A proposta deste blogue é incentivar boas discussões sobre o mundo econômico em todos os seus aspectos: econômicos, políticos, sociais, demográficos, ambientais (Acesse Comentários). Nele inserimos as colunas "XÔ ESTRESSE" ; "Editorial" e "A Hora do Ângelus"; um espaço ecumênico de reflexão. (... postagens aos sábados e domingos quando possíveis). As postagens aqui, são desprovidas de quaisquer ideologia, crença ou preconceito por parte do administrador deste blogue.
PENSAR "GRANDE":
[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.
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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).
"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).
"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br
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quarta-feira, maio 04, 2011
... BRINCANDO NOS CAMPOS DE PITÁGORAS *
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... a partir do ''LIVRE PENSAR É SÓ PENSAR'', de Millôr Fernandes.
...
Como é sabido, na Numerologia de Pitágoras se atribuí números de 1 a 9 ao conjunto de letras do alfabeto.
Assim, seguindo a máxima de que ''enquanto se descansa carrega pedra...", aproveitei as horas aula de hoje**, ''enquanto'' aplicava a 1a. avaliação bimestral de Microeconomia para rascunhar essa Nota. Nota? Ops !
Obviamente que o tema não poderia deixar de ser OBAMA vs. OSAMA.
Mediante o ''cálculo'' da Numerologia cujo resultado da soma é reduzido a um número, para OBAMA tem-se o número 5 (cinco) e para OSAMA, 4 (QUATRO). Assim, somando-se 4 + 5, tem-se 9 (NOVE).
Na continuidade do ''livre pensar'' e calcular; tomamos o ano de 2011 e o somamos reduzindo a um número; obtivemos 4. OSAMA é QUATRO (4).
N´outra lógica SOMAMOS 2011 + 9 = 2020, que ''somados'' novamente para reduzí-lo a um número, obtivemos 4 (QUATRO).
Igualmente somamos 11/9/2001 onde obtivemos 5. OBAMA é CINCO (5).
Finalmente, lembramos que o mês de setembro é NOVE (9) que é a soma de OBAMA + OSAMA.
THE END .
(kkkkkkkkkkkkkkkkkkk).
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(*) Parafraseando ''Brincando nos campos do Senhor" (filme, 1991).
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(**) "Eu vivo sempre no mundo da lua, porque sou um cientista, o meu papo é futurista, é lunático, ..." (Lindo Balão Azul ; Guilherme Arantes).
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MUNDO/TERRORISMO/BIN LADEN [In:] ''EX ANTE; EX POST''
Depois de Bin Laden
O Estado de S. Paulo - 04/05/2011 |
Na semana passada, o coordenador de contraterrorismo do Departamento de Estado americano, Daniel Benjamin, fez uma conferência sobre a Al-Qaeda. O seu texto continha 4 mil palavras. Nenhuma delas era Osama. A ausência clamorosa do nome antecipou o que especialistas em todo o mundo passaram a dizer em uníssono desde o anúncio da morte de Bin Laden. O fundador, mentor e inconfundível fisionomia do movimento terrorista islâmico - que matou muito mais muçulmanos do que fiéis de qualquer outra religião - há anos perdera os meios de comandar efetivamente as ações de seus seguidores. Já ao seu lugar-tenente, o médico egípcio Ayman al Zawahiri, faltariam autoridade e experiência. A organização, por sua vez, como já se sabia de longa data, havia se fragmentado em unidades com alto grau de autonomia - "franquias", na expressão corrente - espalhadas pelo Norte da África, Península Arábica, notadamente no Iêmen, e na Somália, na margem ocidental do Golfo de Aden, sob a liderança de Osamas regionais. Os mais conhecidos são Nasser al-Wuhayshi, o ex-secretário de Bin Laden que fugiu do Afeganistão e integrou os jihadistas da Arábia Saudita e Iêmen, e o seu aliado Anwar al-Awlaki, o clérigo radical nascido nos Estados Unidos e acusado de ser um importante recrutador de quadros suicidas (entre eles o nigeriano que, no Natal de 2009, tentou explodir o avião em que viajava de Amsterdã para Detroit). A dispersão da Al-Qaeda é um complicador para os serviços de segurança. "É cada vez mais difícil saber dos planos dos militantes dessas células menores", reconheceu uma autoridade do setor citada pelo Wall Street Journal. A dificuldade imediata é estimar de onde poderá vir a tentativa de vingança pela morte de Bin Laden que Washington dá como certa. Especula-se que, graças às ligações da matriz terrorista com setores do governo paquistanês - o que o domicílio de Osama numa militarizada cidade do país, a uma centena de quilômetros da capital Islamabad, deixou escancarado -, talvez ela disponha de meios inacessíveis às filiais independentes na África e na Arábia para provocar uma tragédia em um país do Ocidente. Em maio passado, aliás, por pouco um paquistanês naturalizado americano, que se converteu ao fundamentalismo e foi treinado na sua terra natal, não conseguiu explodir um carro-bomba em plena Times Square. Como no caso do nigeriano, a tragédia só não se consumou por falha do perpetrador, não por ter sido ele impedido, demonstrando pela enésima vez que é humanamente impossível "erradicar" o terrorismo, na bazófia do então presidente George Bush ao declarar guerra ao terror em seguida ao 11 de Setembro. O que se procura, em qualquer parte do mundo, é reduzir ao mínimo as possibilidades de ocorrência de atentados, mediante ações coordenadas de inteligência, vigilância em torno de alvos prováveis - e transformações sociais nos países vulneráveis à pregação homicida. Ainda que os jihadistas consigam dar o seu troco, ou que um culto a Bin Laden revigore o ânimo dos fanáticos, continuará sendo um erro monumental adotar o conceito de "guerra" no combate ao extremismo islâmico. A esta altura, a invasão do Iraque - para a qual esse foi um dos pretextos - já deveria ter ensinado algo a figuras como a secretária de Estado Hillary Clinton, que voltou a usar a infausta expressão ao falar do fim de Osama. E, se o Iraque não bastasse, há o atoleiro de 10 anos em que imergiram os aliados ocidentais no Afeganistão, seguindo a miragem de construir ali um Estado funcional que acabe com a ameaça (local) do Taleban. Enquanto isso, no vizinho Paquistão, a Al-Qaeda matou 30 mil civis e 5 mil soldados e policiais. Não foi a guerra ao terror que reduziu as simpatias por Bin Laden no país de 46% em 2003 a 18% no ano passado. Ou de 56% a 13% na Jordânia, no mesmo período. Ou de 19% para 1% no Líbano. E tampouco foi a guerra ao terror que apartou por completo da Al-Qaeda e congêneres os movimentos pela democracia que transfiguram o mundo árabe. A política americana para a região não pode se pautar pelo contraterrorismo. |
BRASIL [In:] ESSE É O ''TAL'' DO ABRIL VERMELHO...
Um mês cinzento para a ética na política
Valor Econômico - 04/05/2011 |
Para o leitor atento, certamente não passou despercebido que a mudança de governo em Brasília em nada contribuiu para o aperfeiçoamento dos bons costumes na política nacional. Pelo menos três episódios sucessivos saltam aos olhos e têm muito mais em comum do que parece à primeira vista, apesar da diferença dos atores envolvidos. Começando pelo fim, o PT reabilitou com honra, no fim de semana, o ex-tesoureiro de campanha do partido, Delúbio Soares. Difícil medir a indignação da sociedade, aparentemente resignada ou sentindo-se impotente para reagir à sucessão de escândalos que gradativamente mina a base moral da política brasileira, em todos os três níveis do poder federal. Afinal, o que mudou entre 2005, quando o PT julgou que havia razões mais que suficientes para expulsar Delúbio do partido, inclusive com alguma dose de humilhação, e 2011, quando Delúbio ainda responde pelos crimes de corrupção e formação de quadrilha em processo no Supremo Tribunal Federal (STF)? Como ex-tesoureiro do partido nas campanhas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o companheiro Delúbio atravessou esses anos todos fazendo questão de lembrar aos camaradas petistas que é um profundo conhecedor das entranhas partidárias. E, no entanto, cumprira obsequioso silêncio tanto na campanha da reeleição de Lula, em 2006, quanto na eleição de Dilma, em 2010. Para voltar, Delúbio fez chantagem. Ele voltou, no entanto dificilmente recuperará o prestígio de que dispunha quando passava o chapéu entre o empresariado, mas é perturbador que o PT, um partido que na oposição ajudou muito a melhorar a ética na política, cada vez mais se pareça com as siglas do passado, que combatia com fervor religioso. À exceção de José Dirceu, é bom lembrar, o partido absolveu todos os outros camaradas relacionados no escândalo do mensalão, o suposto esquema de compra de votos em troca de apoio ao governo. A senha para o mau comportamento, a bem da verdade, partiu do próprio Lula. Quem não se lembra das palavras do presidente, em Paris: "O que o PT fez do ponto de vista eleitoral é o que é feito no Brasil sistematicamente. Eu acho que as pessoas não pensaram direito no que estavam fazendo, porque o PT tem na ética uma das suas marcas mais extraordinárias, e não é por causa do erro de um dirigente ou de outro que você pode dizer que o PT está envolvido em corrupção". Literalmente. Com a decisão tomada no fim de semana, o PT deu razão ao ex-presidente da República. Mas a reentronização de Delúbio no universo petista não foi o único episódio a deixar um pouco mais cinzento o mês de abril, quando se fala de moral e ética na política. O autoritarismo do senador Roberto Requião (PMDB-PR) ao avançar sobre um repórter que lhe tomara declarações gravadas é apenas reflexo da conduta desregrada que há anos tomou conta do Senado e atingiu o clímax na semana passada com a indicação dos novos integrantes do Conselho de Ética da Casa. Não importam os argumentos dos partidos, segundo os quais, há falta de disposição dos senadores em geral para compor o Conselho de Ética. Fossem um pouco maiores as preocupações com os bons exemplos, os partidos certamente encontrariam nomes que não passaram como réus pelo conselho, caso de Renan Calheiros (PMDB-AL), que recorria a uma empreiteira a fim de pagar contas pessoais. O que dizer do novo presidente do conselho, João Alberto Souza (PMDB-MA), também ele autor de decretos secretos que tantos aborrecimentos causaram a seu amigo José Sarney, então presidente da Casa, em 2009. Um pouco antes, o mau exemplo coubera ao senador Aécio Neves (MG), o nome mais forte hoje do PSDB para uma disputa presidencial. Aécio foi pilhado dirigindo sem carteira - sua habilitação estava vencida -, algo a que qualquer mortal está sujeito, e se recusou a fazer o teste do bafômetro, direito que a lei lhe assegura. O mau exemplo de Aécio foi sua primeira versão do incidente à imprensa, em nota contaminada pelo subterfúgio. Esperava-se mais em termos éticos e morais com a mudança de governo, torcida que esvaneceu já com a manutenção do convite a Pedro Novais (MA), o deputado que pregava suas contas num motel de São Luís no cofre da Câmara, para o Ministério do Turismo. |
GOVERNO DILMA/INFLAÇÃO [In:] A QUEM INTERESSA O RETORNO ?
INFLAÇÃO E MÃO DE OBRA PREOCUPAM EXECUTIVOS
INFLAÇÃO VOLTA À AGENDA DAS EMPRESAS |
Valor Econômico - 04/05/2011 |
Dois focos de pressão sobre os custos das companhias preocupam os principais dirigentes de empresas do país, conforme manifestaram ontem durante a cerimônia de entrega do prêmio Executivo de Valor. Para eles, as maiores dificuldades enfrentadas hoje por seus grupos são os aumentos das matérias-primas e a falta de mão de obra qualificada. Em alguns já é clara a desaceleração da atividade, mas de qualquer maneira o Brasil deverá crescer cerca de 4% este ano. A inflação voltou à agenda dos executivos, que intensificaram as negociações com os fornecedores de insumos, matérias-primas e serviços em uma tentativa de minimizar o repasse do aumento de custos para o preço final, segundo relato, ao Valor, dos dirigentes de grandes empresas brasileiras presentes à cerimônia de entrega do prêmio Executivo de Valor, ontem em São Paulo. Os repasses, contudo, estão sendo feitos. As pressões de custos aumentaram, segundo os empresários, justamente no momento em que alguns setores começam a sentir os primeiros sinais de desaceleração do nível de atividade. Eles ainda são tímidos, mas já apareceram tanto no setor financeiro, como para os fabricantes de bens de consumo duráveis, embora ainda estejam fora do cenário da indústria de alimentos ou de bens semiduráveis. Enquanto voltam a lidar com a inflação, a falta de mão de obra qualificada é outro item de preocupação, até porque a necessidade de manter os atuais funcionários tem exigido a concessão de maiores aumentos salariais. Para conter a pressão inflacionária e não aumentar os preços dos ingressos, a rede Cinemark intensificou as negociações com seus fornecedores, diz seu presidente, Marcelo Bertini. "Por enquanto estamos sendo bem-sucedidos nessa estratégia. Mas não sei mais quanto tempo conseguimos segurar." As negociações salariais em alguns Estados, diz, causaram aumentos mais altos que os previstos inicialmente, o que resultou no aumento dos ingressos. "O problema é que eles estão superando o aumento da produtividade", diz. Problema para alguns setores, a queda do dólar tem sido um alento para a Positivo Informática. Como a maioria dos componentes usados pela companhia para montar seus computadores é cotado em dólar, o real valorizado acaba compensando a pressão inflacionária que surge com o aumento nos preços das commodities, explica Hélio Rotenberg, presidente da empresa. Com relação ao custo da mão-de-obra, ele diz que a empresa vem tomando medidas para aumentar a produtividade de seus funcionários e também tem se movimentado para garantir que não faltem profissionais preparados. Na Ambev, as pressões inflacionárias das commodities estão tendo um impacto significativo nos negócios porque os custos estão sendo afetados por insumos como malte, açúcar, alumínio e importação de latas, diz o presidente João Castro Neves. "Isso já nos levou a reajustar nossos preços, percentual que repassamos sempre em linha com a inflação. Mesmo assim, temos conseguido bons resultados por nos mantermos focados em produtividade e inovação, além de um controle rigoroso de gastos", afirma Castro Neves. O segmento de bebidas já sentiu a retração na demanda. "Desde o fim do ano passado o nosso setor vem apresentando sinais de desaquecimento causados por uma desaceleração no aumento de renda disponível, aumento de preços, além da influência do clima", diz. André Esteves, presidente do banco BTG Pactual, também já sentiu alguma desaceleração no ritmo das atividades no primeiro trimestre deste ano. "Já deu para perceber que o PIB [Produto Interno Bruto] deste ano não repetirá os 7,5% de 2010. Ficará dentro dos 4%", diz. Nas operações da varejista Lojas Renner, o impacto veio principalmente do preço do algodão. Segundo o presidente da companhia, José Galló, a alta chega a 160% desde o início do ano passado e trouxe um aumento de custos para a rede de 10% a 12%. "Mas temos conseguido repassar esses reajustes para os preços dos produtos", afirma Galló. Para reduzir custos, a empresa também usou mais materiais sintéticos. Na Hering, o aumento do preço do algodão e da pressão inflacionária levou a empresa a reajustar os preços em média 10% no primeiro trimestre. Fábio Hering, presidente da empresa, acredita que a estratégia do governo de usar a importação como plataforma de controle da inflação pode desestimular o avanço da indústria nacional. A Renner, informa Galló, ainda não registrou queda de demanda, mesmo com o aumento da taxa básica de juros, ao contrário do que a Whirlpool já percebe. José Drummond Júnior, presidente da empresa, explica que ela já vive um momento de desaceleração. "Continuamos em um ritmo positivo: estamos crescendo menos, mas sobre uma base alta." Na empresa, a solução encontrada para o aumento dos preços de matérias-primas foi a negociação com os fornecedores e o repasse de preços ao consumidor, realizado este mês. "Essas medidas recompuseram os preços, fazendo frente aos impactos que já aconteceram", informou Drummond. Ele ressaltou ainda que a alta dos salários já vem sendo sentida pela Whirlpool nos últimos três anos. A inflação ainda não afetou os negócios das operadoras de serviços CPFL e Nextel. O presidente da CPFL, Wilson Ferreira Jr., diz que o custo que mais preocupa o setor hoje é o da mão de obra mais qualificada. Ele afirma, no entanto, que a empresa está conseguindo treinar os profissionais que necessita. "Não colocamos um eletricista na rua sem dar dois a três meses de capacitação." Sérgio Chaia, presidente da Nextel, concorda. Para ele, o maior desafio hoje é trazer mais pessoas qualificadas para a empresa. A Nextel contratou no ano passado cerca de mil funcionários e planeja contratar o mesmo este ano. "Enfrentamos o apagão da mão de obra, e nossa preocupação é remunerar bem nossos funcionário. Não é o custo que nos preocupa e sim a oferta de profissionais", diz ele. A alternativa apresentada pelo presidente da Azul, Pedro Janot, para conter os efeitos da escalada do petróleo e da inflação das commodities no setor aéreo é investir em produtividade, tecnologia e revisão de processos. "Temos de continuar a ganhar dinheiro", diz. Desaceleração não é a palavra do cotidiano das empresas ligadas ao agronegócio. No setor sucroalcooleiro, que ainda vive um desequilíbrio entre a oferta e a demanda de seus dois principais derivados - etanol e açúcar - os preços têm subido devido ao fato de a demanda crescer em um ritmo mais acelerado que a oferta, diz José Carlos Grubisich, presidente da ETH. Já a gigante JBS encara a valorização de sua matéria-prima (boi gordo) como um fator que reflete diretamente no maior faturamento da empresa. "Nosso custo fixo diminui uma vez que o preço médio do produto que vendemos aumenta. No mercado de commodities não é possível não repassar os preços", diz Joesley Batista, presidente do conselho da JBS. Para driblar as pressões inflacionárias e reduzir os custos na compra de matérias-primas a Natura adotou um programa de atualização da plataforma de fornecedores, em que está renegociando os contratos e ampliando a base de oferta. "Estamos buscando novos fornecedores, que serão selecionados a partir de indicadores socioambientais", diz Alessandro Carlucci, presidente da empresa. Como toda a indústria, as pressões inflacionárias provenientes das matérias-primas e do aumento dos salários têm influenciado os negócios da Suzano e da WEG. Para a Suzano, os custos que mais pesam são os do petróleo (atrapalham a logística) e dos insumos químicos, como a soda cáustica. Harry Schmelzer Jr., presidente da WEG, por sua vez, tenta diversificar seus investimentos, para se ajustar ao aumento nos custos das matérias-primas e da contratação de pessoal. "Estamos investindo no Brasil, mas também estamos colocando mais velocidade para aumentar nossos investimentos produtivos no México, Índia e China. Nós precisamos ter um hedge natural das nossas operações internacionais", explica. |
GOVERNO DILMA/POBREZA [In:] OS MISERÁVEIS
DILMA QUER TIRAR 16 MILHÕES DA MISÉRIA
PLANO DE DILMA PARA ERRADICAR POBREZA TEM 16 MILHÕES DE BRASILEIROS COMO ALVO |
Autor(es): Marta Salomon, |
O Estado de S. Paulo - 04/05/2011 |
Antes de anunciar ações do ‘Brasil sem Miséria’, principal promessa de campanha, governo define que vai beneficiar os 8,5% da população que têm renda mensal de até R$ 70 por pessoa da família BRASÍLIA - Entre as diferentes formas de contabilizar a extrema pobreza no País, o governo federal optou por definir como alvo do plano "Brasil sem Miséria", a ser detalhado nas próximas semanas, os que têm renda mensal de até R$ 70 por pessoa da família. Nessa condição, contam-se atualmente 16,3 milhões de brasileiros, ou 8,5% da população, segundo cálculos preliminares feitos com base no recém-lançado censo de 2010.
Uma das principais promessas de campanha da presidente Dilma Rousseff foi erradicar a pobreza extrema ao longo dos quatro anos de mandato. Parte dos brasileiros beneficiados com o plano de erradicação da miséria já está incluída no Bolsa Família. O governo federal, no entanto, não divulgou qual o volume populacional que receberá os dois benefícios. Esse dado só deverá ser divulgado em outubro. Sobre a meta, a secretária extraordinária de Erradicação da Pobreza, Ana Fonseca, disse: "Sim, nós faremos sim, nós vamos tirar as pessoas da extrema pobreza". Ao seu lado, o presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eduardo Nunes, chamou a atenção para um detalhe técnico: "É uma impossibilidade estatística chegarmos a um valor zero de miseráveis no País". Água, luz, esgoto. A extrema pobreza não se limita à insuficiência de renda. Perfil apresentado pelo presidente do IBGE mostra que os miseráveis brasileiros têm menos acesso à energia elétrica, ao abastecimento de água, ao esgotamento sanitário e a banheiro em suas casas, que representam 7% dos domicílios. Os miseráveis ocupam pouco mais de 4 milhões de domicílios no País. A extrema pobreza está mais concentrada nas cidades (53,3%)do que no campo (46,7%). Entre as regiões do País, a incidência da pobreza extrema é maior no Nordeste. Moram ali 9,6 milhões (59%) dos miseráveis. A região Sudeste é a segunda em volume de pessoas em extrema pobreza (17%). Analfabetos. Os dados mais contundentes dizem respeito ao nível de analfabetismo. O índice de analfabetismo absoluto, daqueles com mais de 15 anos que não sabem ler nem escrever um bilhete simples, é de 9,6%. Entre os extremamente pobres, o índice chega a 22% nas cidades e a 30,3% nas zonas rurais. O analfabetismo atinge também os jovens nessa faixa de renda. Nas cidades, 5,2% dos jovens entre 15 e 17 anos são analfabetos. Na zona rural, o problema atinge 7,2% dos jovens nessa faixa etária. A ministra Tereza Campello (Desenvolvimento Social), responsável pela coordenação do plano "Brasil sem Miséria", disse que, com as medidas a serem anunciadas pessoalmente por Dilma Rousseff ainda em maio, será possível erradicar a pobreza extrema não apenas na dimensão da renda. "É um plano ambicioso e com ações complexas." O plano inclui expansão dos serviços públicos e inclusão produtiva, além da busca aos mais excluídos. "Não estamos falando de um contingente residual da população, mas de quase um entre dez brasileiros", comentou Márcio Pochman, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A renda máxima usada para definir a extrema pobreza coincide com o valor usado para o acesso ao Bolsa Família, que paga entre R$ 32 e R$ 242 ao mês. O governo reajustará anualmente o valor da linha da extrema pobreza. |
TRT/LUIZ ESTEVÃO [In:] SALDO SUPERAVITÁRIO ...
ESCÂNDALO DO TRT: LUIZ ESTEVÃO PODE SAIR NO LUCRO
VAI SAIR BARATO |
Autor(es): » Paulo Silva Pinto e Ivan Iunes |
Correio Braziliense - 04/05/2011 |
Dono de fortuna que avalia em R$ 20 bilhões, ex-senador se propõe a pagar dinheiro desviado de obra caso tenha bens desbloqueados. Nove anos depois, Luiz Estevão quer pagar a dívida pelos desvios na obra do TRT-SP. A ideia é desembolsar R$ 465 milhões em prestações mensais de R$ 2 milhões, equivalente ao que o senador cassado lucraria por dia com o desbloqueio dos bens. Para a União, porém, o valor atualizado é R$ 1,1 bi Estevão declarou formalmente à Advocacia-Geral da União (AGU) o desejo de quitar a fatura. Segundo ele, a quantia atualizada é R$ 464.814.726,83 — de acordo com a AGU nunca um valor tão alto foi ressarcido à União. “Hoje chegamos à convicção de que é mais barato, mais conveniente encerrar a discussão”, diz Estevão em entrevista ao Correio, sentado em uma cadeira de couro no escritório de um de seus advogados, Marcelo Bessa, que se espalha por uma casa na Península dos Ministros, a QL 12 do Lago Sul. Pagar, para Estevão, não significa reconhecer a culpa. “Não tenho nenhuma relação com a obra do TRT.” O Ministério Público discorda, elencando provas de que a Incal, construtora do prédio, agia em nome do Grupo OK, de Luiz Estevão, na obra. Mas então por que pagar? “Não quero ficar mais 10 anos nessa briga.” Com todas as possibilidades de recursos judiciais, a discussão, iniciada há uma década, vai consumir outra. O problema é que há discordância de valores. Luiz Estevão usa em suas contas a Selic não capitalizada, que reajusta dívidas com a União. Mas a AGU tem outra conta, na qual a dívida é corrigida pela inflação mais juros, que variam conforme a data, resultando em R$ 1,1 bilhão. O advogado Marcelo Bessa afirma, porém, que será fácil derrubar esse fator de correção. “Há jurisprudência demonstrando que é errado usá-lo”, diz. O incentivo para Estevão buscar um acordo sobre os valores é grande. Há 1.255 imóveis do Grupo OK em Brasília bloqueados pela Justiça, como garantia do pagamento da dívida, a maior parte desde o ano 2000 — isso inclui um terço do shopping Iguatemi, no Lago Norte. A inflação acumulada pelo IPCA é de 120%. Mas os imóveis residenciais do Plano Piloto ficaram aproximadamente 600% mais caros no período (o cálculo do Correio considera um conjunto de imóveis anunciado na época e outros semelhantes anunciados recentemente). O ex-senador afirma que tudo o que tem hoje vale R$ 20 bilhões, ou US$ 12 bilhões, sem detalhar de quanto é a participação dos imóveis e dos outros negócios, que incluem fazendas de soja, concessionária de veículos e outras empresas. Tal valor faz dele o terceiro homem mais rico do Brasil, perdendo apenas para os empresários Eike Batista e Jorge Paulo Lemann (veja quadro abaixo). Estevão pretende multiplicar rapidamente esse patrimônio. Com a construção de edifícios residenciais e a venda de apartamentos, ele afirma que é possível lucrar R$ 800 milhões por ano nos próximos seis anos, o que vai resultar em R$ 4,8 bilhões no período. É muito mais do que o rendimento atual do Grupo OK, em cerca de R$ 120 milhões. Pelas regras do bloqueio judicial em vigor, ele pode alugar os imóveis que já possuía, ou mesmo construir novos imóveis em seus terrenos e locá-los, o que dá menos lucro, porém, do que a construção para venda. Além de render menos, o aluguel traz outro problema: uma parte cada vez maior do que entra é também bloqueada pela Justiça. Atualmente, dos R$ 120 milhões, 25% viram depósitos judiciais. O estoque de depósitos acumulados desde 2000 é de R$ 80 milhões. Abatendo-se isso da dívida calculada por Luiz Estevão, chega-se em R$ 384 milhões.
Troca por imóveis A AGU acusa Estevão de tentar driblar a proibição imposta a ele de contratar com a administração federal por meio das firmas — ele nega estar proibido de firmar contratos com a União. Desde 2008, a Inovar e a LCC receberam R$ 53,8 milhões da União por aluguéis de prédios na parte central de Brasília. A Data ainda aluga um edifício ao GDF por R$ 350 mil mensais.
As acusações resultaram em uma ação penal e uma ação civil pública, ambas na Justiça Federal em São Paulo. Na área cível, há também uma ação de execução em Brasília que tem origem em condenação do Tribunal de Contas da União (TCU), usando como valor base os mesmos R$ 169,5 milhões que constam na ação civil pública. Na área penal, Luiz Estevão foi condenado a 31 anos de prisão pela Justiça Federal em São Paulo pelos crimes de peculato, estelionato, corrupção ativa, uso de documento falso e formação de quadrilha. No ano passado, o empresário pediu anulação da sentença ao Superior Tribunal de Justiça, que decidiu, porém, por sua manutenção. Ainda cabem recursos da decisão ao próprio STJ e ao Supremo Tribunal Federal (STF). As ligações entre o Grupo OK e a construtora Incal foram reveladas na CPI do Judiciário em 1999. Em junho de 2000, Luiz Estevão teve cassado o mandato de senador por 52 votos. Votaram em sua defesa 18 senadores e 10 se abstiveram. TCU terá que avalizar O pedido de parcelamento da dívida foi formulado por Estevão e entregue à AGU no final do ano passado. O advogado-geral da União, Luiz Adams, recebeu o ex-senador por três vezes e decidiu pedir um parecer do TCU sobre o caso. O procurador do Ministério Público no tribunal, Marinus Marsico, pediu que o relator negue a proposta. “Reduzir dois terços da dívida em uma canetada seria destruir o trabalho de uma década feito pela AGU para recuperar esse dinheiro. Será catastrófico para a administração pública e poderia se transformar em um modelo a ser seguido por todo mundo que fraudou o erário”, reclama Marsico. De acordo o procurador, o grau de recuperação atingido pela AGU nos últimos anos é superior a 100%, o que significa dizer que o órgão tem conseguido reaver os débitos atuais, mais os pendentes de anos passados. A AGU admite que está avaliando os imóveis locados por Luiz Estevão à União para abatimento da dívida, calculada pelo órgão em R$ 1,1 bilhão. “Quando o débito é transferido para a Procuradoria- Geral da Fazenda Nacional, o retorno não chega a 3%. O espírito do Refis não é o de perdoar ou refinanciar condenados por desvios de recursos públicos”, diz Marinus. O próprio procurador do TCU admite que o valor de R$ 1,1 bilhão calculado para a dívida de Estevão tem índices de correção muito acima dos praticados pelo mercado. Uma diminuição do valor do débito, no entanto, deveria ser discutida com a AGU, sem o parcelamento ou cálculo proposto pelo empresário. (II e PSP) |