PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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quarta-feira, novembro 07, 2012

XÔ! ESTRESSE [In:] VALÉRIO A PENA, ê, ê ... *

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(*) Parafraseando: "Valeu a pena, ê, ê..."; (Pescador de ilusões; O Rappa).
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EUA e ELEIÇÕES 2012: UMA MINORIA GRANDE

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07/11/2012 - 13h34

Obama vence entre mulheres e hispânicos, mas perde entre brancos




Duas parcelas da população americana foram definitivas para a reeleição do presidente Barack Obama, nesta terça-feira (6): as mulheres e os hispânicos.

O democrata recebeu 55% dos votos femininos contra 43% de seu oponente republicano, Mitt Romney, de acordo com a pesquisa Reuters/Ipsos do dia da eleição.

Obama registrou a mesma taxa obtida em 2008 e quase alcançou a vantagem de 13 pontos sobre o então candidato republicano, John McCain.



Já entre os hispânicos, Obama recebeu cerca de 66% dos votos, de acordo com a mesma pesquisa. Ele manteve a taxa de quatro anos atrás.

De acordo com o jornal "The New York Times", o presidente venceu entre os jovens, mas recebeu menos votos do que em 2008.

Em seu discurso da vitória, o democrata deixou clara a importância desses eleitorados em seu governo.

"Acredito que podemos cumprir a promessa de nossa fundação: a ideia de que, se você está disposto a trabalhar muito, não importa quem você é, de onde vem, qual é sua aparência ou quem ama. Não importa se você é negro ou branco, hispânico, asiático ou indígena americano, jovem, velho, rico ou pobre, saudável, deficiente, gay ou heterossexual."

Foi muito aplaudido nessa passagem.

Obama também prometeu se superar no segundo mandato.

"Nesta eleição, vocês, o povo americano, nos fizeram lembrar que, embora nosso caminho tenha sido árduo, embora nossa jornada tenha sido longa, nós nos reerguemos, nós lutamos para recuperar o terreno perdido, e sabemos em nosso íntimo que para os Estados Unidos da América o melhor ainda está por vir", declarou.

BRANCOS

O eleitorado composto por homens brancos, porém, abandonou o presidente. 

De 41% em 2008, os votos caíram para 36% nestas eleições.

O presidente reeleito fez um grande esforço para cortejar os estimados 24 milhões de potenciais eleitores hispânicos, buscando superar algum descontentamento com suas políticas de imigração.

AUXÍLIO-CAVIAR



Presidente do TJ defende auxílio-alimentação



Autor(es): Thiago Herdy
O Globo - 07/11/2012
 

Desembargador diz que pagamento do benefício a magistrados, que soma R$ 51 milhões, é um direito

ARACAJU O presidente do Tribunal de Justiça do Rio, Manoel Alberto Rebêlo dos Santos, defendeu ontem, na capital sergipana, o pagamento de atrasados de auxílio-alimentação a juízes e desembargadores, em parcelas mensais de R$ 5 mil. O custo total da iniciativa é estimado em R$ 51 milhões e se refere a valores retroativos a 2004. Ele fez críticas a juízes que são contrários ao pagamento do benefício, mas que não se identificaram.
- Isso (o pagamento dos atrasados) foi reconhecido como um direito dos magistrados, numa resolução do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), em duas resoluções do Conselho da Justiça Federal e numa decisão recente de um conselheiro do CNJ, em representação dos serventuários de Minas Gerais. Agora, nisso aí há dois fatos que considero gravíssimos. Primeiro, alguns magistrados não concordariam com o pagamento. Se você recebe algo que entende que lhe é devido, é uma coisa. Se recebe algo que entende que não lhe é devido, é uma coisa completamente diferente. Esses magistrados deviam ter a dignidade de pedir exoneração, pois falta a eles dignidade para exercer a magistratura - disse Rebêlo dos Santos.
Para o presidente do TJ-RJ, os magistrados deveriam ter coragem de se identificar.
- Há um fato mais grave ainda, eles não tiveram a dignidade e a coragem de se identificar. No momento em que um magistrado se mantém no anonimato, a situação dessas pessoas fica difícil, na medida em que elas não podem integrar o Poder Judiciário, se não têm coragem para aparecer. Vou dar um exemplo meu: nós recebíamos uma cota de combustível, e eu mandei um ofício já há alguns anos dizendo que não conseguia consumir aquela cota toda e devolvi uma parte grande de combustível. Eu fiz isso, não tinha como gastar naquela época o combustível que recebia. Eles mudaram a sistemática.
O presidente do Tribunal de Justiça do Rio defendeu o direito ao auxílio-alimentação.
- Nós teríamos direito a receber isso de uma vez só. Mas, não só em relação ao vale-alimentação, como em relação a vários vencimentos que nós temos lá, dividimos isso em 48 meses, uma das parcelas. E a outra, em seis anos. Se fosse para pagar de uma vez só, não teria como pagar a todos, como ocorreu em outros estados.
O desembargador nega que a decisão do TJ-RJ contrarie a Constituição, que veda acréscimos de gratificações a magistrados.
- Essa matéria já foi regulamentada pelo CNJ: a verba, sendo indenizatória, não obedece àquele teto. É uma decisão que assegura ao magistrado o mesmo direito que os servidores têm, que você tem. Todo trabalhador brasileiro tem. Por que os magistrados não teriam? - disse ele

... E META ISSO NA CABEÇA !



Adeus à meta fiscal de 2012



O Estado de S. Paulo - 07/11/2012
 

O governo desistiu, como se previa, de alcançar o superávit primário de R$ 139,8 bilhões estimados para o setor público em 2012, segundo disse ao Estado o ministro da Fazenda, Guido Mantega. 
A arrecadação decepcionante havia evidenciado, nos últimos meses, as dificuldades para cumprir a meta fiscal. O superávit primário é a economia destinada ao pagamento dos juros e, quando possível, da amortização da dívida pública. É um componente essencial do tripé adotado a partir do fim dos anos 90 como base da política econômica. Os outros dois são a meta de inflação e o câmbio flutuante. O compromisso com o tripé está mantido, segundo o ministro. O governo, argumentou, apenas se valerá, neste ano, de uma possibilidade prevista na lei orçamentária para situações especiais. Renunciará à meta cheia de superávit primário e cobrirá a diferença com investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Esse discurso é plenamente compatível com as normas orçamentárias. Além disso, problemas de financiamento são previsíveis em tempos de crise econômica. Vista em detalhes, no entanto, a política oficial é muito menos defensável.
O ministro da Fazenda atribuiu a perda de arrecadação ao baixo nível de atividade, aos estímulos tributários concedidos a alguns setores e à piora das contas públicas estaduais e municipais. Os estímulos são um custo importante para o Tesouro, mas em geral se justificam por seus bons efeitos. Facilitam a reativação da economia a curto prazo e resultam em mais arrecadação a médio prazo. Aqui surge o primeiro detalhe discutível: os incentivos foram dirigidos muito mais ao consumo do que à produção e seus benefícios ficaram confinados em alguns segmentos da indústria, como o automobilístico. Isso explica a prolongada estagnação do setor industrial, com forte impacto negativo na arrecadação. Por um erro de diagnóstico, os estímulos foram mal dirigidos e seus efeitos foram menores do que os pretendidos.
Um segundo ponto importante é a concepção de política anticrise adotada pelo governo brasileiro. É bem diferente daquela encontrada em países governados com critérios de longo prazo. Nestes, a administração pública segue o padrão fiscal contracíclico. A ideia é mais simples do que o nome. O Estado economiza nos tempos bons, por meio de austeridade na gestão de receitas e despesas, e acumula reservas para afrouxar a política em tempos ruins. Quando a economia fraqueja, o setor público tem condições de aumentar seus gastos e de aliviar a tributação sem comprometer a saúde fiscal de longo prazo. O melhor exemplo na América do Sul é o regime fiscal chileno, adotado há muitos anos.
No Brasil, os costumes são bem diferentes. O governo arrecada muito durante a maior parte do tempo e também gasta bem mais que o razoável, desperdiçando recursos numa gestão ineficiente. Além disso, aumenta constantemente as despesas incomprimíveis, tornando o orçamento cada vez mais rígido. Adota metas de superávit primário, mas apenas em valor suficiente para cobrir uma parte do serviço da dívida. A norma é fechar cada exercício com algum déficit nominal (o resultado geral de todas as receitas e despesas primárias e financeiras).
As consequências são facilmente previsíveis. Além de gastar com ineficiência nas fases de prosperidade, investindo muito menos que o necessário, o governo diminui a sua própria liberdade de ação, pelo engessamento progressivo de suas contas. Não faz reservas para os tempos ruins. Quando a economia entra em crise e a produção perde vigor, as escolhas são muito limitadas. À perda normal de arrecadação, consequência natural da crise, somam-se os incentivos temporários, nem sempre bem concebidos. Não havendo reservas para queimar, resta apenas a deterioração das contas públicas.
O governo, disse o ministro, reduzirá a meta de superávit primário e tentará preservar os investimentos. Seria mais fácil levar a sério essa parte do discurso, se pelo menos o investimento fosse realizado com eficiência. Não é o caso. Neste ano, como ocorre há muito tempo, o Tesouro investirá muito menos do que poderia, muito mais por falta de competência do que de dinheiro.
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WASHINGTON/BRASÍLIA: A VITÓRIA DE OBAMA



Embaixada faz festa em Brasília



Autor(es): GABRIELA WALKER
Correio Braziliense - 07/11/2012
 


“A gente não pode escolher lados”, foi a frase mais dita ontem, na festa organizada pela embaixada dos Estados Unidos em Brasília. Diplomatas e residentes americanos, membros do corpo diplomático estrangeiro e autoridades brasileiras se reuniram para acompanhar a apuração dos votos em uma recepção organizada na Casa Thomas Jefferson.

O embaixador Thomas Shannon, diplomata de carreira que assumiu o cargo em 2009, durante a administração Obama, foi um dos que preferiu manter o voto em segredo. “Posso dizer que votei antecipadamente, mas não posso dizer o candidato”, ponderou. Sobre as mudanças nas relações bilaterais com o Brasil, Shannon se esquivou. “Não posso antecipar o futuro. Temos uma relação madura com capacidade para ser aprofundada independente do governo que assumir”, explicou.

O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, que também passou pela festa, preferiu analisar as eleições de um ponto de vista acadêmico. “Para a gente que acompanha o direito eleitoral é muito interessante. Os debates dos candidatos foram de alta relevância e a eleição influencia muito os aspectos acadêmicos”, analisou. Sobre o resultado final, ele também preferiu não opinar. “Não, não tenho favoritos. A gente não pode tomar partido”, disse.

Expectativa
A maior parte dos cerca de 300 convidados evitou expor preferências, entre os que assumiram o voto, a torcida de Obama era majoritária. “Ele acredita exatamente no que eu acredito”, disse o professor de inglês Michael McMmullen, do estado de Washington. “Acredito que a sociedade deve ajudar a minoria porque, assim, ajuda a todos”, completou. O padre Kenneth Hall, de New Jersey, endossou o grupo pró-democrata. “Ele foi o primeiro presidente eleito que precisou lidar com tantos problemas herdados de outra adminsitração. Hoje, o país está estável, não está em recessão, então acredito que estamos no caminho certo. Além disso, o presidente dos Estados Unidos não pode resolver os problemas do mundo inteiro sozinho. E nós sofremos com as consequências das dificuldades enfrentadas por outros países”, afirmou Hall.

Apesar da grande simpatia que os brasileiros têm pelo atual presidente, muitos estavam na torcida pelo republicano Mitt Romney. “Eu acho que o socialismo vai para trás. Sou republicana”, disse a enfermeira brasileira que tem dupla cidadania, Judite Glenne. Com um grupo de empresários pró-Romney, o professor da UnB e cientista político Paulo Kramer foi categórico “O governo não é babá. Precisa criar situações para que as pessoas possam realizar seus projetos, por isso sou a favor dos republicanos. Acho que isso vale para o Brasil também”, opina.

Com dois aparelhos de TV ligados em canais de notícias, os convidados começaram a acompanhar a contagem dos votos, enquanto muitos tiravam fotos na frente de posters tamanho natural dos dois principais candidatos da eleição presidencial. Foram servidas comidas classicamente americanas - hambúrguer, cachorro-quente, pipoca e batatas fritas -, a expectativa da embaixada era acompanhar a apuração até o resultado final.
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O COICE NO PAQUIDERME



Chicago celebra vitória de Obama e festa toma as ruas



Autor(es): Denise Chrispim Marin
O Estado de S. Paulo - 07/11/2012
 

Às 2h18, projeção da CNN apontou reeleição de presidente; ambos os candidatos se concentraram nos Estados-chave no dia da eleição

Às 2h18 ( horário de Brasília ) milhares de partidários do presidente Barack Obama começaram a celebrar a reeleição apontada por projeções da rede CNN. A batalha pelo voto nos EUA foi até o último minuto e, no dia crucial para a escolha do presidente no período de 2013 a 2017, o democrata Obama e o republicano Mitt Romney fizeram os últimos esforços para atrair os eleitores indecisos e motivar os já conquistados a votar. 
Em Chicago, Obama telefonou a seus voluntários de Wisconsin, para encorajar seu trabalho, e deu entrevista a dez emissoras de rádio, das quais nove de Estados ainda indecisos. Em companhia de sua mulher, Ann, Romney votou em Belmont, Massachusetts, e partiu para comícios em Ohio e na Pensilvânia, dois terrenos onde está empatado com Obama. Pela manhã, a campanha de Obama já havia enviado milhões de e-mails com o pedido para que os eleitores fossem votar e, depois,se embrenhassem no trabalho de levar mais pessoas às urnas. “Nós estamos confiantes de que teremos os votos para vencer, o que vai depender, em último caso, se esses votos serão depositados nas urnas. Eu encorajaria todo mundo de todos os lados a exercitar esse precioso direito pelo qual muita gente lutou duramente”, afirmou Obama, após parabenizar Romney por ter mantido uma “campanha inflamada”. Como em 2008, Obama seguiu o ritual de jogar uma partida de basquete com “amigos e assessores”, segundo sua assessoria de imprensa. À noite, ele se reuniria aos militantes, dirigentes democratas e à imprensa nacional e estrangeira no Mc Cormick Place, um centro de convenções no sul de Chicago, onde sua campanha esperava vê-lo fazer seu discurso de vitória. Romney marcou sua “noite de eleição” no Centro de Convenções de Boston. Mas sua campanha não permitiu o acesso da imprensa estrangeira ao evento.

Ontem de manhã, o republicano disse que seus últimos esforços em Ohio e na Pensilvânia tinham o objetivo de não provocar culpa depois. “Não posso imaginar uma eleição ser perdida por, vamos dizer, algumas centenas de votos enquanto você passou o dia sentado”, afirmou à rádio WRVA, de Richmond, Virgínia, outro Estado decisivo. Apesar do esforço de Romney, o dia da eleição nos EUA depende essencialmente do trabalho dos comitês locais de campanha e das propagandas veiculadas por redes de rádio e TV. O desafio é colocar o maior número de voluntários batendo insistentemente de porta em porta e fazendo ligações telefônicas para convencer os eleitores a comparecer às urnas. Para a execução dessa tarefa, voluntários chegam a transportar as pessoas aos postos eleitorais– no Brasil, isso poderia ser considerado crime. Romney, depois de votar ao lado de sua mulher, Ann, em Boston (Massachusetts), embarcou mais uma vez para os Estados sem predomínio democrata ou republicano.O candidato fez comícios em Ohio, considerado o mais crucial, e na Pensilvânia, onde pesquisas indicam que  será difícil ele derrotar Obama. A decisão de visitar mais dois Estados foi tomada após passar por cinco ao longo da segunda-feira em mais uma tentativa de reverter o favoritismo de Obama no Colégio Eleitoral, onde o caminho do presidente para conquistar os 270 delegados era mais simples que o de Romney, apesar do empate técnico nas pesquisas de voto popular. “Temos uma grande chance de levar adiante a mudança de que este país precisa”, disse Romney após votar. Horas mais tarde, em Cleveland, ao lado de Paul Ryan, vice na sua chapa, afirmou: “Não posso imaginar uma eleição sendo perdida por algumas centenas devotos e eu ficar o dia sentado”. A declaração foi interpretada como indireta à decisão de Obama de permanecer em Chicago.
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''QUEM TEM MEDO DE VIRGÍNIA WOOLF ?'' (3)



Eremildo e Gilberto Carvalho



Autor(es): Elio Gaspari
O Globo - 07/11/2012
 

Eremildo não entende por que a oposição insiste em contestar a versão oficial do assassinato de Celso Daniel, o prefeito de Santo André que em 2002 chefiava a coordenação da campanha de Lula. Ele acha que ocorreu um sequestro de bandidos e ponto final. É verdade que o irmão do morto contou ao Ministério Público que o ex-secretário de governo do município, Gilberto Carvalho, confidenciou-lhe que levava ao comissariado petista propinas arrecadadas na cidade.
Há dez anos, o médico João Francisco Daniel dizia que "o PT tem caixa dois, como qualquer outra legenda". Mesmo sendo um idiota confesso, Eremildo reconhece que, em relação à caixinha, o irmão de prefeito estava certo. Afinal, esse trambique tornou-se a espinha dorsal da defesa dos companheiros no Supremo Tribunal Federal.
À época, o irmão do morto foi desqualificado pela viúva e por Gilberto Carvalho. Atribuiram suas acusações a "um desequilíbrio emocional visível". Eremildo entendeu.
São Paulo é uma cidade violenta e, talvez por isso, cinco pessoas relacionadas com a morte de Celso Daniel foram assassinadas. Uma num presídio. Outras duas, a tiros.
O garçom que serviu o jantar do prefeito antes do sequestro acabou-se numa moto, fugindo de uma perseguição. A testemunha desse acidente morreu a bala.
Considerando-se que os conspiromaníacos já contaram 103 mortes estranhas de pessoas ligadas ao presidente John Kennedy e ao seu assassinato entre 1963 e 1976, o número de Santo André é miserável.
O que incomodou Eremildo foi a resposta que Gilberto Carvalho, atual secretário-geral da Presidência, deu à acusação de Valério, de que o comissariado teria pedido ajuda financeira para calar chantagistas de Santo André. Carvalho repetiu que nunca viu o companheiro financista e acrescentou: "Tenho até que respeitar o desespero dessa pessoa."
Essa foi forte para o idiota. Seria razoável poupar o irmão de Celso Daniel em nome de um hipotético "desequilíbrio emocional visível". "Respeitar o desespero" de um réu confesso a quem nunca viu é um exagerado exercício de caridade.
Uma coisa seria dizer que Valério está desesperado porque delinquiu e viu-se condenado pelo Supremo Tribunal Federal. Respeitá-lo por isso é cortesia que escapa à percepção do idiota. Talvez Carvalho pudesse falar, no máximo, em piedade. Afinal, a acusação feita por Valério é mais grave do que quaisquer malfeitorias citadas nas 50 mil páginas do processo do mensalão, pois envolve um homicídio. Eremildo é um idiota, mas conhece diversas pessoas que não o são. Algumas dão a Valério o benefício da dúvida, nenhuma respeita-o.
O procurador-geral da República informa que, até agora, Marcos Valério não é um réu colaborador. Pelo conhecimento do idiota, Roberto Gurgel leu tudo o que Valério contou ao Ministério Público. A acusação deveria levar o PT e Gilberto Carvalho a pedir a abertura de um novo processo. Se o caixa do mensalão tiver provas de que botou dinheiro na conta de companheiros ligados ao esquema de Santo André, os comissários deverão se explicar à Justiça. Por enquanto, a bola de ferro continua presa ao tornozelo de Valério. Eremildo não entende por que o secretário-geral da Presidência respeita um condenado desesperado.
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''QUEM TEM MEDO DE VIRGÍNIA WOOLF ?'' (2)



Partidos pedem que Gurgel investigue Lula



Autor(es): Por Cristine Prestes e Juliano Basile |
De São Paulo e Brasília
Valor Econômico - 07/11/2012

O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma hoje o julgamento do processo do mensalão com a continuidade da definição das penas - a chamada dosimetria - aos 25 réus condenados pelo plenário da Corte. Em fase final, o mensalão ganhou, ontem, um novo pedido de investigação. Parlamentares do PPS e do PSDB ingressaram com uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Eles querem que seja aberta uma investigação sobre a suposta participação de Lula no mensalão.
A representação baseia-se em reportagem da revista "Veja" envolvendo o empresário Marcos Valério, apontado como o operador do mensalão e condenado pelo STF por peculato, corrupção ativa, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Segundo a revista, Valério teria declarado ao Ministério Público que foi procurado para conseguir dinheiro para um empresário disposto a extorquir dinheiro de Lula e de seu chefe de gabinete, então ministro Gilberto Carvalho, com supostas informações sobre corrupção no caso da morte do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel.
O documento é assinado pelo presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), o líder do partido na Câmara, deputado Rubens Bueno (PPS-PR), o líder do PSDB no Senado, senador Álvaro Dias (PR), o líder da minoria na Câmara, deputado Antônio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), e o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). Nele, os parlamentares afirmam levar ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, "alguns fatos que, em tese, poderiam ensejar a propositura de uma nova ação penal, intimamente ligada àquela já referida [a do mensalão]".
De acordo com o documento, os parlamentares referem-se "à suspeita, até aqui não confirmada, de que o representado, ex-presidente da República, poderia estar por trás de toda a engrenagem criminosa que foi desbaratada pela CPI dos Correios e que, agora, restou comprovada e reconhecida pela histórica decisão" do STF. "É fato público e notório que, à época dos fatos, existia uma íntima ligação política e pessoal entre o representado e o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, entendido como o chefe da quadrilha pelo Supremo", diz o documento. "Nesta perspectiva, indaga-se: a teoria do domínio do fato, que foi utilizada para a condenação de José Dirceu, não poderia ser aplicada - e com muito mais razão - ao chefe do próprio José Dirceu?"
A teoria do domínio do fato, pela qual é possível atribuir responsabilidade penal a quem pertence a um grupo criminoso, mas não praticou diretamente o delito porque ocupava posição hierárquica de comando, foi utilizada pelo STF para condenar Dirceu por corrupção ativa e formação de quadrilha no processo do mensalão. Segundo a representação dos partidos, outra reportagem da revista afirma que Valério teria dito a pessoas próximas que estaria disposto a contar tudo, e conclui que ele poderia indicar "os caminhos para a obtenção das provas que sejam suficientes para a propositura de uma ação penal" contra Lula. O pedido será analisado pelo procurador-geral, que pode arquivá-lo ou pedir providências para a realização de uma investigação.
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''QUEM TEM MEDO DE VIRGÍNIA WOOLF ?''



Por que calar Marcos Valério?



Autor(es): José Nêumanne
O Estado de S. Paulo - 07/11/2012


O que Marcos Valério Fernandes de Souza tem a dizer sobre a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-ministro Antônio Palocci no escândalo de corrupção do mensalão não pode ser ouvido como o verbo divino ou a voz do povo. 
Condenado a mais de 40 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por um rosário de crimes, o cidadão em questão não é propriamente o que minha avó (e talvez a dele próprio) chamaria de "flor que se cheire". Mas também não se pode por isso - e só por isso - considerar in limine que tudo o que ele tem a dizer seja mentiroso e desprezível. Desqualificar seu depoimento por esse motivo será o mesmo que negar a veracidade de tudo o têm dito, falam ou declararão outros réus do mesmo processo - José Dirceu e José Genoino entre eles.
"Se eu fosse condenado a 40 anos de prisão, também estaria me mexendo", disse o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, apontado pelo operador do mensalão como o interlocutor dos petistas com ele. "Não temos nada a temer. Tudo o que ele poderia ter falado falou no processo", completou o loquaz e truculento presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Rui Falcão. "Tem que respeitar o desespero dessa pessoa", avisou o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, que informou que não o processará. Embora óbvio, o primeiro argumento não autoriza a negar o direito do réu de falar, narrar e opinar. A condenação lhe tolhe a liberdade e evita seu convívio com a sociedade, não o impede de falar. Quanto ao segundo, quem não deve não teme. E ficam no ar perguntas que não querem calar: como Falcão ficou sabendo tudo o que Valério teria a dizer sobre o momentoso caso? Por que Carvalho anuncia desde já que não o processará?
Só que o "homem-bomba enjaulado", na definição exata da coleguinha Eliane Cantanhêde, da Folha de S.Paulo, tem todas as razões para se defender. E, mais ainda, o dever, como cidadão, de contar o que sabe. Ninguém precisa acreditar nele, mas a cidadania brasileira tem direito de saber o que ele tem a dizer.
A versão de que ele teria sido convocado pelo PT para pagar pelo silêncio do empresário Ronan Maria Pinto pode ser estapafúrdia e fantasiosa. Mas o que, afinal, não é fantasioso no episódio grotesco e macabro do assassinato de Celso Daniel, o então coordenador do programa do candidato Lula à Presidência? A família do morto, por exemplo, não dá um tostão furado de fumo podre pela versão da Polícia Civil paulista (sob governos tucanos e do DEM), à qual o PT se agarra com fervor religioso, de que o prefeito de Santo André foi baleado na cabeça, numa madrugada escura e brumosa, por um menor a oito metros de distância. Aristóteles e seu discípulo Tomás de Aquino duvidariam disso.
Pode ser que a versão de Marcos Valério seja apenas uma tentativa de jogar farinha no ventilador para merecer o prêmio pela delação, com uma redução de sua pena. Mas, no mínimo, ela serve para chamar a atenção devida para um episódio nunca esclarecido. 
Que motivos escusos teria o apolítico João Francisco Daniel, irmão do morto, para garantir que ouviu Gilberto Carvalho contar que recebia do prefeito malas de dinheiro vivo e as entregava ao então presidente nacional do PT, José Dirceu, condenado, como Valério, por corrupção ativa e formação de quadrilha pelo STF? 
Tudo o que o respeitável oftalmologista teve de recompensa pelo depoimento foi um exílio forçado em local incerto e não sabido em território nacional, interrompido por curtas temporadas para exercer a profissão no ABC de origem. E que razões pode ter tido o governo francês para dar asilo político à família de Marilene Nakano e Bruno José Daniel, que acharam mais prudente passar uma temporada no exterior para escapar da vingança dos assassinos do ilustre parente? Afinal, não teria sido um crime banal, um sequestro malsucedido, planejado e executado por bandidos comuns trapalhões? Nem a Velhinha de Taubaté acredita nessa versão!
Conceder ou não ao acusado de ter aplicado o desbaratado esquema de desvio de dinheiro público para comprar adesões a tucanos numa campanha em Minas e apoio parlamentar a petistas no governo federal é uma decisão que cabe ao procurador-geral e aos ministros do Supremo. É assunto no qual não procede a interferência do PT, da oposição e dos governos federal e estaduais. Da mesma forma, o atendimento ao pedido de inclusão no programa de proteção à testemunha é da alçada exclusiva do Ministério Público e do Judiciário, não cabendo a ninguém fora de seus quadros querer influir ou mesmo opinar. Mas até um palpiteiro de jornal como o degas aqui pode recorrer à lógica aristotélica ou tomística para chamar a atenção para o que está por trás desses movimentos, sejam do condenado ou dos dirigentes do partido de seus colegas de pena.
Valério tem medo de morrer e o legítimo direito de querer preservar a própria vida e proteger a família. Para tanto recorre ou ao que de fato sabe e pode incomodar poderosos (Gilberto Carvalho, homem de confiança de Lula, é ministro próximo à presidente Dilma) ou ao que seus ex-amigos sabem que fizeram e não sabem se, afinal, ele sabe. Aqui se repete a anedota do marido que não sabia por que espancava a mulher, mas desconfiava que ela sabia.
Okamotto pretende desqualificar, em princípio, o que Valério tem a dizer recorrendo ao óbvio que nada justifica. Falcão se contradiz, pois, se de fato os petistas não devem e estão certos de que a testemunha nada de novo tem a revelar, não há o que temer. E ao não recorrer à Justiça para desmentir sua versão, Carvalho mostra que prefere manter o caso Santo André na sombra. 

Então, seria o caso de deixá-lo falar, dando-lhe a oportunidade de se enforcar com a própria corda. Quem tenta calá-la, seja por que motivo for, deixa no ar um cheiro de brilhantina (para não dizer coisa menos cheirosa) de que ela pode ter algo incômodo a contar. E rasgar a cortina que oculta a verdade sobre por que, de fato, Celso Daniel foi torturado até a morte.
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ELEIÇÕES 2014. PRESIDENCIÁVEIS



Economia e política após as eleições



Autor(es): José Matias-Pereira
Correio Braziliense - 07/11/2012
 

Professor de administração pública e pesquisador associado da Universidade de Brasília (UnB), economista e advogado, doutor em ciência política pela Universidade Complutense de Madri (UCM-Espanha) e pós-doutor em administração pela Universidade de São Paulo (USP)
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Terminadas as eleições municipais e divulgados os resultados, teve início a fase em que os cientistas políticos e analistas foram chamados a responder a algumas perguntas aparentemente simples. Que partidos e lideranças saíram vitoriosos? Como e com quais legendas o PT vai estabelecer alianças para a sucessão presidencial em 2014? Que candidato da oposição poderá ameaçar a reeleição de Dilma Rousseff? Levando-se em conta a dimensão e a complexidade do cenário político nacional, não são perguntas fáceis de responder. Observa-se que as lideranças partidárias tiveram algumas surpresas advindas das urnas, que reafirmaram o desejo de renovação.
Em termos estatísticos, definir quem perdeu e quem ganhou a eleição municipal depende do enfoque e da abordagem que se deseja priorizar. Pode-se afirmar, inicialmente, que o mapa político brasileiro passará a ter nova configuração a partir do próximo ano, considerando que 11 prefeitos de capitais foram eleitos por diferentes legendas, o que evidencia uma verdadeira pulverização de partidos no Brasil.
Constata-se que nas capitais e cidades com mais de 200 mil eleitores destacaram-se o PT, o PSDB e o PSB. Conduzidos por lideranças políticas experientes, os três tiveram desempenho significativo, o que os colocam no centro das articulações políticas e alianças que necessariamente terão que ser feitas com vista à próxima eleição presidencial.
Ficou evidenciado que as principais lideranças nacionais — com maior ou menor intensidade — visaram o fortalecimento das respectivas legendas, independentemente das alianças estabelecidas. Essa postura, aparentemente contraditória, tem como base as pretensões político-eleitorais de cada uma delas em 2014 — por exemplo, do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB-PE), do senador Aécio Neves (PSDB-MG), da presidente Dilma Rousseff (PT) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Eduardo Campos emerge como candidato natural e viável à Presidência da República em 2014. As cooperações recíprocas entre o PSDB e o PSB indicam que a composição de uma chapa do governador pernambucano com o senador mineiro, apesar das reconhecidas dificuldades a serem superadas, é algo que não pode ser descartado.
A decisão de Dilma Rousseff de interferir na campanha de São Paulo, em favor de Fernando Haddad, estimulada por Lula, contribuiu para uma vitória importante para o PT. Por seu lado, a postura de Lula de nacionalizar a campanha, bem como a demora da presidente Dilma de engajar-se nas eleições municipais — visto que possui inegável capital político — não foi uma boa estratégia.
Os dirigentes do PT terão que refletir sobre os erros cometidos pela legenda, que resultou em derrotas preocupantes, como as sofridas em Campinas (SP), Belo Horizonte e Recife, no primeiro turno; e Salvador, Fortaleza e Teresina, no segundo. Inclua-se nesse tabuleiro o enorme desgaste sofrido por Dilma e Lula na eleição de Manaus, onde a candidata dos dois, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB), foi derrotada de forma inquestionável pelo ex-senador Artur Virgílio (PSDB-AM).
O bom desempenho obtido por partidos de oposição, bem como por legendas que apoiam o governo Dilma (como o PSB, que se encontra em lados opostos ao PT em pelo menos 15 estados), apresenta-se como obstáculo relevante no esforço de viabilizar a reeleição. Isso exigirá que a presidente reavalie e reorganize sua base, pois velhos e novos atores, com aspirações políticas aguçadas pelos resultados das urnas, estarão presentes nessa nova configuração de forças.
A reeleição de Dilma Rousseff vai depender, assim, da sua capacidade, apoiada por Lula, de renovar a aliança com o PMDB para 2014, além de governar com competência, promovendo a retomada do crescimento econômico, e torcer para que os efeitos da crise econômica internacional não se intensifiquem no Brasil, prejudicando o desempenho da economia nos dois últimos anos do governo. É importante lembrar que economia e política caminham juntas. Se a primeira vai mal, os eleitores tendem a substituir os líderes.
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BRASIL: DESINDUSTRIALIZAÇÃO PLANEJADA (Steindl ao contrário)



Desbordamento da desnacionalização



Autor(es): Carlos Lessa
Valor Econômico - 07/11/2012

A partir do governo Collor, o tema da política e do desenvolvimento industrial saíram de pauta. Com a intensificação do discurso ecológico e da crítica puramente emocional do autoritarismo, a chaminé passou a ser vista como uma agressão. A desmoralização da indústria levou Collor a chamar o carro brasileiro de "carroça". Essa proscrição durou mais de 20 anos e, timidamente, a ideia de política industrial renasceu, bastante envergonhada. Não se restaurou o tema da industrialização, associado que foi ao padrão passado e tido como culpado, em parte, do processo hiperinflacionário.
A proteção à indústria, que foi um discurso considerado meritório e que foi recorrente da grande mídia do passado, passou agora a ser tratada como medida de restrição às importações e de abertura de comércio "com o mundo globalizado". A adesão à Organização Mundial do Comércio (OMC) implicou numa limitação fortíssima da soberania nacional em matéria de incentivo à industrialização.
O microscópico regime automotivo brasileiro, um pálido plágio da meta automobilística de JK, foi considerado, por Pascal Lamy (diretor da OMC), "potencialmente uma medida restritiva ou de distorção do comércio".
Há um futuro científico e tecnológico brilhante no desenvolvimento da economia brasileira de petróleo
No Brasil atual, é praticamente obsoleto o argumento de protecão à indústria nascente que, a exemplo da muda de árvore, deve ser protegida e amparada até atingir a maturidade. Se considerarmos a inauguração dos fornos de Monlevade, o marco de finalização da instalação de empresas no horizonte da primeira Revolução Industrial, e reconstituirmos o caminho da CSN até o Plano de Metas e a instalação de Brasília, instalou-se no Brasil um parque tecnológico da segunda Revolução Industrial. No governo autoritário, foi feito o último esforço para completar o sistema industrial, com o II PND de Geisel e o fomento aos fabricantes de equipamentos e instituições científicas e tecnológicas.
O Brasil percorreu mais de um século em busca do sonho da industrialização, percebida como ação coordenada de instalação de setores e complexos industriais que se integravam à economia nacional e articulavam cadeias produtivas com as atividades agropecuárias e de prestação de servicos.
Finda essa trajetória, haveria, no Brasil, um tripé capitalista, com uma perna formada pelas filiais de multinacionais estrangeiras, outra formada por grandes empresas nacionais em alguns setores industriais chaves e dominantes não só na engenharia pesada, mas também no comércio atacadista e de varejo com autosserviço.
Uma terceira perna era constituída por gigantescas empresas estatais de capital público dominantes nas infraestruturas. Hoje, o tripé está estilhaçado, pois o capital estrangeiro desnacionalizou a indústria privada nacional e, pelo processo de privatização, abocanhou peças fundamentais de infraestrutura. 
Aliás, o desbordamento da desnacionalização é tão impressionante que se estendeu à compra de instituições de ensino, editoras de livros didáticos e caminha para controlar os serviços privados de saúde, além de já ter desalojado dos supermercados a presença brasileira. Ultimamente, está fazendo aplicações imobiliárias em espaços urbanos e em terras agrícolas.
Nesse cenário, a proposta de um projeto nacional exige focalizar as grandes frentes de expansão industrial. A primeira delas é, certamente, a economia do petróleo, que pode, mal dirigida, converter o Atlântico Sul num novo Oriente Médio, ou permitir a restauração de forças do sistema industrial sob controle de empresários nacionais. Não há maldição mais assustadora que converter o Brasil em exportador de petróleo cru; por outro lado, há um futuro científico e tecnológico brilhante associado ao desenvolvimento da economia brasileira de petróleo.
No passado, nosso povo via na indústria a afirmação da capacidade brasileira e a oportunidade de melhores empregos, mas aprendeu que quem emprega também desemprega e que os preços se reajustam com muito mais velocidade e facilidade que os salários - e já não percebe afetuosamente a industrialização. Continua com objetos de desejo, tendo sido abundantemente servido pelos últimos governos mediante expedientes de aumento do endividamento familiar e do prolongamento do débito. O veículo automotor tem suas populações crescendo a taxas espantosas - de 2000 para cá, a frota de carros particulares e motos teria se ampliado 9%.
Para o homem de posses, o carro do último modelo é uma afirmação de seu sucesso e um elemento de exibição narcísica. Ele paga sua vaidade com intensa depreciação do modelo que deixou de ser zero km. Para o popular, além das dimensões que animam os ricos, o automóvel tem uma classificação patrimonial como bem de família e há uma cadeia de transmissão ao longo de sucessivas mãos dos veículos fora de moda. A geriatria popular prolonga a vida e o valor do carro ultrapassado. É necessário atender o povo no outro objeto de desejo: a moradia e a casa própria.
Do ponto de vista da família que se endivida comprando ou construindo a casa própria, é sólida a evolução patrimonial, pois não paga aluguel e a tendência é que o imóvel se valorize. Do ponto de vista macroeconômico e social, a construção civil supera, em todas as dimensões, a indústria metal-mecânica: emprega muita mão de obra (local); utiliza matérias-primas locais, abundantes em quase todos sítios urbanos brasileiros; usa matérias-primas industrializadas (cimento, componentes hidráulicos, cerâmicas) em mãos de grandes grupos nacionais); tem um coeficiente importado baixíssimo e praticamente não pressiona o balanço de pagamentos. Ao contrário do automóvel, a casa própria, em seu preenchimento, se articula com inúmeras cadeias produtivas.
A industrialização, como sonho de um sistema industrial integrado, não tem legitimação política viável no Brasil. O peso da perna pública no tripé depende da economia do petróleo; o peso da empresa nacional depende da construção civil. É bom lembrar que a construção civil integra a formação interna de capital e torna possível desenhar uma política que fortaleça a empresa privada construtora imobiliária e a construção popular autônoma em mutirão.
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Carlos Francisco Theodoro Machado Ribeiro de Lessa é professor emérito de economia brasileira e ex-reitor da UFRJ. Foi presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES; escreve mensalmente às quartas-feiras. carlos-lessa@oi.com.br
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''QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?''

SINOPSES - RESUMO DOS JORNAIS

07 de novembro de 2012

O Globo

Manchete: Nação partida - EUA divididos forçam os candidatos a caçar eleitor
Num esforço de última hora, Obama e Romney mudam rotina e saem às ruas para mobilizar indecisos

Enquanto americanos iam às urnas para escolher o futuro presidente, tanto o democrata quanto o seu rival republicano tentavam desempatar a disputa, num dia de votação marcado por longas filas e por denúncias de uso excessivo de cédulas provisórias em estados decisivos

O presidente Barack Obama e o rival Mitt Romney saíram ontem à caça do eleitor, mudando a rotina habitual dos candidatos no dia da votação. Os dois adversários se dedicaram a animar eleitores a saírem de casa para votar, numa eleição bilionária e marcada pela profunda divisão. Enquanto americanos iam às urnas, tanto Obama quanto Romney, bem como seus vices, foram a campo e fizeram discursos para mobilizar suas bases, tentando desempatar uma disputa em que os eleitores escolheram o candidato mais preparado para recuperar a economia e qual o papel do Estado americano. Antes da apuração, predominou o tom de cautela, sem demonstrações excessivas de confiança, relatam Fernanda Godoy e Flávia Barbosa, enviadas a Boston e Chicago. De olho em Ohio, o mais decisivo dos estados-chave, voaram para lá o candidato republicano e seu vice, Paul Ryan, e o vice-presidente Joe Biden, pelo campo democrata. Houve denúncias de fraudes, uso de cédulas provisórias em excesso e longas filas. (Págs. 1 e 33 a 38)

A universidade dos rivais
Harvard, a vitoriosa

A votação nem havia acabado, mas em Cambridge já se apontava o vencedor: a prestigiosa Universidade de Harvard, onde estudaram Obama e Romney. Mas se dependesse dos alunos, Obama seria facilmente reeleito, segundo pesquisa publicada no jornal da instituição. (Págs. 1 e 36)

Artigos

Kevin M. Cruse
A verdade é a maior vítima da campanha

Esta eleição mostra que se pode mentir muito na corrida à Casa Branca. (Págs. 1 e 38)

Volta ao mundo
O dia seguinte do novo presidente


Economia, China e Oriente Médio são maiores desafios. (Págs. 1 e Helena Celestino, 34)

No rastro de Sandy, voto no escuro

Em Nova York e Nova Jersey, os dois estados mais afetados por Sandy, o panorama era desanimador. Eleitores enfrentaram filas e votaram no escuro. Havia seções remanejadas para locais distantes e equipamentos com problemas. (Págs. 1 e 34)
Rio pode perder R$ 77 bi com royalties
A Câmara aprovou por 286 votos a 124 o projeto do senador Vital do Rego que redistribui royalties e impõe perdas de R$ 77 bi ao Rio. Agora, Dilma veta ou sanciona (Págs. 1, 25 e 26)
Conta da Light sobe o dobro da inflação (Págs. 1 e 28)

Brasil terá primeira mulher general (Págs. 1 e Panorama Político, Ilimar Franco)

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Folha de S. Paulo

Manchete: Eleição americana - Obama é reeleito
Apesar de crise econômica, presidente vence disputa com Romney voto a voto * Democrata sai com menos poder que em 2008 * Republicanos obtém maioria na Câmara, mas perdem no Senado

Luciana Coelho
Enviada especial a Chicago

O democrata Barack Obama, 51, foi reeleito presidente dos Estados Unidos, segundo projeções de redes de TVs. Às 2h30, ele havia conquistado 274 votos no colégio eleitoral que 
escolherá o presidente contra 201 do republicano Mitt Romney, 65.

A eleição é indireta. Para vencer são necessários 270 votos dos delegados.

Obama foi reeleito apesar da crise econômica que eclodiu em 2008, uma das mais graves da história americana. A recessão elevou o desemprego a taxas acima de 10%, e muitos americanos perderam suas casas.
Foi uma vitória mais modesta do que a de 2008, quando Obama foi eleito o primeiro presidente negro dos EUA. Naquela disputa, seu adversário, John McCain, obteve 173 delegados.

Na votação popular, Romney obtinha 50% dos votos contra 49% de Obama.

Em Estados como Flórida e Ohio, a apuração foi dramática, com os candidatos se alternando na dianteira, com vantagem inferior a 0,5%. Na Flórida, pode haver recontagem de votos, como ocorreu em 2000.

Os republicanos vão manter o domínio sobre a Câmara, e os democratas controlarão o Senado. (Págs. 1 e Especial)

Lucas Ferraz/Nova York

Estrago de Sandy tumultuou votação na Costa Leste. (Págs. 1 e Especial, 2)

Patrícia C. Mello/Ohio

O clima não poderia ser mais diferente que o de 2008. (Págs. 1 e Especial, 4)

Fernando Rodrigues

China preocupa mais Dilma do que eleição nos EUA. (Págs. 1 e Opinião A2)

União e Estado de SP vão criar agência de inteligência policial
Após outra noite de violência em São Paulo, o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) e o governador Geraldo Alckmin anunciaram a criação de uma agência integrada de inteligência, a remoção de criminosos para presídios federais e maior vigilância nas fronteiras.

Para especialistas, as propostas são genéricas. Na capital paulista, oito pessoas foram mortas (entre elas o filho de ex-PM). Houve ônibus queimados e duas escolas fechadas após boato de toque de recolher. (Págs. 1 e Cotidiano C1)

União reduziu em 61% gastos com inteligência policial. (Págs. 1 e Cotidiano C4)
Oposição pede que Lula seja investigado por mensalão
Documento assinado pelo PPS e por alguns integrantes do PSDB pede que a Procuradoria-Geral da República abra novo inquérito para investigar se o ex-presidente Lula atuou no esquema do mensalão.

O texto diz que as recentes afirmações de Marcos Valério, operador do esquema, justificam a abertura de nova investigação que tenha Lula como foco.

O STF retoma hoje o julgamento do caso. (Págs. 1 e Poder A4)
Governo sofre derrota em projeto de lei sobre royalties
O governo federal saiu derrotado na votação do projeto dos royalties do petróleo na Câmara. Os deputados aprovaram, por 286 votos a 124, o texto do Senado que aumenta para R$ 8 bilhões a verba de Estados e municípios não produtores.

Para o presidente do PMDB, Dilma pode sancionar o projeto e deixar que o STF resolva questões dos Estados insatisfeitos. (Págs. 1 e Poder A13)
Gastos federais batem recorde e inviabilizam meta fiscal (Págs. 1 e Mercado B3)

Editoriais
Leia “União de conveniência”, acerca de encontro dos governos federal e estadual sobre segurança, e “Desespero de causa”, sobre crise e suicídios. (Págs. 1 e Opinião A2)
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O Estado de S. Paulo

Manchete: São Paulo descarta Exército e inicia transferência de presos
Líder do PCC será levado para presídio federal; União e Estado decidem criar agência contra crime organizado

O governo do Estado descartou o uso do Exército e da Força Nacional para combater a onda de violência em São Paulo, mas já iniciou a transferência de presos ligados ao PCC para presídios federais, com a ida de “Piauí”, um dos chefes da facção, para Porto Velho até amanhã. A medida, oficializada ontem na primeira reunião entre os governos federal e estadual, é a única de aplicação imediata. As outras ações antiviolência terão efeito a médio prazo, caso da agência para integrar as inteligências da Polícia Federal e da estadual. Foram acertadas ainda medidas para bloquear as rotas de entrada de drogas e armas no Estado, parcerias contra o crack e para o aprimoramento da polícia científica, e a criação de um centro de comando integrado. “Juntos, governo estadual e federal são mais fortes do que o crime organizado”, disse o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. (Págs. 1 e Cidades C1 a C5)

21%
Caiu o investimento em segurança em 2011 no País, de R$ 7,3 bi para R$ 5,7 bi.

Ataques chegam à zona norte, com 8 mortes

Oito pessoas morreram, incluindo o filho de um ex-PM da Rota, e 5 ônibus foram atacados. No sábado, uma soldado foi morta na região. (Págs. 1 e C5)
Advogado diz que mensalão de MG não foi considerado
O advogado do empresário Marcos Valério, Marcelo Leonardo, acusou o ex-procurador-geralda República Antonio Fernando de Souza de tratar “de forma diversa” o mensalão mineiro e o petista. Leonardo disse que Valério entregou nomes de beneficiários do esquema em MG, mas “o procurador considerou que, como crime eleitoral, já estava prescrito, e a pena é pequena”. O STF retomará julgamento hoje. (Págs. 1 e Nacional A4 e A6)
Eleição americana: Ajuste fiscal será o primeiro desafio do eleito nos EUA
O vencedor das eleições dos EUA terá de lidar com o ajuste fiscal, deixando para segundo plano até mesmo questões internacionais, como a guerra na Síria e o programa nuclear iraniano. Serão duras negociações com o Congresso, dividido entre a Câmara dos Deputados, controlada pelos republicanos, e o Senado, nas mãos dos democratas. O ajuste prevê aumento imediato nos impostos de trabalhadores e empresas e amplo corte de gastos. (Págs. 1 e Caderno especial)

Análise: Matthew Yglesias
Vencedor assume o país voltando à normalidade econômica. (Págs. 1 e H7)

Fotolegenda: A disputa pelo voto dos indecisos

Eleitora vota em Nova York, onde a disputa pelo voto dos indecisos também foi até o último minuto. O desafio das campanhas foi colocar o maior número de voluntários de porta em porta e fazendo ligações telefônicas para tentar convencer os eleitores a comparecer às urnas. (Págs. 1 e H2)
Portos ganharão pacote de incentivos
Com o objetivo de baratear os serviços e equiparar a operação dos portos brasileiros à dos principais do mundo, o governo deve anunciar na próxima semana medidas como o corte de tarifas e a redução de exigências para que, os profissionais que manobram os navios (os práticos) possam atuar. O pacote lista também um conjunto de investimentos emergenciais nos portos e nos acessos por rodovias e ferrovias a eles. (Págs. 1 e Economia B1)
Planos poderão levar remédio a doente crônico (Págs. 1 e Vida A14)

Dora Kramer
Fugindo do inferno

O objetivo de Marcos Valério é claro: obter do STF execução diferenciada de suas penas antes que se apaguem as luzes e ele caia no ostracismo. (Págs. 1 e Nacional A6)

Rolf Kuntz
A piada do longo prazo

O governo anuncia política de metas, mas tem plano de incentivos provisórios e os preços dos combustíveis são controlados por causa da inflação. (Págs. 1 e Economia B5)

Roberto DaMatta
Fantasmas e eleitos

No período pós-eleitoral, os corpos dos candidatos que sofriam os nossos problemas dissolvem-se no cinismo do poder à brasileira. (Págs. 1 e Caderno 2, D10)
Notas & Informações
Adeus à meta fiscal de 2012

O Tesouro investirá muito menos. Mais por falta de competência do que de dinheiro. (Págs. 1 e A3)
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Correio Braziliense

Manchete: Suspense até o fim
Na campanha mais cara da história americana, o presidente Barack Obama, que briga por mais quatro anos na Casa Branca, e seu rival, Mitt Romney, não descansaram na peleja para conquistar eleitores. Pediram voto até pelo telefone. O resultado da primeira urna não poderia ser mais simbólico: deu empate de 5 a 5 em Dixville Notch, pequenina localidade com apenas 10 eleitores em New Hampshire. A indefinição seguiu madrugada adentro. Redes de TV americanas projetavam a vitória de Obama nos estados decisivos de Ohio, Pensilvânia, Wisconsin e New Hampshire. Na Flórida, confirmando as previsões, a apuração foi apertadíssima.

Discreta, Dilma acompanha apuração e torce por Obama.

Embaixada no Brasil festeja, mas esconde a preferência.

Urna eletrônica trocava os votos e favorecia Romney. (Págs. 1, 18 a 22 e hot site no correiobraziliense.com.br)
Royalties: Governo sofre revés na Câmara
Deputados deixam de lado mudanças sugeridas pelo Planalto e aprovam, por 266 votos a 124, texto do Senado que redivide os royalties do petróleo, beneficiando o DF e estados não produtores do combustível. O projeto segue agora para a sanção de Dilma, mas a polêmica pode acabar no Supremo. (Págs. 1 e 6)
Enem divulga o gabarito das provas
Confira as respostas das 180 questões de todos os tipos de provas (azul, rosa, cinza, branca e amarela) aplicadas no último fim de semana. No DF, mais de 50 mil pessoas participaram dos testes. (Págs. 1 e 35)
Em debate as novas relações trabalhistas
Um seminário hoje no Correio reunirá empresários, sindicalistas e juristas para discutir a modernização das negociações entre patrões e empregados, condição essencial para o crescimento. (Págs. 1 e 15)
BR-040 vai ser privatizada e terá 11 pedágios (Págs. 1 e 10)

Comissão decide apurar morte de Anísio Teixeira (Págs. 1 e 4)

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Valor Econômico

Manchete: União limita gasto com os benefícios ao funcionalismo
Preocupado com a explosão dos gastos com benefícios concedidos aos servidores e com a discrepância de valores pagos pelos Poderes, o governo federal está tentando impor limites a essas despesas, que subiram de R$ 4,3 bilhões em 2009 para R$ 7,5 bilhões neste ano, de acordo com a dotação orçamentária. O aumento nominal é de 74,4% e o real, de 46,7%, considerando uma inflação de 5,4% em 2012. O gasto projetado pela União com esses benefícios em 2013 é de R$ 8,1 bilhões.

Embora a maior despesa seja do Executivo, por causa do número de servidores, o gasto per capita mensal é muito maior nos outros Poderes. No caso do auxílio-alimentação, o Legislativo pagará R$ 741, mensalmente, a cada um de seus servidores em 2013, enquanto o Judiciário e o Ministério Público da União (MPU) gastarão R$ 710 por mês. O Executivo pagará R$ 304 a cada servidor civil.
(Págs. 1 e A3)
Fotolegenda: Concorrentes e aliadas
Scania e MAN, marcas de caminhões e ônibus controladas pela Volkswagen, buscam sinergia nas operações, mas sem integração, diz o presidente mundial da Scania, Lundstedt. (Págs. 1 e B1)
Os planos de Edson Bueno depois dos US$ 4,9 bi
Os US$ 4,9 bilhões que Edson Bueno e sua ex-mulher, Dulce Pugliese, receberam pela venda da Amil à americana United Health já estão no Brasil. E foram aplicados por Luis Stuhlberger, do Credit Suisse, um dos gestores de investimentos mais conceituados do país.

O dinheiro não significa fim de trabalho. Ao Valor, Bueno disse que no próximo ano a prioridade é a integração entre sua antiga empresa e a nova dona. Ele tem que se preparar para ser conselheiro. "Lá só tem craque. Das 140 aquisições que fizeram, pela primeira vez uma pessoa da empresa vai para o conselho". (Págs. 1 e B5)
Abismo fiscal desafia os EUA
O presidente eleito dos EUA, antes mesmo do fim da contagem de votos, já estará sob pressão dos mercados, do FMI e de alguns dos principais líderes mundiais para desmontar o chamado "abismo fiscal", um conjunto de cortes de gastos de US$ 600 bilhões e aumentos de impostos que entram automaticamente em vigor em janeiro, se governo e Congresso não chegarem a um acordo.

A falta de acordo será ruim para todos os partidos políticos. O FMI estima que o "abismo fiscal", se não resolvido, teria impacto equivalente a quatro pontos percentuais no PIB americano. Suficiente para transformar em recessão o fraco crescimento de 2% esperado para 2013. (Págs. 1, A13 e B13)
Minas e Paraná restringem o uso de créditos do ICMS
Para equilibrar as contas diante de receitas abaixo do previsto, Estados como Minas Gerais e Paraná começaram a racionar a utilização pelas empresas dos créditos acumulados de ICMS gerados principalmente com a exportação. Em Minas, a Secretaria da Fazenda reduziu em setembro o limite global de uso e transferência desses créditos de R$ 20 milhões para R$ 10 milhões mensais. Em agosto, um decreto do governo mineiro restringiu o uso dos créditos para a compra de tratores e caminhões. Segundo o economista Sérgio Gilberti, da Classe Assessoria Tributária, agora, para adquirir caminhões, as indústrias só podem usar os créditos gerados em Minas. Antes, podiam usar também créditos gerados em outros Estados.

A Fazenda paranaense diz que aprovou a utilização de média mensal de R$ 37 milhões em créditos acumulados de ICMS de exportação em 2012. O valor é maior que os R$ 12 milhões mensais de 2011, mas muito abaixo dos R$ 51 milhões mensais de 2010. (Págs. 1 e A4)
Banco reduz os repasses do BNDES
O ritmo lento na liberação de recursos do BNDES neste ano não se explica apenas por uma redução na demanda. Tradicionais repassadores de quase metade desses recursos, os bancos também estão freando os desembolsos. Uma das causas é a mudança na forma de remuneração aos bancos.

Dados do Banco Central mostram descompasso entre o crescimento do estoque de crédito desembolsado pelo BNDES e pelos agentes repassadores. De janeiro a setembro, o saldo de empréstimos do BNDES cresceu 8,9%. Já nos repasses o avanço foi de 3,7%. Os balanços do Bradesco e do Santander mostraram que suas carteiras atreladas ao BNDES encolheram 2,45% e 15,4% nos 12 meses encerrados em setembro. (Págs. 1 e C1)
Energisa pressiona por leilão de ativos do Grupo Rede (Págs. 1 e B12)

HDS anuncia unidade no país
A Hitachi Data Systems (HDS), braço de tecnologia da informação do grupo japonês Hitachi, anuncia hoje o investimento em sua primeira fábrica no Brasil, em Hortolândia, na região de Campinas (SP). (Págs. 1 e B3)
STJ suspende falência da Vasp
O Superior Tribunal de Justiça divulgou ontem decisão que suspende a falência da Vasp, decretada em setembro de 2008. A dívida da empresa, segundo estimativas, oscila entre R$ 3,5 bilhões e R$ 5 bilhões. (Págs. 1 e B4)
InoxCVA constrói fábrica no Brasil
A indiana InoxCVA, fabricante de equipamentos para a indústria de gases industriais, vai instalar no município de Monte Mor, na região de Campinas (SP), sua primeira fábrica na América Latina. (Págs. 1 e B6)
Seguro fica mais caro com juro menor
A queda da Selic, que afetou o resultado financeiro das seguradoras, levou as companhias a elevar os preços das apólices para melhorar o resultado operacional. Em São Paulo, o seguro de automóvel para pessoa física subiu cerca de 20%. (Págs. 1 e C14)
Dividendos do futuro
Desvalorização das empresas elétricas na bolsa com a polêmica renovação dos contratos de concessão reforça o empenho de gestores e analistas para detectarem a próxima geração de companhias que se tomarão boas pagadoras de dividendos. (Págs. 1, D1 e D2)
Carf mantém multa à Ampla
O Conselho Administrativo de Recursos fiscais manteve autuação de R$ 480 milhões contra a distribuidora fluminense Ampla Energia, por simular operações para escapar da tributação sobre juros remetidos ao exterior no pagamento de empréstimos. (Págs. 1 e E1)
Trajeto ao trabalho sem hora extra
Tribunal Superior do Trabalho contraria jurisprudência e convalida cláusula firmada em acordo coletivo que substitui o pagamento de horas extras durante o deslocamento de funcionários (“in itinere”) por outros benefícios. (Págs. 1 e E1)
Ideias
Cristiano Romero

Estruturadora Brasileira de Projetos mostra o caminho para o país destravar os investimentos em infraestrutura. (Págs. 1 e A2)

Carlos Lessa

Não há maldição mais assustadora do que a transformação do Brasil em um grande exportador de petróleo cru
. (Págs. 1 e A15)
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