PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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terça-feira, março 26, 2013

XÔ! ESTRESSE [In:] ''NAS ASAS DA PANAIR'' (Milton Nascimento)

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ÉTICA MAQUIAVÉLICA: A SERVIR UM SÓ SENHOR

26/03/2013
Dane-se a ética 

:: Gil Castello Branco


Muitos se arrepiam ao ouvir palavras como demônio, satanás, diabo e outras semelhantes. Mas os vocábulos fazem parte do dicionário e frequentemente são pronunciados, até por autoridades federais. Na semana passada, o desembargador Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, disse que o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, era "duro como o diabo". A impressão que tenho é que desse "diabo", atuante e destemido, o povo gosta, perdoando-lhe até os excessos.

Em outra ocasião recente, foi a presidente Dilma quem afirmou: "Na hora da eleição se pode fazer o diabo." Nesse caso, o diabo é aloprado e se assemelha àquela figura horrenda dos desenhos animados, com pele avermelhada, chifre, rabo, tridente, cueca e meias cheias de dinheiro.

Na verdade, o diabo já esta em campo para as eleições em 2014. 

Sua presença pode ser sentida, por exemplo, na escolha de Renan Calheiros para a presidência do Senado, embora um milhão e seiscentas mil pessoas - o dobro dos eleitores do senador em Alagoas - tenham se manifestado contrariamente. A figura mítica do demônio também está por trás do 39° ministro empossado. 

O mostrengo administrativo existente em Brasília, caro e ineficiente, tem agora 24 ministérios, além de dez secretarias da Presidência e 5 órgãos, cujos ocupantes têm status de ministro.

Essa elite "chapa branca", ao que tudo indica, é recorde mundial. Nos Estados Unidos, país com 315 milhões de habitantes e PIB de US$ 15,5 trilhões, são apenas 15 os ministros. Na Alemanha, a chanceler Angela Merkel toca a quarta maior economia do planeta com 17 auxiliares diretos. 


No Brasil, é muito provável que a presidente da República cruze com algum dos seus ministros e sequer lembre o seu nome. 


Muitos devem encontrá-la nas solenidades e em despachos semestrais, o que aconteceu com a ex-ministra Marina Silva na gestão de Lula. 

A maioria da população dificilmente será capaz de dizer os nomes de meia dúzia dessas autoridades, o que, aliás, não faz muita diferença.

Com o inchaço da máquina administrativa, o número de servidores públicos federais ativos chegou a 1.130.460 em 2012, com aumento de 136.673 funcionários em relação a 1997. No mesmo período, os cargos de Direção e Assessoramento Superior (DAS) cresceram de 17.607 para 22.417 comissionados. Como o que é ruim em Brasília costuma ser reproduzido no resto do País, a União, os estados e os municípios possuem aproximadamente 9,4 milhões de servidores públicos, conforme estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em 2011. Cerca de 4,9 milhões estão nas prefeituras e 3,5 milhões nos estados. As despesas com pessoal nas três esferas de governo representam 14% do Produto Interno Bruto (PIB). Neste ano, só no Orçamento da União estão previstos R$ 226 bilhões para "pessoal e encargos sociais", valor quatro vezes maior do que o destinado ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Tão ou mais grave do que a proliferação de servidores e ministérios é o fato de que algumas pastas voltarão a ser comandadas por integrantes das mesmas "patotas" dos que foram demitidos pela própria Dilma. Como na política brasileira os interesses eleitorais estão acima dos valores morais, para acomodar a base aliada e impedir que os defenestrados de ontem sejam recebidos amanhã pela oposição de braços abertos, as raposas serão reconduzidas aos galinheiros.

Pouco importa que as investigações da Polícia Federal tenham levado à demissão de 20 servidores no Ministério dos Transportes, dirigido à época pelo senador Alfredo Nascimento, atual presidente do Partido da República (PR). 


Pouco importa que a Comissão de Ética Pública da própria Presidência da República tenha recomendado a exoneração do então ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, por repasses a ONGs ligadas ao partido, por supostas cobranças de propinas feitas por assessores, além de carona em avião de empresário com negócios no ministério. 

Embora existam fartos indícios de corrupção, as legendas presididas pelos ex-ministros estão indicando os novos gestores dos milionários currais. Em 2013, os orçamentos dos ministérios dos Transportes e do Trabalho somam R$ 84,4 bilhões. Dane-se a ética.

Assim, apesar da faxina - iniciativa atribuída à presidente Dilma no primeiro ano do seu governo - o "lixo reciclado" deverá voltar à Esplanada dos Ministérios às vésperas de 2014. 

Como nas eleições "se faz o diabo", a vassoura vai dar lugar ao tridente. 

Cruz credo!
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O FURO NA BASE

26/03/2013
Dora Kramer

A canoa virou


Se havia alguma chance remota de PT e PMDB se juntarem em palanque único no Rio de Janeiro em nome da unidade em torno da reeleição da presidente Dilma Rousseff, esta hipótese ficou definitivamente afastada no último fim de semana.

O pré-candidato do PT, senador Lindbergh Farias, se declara oficialmente em oposição ao governador do estado, Sérgio Cabral Filho, por causa da publicação na revista Época de uma denúncia de que teria montado esquema de corrupção quando prefeito de Nova Iguaçu (Baixada Fluminense). A revista deixou claro que a denúncia foi entregue pelo PMDB.


O petista reagiu de imediato postando na internet um vídeo em que chama o grupo de Cabral de "corja de patrimonialistas", entre outras delicadezas. Ficou possesso, é verdade, mas de certa forma se diz agradecido ao governador (Cabral negou a autoria em nota, mas Lindbergh não acreditou).

"Até agora eu tinha um grande problema na minha candidatura: não podia atacar o governador devido às relações dele com a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula. Havia uma espécie de acordo de não agressão. Como ele resolveu declarar guerra já no primeiro capítulo do livro, estou liberado para fazer oposição", diz o senador, que prevê clima de radicalização total.

Mas, vamos à questão central: oposição em que termos?

"Não vou entrar no jogo sujo de dossiês, vou demarcar terreno na política, mostrar ao eleitorado que, se o PMDB conseguiu avanços para o Rio devido à parceria com o governo federal, nós do PT somos muito mais parceiros e podemos fazer em relação aos mais pobres, como Lula fez no Brasil."

Lindbergh já tem os números preparados para mostrar que no governo atual houve concentração de investimentos nas regiões mais nobres (zona sul e Barra) e descaso em relação às regiões que não compõem o cartão postal do Rio como cidade maravilhosa.

Na visão do petista, o PMDB está sendo autoritário e desleal no Rio. 

Autoritário porque não admite concorrência, quer construir uma "super-hegemonia", obrigando os adversários a viverem eternamente a reboque do partido (isso Lindbergh não diz, mas é o mesmo que o PT faz no plano nacional).

A deslealdade, segundo ele, estaria não só na utilização de dossiês, mas também em outros dois pontos: a ameaça de não apoiar a reeleição de Dilma se o PT nacional não intervier para a retirada da candidatura e a tentativa de reabrir julgamento de contas já aprovadas da gestão de Lindbergh em Nova Iguaçu.

"Que relação é essa? Se começam assim, é porque o plano é nos aniquilar."

Partindo desse princípio, o senador acha que o PMDB não recua da candidatura do vice-governador Luiz Fernando Pezão e que não há possibilidade de intervenção por parte do PT. "Não desisto nem se Lula e Dilma pedirem, até porque não pedirão, pois sabem que a resposta será negativa."

Atritos à parte, o PT não desiste principalmente porque tem chance de ganhar. No momento, as pesquisas indicam Lindbergh em primeiro lugar (28%), o deputado Anthony Garotinho em segundo (21%) e Pezão em terceiro (10%).

Muito bem, e a parceria nacional entre os dois partidos como fica?
"Da minha parte, inabalada. Na reeleição de Lula no Rio ele chegou a fazer um comício de tarde para um candidato e de noite para outro."

O senador avisa que não vai pedir à presidente nem a Lula exclusividade no apoio e também que não acredita na ameaça do PMDB de romper com o Planalto por causa de uma eleição estadual.

"Se romper, melhor ainda, fico sozinho com Dilma aqui no Rio e aí é que eles perdem mesmo." Toda eleição tem uma disputa regional que chama mais atenção. Em 2012 aconteceu em São Paulo e Recife. Em 2014, o Rio aparece como forte candidato a produzir grandes emoções.

TRABALHO NO CAMPO: TEMPO DE PLANTAR, TEMPO DE EXPLORAR

26/03/2013
PT teme pressão ruralista contra penas ao trabalho escravo e precipita fim de CPI


Por Caio Junqueira | De São Paulo 

Depois da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira terminar de forma melancólica e impune, outra CPI se encerrou neste mês do mesmo modo: a do Trabalho Escravo. Instalada a partir de uma demanda de setores do PT que adotam o tema como bandeira, acabou com uma manobra do mesmo PT para impedir sua prorrogação e, assim, que qualquer relatório fosse apreciado.

Seu encerramento oficial ocorreu no dia 16 de março, um sábado, três dias depois de o presidente da CPI, Cláudio Puty (PT-PA), retirar de pauta o requerimento de prorrogação que havia sido apresentado por ele mesmo no dia 6 de fevereiro, onde classificou de "imperiosa" a prorrogação: "Ainda existem diversas análises a serem elaboradas, com relação à enorme quantidade de informações obtidas; diligências a serem realizadas; várias pessoas a serem ouvidas; além da discussão e votação do relatório final a ser apresentado à sociedade brasileira", justificou Puty.

Mas em pouco mais de um mês sua avaliação mudou porque lhe ficou clara a estratégia dos ruralistas para a CPI, no sentido de permitir ao PT controlar seu dia a dia ao mesmo tempo em que eles focavam na elaboração do relatório final ao seu grado. "Encerro esta CPI porque não sou conivente com ações que vão prejudicar o trabalhador brasileiro. A postura da bancada ruralista vai de encontro aos princípios que levaram à convocação da CPI, que constatou a existência de trabalho no país", disse o petista.

A intenção da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) era aprovar um relatório que contivesse a flexibilização do conceito de trabalho escravo. 

Pelo Código Penal, basta que ocorra uma de quatro situações para ele assim se caracterizar. São elas trabalhos forçados; jornada exaustiva; condições degradantes de trabalho; restrição da locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto.

O setor queria retirar dessa definição pelo menos a jornada exaustiva e o trabalho degradante, além de sugerir outras alterações na legislação trabalhista infraconstitucional. Tudo a partir de uma visão de que no campo a natureza do trabalho é diferente da cidade, uma vez que diretamente influenciado pelo tempo e pelas épocas certas de plantio e colheita. "A Consolidação das Leis do Trabalho [CLT] já tem regras para definir e remunerar. E tem a tal NR-31, que é um descalabro", afirmou o deputado Moreira Mendes (PSD-RO), ex-presidente da FPA.

A NR-31 é a Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura. Expedida pelo Ministério do Trabalho mediante uma portaria em março de 2005, ela traz definições específicas sobre as condições de trabalho. Os ruralistas a consideram exagerada e inaplicável. Querem modificá-la.

Para Moreira Mendes, a atitude de Puty foi "antidemocrática, vergonhosa, nos fez de idiotas" pois, segundo ele, um acordo no final de 2012 na CPI previa a prorrogação para que houvesse tempo de ser elaborado um relatório. O petista a apresentou e, três dias antes do prazo final da CPI, retirou o requerimento. Quando os ruralistas se deram conta da manobra, já não havia mais possibilidade de apresentar um novo requerimento.

No meio do tiroteio, o relator, Walter Feldman (PSDB-SP), já tinha mais de 80% do seu texto final concluído quando a CPI foi encerrada. Ele afirmou que não iria aceitar a pressão dos ruralistas para flexibilizar a legislação, mas que buscaria um consenso e aceitaria a aprovação de um relatório paralelo: "Eu ia mostrar o relatório a todos, ver o que era aceitável para todos e o que não era. O que não fosse aceitável, eu ia retirar. Mas não ia acrescentar nada. A flexibilização era inegociável, não entraria no meu texto."

De acordo com ele, ao desejar a alteração do conceito de trabalho escravo os ruralistas contrariam conceitos internacionais definidos pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e pela Organização das Nações Unidas (ONU). Ainda assim e a despeito de não haver mais sequer espaço físico para a CPI, o tucano irá apresentar seu relatório na primeira semana de abril e pedir aos integrantes da comissão que o subscreverem. Os ruralistas prometem atacar o PT na tribuna: "O PT quer usar a bandeira do trabalho escravo para expropriar terra", disse Mendes.
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HIGIENE E LIMPEZA: ''TELEFECANDO'' e ANDANDO...

26/03/2013
Visão do Correio 

:: Mais celulares do que banheiros


Levantamento realizado pela ONU concluiu que, dos 7 bilhões de pessoas no mundo, 6 bilhões possuem telefones celulares. Mas essa proporção nem de longe é repetida no item instalações sanitárias: apenas 4,5 bilhões têm acesso a banheiros e latrinas. Ou seja, 2,5 bilhões pessoas não têm acesso a redes de esgotos e, o que é pior, 1,1 bilhão ainda defeca em lugares abertos.

Esse quadro constrangedor levou Jan Eliasson, vice-secretário-geral da ONU, a fazer um apelo aos governos, à sociedade civil, às empresas e às organizações internacionais para que mobilizem recursos e esforços para o rápido aumento do acesso ao saneamento básico em todo o mundo.

O alerta da ONU remete à situação do saneamento no Brasil, país em que a espantosa velocidade em que cresce o número de celulares e o brilho recente da economia, que passou a figurar entre as seis maiores do mundo, nem remotamente lembra a lenta expansão das redes de esgotamento sanitário.

Mais rápido do que o resto do mundo, mas sem oferecer serviço de qualidade pelo menos satisfatória, o Brasil tornou-se um mercado tentador para os fabricantes mundiais de telefones móveis. Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), há no país mais celulares do que brasileiros: 263 milhões de aparelhos, ou seja, 133,25 unidades ligadas para cada 100 habitantes.
Na comparação da expansão dos celulares com a do saneamento básico, ficamos muito mal. Pior do que a média mundial calculada pela ONU. De fato, se só 64,2% das pessoas no mundo têm acesso ao saneamento básico, o Brasil ainda precisa investir muito para alcançar essa proporção.

Segundo o Instituto Trata Brasil, uma organização da sociedade civil de interesse público (Oscip), especializada na questão do saneamento básico no país, mais da metade da população brasileira (53,8%) não é atendida por redes de esgoto. A maior parte das famílias é obrigada a usar fossas e outras soluções precárias. Ainda mais inconcebível para o estágio de desenvolvimento econômico alcançado pelo país é a constrangedora constatação de que 13 milhões brasileiros não têm qualquer acesso ao elementar recurso de uma instalação sanitária.

Especialistas calculam que, para corrigir a vergonhosa distorção, o Brasil deveria investir todos os anos pelo menos três vezes mais do que o atual 0,22% do PIB em saneamento. É hora de ultrapassarmos a velha máxima de que manilha enterrada não dá voto, tão típica de um Brasil que precisa ficar no passado, sob pena de comprometermos seriamente o futuro. Afinal, o saneamento é premissa para assegurar saúde à população, proteção ao meio ambiente e, acima de tudo, dignidade às pessoas.
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CHICLETES: CALÇADOS E CALÇADAS LIMPOS (Sai!!! grude)

26/03/2013
Mercado de chicletes encolhe no Brasil

Por Letícia Casado | De São Paulo


O mercado brasileiro de goma de mascar está encolhendo em volume, ficando mais concentrado e voltado para produtos de maior valor agregado. Algumas pequenas fabricantes deixaram o segmento, mas a concorrência aumentou para a líder do setor, a americana Mondelez International (ex- Kraft Foods), dona das marcas Trident e Buballoo. 

Desde 2007, com a chegada da ítalo-holandesa Perfetti Van Melle, a Mondelez tem de lidar com mais disputa em chicletes sem açúcar, área em que era praticamente a única concorrente, com as marcas Trident e Clorets. Mudanças nos hábitos dos brasileiros fizeram a procura pelas linhas açucaradas diminuir. A Mondelez tem seis marcas com esse perfil no país - Buballoo, Chiclets, Certs, Freshen-Up, Plets e Clorets açucarado.

A receita global da Mondelez com balas e gomas de mascar recuou 2% em 2012, "principalmente devido a chiclete", disse em conferência com analistas Irene Rosenfeld, presidente e CEO da Mondelez, durante apresentação de resultados em Illinois, Estados Unidos, em fevereiro deste ano. O Brasil foi citado diversas vezes no evento. Irene destacou que a queda de receita com chicletes no Brasil, assim como no Japão, já havia sido discutida em conferência no ano passado, e que seu impacto só não foi pior porque outros mercados, como China, compensaram o movimento.

Os desafios enfrentados pela Mondelez no Brasil não se restringem à empresa. São reflexos de um setor que, assim como outros de bens de consumo, passa por profundas transformações no mercado brasileiro, com o aumento da renda e da demanda por produtos de maior valor agregado.

Entre 2008 e 2012, o mercado de chicletes encolheu 13,2% em volume no país, ao passo que, no mundo, cresceu 6,25%. Os dados, da consultoria Euromonitor, mostram também que, nesse mesmo período, a receita do setor aumentou 25% no Brasil e 15% no mundo. "O mercado tem esse movimento, cai em volume e cresce em valor", diz Henrique Romero, presidente da Perfetti Van Melle no Brasil. Só em 2012, o volume recuou 4,4%, e o valor cresceu 2,6%, diz ele.

Osmar Chaves, vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), diz que essa movimentação é "reflexo do setor como um todo", e afeta também balas e pirulitos. Considerando os três tipos de produtos, o volume produzido no país caiu 6,7% no ano passado, diz ele.

As mudanças no mercado de chiclete não são de hoje. Entre 2008 e 2012 houve retração na produção do "tijolinho" (retangular e macio, tipo Ping Pong), e as fabricantes sentiram o baque, segundo Chaves. "Algumas saíram do segmento por não compensar."

De empresas de pequeno porte a multinacionais, cerca de 15 fabricantes tiveram os negócios afetados, diz Chaves. "Alguns pararam de fabricar, outros resolveram migrar de produto e outros reduziram produção." As fabricantes brasileiras Dori e Parati, por exemplo, seguem produzindo chicletes, mas preferem destinar novos investimentos para outras categorias, como salgadinhos.

Os chicletes com açúcar têm hoje seu principal público no Norte e Nordeste do país, regiões foco da Parati e da argentina Arcor - esta, líder no segmento infantil. "Nossa linha é focada em atacado e Nordeste. A goma de mascar é popular, mas hoje os pais não querem que o filho consuma chiclete com açúcar", diz Débora Grobe, da Parati. "Norte e Nordeste têm alto consumo, mas a curva está ligada à renda daqueles Estados também", diz Loredana Mariotto, diretora de marketing da Arcor do Brasil.

O Nordeste já foi o principal mercado da Dori, posto hoje ocupado pelo Centro-Oeste. A empresa vende apenas o chiclete "tijolinho", fabricado em uma de suas quatro fábricas, em Rolândia (PR). "O produto tem baixo valor agregado, mas a movimentação do Nordeste, de aumento de renda, fez a venda perder força", diz o gerente de marketing da Dori Jean Paiva. "A Dori deixou de ter interesse neste nicho, o produto não dá rentabilidade, e quem o vende, trabalha apenas para compor o mix. Estamos revendo e analisando outros formatos."

Chaves, da Abicab, diz que o chiclete sem açúcar segurou as vendas da categoria nos últimos cinco anos - sem o segmento, a queda seria ainda maior. O quadro é resultado de uma migração no consumo: o brasileiro compra menos chiclete açucarado e paga mais caro pelo sem açúcar. E coincide com a entrada da Perfetti Van Melle na operação de chiclete no Brasil, em 2007. Antes, a companhia produzia apenas balas no país.

"Cresço dois dígitos desde que comecei a operar goma de mascar. E isso em função de produto, marca, comunicação, experiência e embalagem", diz Henrique Romero. O chiclete representa hoje pelo menos 30% da receita da Perfetti Van Melle no Brasil, ante 15% no primeiro ano de operação, diz ele. Desde a chegada do Mentos, a Mondelez tem lançado outras versões do Trident, com diferentes sabores e formatos.

Procurada pelo Valor, a Mondelez no Brasil não quis se pronunciar sobre o tema.

Desenvolver produtos com tecnologia é essencial para sobreviver nesse setor, disseram todos os executivos ouvidos pela reportagem. A Dori, por exemplo, está investindo R$ 15 milhões em um centro de inovações na Rodovia Castello Branco. No local, vai estudar o desenvolvimento de novos formatos de chiclete e analisar uma eventual volta ao mercado - desta vez, com produtos de maior valor agregado, diz Jean Paiva.

Na conferência com analistas, em fevereiro, a CEO Irene Rosenfeld afirmou que a inovação é a solução para a Mondelez ao redor do mundo: "A perda de participação [no mercado de chiclete] é claramente solucionável. Nós implementamos várias táticas de vendas, iniciativas de marketing e lançamos fortes inovações".

Mas as perspectivas não são de recuperação imediata, disse ela, falando sobre a operação global. "O declínio da categoria vai demorar mais tempo para ser corrigido. Continuamos a esperar que a reviravolta em goma de mascar aconteça nos próximos dois anos, antes de começarmos a ver crescimento de "um dígito baixo". Isto é uma recuperação mais lenta do que gostaríamos."
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... TUDO EM FAMÍLIA


26/03/2013
Família Klein discorda de acordo no Cade


A família Klein e o Grupo Pão de Açúcar, sócios na empresa Via Varejo, negociam um acordo para fazer avançar a aprovação do processo de fusão de Casas Bahia e Ponto Frio. A operação ainda precisa ser aprovada no Cade e depende de um entendimento - que anda difícil - entre os acionistas.
O Valor apurou que os Klein decidiram não assinar a minuta de proposta que será apresentada ao Cade. Os sócios deixaram isso claro em reunião do conselho da Via Varejo, na semana passada. Ontem à tarde, Enéas Pestana, presidente do Grupo Pão de Açúcar, e Michael Klein, presidente do conselho de administração da Via Varejo (criada com a união das duas redes), se reuniram em Brasília, na sede do Cade, para tratar do assunto. Klein disse que não aceita um dos pontos da proposta, que prevê a manutenção de todas as lojas da rede Extra em detrimento da Via Varejo (Casas Bahia e Ponto Frio), que pode ter 60 unidades fechadas.


Klein propõe ao GPA operar negócio de eletro da rede Extra


Por Adriana Mattos | De São Paulo


Em carta ao comando do Pão de Açúcar, Michael Klein acusa o grupo de procurar "impor a sua vontade de forma truculenta e com base em ameaças ocas".

A família Klein e o Grupo Pão de Açúcar (GPA), sócios na empresa Via Varejo, negociam um acordo para que consigam avançar na aprovação do processo de fusão das redes Casas Bahia e Ponto Frio. A operação ainda precisa ser aprovada no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e depende de um entendimento, que não existe entre os acionistas hoje. O Valor apurou que os Klein decidiram não assinar o documento final das propostas a serem apresentadas ao Cade. Os sócios deixaram clara a oposição em reunião do conselho de administração da Via Varejo, na sexta-feira passada. O clima entre os acionistas azedou e eles chegaram a trocar correspondências em tom pesado nos últimos dias.


Ontem à tarde, Enéas Pestana, presidente do Grupo Pão de Açúcar, e Michael Klein, presidente do conselho de administração da Via Varejo (criada com a união das duas redes de lojas de eletroeletrônicos), se reuniram em Brasília, na sede do Cade, para tratar do assunto. 

Os Klein e o grupo negociam aspectos da proposta há meses. Na reunião, Michael disse que não aceitaria especificamente um ponto do acordo negociado entre a família Klein, o GPA e o Cade. Trata-se do fechamento de lojas das redes Casas Bahia e Ponto Frio e a manutenção dos pontos da rede Extra, que vende eletroeletrônicos em suas unidades.

Os Klein não aceitam que Via Varejo tenha que fechar lojas (ou passá-las para a concorrência) enquanto, dizem eles, se "preservam" os negócios de GPA, sem qualquer efeito sobre a rede Extra. Por isso, no encontro entre as partes ontem, Michael fez uma proposta: em todas as cidades onde uma loja de Casas Bahia ou Ponto Frio for fechada, a unidade do Extra do mesmo município passará a ter eletroeletrônicos vendidos pela Via Varejo. Ou seja, a receita com a venda desses produtos irá para o caixa da varejista de eletroeletrônicos. Hoje, esse valor entra na receita de hipermercados do GPA.

Pelo negociado até agora, cerca de 60 lojas de Casas Bahia e Ponto Frio podem ser fechadas em cidades em que a participação de mercado de Via Varejo supera 57%, taxa determinada pelo Cade como "corte" na análise de concorrência, apurou o Valor. O que os Klein querem, entende o Pão de Açúcar, é uma espécie de "compensação financeira", já que terão os pontos fechados.

O Valor apurou que Enéas Pestana concordou ontem em analisar a proposta apresentada por Michael e não a considera "absurda", mas o grupo não sabia dessa ideia do sócio e precisa tratar da questão no conselho. O Cade deve aguardar esse entendimento para que o tema da fusão das redes seja colocado na pauta de votação. Há acordo em relação a todos os outros pontos que farão parte do Termo de Compromisso de Desempenho (TCD), com as restrições definidas pelo Cade.

Nos últimos dias, a relação entre os Klein e o Pão de Açúcar voltou a piorar. Depois de tomar conhecimento, na semana passada, que os Klein não aceitavam assinar a proposta de acordo, o grupo enviou uma carta ao acionista criticando o posicionamento. Afirmou que estava "surpreso" com a postura dos Klein e afirmou que eles estavam sobrepondo os interesses da família aos interesses da empresa. Na carta, o grupo critica os Klein, que não estariam participando de forma ativa, com o fornecimento de dados e informações, e que isso estaria afetando o avanço das conversas. Ao fim da carta, o grupo ameaça entrar com processo contra a família na câmara de arbitragem, caso os Klein não mostrem interesse em negociar pelo bem da empresa.

Na noite de domingo, os Klein responderam à correspondência, em 26 pontos. Disseram que a companhia procura "impor a sua vontade de forma truculenta e com base em ameaças ocas". Afirmam ainda que eles se empenharam para ter a operação aprovada nos termos contratados, já o GPA "abandonou a luta pela aprovação integral [do acordo] e passou a procurar restrições que não são distribuídas equitativamente entre as partes".

Segundo a carta dos Klein, "é bem melhor para CBD [GPA] preservar lucros na sua companhia, ainda que às expensas de perdas em outra da qual só participa em cerca de 52% do capital". Os Klein ainda informam que esperam uma negociação amigável e caso ela não ocorra em 30 dias, a partir do último domingo (data do envio da carta) eles apoiam a abertura de um processo arbitral.

É pouco provável que se chegue a esse ponto. O Pão de Açúcar entende que é preciso alcançar um consenso o mais rápido possível, que a aprovação da fusão das redes já se estendeu demais - e os Klein pensam o mesmo. É possível que as partes se entendam nas próximas semanas, segundo fontes ouvidas.

Não é a primeira vez que os sócios se desentendem. Em fevereiro, os Klein ameaçaram entrar com processo arbitral contra o GPA por causa das condições do acordo de associação assinado pelas partes em 2010.

''ESTOU NA ÁREA E DE OLHO...''


26/03/2013

Ao lado de Campos, Dilma cobra ‘aliado comprometido’


Ela disse que é preciso "coalização ampla" para dirigir o País; governador destacou "tratamento republicano"
Em viagem a Pernambuco, ontem, a presidente Dilma Rousseff mandou recados ao governador Eduardo Campos (PSB), aliado histórico que ensaia possível candidatura à Presidência em 2014. Em discurso de inauguração da primeira etapa da adutora de Pajeú, em Serra Talhada, ela cobrou comprometimento dos parceiros e afirmou que é impossível governar sem coalizão ampla. "Nenhuma força política sozinha é capaz de fazer esse caminho (dirigir o País). Precisamos de parceiros e que eles sejam comprometidos com esse caminho." A presidente disse que os Estados dependem de verba da União. Em clima de campanha, anunciou a liberação de R$ 3,1 bilhões para Pernambuco, citou Lula 11 vezes e desceu do palanque para falar com o público. Campos usou parte do discurso para afirmar que o governo federal deve manter tratamento "republicano" aos adversários, e destacou avanços de governos anteriores a Lula e Dilma.

Dilma injeta R$ 3 bilhões no Estado de Campos e cobra "aliado comprometido"


Sucessão de 2014. No mesmo palanque que o governador de Pernambuco, que cogita disputar a Presidência e abandonar parceria com o PT, presidente afirma que "forças políticas sozinhas" não governam; Campos enfatiza importância de tratamento "republicano".

Bruno Boghossian
Enviado Especial
Serra Talhada (PE)


A presidente Dilma Rousseff aproveitou a visita a Pernambuco ontem para mandar recados ao governador Eduardo Campos (PSB), que aspira concorrer à Presidência em 2014, e cobrou comprometimento e lealdade de seus aliados com o atual projeto federal de desenvolvimento. Depois de anunciar investimentos federais de R$ 3,x bilhões no Estado e no mesmo palanque que o governador, a presidente disse que "nenhuma força política sozinha" consegue dirigir o País.

"O Brasil vai continuar numa trajetória de estabilidade e de controle da inflação, mas de crescimento(...) Nós vamos, cada vez mais, provar que o País só será um País forte, um País desenvolvido se nós tivermos a determinação, a coragem de continuar por esse caminho, e é um caminho deste País complexo (...)Nenhuma força política sozinha é capaz de dirigir um país com esta complexidade. Precisamos de parceiros, precisamos que esses parceiros sejam comprometidos com esse caminho"

A presidente, que ao lado de Campos participou da inauguração do trecho de um sistema de abastecimento de água em Serra Talhada, no sertão pernambucano, enfatizou que é impossível governar sem uma coalizão ampla. A última visita de Dilma a Pernambuco havia ocorrido há mais de um ano. O governador é presidente nacional do PSB, partido que tem aliança histórica com o PT, mas a parceria está estremecida desde que ele iniciou uma ofensiva nos bastidores visando a uma candidatura presidencial.

Dilma disse abertamente que os Estados dependem de recursos do governo federal para pagar contas e cobrou engajamento dos parceiros. "Não podemos esquecer de onde viemos e não podemos nos esquecer dos compromissos políticos por que lutamos ao longo de nossas vidas. Nós constituímos todo um processo de luta e de mudança, e essa mudança não é uma mudança que está nas estatísticas. Essa mudança que começa em 2003."

Cautela. Eduardo Campos fez um discurso cauteloso. Dividido entre a continuidade de uma aliança com o PT ou o desembarque rumo a um projeto próprio, ele agradeceu à presidente pelas parcerias, mas destacou que o governo federal deve manter um tratamento "republicano" a seus adversários.

"Conheço de perto o fel da discriminação, da arrogância daqueles que, durante muito tempo, não entenderam a importância do diálogo e da democracia. Aqui, há dois governantes que não discriminam por princípio e deixam como legado uma prática política republicana", disse o governador.

Campos afirmou ser "um amigo de grandes jornadas" de Dilma. "Aqui a senhora tem um governador, mas também tem um companheiro, e tem um amigo de grandes jornadas", declarou. "Quero agradecer pelas parcerias que temos com o governo federal - muitas que vêm de anos, antes de seu mandato, parcerias iniciadas com um grande brasileiro, o presidente Lula", disse Campos. "Não nos tem faltado o Brasil e não tem faltado apoio político ao governo de Vossa Excelência."
O governador pernambucano fez questão de enfatizar avanços anteriores aos governos de Lula e Dilma. "Nesses últimos 30 anos, construímos uma democracia, construímos fundamentos macroeconômicos importantes para um País da dimensão do Brasil e, nos últimos 10 anos, sob a liderança do presidente Lula, vimos essas condições permitirem chegarmos com o governo aonde o governo não chegava antes", disse Campos.

O governador, que em declarações recentes faz alertas sobre a economia e mantém contatos até com tucanos - como o ex-governador José Serra ouviu outra alfinetada: "Já teve época que país rico era país que não se tratava da questão social, só da questão econômica, disse a petista referindo-se à gestão do PSDB.

Mérito federal. Ao citar avanços de Pernambuco, Dilma salientou o papel do governo federal no desenvolvimento da região, reivindicando o crédito pelo crescimento do Estado. "Pernambuco é um novo Pernambuco. O governador tem um grande papel nisso, sem dúvida, e o governo federal, tanto com Lula quanto na minha gestão, também tem. Todos os investimentos que fizemos em Pernambuco, se você juntar os investimentos federais e feitos pelas nossas estatais, chega a um volume extraordinário de R$ 60 bilhões."

Durante o evento, Dilma e sua equipe anunciaram novos investimentos de R$ 3,1 bilhões no Estado, como parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Desse total R$ 2,8 bilhões (90%) sairão dos cofres federais e R$ 330 milhões serão financiados pelo Estado. Ao anunciar os valores, a ministra Miriam Belchior (Planejamento) disse que os investimentos "consolidam a parceria entre governo federal e governo estadual".

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MINHA CASA MINHA VIDA: Construções são de má qualidade

26/03/2013
Minha Casa Minha Vida: Construções são de má qualidade

A exemplo dos prédios com fissuras erguidos em Niterói para abrigar vítimas do deslizamento no Morro do Bumba, outras unidades do Minha Casa Minha Vida no Rio exibem problemas de má qualidade na construção. Moradores reclamam de alagamentos e da presença de rachaduras e infiltrações nas paredes.

Minha casa, meu tormento

 Moradores beneficiados por programa federal de habitação sofrem com rachaduras e inundações

Drama recorrente

Para quem vivia em áreas de risco, muitas vezes em barracos precários, ganhar apartamentos em conjuntos habitacionais com espaços de lazer e saneamento adequado poderia parecer solução, não fossem alguns desses condomínios verdadeiros castelos de areia, como relatam moradores de unidades do programa Minha Casa Minha Vida. A fragilidade de parte dessas construções ficou evidente semana passada, com os problemas nos prédios que receberiam desabrigados da tragédia do Morro do Bumba, em Niterói.

Nos condomínios Santa Helena e Santa Lúcia, no Parque Paulista, em Duque de Caxias, as 389 casas foram inundadas semana passada, fazendo com que muitos moradores perdessem tudo. Ontem, oito dias depois das chuvas, as pessoas continuavam limpando os estragos. Em frente aos conjuntos, havia montes de móveis que tiveram de ser jogados no lixo.

- Passei minha vida pedindo a Deus uma casa. Quando finalmente recebi, comprei todos os móveis novos. Mas veio a água e destruiu tudo - conta, chorando, a dona de casa Francisca Rabelo Gonzaga, de 52 anos. - Pior que, já tendo morado em vários bairros, alguns lugares de risco, nunca tinha passado por isso - acrescentou Francisca, que paga pela casa R$ 54 mensais à Caixa Econômica Federal, que financiou o projeto.

Os problemas, no entanto, não começaram com o temporal da semana passada. Muitas casas têm rachaduras e infiltrações, como a da doméstica Ana de Souza Silva, de 49 anos.

- Já construí uma barreira com tijolo e cimento nas minhas portas. Mas não adianta. A água passa por cima. Não sei mais o que fazer. A casa está toda rachada e mofada - diz Sidneia Fonseca da Silva.
Já em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, só em maio completa um ano que os moradores, reassentados de comunidades como Pedreira e Cidade de Deus, começaram a ocupar as 2.718 unidades em oito condomínios da Estrada dos Palmares. Conjuntos tão novos, contudo, já repletos de problemas estruturais. No Almada, uma fileira de postes tortos, inclinados no pátio onde as crianças brincam, assusta. E são muitos outros riscos. Valéria de Jesus Santos, ex-moradora de Costa Barros, mostra que estruturas de metal, como corrimãos, já estão enferrujadas e se soltando. Muitos apartamentos também enfrentam problemas de infiltração.

- Morava num barraco de madeira e não chovia tanto dentro de casa quanto aqui - afirma Valéria.

Condomínio cheio de remendos

Em Realengo, nos condomínios Ipê Branco e Amarelo, que receberam reassentados de obras em Madureira e Turiaçu, o solo irregular já denuncia que há algo de errado no terreno. Síndico do Ipê Branco (com 299 unidades), José Rodrigues Carneiro conta que os conjuntos foram entregues há quase três anos. Desde então, já apareceram rachaduras e fissuras em todos os blocos, dentro e fora dos apartamentos. Segundo moradores, são incontáveis os remendos que a construtora Patrimar realizou para tentar contornar as fissuras. Mas elas continuam aparecendo.

- Temos muito medo, porque não sabemos se estamos numa moradia segura. Entre os blocos, a drenagem é falha. Quando chove, a água empoça, entra nas casas e desce o terreno, carreando muito barro. Por causa da erosão, há tubulações de gás aparentes - diz José.

Rachaduras, além de alagamentos, também são o drama com qual convivem moradores do Bairro Carioca, em Triagem, Zona Norte do Rio, projeto da prefeitura executado com recursos do Minha Casa Minha Vida. Nas chuvas do início deste mês, a água chegou à altura dos joelhos em apartamentos do térreo, muitos deles de cadeirantes. No total, ali serão 2.240 apartamentos, 640 deles entregues até janeiro passado.

Para especialistas, problemas na qualidade das obras em programas habitacionais se repetem em todo o país. Sobre o Minha Casa Minha Vida, Adauto Lucio Cardoso, do Observatório das Metrópoles do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (Ippur/UFRJ), cita uma série de fatores que contribuem para a má qualidade construtiva, principalmente nos empreendimentos destinados à população de baixa renda. Segundo ele, não existe uma estrutura clara de fiscalização das obras, já que a Caixa Econômica Federal, responsável pelo financiamento do programa, ocupa-se mais de acompanhar os cronogramas físico-financeiros das construções, enquanto as prefeituras não estariam preparadas para identificar os problemas. Ainda de acordo com ele, o controle de qualidade fica a cargo da própria construtora.

Além disso, diz ele, com o encarecimento do preço dos terrenos no Rio, desde 2005, as empresas muitas vezes têm buscado economizar em outros itens, para conseguir manter a margem de lucro. E mesmo quando as construtoras conseguem áreas mais baratas, em vários casos não realizam as intervenções que os terrenos exigiriam.

- Ao longo da Avenida Brasil, por exemplo, são vários condomínios abaixo do nível da via. Esses terrenos precisariam de estruturas de drenagem maiores. Mas elas acabam não sendo feitas. As áreas inundam, o que pode vir a prejudicar as fundações e comprometer o solo - afirma Adauto, que conduz uma pesquisa sobre o programa do governo federal.
Na cidade do Rio, a Secretaria municipal de Habitação afirma que mantém equipes de fiscalização e manutenção, além de plantão de assistentes sociais, nos empreendimentos do Minha Casa Minha Vida. E diz que, sempre que identifica problemas ou é acionada pelos moradores, verifica as causas e, caso constate "vício construtivo", notifica a Caixa e as construtoras, para que tomem as providências necessárias.

Já a Caixa Econômica garantiu que os empreendimentos Bairro Carioca, Santa Helena e Santa Lúcia foram construídos fora da faixa de alagamento, atendendo a todas as normas de segurança. No caso de Triagem, a instituição afirma que a prefeitura já iniciou obras de drenagem, canalização e desassoreamento do Canal do Cunha, próximo ao terreno. Em Caxias, a área de engenharia da Caixa, junto com o município, iniciou trabalhos técnicos na região para identificar as causas do alagamento e evitar futuras inundações.

Além disso, foram tomadas outras medidas, como a instalação de uma agência móvel do banco próximo aos condomínios, a suspensão do pagamento das prestações do financiamento imobiliário até que sejam restabelecidas as condições de moradia e contratação de uma empresa para realizar os serviços de recuperação dos imóveis. Quanto aos prédios do Fonseca, em Niterói, que vão abrigar vítimas da tragédia do Morro do Bumba, a entidade informou que já contratou perícia técnica a fim de identificar os fatores que determinaram os problemas. O resultado deve sair em até 15 dias. Dois blocos estão sendo demolidos, e foram tomadas providências para impedir o acesso de pessoas ao local.

A instituição informou ainda que tem equipes técnicas que acompanham regularmente as obras. Com relação aos empreendimentos de Santa Cruz e Realengo, a Caixa disse que enviará equipes ao local para fazer vistorias.

Só na cidade do Rio, segundo dados da Secretaria municipal de Habitação, já foram entregues 30.199 unidades pelo Minha Casa Minha Vida até o fim de 2012. Em todo o estado, informou o Ministério das Cidades, já foram entregues 41.622 unidades do programa.

QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?

SINOPSES - RESUMO DOS JORNAIS

26 de março de 2013

O Globo

Manchete: Fantasma europeu - Emergentes criam fundo de US$ 100 bi contra crise
Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul terão reserva para socorro

Após acordo fechado com UE e FMI que prevê confisco de correntistas para salvar bancos, Chipre prorroga feriado bancário até 5ª feira

Em meio à nova turbulência na Europa diante do risco de Chipre abandonar o euro, os países do Brics, formado pelos emergentes Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, decidiram criar um fundo de reservas de US$ 100 bilhões, destinado a socorrer o grupo em caso de crises. Em paralelo, o Brasil fecha hoje, na abertura da cúpula do Brics, em Durban, acordo com a China para a criação de linha de crédito de US$ 30 bilhões voltada a fomentar o comércio entre os dois países. O ministro Mantega disse que os emergentes têm de buscar soluções sozinhos: "Os países avançados não estão crescendo, estão crescendo pouco. Temos de aproveitar melhor os nossos mercados." (Págs. 1, 35 e 36)
Fotolegenda: Medindo forças
Em Pernambuco ontem ao lado do governador Eduardo Campos (PSB), seu provável adversário em 2014, Dilma Rousseff disse que precisa de "parceiros comprometidos" com seu caminho. (Págs. 1 e 3)
Minha Casa Minha Vida: Construções são de má qualidade
A exemplo dos prédios com fissuras erguidos em Niterói para abrigar vítimas do deslizamento no Morro do Bumba, outras unidades do Minha Casa Minha Vida no Rio exibem problemas de má qualidade na construção. Moradores reclamam de alagamentos e da presença de rachaduras e infiltrações nas paredes. (Págs. 1 e 7)
Exame da Ordem: OAB reprova 90% dos candidatos
De 114 mil participantes do Exame da OAB deste ano, só 12 mil foram aprovados e poderão se tomar advogados. É o pior resultado desde que a prova passou a ser nacional, em 2010. O presidente da entidade culpa má qualidade das faculdades de direito. (Págs. 1 e 6)
Novos direitos: Lei da doméstica será votada hoje
Em segundo turno, o Senado vota hoje a lei das domésticas, que estenderá à categoria os direitos dos demais trabalhadores. Aprovada, entra em vigor de imediato a imediato a jornada de 44 horas semanais, além da hora extra. (Págs. 1 e 37)
Damasco sob fogo: Bombas chegam perto de Assad
Uma chuva de morteiros atingiu a Praça Umayyad, que abriga as sedes do partido do governo, da TV estatal, da inteligência da Aeronáutica e o Teatro de Ópera. A praça fica a 1 quilômetro do palácio do presidente sírio. (Págs. 1 e 42)
Boris Berezovsky: Magnata pode ter se enforcado
A polícia londrina disse que a necropsia no corpo de Boris Berezovsky indicou sinais compatíveis com morte por enforcamento, e que não havia indícios de luta. O magnata era um dos principais críticos do presidente Putin. (Págs. 1 e 43)
Maracanã avança. Mas a seleção...
Time de Felipão empata em 1 a 1 com a Rússia

A menos de três meses da Copa das Confederações, o Maracanã, com 92% das obras concluídas, já tem área vip, 100% do gramado, 60% da cobertura e 30 mil das 78.639 cadeiras. Bem diferente da seleção brasileira, que ainda parece longe de estar pronta para a competição. Ontem, em Londres, graças a um gol de Fred no último minuto, o time de Luiz Felipe Scolari empatou em 1 a 1 com a Rússia. Foi a última vez que o técnico pôde testar jogadores que atuam na Europa antes da convocação para o torneio. Kaká teve atuação apagada e está ameaçado de ficar fora da lista. (Págs. 1 e Esportes)
Desafio nos morros
Os moradores de favelas consomem R$ 56 bilhões anuais. Só que ainda impera a falta de infraestrutura nas comunidades. (Págs. 1 e Revista Amanhã)
Novo núcleo de pesquisas
UFRJ inaugura laboratórios de estudo do pré-sal. (Págs. 1 e Ciência)
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O Estado de S. Paulo

Manchete: Ao lado de Campos, Dilma cobra ‘aliado comprometido’
Ela disse que é preciso ‘coalização ampla’ para dirigir o País; governador destacou ‘tratamento republicano’

Em viagem a Pernambuco, ontem, a presidente Dilma Rousseff mandou recados ao governador Eduardo Campos (PSB), aliado histórico que ensaia possível candidatura à Presidência em 2014. Em discurso de inauguração da primeira etapa da adutora de Pajeú, em Serra Talhada, ela cobrou comprometimento dos parceiros e afirmou que é impossível governar sem coalizão ampla. “Nenhuma força política sozinha é capaz de fazer esse caminho (dirigir o País). Precisamos de parceiros e que eles sejam comprometidos com esse caminho.” A presidente disse que os Estados dependem de verba da União. Em clima de campanha, anunciou a liberação de R$ 3,1 bilhões para Pernambuco, citou Lula 11 vezes e desceu do palanque para falar com o público. Campos usou parte do discurso para afirmar que o governo federal deve manter tratamento “republicano” aos adversários, e destacou avanços de governos anteriores a Lula e Dilma. (Págs. 1 e Nacional A4)
Aécio cobra Alckmin
Pré-candidato à Presidência, Aécio Neves (PSDB-MG) cobrou ontem o apoio do governador Geraldo Alckmin e afirmou que "chegou o momento de o PSDB se reestruturar" (Págs. 1 e A5)
Homicídio sobe 14% na capital; governo fala em bônus anticrime
Os homicídios cresceram 14% (89 casos) na capital e 13% (371 ocorrências) no Estado em fevereiro, em comparação com o mesmo período de 2012. Trata-se do sétimo mês consecutivo de alta, de acordo com dados da violência divulgados pela Secretaria da Segurança. Os latrocínios mais do que dobraram na capital, de 7 para 15 casos, aumento de 114%. Furtos de carro, roubo de carga, a banco e de carros caíram. O governo estuda pagar bônus aos policiais das áreas que reduzirem a criminalidade. Mais um prédio foi alvo de arrastão nos Jardins, anteontem, o segundo caso em menos de 24 horas. (Págs. 1 e Cidades C1 e C3)
Ressalva de auditor dificulta ação do BNDES
Ressalva incluída no balanço de 2012 por auditores vai dificultar a captação de recursos do BNDES com investidores internacionais. A ressalva foi feita porque uma decisão do Conselho Monetário Nacional permitiu inflar o lucro do banco e garantir o cumprimento da meta fiscal do governo. (Págs. 1 e Economia B1)
Senado deve dar mais direitos a domésticas hoje
O Senado deve aprovar hoje legislação que dá novos direitos trabalhistas aos empregados domésticos. A proposta estabelece 17 novas regras, como jornada de trabalho de 8 horas diárias e 44 semanais e pagamento de horas extras. (Págs. 1 e Economia B9)
TRF manda ex-juiz Nicolau voltar à prisão (Págs. 1 e Nacional A7)

Centro de Damasco vive dia de ataques (Págs. 1 e Internacional A10)

Ensino técnico tem déficit de 8 mil professores
Auditoria do Tribunal de Contas da União mostra que faltam quase 8 mil professores nos 442 institutos federais de educação técnica, ou 20% dos profissionais. A falta de docentes resulta em evasão escolar e baixos índices de conclusão. (Págs. 1 e Vida A13)
Frente contra Feliciano
Caetano Veloso, Wagner Moura, Preta Gil e Dira Paes participam de ato contra a permanência de Marco Feliciano (PSC-SP) na presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. (Págs. 1 e Nacional A8)
Dora Kramer: A canoa virou
Se havia alguma chance remota de PT e PMDB se juntarem em palanque único no Rio, esta hipótese ficou definitivamente afastada. (Págs. 1 e Nacional A6)
José Paulo Kupfer: Política do conta-gotas
Parece tomar corpo uma estratégia econômica para fazer Dilma navegar, até 2014, no mar turbulento da economia sem perda de popularidade. (Págs. 1 e Economia B4)
Notas & Informações: ‘Jilozinho da Esplanada’
O desdém dos partidos pela Secretaria de Assuntos Estratégicos é perfeitamente compreensível. (Págs. 1 e A3)
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Correio Braziliense

Manchete: Lei das domésticas vai abrir embate judicial
Quase 60 anos depois de o então ditador Getúlio Vargas criar a CLT, principal norma que rege as leis do trabalho, o Senado deve aprovar hoje proposta de emenda à Constituição (PEC) que amplia os direitos dos empregados domésticos. Apesar de todo o atraso histórico, os novos benefícios a que farão jus — como FGTS, recebimento de horas extras e adicional noturno — devem esbarrar em dificuldades práticas dentro de lares pelo país afora. E muitas delas, avaliam especialistas, resultarão em disputas na Justiça. Como fica a situação das domésticas que dormem no local de trabalho? O Correio apurou que técnicos da Secretaria de Políticas para as Mulheres, do governo federal, já trabalham na regulamentação de alguns tópicos da PEC. "Se não houver uma orientação clara, o que era para ser algo bom acabará acirrando o conflito entre as classes", teme o presidente do Instituto Doméstica Legal, Mario Avelino. (Págs. 1 e 7)
Taxa para concurso do Iceam.gov é ilegal 
Fato de o instituto ser uma empresa privada — e não pública, como pôs no primeiro edital — desautoriza a exigência de pagamento, diz especialista. (Págs. 1 e 8)
Servidor: Assédio pode virar motivo de demissão
Projeto em discussão no Senado estabelece: será demitido, por justa causa, o funcionário público que praticar assédio moral (sequência de intimidações, ofensas, humilhações) contra subordinados. (Págs. 1 e 20)
Dilma marca espaço, Aécio ganha apoio
Em Pernambuco, a presidente exige compromisso de aliados, enquanto o governador Eduardo Campos sinaliza o fim da aliança. Em São Paulo, o senador tucano recebe adesão de Geraldo Alckmin. (Págs 1, 2 e 3)
Mega-apreensão de ecstasy no DF
Homem de 43 anos é preso no Aeroporto JK com 45 mil comprimidos da droga. Ele vinha de Amsterdã e ia para Florianópolis. Segundo a polícia, a mercadoria vale R$ 2 milhões. (Págs. 1 e 23)
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Valor Econômico

Manchete: Liminares impõem perdas a bancos no consignado
Uma verdadeira indústria de liminares, que já se espalhou por pelo menos sete Estados, tem tornado viáveis calotes aplicados em bancos que oferecem crédito consignado. Os alvos principais são convênios de empréstimo entre bancos com órgãos pagadores do setor público, como Marinha, Aeronáutica, INSS, governos estaduais e prefeituras municipais.

A operação começa com uma ação judicial, apresentada com a suposta intenção de questionar os juros cobrados pelo banco ou a validade do próprio contrato. Alguns clientes alegam que nunca tomaram empréstimo, ou que não receberam do banco uma cópia dos documentos. Os advogados pedem liminar com duas determinações: suspender o desconto das parcelas da dívida na folha de pagamento e desbloquear a chamada “margem consignável” — percentual máximo do salário ou benefício, em geral de 30%, que pode ser destinado ao pagamento do empréstimo. (Págs. 1 e C1 e C12)

'Microações' atraem os investidores, mas há riscos
De 365 companhias listadas na Bovespa, as ações de 47 eram negociadas abaixo de um real no mês passado. Algumas que valem apenas centavos têm liquidez de fazer inveja a papéis de primeira linha. Em fevereiro, a ação ordinária da Vanguarda Agro (V-Agro) movimentou R$ 202 milhões. Fechou o mês com valorização de 6,8% e mesmo cotada a menos de R$ 0,50 faz parte do Índice Bovespa.

Casos como esse ilustram a grande atração que as ações muito baratas exercem sobre os investidores. E as razões são simples: o valor baixo dos ativos e a possibilidade de supostos ganhos colossais — afinal, em papéis que valem centavos, oscilações mínimas podem representar valorizações de até três dígitos. Variações de um centavo, porém, no sentido inverso, podem levar a cotação a quedas também abissais. (Págs. 1 e D1)
Lídio Carraro será o vinho da Copa de 2014
A pequena vinícola Lídio Carraro, de Bento Gonçalves (RS), levou a melhor na seleção realizada pela Fifa e vai fornecer com exclusividade os vinhos licenciados para a Copa de 2014. A escolha garante preferência a seus produtos nos eventos da competição e da Copa das Confederações, em junho deste ano. A Lídio Carraro disputou o contrato, válido até o fim de 2014, com grandes empresas como Concha y Toro, Miolo e Salton. A Lídio fornecerá um lote de 6 mil garrafas à Fifa e pagará royalties à entidade. (Págs. 1 e B6)
Família Klein discorda de acordo no Cade
A família Klein e o Grupo Pão de Açúcar, sócios na empresa Via Varejo, negociam um acordo para fazer avançar a aprovação do processo de fusão de Casas Bahia e Ponto Frio. A operação ainda precisa ser aprovada no Cade e depende de um entendimento - que anda difícil - entre os acionistas.

O Valor apurou que os Klein decidiram não assinar a minuta de proposta que será apresentada ao Cade. Os sócios deixaram isso claro em reunião do conselho da Via Varejo, na semana passada. Ontem à tarde, Enéas Pestana, presidente do Grupo Pão de Açúcar, e Michael Klein, presidente do conselho de administração da Via Varejo (criada com a união das duas redes), se reuniram em Brasília, na sede do Cade, para tratar do assunto. Klein disse que não aceita um dos pontos da proposta, que prevê a manutenção de todas as lojas da rede Extra em detrimento da Via Varejo (Casas Bahia e Ponto Frio), que pode ter 60 unidades fechadas. (Págs. 1 e B1)
BR-163, uma 'revolução' adiada durante 30 anos
A situação caótica que tomou conta dos portos de Santos e Paranaguá não pode ser compreendida apenas a partir das limitações dos maiores terminais das regiões Sudeste e Sul do país. Boa parte da explicação para as filas quilométricas que hoje expõem a precariedade da logística nacional passou pelo retrovisor dos milhares de caminhões aglomerados nesses portos. A BR-163, também conhecida como rodovia Cuiabá-Santarém, poderia revolucionar o escoamento de cargas do país ao deslocar grande parte da safra de grãos do Mato Grosso para a região Norte do Brasil. A conclusão dessa estrada, no entanto, é uma promessa que está completando 30 anos. E que nunca se cumpriu.

Durante uma semana, o Valor percorreu 1.500 km da BR-163, do coração da produção de grãos do Mato Grosso, em Lucas do Rio Verde, até o porto de Santarém, no Pará. Conforme se avança pela floresta amazônica, ficam mais claras as razões que levaram milhares de caminhoneiros a se atulhar no Sul e Sudeste. Quem hoje se arrisca nesse caminho do Norte tem de estar disposto a encarar quase 600 km de estrada de terra, atoleiros, deslizamentos e falta de sinalização. Há quem pague esse preço. (Págs. 1 e A16)

Alta Renda/Caderno especial
Queda dos juros para mínimas históricas no país está provocando uma profunda mudança nos serviços de gestão de fortunas. “Estamos num processo de reeducação financeira que começa nos próprios bancos", diz João Albino Winkelmann, do Bradesco. (Págs. 1 e Caderno Especial)
Construção/Caderno especial
Antes caracterizado pelo uso intensivo de mão de obra com baixa qualificação e pelos altos índices de desperdício, o setor de construção civil brasileiro se moderniza e registra aumento de produtividade de 20% em menos de uma década. (Págs. 1 e Caderno Especial)

Crise não afasta investimento direto
No ano passado, o Brasil foi o destino de quase 5% de todo o investimento estrangeiro direto no mundo, com aporte de US$ 65 bilhões. O montante, porém, foi inferior ao recorde de US$ 67 bilhões de 2011. (Págs.1 e A4)
Cuba tenta atrair empresas
Em meio ao processo de abertura econômica, o governo cubano busca atrair empresas estrangeiras para produzir no país, como a brasileira TendTudo, varejista do segmento de “home center” que inaugura loja na ilha neste mês. (Págs. 1 e B8)
Aposentadoria não exclui indenização
Para o Tribunal Superior do Trabalho, aposentadoria por invalidez não desobriga a empresa de pagar pensão vitalícia a ex-funcionário que desenvolveu doença ou sofreu acidente por culpa do empregador. (Págs. 1 e E1)
Ideias
Delfim Netto

Ao sugerir cautela antes de aumentar os juros, o BC mostra estar mais afinado com o mundo real do que os seus críticos. (Págs. 1 e A2)

Robson Braga de Andrade

O comércio exterior brasileiro dobrou nos últimos dez anos, mas os nossos portos continuam os mesmos. (Págs. 1 e A14)
Reino Unido quer apertar o cerco aos imigrantes (Págs. 1 e A12)

China aprimora sua indústria de alto valor agregado (Págs. 1 e B12)

Concessões podem atrair mais de R$ 200 bi (Págs. 1 e Valor Setorial/ Logística)

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