PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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valor ...ria...nine

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segunda-feira, dezembro 13, 2010

HORA-EXTRA [In:] MUNDO CÃO

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Homenagem aos chargistas brasileiros.
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XÔ! ESTRESSE [In:] CAMALEÃO

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Homenagem aos chargistas brasileiros.
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DILMA PRESIDENTE/EDUCAÇÃO [In:] ÁBACO ou LIRA ? (II)

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A educação está no rumo certo?


:: João Batista Araujo e Oliveira

Valor Econômico - 13/12/2010

A presidente eleita Dilma Rousseff declarou que a Educação no Brasil está devidamente equacionada. Cabe examinar, portanto, se o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) é portador de uma agenda de futuro, levando à conquista de novos patamares. Parece que não.

Em que consiste o PDE?

Em um conjunto de propostas com recursos e metas de atendimento. Engloba projetos diferenciados, que vão da construção de creches ao apoio aos alunos do ensino superior, passando por merenda, transportes, materiais didáticos, informática, escolas técnicas, cursos a distância, provinha Brasil de alfabetização, formação de professores, assistência social, assistência à saúde e educação no campo. Individualmente, os projetos podem vir a ter maior ou menor eficácia. Sua simples existência, sem dúvida, guarda méritos, pois organiza a ação do Ministério da Educação, reduz o balcão de ações pontuais e estimula um mínimo grau de planejamento pelos Estados e municípios. Mas nada garante que essas ações surtirão efeitos sistemáticos e duradouros nos fundamentos que asseguram educação com equidade e qualidade.

Cabe registrar um aspecto extremamente positivo no PDE: as metas para melhoria de qualidade, que são avaliadas por meio da Prova Brasil. Concordemos ou não com as metas, elas mexeram com o país e trouxeram transparência ao setor: agora é preciso mostrar resultados. Hoje, há pelo menos algumas dezenas - talvez centenas - de prefeitos que começam a se preocupar com as notas dos alunos nessa prova. Só isso já justificaria a passagem do ministro Fernando Haddad pelo MEC.

A observação do que vem ocorrendo desde a implementação da Prova Brasil, e especialmente as explicações que são dadas para eventuais avanços nessa prova, demonstram que ainda não aprendemos a estabelecer uma relação correta entre meios e fins. Não aprendemos a identificar as variáveis críticas que podem contribuir para colocar o país numa trajetória de qualidade. As próprias ações do Plano de Desenvolvimento a Educação reforçam a crença de que fazer alguma coisa, ou muita coisa, é melhor do que não fazer nada.

Talvez no estágio atual, em que os indicadores ainda são muito baixos, isso funcione. É o conhecido efeito Hawthorne ou efeito novidade. Um pouco de atenção e a instauração de melhorias e moralidade na gestão, com certeza, explicam alguns avanços. Mas não nos levará ao pódio.

As reformas educacionais empreendidas em outros países e a estrutura que rege o funcionamento dos sistemas de ensino com elevado desempenho educacional mostram que, para melhorar, são necessárias outras condicionantes. Algumas dessas, alvo de políticas públicas: programas de ensino claros e exequíveis, professores bem formados, meios administrativos e financeiros para a escola funcionar e avaliação externa de preferência associada a algum tipo de transparência ou incentivo. A pressão social também é outra condicionante. A cobrança social sobre a Educação é função da sociedade, e inexiste no caso da escola pública no Brasil.

Na escola, as condições dependem, fundamentalmente, do exercício da liderança pelo diretor e das consequências de sua atuação. Nos países que alcançaram ou superaram a média do PISA, que é o termômetro internacional de qualidade da educação, a educação funciona assim. E naqueles que integram esse ranking, as reformas educativas foram feitas de maneira progressiva, ao longo de décadas, começando de baixo para cima. Nenhum tentou fazer tudo ao mesmo tempo. O primeiro requisito da reforma é suprir as escolas com professores bem formados. O segundo é assegurar ao diretor da mesma os meios, a autoridade e o poder para exercer o seu trabalho - os graus de autonomia variam nos diferentes países.

A eficácia de uma reforma se mede não apenas pela média no PISA, mas pela distribuição das notas das escolas. Essa é a medida da equidade: nos países desenvolvidos, a média das escolas é bastante semelhante: isso reflete a existência de um padrão de ensino. No Brasil, a gigantesca dispersão dos resultados entre escolas públicas aponta a falência das ações empreendidas pelas redes de ensino. Ademais, em vez de pacto, temos uma bagunça federativa, em que cada nível atua diretamente na escola, mas não se compenetra das ações que lhe são próprias.

O desafio de uma reforma educativa no Brasil requer uma ação em dois tempos. De um lado, e no curto e médio prazos, são necessárias medidas para atenuar as fortes limitações gerenciais das escolas e redes de ensino, bem como as limitações ainda mais fortes decorrentes da precária formação de professores. Há medidas bem conhecidas para isso, nada a ver com o PDE. De outro, para o longo prazo, uma reforma só começará a mudar o vetor da qualidade quando o país for capaz de implementar uma política de atração e manutenção de jovens altamente qualificados no magistério.

Vale registrar que todas essas iniciativas deverão ser implementadas em contexto corroído pelas pressões corporativistas e de cunho ideológico, além de totalmente alheio às evidências científicas sobre o que efetivamente funciona em Educação. Até lá, teremos apenas remendos. Pensando bem, mesmo como remendo necessitamos de algo muito mais focado e robusto do que o que hoje existe no PDE.

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João Batista Araujo e Oliveira presidente do Instituto Alfa e Beto

DILMA PRESIDENTE/EDUCAÇÃO [In:] ÁBACO ou LIRA ?

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Aula de Matemática ou de música


Autor(es): Carlos Alberto Sardenberg
O Estado de S. Paulo - 13/12/2010

Que tal ensinar música para nossos alunos do ensino fundamental? E Sociologia, incluindo, por exemplo, cultura indígena e negra? Faz sentido, parece uma boa causa. Mas o último Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa, na sigla em inglês) - testes aplicados a estudantes de 15 anos de 65 países -, cujos resultados foram divulgados na semana passada, mostrou que nossos rapazes e moças ainda não são bons em língua, Matemática e Ciências (Física, Química e Biologia, no essencial). Na verdade, ficaram nos últimos lugares, embora tenham melhorado em relação ao teste anterior, de 2006. Não seria o caso de concentrar os esforços de todos em aperfeiçoar o ensino daquelas disciplinas?


Muitos argumentam que não. Dizem que a escola deve formar bons cidadãos, com formação em humanidades, artes e socialização. Faz sentido, de novo. Seria possível argumentar que a função principal da escola é ensinar justamente aquelas disciplinas do Pisa - como se entende amplamente pelo mundo afora. Mas podemos evitar perder tempo com essa discussão.

Ocorre que os alunos brasileiros não estão propriamente com o seu tempo todo tomado. Comparando com países que vão melhor, temos menos dias de frequência à escola e menos horas por dia. Logo, é possível reforçar o ensino das disciplinas básicas e, ao mesmo tempo, introduzir humanidades, artes e cidadania.

Qual é a melhor maneira de ensinar música? Ou qual o começo mais interessante para as crianças? Tocar instrumentos - na verdade, começar brincando com eles - e, com o tempo, formar bandas, conjuntos e orquestras. Eis uma excelente atividade para os fins de semana nas escolas.

Qual a melhor e mais atraente maneira de conhecer a cultura indígena? Visitando as aldeias, estando com o povo. Outra excelente atividade para feriados e mesmo para parte das férias, por que não?

O problema, reconhecemos, é que isso dá trabalho e toma tempo. Também custa algum dinheiro. Vai daí que, pode apostar, essas boas intenções terminam em desastres. Colocam na grade uma aula de música, pura falação, sem instrumentos; outra de Sociologia e culturas antigas, sem sequer boas fotos em PowerPoint, e acabou. Vamos falar francamente: além de dar emprego a formados nessas matérias, não serve para nada.

Assim, o ensino, que já é precário em língua, Matemática e Ciências Exatas e Biológicas, se torna ainda ruim em humanidades, artes e cidadania. Isso é grave problema pessoal, social e econômico.

A educação tem duas funções: uma, a de igualar as oportunidades; outra, de permitir o avanço pessoal e, com isso, entregar à sociedade profissionais e cidadãos que gerem riqueza para si e para o País. No regime capitalista, a desigualdade é inevitável, mas ao fim das histórias. Como funciona pelo mérito, pela capacidade de empreender, pelo trabalho duro e eficiente, pelas ideias inovadoras e pelo talento, o capitalismo premia os mais bem-sucedidos. Alguns vão ganhar mais, outros ficarão pelo caminho.

O Estado pode reparar algumas situações dramáticas - atendendo, por exemplo, os muito pobres - ou ainda oferecer condições básicas de vida, mas não tem como igualar a renda, a riqueza e o bem-estar das pessoas. O melhor que o Estado pode fazer está na partida, no início da vida das pessoas, na preparação para a atividade profissional. Pode igualar as oportunidades ou chegar muito perto disso. Ou, inversamente, quando falha, pode ser a causa de mais desigualdade.

No Pisa, a melhora de nossos alunos, significativa na média, esconde um fato grave. Levando em conta a renda familiar dos alunos, a realidade é triste: melhoram os nossos alunos mais ricos; os mais pobres ficaram no mesmo lugar.

Ou seja, os mais pobres já chegam à escola em desvantagem. E o sistema educacional amplia essa desigualdade ao longo dos anos. Considerando que estamos em plena era do conhecimento, o desastre não poderia ser maior.

A escola pública fundamental e média, no conjunto da obra, não cumpre suas funções, senão muito parcialmente. Há unidades boas aqui e ali, mas as deficiências são nacionais. A falha é de políticas públicas, para usar expressão tão utilizada por aqui e tão mal utilizada. Oferecer igualdade na partida é função essencial do Estado - todos dizem isso. Mas, nos orçamentos públicos - como nota a diretora da Fundação Lemann, Ilona Becskeházy -, só 3% do gasto total vai para educação e cultura. É claramente insuficiente. Como o governo arrecada um monte de impostos, a conclusão é óbvia: não falta dinheiro, falta gastar de acordo com as reais prioridades.

O ministro da Educação, Fernando Haddad, nos mostrou como o gasto público geral em educação (da União, Estados e municípios) tem sido elevado todos os anos. Está hoje em torno de 5% do PIB e ele acredita que pode chegar em 7% em quatro anos. O ministro aponta também que não basta aumentar o gasto, mas aplicar os recursos com mais competência e eficiência, no que também está certo. Sem o dinheiro não se vai a lugar algum, mas os dados mostram que nem sempre mais dinheiro equivale a melhores escolas.

O certo é que se precisa de um trabalho de convencimento e persuasão, de modo a pôr a escola no topo de nossas prioridades. E encarar mudanças fortes. Por exemplo: Haddad está preparando um Exame Nacional de Professores, que trará avanços em diversas direções. A primeira, claro, é a melhor avaliação dos mestres, condição essencial para estruturar a carreira. A segunda é melhorar a qualidade dos professores no País todo.

Hoje, para uma prefeitura do interior recrutar cinco professores precisa fazer algum tipo de concurso. Coisa pequena, não atrai as empresas de concurso, a seleção custa dinheiro e sai precária. O Exame Nacional de Professores, feito de maneira mais eficiente, elimina essa dificuldade. Basta à prefeitura anunciar que contrata pela classificação na prova nacional.

Trata-se de uma providência simples, mas com enormes vantagens. Pode ser o ponto de partida para uma reorganização de carreiras, inclusive com melhores salários e planos de evolução, de modo a trazer os melhores para ensinar nas escolas públicas.

BRASIL [In:] QUEM DISSE QUE NÃO TEMOS ''CULTURA'' ?

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A cultura da corrupção


Autor(es): Agencia o Globo/ Bo Mathiasen
O Globo - 13/12/2010

As cenas que vemos na televisão, mostrando empresários, políticos e funcionários públicos envolvidos em casos de corrupção, provocam sentimentos de indignação. Esses episódios minam a confiança da população na Justiça e nas instituições. A corrupção é um fenômeno inerente a qualquer sociedade e até hoje não se conhece país que esteja totalmente livre dela. Trata-se da apropriação criminosa de recursos públicos que deveriam ser usados na melhoria das condições de vida das pessoas.

O Banco Mundial estima que, nos países onde os índices de corrupção são mais elevados, entre 25% e 30% do PIB são desperdiçados. Já em países onde a corrupção encontra-se sob controle, esses índices não ultrapassam 3%. Aí reside a grande diferença. Como em relação a qualquer outro tipo de crime, alguns países têm sido mais eficazes no controle da corrupção do que outros.

Medir a corrupção de maneira precisa é uma tarefa complexa. Os dados mais divulgados são rankings que indicam a percepção que os cidadãos têm da corrupção. Este é o caso da ONG Transparência Internacional, que posiciona o Brasil em 69º lugar em um universo de 178 países.

Apesar de serem importantes para estimular o debate público sobre a corrupção, os rankings de percepção são influenciados por eventos críticos em um determinado momento da história de um país. Nesse sentido, a maior transparência de práticas e eventos de corrupção, alcançada por meio de ações policiais de grande visibilidade midiática, tem um duplo caráter. Por um lado, pode dar a sensação de que a corrupção está crescendo. Por outro, o aprimoramento das ferramentas de transparência e de controle naturalmente confere visibilidade a situações antes escondidas e, por isso, desconhecidas.

Talvez a grande diferença entre o passado e o presente é que hoje sabemos muito mais sobre o que ocorre nos bastidores da vida política. A visibilidade desses fenômenos já é um avanço, pois impulsiona setores da sociedade a cobrarem mais.

De qualquer modo, quando a corrupção prevalece numa sociedade, se estabelece uma situação crítica na qual os países e seus governos não conseguem alcançar o desenvolvimento e enfrentam problemas para oferecer serviços básicos como saúde, educação, infraestrutura, entre outros desafios para a construção de uma sociedade igualitária, transparente e democrática.

Em todo o mundo, é preciso combinar ações de prevenção e de repressão à corrupção. Os corruptos não podem sentir que há um ambiente favorável à impunidade e, por outro lado, deve-se desenvolver nas pessoas uma cultura ética de intolerância à corrupção. É preciso acabar com a impunidade, tratando o corrupto como um criminoso comum, que se apropriou de bens públicos.

Exigir e adotar uma postura ética, no entanto, não deve se restringir apenas ao âmbito político ou empresarial. É preciso que toda pessoa assuma essa postura no dia a dia e procure agir de maneira ética.

O movimento popular pela Lei da Ficha Limpa no Brasil é um exemplo claro do papel decisivo que a sociedade pode ter no controle da corrupção. Com quase 2 milhões de assinaturas, o movimento conseguiu encaminhar e apressar a votação do projeto de lei que impediu que candidatos que já haviam sido condenados judicialmente em 2ª instância concorressem a cargos no Senado e na Câmara do Deputados. O movimento é, pois, um exemplo da força que o exercício da cidadania pode ter no controle dos Poderes, e em que o cidadão chama para si a responsabilidade de combater a corrupção.

É nesse sentido que o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) lançou uma campanha global. Se todos percebermos a importância de dizer "não" a pequenos atos de corrupção, seremos capazes de mudar a sociedade. Eventos como o Dia Internacional Contra a Corrupção (9/12), são uma oportunidade para refletir sobre o assunto e reafirmar o compromisso de acabar com a cultura da corrupção e criar uma cultura de ética e integridade em todos os setores da sociedade.

BRAS-ILHA [In:] O SONHO NÃO ACABOU - II

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Assessora do PT leva R$ 4,7 mi

Assessora de petista leva R$ 4,7 milhões



Autor(es): Leandro Colon e Fábio Graner
O Estado de S. Paulo - 13/12/2010

Uma entidade em nome de uma assessora da senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), que assumiu semana passada a relatoria do Orçamento de 2011, conseguiu R$ 4,7 milhões em convênios com o governo sem precisar de licitação. No processo, Liane Maria Muhlenberg assinou uma declaração falsa de que não trabalha no Senado. A verba, oriunda de emendas de parlamentares do PT, é destinada a shows e eventos culturais.

Presidente do Ipam, Liane Muhlenberg trabalha com a senadora Serys Slhessarenko; em declaração, ela nega o vínculo com o Senado

Uma entidade em nome de uma assessora da senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), que assumiu semana passada a relatoria do Orçamento de 2011, conseguiu R$ 4,7 milhões em convênios com o governo sem precisar de licitação. No processo para aprovar a liberação do dinheiro, a assessora assinou uma declaração falsa de que não trabalha no Senado.


O dinheiro, oriundo de emendas de parlamentares do PT, é destinado a shows e eventos culturais. A entidade é o Instituto de Pesquisa e Ação Modular (Ipam), presidido por Liane Maria Muhlenberg, que trabalha no Senado desde 2007. No dia 9 de agosto deste ano ela foi transferida do gabinete de Serys para a segunda-vice presidência do Senado, dirigida pela petista.

O Estado analisou nove convênios da entidade com o governo. Liane entregou aos Ministérios do Turismo e da Cultura uma declaração, com data de 2 de março de 2010, em que afirma que os dirigentes do Ipam, incluindo ela, "não são membros dos Poderes Executivo, Legislativo". Em entrevista concedida ontem ao Estado, Liane admitiu que assinou o documento com a falsa informação. "Foi uma irresponsabilidade minha. Uma desatenção, um equívoco", disse.

Ela afirmou ainda que ontem enviou, por e-mail, um pedido de demissão do cargo à senadora Serys. Embora seja lotada na segunda vice-presidência do Senado, Liane disse que cumpre expediente no gabinete pessoal da senadora petista.

A senadora Serys assumiu na semana passada a relatoria do projeto de lei do Orçamento de 2011. Foi escolhida em razão da renúncia do ex-relator Gim Argello (PTB-DF), que entregou a função depois de uma série de reportagens do Estado mostrando ligações de emendas orçamentárias dele com institutos fantasmas e empresas em nome de laranjas.

Antes de Serys, o governo havia indicado Ideli Salvatti (PT-SC), que abriu mão do cargo depois de ser escolhida ministra da Pesca pela presidente eleita Dilma Rousseff.

Agora, o governo vai precisar administrar o desgaste de ter o segundo relator seguido do Orçamento envolvido com o mesmo tipo de problema.

A entidade da assessora de Serys recebeu no ano passado R$ 900 mil dos cofres públicos. Para 2010, já foi liberado R$ 1,5 milhão. Outros R$ 2,3 milhões estão empenhados, ou seja, garantidos pelo governo ao Ipam para exercício de 2010. Esses convênios são fechados para a realização de eventos culturais e turísticos, sem necessidade de concorrência pública.

Vantagens. Como assessora de uma senadora do PT, a presidente do Ipam beneficiou-se de emendas de integrantes do partido, entre eles os deputados Jilmar Tatto (SP), Geraldo Magela (DF) e Paulo Rocha (PA). A senadora Fátima Cleide (RO), o ex-senador João Pedro (AM) e o deputado Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), recém-eleito senador, também destinaram recursos do Orçamento para o Ipam.

A entidade recebeu dinheiro do governo para realizar eventos sobre os 50 anos de Brasília e feiras de paisagismo em vários Estados, entre outros projetos beneficiados. Pelo menos R$ 1,5 milhão, empenhado na última sexta-feira, será destinado à entidade para repasse ao projeto Ilha de Marajó: A Revolta da Ave Caruana, dirigido por Tizuka Yamasaki.

O envolvimento da assessora da senadora Serys com entidade e emendas parlamentares é mais um capítulo na farra no esquema montado por institutos com o dinheiro público. Na sexta-feira, a reportagem mostrou que uma entidade fantasma, o Inbrasil, usou uma carta com a assinatura do ministro das Relações Institucionais Alexandre Padilha para conseguir a liberação de dois convênios no valor de R$ 3,1 milhões.

O ministro nega a autoria da assinatura e pediu uma investigação da Polícia Federal. Uma ex-assessora de Padilha, Crisley Lins, contou ao Estado que recebeu o documento do gabinete do ministro e que pediu ao próprio Padilha um favor ao instituto. O Ministério do Turismo decidiu suspender os convênios.

CÂMARA ''DOS'' DEPUTADOS [In:] BRAS-ILHA; O SONHO NÃO ACABOU

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Verbas públicas: O custo das licenças de deputados

Verbas públicas: O custo das licenças de deputados


Autor(es): Lúcio Vaz
Correio Braziliense - 13/12/2010

Em quatro anos, a Câmara Federal teve uma despesa extra de R$ 13,8 milhões. Os gastos são referentes aos vencimentos de parlamentares licenciados para ocupar cargos no Executivo e que optaram pelos altos salários pagos no Legislativo.

Nos últimos quatro anos, cofres da Câmara tiveram gasto extra de R$ 13,8 milhões em função das licenças de deputados para ocupar ministérios e secretarias estaduais. Quando vai, o parlamentar pode optar por manter o salário e a Casa ainda arca com os vencimentos dos suplentes


A cada legislatura, dezenas de deputados se licenciam do mandato para ocupar cargos de ministro e de secretário de estados e de capitais. Os parlamentares ganham visibilidade e exposição da mídia graças às obras que realizam. É uma ajuda de peso para a reeleição. Isso quando não dá tudo errado no governo. Para os governadores, esses secretários se tornam importantes contatos com o governo federal, os ministérios e o próprio Congresso. Eles conseguem dinheiro para o estado. Mas tudo isso tem um custo. Como o deputado pode optar, ele escolhe o salário maior, que é o de parlamentar (R$ 16,5 mil). E a Câmara ainda tem que pagar o salário do suplente. Nos últimos quatro anos, essa despesa extra ficou em R$ 13,8 milhões, como mostra levantamento inédito feito pelo Correio.

Juntos, os 45 deputados licenciados ficaram afastados por 25 mil dias. Seriam 839 meses, ou 69 anos. Quem ficou mais tempo afastado do mandato foi Alexandre Cardoso (PSB-RJ), que ocupou a Secretaria de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro durante 1.210 dias, o equivalente a três anos e meio. A sua votação subiu de 102 mil votos, em 2006, para 142 mil nestas eleições. Garantida a reeleição, reassumiu a secretaria em 19 de outubro.

Mas o dinheiro extra gasto pela Câmara não vai fora. Como as secretarias deixam de pagar o salário dos secretários, ocorre, na prática, um repasse de recursos da União para estados e municípios. Neste mandato, essa transferência involuntária ficou em R$ 11,9 milhões. Quatro deputados, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), José Múcio Monteiro (PTB-PE), José Pimentel (PT-CE) e Reinhold Stephanes (PMDB-PR) ocuparam os cargos de ministro da Integração Nacional, Relações Institucionais, Previdência e Agricultura, respectivamente. Nesses casos, não faz diferença qual o salário escolhido pelo parlamentar, porque o dinheiro sai do mesmo cofre, do Tesouro Nacional. O salário de ministro é R$ 10,7 mil.

Há outro cálculo que precisa ser feito. Trata-se da diferença entre o salário de deputado e o de secretário estadual ou municipal, que fica em torno de R$ 10 mil. Como os parlamentares escolhem sempre o maior, há um prejuízo para os cofres públicos, sem considerar qual a fonte pagadora. Analisando caso por caso, com o salário de cada cargo, é possível verificar que a conta ficou em R$ 5,3 milhões. Pode ser pouco, mas é dinheiro que poderia ser utilizado em benefício do contribuinte.

Abertura
O estado que mais recebeu deputados foi a Bahia. Foram cinco. O deputado João Leão (PP), que ocupou a Secretaria de Infraestrutura durante oito meses, afirma que a presença de tantos deputados no governo ajudou o governador Jaques Wagner (PT). %u201CNós temos uma experiência adquirida na Câmara. Eu estou aqui há 20 anos. Isso facilita a vida do governador. Por exemplo, estavam previstas 25 mil ligações no Luz para Todos. Nós pulamos para 100 mil. No fim, consegui mais 100 mil para o próximo ano. E mais 200 mil urbanas. É um investimento de R$ 1 bilhão. Isso é a experiência. Eu pego o telefone e ligo para o Lobão. Ele foi meu companheiro, meu amigo na Comissão de Orçamento. Você chega a um ministério, todo mundo conhece.%u201D

Ele também conseguiu dinheiro para asfaltar 1,6 mil km de estradas. Na disputa pela reeleição, a sua votação explodiu. Havia obtido 97 mil votos em 2002 e 103 mil em 2006. Neste ano, foram 203 mil votos. Questionado se o cargo de secretário ajuda na busca por votos, respondeu sem rodeios: "Ajuda. Eu estou na mídia na Bahia o tempo todo, dando entrevista em rádio, televisão, jornal. Isso facilita a visibilidade do parlamentar".

Mas o modelo não serve para todos, até porque o secretário depende do desempenho do governo. O deputado Augusto Carvalho (PPS-DF) afastou-se do mandato para ocupar o cargo de secretário de Saúde do Distrito Federal. Foram 461 dias de gestão. Ele caiu em consequência do escândalo do mensalão do DEM, que levou à queda do então governador, José Roberto Arruda. "Aceitei o convite na expectativa de que tinha condições de melhorar as condições de atendimento à população na rede pública. Eu sabia que era um grande desafio. E confirmei aquilo que todos nós sabíamos, como a máquina pública é difícil, complicada, como tudo é demorado. Quem me criticava está vendo que o problema não é a pessoa que está lá. As questões da saúde são estruturais, aqui agravadas pela questão do Entorno".

Valeu a pena? %u201CTe confesso que foi uma experiência dolorosa conhecer por dentro, tentar fazer. Não valeu a pena porque, quando tudo estava por florescer, por acontecer, pegaram o homem errado na hora errada. Eu integrava um governo que acabou se desfazendo por um escândalo. Eu jamais poderia ter a premonição de que o governador estaria preso. Senti os efeitos no meu mandato e na perspectiva eleitoral. Foi dramático.%u201D Dos 79 mil votos que conseguiu em 2006, restaram 19 mil.

Escada acima
O prejuízo aos cofres públicos tende a aumentar consideravelmente na próxima legislatura com a iminência de um aumento de 62% nos vencimentos de deputados e senadores. A proposta deve ser votada nesta semana. Com isso, eles passarão a ganhar R$ 26,7 mil, fora os valores de verbas de gabinete, indenizatórias, de cotas de passagens, telefone e despesas médicas, que, somados, ultrapassam R$ 100 mil por mês. Atualmente, os congressistas recebem R$ 16,5 mil.


TERRA BRASILIS [In:] CORRUPÇÃO À MODA DA CASA - II

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Correndo contra a corrupção

Passos rápidos contra a corrupção


Autor(es): Olívia Meireles
Correio Braziliense - 13/12/2010

Grupo de 1.200 atletas se une para protestar contra a corrupção em uma corrida com largada em frente ao Congresso. O governador eleito do DF, Agnelo Queiroz, participou da prova e recebeu apoio do público.


Primeira edição da prova organizada em prol da ética na política reúne 1.200 atletas no percurso largando à frente do Congresso Nacional e passando pela Esplanada dos Ministérios até a Praça do Buriti


Tudo contribuiu para ser um belo dia para correr: o céu estava limpo, o sol brilhando e os atletas animados. O cenário era o Congresso Nacional. O local não foi escolhido por acaso. Além de fazer exercício físico trotando ou caminhando no asfalto, os participantes estavam ali para protestar. Todos os atletas que prestigiaram a I Corrida contra a Corrupção se mobilizaram para sensibilizar a sociedade em favor da causa. “Mais do que uma festa do esporte, isso é um movimento para chamar atenção para a corrupção do país”, resumiu o organizador, Duque Dantas, da Secretaria de Controle Interno do Ministério da Ciência e Tecnologia.

Figuras ilustres do esporte brasiliense, como o judoca Zé Mario Tranquilini, o jogador de basquete Pipoca, a jogadora de vôlei Ricarda Negrão, a corredora Carmen Oliveira e o iatista Lars Grael, se uniram à causa e foram à Esplanada. Amputado da perna direita desde 1998, Lars participou da caminhada de 1,1 quilômetro — novidade da prova — e, por ser uma espécie de embaixador do evento, discursou chamando a sociedade a fiscalizar os políticos e o poder público.

Além da caminhada, a prova teve percursos de 4,3km e 10km. Os vencedores receberam um troféu e não houve premiação em dinheiro, como normalmente é de costume nessas competições. “A premiação é fazer parte desse movimento popular representando a categoria dos esportistas”, colocou Valdenor Pereira dos Santos, vencedor do trecho mais curto.

O clima na corrida era de protesto. Ao lado de Lars na caminhada, a autônoma Maria Goiaci, 56 anos, disse o que a motivou. “Eu não poderia deixar de me manifestar contra a corrupção. Fazer isso aliado ao esporte é a melhor forma de acabar com esse comportamento”, explicou. Até quem não quis caminhar teve espaço. Algumas pessoas ficaram na concentração dos atletas com faixas de protesto e incentivando os atletas.

Entre eles, o pastor e motoqueiro André Fernandes, do Esquadrão de Cristo. Ele não largou a jaqueta de couro e moto, mas só saiu da Esplanada depois que todos os corredores cruzaram a linha de chegada. “Isso é movimento social, não apenas um evento esportivo”, analisou.

A corrida foi organizada para comemorar o Dia Internacional de Combate à Corrupção, celebrado no último dia 9. Várias organizações de fiscalização e controle se juntaram para promover a prova — o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), a ONG Contas Abertas, o Instituto de Fiscalização e Controle (IFC) e a Comunidade de Inteligência Policial e Análise Evidencial (Cipae). “Temos que dar um basta na corrupção. Já provamos com a Lei da Ficha Limpa que a iniciativa popular ajuda a mudar o Brasil”, analisou Gil Castello Branco , fundador da Contas Abertas.


Trotando antes da posse

Eleito depois da mais grave crise política do Distrito Federal, o futuro governador do DF, Agnelo Queiroz, inscreveu-se e correu o percurso de 4km. Ele chegou discretamente, instantes antes da largada, que ocorreu às 9h. Embora tenha dispensado seguranças, correu o tempo todo acompanhado pelos atletas e ouviu gritos de apoio do público na calçada. Um ônibus cheio de passageiros chegou a parar para incentivá-lo.

Ao passar pela linha de chegada, o governador eleito ressaltou o fato de ter chegado à frente de Carmen de Oliveira, ex-campeã da São Silvestre, atual presidente da Federação de Atletismo do DF. “O percurso foi tranquilo, o que pesou foram estes meses de corrida eleitoral”, analisou. “Este tipo de iniciativa é importante para lembrar que, além do trabalho de controle do governo no combate à corrupção, a população tem o dever de fiscalizar as atividades públicas. Com os dois lados da moeda, venceremos essa luta”, argumentou.


Eu fui
“O cidadão comum tem o dever de entrar nesta discussão, abraçar a causa e se manifestar. Eu não poderia ficar de fora dessa corrida para fazer um país limpo de corrupção. Quero participar de todos os movimentos que defendem a causa”

Luiz Carlos Ferrari, 63 anos, empresário, fez o percurso de 4km


Pódio*

10km
Masculino
1° Paulo César Silva da Cruz
2° Alexsandro Jesus de Oliveira
3° Luciano Ferreira de Sousa

Feminino
1° Darilene da Silva
2° Auxiliadora Silva
3° Cristina Oliveira

4km
Masculino
1° Valdenor Pereira dos Santos
2° Rubens Gardes da Costa
3° Alberto Honório Alves da Silva

Feminino
1° Elaine Ohana de Oliveira
2° Deise Barbosa
3° Paola Silveira

* A organização não havia divulgado os tempos até o fechamento desta edição


Saiba mais
O evento custou ao todo R$ 60 mil sem recursos públicos. R$ 12 mil foram arrecadados com as inscrições o resto saiu do bolso das instituições parceiras. A conta-corrente aberta para movimentar o dinheiro foi aberta e posta no site oficial do evento. A segunda edição está programada para dezembro do ano que vem. A ideia é que outros estados também o realizem, numa grande mobilização nacional.


Atletas falam

“Não aguento mais corrupção e safadeza! Está na hora de o Brasil enfrentar essa luta e ser intolerante com esse tipo de conduta”
Pipoca, ex-jogador de basquete

“É um momento de conscietização política. É importante trazer essa discussão para o dia a dia do brasileiro, provar que dá para fazer política do jeito certo”
Ricarda Negrão, ex-jogadora de vôlei, medalha de bronze nos Jogos de Sidney-2000

“A população tem que questionar o que é feito com o dinheiro público, a gente se tornou vítima desse processo e agora é a hora de reverter essa situação”
Zé Mario Tranquilini, judoca

“Nós esportistas também somos formadores de opinião, nada mais natural que um protesto contra a corrupção ocorra com uma corrida”
Lars Grael, iatista, medalha de bronze nos Jogos de Seul-88 e Atlanta-96

“O grupo que organizou a corrida é forte e antigo nessa batalha. Sempre vou apoiar eventos que ajudem educar a população e fazer do Brasil um país melhor”
Carmen Oliveira, corredora, campeão da São Silvestre em 1995

PF/CAIXA DE PANDORA [In:] CORRUPÇÃO À MODA DA CASA...

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CAIXA DE PANDORA: PROMOTORES DEVEM SER AFASTADOS HOJE

EX-CHEFE DO MP À BEIRA DO AFASTAMENTO


Autor(es): Ana Maria Campos
Correio Braziliense - 13/12/2010

O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) vai se reunir, em caráter extraordinário, nesta tarde, para decidir, entre outras medidas, sobre o afastamento do ex-procurador-geral de Justiça do Distrito Federal Leonardo Bandarra, atualmente na Promotoria Criminal, e da promotora de Fazenda Pública, Deborah Guerner. Eles foram denunciados pelo Ministério Público Federal como integrantes do suposto esquema de corrupção relatado por Durval Barbosa na investigação da Operação Caixa de Pandora. A permanência dos dois na instituição é tida como improvável.


Conselho Nacional do Ministério Público reexamina hoje processo contra Leonardo Bandarra e a promotora Deborah Guerner, denunciados por corrupção. Mesmo que deixem os cargos, eles continuarão a receber salários



Acusado dos crimes de concussão, extorsão, formação de quadrilha e vazamento de informações, o ex-procurador-geral de Justiça do Distrito Federal Leonardo Bandarra e a promotora Deborah Guerner devem ser afastados hoje dos cargos que exercem no Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT). O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) vai se reunir, em caráter extraordinário, nesta tarde para deliberar sobre o processo administrativo disciplinar aberto contra os dois promotores denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) como integrantes do suposto esquema de corrupção relatado por Durval Barbosa na investigação da Operação Caixa de Pandora. A sessão foi convocada pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, presidente do CNMP.


Atualmente sob suspeita de corrupção, Bandarra já teve muito poder. Ele exerceu dois mandatos à frente do MPDFT e presidiu até meados do ano passado o Conselho Superior dos procuradores-gerais de Justiça dos estados e da União, entidade que reúne todos os chefes dos Ministérios Públicos do país. Ele, no entanto, perde apoio a cada dia, desde que se tornou alvo de denúncias do procurador regional da República Ronaldo Albo, ajuizadas com base em provas levantadas numa minuciosa investigação que começou na Corregedoria-Geral do MPDFT. Curiosamente, os indícios mais veementes contra Bandarra foram produzidos por Deborah Guerner. As primeiras suspeitas contra Bandarra foram apontadas por Durval Barbosa em depoimentos prestados em várias instâncias do MP e na Polícia Federal. Mas foram as gravações feitas por Deborah que deram veracidade ao que Durval relatou.

Câmeras de vídeo
Durval disse que Bandarra e Deborah recebiam pagamentos em troca de informações estratégicas de operações do MP e também exigiam dinheiro do ex-governador José Roberto Arruda para que ele tivesse acesso ao que ocorria na instituição. Numa das denúncias, Albo aponta que Bandarra e Deborah extorquiram Arruda para evitar a divulgação da gravação em que o então governador aparece recebendo dinheiro de Durval. Em princípio, essas acusações foram vistas com desconfiança por promotores e investigadores, mas em outros depoimentos, a quebra de sigilo telefônico de Deborah e duas operações de busca e apreensão na casa da promotora complicaram a vida de Bandarra.

Deborah Guerner mantinha um circuito interno e externo de câmeras em sua casa, no Lago Sul, em que registrava reuniões com amigos e autoridades públicas. As imagens, apreendidas pela PF e repassadas ao Ministério Público,
revelam uma intimidade entre Bandarra e Deborah e situações que levantam suspeitas. Então procurador-geral de Justiça do DF, Bandarra vai à casa da promotora de moto e só tira o capacete já dentro da cozinha. Na saída, ele põe o equipamento antes de pisar na calçada, o que indica, segundo a denúncia de Ronaldo Albo, que ele não queria ser flagrado no local.

Numa das visitas a Deborah Guerner, Leonardo Bandarra demonstrou que o assunto era delicado. Ele tirou as baterias dos celulares, para evitar interceptações, e cochichou com a promotora. O encontro ocorreu dois dias depois da Operação Caixa de Pandora, em 29 de novembro de 2009, logo após Bandarra chegar a Brasília de uma viagem a Florianópolis (SC), onde estava quando as denúncias contra o governo Arruda vieram a público.

Diálogos gravados pelos equipamentos da casa da promotora pouco depois da Operação Caixa de Pandora mostram uma combinação entre ela e o marido, Jorge Guerner, sobre como esconder dinheiro de eventuais buscas feitas pela Polícia Federal. No mesmo dia em que a conversa foi registrada, Bandarra esteve na residência de Deborah.

Objeto investigado
Na reunião de hoje, a partir das 14h30, os conselheiros vão tratar de três assuntos: a prorrogação do prazo de investigações no processo disciplinar que apura falta funcional dos dois promotores, uma ampliação do objeto das investigações e o afastamento cautelar de Bandarra e Deborah. A permanência deles nas funções que exercem nas promotorias Criminal e de Fazenda Pública, respectivamente, é improvável depois que o MPF ajuizou três denúncias no Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região contra eles. Nas ações penais, Ronaldo Albo pede o afastamentos deles do cargo.

O MPDFT já se manifestou favoravelmente à suspensão de Bandarra e Deborah Guerner da atividade na instituição. O Conselho Superior do órgão, instância interna de deliberações administrativas, encaminhou pedido ao CNMP para que voltasse a discutir o afastamento dos promotores. O Conselho Nacional tratou desse assunto em junho quando aprovou por unanimidade a abertura de processo administrativo disciplinar contra eles, mas, por placar apertado de sete votos a cinco, rejeitou proposta do corregedor nacional do MP, Sandro Neis, de tirá-los da função temporariamente até que haja uma conclusão sobre a real participação deles no escândalo da Operação Caixa de Pandora. De junho para cá, no entanto, a situação mudou.

O advogado de Bandarra, Cezar Bittencourt, foi procurado na tarde de sexta-feira, mas não foi localizado pela reportagem e não retornou ao recado deixado na secretária eletrônica do celular. Caso venham a ser afastados, tanto Bandarra quanto Deborah continuarão a receber salários enquanto durar o processo contra eles.


Bem cotado
Bandarra chegou a ser cotado para uma vaga de ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e foi um dos idealizadores da campanha O que você tem a ver com a corrupção?, que combatia desvios de recursos públicos e o crime organizado.


Em 2008, um caso de suspensão

O afastamento de Leonardo Bandarra e Deborah Guerner do trabalho, caso ocorra hoje, não será um episódio inédito no Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Em agosto de 2008, o Conselho Superior do MPDFT determinou por unanimidade a suspensão do promotor de Justiça Pedro Xavier Coelho Sobrinho, sob a suspeita de prática de crime de extorsão e receptação. Atualmente o promotor está em disponibilidade, sem receber salário, conforme estabelece a Lei Complementar nº 75/93, depois que o Ministério Público Federal ajuizou ação por perda do cargo e improbidade administrativa contra ele. Na época do afastamento de Pedro Xavier, Bandarra presidia o Conselho Superior do MPDFT.

O órgão interno de deliberações teria o poder de determinar o afastamento cautelar de Bandarra caso o processo contra ele e a promotora Deborah Guerner não tivesse sido avocado pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Responsável pela investigação administrativa contra Bandarra, a atual corregedora-geral do MPDFT, Lenir de Azevedo, é favorável ao afastamento dos dois colegas. “Não vejo alternativa, principalmente para preservar a imagem do Ministério Público”, sustentou em entrevista ao Correio.

O mandato de Lenir termina no próximo dia 31, mas ela busca a recondução para mais dois anos. Nesta semana, o Conselho Superior do MPDFT vai eleger uma lista tríplice para ser encaminhada à procuradora-geral de Justiça do DF, Eunice Carvalhido, responsável pela nomeação. Além de Lenir, disputam o cargo os procuradores Benis Bastos, Tania Marchewka e Gladaniel de Carvalho. (AMC)

''QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?''

13 de dezembro de 2010

O Globo

Manchete: UPP em todas as favelas do Rio custaria R$ 321 milhões
Investimento é equivalente a apenas um milésimo do PIB do estado

Duas semanas após a retomada, pelo estado, do controle dos complexos da Penha e do Alemão, cálculos feitos pelo GLOBO mostram que é possível beneficiar todos os moradores de favelas do Rio com Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). Se o governo do estado mantiver a relação de um PM para cada cem habitantes - proporção usada nas comunidades pacificadas -, seriam necessários 10.685 policiais para atuar em 107 UPPs. Com isto, o programa beneficiaria mais de um milhão de pessoas que vivem em favelas não pacificadas, muitas delas ainda dominadas por traficantes ou milicianos. O custo anual de manutenção das 107 unidades somaria R$ 321 milhões, investimento correspondente a apenas um milésimo do PIB do estado. (Págs. 1 e 10)

Wikileaks: EUA criticam ação da Petrobras no pré-sal

Telegramas enviados ao governo dos EUA sobre as perspectivas de negócios com o óleo brasileiro revelaram uma possível estratégia da Petrobras de adiar leilões para assegurar futuras licitações, levando os empresários americanos a recear atrasos na produção dos novos campos. Segundo os documentos, as novas reservas trariam ganho político a então ministra Dilma Rousseff. (Págs. 1 e 29)

Clima: avanço nas discussões em Cancún

Desacreditada desde o início, a Conferência do Clima de Cancún trouxe avanços surpreendentes, segundo a pesquisadora Suzana Kahn Ribeiro, do painel da ONU para Mudanças Climáticas. O Brasil destacou-se entre os negociadores internacionais ao estabelecer uma meta quantitativa para corte de suas emissões de gases-estufa. (Págs. 1 e 30)

Joss Garman

O governo Obama, uma vez visto como a salvação do clima, passou toda a conferência bloqueando qualquer avanço. (Págs. 1 e 30)

Iraquiano é suspeito de ataque terrorista em Estocolmo (Págs. 1 e 30)

No Turismo, emendas são infladas
Mesmo depois das denúncias de uso de verbas de emendas para o Ministério do Turismo em entidades fantasmas, os parlamentares inflaram de R$ 65,9 milhões para R$ 1,33 bilhão os recursos de uma única rubrica do setor (infraestrutura turística). O valor das emendas individuais para o ministério ultrapassa o das apresentadas para saúde e desenvolvimento urbano. (Págs. 1 e 3)

Faz Diferença 2010: aberta a votação

De hoje até 21 deste mês, os leitores poderão escolher as pessoas ou empresas que mais se destacaram no ano de 2010. Em sua 8ª edição, o Prêmio Faz Diferença do GLOBO, patrocinado pela Firjan, vai, mais uma vez, homenagear os brasileiros que contribuíram com seu trabalho e talento para mudar a país. Para votar, basta acessar o endereço www.oglobo.com.br/fazdiferenca. (Págs. 1 e 11 a 13)

Digital & Mídia

Chineses viciados na internet

Com 10 milhões de jovens viciados em internet, a China criou 400 centros de reabilitação de "dependentes digitais". Eles são submetidos a tratamentos que incluem punição corporal e eletrochoque. (Págs. 1 e 23)

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Folha de S. Paulo

Manchete: Receita vê fraude em empresa de lixo de SP
Qualix é multada por saques em dinheiro de R$ 29,8 mi sem justificativas

A empresa que cuida da varrição do lixo na zona sul de São Paulo, a Qualix, foi multada em R$ 59 milhões pela Receita Federal após um relatório apontar suspeita "de fraude, conluio e sonegação" em operações.
Auditores acharam 69 saques em dinheiro, sem justificativa, que somam R$ 29,8 milhões entre 2004 e 2006. Nesse período a Qualix prestou serviços para Marta Suplicy (PT), José Serra (PSDB) e Gilberto Kassab (DEM).
A Receita diz que há notas frias de empresas de fachada para justificar serviços como manutenção de caminhões. Para os fiscais, os serviços nunca foram prestados - as notas frias seriam para sonegar tributos.
A Qualix fatura cerca de R$ 1 bilhão por ano e presta serviços em Porto Alegre, Teresina, Cuiabá e no Distrito Federal. A empresa, que trocou de controladores, diz colaborar com a investigação da Receita. (Págs. 1, C1 e C3)

Análise: Arquivos têm a chave para entender líder

Fica claro que Prestes, com ajuda dos soviéticos, criou um plano com o qual veio ao Brasil em 1934. (Págs. 1 e A10)

Cartas de Prestes mostram ação de Moscou na Intentona

Manuscritos de Luiz Carlos Prestes evidenciam o papel soviético na Intentona Comunista.
Em relatório de 1935, meses antes da tentativa de derrubar Getúlio Vargas, Prestes (1898-1990) pede que Moscou envie agente ao Brasil. (Págs. 1 e A10)

Dilma chama Ciro para o Ministério da Integração

O deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) foi convidado pela presidente eleita, Dilma Rousseff, para assumir a Integração Nacional, que chefiou na gestão Lula.
Ciro tem até quarta para responder se quer a pasta. Se aceitar, outro político do PSB, Fernando Bezerra, deve ser deslocado para uma secretaria que uniria portos e aviação civil, setor estratégico para a Copa. (Págs. 1 e A7)

Cadeirante de 71 anos cai em Congonhas e entra em coma

O arquiteto Fernando Porto de Vasconcellos, 71, está em coma após acidente em Congonhas. Cadeirante devido a AVC, ele foi arremessado dentro do carro que o retirava de um avião.
Sua filha culpa a Gol por não haver cinto no carro. Para a empresa, a Infraero é a responsável; a estatal diz que a cadeira de rodas é travada e o problema foi a freada brusca do carro. (Págs. 1 e C5)

Boa notícia

Anac quer acelerar formação de piloto com nova regra. (Págs. 1 e B1)

Editoriais

Leia "O preço das estradas", sobre a política de concessão de rodovias em SP; e "Poucos resultados", acerca da conferência do clima em Cancún. (Págs. 1 e A2)

Mundo

Famílias querem identificar soldado desconhecido da FEB. (Págs. 1 e A14)

Petroleiras se opunham a nova regra do pré-sal

Telegrama diplomático dos EUA de 2009, obtido pelo site WikiLeaks, revela que petroleiras americanas rejeitavam alteração nas normas do pré-sal que o governo aprovou no Congresso.
Segundo o despacho, uma das empresas ouviu de José Serra (PSDB) promessa de que a regra seria mudada se ele vencesse: "Deixa esses caras [do PT] fazerem o que eles quiserem". (Págs. 1 e A4)

Venezuela comprou 1.800 mísseis antiaéreos da Rússia (Págs. 1 e A12)

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O Estado de S. Paulo

Manchete: Lançado na campanha, pacote de apoio à exportação fracassa
Por burocracia e disputas políticas, só 1 das 7 medidas anunciadas em maio foi implementada

O pacote de apoio aos exportadores, lançado em meio à campanha eleitoral à Presidência, é um fracasso. Das sete medidas divulgadas em maio, só uma se tornou realidade. As demais se perderam na burocracia e nas disputas políticas por poder. O pilar do pacote era acelerar a devolução dos créditos tributários dos exportadores. Estava prevista a devolução de 50% do dinheiro em ate 30 dias após a solicitação, mas poucas empresas conseguiram cumprir todas as exigências. Uma disputa entre os ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento dificultou as negociações sobre o Eximbank desde o início e ainda trava a criação do banco de financiamento à exportação. Até as iniciativas mais simples não vingaram por conta do receio da Receita em abrir mão de arrecadação e dar brecha para fraudes. Para exportadores, o lançamento do pacote, com a presença de vários ministros, foi um evento político. (Págs. 1 e Economia B1 e B3)
Poucos beneficiados

Só duas empresas exportadoras, ou 0,01% do total, conseguiram acesso mais rápido a seus créditos tributários, conforme previsto no pacote de exportação. (Págs. 1 e Economia B3)

Alckmin terá de enfrentar estouro nas contas da saúde

O estouro dos gastos na saúde no governo paulista tornou-se a principal preocupação para a equipe de Geraldo Alckmin (PSDB). A abertura de Ambulatórios Médicos de Especialidades e de unidades da Rede Lucy Montaro, vitrines eleitorais de José Serra, levaram a um salto nas contas. Se as previsões forem confirmadas, as despesas chegarão a R$ 12,5 bilhões, alta de 22%. (Págs. 1 e Nacional A4)

Foto-legenda: Pipa e futebol: domingão no Alemão

Meninaos brincam no Complexo do Alemão, no Rio: no segundo fim de semana após a ocupação da polícia, moradores do Alemão e da Vila Cruzeiro ainda comemoram o clima de tranquilidade, com o fim do domínio do tráfico de drogas, mas cobram políticas que garantam a paz duradoura. (Págs. 1 e Cidades C3)

Assessora do PT leva R$ 4,7 mi

Uma entidade em nome de uma assessora da senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), que assumiu semana passada a relatoria do Orçamento de 2011, conseguiu R$ 4,7 milhões em convênios com o governo sem precisar de licitação. No processo, Liane Maria Muhlenberg assinou uma declaração falsa de que não trabalha no Senado. A verba, oriunda de emendas de parlamentares do PT, é destinada a shows e eventos culturais. (Págs. 1 e Nacional A6)

Suécia investiga ato terrorista

O serviço de inteligência da Suécia investigará as duas explosões que atingiram Estocolmo no sábado como um ato terrorista. O autor seria um iraquiano. (Págs. 1 e Internacional A8)

Catar cria prêmio 'Nobel' da educação (Págs. 1 e Vida A14)

Itália pede ao Brasil extradição de argentino (Págs. 1 e Nacional A7)

Em SP, sobram PMs na Casa Militar

Em quatro anos, o total de policiais na Casa Militar, responsável pela segurança dos palácios do governo de SP, subiu 120%. No período, o policiamento nas ruas cresceu só 0,9%. (Págs. 1 e Cidades C4)

Luiz Eduardo R. Paiva

A nova polícia nacional

Quanto à decisão de manter as Forças Armadas na capital fluminense, é lícita a dúvida se foi por boa intenção ou populismo inconsequente. (Págs. 1 e Espaço Aberto, A2)

Lúcia Guimarães

Hiperdemocracia

Paul Krugman baixou uma dura política de comentários para seu blog. Será que ele não compreende a irreversível Interatividade Ilimitada? (Págs. 1 e Caderno 2, D10)

Notas & Informações

Um PAC pela metade

Governo diz que programa é para investimento em infraestrutura. Os números desmentem. (Págs. 1 e A3)

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Valor Econômico

Manchete: Aumentos reais de salários batem recorde no semestre
O melhor segundo semestre da história. Assim, Vanderlei Sartori, diretor da Federação de Trabalhadores nas Indústrias de Alimentos do Paraná, caracteriza o período de julho a dezembro de 2010, quando os quase 80 mil operários representados pela entidade tiveram seus salários reajustados em dois dígitos -a maioria com aumentos reais de quase 5%. O Valor levantou dez categorias, em diferentes regiões do país, com data-base no segundo semestre e o menor aumento real que encontrou foi de 1,7%.
A euforia do sindicalista paranaense e compartilhada por comerciários de São Paulo e Florianópolis, trabalhadores na indústria têxtil de Caxias do Sul e de Blumenau, químicos de São Paulo e garçons, gerentes de restaurantes e de hotéis cariocas, entre outros trabalhadores. (Págs. 1 e A5)

Construtora mantém regra contábil

As incorporadoras imobiliárias brasileiras conseguiram fazer valer sua preferência e poderão manter a regra contábil que usam atualmente para reconhecer a receita de venda de imóveis residenciais ainda na planta. Segundo o Valor apurou, na grande maioria dos casos, o registro da receita seguirá sendo feito conforme o percentual de execução da obra, e não apenas no momento da entrega das chaves, como era o entendimento de especialistas, diante da mudança do padrão contábil brasileiro para o modelo internacional, chamado de IFRS. Após quase um ano, a decisão saiu na sexta-feira no Comitê de Pronunciamentos Contábeis e uma orientação técnica sobre o tema deve ser publicada nos próximos dias. A decisão final ainda precisa ser aprovada pela CVM e pelo Conselho Federal de Contabilidade, mas não se espera surpresas. (Págs. 1 e D4)

As melhores executivas do Brasil

Pela primeira vez, uma eleição revela as melhores gestoras de empresas do país. O Valor, em parceria com a consultoria Egon Zehnder, indicou um júri que escolheu as 14 principais executivas brasileiras. Elas foram premiadas segundo critérios como tempo no cargo, complexidade da gestão, mudanças de impacto promovidas no negócio, desempenho financeiro, grau de inovação e o volume de investimentos em expansão.
O perfil das eleitas está na revista "Valor Liderança - Executivas", que circula hoje para os assinantes do jornal. A publicação traz reportagens sobre a participação feminina nos conselhos de administração, os desafios para as novas gerações e os dilemas entre maternidade e carreira. O Valor perguntou a todas o que não pode faltar na bolsa de uma executiva e as respostas mais recorrentes foram celular, cartão de crédito e batom. (Pág. 1)

Yoplait volta ao mercado brasileiro

O Brasil está no centro das atenções do grupo francês de iogurtes Yoplait, considerada a vice-líder mundial em produtos lácteos, com faturamento de € 4,6 bilhões, atrás da Danone, que faturou € 8,5 bilhões em 2009. Quinze anos depois de ter deixado o país, quando sua parceira na época, a Companhia Brasileira de Laticínios, foi comprada pela italiana Parmalat, a Yoplait planeja atuar de forma integrada no mercado brasileiro, com a compra de empresas produtoras de leite e a construção de fábricas, disse ao Valor seu presidente, Lucien Fa.(Págs. 1 e B6)

Empresa aposta na produção de estévia em escala comercial

Tem data certa para chegar ao mercado o resultado do mais ambicioso projeto de desenvolvimento de um adoçante de estévia no mundo, tocado em uma área de 200 hectares, gigantesca em comparação aos lotes de um hectare normalmente dedicados à cultura. De origem paraguaia, a estévia é uma erva semiperene (brota após o corte por cinco anos). A meta da fabricante Steviafarma foi buscar uma formulação de adoçante com melhor sabor, sem calorias e com um mínimo de gosto residual amargo. O lançamento está marcado para o segundo semestre de 2011. A Steviafarma é controlada pela Multiparticipações (que atua na produção de tabaco e charutos) e pela produtora de açúcar de cana Santa Terezinha. (Págs. 1 e B12)

Cancún salva negociação sobre clima

A euforia por ter se conseguido avançar nas negociações internacionais sobre questões climáticas, diferentemente do que aconteceu no encontro de Copenhague no ano passado, não foi suficiente para esconder que a conferência do clima de Cancún terminou sem resolver nenhum dos grandes impasses da área. Foi criado um fundo climático, mas sem definição da origem do dinheiro, as promessas de cortes maiores de emissão continuam promessas e o futuro do Protocolo de Kyoto depois de 2012 não foi resolvido - só se concordou em continuar discutindo.
Cancún não salvou o planeta, mas salvou o processo de negociação do acordo climático internacional, que quase foi a pique em Copenhague. Nove entre cada dez diplomatas que falaram na madrugada do sábado, no encerramento da conferência mexicana, diziam que era preciso restaurar a confiança no processo multilateral. Foi o embaixador coreano quem melhor definiu em plenário o que realmente estava em jogo: "Vamos parar com a inércia do multilateralismo." (Págs. 1 e A11)

Receita dos bancos de investimento cresce 30%

As operações de fusão e aquisição, emissões de ações e de títulos de renda fixa bateram recordes no país neste ano. Mas os bancos de investimento, que ganham comissão para assessorar as empresas nesses negócios, não conseguiram obter receitas igualmente recordes. A concorrência aumentou, com mais bancos no mercado, e o ano de 2007, com seu volume gigantesco das mais rentáveis emissões públicas iniciais de ações (IPO) e empréstimos vinculados a elas, os "equity kickers", continua imbatível.
Segundo as estimativas dos bancos atuantes no "Wall Street brasileiro", a receita da indústria cresceu 30% na comparação com 2009 e chegou a US$ 1,5 bilhão. Em 2007 foram obtidos mais de US$ 2 bilhões. As perspectivas são de novo aumento da receita em 2011, entre 15% e 20% em comparação a este ano. (Págs. 1, C1 e C3)

Temporão diz que desafio é reformular gestão da saúde (Págs. 1 e A4)

Para Tasso, expectativa de poder do PSDB está em Aécio Neves (Págs. 1 e A14)

Mais álcool para ‘plástico verde'

Os principais grupos sucroalcooleiros do país aumentam a produção de etanol para atender a demanda de projetos da Braskem, Solvay e Dow para a produção de resinas "verdes". (Págs. 1 e B1)

Telefônica contra Vivendi
A Telefônica estuda a possibilidade de ir à Justiça contra a Vivendi - para quem perdeu a disputa pelo controle da GVT. O acordo entre a Vivendi e a CVM pode dar respaldo a uma eventual ação jurídica. (Págs. 1 e D3)

Natal tecnológico

Notebooks, smartphones e televisores lideram as vendas de produtos eletroeletrônicos neste fim de ano, com crescimento superior a 65%. (Págs. 1 e D3)

Commodities desafiam a indústria

A inflação dos alimentos e do vestuário está de volta em todo o mundo e a indústria terá de continuar melhorando a gestão de custos para lidar com preços estruturalmente mais altos das matérias-primas a longo prazo. (Págs. 1 e B4)

De olho na Copa, Coca abre lojas

A Coca-Cola Clothing inaugura em março, em São Paulo, a primeira de uma rede de 150 franquias. A ideia é abrir o maior número de lojas até 2014 e aproveitar a divulgação da marca, patrocinadora da Copa. (Págs. 1 e B5)

Lácteos binacionais

Brasil e Argentina negociam uma "integração produtiva" na área de lácteos para avançar em mercados como a Europa. O acordo prevê joint ventures bilaterais com apoio do BNDES e Banco de La Nación. (Págs. 1 e B11)

Banco de investimento imobiliário

A RB Capital, especializada em negócios imobiliários, está comprando a distribuidora de valores do banco Matone por R$ 2 milhões. O negócio ainda depende da aprovação do BC. (Págs. 1 e C8)

Ideias

João Batista Araújo e Oliveira

O Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) é um "remendo" que não levará o país a novos patamares. (Págs. 1 e Al2)

Ideias

Fabio Giambiagi

É falso que a União concentre parcela cada vez major da arrecadação, em detrimento de Estados e prefeituras. (Págs. 1 e A13)

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