PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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valor ...ria...nine

folha gmail df1lkrha

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segunda-feira, agosto 27, 2007

XÔ! ESTRESSE [In:] ... PURO 'EXCTASY' !











[Chargistas: Frank, Sinfrônio, Novaes, Lane, Tacho, Sponholz].

STF/MENSALÃO: OS NOMES DOS QUARENTA

STF julgará agora núcleo político do mensalão

O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma hoje, a partir das 14 horas, o julgamento do caso do mensalão. O ministro relator, Joaquim Barbosa, vai examinar as acusações de formação de quadrilha e corrupção ativa contra o ex-ministro da Casa Civil e deputado cassado José Dirceu (PT-SP), o deputado José Genoino (PT-SP), o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o ex-secretário geral do partido Sílvio Pereira. Na denúncia apresentada ao Supremo, o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, acusa Dirceu de ser o "chefe de organização criminosa" que pagaria mesada a parlamentares para que votassem projetos de interesse do governo. O ex-ministro e os três petistas são apontados como o "núcleo central" dessa organização, que envolveria ainda o publicitário Marcos Valério, acusado de ser o operador do mensalão, e os Bancos Rural e BMG. Ao todo, Souza acusa 40 pessoas de envolvimento, entre políticos, empresários e dirigentes de instituições financeiras. Até sexta-feira, o STF aceitara abertura de processo contra 19.Na própria sexta-feira, o "núcleo central" obteve uma importante vitória. Barbosa rejeitou a denúncia de crime de peculato - uso de bens públicos para proveito próprio - contra Dirceu, Genoino, Delúbio e Sílvio. Os nove ministros seguiram seu voto. Agora, os quatro petistas ainda correm o risco de serem processados por corrupção ativa e formação de quadrilha. No julgamento, eles se defendem de maneira isolada.Dirceu argumenta, na defesa por escrito, que os outros três "sempre negaram peremptoriamente que ele tivesse participação ou mesmo ciência nos empréstimos e repasses de recursos" descritos na denúncia. E ressalta que não participava das questões financeiras do PT."As evidências estão a indicar que o repasse irregular de verbas não tinha relação com a compra de votos e não partia do governo", afirma. Depois de sair do governo, por causa das acusações, ele enfrentou processo de cassação na Câmara. De 19 deputados acusados, apenas 3 foram cassados: Dirceu, Roberto Jefferson (PTB-RJ) e Pedro Corrêa (PP-PE).Genoino afirmou em sua defesa que a "competência" pelos empréstimos feitos pelo PT era "exclusiva" do secretário de Finanças. Delúbio, por sua vez, pôs a culpa no "diretório do partido". Por fim, Sílvio alegou que nunca ocupou cargo público, daí não poderia ser enquadrado no crime de corrupção ativa.
No fim de semana, Barbosa disse que os casos que serão examinados hoje são os mais importantes do julgamento. A mesma avaliação tem o ministro Marco Aurélio Mello. "A parte mais complexa da denúncia será apreciada amanhã (hoje)", afirmou Marco Aurélio. "Vamos esperar para ver o que o ministro relator vai expor." Marco Aurélio elogiou a condução de Barbosa. "Ele está apresentando o voto de forma muito bem estruturada. O julgamento está sendo muito cuidadoso." O ministro disse acreditar que o julgamento pode terminar amanhã. Mas para isso, segundo ele, a sessão de hoje terá de ser estendida. "Acho que, se não ficarmos muito exauridos, podemos terminar em dois dias o julgamento." Estadão, Leonencio Nossa.

"MEDO DE AVIÃO"? ["TOME" MAIS UMA "PA$TA"!!!]

Jobim já planeja nova Anac, sem Zuanazzi

O governo não aposta mais na renúncia coletiva da cúpula da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Mas, depois da saída de Denise Abreu, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, também quer a entrega do cargo do presidente da Anac, Milton Zuanazzi. A esperada renúncia dele é o que Jobim, em conversas com o Palácio do Planalto e interlocutores do ministério, chama de "segundo tempo" da arrumação na Anac. Denise deixou a agência na sexta-feira. Para o governo, a saída de Denise e Zuanazzi, os dois diretores mais conhecidos da Anac, abriria espaço para o Ministério da Defesa mudar a correlação interna de poder. Os novos indicados e o brigadeiro Jorge Velozo, diretor de Segurança Operacional, Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticas, que é mais próximo do comando da Aeronáutica, teriam maioria no colegiado. No governo e no Congresso, a Anac é criticada por favorecer as empresas aéreas. "Onde estava a autoridade fiscalizatória da Anac, que deixou as coisas chegarem a este limite?", perguntou uma fonte do governo. Jobim avalia que Zuanazzi age como se não fosse responsável pela fiscalização das empresas e de todo o setor. Em conversas reservadas, o ministro disse que essa percepção ficou clara na quarta-feira, quando o presidente da Anac depôs na CPI do Apagão do Senado. Zuanazzi usou 20 minutos para apresentar a situação dos 28 principais aeroportos do País e apontou o que deveria ser feito em cada um dos terminais. O ministro se disse "estarrecido". Comentou com assessores do Planalto que a Anac não tem de fazer avaliações sobre o futuro dos aeroportos, porque isso é de competência da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero). Na ótica da Defesa, a falta de empenho para exigir a solução imediata de problemas impediu que a Anac agisse para evitar uma tragédia no Aeroporto de Congonhas como a ocorrida em 17 de julho com o Airbus da TAM, que deixou 199 mortos. O "segundo tempo" da reformulação da Anac não pode ser muito demorado. O ideal para o governo, apurou o Estado, é que tudo esteja resolvido até o fim de setembro. Entre as mudanças já definidas que serão apresentadas por Jobim ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva esta semana está a criação da Secretaria de Aviação Civil. Hoje está prevista a publicação, no Diário Oficial, da abertura de processo administrativo contra a Anac. Ela vai apurar se a agência enganou a Justiça, usando um documento sem validade legal, para evitar a interdição de Congonhas. Estadão.

"QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?"

Relatores contra voto secreto. Casagrande e Marisa defendem votação aberta no Conselho de Ética no processo de Renan Calheiros. Às vésperas da votação da primeira representação contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), no Conselho de Ética, dois dos três relatores do processo disseram ontem que vão trabalhar para que o voto no colegiado seja aberto. Os aliados de Renan iniciaram na semana passada manobras para tentar impor o voto fechado. A avaliação é de que isso reduziria a exposição dos senadores diante da opinião pública e facilitaria a absolvição.

Polícia Federal vê indícios de que Renan ocultou contas. A perícia da Polícia Federal feita nos documentos do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) levantou indícios de que o pemedebista não informou ao Conselho de Ética do Senado nem ao INC (Instituto Nacional de Criminalística) movimentações financeiras ocultas.

30% do Senado vê indício para cassar Renan. Levantamento feito pela Folha em reportagem publicada neste domingo revela que pelo menos 24 dos 67 senadores (35,8%) ouvidos pelo jornal acreditam que há indícios suficientes para cassar o mandato do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), por quebra do decoro parlamentar. O número representa 29,63% da casa. A reportagem ouviu 67 dos 81 senadores entre quinta e sexta-feira, depois que a Polícia Federal entregou a perícia feita nos documentos de Renan. Os senadores foram ouvidos com o compromisso de sigilo das respostas. Três perguntas foram feitas pela reportagem aos senadores: 1) o presidente do Senado, Renan Calheiros, deveria se afastar do cargo durante o processo?; 2) já há elementos suficientes para a cassação do mandato dele?; 3) se ele deixar o posto, quem deveria sucedê-lo?

Corrupção faz Brasil virar paraíso de megatraficantes. O Brasil tornou-se um dos destinos prediletos de megatraficantes de cocaína. A principal evidência da mudança são as prisões dos colombianos Juan Carlos Ramírez Abadía e Gustavo Durán Bautista num período de 11 dias -o primeiro no último dia 7, o outro, no dia 18. Se esticar o prazo para o ano passado, pode acrescentar mais um traficante de porte internacional na conta: o também colombiano Pablo Rayo Montano, preso em maio de 2006 pela PF em São Paulo.A lista pode aumentar. A PF e policiais dos Estados Unidos têm indicações de que companheiros de cartel de Abadía podem estar no Brasil. Um dos suspeitos integra o grupo dos cinco traficantes mais procurados pelos EUA. Folha de São Paulo.

Caso que gerou mensalão segue sem solução. A apuração de supostas fraudes em licitações e contratos nos Correios está em descompasso com a investigação do caso do mensalão, que veio à tona com o vídeo gravado em 2005 no qual Maurício Marinho, então diretor de Contratação e Administração de Material da estatal, aparece recebendo R$ 3 mil. (...) A investigação sobre fraudes nos Correios, no entanto, ainda não apontou culpados. A Polícia Federal continua investigando o caso e não informou quando o inquérito será concluído.


Supremo decide processar políticos do PP. O Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou nesta segunda-feira a denúncia da Procuradoria-geral da República contra o deputado Pedro Henry (PP-MT), os ex-deputados do PP José Janene e Pedro Corrêa e o assessor parlamentar do partido João Claudio Genu por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e corrupção passiva. (...) Nos três primeiros dias de julgamento, o Supremo havia transformado em réus 19 dos 40 denunciados. Entre eles estão os ex-ministros Luiz Gushiken (da Secretaria de Comunicação da Presidência) e Aderson Adauto (Transportes), os deputados federais João Paulo Cunha (PT-SP) e Paulo Rocha (PT-PA), o publicitário Marcos Valério e os ex-deputados Professor Luizinho e João Magno. Os ministros rejeitaram, no entanto, a denúncia por crime de peculato contra o ex-ministro José Dirceu, o deputado federal José Genoino (PT-SP), o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira.

PT faz 3º Congresso sem tirar mensalão do armário. Nas pegadas do julgamento da denúncia do mensalão, no STF, o PT abre, na próxima sexta-feira (31), o seu 3º Congresso Nacional, instância decisória máxima do partido. Terá duração de três dias. E será marcado pelo embate entre dois grupos. O primeiro tem na figura de José Dirceu, o ex-chefão da Casa Civil, seu semblante mais conhecido. O outro tem a cara do ministro Tarso Genro (Justiça).

Governo multiplica por oito criação de cargos de confiança. O governo federal acelerou o ritmo da criação de cargos comissionados da administração no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A média agora é 7,6 vezes a do primeiro mandato, informa nesta segunda-feira reportagem da Folha. Segundo a reportagem, o número médio mensal de postos desse tipo criados saltou de 23,8 no primeiro mandato de Lula para 179,7 entre janeiro e julho deste ano.
Dos 40 denunciados no mensalão, 19 já são réus. O julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) do caso que ficou conhecido como "mensalão" começou na quarta-feira, 22. Após a apresentação da denúncia pelo Procurador-Geral da República, Antonio Fernado de Souza e a leitura do voto pelo relator, ministro Joaquim Barbosa, os nove ministros e a presidente do órgão, Ellen Gracie, começaram a votar as denúncias. Foto Celso Júnior/AE.
http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac40474,0.htm

FHC vs LULA: "O pt NA TV" ! *

FHC diz que PT, não povo, vai pedir reeleição de Lula em 2010

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) declarou ontem que o ponto mais significativo da entrevista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Estado, publicada na edição de ontem, foi a declaração relativa a 2010, quando encerrará o segundo mandato. "A sucessão é o tópico mais importante. O mais importante, do ponto de vista político, é ele afiançar que não entrará no canto da sereia. É a afirmação que não terá terceiro mandato", comentou. Lula garantiu que "nem se o povo pedir" sairá candidato. "Não é o povo que vai pedir, é o PT", rebateu Fernando Henrique. "A palavra dele foi peremptória, deve afastar a hipótese malsã de um terceiro mandato." O tucano atribuiu presunção às palavras do sucessor. "O tom arrogante não é apropriado para um presidente", disse. "Quanto ao resto (da entrevista), é aquele tom habitual, tudo que foi ruim, que aconteceu no governo, não sabia de nada, e tudo que é bom foi ele quem começou, mesmo que de outros", criticou. "É bazófia do presidente. Auto-elogios, ele começou tudo, isso ele repete muito." O ex-presidente destacou a política econômica. "(Lula) nega a evidência de que foi continuação do que fizemos", disse. As declarações sobre o Bolsa-Família também mereceram reprovação. "Começamos essas bolsas. O ritmo aumentou, acho bom isso para o País, mas não precisa tanto auto-elogio, numa tentativa de desacreditar os fundamentos que foram feitos." FHC acusou Lula de se esquivar sobre o mensalão - que envolve 40 suspeitos, incluindo antigos aliados do presidente, e está sob julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF). Ao Estado, Lula declarou: "Quem erra, paga. Eu não sei quem errou, o PT não errou, acho que pessoas do PT podem ter errado." Fernando Henrique rebateu: "Ele não sabe de nada. Acho estranho que o presidente da República, depois de tudo, continua esperando o julgamento, nenhuma palavra de reprovação. Mesmo que não julgue as pessoas, enfim, foi um dos maiores escândalos da história." O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), via sua assessoria, destacou: "O aspecto mais relevante da entrevista é o compromisso do presidente com o princípio democrático da alternância de poder." Também para o cientista político Luiz Jorge Werneck Vianna, do Instituto Universitário de Pesquisas do Estado do Rio de Janeiro (Iuperj), a afirmação de que não será candidato em 2010 é muito importante. "A política é um jogo de alternâncias. É saudável o presidente perceber isso." Já a ex-senadora Heloísa Helena (PSOL) não acredita na promessa do presidente de não sair candidato em 2010: "É conversa fiada, é jogo de cena." O deputado Rodrigo Maia (RJ), presidente do DEM, criticou: "Quando fala dos escândalos, mais uma vez as respostas são de um presidente sem autoridade, até com um pouco de cinismo, "não sei quem errou, não vou dizer quem me traiu?. Quem errou foi ele. O esquema atingiu a cozinha do presidente." O prefeito do Rio, César Maia (DEM), analisou com ironia o fato de Lula negar ter dado apoio ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). "Ou ele mentiu para o Renan ou o Renan está mentindo." O líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), comentou frase de Lula de que, quando alguém "começa a pensar que é insubstituível, começa a nascer um ditadorzinho". Para ele, foi uma crítica ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez. "O subconsciente o traiu. Foi um ato falho, um lapso. Mas Lula vai ter que se explicar ao presidente Hugo Chávez. A ilação, feita por Lula, dirige-se à Venezuela." Colaboraram Expedito filho e Cida Fontes; Estadão. Fausto Macedo e Mônica Ciarelli.
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(*) Nome de um programa televisivo, "O povo na TV". [Este não existe mais!!!].

LULA & GOVERNO LULA: ENTREVISTA

"Quem se acha insubstituível vira um ditadorzinho"

Um presidente da República que prega as virtudes da democracia, exalta a elementar regra da alternância do poder e demonstra apenas incômodo com os desdobramentos do julgamento do mensalão, no Supremo Tribunal Federal. "Quem errou pagará pelo erro", disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na primeira entrevista exclusiva ao Estado desde que chegou ao poder.

Visivelmente irritado com os comentários de que deseja espichar sua permanência no Planalto ao defender uma Constituinte exclusiva para votar a reforma política, Lula diz que nem com o povo na rua aceitaria um terceiro mandato consecutivo. Ele justificou assim o "repúdio" ao terceiro mandato: "Quando um dirigente político começa a pensar que é imprescindível, que ele é insubstituível, começa a nascer um ditadorzinho." E acrescentou: "Não tem essa de o povo pedir. Meu mandato termina no dia 31 de dezembro de 2010. Passo a faixa para outro presidente da República em 1º de janeiro de 2011, e vou fazer meu coelhinho assado, que faz uns cinco anos que eu não faço." Lula revelou, porém, que não será um espectador da sucessão: "Não ficarei neutro. Tenho posição política, tenho partido. E quero subir em palanque", anunciou. Não disse qual, sob o argumento de que, quando tomar essa decisão, uma "flecha" será apontada para a cabeça do indicado. Mas, para desespero do PT, pregou uma candidatura única da base que dá sustentação ao governo, em 2010. Dois anos depois de afirmar que o PT deveria pedir desculpas pelo caixa 2, o presidente mostrou que a ressurreição do mensalão no noticiário provoca desconforto político. "Um dia isso vai acabar", desabafou. Aos erros da gestão da crise aérea, o presidente devota uma naturalidade que remete sempre a um processo. "Pagamos um preço, e agora é preciso consertar."

Presidente, o sr. já pediu aos partidos aliados que se entendam sobre as eleições municipais do ano que vem e que o ideal seria ter um candidato único da base para 2010. Mas o PT, no 3.º Congresso, que começa esta semana, em São Paulo, vai destacar a necessidade de ter um candidato próprio à sua sucessão. A base pode implodir? Seria prudente que nós aprendêssemos algumas lições que a vida ensina. Muitas vezes, a disputa se dá por interesse pessoal de um indivíduo, que quer marcar posição sendo candidato a alguma coisa. Se ele tem sucesso, ótimo. Se ele não tem, todos ficam com o prejuízo de uma derrota eleitoral. Tenho ponderado aos presidentes dos partidos da base que seria importante que eles conversassem e começassem a mapear a possibilidade de alianças políticas nas prefeituras das capitais e das cidades mais importantes do País. Se as direções não conversam antecipadamente, permitem que o jogo eleitoral e o interesse iminentemente municipal determinem a política local e o conflito nacional. Onde é possível construir aliança política para disputar, por exemplo, 2008? Onde é possível ter candidaturas próprias? Esse gesto pode facilitar a candidatura em 2010.

Como é que isso facilita? Para quem tem uma base heterogênea, como nós temos - e qualquer presidente constrói uma base heterogênea por causa da realidade política brasileira -, vocês perguntam como é possível construir uma unidade para escolher um candidato para enfrentar os adversários em 2010. Obviamente que eu não penso nisso fora de hora, só vou pensar nisso no momento certo. Não é uma eleição pequena. É uma eleição que envolve uma candidatura a presidente e vice, candidaturas de 27 governadores, de 54 senadores. Portanto, tem cargo para todo mundo disputar, tem possibilidade para todo mundo.

Esse candidato não será necessariamente do PT? Se a gente tiver juízo, a gente constrói essa candidatura única. Ser do PT ou não ser do PT é um problema que o partido vai ter de decidir. Eu acho improvável que um partido do tamanho do PT decida não ter candidato. Assim como é bastante provável que todos os outros partidos da base apresentem candidatos. Mas é importante que o PT esteja disposto a conversar, e que a gente construa a possibilidade de ter uma candidatura única da base.

O que o PT decidir no 3.º Congresso não é determinante? Não. PT, PMDB, PDT e PSB podem decidir ter candidaturas próprias. Na hora em que tivermos todos esses nomes, vamos começar a discutir, fazer projeções, pesquisas para saber quem tem melhores condições de ser candidato. Porque se tiver duas candidaturas, a posição do presidente já fica delicada para entrar em campanha. Se tiver quatro, fica muito mais delicada. E tudo vai depender de como o governo chegará ao final do mandato. Já tivemos na história do Brasil presidentes que chegaram ao final do mandato e nenhum candidato queria que eles subissem no palanque. Mas eu quero chegar forte ao fim do mandato para ter influência no processo sucessório. Não ficarei neutro. Tenho posição política, tenho partido. E quero subir em palanque.

Qual é o perfil ideal desse candidato único? É aquele que dê continuidade à política que estamos plantando agora. Quando a gente assume um compromisso da importância de colocar R$ 504 bilhões para produzir melhorias na vida dos brasileiros até 2010, isso vai formar uma carteira de obras no Brasil que, se você não deixar isso parar mais, você tem a chance de, em pouco tempo, dar ao Brasil todo o melhoramento que o Brasil precisa, desde saneamento básico até portos, aeroportos, gasodutos e rodovias. Se você trunca a política social, ela perde a eficácia. Se continuar todo ano aumentando um pouquinho, você consolida um país com uma classe média forte e uma classe média baixa, mas com poder de sobrevivência com dignidade. Essa combinação é que vai transformar o Brasil em um país definitivamente justo.

O que é exatamente essa combinação de classe média forte com classe baixa digna? Você tem uma classe média que nem precisa do governo. Que tem como sobreviver, como estudar, que tem um poder de compra razoável. Se você não atrapalhar a vida dessa classe média, e ajudar os de baixo a subir um degrau, você está construindo um padrão de país justo. Nunca estivemos tão próximos de atingir esse estágio. Se a economia continuar crescendo 5%, se a gente continuar com uma forte política social, esse mundo está próximo de ser construído no Brasil.

O sr. gostaria de entregar seu governo a uma mulher? Uma Dilma Rousseff (ministra-chefe da Casa Civil), uma Marta Suplicy (ministra do Turismo)? As mulheres estão em ascensão. Eu acho que, se a Cristina Kirchner ganhar as eleições na Argentina, a Hillary Clinton ganhar as eleições nos EUA, nós vamos ter uma onda do sexo forte disputando as eleições.

E os nomes? Eu evito citar nomes porque, em política eleitoral, quando você cita um nome com antecedência você está, na verdade, queimando esse nome. Primeiro você queima internamente com os possíveis pré-candidatos. Depois, queima na base aliada com candidatos de outros partidos. E, finalmente, os adversários e a imprensa colocam uma flecha direcionada para ele 24 horas por dia. Então, penso que o nome deve ser mantido sob segredo de Estado.

O sr. tem preferência por uma mulher? Acho que é possível ter uma mulher na Presidência da República.

Mas quem poderia ser essa mulher? É muito cedo. E eu conheço a alma humana. Se a agente ficar dizendo o nome, a mosca azul vem, pode pousar na testa da pessoa e a pessoa começa a se descredenciar.

E o ministro da Defesa, Nelson Jobim? Já está causando ciumeira? Não tem ciumeira. O Jobim é uma figura importante da República, foi deputado constituinte, é um jurista importante, foi presidente da Suprema Corte, é um quadro político engajado. O Jobim é um quadro que sempre tem de ser levado em consideração. Mas, olhou pra frente, tem de ver a cara do Ciro Gomes, tem de ver a cara do Jobim e de outras figuras de outros partidos políticos, que ainda vão surgir.

O ministro Mares Guia (Relações Institucionais) afirmou recentemente que um homem como o sr. só aparece de 50 em 50 anos. Isso aumenta a responsabilidade para passar a faixa? Bondade dele. Acho que minha derrota, em 1989, foi boa para mim. Foram 12 anos de espera. Com a derrota firmei a convicção de que as pessoas que governavam o Brasil não conheciam o País. Quando você vai para uma capital, desce no aeroporto, vai para o palanque, sai do palanque, volta para o aeroporto e segue para outra capital, você não conhece o Brasil. Aliás, você nem conhece as pessoas que estavam no palanque. Foi daí que surgiu a idéia das Caravanas da Cidadania, para conhecer a alma, as entranhas do Brasil. Isso criou em mim convicções muito fortes sobre o que entendia que precisava ser feito no País.

Se o sr. integrasse a comissão de desaparecidos políticos do Ministério da Justiça, o sr. votaria a favor da pensão para os familiares do ex-capitão Carlos Lamarca? S e o Carlos Lamarca foi, pelos critérios estabelecidos pela comissão, injustiçado, ele tem direito a receber a indenização. Da mesma forma que, se houver alguém que foi do governo e foi injustiçado, e entrar com pedido, ele também deve ser indenizado. Tem uma lei que determina os critérios para as pessoas serem indenizadas. Eu não vejo nenhum problema, seja Lamarca, seja o Lula. É preciso levar em conta se as pessoas estão dentro dos critérios estabelecidos pela comissão.

A esquerda que fez oposição armada ao regime militar lutava, como se diz hoje, pela democracia?Eles estavam lutando contra um regime autoritário. Isso era visível. Se os métodos eram corretos ou não, as circunstâncias políticas diziam que os métodos eram quase os únicos que havia. Eram todos muito jovens, todos muito entusiasmados, próprio de jovem com 20 anos, 25 anos. Escolheram um caminho. Não deu certo. Eu lembro que, naquela época, eu estava dentro da fábrica. Vivíamos um momento de extraordinário crescimento da oferta de emprego. Havia essa divergência entre a esquerda organizada: jovens bem-intencionados que queriam derrubar o regime militar e, do outro lado, os trabalhadores vivendo um boom da economia, o milagre brasileiro da década de 70, que no ano de 1973 atingiu um crescimento de 14,3%. A luta armada era algo distante da classe trabalhadora.

Nesses 12 anos, até ganhar a eleição em 2002, qual foi a grande mudança? Não acredito na palavra insubstituível. Não existe ninguém que não seja substituível, ou que seja imprescindível. Quando um dirigente político começa a pensar que é imprescindível, que ele é insubstituível, começa a nascer um ditadorzinho. Acho que eu só cheguei à Presidência da República por conta da democracia deste país. Foi a democracia que permitiu que um operário metalúrgico, utilizando todos os instrumentos democráticos e vivendo as adversidades, chegasse à Presidência. Então, eu tenho de valorizar isso. Um dia eu acreditei que era possível chegar à Presidência pelo voto. E não eram poucos os estudiosos que me diziam que seria impossível, pelo voto, chegar lá.

Mas o sr. precisou fazer uma mudança brutal no seu discurso. Entre o candidato derrotado de 1989 e o de 2002 há uma grande diferença, não? Você está lembrado de quantas vezes eu disse que era uma metamorfose ambulante. Mas, se o político não vai se adaptando ao mundo em que ele vive, ele vira um principista (ortodoxo). Na hora do discurso, à frente de um partido, você pode ser principista (ortodoxo), mas na hora de governar você precisa saber que tem um jogo que tem de ser jogado, muitas vezes em momentos graves de adversidade.

Adversidades de que tipo? Um dia vocês vão ter idéia do que foi o ano de 2003 na vida deste país e na minha vida. Quando nós resolvemos aumentar o superávit (de 3,75% do PIB) para 4,25% do PIB, quando decidimos fazer um ajuste fiscal, eu só tinha uma perspectiva: ou nós fazíamos (no primeiro ano do primeiro mandato), que eu tinha capital político, na perspectiva de que estava plantando uma árvore frondosa, e recuperaria esse capital político, ou eu não faria porque ainda estava com o discurso da campanha na minha cabeça. E quando chegasse a 2004 eu não conseguiria fazer mais nada. Aí eu seria mais um que passou pela história do Brasil sem fazer o que precisava ser feito. Hoje, quando eu vejo determinadas manchetes, determinados comentaristas, articulistas falando da crise americana como uma coisa que pode (atingir o Brasil), eu digo que nunca estive tão tranqüilo na minha vida.

Por que tão tranqüilo? Porque estou convencido de que temos solidez para segurar este país. As bases estão construídas. Tenho um mandato de quatro anos, e não quero ser julgado nem por seis meses, nem por um ano. Eu quero ser julgado pelos quatro. Foi duro, foi um sofrimento, vocês não sabem o que passou na minha cabeça no dia 1º de Maio de 2004, quando eu não pude dar reajuste (no salário mínimo). Hoje vivemos um momento bom, mas, se a gente perder a seriedade e achar que já pode fazer a farra do boi, nós poderemos quebrar a cara. Construímos o básico, mas ainda tem muita coisa para ser feita.

Tem gente ainda pensando em farra do boi? Sempre tem. O que não falta é gente querendo que a gente gaste. E nós vamos gastar apenas aquilo que é essencial.

Há quem avalie que, ao final dos dois mandatos, o sr. deixará o PT com cara de PMDB. O partido não é mais o mesmo. Não é possível que as pessoas queiram que o partido de 2007 seja o mesmo de 1989.

Mas tem gente no PT que quer. Essa é a riqueza da democracia. O que é a riqueza de uma redação de um jornal? Pessoas juntas, mas que têm divergências sobre um ponto de vista - e dali o chefe consegue tirar uma linha editorial. Essa diversidade no PT é que permite que a gente nem vá para a ultra-esquerda nem para a direita. Que você fique em uma posição intermediária daquilo que é a política possível de ser colocada em prática, daquilo que é possível estar de acordo com a realidade.

O sr. disse que a base muito heterogênea é uma realidade do cenário político brasileiro. Disse que, ao chegar ao governo, teve de se adaptar. Será que a população não gostaria que o sr. tivesse se adaptado um pouco menos? Primeiro, a grande mudança política aconteceu com a Carta ao Povo Brasileiro, na campanha de 2002. Ela balizou o tipo de compromisso que eu tinha assumido com o Brasil. Foi aquela carta que me deu a vitória em 2002. Eu sempre tinha 35% dos votos, e me faltavam 15% para ganhar as eleições. Aquela carta, a composição com José Alencar de vice, eram os ingredientes de que nós precisávamos para fazer com que a gente pudesse ter os outros 15%. Isso aconteceu, nós fomos a 61%. Portanto, não houve frustração de discurso porque o discurso foi o que me deu a vitória. Possivelmente, ainda temos de fazer mais para os setores médios da sociedade. Tem muita gente que tenta criar uma disputa entre pobres e classe média, que eu acho que não existe.

Como é que isso se reflete, na prática? Acho que uma das razões pelas quais a Marta Suplicy perdeu as eleições foi a opção de ela fazer aqueles CEUs para privilegiar as camadas mais pobres. Setores médios da sociedade, que moravam em bairros próximo aos CEUs, que não tinham uma escola de qualidade como aquela para colocar seus filhos, (reagiram) com um pouco de preconceito.

Voltemos à base heterogênea: precisa dar esse apoio ao presidente do Senado, Renan Calheiros?O caso Renan é um caso típico do Congresso. O que eu posso fazer como presidente da República? Nada, a não ser torcer para que o Senado resolva aquele problema. O Senado poderia ter resolvido mandando para a Suprema Corte, mandando para o Ministério Público...

Mas o governo é acusado de proteger o senador Renan.Algumas pessoas insinuam que o governo está ajudando. O governo não ajuda, até porque não tem como ajudar, mesmo que quisesse.

Mas a solidariedade do sr. não gera mais ônus do que bônus para o governo? Não, a minha solidariedade será para você, no dia que você for injustiçado, porque, na hora que tiver uma acusação contra você, eu vou te defender até que você seja julgado e condenado.

O sr. acha que ele está sendo injustiçado? É que eu acho que não houve julgamento ainda. O que há é um processo de acusação e um processo de defesa, todo dia. Vai chegar o momento em que tem de decidir. Mas, enquanto não decidir, eu não posso condenar ninguém.

O País não sofre de excesso de condescendência? No caso do senador Renan, que é presidente do Senado e do Poder Legislativo, só o fato de ele aceitar favores de um lobista de empreiteira para pagar suas contas pessoais já não é quebra de decoro? Eu posso não gostar de uma coisa que você tenha feito, mas eu não posso, a priori, querer que você seja condenado para satisfazer a minha posição. Eu quero que você seja defendido e possa provar se é inocente ou não.

Tânia Monteiro, Vera Rosa, Rui Nogueira e Ricardo Gandour; Estadão.