A proposta deste blogue é incentivar boas discussões sobre o mundo econômico em todos os seus aspectos: econômicos, políticos, sociais, demográficos, ambientais (Acesse Comentários). Nele inserimos as colunas "XÔ ESTRESSE" ; "Editorial" e "A Hora do Ângelus"; um espaço ecumênico de reflexão. (... postagens aos sábados e domingos quando possíveis). As postagens aqui, são desprovidas de quaisquer ideologia, crença ou preconceito por parte do administrador deste blogue.
PENSAR "GRANDE":
[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.
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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).
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terça-feira, abril 17, 2012
MENSALÃO/CACHOEIRA [In:] ''TORREs DE PIZZAs''
A falência múltipla dos órgãos públicos
Arnaldo Jabor - Arnaldo Jabor |
Autor(es): Arnaldo Jabor |
O Estado de S. Paulo - 17/04/2012 |
Os corruptos ajudam-nos a descobrir o País. Há sete anos, Roberto Jefferson nos abriu a cortina do mensalão. Agora, com a dupla personalidade de Demóstenes Torres, descortinamos rios e florestas e a imensa paisagem de Cachoeira. Jefferson teve uma importância ideológica.
Cachoeira é uma inovação sociológica. Cachoeira é uma aula magna de ciência política sobre o Sistema do País. Vamos aprender muito com essa crise. É um esplendoroso universo de fatos, de gestos, de caras, de palavras que eclodiram diante de nossos olhos nas últimas semanas. Meu Deus, que riqueza, que profusão de cores e ritmos em nossa consciência política! Que fartura de novidades da sordidez social, tão fecunda quanto a beleza de nossas matas, cachoeiras, várzeas e flores.
Roberto Jefferson denunciou os bolchevistas no poder, os corruptos que roubavam por "bons motivos", pelo "bem do povo", na base dos "fins que justificam os meios". E, assim, defenestrou a gangue de netinhos de Lenin que cercavam o Lula que, com sua imensa sorte, se livrou dos mandachuvas que o dominavam. Cachoeira é uma alegoria viva do patrimonialismo, a desgraça secular que devasta a história de nosso País. Sarney também seria "didático", mas nada gruda nele, em seu terno de "teflon"; no entanto, quem estudasse sua vida entenderia o retrato perfeito do atraso brasileiro dos últimos 50 anos.
Cachoeira é a verdade brasileira explícita, é o retrato do adultério permanente entre a coisa pública e privada, aperfeiçoado nos últimos dez anos, graças à maior invenção de Lula: a "ingovernabilidade".
Cachoeira é um acidente que rompeu a lisa aparência da "normalidade" oficial do País. Sempre soubemos que os negócios entre governo e iniciativa privada vêm envenenados pelas eternas malandragens: invenção de despesas inúteis (como as lanchas do Ministério da Pesca), superfaturamento de compras, divisão de propinas, enfrentamento descarado de flagrantes, porque perder a dignidade vale a pena, se a grana for boa, cabeça erguida negando tudo, uns meses de humilhações ignoradas pelo cinismo e pela confiança de que a Justiça cega, surda e muda vai salvá-los. De resto, com a grana na "cumbuca", as feridas cicatrizam logo.
O governo do PT desmoralizou o escândalo e Cachoeira é o monumento que Lula esculpiu. Lula inventou a ingovernabilidade em seu proveito pessoal. Não foi nem por estratégia política por um fim "maior" - foi só para ele.
Achávamos a corrupção uma exceção, um pecado, mas hoje vemos que o PT transformou a corrupção em uma forma de governo, em um instrumento de trabalho. A corrupção pública e a privada é muito mais grave e lesiva que o tráfico de drogas.
Lula teve a esperteza de usar nossa anomalia secular em projeto de governo. Essa foi a realização mais profunda do governo Lula: o escancaramento didático do patrimonialismo burguês e o desenho de um novo e "peronista" patrimonialismo de Estado.
Quando o paladino da moralidade Demóstenes ficou nu, foi uma mão na roda para dezenas de ladrões que moram no Congresso: "Se ele também rouba, vamos usá-lo como um Omo, um sabão em pó para nos lavar, vamos nos esconder atrás dele, vamos expor nosso escândalo por seu comportamento e, assim, seremos esquecidos!"
Os maiores assaltantes se horrorizaram, com boquinha de nojo e olhos em alvo: "Meu Deus... como ele pôde fazer isso?..."
Usam-no como um oportuno bode expiatório, mas ele é mais um "boi de piranha" tardio, que vai na frente para a boiada se lavar atrás.
Demóstenes foi uma isca. O PT inventou a isca e foi o primeiro a mordê-la. "Otimo!" - berrou o famoso estalinista Rui Falcão - "Agora vamos revelar a farsa do mensalão!" - no mesmo tom em que o assassino iraniano disse que não houve holocausto. "Não houve o mensalão; foi a mídia que inventou, porque está comprada pela oposição!" Os neototalitários não desistem da repressão à imprensa democrática...
E foi o Lula que estimulou a CPI, mesmo prejudicando o governo de Dilma, que ele usa como faxineira também das performances midiáticas que cometeu em seu governo. Dilma está aborrecida. Ela não concorda que as investigações possam servir para que o Partido se vingue dos meios de comunicação e não quer paralisar o Congresso. Mas Lula não liga. "Ela que se vire..." - ele pensa em seu egoísmo, secretamente, até querendo que ela se dane, para ele voltar em 14. Agora, todo mundo está com medo, além da presidente. O PT está receoso - talvez vagamente arrependido. Pode voltar tudo: aloprados, caixas 2 falsas, a volta de Jefferson, Celso Daniel, tantas coisinhas miúdas... A CPI é um poço sem fundo. O PMDB, liderado pelo comandante do atraso Sarney, também está com medo. A velha raposa foi contra, pois sabe que merda não tem bússola e pode espirrar neles. Vejam o pânico de presidir o Conselho de Ética, conselho que tem membros com graves problema na Justiça. Se bem que é maravilhoso o povo saber que Renan, Juca, Humberto Alves, Gim Argello, Collor serão os "catões", os puros defensores da decência... Não é sublime tudo isso? Nunca antes, em nossa história, alianças tão espúrias tiveram o condão de nos ensinar tanto sobre o Brasil. A cada dia nos tornamos mais sábios, mais cultos sobre essa grande chácara de oligarquias. E eu estou otimista. Acho que tudo que ocorre vai nos ensinar muito. Há qualquer coisa de novo nessa imundície. O mundo atual demanda um pouco mais de decência política. Cachoeira, Jefferson, Durval Barbosa nos ensinam muito. Estamos progredindo, pois aparece mais a secular engrenagem latrinária que funciona abaixo dos esgotos da pátria. A verdade está nos intestinos da política.
Mas, o País é tão frágil, tão dependente de acasos, que vivemos com o suspense do julgamento do mensalão pelo STF.
Se o ministro Ricardo Lewandowski não terminar sua lenta leitura do processo, nada acontecerá e a Justiça estará desmoralizada para sempre.
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CÚPULA DAS AMÉRICAS/BRASIL [In:] POR QUEM OS SINOS DOBRAM (?)
Visão do Correio :: Inclusão de Cuba se impõe
Correio Braziliense - 17/04/2012 |
A 6ª Cúpula das Américas teve encerramento melancólico. Desde 1994, o encontro reúne os presidentes de 30 países do continente. O pomo da discórdia foi Cuba. Excluída do sistema interamericano desde 31 de janeiro de 1962, a ilha dividiu os presentes em dois grupos. De um lado, os defensores da participação de Havana nas próximas reuniões. De outro, os opositores.
A incapacidade de chegar a consenso conduziu a impasse. Resultado: depois de dois dias de debates em Cartagena, o fórum terminou esvaziado, sem declaração final. Os Estados Unidos protagonizaram o bloco dos excludentes. Barack Obama disse que só dará as boas-vindas a uma Cuba livre. Até o momento, segundo ele, Havana não se moveu rumo à democracia.
Bolívia, Argentina, Chile e Venezuela formaram o outro bloco, que reflete consenso latino-americano. O presidente equatoriano boicotou o evento. Rafael Correa afirmou que só compareceria se Cuba fosse convidada. Cristina Kirchner, indignada por o conflito das Malvinas não merecer referência na fala do anfitrião, Manuel Santos, retirou-se antes do encerramento da cúpula.
Dilma Rousseff engrossou o coro dos vizinhos latino-americanos. Na reunião fechada dos líderes presentes, defendeu a readmissão da ilha, que estava vivendo momento muito delicado. Por estar em período de transição, precisava da solidariedade continental. Obama manteve-se intransigente. Em ano eleitoral, não surpreende a posição do presidente americano. Ele teme perder o voto dos imigrantes cubanos, que tem peso considerável na corrida para a Casa Branca.
Talvez nem Barack Obama ignore o realismo das palavras da mandatária brasileira. Se o mundo quer uma Cuba democrática, precisa incluí-la no sistema. Havana, depois do fim da União Soviética, perdeu o apoio que a ajudava a manter as instituições e a satisfazer as necessidades básicas da população. O bloqueio dificulta o intercâmbio comercial. Pressionados, os irmãos Castro têm dado passos tímidos em direção à abertura econômica. Entre eles, o incentivo ao turismo, a aquisição de celulares e a permissão de compra e venda de casas e carros.
Falta, é verdade, liberalização política. O isolamento de meio século provou que a exclusão não é a receita para a recondução do país ao regime de franquias democráticas. Foi pelo envolvimento, não pela marginalização, que o Muro de Berlim caiu, há duas décadas. Abrir fronteiras, explorar toda brecha para que a informação e as ideias circulem — esse o caminho mais breve para minar o autoritarismo pelos alicerces.
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MENSALÃO/PT-CACHOEIRA/DEM [In:] P´RÁ TUDO ACABAR EM ''PAELLA''
A verdadeira operação abafa
O Estado de S. Paulo - 17/04/2012 |
A tática dos lulopetistas de acusar os adversários políticos de praticar as malfeitorias que eles próprios cometem é sobejamente conhecida, mas chega a ser desconcertante o caradurismo da operação abafa que suas lideranças estão tentando instaurar diante da iminência do julgamento do processo do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Temerosa de que a Suprema Corte venha a confirmar a existência do maior escândalo de corrupção da história da República, a cúpula petista tenta por todos os meios - inclusive a pressão sobre os ministros do STF - desqualificar as acusações que pesam sobre os 38 réus do processo e, por meio das mais deslavadas chicanas, provocar a postergação do julgamento para 2013. Com isso estariam os petistas, no mínimo, se poupando de maior desgaste político em ano eleitoral e permitindo a prescrição de muitas das denúncias.
A operação abafa lulopetista se desenvolve em dois planos: o político, com a tentativa de desqualificar perante a opinião pública as acusações que pesam sobre os mensaleiros, sob o argumento cínico de que eles fizeram o que "todo mundo faz"; e o jurídico, técnico, no qual procuram demonstrar tanto a existência de vícios processuais que precisam ser corrigidos quanto a inexistência de provas suficientes contra réus como o notório José Dirceu.
Para demonstrar o que todo mundo sabe - que corruptos existem em todo canto - os petistas assumiram até mesmo o risco de apoiar a CPI do Cachoeira, que está sendo constituída para investigar o envolvimento do contraventor goiano Carlinhos Cachoeira com governantes e políticos. Pretendem, é claro, atingir o governador tucano de Goiás, Marconi Perillo, e fazer barulho em torno do envolvimento do senador oposicionista Demóstenes Torres com os negócios do bicheiro. E não se pejam de alegar que os principais veículos de comunicação do País estão envolvidos - ora vejam - numa operação abafa destinada a acobertar os malfeitos do desmoralizado senador goiano.
A direção do partido foi muito longe, muito depressa. Tanto que a presidente Dilma Rousseff, na sexta-feira, queixou-se da precipitação e dos termos da nota oficial do PT e chegou a pedir a Lula que não jogue mais lenha na fogueira. Como se sabe, Lula não vê a hora de destruir politicamente o seu desafeto Marconi Perillo. Dilma, no entanto, se preocupa com os respingos de lama que a CPI certamente jogará no governo que preside.
Os petistas apressados tentam confundir delitos diferentes cometidos por gente da mesma espécie. O caso Demóstenes é uma coisa - e os culpados precisam ser punidos -, enquanto o mensalão é outra coisa - e os culpados precisam ser igualmente punidos. Os dois casos têm origem na mesma cultura que leva à apropriação indébita dos bens públicos e à desmoralização das instituições. Mas são delitos que precisam ser examinados e julgados, cada um a seu turno.
No que diz respeito ao STF, os petistas confiam, sempre movidos por seu enraizado sentimento de patota, no fato de que a maioria dos atuais ministros foi nomeada por Lula e Dilma. É uma expectativa que não honra a tradição de absoluta isenção partidária com que os juízes da Suprema Corte historicamente se comportam no desempenho de suas altas responsabilidades. Mas, a julgar pelo que circula na área do partido do governo, o próprio Lula estaria empenhado em fazer pressão sobre os ministros, já que é o maior interessado em evitar que a existência do maior escândalo de corrupção de seu governo seja confirmada pela Suprema Corte.
De qualquer modo, se já não bastassem os reiterados exemplos de rigor lógico e técnico em seus julgamentos - como destacamos recentemente em editorial sobre a decisão de que não constitui crime o aborto de fetos anencéfalos -, tudo indica que o STF está convencido de que é mais do que chegada a hora de se pronunciar sobre o escândalo do mensalão, conforme revelou o ministro Carlos Ayres Britto, que na próxima quinta-feira assume a presidência do STF. "É preciso julgar com brevidade, porque há o risco de prescrição", disse ele. Para tanto, o processo precisa ser julgado até o dia 6 de julho, para evitar que a decisão final da Corte só venha a ser proferida no próximo ano.
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COMISSÃO DE ÉTICA/IDELI SALVATTI [In:] ''AVA-LANCHAS''
Comissão de Ética analisa caso de Ideli
Comissão de Ética vai analisar conduta de Ideli |
Autor(es): agência o globo:Luiza Damé |
O Globo - 17/04/2012 |
Órgão decidirá se abrirá procedimento sobre superfaturamento de lanchas; Pimentel terá de dar novas explicações
BRASÍLIA. A Comissão de Ética Pública da Presidência abriu ontem procedimento preliminar para analisar a conduta da ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, no episódio que envolve a polêmica compra de 28 lanchas pelo Ministério da Pesca, já contestadas pelo Tribunal de Contas União (TCU). A decisão da comissão provocou uma reação da assessoria da ministra, que procurou os integrantes da comissão para esclarecer a medida tomada pelo colegiado. O advogado de Ideli, Marcos Joaquim Alves, telefonou para o presidente do colegiado, Sepúlveda Pertence, protestando contra termos usados pela imprensa.
- Ele (advogado de Ideli) protestou, eu ouvi, contra a expressão "acolheu a representação". Não nego que o advogado protestou. Achava desnecessário, mas não vejo nada de extraordinário - disse Sepúlveda, ao responder que a pressão de Ideli foi maior que em outros casos.
Divulgada a decisão da comissão de receber a representação do PSDB contra a ministra, a assessoria de imprensa de Ideli procurou os jornalistas para contestar expressões como "acolheu representação" e "abriu investigação". O advogado da ministra passou a tarde conversando com os conselheiros.
- Aplicamos a prerrogativa do advogado de se comunicar com o juiz. Não pretendemos ser juiz, mas fazemos as vezes de juiz, sem marcar audiência - justificou Sepúlveda.
Em março, o Tribunal de Contas da União (TCU) constatou irregularidades na compra de 28 lanchas pelo Ministério da Pesca, ao custo de R$ 31,1 milhões, para fiscalizar o litoral e impedir a pesca ilegal. A empresa Intech Boating, fabricante das lanchas, contribuiu para a campanha do PT, em Santa Catarina, nas eleições de 2010, quando Ideli concorreu ao governo do estado.
A compra das lanchas foi feita de dezembro de 2008 a março de 2011. Ideli foi ministra da Pesca entre janeiro e junho do ano passado. Entre as irregularidades apontadas pelo TCU está o superfaturamento de R$ 1 milhão.
- Com relação à ministra Ideli, está em fase preliminar. Ela apresentou esclarecimentos voluntariamente, e o relator deverá (apresentar seu voto) para ver se abrimos procedimento ético - disse Sepúlveda após a primeira parte da reunião.
O assunto deverá entrar na pauta da próxima reunião da comissão, em 14 de maio. O relator disse que não se sentiu pressionado pelo advogado da ministra.
- Fui juiz 15 anos e nunca fui pressionado. Se fui, não teve o menor efeito - disse Lacombe.
A assessoria de Ideli divulgou ontem certidão assinada pelo presidente do TCU, Benjamin Zymler, atestando que o nome da ministra não aparece "como responsável em nenhum processo de fiscalização" do tribunal. Segundo a assessoria, essas investigações embasam a representação do PSDB à Comissão de Ética. Em nota, a assessoria destaca que "a ministra entregou sua defesa prévia" à comissão.
Conselheiro Fábio Coutinho quer mais dados de Pimentel
Na mesma reunião da Comissão de Ética, o conselheiro Fábio Coutinho anunciou que pedirá mais informações ao ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, sobre consultorias que lhe renderam R$ 2 milhões antes de integrar o governo Dilma Rousseff. Segundo Sepúlveda, Pimentel apresentou, dentro do prazo de dez dias, esclarecimentos pedidos pela comissão sobre o seu trabalho como consultor, mas o relator pediu outras informações.
Em dezembro do ano passado, com base em reportagens do GLOBO, o PSDB entrou com representação da Comissão de Ética, pedindo apuração das consultorias feitas por Pimentel entre sua saída da prefeitura de Belo Horizonte e a posse no ministério. Nesse período, ele faturou R$ 2 milhões, metade paga pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), por consultoria na elaboração de projetos na área tributária e palestras nas regionais da entidade. As palestras não ocorreram.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior disse, em nota, que Pimentel enviou dentro do prazo previsto "os esclarecimentos relativos aos serviços prestados como economista entre 2009 e 2010 - período em que não exercia qualquer função pública". Informa ainda que o ministro vai responder à solicitação enviada ontem pela comissão.
A comissão, segundo Sepúlveda, não chegou a analisar o caso do subchefe de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais, Olavo Noleto, que admitiu ter "relações políticas" com Wladimir Garcez, o segundo no esquema do bicheiro Carlinhos Cachoeira:
- Desse assunto aquático, só entrou o Ministério da Pesca.
A comissão aplicou censura ao ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antônio Pagot, pela declaração de que não cumpriria a quarentena ao deixar o governo, embora depois tenha dito à comissão que estava pronto a cumprir a regra. Foi arquivado o procedimento em relação à ministra da Cultura, Ana de Hollanda, que recebeu oito camisetas do Império Serrano.
- O procedimento foi arquivado por não se encontrar falta ética - disse Sepúlveda.
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ARGENTINA/CRISTINA KIRCHNER [In:] EXPROPRIAÇÃO JÁ !
ARGENTINA ESTATIZA PETROLÍFERA E ESPANHA AMEAÇA RETALIAR
ARGENTINA DESAFIA ESPANHA E NACIONALIZA A YPF, MAIOR EMPRESA PETROLÍFERA DO PAÍS |
Autor(es): ARIEL PALACIOS |
O Estado de S. Paulo - 17/04/2012 |
Cristina Kirchner diz que decisão visa a "recuperar soberania"; governo espanhol fala em adotar ação "contundente"
A presidente argentina, Cristina Kirchner, apresentou ontem ao Congresso um projeto de lei para expropriar 51% das ações da petrolífera YPF, que desde 1999 pertence à espanhola Repsol, informa o correspondente Ariel Palácios. Cristina afirmou que o objetivo é "recuperar a soberania petrolífera" da Argentina e escolheu a Petrobras, na qual o Estado tem 51% de participação, como exemplo. Segundo ela, 26,01% das ações da YPF, líder no mercado argentino, ficarão com o Estado e os 24,99% restantes serão distribuídos entre as províncias produtoras de hidrocarbonetos. A Argentina é o quarto país sul-americano a nacionalizar uma empresa de petróleo. A Espanha reagiu duramente contra a decisão, qualificada de "arbitrária e agressiva", e avisou que tomará medidas "claras e contundentes" nos próximos dias.
A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, anunciou ontem o envio de projeto de lei ao Congresso para expropriar 51% das ações da petrolífera YPF, que desde 1999 pertence à espanhola Repsol. O discurso foi interrompido várias vezes por ovações da plateia, entoando cantos do Partido Justicialista (Peronista).
Ao redor do meio-dia, minutos antes do discurso de Cristina, representantes do governo Kirchner entraram na YPF no centro de Buenos Aires e convidaram os executivos da Repsol a abandonar o edifício. Às 14 horas, meia hora após o final do discurso presidencial, o ministro de Planejamento Federal e Obras Públicas, Julio De Vido, entrava na sede da YPF para assumir como interventor.
De acordo com Cristina, o Estado argentino ficará com 26,01% do total das ações da YPF, enquanto os 24,99% restantes serão distribuídos entre as províncias da organização Federal dos Estados Produtores de Hidrocarbonetos. A YPF é líder do mercado argentino e a Petrobrás é a terceira maior do país no setor, com participação estimada em 6%.
Em tom épico, com a imagem de Evita Perón atrás do palco, Cristina - em rede nacional de rádio e TV - anunciou "a recuperação" da "soberania petrolífera". "Talvez este seja o único país no mundo que havia perdido toda sua soberania de combustíveis", exclamou. Para reverter a situação, afirmou, o projeto declara de "interesse público e nacional" o "autoabastecimento de hidrocarbonetos", além da "exploração, industrialização, transporte e comercialização".
A declaração de "interesse público" permite que o governo determine metas de produção, investimento e abastecimento de todas petrolíferas instaladas no país. O projeto prevê que o preço das ações da YPF - que caíram quase 15% nos últimos 30 dias - será determinado pelo Tribunal de Contas da Nação.
O governo alegava que a produção de petróleo estava caindo nos últimos anos e acusou a Repsol de não investir no país por intermédio da YPF. Em Madri, a empresa espanhola retrucou, afirmando que pretendia investir US$ 3,4 bilhões este ano.
Poucas horas antes do anúncio de Cristina, o ministro da Economia da Espanha, Luis de Guindos, alertou em Madri sobre a iminente expropriação da YPF: "A Argentina está à deriva populista." A aprovação do projeto é considerada fato consumado, já que o governo tem maioria no Senado e na Câmara.
As ações da Petrobrás Argentina caíram ontem 0,77% na Bolsa de Valores de Buenos Aires. Assim como ocorria com a Repsol, a Petrobrás brasileira tem sofrido pressões do governo para investir mais. No início de abril, perdeu a concessão de uma área na Província de Neuquén, no sudoeste do país. A estatal brasileira não quis comentar ontem a expropriação das ações da YPF.
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''QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?''
SINOPSES - RESUMO DOS JORNAIS
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O governo da presidente Cristina Kirchner decretou intervenção na petrolífera espanhola Repsol-YPF e enviou um projeto de lei ao Congresso que prevê a expropriação de 51% da participação acionária dos espanhóis. A decisão da Casa Rosada, que tem maioria folgada no Parlamento, abriu uma crise com a Espanha, cujo chanceler, José Manuel Garcia-Margallo, prometeu "drásticas medidas" em resposta a "uma ação arbitrária". A Repsol, acusada por Cristina de não investir na produção de petróleo e gás no país, considerou "ilícita" a expropriação e vai recorrer à Justiça. A reestatização da YPF, privatizada nos anos 90 por Carlos Menem, foi criticada pelos EUA e pela União Europeia. (Págs. 1 e 17)
Míriam Leitão
O problema não é ter controle estatal. O problema é usar a força do Estado para ferir direitos e rasgar contratos. (Págs. 1 e 18)
Foto-legenda: Cristina: "Só lamento que ele (Néstor, seu marido e antecessor) não esteja me olhando, porque sempre sonhou em recuperar a YPF".
A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, apresentou um projeto de lei para expropriar os 51% da petroleira YPF pertencentes à espanhola Repsol e, simultaneamente, tomou por decreto o controle da empresa. O projeto vai para o Congresso, no qual Cristina tem maioria. Ela disse não se tratar de estatização, mas de "recuperação da soberania", e acusou a Repsol de não investir o suficiente.
Os representantes espanhóis foram expulsos da empresa, e o pagamento a companhia não foi definido. As ações da YPF despencaram 10,34% em Nova York. (Págs. 1 e Mundo A12)
Análise
Expropriação pode resultar em amplo conflito internacional, escreve Jorge Castro. (Págs. 1 e A13)
Sem fazer defesa clara da candidatura brasileira, ela admitiu a necessidade de reforma no Conselho de Segurança da ONU. (Págs. 1 e Mundo A14)
Antes do resultado, Guido Mantega disse que o Brasil apoiaria a nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala. (Págs. 1 e Mundo A14)
Por erro, contribuintes que prestaram contas ontem (data-limite) foram multados e terão as punições canceladas. (Págs. 1 e Mercado B1)
O dinheiro veio de uma firma criada só para receber verba da empreiteira Delta, que tem contratos milionários com órgãos públicos. (Págs. 1 e Poder A4 e A6)
A presidente argentina, Cristina Kirchner, apresentou ontem ao Congresso um projeto de lei para expropriar 51% das ações da petrolífera YPF, que desde 1999 pertence à espanhola Repsol, informa o correspondente Ariel Palácios. Cristina afirmou que o objetivo é "recuperar a soberania petrolífera" da Argentina e escolheu a Petrobras, na qual o Estado tem 51% de participação, como exemplo. Segundo ela, 26,01% das ações da YPF, líder no mercado argentino, ficarão com o Estado e os 24,99% restantes serão distribuídos entre as províncias produtoras de hidrocarbonetos. A Argentina é o quarto país sul-americano a nacionalizar uma empresa de petróleo. A Espanha reagiu duramente contra a decisão, qualificada de "arbitrária e agressiva", e avisou que tomará medidas “claras e contundentes" nos próximos dias. (Págs. 1 e Economia B1 e B3)
Análise: Celso Ming
À la Chávez
Cristina Kirchner lembrou ontem o governo populista do venezuelano Hugo Chávez. Um dos desdobramentos da decisão tomada pela presidente argentina é o seu potencial gerador de crise diplomática. (Págs. 1 e Economia B2)
Foto-legenda: Populismo. Cristina exibe amostra de petróleo extraído na Argentina.
‘R$ 30 milhões para políticos’
"Se eu botar 30 milhões na mão de políticos, sou convidado para coisa pra c... '" diz Fernando Cavendish, da construtora Delta, em áudio. (Págs. 1 e Nacional A4)
Com os líderes europeus reforçando suas políticas falidas, é cada vez mais difícil crer que algo os fará mudar de curso. (Págs. 1 e Economia B10)
Cachoeira é a verdade brasileira explícita, é o retrato do adultério permanente entre a coisa pública e privada. (Págs. 1 e Caderno 2/ D10)
O que está em jogo é a concorrência - melhor dizendo, a falta dela - no mercado bancário. É isso o que determina os odiados spreads. (Págs. 1 e Economia B5)
Os petistas apressados tentam confundir delitos diferentes cometidos por gente da mesma espécie. (Págs. 1 e A3)
Outro incentivo que a União pretende negociar em favor das aéreas, com governos estaduais, é a redução do ICMS sobre o querosene de aviação. As alíquotas variam hoje de 12% (Rio de Janeiro) a 25% (São Paulo). O abastecimento das aeronaves representa R$ 32 de cada R$ 100 em gastos operacionais das empresas. (Págs. 1 e B9)
(Págs. 1 e A8)
O governo não perdeu tempo para afirmar seu controle. Uma fonte a par da situação disse que executivos espanhóis foram impedidos de entrar na sede da YPF, em Buenos Aires. Depois do discurso de Cristina, o governo publicou decreto de emergência anunciando uma "intervenção" nas operações da companhia, que ficará sob a autoridade do ministro do Planejamento, Julio de Vido. (Págs. 1 e A13)
O Brasil não está só. Em 2011, os chineses compraram 2,1 milhões de SUVs, o que representou aumento de 25,3% em relação ao ano anterior. Somente o CRV da Honda, campeão do segmento no mercado chinês, foi para a garagem de 160 mil consumidores. (Págs. 1 e D8)
Sistema tributário desastrado, descuido da política comercial externa e protecionismo estão matando a indústria do solúvel. (Págs. 1 e A2)
Não há CPI que não acabe contra o governo. No mínimo, abre oportunidade de criar dificuldades para vender facilidades. (Págs. 1 e A10)