PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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terça-feira, dezembro 04, 2012

XÔ! ESTRESSE [In:] A OUTRA

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# (prisão aos canalhas).
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PRESIDENCIÁVEIS (2). FHC NO COMANDO



A largada de 2013 (II)




Nas Entrelinhas
Autor(es): Denise Rothenburg
Correio Braziliense - 04/12/2012
 

Em 2009, a então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, começou a se transformar em candidata ao Planalto acompanhando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em quase todas as viagens pelo Brasil. Dia sim, outro também, lá estava Dilma ao lado de Lula, lançando uma pedra fundamental, inaugurando um trecho de rodovia ou um projeto de irrigação. Qualquer ato que pudesse reunir meia dúzia de pessoas, lá estavam eles, sem que Lula deixasse de mencionar, é claro, as maravilhas da gestão da "companheira Dilma", que cobrava dos demais ministros e fazia com que os projetos andassem no governo dele. Ao longo de todo aquele ano, que teoricamente foi de calmaria antes da eleição de 2010, as viagens foram rotina.
E 2013 guardará algumas semelhanças com aquele há quatro anos. Não que Lula saia por aí apresentando Dilma aos eleitores como "a solução". Hoje, a presidente dispensa apresentações sobre seu estilo, conduta ou mesmo jeito de governar. O eleitor sabe de quem se trata. Falta mostrar ao eleitor que as coisas estão andando normalmente, de forma a tentar evitar que ganhe fôlego o discurso do PSDB e do DEM sobre a paralisia nas obras públicas e nos principais projetos governamentais.
Nesse sentido, que ninguém estranhe o aumento do número de viagens da presidente pelo Brasil. A chefe da nação, que, no papel de presidente da República, não é de ficar pendurada em avião para lá e para cá, vai mudar esse sistema. Em vez de passar a semana praticamente fechada no Planalto cobrando projetos e passando pito em ministros e assessores que não cumprem os prazos, ela percorrerá o país.
A ideia é mostrar movimento, agilidade, o governo acontecendo nos recantos do Brasil. Assim, por mais que se diga que está tudo parado, que a obra A não sai do papel, sempre haverá alguém para argumentar contra essa afirmativa, porque viu a presidente inaugurando um empreendimento em algum lugar. Os primeiros ensaios nesse sentido já começaram. Ontem, por exemplo, Dilma estava no Maranhão, ao lado da governadora Roseana Sarney e do presidente do Senado, José Sarney, ambos do PMDB, inaugurando as obras de alargamento do Cais Sul do Porto de Itaqui, investimentos de R$ 152 milhões. Não é nada, já é alguma coisa e cria um barulho entre os maranhenses. Gera notícia local e para os municípios da região, ou seja, denota governos em movimento, tanto o de Dilma quanto o de Roseana.
Para o ano que vem, Dilma espera ter ainda um portfólio de obras de infraestrutura para apresentar antes que a lei eleitoral proíba que ela saia pelo país inaugurando uma adutora ali, um projeto de irrigação acolá. Se conseguir criar um movimento desses por semana, serão pelo menos 50 no ano, descontadas as semanas de Natal e de ano-novo. A essas viagens, acrescente-se as solenidades de balanço de programas no Planalto, onde sempre vêm um grupo de beneficiados para tirar fotografia ao lado dela. Ou seja, movimentos não faltarão.
Por falar em movimentos...A ideia de mostrar um governo mais efervescente vem da constatação, por parte de alguns petistas, de que é preciso dar um brilho maior ao Poder Executivo. A sensação entre eles é a de que o julgamento do mensalão deixou o governo opaco. E o último escândalo envolvendo a ex-chefe do escritório da Presidência em São Paulo, Rosemary Noronha, reforça isso. Outro dia, um petista comentava, "pô, agora que o julgamento do mensalão está no fim vem isso?!" Na avaliação dos petistas, o alento é a presidente Dilma ter agido rápido demitindo Rosemary. Mas, cá entre nós, leitor: precisa de um escritório da Presidência em São Paulo?
Enquanto isso, no ninho tucano...Fernando Henrique Cardoso lançou ontem Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência da República, mas o senador pediu paciência. Aécio tem razão em não assumir a candidatura agora. O momento é de montar o projeto para se contrapor a um governo que é bem avaliado e, no ano que vem, percorrer o país. Pelo visto, ele e Dilma terão um ano destinado a acumular milhas voadas. Ela, para reforçar a imagem do governo e ele, para desconstrui-la.
Por falar em desconstrução...
Hoje é o último prazo para as empresas de energia optarem pela renovação das concessões. A Cesp já desistiu e a Cemig faz suspense. Com esse resultado, avaliam os tucanos, ainda não dá para a presidente Dilma cantar vitória nessa seara.

''QUE ÉS TÚ CORIOLANO?''



FHC rebate críticas



Correio Braziliense - 04/12/2012

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso contestou ontem as críticas feitas pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, sobre a gestão da Polícia Federal durante o governo do tucano (1995 a 2002). 
Pela manhã, o ministro afirmou que, na gestão de Fernando Henrique, a PF e os órgãos de vigilância não tinham tanta autonomia como nos anos em que o PT está no comando do país. FHC retrucou: "Uma pessoa que representa o governo deve pensar duas vezes antes de dizer o que não sabe, e deve olhar para seus próprios problemas".
Gilberto Carvalho havia citado o governo de FHC ao falar com jornalistas sobre a Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, que revelou um esquema fraudulento de pareceres técnicos feitos por integrantes de órgãos públicos em benefício de empresas privadas (leia mais na página 3). "A impressão de que há mais corrupção agora não é real, é que as coisas não estão mais debaixo do tapete, agora há autonomia, inclusive quando cortam na nossa própria carne, o que é saudável", disse Carvalho.
Fernando Henrique comentou a fala do ministro ao participar de seminário direcionado aos prefeitos eleitos pelo PSDB, em Brasília. Demonstrando irritação, o ex-presidente assegurou ter reestruturado a Polícia Federal durante seus dois mandatos. "A PF ganhou força e independência sim, tanto que houve senadores algemados na época, o que não foi feito por interferência política minha nem de ninguém, mas por ordem do Judiciário", destacou.
"Eu tenho 81 anos, mas tenho memória, 
e esse senhor (Gilberto Carvalho) precisa pelo menos respeitar o passado no lugar de falar coisas levianas. Estamos cansados de ouvir leviandades de quem está no governo, que aproveita a situação para jogar pedra no passado."
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Herança maldita
No mesmo evento, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) também repreendeu as críticas do ministro da Secretaria- Geral. "O governo do PT acostumou-se a terceirizar os problemas, dizendo que tudo é herança maldita do governo do PSDB, mas a herança maldita é do próprio PT", comentou.

PRESIDENCIÁVEIS: FAÇAM SUAS APOSTAS !

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A LARGADA DE 2013

DENISE ROTHENBURG - Nas entrelinhas


O artigo de FHC é o soar de trombetas da oposição, com críticas à presidente Dilma e à capacidade gerencial de seu governo. Essa será a batida do PSDB no ano que vemdeniserothenburg.df@dabr.com.br

A largada de 2013
O ano sem eleição desponta daqui alguns dias e com ele a hora em que os atores da política se atacam uns aos outros no sentido de levar a vantagem logo ali na frente, leia-se na próxima eleição. Ocorre que, em meio à Operação Porto Seguro, o ano não-eleitoral chegou mais cedo. Não que a operação da Polícia Federal seja política. Mas ela dá instrumentos para que a oposição coloque sobre a mesa dúvidas sobre a capacidade de a presidente Dilma Rousseff identificar os malfeitos. 
A operação, que tem como personagem mais ilustre a ex-chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo Rosemary Noronha domina o noticiário há uma semana. Até o final do julgamento do mensalão saiu das manchetes para dar lugar a Rose e seus apadrinhados, acusados de tráfico de influência e corrupção passiva. Passada a primeira semana, a oposição se refere aos tentáculos de Rosemary como fruto da incapacidade da presidente Dilma Rousseff em coibir os malfeitos. 
Quem teve o cuidado de ler o artigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ontem nos jornais obteve uma pílula do que vem pela frente nesse contexto. Para aqueles que leram, peço licença para relembrar aos demais alguns aspectos do texto de FHC. Sob o título “Melancolia e revolta”, o ex-presidente discorre sobre os últimos escândalos dizendo que não falará deles. Em seguida, numa série de interrogações, discorre sobre projetos e ações do atual governo com uma ironia sem par. 
Fernando Henrique diz, por exemplo, que calará sobre os efeitos da redução do IPI dos automóveis, “os prefeitos que cuidem de aumentar ruas e avenidas para dar cabida a tanto bem-estar… e os moradores das grandes cidades que se munam ainda mais paciência para enfrentar mais congestionamentos”. 
O ex-presidente é enfático ao dizer que a iniciativa para redução de energia elétrica, a discussão do momento entre os senadores, teve como resultado imediato a perda devalor das ações das empresas. Fala ainda do trem-bala, um mega projeto que ainda não saiu do papel, cita a brigalhada dentro do novo sistema de exploração do pré-sal que até agora só produziu confusão e riqueza que é bom, nada. 

Por falar em ênfase…

Fernando Henrique é incisivo ao dizer que a maioria do Congresso “prefere calar e se submeter docilmente ao Poder Executivo”. Nas entrelinhas, acusa o governo Dilma de não mostrar indignação com os malfeitos, tampouco fazer carga para apurá-los. Ora, para bons entendedores, e o governo está cheio deles, Fernando Henrique Cardoso faz um ensaio geral do que será lembrado dia e noite pelos oposicionistas ao longo do próximo ano.
A largada de 2013 vem no sentido de desconstruir a imagem de Dilma como gestora. E os elementos não precisam ser tirados da cartola ou inventados. Basta relacionar a paralisia de obras do governo federal que a presidente ainda não conseguiu agilizar. 
Junto com as críticas à gestão por parte dos oposicionistas, vem pela frente ainda as reclamações, revestidas no quesito “sugestões”do PSB. O ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, tem dito que a redução do IPI a alguns setores, como o de automóveis, não trouxe o reflexo esperado no crescimento. Sugeriu recentemente que se inclua aí o setor de alimentos e aqueles que gerem mais empregos. Em 2013, os socialistas devem colocar esses pedidos no megafone, até porque, o PIB ainda não mostrou essa recuperação toda que o governo esperava. Ou seja, o jogo de empurra vem quente e por vários ângulos. Dilma que se cuide. 

Enquanto isso, em 2012…Para as próximas três semanas de trabalho do Parlamento, a ordem do governo é não tomar mais gols. Portanto, a estratégia é segurar as investidas para votar a derrubada do fator previdenciário e mudanças radicais no texto que trata da rgulamentação do setor elétrico. E, de quebra, evitar a análise de vetos. No Planalto, há quem diga que se Dilma chegar ao final do ano sem mais marolas nessa área já estará de bom tamanho. Ali, para muitos, já bastam as punhaladas que Lula disse ter recebido e que vão tomar o noticiário nos próximos dias. Não por acaso, Fernando Henrique começa a bater em Dilma. Afinal, enquanto todos tratam da vida de Lula, ela segue livre para o ataque. Não é à toa que FHC cuidou de colocá-la no centro do ringue. 

http://www.senado.gov.br/noticias/opiniaopublica/inc/senamidia/notSenamidia.asp?ud=20121203&datNoticia=20121203&codNoticia=782894&nomeOrgao=&nomeJornal=Correio+Braziliense&codOrgao=2729&tipPagina=1

ELEIÇÕES 2014: PRESIDENCIÁVEIS...



Dois candidatos e um discurso



Autor(es): Raymundo Costa
Valor Econômico - 04/12/2012
 

Em menos de uma semana, os dois principais candidatos a suceder Dilma Rousseff no Palácio do Planalto recepcionaram, em Brasília, os prefeitos eleitos por seus partidos nas eleições municipais de outubro.
A recepção do PSDB, em almoço realizado ontem na capital, funcionou como pré-lançamento da candidatura do senador Aécio Neves (MG) e resgate de uma agenda com base no que foram os dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso.
O encontro do PSB, um seminário para os prefeitos eleitos realizado na última sexta-feira, exibiu o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que é aliado do Planalto, com discurso num tom de oposição ao governo mais duro que o de Aécio.
Um novo pacto federativo é avanço mas não é tudo;
A julgar pelo que fala a nova geração de presidenciáveis - noves fora Marina Silva -, o maior problema do país hoje é o desequilíbrio federativo. Aécio fala em "repactuar a federação"; Eduardo Campos, em um "novo federalismo".
Os dois usam expressões diferentes mas falam da mesma coisa: o centralismo fiscal da União empobrece Estados e municípios a cada vez que o governo federal resolve desonerar algum setor de impostos que compõem os fundos de participação.
É provável que os dois tenham razão. Há um certo consenso de que existe efetivamente um desequilíbrio federativo. A guerra fiscal é uma prova disso. Mas não deixa de ser discurso de governador às voltas com a folha de pagamento do funcionalismo.
Faltou a Eduardo Campos e Aécio Neves "pensar estrategicamente" o país. Essa, aliás, é a tese do ex-presidente FHC, ovacionado, ao falar ontem, pelos quase 400 prefeitos que atenderam ao chamado do PSDB para o almoço dos eleitos.
Aécio prega a "refundação da federação", pois julga que o Brasil está se tornando um Estado "unitário". Segundo o tucano, "a cada ano concentra mais (a arrecadação nas mãos da União)". Ele não se opõe às desonerações, mas acha que elas devem ser feitas pela União da sua parte do bolo. O que ela faz agora é "bondade com chapéu alheio".
Campos, presidente nacional do PSB e aliado do governo, é mais direto: se o governo desonera, tem de compensar os Estados e municípios mais pobres, como os do Norte e Nordeste. A desoneração também não deve ser para apenas um ou outro segmento. O importante seria fazer desonerações que tenham o mesmo impacto no ABC paulista e num município de 10 mil habitantes do Norte ou Nordeste.
Dos dois, foi um ex-presidente de 81 anos, FHC, quem fez o discurso mais agudo e abrangente entre o que faz o governo e quer o PSDB. Segundo Fernando Henrique, o governo do PT parte de uma concepção equivocada: o partido ganha o governo, sua vanguarda ocupa os espaços de poder para mudar a sociedade.
"Isso é ideologia", disse aos tucanos, e é nessa armadilha que o governo Dilma teria se enredado e por isso deixado de fazer o que deveria, por exemplo, na área de infraestrutura. "Despreparo e arrogância" levaram aos erros cometidos na MP do setor elétrico - disse. O governo faz concessões "mas tem vergonha de dizer que faz". E o "PAC é o orçamento com propaganda".
FHC falou dos avanços de 20 anos atrás, como a criação do SUS, a universalidade do ensino, "mas tudo o que foi feito foi muito pouco, inclusive por nós", disse. Houve, de fato, mobilidade social. "Mas vai perguntar ao povo se ele está satisfeito"? Ele certamente vai reclamar da falta de qualidade na administração em geral - ele mesmo respondeu. Num mundo que se transformou nesses 20 anos, o PSDB precisa - segundo FHC - de conectividade com o povo.
FHC não tem dúvidas de que, pelo lado do PSDB, Aécio pode e deve liderar esse processo. O senador mineiro foi praticamente ungido candidato do PSDB por FHC, pelo presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), e pelo presidente do Instituto Teotônio Vilela, vinculada ao partido, ex-senador Tasso Jereissati (CE).
No encontro do PSB, apenas um militante não identificado saiu do script e gritou, a pleno pulmões - "Presidente!"-, quando Eduardo Campos terminou sua fala. Mas era evidente que o ar estava impregnado do sentimento de que o PSB deve ter candidato próprio. Já. Eduardo Campos foi aplaudido nove vezes, cometeu atos falhos como dizer que o PSB sabe o que quer e aonde quer chegar, "ajudar Dilma a ganhar 2013" e perpetrou frases como "tem que ter a capacidade de sonhar, interpretar os sonhos e de correr atrás".
De acordo com Sérgio Guerra, o senador mineiro (Aécio Neves) conta hoje com 99% do PSDB para se tornar o candidato do partido. O candidato a presidente em 2002 e 2010, José Serra, não foi ao almoço. Mas não era esperado. Surpreendeu a ausência do governador Geraldo Alckmin (SP).
Talvez fatos como esses expliquem a cautela de Aécio. Ele não assume a candidatura, ao mesmo tempo em que afirma que percorrerá o país, em 2013, levando a mensagem do PSDB. "O importante na política não é a largada nem a chegada, é a caminhada", disse, numa citação mal-ajambrada de Guimarães Rosa. Com isso, deixa implícito que também deve concordar em asssumir a presidência do PSDB, em eleição prevista para o mês de maio. Para Aécio, a definição do candidato deve ser no "amanhecer de 2014".
O senador precisa também achar um candidato para o governo de Minas, o que seria mais fácil se tivesse sido mantida a aliança PSDB-PT em Belo Horizonte. Mas os tucanos mineiros acreditam que, candidato a presidente, Aécio elege qualquer "poste" governador.
A situação de Eduardo Campos é bem mais complicada, à medida que é aliado do governo e tem reiterado apoio à reeleição de Dilma em 2014. A esmagadora maioria do PSB é a favor da candidatura já. Mas gente como o vice-presidente Roberto Amaral prefere esperar 2018. Entre uma e outra costura política, o que se espera dos dois candidatos é uma agenda mais abrangente e clara sobre o que eles exatamente querem dizer ao falar de uma nova federação. A solução das demandas fiscais seria um avanço, mas não seria tudo.
Raymundo Costa é repórter especial de Política, em Brasília. Escreve às terças-feiras

ELEIÇÕES 2014: QUEM SABE FAZ A HORA...



FHC lança Aécio para presidente

Pressão para cima de Aécio


Autor(es): » BAPTISTA CHAGAS DE ALMEIDA » ADRIANA CAITANO
Correio Braziliense - 04/12/2012
 

Um encontro de tucanos em Brasília virou lançamento do senador mineiro ao Planalto em 2014. "Aécio tem que mostrar disposição para percorrer o país, deixar claro que é nosso candidato", defendeu FHC."Cumprirei meu papel como sempre cumpri, sem ser açodado", ressalvou um cauteloso Aécio Neves.

Encontro entre prefeitos eleitos e caciques do PSDB se torna ato público em defesa da candidatura do senador mineiro para a disputa presidencial de 2014. O parlamentar pede calma, mas promete dar sua "contribuição"

Tudo começou como uma brincadeira. Presidente do Instituto Teotônio Vilela (ITV), o ex-senador Tasso Jereissati (CE), mestre de cerimônias do encontro dos caciques tucanos com os prefeitos eleitos do PSDB, ontem, em Brasília, abriu os trabalhos dizendo que o senador Aécio Neves (MG) "não é candidato a presidente da República, não é candidato a presidente do partido". Era a senha que outros líderes da legenda precisavam para pressionar o presidenciável mineiro.
Não foi mera coincidência. Além de Tasso, falaram o presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), que não despistou e muito menos economizou nas palavras: "O senador Aécio é o candidato da grande maioria do PSDB. Ele deve ser o presidente do partido, é o chefe de que precisamos e o líder que desejamos. Não estamos diminuindo ninguém, mas Aécio é o candidato que o PSDB tem para presidente da República".
Em seguida, foi a vez das opiniões do presidente de honra do PSDB, Fernando Henrique Cardoso, do alto de sua experiência no comando do Palácio do Planalto por dois mandatos. "Aécio tem que mostrar disposição para percorrer o país, deixar claro que é nosso candidato a presidente", discursou FHC, que já havia defendido, 15 dias atrás, que o mineiro assumisse também a presidência nacional do partido, para ter mais visibilidade. O ex-presidente cobrou ainda uma maior participação de Aécio na agenda pública desde já. "Ele tem que começar a se posicionar e assumir suas responsabilidades, não como candidato, mas como líder político, inclusive andando pelo país e escutando o povo", afirmou.
Questionado sobre as chances de o partido vencer a presidente Dilma Rousseff— que conta com altos índices de popularidade —, Fernando Henrique disse estar animado. "Ninguém pode dizer que a eleição já está ganha, mas sou otimista e dá para ganhar dela (Dilma), sim.Tanto ela quanto o Lula só ganharam no segundo turno, mesmo com popularidade altíssima, então popularidade é uma coisa e eleição é outra", argumentou. "Popularidade cai, o importante é ter respeitabilidade, poder responder a qualquer pergunta sem temer", acrescentou.
O roteiro foi seguido à risca. Aos prefeitos eleitos que participaram do evento, falaram em nome do PSDB Tasso Jereissati, presidente do Instituto Teotônio Vilela, organizador do evento; Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB; e FHC, na qualidade de presidente de honra do partido. E os três bateram na mesma tecla.
Despiste
Aécio Neves até que tentou despistar. Chegou a alegar que não conhecia na "história de nenhum país civilizado uma pessoa que se proclama líder". Fernando Henrique, ao seu lado, não perdeu a caminhada:" Eu é que estou te proclamando". Meio sem jeito, Aécio continuou cauteloso, mas admitiu: "Cumprirei meu papel como sempre cumpri,sem  ser açodado".
E voltou a ressaltar que o partido só deve lançar candidato em 2014. Antes, é preciso apresentar propostas, programas de governo que falem de gestão: "Candidatura precisa ser mais do que lançamento de nomes, temos que pensar na agenda do país, mas darei minha contribuição".
A tentativa de Aécio de adiar a campanha não convenceu seus pares. Em maio, acaba o mandato de Sérgio Guerra na presidência do partido. Aécio deve assumir o cargo. No ano que vem e no primeiro semestre de 2014, o partido terá 40 inserções em propagandas de 20 segundos em rede nacional de televisão e programas de 10 minutos de duração. Um grupo de tucanos defende concentrar no candidato a maior parte das aparições.
O senador mineiro continuou com a tática e tentava se esquivar de qualquer compromisso. Não adiantou. Na fila para o almoço, foi tão assediado que acabou obrigado a deixar o local e resolveu fazer a refeição em casa.
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PORTO SEGURO: ARQUIVO VIVO



Oposição tenta cercar Cardozo

Oposição prepara ofensiva


Autor(es): PAULO DE TARSO LYRA e ADRIANA CAITANO
Correio Braziliense - 04/12/2012
 

Ministro da Justiça e advogado-geral da União depõem hoje na Câmara sobre conexões da quadrilha dos pareceres fraudulentos com pessoas influentes no PT.

Ministro da Justiça presta depoimento na Câmara ao mesmo tempo que serão apresentados pedidos para ouvir Rosemary Noronha

A expectativa do governo de que a crise política provocada pela Operação Porto Seguro arrefecesse no fim de semana não se concretizou. A base aliada terá que se desdobrar novamente esta semana para evitar o convite para que a ex-chefe de gabinete da Presidência Rosemary Noronha vá ao Congresso explicar suas conexões com a quadrilha e com pessoas influentes no PT, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Governistas temem ainda que a situação se agrave ainda mais se os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo e da Advocacia-Geral da União (AGU), Luís Inácio Adams, não forem convincentes em suas explicações aos parlamentares.
O ministro da Justiça estará hoje em uma audiência conjunta das Comissões de Segurança Pública e Fiscalização e Controle da Câmara. Amanhã, Cardozo e Adams falarão às mesmas Comissões — sessões conjuntas das comissões de Constituição e Justiça e Fiscalização e Controle — só que em horários diferentes. O primeiro estará no Senado às 11h. O segundo, às 14h30.
A oposição vai manter a tática de guerrilha adotada na semana passada à espera de um cochilo do governo. Na semana passada a estratégia deu certo, com o convite feito ao ex-diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Rubens Vieira, um dos indiciados pela Polícia Federal na Operação Porto Seguro. A proposta foi aprovada na Comissão de Infraestrutura do Senado.
Em diversas comissões da Câmara foram espalhados pelo menos cinco requerimentos de convite à Rose. Dois deles são direcionadas diretamente à ex-chefe de gabinete. Outro, pede a presença do ex-marido dela José Claudio Noronha, que conseguiu, com o auxílio de Rose, uma nomeação para a Brasilprev e para a BB Seguros. Outros dois requerem informações do governo sobre a emissão do passaporte especial de Rosemary — ela fez 24 viagens internacionais ao lado do ex-presidente. Além disso, os deputados querem explicações sobre a contratação de uma empreiteira da família de Rose pelo Banco do Brasil.
O líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), reforça a tese governista de que não há necessidade de convite ou convocação de pessoas acusadas de integrar o esquema. "Os funcionários citados já foram demitidos pela presidente e os integrantes das agências reguladoras afastados, ou seja, as medidas já foram tomadas, deixa a polícia apurar o restante", minimizou.
"Palco político"
Tatto sinaliza que a base continuará tentando a todo custo blindar principalmente Rosemary, que pode ter muito mais a dizer que o ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, por exemplo. "Ela não tem função nenhuma mais, só tem que responder agora aos órgãos competetentes, que são a PF e o Ministério Público", comenta. "A Câmara não pode virar palco político de delegacia e vamos tomar providências no sentido de evitar que isso aconteça".
No Senado, o líder do PSDB, Álvaro Dias (PR), vai apresentar hoje na Comissão de Meio Ambiente, Fiscalização e Controle um pedido de convite para Rose. Ele também agirá da mesma maneira na quarta, na Comissão de Fiscalização e Controle da Casa, presidida pela tucana Lúcia Vânia (GO). Ele já havia apresentado o requerimento na semana passada — na mesma sessão em que conseguiu aprovar o convite a Rubens Vieira. Mas, como o assunto não havia sido pautado com 48 horas de antecedência, a senadora não aceitou a votação do requerimento.
Álvaro considera cada vez mais graves as novas revelações envolvendo a ex-assessora da Presidência. "São cada vez mais claras as conexões desta senhora com a quadrilha formada pelos irmãos Paulo e Rubens Vieira. Além disso, temos cada vez mais explícita a conivência do ex-presidente — e deste governo atual — com o malfeito", afirmou Dias.
Dias vai apresentar amanhã, em reunião com a bancada de senadores do PSDB, um pedido para instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o assunto. "Queremos explicitar quem é amigo de Rose e quem não é. Precisamos fechar o tripé de investigação Polícia Federal, Ministério Público e Legislativo para dar uma resposta à sociedade", disse o senador tucano, ainda inseguro quanto ao êxito da empreitada.
"As medidas já foram tomadas, deixa a polícia apurar o restante"
Jilmar Tatto (SP), líder do PT na Câmara
Entenda o caso
Venda de pareceres

O escândalo envolvendo a ex-chefe de gabinete do escritório da Presidência em São Paulo Rosemary Noronha estourou quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Porto Seguro, que desbaratou uma quadrilha acusada de vender pareceres técnicos e jurídicos a empresários que tinham negócios com o governo federal. Além de Rose, foram envolvidos na quadrilha os ex-diretores da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Rubens Vieira e da Agência Nacional de Águas (ANA) Paulo Vieira, além do ex-número dois da Advocacia-Geral da União (AGU) José Weber de Holanda.
A operação ocorreu em 23 de novembro. No dia seguinte, a presidente Dilma Rousseff exonerou todos os envolvidos na operação, inclusive Rose, que estava no cargo graças à sua proximidade com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A medida foi vista com ressalvas por setores do PT. Aliados do ex-presidente acharam que Dilma foi muito enfática ao livrar-se da crise, sem considerar os desdobramentos que ela traria para Lula.
O caso ganhou vulto quando pareceres jurídicos envolvendo grandes quantias começaram a ser descobertos. Um deles favorecia o ex-senador Gilberto Miranda na disputa pelo contrato do complexo Bagres-Barnabés, um negócio de mais de R$ 2 bilhões envolvendo a construção do maior polo de transporte de etanol do mundo, próximo ao Porto de Santos. A oposição começou a batalha por convidar Rose, considerada o elo da quadrilha com a cúpula petista formada por Lula e o ex-chefe da Casa Civil, José Dirceu.
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COCA: 'YO TENGO TANTOS HERMANOS'



Combate à coca põe Brasil em situação delicada com vizinhos

Autor(es): Por John Lyons | The Wall Street Journal, de Tabatinga, Amazonas
Valor Econômico - 04/12/2012
 

Dois policiais brasileiros saltaram de um helicóptero na Amazônia peruana recentemente com um pelotão de agentes peruanos. Tiros ecoaram na floresta antes que o grupo capturasse e destruísse um laboratório secreto de cocaína.
Os brasileiros tinham a posição oficial de observadores desarmados na blitz conduzida em 19 de agosto pela polícia de elite antidrogas do Peru.
Mas ambos os brasileiros carregavam rifles de assalto e tiros foram disparados contra eles. O laboratório ficava no Peru, mas os policiais decolaram de um aeroporto no Brasil, num helicóptero abastecido com combustível brasileiro, para atingir um alvo identificado por um informante pago por brasileiros.
Seja na sua fronteira amazônica ou nas suas cidades, o Brasil está mergulhando mais fundo numa guerra contra as drogas, à medida que o uso crescente da cocaína faz do país o maior mercado consumidor depois dos Estados Unidos. O fato é surpreendente, considerando-se que os políticos brasileiros antes criticavam as estratégias antidrogas patrocinadas pelos EUA, dizendo que elas faziam mais mal do que bem.
Agora, o Brasil está adotando uma polêmica tática americana: atravessar fronteiras para combater a cocaína na fonte.
"O Brasil está ultrapassando um limite do qual ele nem chegava perto no passado", disse Douglas Farah, um consultor de segurança nacional que orienta o Departamento de Defesa dos EUA sobre América Latina e assuntos ligados a drogas.
A presidente Dilma Rousseff está enviando até 10.000 soldados de cada vez para os pontos mais notórios de contrabando de drogas. Ela decidiu há pouco tempo comprar 14 aeronaves não tripuladas israelenses para procurar por traficantes do céu. A Polícia Federal está aumentando em 30% seu número de agentes e equipando-os com 1.000 novos rifles de assalto, mais lanchas e aviões. Uma consequência parcial disso é que o número de pessoas presas no Brasil por crimes ligados a drogas dobrou desde 2006.
Os problemas do Brasil refletem a globalização do negócio da cocaína, já que o uso da droga nos EUA caiu 40% nos últimos dez anos. Os traficantes responderam explorando novos mercados na Europa e em países em desenvolvimento como Brasil, Argentina e África do Sul.
Em São Paulo, a violência ligada às drogas e a proliferação de mercados ao ar livre de crack, um derivado barato da cocaína, levaram os políticos a exigir medidas. Pelo menos 90 policiais militares no Estado já morreram este ano nas mãos dos traficantes de cocaína locais.
A propagação do uso da cocaína está atraindo mais países para o combate aos narcóticos, dizem autoridades americanas.
"Todos esses males vêm para o bem no aspecto da cooperação", disse William Brownfield, que, no seu papel de chefe do Escritório de Assuntos Internacionais de Narcóticos e Aplicação da Lei do Departamento de Estado dos EUA, é o embaixador americano na guerra às drogas. "Estou mais otimista sobre a iniciativa internacional agora do que em qualquer momento do passado, porque o tráfico de narcóticos se tornou tão globalizado que a maioria dos países vê a necessidade de cooperação."
O Brasil assinou acordos de cooperação policial com seus vizinhos para compartilhar informações, conduzir investigações conjuntas e financiar operações nos estrangeiro. Autoridades de alto escalão do Brasil enfatizaram que a polícia do país está proibida de cruzar a fronteira portando armas.
Fazer isso viola os acordos com os países vizinhos e poderia causar incidentes diplomáticos caso um brasileiro seja ferido fora do país, ou se envolva num tiroteio com mortes.
"A gente não quer entrar em outros paises. Não pode entrar armado. Se aconteceu ali foi errado", disse Oslain Santana, diretor de combate ao crime organizado da Polícia Federal, acrescentando que a polícia peruana poderia prender os brasileiros nesse caso.
Mas alguns agentes dizem privadamente que policiais brasileiros armados às vezes de fato atravessam a fronteira, refletindo o espírito de "toda ajuda é pouca" do combate às drogas em regiões perigosas, onde os reforços estão distantes e as divisas entre países geralmente não são demarcadas.
Tal prática ficou visível em agosto, quando o Brasil se uniu ao Peru numa operação conjunta de três semanas para reprimir a crescente produção de cocaína no lado peruano do Rio Javari, que separa o país andino do Estado do Amazonas.
A polícia do Peru comandou as operações do lado peruano da fronteira. Mas havia pelo menos um policial federal brasileiro armado em cada uma das duas missões para destruir laboratórios de cocaína no Peru em agosto acompanhadas por um repóter do The Wall Street Journal.
Era fácil ver por quê. Os policiais brasileiros eram os que tinham grande conhecimento da floresta e que haviam culti-vado informantes que sabiam onde os laboratórios estavam. Os agentes peruanos tinham vindo de Lima.
O engajamento do Brasil além de suas fronteiras está longe de se comparar ao praticado pelos EUA, que durante anos gastou bilhões de dólares para operar bases antidrogas no Equador, Bolívia e Colômbia e empregou táticas polêmicas como ajudar os países a abater aviões suspeitos de transportar drogas.
Mesmo assim, críticos no Brasil temem que a guerra contra as drogas do país esteja entrando num terreno perigoso. A ideia de ter brasileiros armados em outros países poderia custar vidas e problemas diplomáticos numa região já apreensiva com o crescimento do Brasil, dizem esses críticos. Eles também receiam que a estratégia simplesmente não funcione.
"Isso não vai ter muito efeito, porque eles sempre podem fazer mais laboratórios", disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que tem defendido a descriminalização das drogas.
O Peru também está mudando para um combate mais ativo contra drogas ilegais. Na sua campanha eleitoral, o presidente Ollanta Humala se distanciou da proibição apoiada pelos EUA e até mesmo sugeriu que iria interromper a erradicação de coca financiada pelos EUA.
Mas, uma vez na presidência, ele tem agido de forma diferente. Ele passou a recear que o aumento na produção da cocaína - em parte para atender a demanda no Brasil - poderia ameaçar a estabilidade ao financiar o terrorismo. Hoje os EUA veem em Humala um melhor aliado contra as drogas que seus predecessores, dizem analistas políticos americanos.
Durante a operação conjunta de agosto entre Brasil e Peru, os dois lados estabeleceram a sua base no aeroporto policial da vizinha Tabatinga, AM. Um helicóptero militar peruano pousou lá com um grupo de policiais.
"Precisamos impedir que a Amazônia vire outra grande zona de cocaína", disse o Coronel Cesar Arévalo, comandante da força peruana na operação.
Dois observadores da DEA, a agência americana de combate às drogas, chegaram para os últimos dias da operação. Eles passaram a maior parte do seu primeiro dia lá checando seus BlackBerries num centro de comando da polícia brasileira, enquanto brasileiros e peruanos saíam para as batidas antidroga. Praticamente nada da cocaína produzida aqui vai para os EUA, mas sim para o Brasil, e então isso vira um problema do país, diz a polícia brasileira.
Um voo de reconhecimento com a PF mostrou o tamanho do problema. Plantações de coca, a matéria-prima da cocaína, do tamanho de campos de futebol, surgem ao longo do Javari. Dados da ONU indicam que a Amazônia peruana é a região produtora de cocaína que mais cresce no mundo.
O Brasil e o Peru estão lidando com o problema com um orçamento limitado. Ao contrário da Colômbia, que tem frotas de helicópteros Blackhawk fornecidos pelos EUA, a polícia aqui viaja para as missões em helicópteros de transporte russos de 20 anos, grandes demais para aterrissagens precisas na floresta.
O trabalho pode ser fatal. Em 2010, dois agentes da PF brasileira foram mortos por homens com armas automáticas enquanto revistavam uma canoa em busca de cocaína, no lado brasileiro da fronteira. As fotos deles estão penduradas na porta da sede da polícia na região. Na foto de um dos policiais assassinados, Mauro Lobo, alguém escreveu: "Vá em frente. Eu estou com você".
As mortes dos policiais fortaleceu a determinação da PF. Os brasileiros trabalharam com a polícia peruana para capturar a maioria dos membros da quadrilha de traficantes supostamente por trás dos assassinatos. Os laços criados durante essas prisões ajudaram a tornar possíveis operações maiores de combate às drogas.
Antes de uma busca, Mauro Spósito emprestou a Arévalo, o coronel peruano, sua arma pessoal, um rifle semiautomático, mais adequado do que os automáticos porque ajuda a economizar munição "quando a adrenalina sobe", explicou Spósito.
A polícia peruana comandou todas as missões do seu lado da fronteira. Os brasileiros entraram com a maior parte da logística, inclusive o combustível.
Num complexo de cocaína capturado em 17 de agosto, um cientista da polícia brasileira ouviu seu colega peruano descrever os processos químicos que estavam ocorrendo num tanque do tamanho de uma jacuzzi cheio de folhas de coca picadas mergulhadas em gasolina. Um suco de gasolina e coca fluía por tubos de PVC e enchia latões de 200 litros, um passo crítico no preparo da cocaína.
Os investigadores acharam pistas sobre a indústria local da cocaína. Os operários usaram fita adesiva para prender lanternas ao redor de uma estrutura de madeira, indicando que eles trabalhavam em turnos noturnos para dar conta da demanda. Longas varas de madeira com pontas afiadas para pegar peixes nos riachos mostravam que os operários eram de famílias indígenas locais. Eles moravam numa cabana de palha sobre estacas. Dentro dela havia alguns brinquedos de criança.
A polícia suspeita que o laboratório pertencia a um brasileiro que agia com um químico colombiano.
"Esta é a nova realidade: os brasileiros têm o dinheiro, os colombianos têm o know-how, e os peruanos são os pobres coitados que fazem o trabalho", disse um agente do serviço de informação do Peru que participou da ação.
Pouco depois, um especialista em demolição peruano, baleado três vezes nos seus 12 anos de serviço, enrolou tambores de gasolina num cordão detonante cor-de-rosa e prometeu mandar o laboratório pelos ares "que nem Hiroshima".
Ambas as equipes estavam em ação de novo na manhã de 19 de agosto, quando um informante disse que um laboratório ligado à quadrilha responsável pelos assassinatos de 2010 estava funcionando no lado peruano do Javari.
Spósito, um comandante da PF brasileira, entrou com as coordenadas do GPS no Google Earth do seu laptop e começou a discutir a logística com Arévalo. Um esquadrão da polícia peruana em camuflagem encheu duas picapes que saíram em disparada na direção do helicóptero.
Nos veículos também estavam dois observadores da polícia brasileira, que carregavam armas automáticas. Desde que seus colegas foram mortos, a polícia federal brasileira jurou nunca ser surpreendida desarmada de novo. Todo mundo esperava um tiroteio, e os homens a bordo pareciam imersos em seus pensamentos.
O volumoso helicóptero ganhou altura e dali a pouco já havia cruzado o rio Javari e entrado no Peru. O informante, um morador da área com o rosto oculto por um capuz, ajudou a guiar os pilotos. Não acostumado a andar de helicóptero, ele ficou desorientado com a vista do alto.
De repente, eles avistaram o alvo, e em segundos um oficial peruano estava gritando para que seus homens pulassem do helicóptero e procurassem proteção na plantação de coca que os rotores da aeronave fustigavam.
A polícia informou que eles foram recebidos com uma saraivada de tiros. Um agente brasileiro presumiu que os traficantes, em número inferior, abriram fogo antes de escapar porque matar um policial fortaleceria a reputação da quadrilha.
No fim do dia, os traficantes haviam fugido e o laboratório, sido destruído.
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'MEDITAI SE SÓ AS NAÇÕES FORTES PODEM FAZER CIÊNCIAS OU SE É A CIÊNCIA QUE AS TORNA FORTES''



Educação, ciência, tecnologia e PIB



Autor(es): Renato Sérgio Balão Cordeiro
Correio Braziliense - 04/12/2012
 

Pesquisador titular da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), é membro da Academia Brasileira de Ciências;

Fomos surpreendidos com a divulgação da notícia de que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu apenas 0,6% no terceiro trimestre de 2012, ao mesmo tempo que a presidente Dilma, atendendo a movimento liderado pelos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, vetou artigo aprovado pelo Congresso Nacional que redistribuía os royalties do petróleo para todos os estados. Medida provisória (MP) encaminhada pelo governo ao Congresso Nacional regulamenta a destinação dos recursos obtidos dos novos poços de petróleo e destina 100% da receita desses campos à educação.

Sábia decisão, pois sem uma mudança de cultura, e um sólido investimento em educação, nosso país não terá condições de fazer uma real inclusão social e dar cidadania plena à população brasileira. Contudo, cuidados deverão ser tomados. O governo deverá traçar as diretrizes para que estados e municípios apliquem os recursos do petróleo, a fim de que sejam resolvidos os principais problemas do ensino médio, do fundamental e do superior, da necessária formação e aperfeiçoamento dos professores, células mater de todo o processo, e priorizadas as áreas técnicas e humanísticas necessárias à formação dos cidadãos.

É fundamental que haja coordenação e fiscalização dos projetos e da aplicação dos recursos. E que um grande pacto federativo seja trabalhado, para que o país caminhe para a resolução dos dramáticos problemas da educação brasileira, que inclua as populações indígenas e quilombolas.

Numa nação em crescimento, como o Brasil, não é possível pensar em futuro sem dar prioridade máxima a ciência, tecnologia e inovação (C&TI). O governo federal e o Congresso Nacional, neste momento de votação e aperfeiçoamento da MP, têm que entender que educação, ciência e tecnologia são indissociáveis e têm que ser igualmente contemplados com os recursos provenientes do petróleo.

Temos agências federais e estaduais de excelência, como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde (Decit-MS) e as fundações de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), do Rio de Janeiro (Faperj) e de Minas Gerais (Fapemig), entre outras, que deverão aplicar corretamente os recursos a serem canalizados.

A Academia Brasileira de Ciências, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), a Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica (Abipti) e o Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (Fortec) terão que participardo processo, sinalizando o norte a ser seguido.

Nosso país conseguiu dar passos sólidos até esta década, formando mais de 10 mil doutores por ano, alcançando o 13º lugar na produtividade científica indexada do mundo. Temos institutos de pesquisa e nichos universitários de excelência, como a Fundação Oswaldo Cruz, o Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), as universidades de São Paulo (USP), Campinas (Unicamp), Brasília, as universidades federais de São Paulo (Unifesp), Rio de Janeiro (UFRJ), Minas Gerais (UFMG), Santa Catarina (UFSC) e Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. A maior parte está localizada nas regiões Sudeste e Sul, sendo fundamental a capilarização pelo país, criando laços sólidos e definitivos nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

O governo brasileiro, recentemente, deu um grande passo, criando o Programa Ciência sem Fronteiras, que “busca promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade brasileira por meio do intercâmbio e da mobilidade internacional”.

Mas para que a nação consiga algum dia atingir um PIB que cause impacto na comunidade internacional, e não fique eternamente dependente de países como a China e a Coreia do Sul, que tomaram as decisões certas décadas atrás, deverá investir solidamente os novos recursos do petróleo em educação, ciência e tecnologia e inovação. Como dizia o brilhante cientista Walter Oswaldo Cruz: “Meditai se só as nações fortes podem fazer ciência ou se é a ciência que as torna fortes”.
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... QUASE UMA 'INDÚSTRIA NASCENTE' (2)



Cresce dependência de insumos importados



Autor(es): Por Fernando Lopes | De São Paulo
Valor Econômico - 04/12/2012
 

Potência ascendente do agronegócio, com participações crescentes nas exportações de alguns dos principais produtos do setor comercializados no mundo, o Brasil depende cada vez mais de insumos importados para fomentar sua produção agropecuária e atender às demandas externa e doméstica por commodities, alimentos processados e biocombustíveis.
Estudo elaborado pelo Departamento do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Deagro/Fiesp) a partir de dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) aponta que, em 2012, as importações de insumos por parte dos segmentos de fertilizantes, defensivos, máquinas e implementos, nutrição animal e saúde animal deverão somar US$ 18,593 bilhões.
Mais do que um crescimento de quase 10% em relação ao montante do ano passado (US$ 16,956 bilhões), a projeção marca o quarto ano consecutivo de avanço das importações desses insumos e representa um salto de 123%, ou de mais de US$ 10 bilhões, na comparação com o valor de 2007, ano-base do estudo. E não fosse a crise internacional de 2008, a tendência poderia ter sido até mais evidente.
Em 2007, as importações de insumos agropecuários por parte dos segmentos destacados pela Fiesp atingiram US$ 8,340 bilhões, montante que ascendeu para US$ 15,656 bilhões no ano seguinte, quando as commodities em geral - inclusive petróleo e metais - testaram máximas históricas antes que a quebra do banco Lehman Brothers deflagrasse o arrefecimento da tendência.
Nesse contexto, as importações de insumos dos segmentos que fazem parte do levantamento da Fiesp recuaram para US$ 9,387 bilhões em 2009 e aumentaram moderadamente em 2010, para US$ 11,305 bilhões. "Parte das importações é necessária, mas é preciso mensurar os riscos dessa crescente dependência. Nosso estudo é um alerta", diz Antonio Carlos Costa, gerente do Deagro.
Para efeito de comparação, as importações desses insumos representarão, em 2012, 8% do valor bruto da produção (VBP) das 20 principais culturas agrícolas do país estimado pelo Ministério da Agricultura (R$ 233,836 bilhões). Em 2007, as importações desses insumos foram equivalentes a 4,8% de um VBP calculado pelo ministério em R$ 175,062 bilhões.
Das áreas que fazem parte do levantamento, a que mais pesa sobre as importações é a de fertilizantes, que historicamente depende de produtos de fora para atender a cerca de 70% da demanda doméstica. Em 2012, as compras no exterior de fertilizantes intermediários e matérias-primas para a produção de adubos deverão atingir US$ 10,94 bilhões, ou 58,8% do valor total estimado pela Fiesp para os insumos do levantamento.
Das três fontes básicas de nutrientes para a produção de fertilizantes agrícolas, a dependência brasileira é maior no potássio, escasso no país. Em 2010, as importações cobriram 91% da demanda interna por potássicos. Nos derivados do nitrogênio, a fatia das importações em 2010 foi de 76%, e nos derivados do fosfato ficou em 43%.
Com os investimentos em curso e os previstos, a Fiesp projeta que a participação das importações será cadente até 2021. Nos fosfatados, recuará para 35%, nos nitrogenados para 43% e nos potássicos, para 81%. A mineradora Vale lidera a produção brasileira de fosfatados e a Petrobras, a de nitrogenados.
Conforme David Roquetti Filho, diretor-executivo da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), os investimentos de fato aportados para a ampliação da oferta brasileira deverão chegar a US$ 2,877 bilhões em 2012 (a maior parte em fosfatados), ante US$ 838,2 milhões em 2011. A redução da dependência no potássio no longo prazo conta com a "ajuda" de um projeto da Vale na Argentina com a promessa de direcionar 90% da oferta para o Brasil.
No caso do nitrogênio, o segmento tem boas expectativas em relação ao aumento da oferta de gás natural em tempos de pré-sal. O gás representa 80% da amônia, por exemplo. Mas, para irrigar a produção de fertilizantes, esse aumento depende de decisões políticas sobre os destinos do gás, que move automóveis, alimenta usinas térmicas e abastece residências, entre outros muitos fins.
Para o segmento de defensivos, a previsão da Fiesp para as importações de insumos em 2012 sinaliza um crescimento de 10% em relação ao ano passado, para US$ 4,525 bilhões, ou 24,3% do total. É um valor quase três vezes superior ao registrado em 2007, e de lá para cá o crescimento se deu em praticamente todas as classes de produtos.
Ainda que exista uma produção importante do princípio ativo glifosato, base dos defensivos mais vendidos no país, mesmo nesse caso a demanda é complementada por importações. Para o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag), o "Custo Brasil" limita a expansão da produção local, o que deixa o caminho aberto para os importados em um dos mercados mais cobiçados do mundo.
Em larga medida, a disseminação das compras de produtos genéricos na Ásia, sobretudo na China - que acirrou a concorrência com os produtos patenteados das grandes empresas do ramo, a maior parte multinacionais - também colabora para dificultar mudanças significativas nesse tabuleiro.
Ivan Amancio Sampaio, gerente de informação do Sindag, informa que, em 2011, as vendas de genéricos no Brasil somaram US$ 3,7 bilhões, ou 43% do total. As vendas de "especialidades", os produtos patenteados, alcançaram US$ 4,8 bilhões. Essa divisão percentual segue praticamente inalterada.
No segmento de máquinas e implementos, onde o "Custo Brasil" também limitam investimentos, as importações dobraram desde 2007 e deverão alcançar US$ 1,809 bilhão em 2012.
Na área de nutrição animal - cujas importações de insumos deverão atingir US$ 986 milhões este ano, 81,3% mais que em 2007 -, a dependência se concentra nos produtos à base de química fina utilizados nas composições das rações, afirma Mario Sergio Cutait, diretor titular adjunto do Deagro.
No segmento de saúde animal - que deverá importar US$ 333 milhões em 2012, aumento de 16% na mesma comparação -, são vitais as compras de matérias-primas de fora para a fabricação de produtos veterinários, num cenário que não difere muito do que vigora nos medicamentos da área humana, segundo ressalta Milson da Silva Pereira, diretor-executivo do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan).

... QUASE UMA 'INDÚSTRIA NASCENTE'



Indústria pede mudanças em leis trabalhistas

CNI faz 101 propostas para modernizar setor


Autor(es): Por Fernando Exman | De Brasília
Valor Econômico - 04/12/2012
 

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) decidiu aproveitar a sinalização da presidente Dilma Rousseff de que há interesse do governo em alterar a legislação trabalhista e relacionou 101 propostas para modificar o marco legal da área, com iniciativas para reduzir custos, a burocracia e os riscos vistos pelo empresariado, além de elevar a competitividade da indústria.
Obtido com exclusividade pelo Valor, o documento, que será discutido a partir de amanhã no Encontro Nacional da Indústria, em Brasília, detalha o que seriam "irracionalidades" da atual legislação trabalhista e a insegurança jurídica, a burocracia e as restrições à produtividade resultantes desses problemas.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) decidiu aproveitar a sinalização dada pela presidente Dilma Rousseff de que há interesse do governo em alterar a legislação trabalhista para tentar impulsionar uma agenda de modernização do setor. A CNI listou 101 propostas, iniciativas capazes de reduzir os custos, a burocracia e os riscos enfrentados pelo empresariado, além de elevar a competitividade e a produtividade da indústria brasileira.
Obtido com exclusividade pelo Valor, o documento será discutido a partir de amanhã no Encontro Nacional da Indústria, em Brasília. Em uma iniciativa inédita, ele detalha, sob a ótica do setor produtivo, as diversas irracionalidades da atual legislação trabalhista. Além de apresentar as propostas, a CNI aponta os ganhos esperados com as mudanças sugeridas e quais seriam as medidas e os instrumentos necessários para executar tais alterações.
"A ideia foi trazer melhor conhecimento da realidade e de suas possibilidades de aperfeiçoamento. Buscou-se elaborar propostas equilibradas e exequíveis. Nosso objetivo é criar condições para o crescimento sustentado e gerar empregos de qualidade", afirmou ao Valor o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade. "Em momento algum o documento "101 Propostas para Modernização Trabalhista" defende redução de salário e de direitos do trabalhador. O que se quer é a racionalidade na legislação trabalhista para que ganhem empresas e empregados juntos."
Para a CNI, a modernização trabalhista é fundamental para garantir um maior dinamismo à indústria. Nas contas da instituição, a produtividade do setor aumentou 0,9% entre 2006 e 2011. Por outro lado, o salário médio em dólar e o custo unitário do trabalhador subiram 51,5% e 52,8% no mesmo período, respectivamente. Enquanto a produtividade cresceu apenas 3,7% entre 2000 e 2011, acrescentou a CNI, o salário médio do trabalhador calculado em dólar registrou uma apreciação de 103%.
Na visão do empresariado, porém, o aumento da produtividade só virá com inovação, a qual depende de qualificação do trabalhador, e da redução das chances de medidas que estimulem a meritocracia dentro das empresas acabarem sendo questionadas na Justiça. "O Brasil precisa aumentar a sua produtividade", resumiu o gerente-executivo da Unidade de Relações do Trabalho da CNI, Emerson Casali.
Dados compilados pela entidade também demonstram que a indústria de transformação vem perdendo espaço na economia. Em 1985, anota a CNI, o setor correspondia a 35,8% do Produto Interno Bruto (PIB). Tal índice caiu para 14,6% em 2011. No mesmo período, a participação da indústria de transformação no mercado de trabalho passou de cerca de 25% para 17%.
O mesmo cenário é verificado numa análise do comércio exterior. Em 1992, aponta a CNI, a indústria de transformação respondia por 64,5% das exportações. Em 2011, essa parcela diminuiu para 36%. Já o coeficiente de importação do setor cresceu dos 14,1% observados em 1996 para 18,5% em 2011. A expectativa da CNI é que esse indicador, que representa o quanto do consumo interno é atendido por importados, ultrapasse 20% em 2012.
Nos últimos 12 meses até setembro, a geração de empregos na indústria de transformação caiu 90,2% em relação ao mesmo período anterior, para 24.851 vagas. Todos os seus 12 subsetores CNI registraram retração. "É uma perda de dinamismo clara. O emprego é muito relacionado ao crescimento econômico e ao investimento", explicou Casali, para quem a concentração do emprego em grandes companhias demonstra que o Simples ajuda as pequenas empresas na área tributária, mas não na trabalhista.
Assim, o objetivo da CNI ao formular o documento foi sugerir uma forma de reduzir os custos e os riscos do empresário. As soluções envolvem diversas instituições, como os ministérios do Trabalho, da Fazenda, da Previdência, do Desenvolvimento, além dos sindicatos, da Justiça do Trabalho e o Parlamento.
Entre as propostas, 65 podem ser levadas adiante por meio de projeto de lei. Outras sete por ato normativo de ministérios. As alterações também poderiam ser feitas por decreto (seis), proposta de emenda constitucional (cinco), portaria (cinco), projeto de lei complementar (três) e novas normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho para a área de saúde e segurança. Outras 20 sugestões poderiam tomar corpo tanto por meio de atos normativos e projetos de lei como com revisões de súmulas do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
As "irracionalidades" apontadas pela Confederação Nacional da Indústria são verificadas em obrigações acessórias impostas às empresas, na forma de pagamento de benefícios, encargos previdenciários, no formato da jornada de trabalho, na forma do contrato de trabalho, nas licenças e na qualificação da mão de obra. Falar que o Brasil continua a gerar novas vagas de trabalho mesmo com esse arcabouço legal é um erro, argumentou o gerente-executivo da Unidade de Relações do Trabalho da CNI. "É o carro acelerando com o freio de mão puxado", comentou.

"QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?''

SINOPSES - RESUMO DOS JORNAIS

04 de dezembro de 2012

O Globo

Manchete: Rumo às Olimpíadas - Elevado do Joá enfrenta ‘degradação estrutural’
Estudo da Coppe encomendado e contestado pela prefeitura condena viaduto

Laudo de entidade de excelência em engenharia civil recomenda ações imediatas como redução do limite de velocidade para ônibus e automóveis, e interdição total a veículos de carga para evitar colapso

Um estudo minucioso das condições do Elevado do Joá, iniciado em 2009 por técnicos e professores da Coordenação de Programas de Pós-Graduação em Engenharia (Coppe) da UFRJ, entregue em agosto à prefeitura e ratificado em novembro, concluiu que a única solução para garantir a segurança da principal ligação viária entre a Barra e a Zona Sul seria reconstruir totalmente a estrutura, com técnicas mais modernas que facilitem a manutenção. O laudo, que a prefeitura contesta com base em parecer de outros especialistas, chega a mencionar o risco de colapso, embora sem precisar quando um "acidente de consequências graves" poderia ocorrer. O relatório da Coppe, que será apresentado hoje no Clube de Engenharia, recomenda ainda ações imediatas como a redução do limite de velocidade para ônibus e automóveis, além da interdição total ao tráfego de caminhões — hoje só permitidos fora dos horários de rush —, relata Luiz Ernesto Magalhães. (Págs. 1 e 14)
Fotolegenda: Fila longa e desumana
Mais de mil pessoas, muitas delas idosas, de muletas e em cadeira de rodas, madrugaram em frente ao Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), numa fila que contornava o quarteirão, no Caju, na esperança de conseguir uma das 400 vagas para marcação de consultas para o primeiro semestre de 2013. A direção alegou que foi pega de surpresa com a alta procura e prometeu fazer funcionar o agendamento por telefone, que estava inoperante ontem. (Págs. 1 e 21)
Deputada ingressa na Justiça com ação popular contra píer em Y (Págs. 1 e 15)

Infraestrutura: Redução na conta está ameaçada
Um quarto da geração de energia elétrica no país deverá ficar de fora das novas regras. O prazo para adesão acaba hoje, mas Celesc, Copei e Cesp já rejeitaram. O governo pode não conseguir a redução de 20%. (Págs. 1 e 29)
Vale investe menos em 2013
O investimento cairá 6,8%, a US$ 16,3 bi, devido ao preço menor do minério. (Págs. 1 e 31)
Rumo a 2014: PSDB quer Aécio candidato já
Líderes tucanos, como o ex-presidente Fernando Henrique, lançaram ontem a pré-candidatura do senador Aécio Neves à Presidência, em encontro com prefeitos. Aécio, porém, disse que não quer “antecipar etapas”. (Págs. 1 e 12)
Gurgel: ninguém está a salvo
Para Roberto Gurgel, ninguém está a salvo da Justiça. A Comissão de Ética da Presidência intimará Rose Noronha e mais três. (Págs. 1 e 4 a 8)
Histórias do Moreno: A namorada do presidente
Trinta anos depois, a empresária Myrian Abicair relembra a Jorge Bastos Moreno detalhes do romance com o então presidente João Figueiredo. (Págs. 1 e 6)
Brasil vai liderar Kioto (Págs. 1 e Ciência)

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Folha de S. Paulo

Manchete: SP recusa plano do governo que barateia energia
Para Cesp, programa de Dilma para renovar contratos de concessão de hidrelétricas é economicamente inviável

O governo do Estado de São Paulo, acionista controlador da Cesp (Companhia Energética de São Paulo), recusou a proposta do Palácio do Planalto de renovação dos contratos de três usinas hidrelétricas. A decisão instalou o primeiro obstáculo nos planos de Dilma de reduzir em 20%, em média, o custo da energia no país.

O plano da presidente era convencer as empresas a baixar custos, em troca de renovar as concessões que terminariam nos próximos anos. Assim, elas faturariam menos, mas ganhariam o direito de explorar a companhia por mais tempo.

A Cesp considerou a proposta economicamente inviável, pois iria gerar prejuízo.

Sem essas três usinas (Três Irmãos, Ilha Solteira e Jupiá), a previsão de analistas é que a redução de tarifa não passe de 18%.

Ontem, as ações da Cesp, que haviam caído 37% desde o plano de cortes de tarifa, subiram 8,9%.

A Eletrobras já aderiu ao plano do governo federal. A Cemig decide hoje. (Págs. 1 e Mercado B1)
Barbosa pode ter de executar sozinho penas do mensalão
Em vez de ser terceirizada para juizes estaduais e federais, a execução das penas dos 25 condenados no julgamento do mensalão pode ter de ser feita pelo relator do processo, Joaquim Barbosa.

O regimento do STF, segundo o ministro Celso de Mello, atribui ao relator a definição do local de cumprimento da pena e da progressão de regime. (Págs. 1 e Poder A4)
Parecer suspeito da AGU permitiu negócio bilionário
Suspeito de ter sido comprado, um parecer da Advocacia-Geral da União foi decisivo, segundo a PF, para a venda de uma empresa de contêineres no porto de Santos por R$ 1,3 bilhão. O parecer derrubou interpretação do TCU. A empresa nega irregularidade. (Págs. 1 e Poder A10)
Haddad chama gestor do MEC para Secretaria de Educação
O prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), confirmou ontem que o sociólogo Cesar Callegari (PSB), atual secretário de Educação Básica do Ministério da Educação, será o seu secretário para a área.

Callegari destacou como prioridades a melhoria da qualidade do ensino fundamental, a expansão das vagas em creches e a alfabetização de todas as crianças de até oito anos. (Págs. 1 e Cotidiano C1)
Conselho atrasa registro de alunos que boicotaram teste de medicina (Págs. 1 e Cotidiano C4)

Produtoras se articulam contra meia-entrada em shows (Págs. 1 e Ilustrada E1)

Europa convoca diplomatas após anúncio de Israel
Reino Unido e mais quatro países europeus convocaram os embaixadores de Israel em suas capitais após o país anunciar a construção de casas na Cisjordânia. Se forem erguidas, a criação do Estado palestino pode ficar inviabilizada. (Págs. 1 e Mundo A14)
Obama adverte Assad sobre eventual uso de armas químicas na Síria (Págs. 1 e A15)

Editoriais
Leia “Tragédia anunciada”, sobre baixa execução de verbas contra desastres, e “Veto equilibrado”, acerca de proposta de redistribuição de royalties. (Págs. 1 e Opinião A2)
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O Estado de S. Paulo

Manchete: FHC lança candidatura de Aécio para presidente
Senador mineiro afirmou que 'vai cumprir papel', mas que decisão só sairá ‘no amanhecer de 2014’

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o chefe do PSDB, Sérgio Guerra, lançaram o nome do segador Aécio Neves à disputa presidencial, ontem, durante evento para prefeitos do partido. Aécio disse que “cumprirá papel”, mas sua candidatura será decidida só em 2014. Ele afirmou que está à disposição para andar pelo País. “É hora de o PSDB ouvir o pulsar das ruas.” Para Fernando Henrique, é possível ganhar de Dilma Rousseff. “A hora é já. O nome do PSDB, hoje, é do Aécio. Ele tem de assumir suas responsabilidades, não de candidato, mas de líder do partido, para começar a percorrer o Brasil.” Para aliados de José Serra, o processo foi “atropelado”. Na mesma ocasião, Aécio foi lançado candidato a presidente do PSDB. (Págs. 1 e Nacional A4)
Comissão de Ética pede que Rose se explique
A Comissão de Ética Pública da Presidência vai pedir explicações e informações à ex-chefe do escritório da Presidência da República, em São Paulo, Rosemary Noronha, a Rose, sobre as denúncias de tráfico de influência e venda de pareceres. Ela terá 10 dias para responder. Os irmãos Paulo e Rubens Vieira, ex-diretores da ANA e da Anac, e José Weber Holanda, ex-número dois da AGU, também vão ter de se explicar. Relatório da Polícia Federal aponta que Paulo Vieira atuou para beneficiar mais três empresas com processos administrativos e judiciais no Porto de Santos e no Ministério dos Transportes. (Págs. 1 e Nacional A8 e A9)

Gilberto Carvalho
Secretário-geral da Presidência

“Cortamos na carne doa a quem doer”
Cesp rejeita renovação antecipada de contrato de energia
A revisão do valor de indenização e a decisão do governo de ressarcir as geradoras pelos investimentos feitos não convenceram a Cesp a aprovar a antecipação da renovação das concessões que vencem em 2015. A decisão dos acionistas ameaça os planos da presidente Dilma Rousseff de reduzir a conta de luz de empresas e residências. O governo apostava que, com as mudanças promovidas, teria uma adesão maciça das empresas. Agora terá de lançar mão de um novo plano, com redução de impostos e encargos, para garantir o desconto na tarifa. Antes da Cesp, a Cemig já havia recusado renovar a concessão de três hidrelétricas. A Cteep aceitou a proposta. Decreto com as regras para o reconhecimento dos investimentos feitos pelas geradoras foi publicado ontem. (Págs. 1 e Economia B1 e B3)

União impõe adesão à Eletrobrás

Acionistas minoritários tentaram invalidar assembleia, ontem, mas a adesão às novas regras foi aprovada. (Págs. 1 e B3)
Decisão de Israel provoca protestos
Os Estados Unidos e cinco países da União Europeia condenaram a decisão de Israel de construir 3 mil casas em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia. (Págs. 1 e Internacional A10)
Supremo derruba supersalário do TCM
STF derrubou decisão que mantinha pagamento de salários acima do teto constitucional, em SP de R$ 24 mil, a 168 servidores do Tribunal de Contas do Município. (Págs. 1 e Cidades C4)
TJ obriga Paulistano a aceitar casal gay (Págs. 1 e Vida A16)

Dora Kramer
Intenção e gesto

A lei da Ficha Limpa é boa inspiração, mas é preciso que se traduza em gestos, para não cair no descrédito ou em trevas repletas de boas intenções. (Págs. 1 e Nacional A6)
José Márcio Camargo
Desemprego e produtividade

A legislação trabalhista brasileira é prejudicial a ganhos de produtividade. Sem inverter incentivos é difícil ter uma indústria competitiva. (Págs. 1 e Economia B2)
Notas & Informações
O futuro da internet

O mundo mudou muito desde a criação da internet. Que seus valores não sejam ameaçados. (Págs. 1 e A3)
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Correio Braziliense

Manchete: Férias no exterior? É bom preparar o bolso
BC injeta US$ 3,6 bilhões no mercado para conter alta do dólar, que já começa a encarecer viagens e compras do fim de ano

A moeda norte-americana abriu o dia cotada acima de R$ 2,13 e, após três intervenções do Banco Central no mercado de câmbio, fechou a R$ 2,1205, com queda de 0,48%. O BC até persegue um valor mais elevado para a divisa dos EUA em relação ao real. Avalia que seria bom para as exportações nacionais. Mas o ritmo da elevação se acelerou nos últimos dias, com impacto direto no custo de vida dos brasileiros. Principalmente no preço de produtos importados muito comuns nesta época natalina e no bolso de quem se programou para passar férias em outro país. E se você deixou a compra das passagens aéreas para a última hora, confira levantamento do Correio sobre os destinos mais procurados pelos brasilienses. (Págs. 1, 10 e 31)
FHC lança Aécio para presidente
Um encontro de tucanos em Brasília virou lançamento do senador mineiro ao Planalto em 2014. “Aécio tem que mostrar disposição para percorrer o país, deixar claro que é nosso candidato”, defendeu FHC.“Cumprirei meu papel como sempre cumpri, sem ser açodado”, ressalvou um cauteloso Aécio Neves. (Págs. 1 e 2)
Oposição tenta cercar Cardozo
Ministro da Justiça e advogado-geral da União depõem hoje na Câmara sobre conexões da quadrilha dos pareceres fraudulentos com pessoas influentes no PT. (Págs. 1 e 3)
Casa própria: GDF vai construir mais 35 mil imóveis para famílias de baixa e média renda (Págs. 1 e 26)

Um limite às festas na Esplanada
A montagem de circos, tendas e galpões ao longo do Eixo Monumental está com os dias contados. O Iphan promete limitar as comemorações no local às datas cívicas, ao Natal e ao ano-novo. (Págs. 1, 21 e 22)
Exercício de fé e paciência pelos ingressos da Fifa (Págs. 1 e Super Esportes, 3)

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Valor Econômico

Manchete: União já garantiu corte de 17% nas tarifas de energia
A recusa de grandes geradoras de energia à proposta de renovação das concessões do setor elétrico terá impacto restrito sobre a queda de preço que a União pretende oferecer ao consumidor a partir de 2013. Para alcançar a meta de redução média de 20,2% na conta de luz, como prometido pela presidente Dilma Rousseff, o governo terá de lançar mão de outros instrumentos, como subsídios à tarifa.

Com as usinas de Cesp, Copel e Celesc fora do plano e com probabilidade de que o mesmo ocorra com as da Cemig, estão automaticamente comprometidos quase três pontos percentuais do corte de preços pretendido. Nessa conta, a Cesp representa 1,6 ponto percentual, a Copel outros 0,2 e a Cemig, cerca de 1 ponto. O corte de preços já teria se reduzido a cerca de 17%. (Págs. 1 e B8)
PIB subestimou desempenho do setor financeiro
Não faz sentido que, em virtude da redução da taxa Selic ao longo dos últimos quatro trimestres, a contribuição do setor financeiro ao PIB em termos reais tenha sido negativa. Considerando a soma de empréstimos e depósitos, que aumentou 17,57% em 12 meses, deflacionada pelo deflator implícito do PIB, de 4,03%, o IBGE chegaria a uma variação positiva de 13,02% para o setor financeiro, em lugar de menos 1,02%. Assim, a variação do PIB total teria sido 1,72%, e não 0,87%.

Essas discrepâncias podem ser consideradas pequenas, mas, com essa conversa de "pibinho", deveriam ser mais bem entendidas, pois podem sugerir que medidas adicionais para aquecer a economia são desnecessárias. (Págs. 1 e A14)
Nova política se preocupa com a gestão
O Brasil precisa buscar novas fórmulas para enfrentar os impactos da crise internacional, porque o receituário bem-sucedido em 2009 não tem mais efeito. E deve fazê-lo com decisões menos centralizadas no governo federal. Essa ideia é compartilhada pelo prefeito reeleito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e pelo prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), que participaram ontem do seminário "Novos Ventos na Política Brasileira", organizado pelo Valor.

A uma plateia de 60 presidentes de grandes empresas eles mostraram sintonia em uma questão básica: eficiência na gestão. (Págs. 1 e A10)
Indústria pede mudanças em leis trabalhistas
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) decidiu aproveitar a sinalização da presidente Dilma Rousseff de que há interesse do governo em alterar a legislação trabalhista e relacionou 101 propostas para modificar o marco legal da área, com iniciativas para reduzir custos, a burocracia e os riscos vistos pelo empresariado, além de elevar a competitividade da indústria.

Obtido com exclusividade pelo Valor, o documento, que será discutido a partir de amanhã no Encontro Nacional da Indústria, em Brasília, detalha o que seriam "irracionalidades" da atual legislação trabalhista e a insegurança jurídica, a burocracia e as restrições à produtividade resultantes desses problemas. (Págs. 1 e A4)
AmBev investe R$ 580 milhões em fábrica no PR
Depois de mais de dois anos de negociações, a Ambev assina hoje com o governo do Paraná protocolo de intenções para investimento de R$ 580 milhões em uma nova fábrica, em Ponta Grossa. A unidade, que deve ser uma das maiores do grupo, terá incentivos fiscais do programa Paraná Competitivo. Vai gerar 500 empregos, entre diretos e indiretos, e produzir cerveja e refrigerantes. (Págs. 1 e B1)
Estapar avança com a compra da Minas Park
A rede de estacionamentos Estapar, a maior da América Latina, adquiriu a Minas Park, empresa familiar que opera em Minas e no Rio de Janeiro. A operação, feita por meio de troca de ações, não teve o valor divulgado. Controlada pelo BTG Pactual, a Estapar acrescentará mais 52 estacionamentos aos 900 que já possui em 13 Estados e elevará o número de vagas oferecidas de 240 mil para 260 mil. (Págs. 1 e B4)
Combate ao tráfico de drogas põe o Brasil em situação delicada com países vizinhos (Págs. 1 e B5)

Nordeste começa a conviver com os pedágios (Págs. 1 e B11)

Correios investem em logística para atender o varejo virtual, diz Pinheiro (Págs. 1 e B3)

Pequim indica jogo duro com México
A China recusa o pedido de Brasil, EUA, União Europeia e outros parceiros para acompanhar como terceiros a disputa com o México sobre o setor têxtil na Organização Mundial do Comércio. (Págs. 1 e A2)
Desequilíbrio automotivo
Aumento da importação de carros e autopeças fez o déficit comercial do Brasil com o México aumentar 130% de janeiro a outubro em relação ao mesmo período do ano passado. (Págs. 1 e A3)
Amazônia sob pressão
Relatório que será divulgado hoje por 11 organizações ambientalistas de oito países amazônicos mostra que entre 2000 e 2010, a floresta perdeu o equivalente ao território do Reino Unido. (Págs. 1 e A16)
Expansão da Telhanorte
Controlada pela francesa Saint-Gobain, a rede de materiais de construção Telhanorte pretende retomar o plano de abertura de lojas — hoje são 37 — parado desde 2009. Deverão ser inauguradas três unidades em 2013, além de aquisições no Nordeste. (Págs. 1 e B1)
Triunfo amplia Portonave
A Triunfo Participações vai investir R$ 150 milhões em seu terminal de contêineres Portonave em Itajaí (SC). A intenção é aumentar a produtividade em 50% já em 2013, diz o presidente da holding, Carlo Alberto Bottarelli. Do total, R$ 80 milhões serão destinados a novos equipamentos. (Págs. 1 e B9)
Campo importa mais insumos
O Brasil depende cada vez mais de insumos importados para fomentar sua produção agropecuária. Neste ano, as compras pelos segmentos de fertilizantes, defensivos, máquinas e implementos, nutrição e saúde animal deverão somar US$ 18,6 bilhões. (Págs. 1 e B14)
Negócio de cartões mantém brilho
Mesmo sob pressão do governo para redução dos juros e aumento da concorrência, o setor de cartões ainda é um dos mais rentáveis da economia, com 37% de rentabilidade bruta anual. O lucro bruto cresce a taxas médias de 13% ao ano desde 2005. (Págs. 1 e C1)
Ideias
Delfim Netto

O trágico das contas nacionais é que elas revelam o quinto trimestre consecutivo de redução do nível de investimentos. (Págs. 1 e A2)

Raymundo Costa
O que se espera de Aécio e Eduardo Campos é uma agenda clara sobre o que querem dizer ao falar de nova Federação. (Págs. 1 e A6)
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