A proposta deste blogue é incentivar boas discussões sobre o mundo econômico em todos os seus aspectos: econômicos, políticos, sociais, demográficos, ambientais (Acesse Comentários). Nele inserimos as colunas "XÔ ESTRESSE" ; "Editorial" e "A Hora do Ângelus"; um espaço ecumênico de reflexão. (... postagens aos sábados e domingos quando possíveis). As postagens aqui, são desprovidas de quaisquer ideologia, crença ou preconceito por parte do administrador deste blogue.
PENSAR "GRANDE":
[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
***************************************************
“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.
----
''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).
"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).
"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br
=========valor ...ria...nine
folha gmail df1lkrha
***
quarta-feira, junho 20, 2012
''PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES..." *
ACORDO FINAL POSTERGA AS DECISÕES PARA 2015
DOCUMENTO FINAL APENAS CRIA AGENDA PARA PRÓXIMOS ANOS |
Autor(es): Por Daniela Chiaretti | Do Rio |
Valor Econômico - 20/06/2012 |
A Rio+20 só não é um fracasso porque a expectativa em torno dos resultados da conferência sempre foram muito baixos. O Brasil conseguiu o que queria com o documento-base, que agora será apresentado aos chefes de Estado: evitar o retrocesso em pontos já acertados na Rio92, há 20 anos. O maior avanço, no entanto, se resume à criação de uma agenda para os próximos três anos. Mais uma vez, o sistema multilateral foi salvo. Mas a distância entre o que os governos avançaram em seu acordo de ontem, no Riocentro, e o que a ciência tem constantemente indicado que se faça, continua imensa.
O texto-base "O Futuro que Queremos" dificilmente será reaberto nos próximos dias. Tem 283 parágrafos em 49 páginas. Não entrará para a história e nem é especial. Se tem algum mérito é o de abrir alguns processos importantes - que só no futuro se saberá se funcionaram --, como aumentar a consciência sobre esse debate no Brasil e incentivar a postura sustentável dos negócios. A governança institucional do desenvolvimento sustentável e do ambiente, no sistema das Nações Unidas, também avançou.
A ministra do Ambiente, Izabella Teixeira, e o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, durante entrevista
O Brasil conseguiu o que queria com o documento-base da Rio+20 que agora será levado a chefes de Estado: evitar o retrocesso em pontos já acertados na Rio92, há 20 anos. O maior avanço, no entanto, se resume à criação de uma agenda para os próximos três anos. Mais uma vez, o sistema multilateral foi salvo. Mas a distância entre o que os governos avançaram em seu acordo de ontem, no Riocentro, e o que a ciência tem constantemente indicado que precisa ser feito continua imensa. A Rio+20 só não é um fracasso porque a expectativa em torno dos resultados da conferência sempre foi muito baixa.
O texto-base de "O Futuro que Queremos" dificilmente será reaberto nos próximos dias. Tem 283 parágrafos em 49 páginas. Não passará para a história e nem é especial. Se tem algum mérito é o de abrir alguns processos importantes - que só no futuro se saberá se funcionaram -, aumentar a consciência desse debate no Brasil e incentivar a postura sustentável dos negócios. A governança institucional do desenvolvimento sustentável e do ambiente, no sistema das Nações Unidas, também avançou.
Depois de aceitar o texto apresentado em plenária pelo ministro das Relações Exteriores Antonio Patriota - o que levou 30 segundos, sem nenhuma objeção dos delegados de 193 países -, os negociadores começaram a elogiar o trabalho da diplomacia brasileira e a fazer seus comentários. O delegado dos Estados Unidos disse que o resultado era "balanceado", que estavam desapontados por não haver menção aos "direitos de reprodução" - ideia que tinha o apoio europeu mas forte objeção do Vaticano -, e satisfeitos que os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) estejam lá. Cuba disse que o resultado não era "tão negativo" e que o Princípio das Responsabilidades Comuns Porém Diferenciadas foi preservado, mas que o texto não era bom no capítulo do dinheiro - uma impressão compartilhada pelos países em desenvolvimento.
"Chegamos aqui com 30% do texto acordado e hoje temos um texto 100% acordado por 193 países", disse Patriota ao término da plenária. "Foi uma vitória do multilateralismo." Sem dúvida. Só que o Brasil ficou sempre na defensiva e, na prática, a Rio+20 apenas cria grupos de trabalho para que planejem o desenvolvimento sustentável nos próximos dois anos. Decisões concretas, com metas e objetivos, não saíram do Riocentro.
Em oceanos o Brasil teve sua maior derrota. A proposta defendida pelo Brasil e pela Europa, entre outros países, era que a Rio+20 abrisse um processo para a criação de um mecanismo legal que protegesse os oceanos em áreas de alto mar e também regulamentasse a exploração da biodiversidade em regiões fora das jurisdições nacionais. A proposta, no entanto, enfrentou resistência dos EUA, Canadá, Japão, Rússia e Venezuela.
Tentava-se proteger dois terços do planeta que estão sem cuidados e avançar em um debate que já acontece há seis anos. "O alto-mar não pertence a nenhum país e pertence a todos", disse Matthew Gianni, co-fundador da Deep See Conservation Coalition. Depois da Rio+20, o alto-mar continuará desprotegido. "Perdemos uma oportunidade histórica no Rio", concluiu. Alguma decisão nessa área, se acontecer, foi postergada para até setembro de 2016.
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável foram reconhecidos como uma necessidade. Uma comissão formada por representantes dos países irá definir algo, se tudo der certo, até 2014. Não se sabe em que áreas - não se sabe se em oceanos, água, energia, cidades. Isso ficou para depois. "Mas é uma ideia muito nova, que existe há apenas um ano e tem que amadurecer", destacou o chefe dos negociadores brasileiros, embaixador André Corrêa do Lago.
No capítulo de recursos, voltou-se a se falar no compromisso de os países ricos de dedicarem 0,7% de seu Produto Interno Bruto à ajuda internacional. Essa proposta já existe desde 1992, mas nunca foi completamente cumprida. O comissário europeu Janez Potocnik disse que a Europa tem destinado 0,4% de seu PIB. Em entrevista, ele lembrou que esses recursos representavam US$ 53 bilhões em 1992 e dez vezes mais - US$ 547 bilhões - em 2010. No período, o mundo em desenvolvimento tinha uma fatia de 8% do PIB mundial, que em 2010 saltou para 35%. "Mas isso não é bem distribuído, por isso nos preocupamos em que esses recursos cheguem aos países mais pobres do mundo", explicou. Dinheiro novo, evidentemente, não há.
Na madrugada de terça, Potocnik havia demonstrado seu descontentamento com a falta de ambição do rumo das negociações e a pressa do Brasil em fechar o texto antes da chegada dos chefes de Estado. "Não é o tempo que nos move. Achamos que o conteúdo é que é importante", disse. "O ministro Patriota teve uma reunião com os europeus, que estavam pegando muito duro", conta uma fonte. "Para eles é fundamental voltar aos seus países dizendo que a União Europeia buscou maior ambição na Rio+20. Nós entendemos."
A definição de economia verde teve que ser ajustada para satisfazer União Europeia e Estados Unidos, de um lado, e tirar os temores de países em desenvolvimento. Os Estados Unidos exigiram cuidado com todos os termos que envolvem transferência de tecnologia. A China queria a manutenção, no texto, dos Princípios das Responsabilidades Comuns Porém Diferenciadas, que existe há 20 anos, é um conceito implantado nas negociações de clima e garante que os países ricos têm que fazer mais, dar mais dinheiro e se esforçar mais que os outros.
A governança institucional foi vista como um avanço pelos delegados, mesmo se o Pnuma, o braço ambiental da ONU, que é apenas um programa há 40 anos, não tenha se tornado uma agência, como queriam europeus e africanos. Mas seu poder de fogo, influência e autonomia foi ampliado. Também se criou um Fórum de alto nível sobre desenvolvimento sustentável, nas Nações Unidas, para tentar coordenar estas políticas e decisões. Outro ponto importante do documento foi reconhecer, no segundo parágrafo, que a erradicação da pobreza é o grande desafio global que o mundo enfrenta hoje.
A reação das ONGs, que já haviam sinalizado que o texto da Rio+20 não tinha nenhuma - ou pouca - ambição, veio dura. Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace International disse que "o futuro que queremos ficou um pouco mais longe hoje". E avaliou: "A Rio+20 virou um fracasso épico. Falhou na equidade social, falhou na ecologia e falhou na economia." Para Carlos Rittl, coordenador do WWF na Rio+20, ""O Futuro que Queremos" não foi definido claramente e fica no processo que, esperamos, siga acontecendo."
----
(*) Geraldo Vandré.
---
|
IMAGENS NO TEMPO
Lula com Maluf – e a galeria de fotos em má companhia ficou completa. Bem…. Será?













O TEMPO E O VENTO
21/05/2003 - 19h21
Veja a íntegra do discurso de Lula em 1987
FERNANDO RODRIGUES
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Leia a íntegra do discurso do então deputado federal Luiz Inácio Lula da Silva em 6 de setembro de 1987, em Aracaju. Na ocasião, Lula se posicionou contra o limite mínimo de idade para aposentadoria (48 anos para mulheres e 53 anos para homens).
O material, que também tem críticas ao então presidente da República José Sarney e à TV Globo, foi entregue ao jornalista Fernando Rodrigues da Folha de S. Paulo pelo deputado João Fontes (SE) e provocou mais uma crise entre o governo e os radicais do PT.
Íntegra conforme fita de vídeo distribuída pelo deputado federal João Fontes (PT-SE), em 20.maio.2003. O texto está transcrição "ipsis verbis" do que foi dito, não tendo sido processadas correções de nenhuma ordem.
"Companheiros, companheiros e companheiras de Sergipe. companheiros e companheiras de Aracaju: eu penso que vocês têm consciência de que nós estamos aqui nessa praça com um objetivo comum a vários partidos políticos desse país; eu penso que é importante a gente saber de que existe diferenças entre os partidos políticos que estão nesse palanque, e eu penso que é importante a gente aprender a entender de uma vez por todas de que cada briga que a gente faz em praça pública, a burguesia deita e rola às custas da burrice da esquerda desse país.
Eu acho que vai ter momento em que a gente vai debater entre nós mesmos, na hora em que a gente tiver que escolher cada partido o seu candidato, na hora que a gente tiver na rua, cada partido com seu candidato pedindo voto, a gente vai divergir. Mas hoje existe uma coisa sagrada para um conjunto de partidos políticos e para um conjunto de deputados. Eu queria que vocês prestassem atenção porque a coisa é mais séria do que cada um de vocês pode imaginar e a televisão nem sempre conta a verdade pra população; aliás, na maioria das vezes o povo não sabe da verdade.
Vejam vocês, vejam vocês: o povo brasileiro, a dona de casa o adolescente, o aposentado, o chefe de família, ele hoje está desacreditado em tudo, ele não acredita mais em nada: e por que que ele não acredita mais em nada? É porque muitas mentiras foram contadas para cada um desses 40 milhões de brasileiros, e na medida em que foi se acumulando um processo de mentiras, o povo chega em 1987 desesperançado, desacreditado e sem esperança em nada e ninguém.
E por que esse povo está sem acreditar? Porque, em primeiro lugar, mentiram pro povo quando disseram que a tal Aliança Democrática da Nova República ia dar certo; mentiram pro povo naquela campanha extraordinária das Diretas, quando o povo aqui de Aracaju veio pra rua dez vezes mais gente do que tem hoje, e depois meia dúzia de pessoas ao invés de se manterem firmes pra conquistar as diretas, preferiram nas caladas da noite trair esses 40 milhões de brasileiros e fazer com que as diretas fosse desacreditadas.
Traíram o povo brasileiro no primeiro Plano Cruzado, traíram o povo brasileiro no segundo Plano Cruzado, traíram o povo brasileiro no plano Bresser Pereira, e agora o povo está mais desacreditado ainda porque alguns vieram na rua prometer que a Constituinte iria resolver todos os problemas da população e hoje a gente percebe que a Constituinte também não vai resolver.
E porque que não vai resolver? Não vai resolver porque nós somos apenas cem ou cento e poucos deputados comprometidos com a luta desse povo e tem quatrocentos e cinqüenta representantes do poder econômico e que não estão a fim de fazer com que a Constituição garanta direitos ao nosso povo: e qual é os direitos que o nosso povo quer? O que o nosso povo está reivindicando de mais?
Nós hoje somos um país que temos um milhão e quatrocentos mil trabalhadores que perdem um pedaço da mão dentro das fábricas todo ano; nós hoje somos um país que morre um trabalhador a cada quarenta minutos por acidente de trabalho; nós hoje somos um país de dois milhões e meio de meninas de 10 a 15 anos de idade que são obrigadas a se prostituírem pra continuarem sobrevivendo em função da miséria causada pela política econômica; nós hoje somos um país de 13 milhões de brasileiros com problemas de doenças mentais; nós hoje somos um país com 13 milhões e meio de pessoas comendo menas comida, com menos de 1.400 calorias diárias, quando o mínimo necessário é 2.600.
Nós hoje somos um país aonde o Nordeste clama, como clamava há 50 anos, por indústria, por emprego, por reforma agrária, e não tem emprego, não tem indústria, não tem reforma agrária porque não tem vergonha na cara daqueles que governam esse país nos últimos 20 anos; nós hoje somos um país com praticamente 20 milhões de crianças abandonadas; nós somos um país com 16 milhões de analfabetos; nós somos um país aonde a história é contada pela Rede Globo de Televisão porque o senhor Roberto Marinho não faz outra coisa a não ser mentir para o povo.
Nós hoje somos um país aonde as nossas crianças não têm o direito de brincar como crianças, aonde as nossas crianças e a grande maioria das crianças da classe trabalhadora passam a semana em semana pedindo um doce pro pai e o dinheiro do pai não dá pra comprar esse doce; pedindo um guaraná pro pai e o dinheiro do pai não dá pra comprar um guaraná, porque nesse país miserável a classe trabalhadora ganha 2.200 cruzados por mês, e 2.200 cruzados por mês, 2.200 cruzados por mês não dá pra nenhum cidadão sobreviver.
Seria muito importante, e eu diria por demais importante pra classe trabalhadora, que ao invés do Sarney dar 250 cruzados em abono para a classe trabalhadora, pede pra mulher dele ir pro supermercado fazer surpresa, ele iria perceber que não dá pra comprar pra essa classe trabalhadora comer.
Nós somos um país aonde a grande maioria da classe trabalhadora brasileira que trabalha 30 anos, ao se aposentar pensando que vai descansar os últimos dias da sua vida com a sua mulher, ele percebe que a aposentadoria corrói e come mais de 50% do seu salário e ele é obrigado ou a arrumar um outro emprego ou a vender bilhete de loteria ou fazer bico na rua.
Um país que tem tudo, mas falta vergonha na cara das autoridades para poder administrar essa riqueza imperecível do nosso povo; nós somos um país aonde quem manda aqui, apesar de Tiradentes ter morrido pela nossa independência, a nossa independência ainda não chegou aqui porque ficou na conta dos banqueiros internacionais; porque um país que deve 110 bilhões de dólares não tem independência e nós sabemos que o governo brasileiro não tem alternativa, ele vai ter que escolher: ou ele enche o rabo dos banqueiros de dinheiro do nosso sangue, do nosso suor, e se ele fizer essa opção ele vai levar a classe trabalhadora a continuar passando fome, porque o dinheiro que ele tá pagando de juros aos credores internacionais daria pra construir 3 milhões e meio de casas populares; daria pra construir hospitais, daria pra construir ruas, daria pra construir escolas, daria pra matar a fome da maioria das nossas crianças que hoje mendingam na rua.
E a Nova República é pior do que a velha, porque antigamente na Velha República era o militar que vinha na televisão e falava, e hoje o militar não precisa mais falar porque o Sarney fala pelos militares ou os militares falam pelo Sarney. Nós sabemos que antigamente -os mais jovens não conhecem-, mas antigamente se dizia que o Ademar de Barros era ladrão, que o Maluf era ladrão; pois bem: Ademar de Barros e Maluf poderiam ser ladrão, mas eles são trombadinhas perto do grande ladrão que é o governante da nova República, perto dos assaltos que se faz.
E vocês, companheiros e companheiras, companheiras professoras e companheiros professores, companheiros trabalhadores e companheiras trabalhadoras, eles estão querendo pregar uma peça na gente, na Constituinte. Há 3 anos atrás os professores brasileiros fizeram uma luta memorável e conseguiram aposentadoria aos 25 anos de trabalho.
Hoje, no projeto de Constituição feito pelo Bernardo Cabral, ele está colocando a aposentadoria da mulher aos 30 anos de trabalho e ela só pode se aposentar quando tiver 48 anos de idade; a aposentadoria do homem, que hoje é de 30 anos com 80%, aos 35 com 100%, sem limite de idade, eles estão querendo impor um limite de idade; o trabalhador só vai se aposentar com 35 anos se tiver 53 anos de idade.
Ora, por que que eles querem fazer isso? Eles querem fazer isso porque sabem que a média de idade do povo brasileiro é uma média de idade muito baixa, possivelmente no Sul do país chega a 62 anos e no Nordeste possivelmente não chega a 55 anos; e eles querem criar o limite de idade para que a classe trabalhadora morra antes de se aposentar, e nós não poderemos permitir isso.
É por isso, companheirada, que nós estamos aqui pra reivindicar as eleições diretas para Presidente da República.
Nós não queremos as eleições diretas para trocar um homem por outro homem; não queremos eleições diretas para tirar o sicrano e botar beltrano; nós queremos eleições diretas pra tirar um segmento social e colocar outro segmento social; nós queremos as eleições diretas para tirar a burguesia e colocar a classe trabalhadora pra governar esse país; colocar a classe trabalhadora para poder mandar nesse país e pra determinar os direitos desse pais.
Mas quando a gente chega e vai verificar por que que o governo não tá fazendo nenhum benefício pro nosso povo? O governo com a maior cara de pau vai pra televisão e diz que não tem dinheiro; e não é verdade, dinheiro eles têm, porque agora mesmo o ministro da Previdência Social pegou 1 bilhão de cruzados e ao invés de aplicar no salário dos aposentados, comprou 328 apartamentos para 328 marajás em Brasilia.
O presidente da República ao invés de fazer açude, ao invés de fazer cacimba, ao invés de fazer poço artesiano ou fazer irrigação no Nordeste, vai gastar 2 bilhões e meio de dólares pra construir uma ferrovia, Norte-Sul, ligando a casa dele, no Maranhão, à casa dele. em Brasília.
É por isso, meus companheiros de Aracaju e meus companheiros de Sergipe, eu sou daqueles que sonham com outro país; eu sou daqueles que acham que o Brasil é extraordinário; eu sou daqueles que acham que o Brasil tem riqueza; o Brasil tem uma classe trabalhadora extraordinária; o Brasil é feito de uma sociedade da mais extraordinária formação política e da mais extraordinária índole. Entretanto, nós não temos Governo.
O Sarney, ora diz que manda..., mas não manda, quem manda é os milico; o Ulisses Guimarães ora diz que manda..., mas não manda, quem manda é os milico. E na briga do Sarney com Ulisses, quem manda mais ou quem manda menos, a classe trabalhadora se ferra e é a classe trabalhadora que paga o pato dessa incompreensão deles.
Eu acredito num país, eu acredito num país aonde as nossas donas de casas possam viver decentemente com seus maridos; num pais aonde as crianças tenham escola, num país que tenha creche, num país aonde as crianças possam brincar, possam correr, possam empinar papagaio, jogar bolinha de gude, aonde as crianças possam ser crianças.
Eu acredito num outro tipo de país, mas para que a gente tenha um outro tipo de país é preciso que a gente tenha um outro tipo de governo porque esse que tá lá não é governo, esse que tá lá, na verdade, é um impostor porque não chegou à Presidência da República pelo voto direto do povo; chegou à Presidência da República assaltando o poder.
É por isso, companheirada, que eu queria terminar dizendo pra vocês uma coisa muito importante; eu queria terminar dizendo pra vocês uma coisa que eu digo quase em todos os comícios: os militares desse país e o poder econômico desse país podem matar duas, duas ou três rosas, mas não conseguirão deter a chegada da primavera.
Muito obrigado, companheiros, e até a conquista das eleições diretas, se Deus quiser."
------------
IMAGENS E PALAVRAS

Confira algumas declarações polêmicas:
- "Se o civil tiver que ser o Paulo Maluf, eu prefiro que seja um general".
Luís Inácio Lula da Silva, durante a eleição presidencial de 1984.
- "Faz 15 anos que Lula não está no torno, que não conta como vive, quem paga seu salário".
Paulo Maluf, quando era prefeito de São Paulo, em 1993.
"O problema do Brasil não está no deputado Paulo Maluf, mas sim nos milhares de 'malufs'".
Luís Inácio Lula da Silva, em 1986
- "Quem votar em Lula vai cometer suicídio administrativo".
Paulo Maluf, quando era candidato a presidente em 1993.
- "A impressão que se tem é que Cristo criou a terra, e Maluf fez São Paulo".
Luiz Inácio Lula da Silva, em 1996, sobre as propagandas das obras feitas pelo Maluf em SP.
- "Perto do Lula e do Fernando Henrique Cardoso, eu me considero comunista".
Paulo Maluf, em crítica ao governo federal, em 2007.
- "O símbolo da pouca-vergonha nacional está dizendo que quer ser presidente da República. Daremos a nossa própria vida para impedir que Paulo Maluf seja presidente".
Luis Inácio Lula da Silva , no Comício das Diretas Já, na Praça da Sé, em 1984.
- "Declaração infeliz do presidente. Ele não está a par do problema, e se ele quiser realmente começar a prender os culpados comece por Brasília. Tenho certeza de que o número de presos dá a volta no quarteirão, e a maioria é do partido dele, do PT".
Paulo Maluf, em 2005, sobre as declarações de Lula a respeito de sua prisão.
- "Se o Maluf é pescador, ele sabe que pegar lambarizinho é muito mais fácil que pegar peixe graúdo".
Luiz Inácio Lula da Silva, Lula, em 2003, ao falar sobre o combate ao crime organizado em São Paulo.
''QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?''
SINOPSES - RESUMO DOS JORNAIS
|
Um documento muito mais fraco do que se poderia esperar. Essa foi a conclusão do texto aprovado ontem, numa plenária quase relâmpago no Riocentro, após uma madrugada tensa em que os europeus ameaçaram deixar a mesa de negociações. A conclusão foi um relatório sem ambições e que muitos ambientalistas e observadores da sociedade civil chegam a batizar de “Rio menos 20”, numa alusão à Rio-92, que apresentou avanços bem significativos. Até o Vaticano, um mero observador nas discussões da ONU, vetou o texto sobre o direito reprodutivo das mulheres. (Págs. 1 e Caderno Especial Rio+20)
Mary Robinson
Ex-comissária de Direitos Humanos da ONU questiona “como podem celibatários saber sobre a saúde das mulheres?” (Págs. 1 e Caderno Especial Rio+20)
Richard Lindzen
O movimento ambiental é imoral e extrapola quando recorre à alegação de que a Terra está em perigo. (Págs. 1 e Caderno Especial Rio+20)
José Manuel Durão Barroso
Presidente da Comissão Européia diz que sustentabilidade é condição para o desenvolvimento. (Págs. 1 e Caderno Especial Rio+20)
Ban Ki-Moon
Secretário-geral da ONU defende a construção de um movimento global para conduzir uma transformação. (Págs. 1 e Caderno Especial Rio+20)
Merval Pereira
Na obsessão pela vitória em SP, Lula não está mais evitando riscos de contaminação, como a aliança com o malufismo. (Págs. 1 e 4)
Um dia após o encontro que selou o apoio de Paulo Maluf (PP) ao PT na disputa pela Prefeitura de São Paulo, a deputada Luiza Erundina (PSB), em protesto, deixou o posto de vice na chapa de Fernando Haddad.
Ela disse que não aceitava pedir votos com Maluf. (Págs. 1 e Poder)
Nove ‘aloprados’ são denunciados por dossiê de 2006 contra tucanos. (Págs. 1 e A9)
A Suprema Corte britânica rejeitou o recurso de Assange e ordenou que ele seja deportado à Suécia para responder por acusações de abuso sexual. (Págs. 1 e Mundo A13)
O pedido se baseia na desproporção entre patrimônio e renda de Aref e inclui depoimento de pessoas que dizem que ele cobrava propina. A Promotoria também investigará cinco shoppings e o vereador Aurélio Miguel (PR). (Págs. 1 e Cotidiano C1)
A deputada Luiza Erundina (PSB) desistiu de ser vice na chapa de Fernando Haddad (PT) à Prefeitura de São Paulo. Ela se rebelou depois que o ex-presidente Lula apareceu com o deputado Paulo Maluf para selar com o PP uma aliança que ela chamou de “constrangedora”. Em reunião com a cúpula do PSB, Erundina teria dito que o problema não era a coligação em si, mas a “forma” como ela foi conduzida, referindo-se à exposição pública. “Ela disse que não se calaria, que não retiraria nenhuma das afirmações que fez”, disse o presidente do PSB, Eduardo Campos. O PT avalia que a exposição de Haddad na TV e uma rápida escolha do novo vice vão abrandar a crise na campanha. (Págs. 1 e Nacional A4 e A6)
Antonio Donato
Coordenador da campanha de Haddad
“Quem quer mudar o Brasil se preocupa com o conteúdo, e não com a forma. Se ela (Erundina) mudou de ideia, continuaremos na nossa toada”
Convite ao PC do B
Com a desistência de Erundina, o PT deve convidar o PC do B para nomear o vice na chapa de Haddad. O PSB, por sua vez, informou que vai se manter na coligação com os petistas em São Paulo. (Págs. 1 e Nacional A4)
Análise
Celso Lafer
O papel do País
O Brasil é uma potência na área ambiental. Nenhum grande item pode ser equacionado sem sua participação. (Págs. 1 e H6)
Paulo Sotero
O mundo de Clarice
Um mundo novo a ser imaginado e inventado é o que tratarão os líderes reunidos a partir de hoje no Rio. (Págs. 1 e H5)
Acumulam-se sinais de que o bando de Cachoeira pode ser bem-sucedido nas investidas para obstruir a ação da Justiça e celebrar a impunidade no final. (Págs. 1 e Nacional A6)
O governo reconhece equívocos da política de combustíveis: o de administrar preços à custa da Petrobras e o de solapar a capacidade de investimento. (Págs. 1 e Economia B2)
O negócio deste Brasilzinho dos políticos de hoje é grana. Uma boa fachada ideológica mal disfarça a boa vida como alvo dos que chegam ao poder. (Págs. 1 e Caderno 2, D12)
Ele soube esperar a ocasião de mostrar a Lula quem era o "bobo alegre da corte”. (Págs. 1 e A3)
O texto-base “O Futuro que Queremos” dificilmente será reaberto nos próximos dias. Tem 283 parágrafos em 49 páginas. Não entrará para a história e nem é especial. Se tem algum mérito é o de abrir alguns processos importantes — que só no futuro se saberá se funcionaram —, como aumentar a consciência sobre esse debate no Brasil e incentivar a postura sustentável dos negócios. A governança institucional do desenvolvimento sustentável e do ambiente, no sistema das Nações Unidas, também avançou. (Págs. 1 e A10 a A12)
Cartão de crédito e cheque especial são as principais causas de dívidas não pagas, segundo consumidores ouvidos pela Boa Vista Serviços — 39,8% dizem estar inadimplentes no primeiro e 32,3%, no segundo. O descontrole orçamentário é considerado o segundo maior motivo da inadimplência entre as famílias brasileiras, ficando atrás somente do desemprego. (Págs. 1 e A3)
Houve uma verdadeira corrida, o que levou o estoque de ACCs a um crescimento de 20% no ano, até abril, segundo dados do Banco Central, chegando a R$ 46 bilhões. “Sentimos um forte aumento da demanda”, afirma o diretor de um banco europeu. “Antes, tínhamos limites disponíveis que não eram utilizados”. (Págs. 1 e C1)
A confusão expõe mais uma vez as dificuldades de relacionamento entre PSB e PT nestas eleições. Sem querer se comprometer a indicar novo nome, o presidente nacional do PSB, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, afirmou que a escolha agora cabe exclusivamente ao PT e a Haddad. Petistas já trabalham com a possibilidade de usar a vaga de vice para convencer outras siglas, como o PCdoB e o PTB, a aderir à coligação. (Págs. 1 e A5)
“Somos um banco de relacionamento, não de uma só transação”, diz Sérgio Clemente, principal executivo da instituição. O contato com 22 mil companhias clientes do Bradesco é um dos grandes trunfos para novos negócios. (Págs. 1 e C16)
Lula abusa do prestígio, cinde o PT com intervenções e está longe de conseguir as condições para reunificá-lo. (Págs. 1 e A6)
Martin Wolf
A crise da região do euro provavelmente vai ser uma longa novela — caso não acabe em tragédia. (Págs. 1 e A15)