declarações desde 2007 mostram que ele deixou pelo meio do caminho uma série de iniciativas imaginadas para colocar ordem no setor aéreo. (págs. 1 e Al2)

Idéias

Marcio Pochmann: aproximação Mercosul-Unasul agiliza integração. (págs. 1 e All)

Deflação no IGP-M

O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) teve deflação de 0,58% na segunda prévia do mês, ante uma ligeira variação positiva de 0,05% um mês antes. Os preços no atacado tiveram deflação de 1,09%, após recuarem 0,15% na mesma apuração de dezembro. (págs. 1 e C2)

Justiça julgará demissões

O Sindicato dos Metalúrgicos de S. José dos Campos vai à Justiça pleitear a reintegração de 802 trabalhadores demitidos pela GM. Decisão anterior do TRT da 2ª Região determinou que demissões em massa estão sujeitas a negociação prévia. (págs. 1 e A4)

Ganho de minoritários da Aracruz ainda pode mudar

As condições da incorporação da Aracruz pela Votorantim Celulose e Papel (VCP), anunciada terça-feira, ainda podem mudar. A relação de troca definitiva para os investidores preferencialistas da Aracruz sairá da negociação entre os comitês que serão criados pelas empresas para tratar do assunto. A previsão desse modelo está em recomendação da CVM para esse tipo de operação.

Espera-se uma grande queda-de-braço no processo. Há descontentamento no mercado em relação às condições sugeridas para os minoritários da Aracruz - tanto que as ações das duas empresas foram as que mais caíram ontem na Bolsa paulista. As críticas advêm do fato de o preço da fatia controladora não ter sido reduzido de forma significativa mesmo após o prejuízo da Aracruz com derivativos. (págs. 1, D2 e D3)

Indústria e varejo têm estoque alto

O varejo não conseguiu dar fim aos produtos que comprou para atender as vendas de fim de ano e ficou com estoques acima do planejado. Reduziu encomendas à indústria, que agora também tem estoques em excesso. Na Zona Franca de Manaus, apesar das férias coletivas e demissões, não foi possível equilibrar produção e vendas.

Pesquisa da Abinee mostra que 48% das empresas do setor eletroeletrônico estão com estoque acima do planejado, entre produtos acabados e insumos. “Há muito tempo não tínhamos um número tão expressivo", diz Humberto Sarbato, presidente da entidade. Entre os produtos com maior estoque estão celulares, computadores e material elétrico. Essa situação deve perdurar, já que o ano começou com vendas fracas no varejo. (págs. 1 e A3)

Brasil pesquisa alga como combustível

Com alguns anos de atraso em relação a outros países e a iniciativas independentes no Brasil, o governo federal dá sinais de que incluirá em sua política energética pesquisas com microalgas para a produção de biocombustíveis. São muitas as vantagens desses microorganismos: tem rápida reprodução e boa produtividade de óleo. Além disso, reproduzidas em tanques de água marinha, não entram na disputa por terras agrícolas, questão-chave no debate atual. O CNPq lançou edital para a contratação de projetos com o objetivo de investigar o potencial das algas para finalidade energética. Foram apresentados 63 projetos e selecionados 11. (págs. 1 e B10)

Isolux entra em rodovias

Presente na área de transmissão de energia no país, a espanhola Isolux estreou ontem no setor rodoviário, ao arrematar em leilão, em consórcio com Rodobahia e Engevix, a concessão de 680 km entre as divisas de Minas e Bahia até o porto de Aratu (BA). (págs. 1 e B7)

Seca chega ao Mato Grosso

As lavouras de Mato Grosso, que até o agora não haviam sofrido com a estiagem que atinge o Sul do país e o Mato Grosso do Sul, começam a sentir os efeitos da seca, principalmente nas regiões oeste e sudoeste do Estado. (págs. 1 e B9)

Obama inicia governo sob o signo da cautela

O presidente dos EUA, Barack Obama, reforçou ontem os sinais de que pretende governar com a mesma cautela que adotou na montagem de sua equipe e nos preparativos para seu governo, evitando gestos grandiloqüentes que poderiam criar embaraços depois e resistindo às pressões que tem recebido para agir rapidamente em várias frentes.

Em vez de fechar com uma canetada o campo de prisioneiros de Guantánamo logo no primeiro dia de trabalho, mandou suspender por 120 dias o julgamento de 20 acusados de terrorismo.

Também mandou congelar os salários de assessores que ganham mais de US$ 100 mil por ano e baixou normas para dar mais transparência aos atos do governo e administrar casos de conflito de interesses que surgirem em sua administração.

Sob pressão dos mercados e do Congresso para adotar novas medidas para escorar o combalido sistema bancário, Obama reuniu-se com sua equipe econômica. Mas assessores do presidente indicaram que provavelmente será preciso esperar algumas semanas para saber quais medidas serão implementadas.

Em sabatina no Senado, Tun Geithner, futuro secretário do Tesouro, disse que o governo vai agir de modo "dramático" para reavivar os mercados de crédito e fortalecer os bancos. (págs. 1 e A8)


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Gazeta Mercantil

Opinião
Nelson Rocco: Sob pressão do Banco Central, os bancos têm elevado as provisões para devedores duvidosos. Em novembro, elas subiram 3,5%. (págs. 1 e A3)

Opinião

Antonio Corrêa de Lacerda: Está na hora de o Brasil adotar medidas de choque contra a crise. O grande desafio é evitar que a economia real venha a derreter. (págs. 1 e A3)

PAC completa dois anos

Criado há dois anos, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) completa hoje dois anos. O programa é a principal arma do governo federal contra os efeitos da crise global no País. (pág. 1 e INVESTNEWS.COM.BR)

Pacote de estímulo à construção

O governo deve anunciar na próxima semana um pacote de estímulo à habitação, com concessão de crédito para a compra de material de construção, como forma de estimular um dos setores que mais empregam no País. (págs. 1 e A5)

Contra a crise, menos impostos

A crise financeira começa a respingar no cenário nacional e advogados empresariais citam medidas pontuais para amenizar os efeitos da turbulência econômica na vida das empresas, entre elas, o parcelamento de dívidas e a redução de impostos. (págs. 1 e A10)

Benefícios

Déficit da Previdência Social recua 19,3%. (págs. 1 e A4)

Anbid prevê emissões de até R$ 120 bi em 2009

As emissões no mercado de capitais em 2009 devem continuar concentradas em operações de renda fixa de curto prazo nos primeiros três meses deste ano e apresentar uma recuperação a partir do segundo semestre, com a melhora do cenário econômico. “Devemos ter um segundo trimestre mais ativo, estabilizando no segundo semestre, podendo alcançar um volume de emissões entre R$ 100 bilhões e R$ 120 bilhões, se não houver um recrudescimento desse cenário”, afirma Alberto Kiraly, vice-presidente da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid). No ano passado, as operações de emissões de dívida e de ações totalizaram R$ 101,854 bilhões, volume 30,7% menor que o registrado em 2007.

A Anbid também prepara mudanças na classificação dos fundos de investimento, afirmou à Gazeta Mercantil o presidente da associação, Marcelo Giufrida. “Quando tudo estiver bem, queremos ressaltar o que pode dar errado e vice-versa”, resume. (págs. 1 e B3)

Isolux/Corsan vence leilão de rodovias na BA

Com deságio de 21%, o Consórcio RodoBahia levou o último lote de quatro rodovias do Programa Federal de Concessões Rodoviárias, na Bahia. O vencedor ofereceu R$ 2,212 de tarifa base, enquanto a tarifa básica teto era de R$ 2,80. “O deságio foi agressivo e ficou acima das nossas expectativas”, afirma Bernardo Figueiredo, diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

O consórcio vencedor é composto pela empresa espanhola Isolux/Corsan, além das brasileiras Engevix e Encalso. De acordo com o governo, o investimento para as rodovias é de R$ 1,9 bilhão, em reparos no pavimento e acostamento, adequação da sinalização, recuperação emergencial de obras, entre outras.

Um dos trechos concedidos, a BR-116, entre a divisa de Minas e Feira de Santana, é considerado inadequado desde os anos 60. “A estrada foi projetada nos anos 50 para pequenos caminhões. Hoje é tomada por bitrens”, disse o presidente do Sindicargas da Bahia, Antonio Siqueira.(págs. 1 e C2)

Rio terá 100 mil novas moradias

O secretário da Habitação da cidade do Rio de Janeiro, Jorge Bittar, desenvolve um ousado plano para reduzir o déficit de moradias no município. Em quatro anos, Bittar pretende construir 100 mil casas populares e ampliar a fiscalização. (págs. 1 e A6)

Soluções brasileiras para árabes

Empresas brasileiras aproveitam evento de energia renovável em Abu Dhabi para vender soluções em saneamento e gerenciamento de tráfego a países árabes. O evento atrai 16 mil visitantes, entre investidores e empresários. (págs. 1 e C3)

Obama anuncia uma era de transparência e respeito à lei

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou ontem uma série de medidas que ele mesmo indicou serem “marcos de uma nova era de transparência e respeito às leis”. Além de congelar os salários mais elevados de funcionários da Casa Branca, Obama anunciou que os lobistas serão submetidos “aos limites mais rígidos da história do país”.

Em seu primeiro dia de trabalho ele também pediu aos juízes responsáveis por julgamentos militares o adiamento por 120 dias dos processos, passo que deve levar ao fechamento definitivo da prisão de Guantánamo.

No Senado, o escolhido para a secretaria do Tesouro, Timothy Geithner, apresentou desculpas por antigos problemas fiscais e comprometeu-se a combater a recessão com “força” e “rapidez”, para devolver a confiança aos norte-americanos. Também no Senado foi anunciada a aprovação, por 94 votos a 2, de Hillary Clinton para o cargo de secretária de Estado. (págs. 1, A12, A13 e A14)

Opinião

Thomas L. Friedman: Minha maior esperança a respeito do presidente Obama é que ele seja tão radical quanto este momento e que coloque tudo sobre a mesa (págs. 1 e A14)
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http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Sinopses&Tarefa=Exibir
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