PENSAR "GRANDE":

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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

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domingo, novembro 07, 2010

AVISO: AOS LEITORES ASSINANTES e VISITANTES

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Prezados(as) leitores:


Por motivo de força maior, eu necessitarei ficar ausente das postagens por uma semana; de 08 a 15 de novembro p.v..

Eu voltarei, com a Graça de Deus, no dia 16/11/2010.


Att.


Medeiros.

A HORA DO ''ÂNGELUS''

05/11/2010 - 13:19 -
Atualizado em 05/11/2010 - 16:41


"Não jogue veneno no sangue"


Como a autoestima afeta o coração



Nesta semana, lembrei de uma frase que ouvi do paulistano Luiz Carlos de Oliveira há alguns anos. Em 2001, ele era um faz-tudo numa produtora de comerciais de TV: escolhia os objetos usados nas filmagens, selecionava o elenco, dirigia as cenas. Nos momentos de tensão, lançava um bordão inconfundível: "Calma, não jogue veneno no sangue". Tentava chamar atenção para o fato de que o stress é um veneno. Um veneno mortal.

Esse conselho pode parecer o mais surrado dos tópicos de autoajuda. Vindo de quem veio, porém, adquiriu para mim outro significado. Quando o entrevistei, Luiz era a história viva da aids. Era um caso singularíssimo. Infectado no início dos anos 80, um tempo em que a doença matava em questão de meses, Luiz sobreviveu a inúmeras crises e às mais chocantes demonstrações de preconceito que os primeiros doentes enfrentaram.

Sem trabalho, perambulou pelas ruas e encarou a morte várias vezes. A incrível história desse sobrevivente você pode ler aqui. Não tenho notícias recentes dele, mas espero que continue por aí, repetindo seu bordão aos quatro ventos.

Não é difícil imaginar quantas situações estressantes Luiz enfrentou em décadas de convivência com o HIV e, principalmente, em décadas de convivência com a sociedade alarmada pelo HIV. Foi capaz de sobreviver a tudo. Nas horas vagas, relaxava abraçando árvores no Parque do Ibirapuera. Acreditava que elas lhe emprestavam energia vital. Também praticava exercícios de alongamento concebidos pelos japoneses no pós-guerra. Não aceitava "jogar veneno no sangue" por mixaria.

A grande arte no controle do stress é saber identificar o que é mixaria. Superestimar a importância das pequenas chateações e dos pequenos acidentes de percurso faz a mente e o corpo sofrer. Nos últimos anos, surgiram várias evidências científicas capazes de indicar como o stress altera a fisiologia do organismo.

Li recentemente um estudo interessante, realizado pela equipe do psicólogo Andy Martens, da Universidade de Canterbury, na Nova Zelândia, e publicado no Journal of Research in Personality. O trabalho procura apontar de que forma a autoestima e o stress afetam o coração.

Participaram da pesquisa 184 voluntários. Um grupo recebeu uma avaliação falsa sobre sua inteligência e sobre sua personalidade. O objetivo era elevar ou reduzir a autoestima dos participantes. Os voluntários do outro grupo anotaram, durante duas semanas, qual era a sensação deles em relação à própria autoestima. Se ela estava alta, baixa ou média.

Em seguida, os cientistas observaram a atividade do tônus vagal cardíaco de todos os participantes. Por meio da análise do tônus vagal é possível saber de que forma o sistema nervoso parassimpático influencia o coração.

Complicado, né? Calma que eu já traduzo: existem dois sistemas nervosos autônomos. O simpático e o parassimpático. Eles têm funções contrárias. O sistema simpático acelera demasiadamente as batidas do coração quando estamos diante de uma ameaça e precisamos fugir. O sistema parassimpático é aquele que reduz o ritmo cardíaco e nos ajuda a relaxar depois que o perigo já passou. Nas pessoas cronicamente estressadas, o sistema parassimpático não funciona bem. Ele fica hipoativo. Isso pode provocar doenças cardíacas e autoimunes.

Nos voluntários com autoestima mais elevada havia também mais atividade do tônus vagal cardíaco. Isso é um bom sinal. Indica que o sistema parassimpático funcionava bem. Segundo Martens, esse é o primeiro estudo que conseguiu mostrar que uma mudança na autoestima é capaz de produzir uma mudança fisiológica imediata. O trabalho é um passo a mais na tentativa de explicar as relações entre autoestima e saúde.

Para elevar a autoestima não basta tentar pensar positivamente. O mais importante, segundo os pesquisadores, é estar cercado por pessoas (amigos, parentes, chefes) que reforçam a nossa autoestima com comentários positivos.

Baixa autoestima não provoca apenas tristeza. É um sinal de que o corpo está sofrendo. Isso pode ter sérias implicações. Muitas vezes, a baixa autoestima produz stress crônico. Ele provoca uma descarga contínua e exagerada de adrenalina e noradrenalina que pode lesar o endotélio, a camada interior dos vasos e das artérias.

O endotélio é responsável pela produção de substâncias que protegem o coração, como o óxido nítrico. O stress repetitivo reduz a quantidade dessas substâncias. Os danos vão além: a degeneração das células do endotélio produz os temíveis ateromas (placas de gordura e tecido celular), que entopem as artérias. O resultado é um infarto ou um AVC.

Não são raros os pacientes que infartam e morrem por stress, apesar de ter todo o resto dentro dos conformes (colesterol baixo, dieta equilibrada, peso adequado etc). Se você não pretende morrer de raiva, é bom reavaliar de que forma lida com contrariedades.

Chefes sabotadores da autoestima da equipe existem aos montes. Nas piores e nas melhores empresas. Sabe-se lá por quais razões estão sempre prontos a estimular o subordinado a perder a fé em seu talento e em sua capacidade. Há mulheres, maridos, namorados e namoradas que também fazem isso. Só se sentem seguros se o parceiro perder a própria segurança.

É preciso saber filtrar essas mensagens ou, simplesmente, deixar essa gente falando sozinha. Gente assim pode roubar-lhe muito. Pode roubar o seu coração.

(Cristiane Segatto escreve às sextas-feiras.)

E você? Como lida com o stress? Acha que a autoestima pode mesmo afetar o coração? Como lida com um chefe ou com um parceiro sabotador?
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CRISTIANE SEGATTO
 Reprodução
CRISTIANE SEGATTO
Repórter especial, faz parte da equipe de ÉPOCA desde o lançamento da revista, em 1998. Escreve sobre medicina há 15 anos e ganhou mais de 10 prêmios nacionais de jornalismo. Para falar com ela, o e-mail de contato é cristianes@edglobo.com.br
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