PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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quinta-feira, agosto 29, 2013

SÍRIA, PETRÓLEO, PETROBRAS

29/08/2013
Economia mundial é atingida em ataque à Síria



A perspectiva de um iminente ataque militar à Síria já fez vítimas no mercado mundial. O preço do petróleo, que já vinha em alta de 15% nos últimos três meses por conta da situação em Egito e Síria, saiu de US$ 107 o barril para US$ 112 ontem. Uma ação militar no Oriente Médio poderia ter impacto diferente nas diversas regiões. A economia dos EUA, que se recupera lentamente, poderia ganhar algum impulso pelas encomendas à indústria de armamentos, mas nada que compense algum impacto negativo de fora. Já a Europa, que engatinha para sair do fundo do poço em que se meteu, poderá sofrer com o aumento do custo da energia.

Não são boas as perspectivas para os países emergentes, entre eles o Brasil, que já sentiam os efeitos da desaceleração da China - o importador universal - e da mudança do fluxo financeiro planetário. Durante a crise mundial, os emergentes receberam muito capital em fuga dos baixos rendimentos em EUA e Europa, por conta da política de afrouxamento monetário adotada. Com o anúncio, pelo Fed (BC americano), de que esse recurso para deprimir juros e facilitar a recuperação econômica tende a ser descontinuado a partir de setembro, muitos investidores começaram a "repatriar" seus recursos, em busca do aumento de ganhos nos mercados mais tradicionais. Outros buscam refúgios clássicos, como o ouro.

As ameaças aos emergentes com o provável ataque à Síria começam pelo aumento do custo da energia e passam pela turbulência nos mercados cambiais - as moedas se desvalorizam frente ao dólar, barateando as exportações, mas encarecendo as importações, que tendem a cair e também gerar inflação.

O Brasil é exemplo de emergente em apuros. Se não é tão atingido na área energética diante do aumento da produção nacional (a não ser o caixa da Petrobras, que compra combustível no mercado externo mais caro do que vende no país), sofre com o elevado custo Brasil (excesso de burocracia, legislação confusa e Estado paquidérmico, consumidor de recursos que deveriam ser aplicados em infraestrutura, Saúde, Educação) num momento de volatilidade dos fluxos de capitais.

Ação militar na Síria, para punir uma ditadura que mata com armas químicas, enviaria ondas de choque a uma região conturbada, com muito petróleo e interesses conflitantes dos diversos atores e alianças que se entrecruzam. Zbigniew Brzezinski, assessor de segurança nacional do presidente Jimmy Carter, aconselha, em artigo no "Financial Times", que é esta a hora de mobilizar a opinião pública mundial contra a guerra sectária na Síria; e de medidas abrangentes para evitar uma explosão no Oriente Médio.

Se a comunidade internacional concluir que não existe solução fora do ataque punitivo, pelo menos que ele seja o mais breve possível.

adicionada no sistema em: 29/08/2013 04:25

... E AQUELA GARGALHADA? A PROVA DOS NOVE!

29/08/2013
Fogo causa 9º apagão de Dilma


Uma queimada numa fazenda em Canto do Buriti, no Piauí, atingiu duas linhas de transmissão e derrubou a energia elétrica em todo o Nordeste por quase três horas ontem, no nono apagão do governo Dilma Rousseff. O baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas da região e a demora natural para ligar as usinas termelétricas fizeram aumentar a duração do blecaute. Segundo especialistas, a falta de investimentos e a opção do governo pelas térmicas mostram a fragilidade do sistema elétrico hoje. Há um ano, depois de anunciar mudanças no setor que ainda não surtiram efeito, Dilma disse que os brasileiros deveriam gargalhar se autoridades culpassem raios por apagões

É fogo!

Queimada no Piauí causa apagão no Nordeste. "Sistema é forte" e isso "lamentavelmente acontece", afirma ministro

Ramona Ordoñez


Caos urbano. Em Salvador, com os sinais de trânsito desligados, o apagão causou engarrafamentos quilométricos, mesmo após o religamento da energia

sem energia

Uma queimada em uma fazenda do Piauí derrubou ontem à tarde todo o sistema de transmissão de energia do Nordeste e causou o nono apagão do governo Dilma Rousseff. Os nove estados da região ficaram sem energia por períodos que variaram de 40 minutos a mais de quatro horas. De acordo com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, a queimada ocorreu na região do Canto do Buriti e atingiu uma linha de transmissão que passa pela fazenda Santa Clara, às 14h58m. O incidente retirou do sistema 10.900 megawatts (MW) do Nordeste.

- O sistema é bom, é forte e é igual aos melhores sistemas do mundo. Queimada provoca esse tipo de desligamento e lamentavelmente acontece. Isso já aconteceu outras vezes no Brasil e no mundo inteiro - disse Lobão, citando os Estados Unidos.

O ministro - que convocou uma para hoje uma reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) - explicou que a carga de energia chegou a ser recomposta de imediato, mas uma nova incidência fez com que se perdesse toda a carga do sistema do Nordeste. Segundo ele, 40 minutos depois, a ligação da energia foi reiniciada em todas as capitais. E, por volta das 19h, apenas algumas cidades do interior ainda estavam sem energia.

Aécio culpa governo

O presidente do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chip, explicou que a queimada provocou um curto na linha de transmissão e seu consequente desligamento. Inicialmente, foi na linha de transmissão de 500 quilovolts (kV) de São João do Piauí a Ribeiro Gonçalves, da empresa Ienne, controlada pela espanhola Isolux. Às 15h04m, esse circuito foi religado, mas novas queimadas repetiram o problema às 15h06m. Às 15h08m foi desligada a segunda linha de São João do Piauí a Ribeiro Gonçalves, esta de propriedade da Taesa, empresa da Cemig. A partir de então, segundo Chipp, se configurou a "contingência dupla".

- Duas linhas saíram num primeiro momento e, consequentemente após esse desligamento, as outras linhas do Nordeste com o restante do sistema interligado se desligaram. Com isso, a região ficou separada do restante do sistema - explicou Chip, garantindo que às 17h30m, toda a energia nas capitais tinha sido restabelecida.

O presidente do PSDB e provável adversário de Dilma em 2014, Aécio Neves, culpou o governo.

- Somado o período de apagão do governo do PT, certamente foi maior que o que tivemos lá atrás. O governo não planeja. Não existe essa palavra no governo hoje: planejamento. Esses apagões sucessivos e agora gravíssimos que ocorrem no Nordeste e poderão ocorrer no futuro são responsabilidade exclusiva de ausência de gestão do governo Dilma - disse Aécio, acusando a presidente de descapitalizar as empresas com a redução de tarifas.

Aeroportos com geradores

O apagão afetou sete aeroportos administrados pela Infraero no Nordeste (Salvador, lhéus, Paulo Afonso, Aracaju, Maceió, Fortaleza, Recife), além de Belém, no Norte. Segundo o órgão, os geradores foram acionados e os voos não foram prejudicados. Problemas na telefonia, trânsito intenso, lojas e empresas fechadas, cancelamento de aulas e transtornos nos hospitais também foram sentidos nas cidades nordestinas.

Em Salvador, o apagão causou engarrafamentos quilométricos, numa cidade sem sinais de trânsito, e o tráfego ficou ruim por horas, mesmo após o restabelecimento da energia. Empresas do Polo Petroquímico de Camaçari liberaram os funcionários. Os serviços de telefonia móvel e internet foram afetados. As escolas liberaram os alunos e várias empresas fecharam as portas mais cedo.

Em Recife, o blecaute gerou congestionamento generalizado nos corredores viários da Região Metropolitana. Os serviços de metrô foram interrompidos, prejudicando 19 mil usuários. No Hospital da Restauração, maior emergência de Pernambuco, os geradores foram ligados, mas os equipamentos falharam em pelo menos dois setores. Os postos de saúde da capital interromperam os serviços, e as universidades públicas suspenderam as aulas. (Colaboraram Henrique Gomes Batista, Júnia Gama, Geralda Doca, Karoline Fernandes, especial para o GLOBO, e Biaggio Talento, da Agência A Tarde)

adicionada no sistema em: 29/08/2013 04:49

''QUERO VER QUEM PAGA..." (2)

29/08/2013
STF mantém as penas de Genoino e Marcos Valério


STF rejeita recursos e mantém pena de ex-presidente do PT


Supremo ainda ajusta multa de operador do mensalão: R$ 3,06 milhões

Carolina Brígido
André de Souza

Condenação de Genoino. Celso de Mello, Barbosa e Marco Aurélio retomam julgamento: embargos rejeitados

BRASÍLIA

Ex-presidente do PT e peça-chave no esquema de pagamentos de propina a parlamentares no governo Lula, o deputado José Genoino (SP) teve ontem negados os embargos de declaração propostos ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ele não conseguiu diminuir a pena de seis anos e 11 meses de prisão, fixada no ano passado no julgamento do processo do mensalão.

Genoino foi condenado por corrupção ativa e formação de quadrilha. Ele cumprirá a pena em regime semiaberto, ou seja, precisará ir para a cadeia apenas para dormir.

Também ontem, o STF ajustou o valor da multa a ser paga pelo operador do mensalão, Marcos Valério, para R$ 3,06 milhões. Mas a pena de 40 anos, quatro meses e seis dias de prisão, em regime fechado, foi mantida. A pena de Valério foi a mais alta do mensalão. Ele foi condenado por corrupção ativa, lavagem de dinheiro, peculato, evasão de divisas e formação de quadrilha.

No julgamento, o ministro Ricardo Lewandowski votou pela redução da pena, mas foi vencido pela maioria. Na mesma sessão, foi negado o recurso do deputado Pedro Henry (PP-MT), condenado a sete anos e dois meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Até agora, foram julgados os recursos de 17 condenados. Apenas dois - Marcos Valério e Enivaldo Quadrado, dono de uma corretora que servia de fachada para pagamento de propina ao PP - tiveram seus pedidos parcialmente aceitos. Quadrado se livrou da prisão para cumprir pena alternativa. Faltam julgar embargos de declaração de oito condenados, entre eles, o ex-ministro José Dirceu. O julgamento será retomado hoje.

Deputado contesta multa

No recurso de Genoino, a defesa questionou o cálculo da pena por corrupção ativa pela continuidade delitiva. Pelo método, adota-se a pena aplicada à prática mais grave do crime e depois aumenta-se a pena, conforme o número de vezes que o crime foi cometido.

- A justeza e a proporcionalidade dos critérios adotados por este tribunal foram decididas pela Corte em decisão fundamentada. Em todos os casos em que foi reconhecido o crime continuado, foi considerada a quantidade de crimes ocorridos - argumentou o relator, Joaquim Barbosa, que foi acompanhado pelos demais ministros.

Genoino também reclamou, em vão, da multa imposta a ele pelos crimes cometidos.

- O embargante ocupa prestigiada função de deputado federal, cujos vencimentos são extremamente elevados para os padrões nacionais, considerada a média recebida pela população brasileira - disse Barbosa. - Fica evidente que o recorrente busca simplesmente revisar a pena que lhe foi imposta, o que é incabível nessa via de embargos.

A multa imposta a Valério era contraditória no acórdão. Ora era de R$ 3,3 milhões, ora de R$ 2,8 milhões. Ontem, o STF confirmou que houve erro na publicação, e que o valor intermediário de R$ 3,06 milhões é o correto. O valor que sobressaiu foi apresentado por Lewandowski em dezembro, quando reformulou seu voto. A maioria dos ministros da Corte acompanhou a sugestão à época. Ontem, Lewandowski reapresentou seu voto e obteve novamente o apoio dos colegas.

Lewandowski concordou com o pedido da defesa para que as penas de multa e de prisão de Valério fossem somadas, para facilitar a execução das penas depois que o processo transitar em julgado. Mas apenas o ministro Marco Aurélio Mello concordou com o argumento. Os demais ponderaram que a execução é tarefa do STF e, portanto, não haveria margem para dúvida.

adicionada no sistema em: 29/08/2013 04:50

quarta-feira, agosto 28, 2013

FOGO AMIGO (2)

28/08/2013
Campos diz ter disposição para Presidência


Governador sinaliza intenção de disputar cargo em 2014


Silvia Amorim
SÃO PAULO


Ao término de dois dias de uma agenda típica de pré-candidato em São Paulo, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), acenou ontem, pela primeira vez, ter disposição pessoal para disputar a Presidência da República em 2014. Campos, entretanto, deixou claro que qualquer decisão sobre a próxima disputa eleitoral somente será anunciada pelo PSB no início do ano que vem.

- O partido sabe qual o tamanho da minha disposição. Tanto sabe que me conduziu à presidência (da legenda) por duas vezes. A confiança da base partidária eu sei que há e ela sabe qual é a nossa disposição. Agora, mais do que disposição, tem que ter responsabilidade - afirmou Campos, que encerrou a maratona de compromissos em São Paulo com uma gravação para o "Programa do Ratinho", do SBT, por onde já passaram outros potenciais presidenciáveis, como o senador Aécio Neves (PSDB) e a ex-senadora Marina Silva (sem partido).

O governador também disse ser "natural" a mobilização de diretórios regionais do PSB, que já trabalham para fortalecer o nome dele para uma eventual disputa presidencial em 2014.

- É natural que os partidos e a base partidária comecem, à medida que se aproxima a eleição, a intensificar esse debate. Não é só o PSB que está fazendo isso - afirmou.

Nos dois dias em que esteve em São Paulo, Campos reuniu-se a portas fechadas com empresários e discursou em feiras de negócios. Apesar de o PSB participar da base do governo Dilma Rousseff, ele fez críticas à atual gestão. Em entrevista ao "Programa do Ratinho", ainda sem data confirmada para ser exibida, o governador disse que a presidente não tem "traquejo político" e cobrou "humildade" do governo.

- Acho que muitas vezes a falta de traquejo político e de diálogo é percebida claramente pelos prefeitos e governadores. Acho que o governo precisa dialogar mais e ter mais humildade - criticou.

adicionada no sistema em: 28/08/2013 04:04

FOGO AMIGO!

28/08/2013
Eduardo Campos parabeniza Saboia e diz que era uma causa humanitária


Aécio afirma que Dilma se curvou a "conveniências ideológicas"
SANTOS (SP) e BRASÍLIA


O governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, parabenizou ontem o diplomata Eduardo Saboia, que acompanhou o senador boliviano Roger Molina na fuga para o Brasil. Campos, cujo avô, Miguel Arraes, deixou o Brasil no regime militar em condições semelhantes, também defendeu que o caso não seja motivo para um impasse diplomático entre a Bolívia e o Brasil.

- Salvamos uma vida e cumprimos uma tradição que é própria do povo latino e do brasileiro, que é a de abrigar. E isso não deve, de forma alguma, atrapalhar a relação diplomática que o Brasil tem com a Bolívia. Essa é uma causa humanitária - disse Campos.

Campos falou sobre o episódio da fuga de Arraes do Brasil:


- Eu tenho, por dever de consciência e até por homenagem à história do meu avô e ao embaixador que salvou a vida dele e da minha avó, de cumprimentar o diplomata brasileiro que fez isso - disse Campos.


Em nota, o senador Aécio Neves se solidarizou com Eduardo Saboia: "É deplorável, sob todos os aspectos, a atitude tomada pelo governo da presidente Dilma no episódio envolvendo a transferência do senador boliviano. Ao expor à execração pública o diplomata Eduardo Saboia, o governo brasileiro se curva, mais uma vez, a conveniências ideológicas. Mais grave ainda, abandona as melhores tradições da nossa diplomacia", escreveu.

adicionada no sistema em: 28/08/2013 03:59

''TENHO E-MAILs!!!'' [... a versão 'hi-tec' do ex-deputado federal Mário Juruna: ''-- Falou? Tá gravado!!!'']

28/08/2013
Saboia diz que mostrará e-mails de autoridades brasileiras e bolivianas


Ministro da Justiça pediu médico para examinar senador em Corumbá
Maria Lima

Defesa. Saboia: "Tenho documentos que comprovam que a situação era de um quadro que ia se agravar ainda mais";

crise no itamaraty

BRASÍLIA

À procura de um advogado para defendê-lo no processo administrativo aberto pelo Itamaraty para avaliar sua conduta, o ex-encarregado de negócios do Brasil na embaixada da Bolívia, ministro Eduardo Saboia, afastado de suas funções por tempo indeterminado, disse ontem estar pronto para enfrentar a batalha e provar que agiu estritamente dentro dos preceitos constitucionais e humanitários.

Certo de que enfrentará uma luta pesada, Saboia disse, entretanto, que usará, em sua defesa, documentos e e-mails trocados com autoridades brasileiras e bolivianas em busca de uma solução para o caso.

- Eu tenho uma defesa dentro do Direito administrativo e constitucional. Estou respaldado. Tenho documentos que comprovam que a situação era de um quadro que ia se agravar ainda mais, com risco iminente de um desfecho ruim. Naquele momento, eu avaliei que (a fuga) era a única ação possível dentro do que prevê a Constituição, que é dever de um servidor público que tem valores - disse Saboia.

Ele assume integralmente a responsabilidade pela operação de fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina, asilado há 15 meses na embaixada brasileira em La Paz, e nega que o embaixador Marcel Biato tenha participado do plano.

No sábado à tarde, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ligou para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, pedindo que o senador boliviano fosse atendido por um médico da rede pública em Corumbá (MS). Um médico da rede municipal de saúde foi ao hotel em que o senador estava, examinou-o e disse que não havia risco de vida. Molina foi liberado para seguir para Brasília de avião.

Saboia se disse confortado com as mensagens de apoio e solidariedade que está recebendo de colegas diplomatas, ex-colegas de trabalho, familiares e brasileiros de todo o país.

- Essas manifestações me alegram muito, me dão conforto e mostram que tenho amigos que comungam dos mesmos valores que eu. É uma sensação boa, mas tenho uma longa luta pela frente. Preciso de muita oração - disse.


Ele não quis fazer comentários sobre a resposta dura da presidente Dilma Rousseff, com a demissão do ministro Antônio Patriota e seu afastamento das funções, para dar satisfação política ao presidente da Bolívia, Evo Morales.


- O meu caso é uma coisa específica. Eu fiz para ajudar uma pessoa, para resolver uma situação concreta e faria tudo de novo por razões humanitárias. Era a única saída que eu tinha - disse o diplomata.

Ele também não quis comentar o fato de a comissão formada pelo governo para investigar a operação de fuga do senador boliviano ser presidida por um auditor fiscal, em vez de diplomatas. O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que participou da operação de resgate, queria levar Saboia para falar amanhã aos senadores, mas o diplomata acha que será difícil, porque agora fará o que for melhor para sua defesa.

O senador Roger Molina também cancelou uma entrevista coletiva que daria ontem à tarde no Senado, com medo de agravar sua situação perante a crise diplomática e política que se criou. Não se sabe, por exemplo, se haverá um pedido de extradição do senador, considerado fugitivo pelo governo boliviano.

- Eles estão muito assustados e falarão na hora certa. Mas estamos todos certos de que lutamos o bom combate - disse Ferraço. (Colaborou: Eliane Oliveira)


adicionada no sistema em: 28/08/2013 03:58

DESAFETO: ''O PULO DO GATO'' (Hããã!!!)

28/08/2013
'Pôr meu filho como bode expiatório seria lamentável', diz pai de diplomata


Gilberto Saboia pede que Dilma faça "uma análise desapaixonada"
Gilberto Saboia. "Respeitar os limites entre ética e hierarquia é fundamental"


BRASÍLIA

O embaixador aposentado Gilberto Vergne Saboia se diz aflito, mas orgulhoso, de ver o filho no olho do furacão após trazer o senador boliviano Roger Molina para o Brasil. Com uma longa carreira diplomática, inclusive como membro da Comissão de Direito Internacional da ONU, Gilberto Saboia defende como legítima e legal a ação do filho.


Ao comentar as declarações da presidente Dilma Rousseff, Gilberto Saboia disse que entende a reação de Dilma, mas pediu que ela aja de forma "desapaixonada" e entenda os limites entre ética e hierarquia. Ele está indo do Rio, onde mora, para Brasília, onde está o filho, para dar apoio e ajudar na defesa no processo administrativo aberto pelo Itamaraty.



- Pôr meu filho como bode expiatório seria lamentável! 


Entendo que a presidente está aborrecida, mas peço que faça uma análise desapaixonada de toda essa questão. Que entenda que nada do que foi feito, foi ou será dito tem como alvo seu governo. Eu e meu filho somos altamente disciplinados. Mas respeitar os limites entre a ética e a hierarquia é uma coisa fundamental - disse o embaixador aposentado.



Ele disse que, ao procrastinar uma solução, as autoridades bolivianas acabaram transformando a generosidade do asilo brasileiro em prisão domiciliar do desafeto de Evo Morales:



- Uma autoridade boliviana das grandes chegou a dizer que o senador podia apodrecer na cadeia. E o asilo na embaixada se transformou numa prisão, gerando uma situação de enorme desgaste físico para ele e todos que com ele conviviam.
Sobre o processo que o filho vai enfrentar, além das implicações políticas e da irritação da presidente, Gilberto Saboia pediu cuidado ao Itamaraty:
- Estou ao lado do meu filho. Nem ele nem eu queremos sair atacando. Temos carinho pelo Itamaraty, e o Brasil democrático é uma conquista. Não temos essa visão incendiária e catastrofista. Meu filho vai se defender, e eu vou defendê-lo também. O Itamaraty precisa tomar cuidado, em consonância com a longa tradição de respeito e defesa de seus funcionários.
Eduardo Saboia recebeu apoio de políticos e integrantes da carreira diplomática. "Há muita gente do seu lado", escreveu no título de extensa carta publicada ontem o ex-porta-voz do Itamaraty e da Presidência diplomata Pedro Luís Rodrigues.
"Não há como não reconhecer que era imoral e insustentável a situação do senador boliviano Roger Pinto Molina. Posteriormente à concessão do asilo, o governo boliviano brandiu uma série de acusações contra o asilado, aparentemente para tentar fazer o Brasil modificar sua decisão", diz Rodrigues, na carta.
A carta e as mensagens de diplomatas, colegas da UnB e parentes, que se multiplicam nos últimos dias, foram postadas na página pessoal de Saboia. Também foram criadas uma petição de apoio da ONG Avaaz e uma página de apoio no Facebook.
Familiares também postaram de mensagens de apoio e agradecimento a orações. O filho de Saboia, André, afirmou: "Pai, não se preocupa, todo mundo está te apoiando e de acordo com sua esplêndida e brava atitude. Deus sabe o que faz! Tudo vai dar certo, sem dúvida alguma. Um grande beijo e um forte abraço, te amo. pai!". (Maria Lima)

adicionada no sistema em: 28/08/2013 03:58

ITAMARATY: CUIDADO FRÁGIL (ESTE LADO PARA CIMA)

28/08/2013
Um dos piores momentos da diplomacia brasileira



Embora haja ainda muito a esclarecer sobre a história da retirada do senador boliviano Roger Pinto Molina do confinamento de 455 dias na embaixada em La Paz, pelo diplomata brasileiro Eduardo Saboia, o caso parece ser mais uma demonstração de como o profissionalismo outrora reconhecido do Itamaraty foi corroído por interesses partidários e simpatias lulopetistas pelo nacional-populismo bolivariano-chavista hegemômico na Bolívia.


A defenestração do chanceler Antonio Patriota é apenas parte do enredo. 

Dizendo-se surpreendido pelo desfecho da operação executada pelo encarregado de negócios da embaixada, Eduardo Saboia - filho do embaixador aposentado Gilberto Vergne Saboia, conhecido pela atuação na defesa dos direitos humanos -, não havia mesmo como o chanceler continuar no cargo. Sem ter conseguido se impor minimamente no ministério de Dilma, Patriota já não contava com a simpatia da centralizadora presidente, segundo se dizia há tempos.

Nas entrevistas seguras que concedeu depois de cruzar a fronteira em veículos diplomáticos, sob a segurança de fuzileiros navais brasileiros, o diplomata foi claro: já comunicara ao ministério que poderia tomar uma decisão de emergência por razões humanitárias, devido ao estado de saúde de Molina, obrigado a ficar num cubículo, com pouco contato com o mundo exterior. Situação diferente de Julian Assange (Wikileaks), também forçado de forma abusiva pelo governo inglês a acampar na embaixada equatoriana em Londres, mas onde concede entrevistas e recebe visitas.

Até que desmentidos comprovados convençam do contrário, o governo Dilma, com o Itamaraty de agente, aceitou passivamente que o governo boliviano de Evo Morales não concedesse o salvo-conduto ao senador de oposição, para vencê-lo por fadiga psicológica. A atual política externa brasileira assumiu o papel indecoroso de carcereiro, contra os princípios da diplomacia do velho Itamaraty. Foi traída uma política de Estado de sempre colocar o Brasil ao lado de boas causas do ponto de vista ético.


Mas a flexibilidade da espinha dorsal desta política externa de ocasião não parece ter limites. A Bolívia já expropriou refinaria da Petrobras sem um resmungo de Brasília, que também aceitou fazer parte de uma operação sibilina com a Argentina e Uruguai para trocar o velho aliado Paraguai pela Venezuela chavista no Mercosul.


O novo ministro, Luiz Alberto Figueiredo Machado, logo será testado, diante do provável pedido de extradição que a Bolívia encaminhará. O senador é acusado na Justiça de corrupção, mas a independência do Judiciário boliviano tem o valor de uma folha de coca ao sopé dos Andes. 


Valerá para Pinto Molina o que valeu para o esquerdista italiano Cesare Battisti, condenado na Itália por homicídio, mas acolhido pelo PT, ou não?

adicionada no sistema em: 28/08/2013 04:11

A FRAGILIDADE DO MERCADO

28/08/2013
Tensão síria derruba Bolsas

Mercados de ações caem em todo o mundo, e perdas somam US$ 850 bi. Petróleo e ouro sobem

João Sorima Neto
Bruno Villas Bôas

turbulência sem fim

SÃO pAULO, RIO, WASHINGTON E NOVA YORK


A escalada das tensões políticas após o ataque com armas químicas contra civis na Síria - tornando iminente uma intervenção militar dos EUA e seus aliados no país - contaminou os mercados financeiros mundiais ontem. Em meio a retóricas belicosas que assustaram investidores, as Bolsas despencaram nas principais praças e tiveram perdas somadas de US$ 850 bilhões em valor de mercado, segundo a Bloomberg News. O dólar se valorizou frente às principais moedas, mas não em relação ao real; o ouro, outro ativo procurado em momentos de incertezas, também avançou; e as cotações do petróleo fecharam com forte alta. Analistas temem o impacto de um conflito na ainda combalida economia mundial.
- Todo mundo está esperando para ver o que vai acontecer - disse Randy Bateman, diretor de Investimento do Huntington Asset Management,em Columbus, Ohio. - Isso (o conflito) vai escalar? Se os preços de energia subirem muito, isso afetará a recuperação recente da economia? Com o aumento dos preços de moradia, se houver ainda alta do custo de alimentos e combustível, veremos a inflação subir e isso afetará a política do Fed (Federal Reserve, o banco central americano).
petrobras puxa queda da BOVESPA
EUA, França e Reino Unido anunciaram ontem uma série de medidas legais para apoiar uma ação militar. Para os mercados, a iminência de um ataque pode afetar a recuperação econômica de EUA e Europa. Neste cenário, investidores correram para ativos considerados um refúgio em períodos de incerteza, como ouro e petróleo. O ouro avançou 1,95%, para US$ 1.420,20 a onça. Este é o maior patamar do metal em três meses. A cotação do barril para entrega em outubro em Londres, avançou 2,66%, para US$ 114,11. Em Nova York, o preço do leve subiu 2,9%, a US$ 109,01 o barril, o maior patamar em dois anos. A alta da cotação do petróleo é uma má notícia para a Petrobras, cujos preços praticados no país estão defasados em 23%, como destaca relatório do Bank of America, afetando as contas da estatal. Apesar da diferença de preços, o governo teme o impacto sobre a inflação.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, seguiu o mau humor do mercado internacional e fechou com desvalorização de 2,6%, aos 50.091 pontos e volume de R$ 7,3 bilhões, puxada pela queda das ações de Petrobras e OGX. Foi o pior pregão desde 2 de julho, quando o Ibovespa recuou 4,24% e o terceiro pior desempenho ontem, em termos percentuais, entre as principais Bolsas, atrás apenas de Índia (-3,18%) e Madri (-2,96%).
Em Wall Street, a crise síria ofuscou a notícia da melhora inesperada da confiança do consumidor americano em agosto, e o índice Standard & Poor"s 500 sofreu a maior queda desde 20 de junho, ao recuar 1,6%. O Dow Jones perdeu 1,1%; e o Nasdaq, 2,2%. Na Europa, Frankfurt caiu 2,28%; Londres, 0,79%; e Paris, 2,42%. Na Ásia, o Nikkei, de Tóquio, recuou 0,69%; e o Heng Seng, de Hong Kong, 0,59%.
- A possibilidade de um conflito geopolítico na Síria aumentou a aversão ao risco e as principais Bolsas globais caíram. É um fator de tensão a mais para o mercado, num cenário que já vinha complicado com as incertezas em relação ao prazo para a redução dos estímulos à economia americana pelo Fed - diz Luís Gustavo Pereira, estrategista da Futura Corretora.
Segundo Pereira, o fato de o governo dos EUA estar próximo de seu limite de endividamento, de novo, com os políticos tentando entrar em acordo para aprovar o aumento do teto da dívida, acentuou o nervosismo dos investidores.
O mercado de câmbio também registrou o nervosismo dos operadores. No Brasil, o dólar abriu com alta de mais de 1% frente ao real. Mas, pouco antes das 15h30m, a moeda americana inverteu o sinal e passou a se desvalorizar, descolando-se do cenário externo. O dólar fechou em baixa de 0,67%, a R$ 2,368. Operadores atribuíram a queda a uma entrada forte de recursos no fim do pregão.
João Medeiros, diretor da Pioneer Corretora, disse que a instabilidade do câmbio marcou o início da queda de braço de bancos pela formação da taxa de câmbio Ptax, no fim do mês, pela qual os contratos de câmbio futuro são liquidados na BM&FBovespa. Quatro bancos, segundo ele, estariam por trás das ordens que provocaram a baixa da moeda.
No resto do mundo, o dólar se valorizou. Moedas como lira turca, peso mexicano e rand sul-africano perderam valor. A divisa americana já vinha subindo em relação a essas moedas pela incerteza sobre a condução da política monetária do Fed. Ontem, a rúpia indiana perdeu 2,84%, a 65,93 por dólar. O iene recuou 1,8%, para 87,27 ienes por dólar. O euro fechou estável com queda de 0,03%.

adicionada no sistema em: 28/08/2013 04:21

SÍRIA: O INÍCIO DO FIM [?]

28/08/2013
EUA, França e Reino Unido estão prontos para atacar Síria

Um ataque militar à Síria se tornou iminente depois que os Estados Unidos asseguraram o apoio contundente de Reino Unido e França, seus principais aliados europeus. O secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hagel, garantiu que o Pentágono está pronto para agir imediatamente. A intervenção deverá ser cirúrgica e de curta duração, sem o deslocamento de tropas por terra, e visa apenas a minar as capacidades militares de Assad, e não a derrubá-lo. Aliados do ditador sírio, Rússia e Irã alertaram para os riscos de uma intervenção. Fontes do Pentágono disseram ao jornal “The New York Times" que os principais alvos dos ataques serão bases aéreas do regime e não os arsenais de armas químicas, pelo temor de que caiam em poder de extremistas. O início da operação depende apenas da escolha, pelo presidente Obama, do melhor plano de ação e da articulação da coalizão ocidental. Mas a ofensiva militar não vai esperar a conclusão da investigação da ONU sobre o uso de armas químicas

Ataque iminente à Síria

EUA e aliados se dizem prontos para punir Bashar al-Assad pelo uso de armas químicas

Flávia Barbosa
Correspondente
Batalha incessante. Rebeldes inspecionam um tanque abandonado pelas forças de Assad na região de Aleppo

CONTAGEM REGRESSIVA
WASHINGTON

Uma intervenção militar na Síria ficou iminente depois de os Estados Unidos assegurarem o apoio contundente de seus principais aliados europeus - Reino Unido e França - e de a Liga Árabe condenar veementemente o regime de Bashar al-Assad pelo uso de armas químicas contra civis nos arredores de Damasco na semana passada. Extraoficialmente, a Casa Branca já informou o Congresso da intenção de usar força, e o secretário de Defesa, Chuck Hagel, garantiu que o Pentágono está pronto para agir imediatamente. O início da operação depende apenas da escolha, pelo presidente Barack Obama, do melhor plano de ação e da articulação final da coalizão ocidental. A intervenção deverá ser cirúrgica e de curta duração, sem o deslocamento de tropas por terra, e visa apenas a minar as capacidades militares de Assad, não derrubá-lo.
Sem garantias de segurança na Síria, os inspetores da ONU deixaram ontem de vasculhar os locais dos ataques químicos na região de Ghouta, próximo a Damasco, adiando o recolhimento de amostras de sangue e ambientais que embasarão a avaliação das Nações Unidas. Mas a ofensiva militar não vai esperar a conclusão dos trabalhos e, possivelmente, nem mesmo o relatório que a Inteligência americana prepara para o fim desta semana com evidências tangíveis de uso de armas não convencionais pelo regime de Assad, no último dia 21.
OPERAÇÃO NOTURNA E DE CURTA DURAÇÃO
O vice-presidente dos EUA, Joe Biden, reforçou a avaliação do governo, já exposta na véspera pelo secretário de Estado, John Kerry, de que a base para um ataque à Síria está dada.
- Armas químicas foram usadas, todos (no mundo) reconhecem , e não há dúvida sobre quem é o responsável por utilizá-las. O regime sírio é o único que tem as armas, já as utilizou no passado, tem os meios para utilizá-las, tem estado determinado em arrasar os locais onde os ataques ocorreram e tem repetidamente tentado isolá-los dos inspetores das Nações Unidas. Não há dúvida de que uma norma internacional essencial foi violada. O presidente acredita, e eu acredito, que aqueles que usam armas químicas contra homens, mulheres e crianças indefesos devem prestar contas - declarou Biden.
O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, também deixou poucas dúvidas de que o governo dos EUA já tomou a decisão de intervir militarmente na Síria e que Obama estuda apenas a melhor forma de fazê-lo. Entre as muitas especulações sobre a data do possível ataque, especialistas ouvidos pelas imprensas europeia e israelense apostaram que a ofensiva poderia durar cerca de 48 horas, sendo lançada durante a noite e, provavelmente, não antes do fim de semana - uma vez que até domingo a equipe de especialistas da ONU ainda estará na Síria.
- As deliberações em curso não são sobre se houve ou não uso de armas químicas na Síria em escala significativa, nem sobre se o regime sírio é responsável. São sobre qual a resposta apropriada a esta clara violação das normas internacionais - afirmou o porta-voz.
Carney, porém, salientou que a ação é limitada em seu propósito:
- As opções não são sobre mudança de regime. São sobre a resposta à violação de proibição internacional de uso de armas químicas.
Segundo Hagel, todos os planos possíveis para a ofensiva já estão sobre a mesa de Obama.
- Deslocamos ativos (armamento e máquinas) para sermos capazes de atender qualquer escolha pelo presidente. Estamos prontos para agir imediatamente - garantiu o secretário de Defesa.
Um ataque coordenado pelos americanos ganhou uma justificativa importante ontem após uma reunião de emergência da Liga Árabe. Em comunicado, 22 países-membros do bloco não só culparam categoricamente Assad pelo ataque químico como clamaram à comunidade internacional por uma resposta contundente à Síria.
A expectativa pelo sinal verde para a operação mobilizou atores contra e a favor da intervenção. Entre os favoráveis, o Reino Unido antecipou o fim do recesso de verão do Parlamento para convocar, amanhã, um debate seguido de votação sobre uma resposta militar. Em Paris, o presidente francês, François Hollande, disse estar pronto "para punir aqueles que tomaram a decisão atroz de usar gás tóxico contra inocentes". A Alemanha, por sua vez, manteve um perfil discreto: na segunda-feira, o governo dissera estar "avaliando a situação".
Entre os opositores à ofensiva militar, os maiores aliados de Assad - Rússia e Irã. Ambos cobraram provas que incriminem o regime sírio e advertiram para os riscos de um confronto regional.
Essa expectativa também mergulhou a região numa guerra de advertências. Em Damasco, o chanceler sírio, Walid al-Muallem, voltou a negar o uso de armas químicas e afirmou que seu país vai reagir caso seja agredido.
- Todos ouvimos os tambores da guerra ao redor. Se querem atacar a Síria, utilizar a mentira das armas químicas é uma falácia imprecisa. Eu os desafio a mostrar provas. A Síria vai reagir de todas as maneiras possíveis - assegurou.
Nos EUA, a corrida é para que figuras do primeiro escalão do governo, entre eles Kerry e Hagel, mantenham informados os líderes do Congresso sobre os desdobramentos da montagem da operação - embora, na prática, a Casa Branca não dependa de autorização para a ofensiva.
Mas, ainda assim, 21 parlamentares republicanos e um democrata enviaram ontem uma carta a Obama pedindo que ele convoque o Congresso do recesso para autorizar a ação militar. Fontes da Casa Branca descartaram a opção.

adicionada no sistema em: 28/08/2013 04:45

terça-feira, agosto 27, 2013

DIPLOMACIA À MODA...

27/08/2013
Dilma vai a Washington


Paulo Sotero

A dois meses da visita que a presidente Dilma Rousseff fará à Casa Branca em outubro, a expectativa de que o evento viesse a marcar um aprofundamento das relações com os Estados Unidos se dissipou após a cobrança pública de explicações que o chanceler Antonio Patriota fez há duas semanas ao secretário de Estado, John Kerry, sobre o monitoramento de comunicações de brasileiros pela National Security Agency (NSA), o serviço americano de espionagem eletrônica.

O clima azedou um pouco mais com a detenção pela Scotland Yard, em Londres, com base em lei antiterrorismo, de David Miranda, o companheiro brasileiro de Glenn Greenwald, o jornalista americano residente no Rio de Janeiro que vem revelando as informações sobre as atividades de NSA coletadas pelo ex-analista da CIA Edward Snowden. Nesse ambiente, complicaram-se entendimentos que Brasília e Washington vinham alinhavando para anunciar em 23 de outubro, quando o presidente Barack Obama receberá a colega brasileira ao som de trombetas, nos jardins da Casa Branca.

O episódio certamente reduziu o espaço para os exageros retóricos que costumam marcar esses eventos. 

Isso não é mau. Realismo e transparência no diálogo entre Washington e Brasília são um bom caminho para tomar a visita de Dilma Rousseff um acontecimento substantivo, que ajude a tornar a relação bilateral mais produtiva. São positivas, nesse sentido, a decisão de Barack Obama de reavaliar as práticas da NSA, hoje alvo de fortes críticas nos EUA, e o reconhecimento por Kerry da necessidade de responder às dúvidas do governo brasileiro. Funcionários das áreas técnica e política dos dois países já iniciaram reuniões sobre as atividades da NSA. Fontes americanas admitem que uma maior transparência com países amigos abrangidos pela espionagem eletrônica da NSA teria neutralizado os efeitos das revelações.


O aprofundamento das relações entre os dois países depende de uma atmosfera de confiança mútua que permita a troca de informações sigilosas entre agências de ambos os governos. O Acordo de Assistência Legal Mútua, assinado há 12 anos, por exemplo, funcionou bem no começo, mas perdeu efetividade diante da dificuldade de acesso pela Justiça brasileira a informações relevantes para investigações criminais guardadas em bases de dados de mídias sociais nos EUA. O uso efetivo do Acordo de Intercâmbio de Informações Tributárias, em vigor desde maio deste ano, depende de confiança. Essa é também a condição para a finalização de entendimentos sobre iniciativas que estão na pauta da visita de Dilma, como um programa experimental de acesso de brasileiros ao sistema Global Entry, para facilitar o ingresso de viajantes brasileiros aos EUA, e a revisão de um acordo de 2000 sobre o uso da Base de Alcântara para lançamento de satélites de comunicação dos EUA.

Da confiança mútua dependem, obviamente, iniciativas mais ambiciosas e de interesse estratégico de Washington e Brasília. Uma delas é uma eventual decisão do Palácio do Planalto de reequipar a Força Aérea Brasileira com caças americanos F-18 Hornet. Outra é ampliação do mercado de aviões militares da Embraer nos EUA, aberta no ano passado com a aquisição de Super Tucanos pela Usaf. Outra, ainda, passa pelo apoio de Washington à aspiração brasileira a uma cadeira permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Improváveis no curto prazo, todas são ingredientes de uma possível negociação que pode avançar na visita de Dilma e dar lastro à relação bilateral reconstruída no atual governo, depois do curto-circuito provocado pelos episódio de Honduras e do Irã, no final da administração Lula.

Uma boa notícia, nesse aspecto, é a esperada continuação do envolvimento do embaixador dos EUA, Thomas Shannon, que se está despedindo de Brasília, no diálogo entre os dois governos. Shannon, que se ocupa do assunto há 12 anos, continuará esse trabalho num alto cargo que assumirá no Departamento de Estado depois da visita de Dilma. Ele terá, agora, um influente aliado no vice-presidente Joseph Biden, que visitou Brasília no final de maio e abriu um canal de diálogo político com o Planalto. Em 19 de julho Biden telefonou para Dilma para falar sobre as atividades da NSA. Ao receber Kerry, há duas semanas, a presidente indicou que o governo continua aberto à proposta dos caças americanos. "Seu vice-presidente pode me vender qualquer coisa", teria dito a presidente ao secretário de Estado, numa mostra de sua simpatia por Biden.

Como costuma afirmar, Shannon acredita que os interesses permanentes dos EUA e do Brasil, a começar pela estabilidade nas Américas, são mais convergentes do que divergentes. O crescente número de voos entre os dois países, os 10 mil bolsistas do Ciência sem Fronteiras - 25% do total - que escolheram estudar em universidades dos EUA, a expansão da presença de empresas brasileiras no mercado americano e as variadas e crescentes interligações das duas sociedades respaldam essa avaliação. Na ótica de Washington, mais cedo ou mais tarde as pressões internas por uma abertura da economia brasileira, sua integração a cadeias produtivas de alto valor, à la Embraer, e a redução dos entraves ao investimento estrangeiro produzirão resultados, por uma razão principal: sem políticas de liberalização econômica o País não sairá do atoleiro do crescimento medíocre e de baixa qualidade em que se meteu.

Segundo altos funcionários, o governo Obama aposta que Dilma Rousseff deseja desenvolver laços mais próximos e eficazes com os EUA e continuará empenhado em construir canais de diálogo e ampliar os já existentes, à espera de que a dinâmica interna do País faça sua mágica.
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JORNALISTA, É DIRETOR DO BRAZIL INSTITUTE DO W00DR0W WILSON INTERNATIONAL CENTER FOR SCH0LARS, EM WASHINGTON

adicionada no sistema em: 27/08/2013 01:02

''NADA SEI/ DESSA VIDA'' (Paula Toller/Kid Abelha)

27/08/2013
Ministro contrata firma de aliada do PMDB

Ministro contrata entidade de filiados do PMDB



O ministro da Agricultura, Antônio Andrade (PMDB-MG), contratou por R$ 5,5 milhões, sem licitação, entidade de aliados políticos para realizar concurso público na pasta. O contrato será o primeiro de grande porte do Instituto de Desenvolvimento Educacional, Cultural e Assistencial (Idecan), com sede em Muriaé (MG) e dirigido por correligionários de Andrade.

O Idecan é presidido por Marlene Maria Paiva, filiada ao PMDB mineiro. A entidade opera em parceria e funciona no mesmo endereço da Consulplan, que é sub-contratada para organizar e desenvolver as seleções. O presidente da empresa, Elder Dala Paula Abreu, se filiou ao PMDB em 2011, a convite do ministro, que ofereceu uma festa de boas-vindas ao empresário, pré-candidato a deputado federal.

A sede das empresas foi palco do Encontro do PMDB na Zona da Mata Mineira neste ano, prestigiado por Andrade, que posou para fotos e discursou ao lado do empresário.

O contrato com a Idecan foi publicado ontem no Diário Oficial da União (DOU). O ministério informa que a dispensa de concorrência está respaldada em dispositivo da Lei de Licitações que diz ser possível pular essa etapa em caso de contratação de instituição de pesquisa, ensino ou desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que seja de inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos. A pasta informou que optou por essa modalidade porque "não haveria tempo hábil para licitação."

"Coincidência". Ao Estado, o ministro disse que a contratação foi "coincidência". "Não tem relação nenhuma, não", disse Andrade. "Não sei te falar qual empresa foi escolhida, confesso que não sei. Parece que escolheram a de menor preço."

O ministério negou critério político e em nota alegou que o Ide-can apresentou o menor preço médio de inscrição. Disse ainda que a empresa atestou sua capacidade técnica com 21 atestados.

Marlene Paiva, do Idecan, disse que a dobradinha com a Consulplan será reeditada no concurso do ministério. Perguntada, ela primeiro negou ser do PMDB. "Não, não sou do partido. Como você sabe disso?" Informada de que seu nome está na relação de filiados em Minas e que o presidente da legenda em Muriaé confirmou que ela é da sigla e foi secretária de Educação na cidade, mudou a versão: "Estou muito esquecida". Marlene afirmou desconhecer o fato de o ministro ser do PMDB - Andrade preside o diretório mineiro. "Nem o conheço."

O Estado não localizou Elder Abreu. A Consulplan não respondeu ao e-mail da reportagem.


adicionada no sistema em: 27/08/2013 04:20

''PIUÍ/ PIUÍ/ PIUÍ ABACAXI'' (cantiga infantil; apito de trem)

27/08/2013
Denunciante do caso Siemens omitiu conta em paraíso fiscal


Um dos ex-executivos da Siemens que denunciaram a formação de cartel no sistema metroferroviário de São Paulo e Brasília, Newton José Leme Duarte, rubricou um documento que tratava de movimentação em uma conta em um paraíso fiscal. Para investigadores, os denunciantes sabem mais do que contaram ao CADE

Ex-diretor da Siemens que delatou cartel omitiu conta secreta no acordo com Cade


Fernando Gallo e Fernando Scheller

Um dos ex-executivos da Siemens que denunciaram a formação de cartel no sistema metroferroviário de São Paulo e Brasília sabia da existência de uma conta secreta em um paraíso fiscal operada por integrantes da empresa no Brasil, mas não relatou o fato no acordo de leniência firmado com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Newton Duarte, que comandou a diretoria de energia da Siemens do Brasil, assinou um documento de movimentação financeira da conta secreta aberta em 2003, cuja descoberta, em 2011, resultou na demissão do então presidente da empresa no Brasil, Adilson Primo.

Sediada no Banco Itaú Europa Luxemburgo, no Grão Ducado de Luxemburgo, a conta movimentou cerca de € 6 milhões.

Sua titular era a empresa off-shore Singel Canal Services CV, que tinha 99,99% das suas cotas em mãos da fundação privada Suparolo Private Foundation, formada por Adilson Primo e três sócios. A motivação da criação da conta é desconhecida. Investigadores suspeitam que ela tenha sido usada para movimentação ilícita de recursos.


A Siemens manteve muitas contas em paraísos fiscais para pagar propina a agentes públicos em diversos países do mundo - até 1999, o pagamento de propina não era crime na Alemanha.

No Brasil, a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e o Ministério Público Estadual paulista investigam vínculos do cartel com políticos e agentes públicos. Ex-presidente da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) Sérgio Avelleda, que ocupou o cargo no governo de José Serra (PSDB) e depois dirigiu o Metrô no governo de Geraldo Alckmin (PSDB), já é réu em ação de improbidade administrativa.

Compensação. Adilson Primo afirmou em entrevista publicada no domingo pelo Estado que a conta secreta de Luxemburgo era uma "conta de compensação" criada e operacionalizada pelo diretor financeiro da Siemens Brasil com aval da Siemens alemã, o que, segundo ele, era praxe na empresa em todo o mundo até 2.007. Há, na legislação brasileira, previsão legal de utilização de contas de compensação, que podem abrigar recursos que serão integrados futuramente ao patrimônio de uma empresa.

A Siemens diz que não pode comentar o assunto porque há um processo sobre o tema que corre sob segredo - nele, Primo questiona na Justiça do Trabalho sua demissão porjusta causa.

No processo, advogados da multinacional alemã declaram que a conta não pertencia a ela e nem a nenhuma de suas afiliadas e indicam que o repasse de dinheiro da empresa para o paraíso fiscal não era autorizado.

A juíza Camila de Oliveira Rossetti Jubilut, da 89ª Vara do Trabalho da Capital, manifestou-se sobre a conta apenas para decidir sobre ajusta causa imposta a Primo. "Trata-se de uma conta irregular e por esta razão óbvia sua existência foi negada peremptoriamente pelo autor e demais cotitulares."

Entre os seis lenientes, Newton Duarte é o que ocupava cargo mais alto. A ele ficava vinculada a divisão de transportes da Siemens, principal foco de investigação das autoridades e da própria empresa. Ele se reportava diretamente a Adilson Primo.

As movimentações da conta foram confirmadas pelo atual gerente financeiro da empresa, Sérgio de Bona. "Durante a oitiva da testemunha sr. Sérgio Bona, redator do documento, foi possível apurar que o original remetido para o Banco de Luxemburgo continha as assinaturas dos sócios Raul Melo e José de Mattos e as rubricas do Sr. Newton Duarte e do reclamante (Primo)", diz a juíza Camila.

Raul Melo de Freitas foi diretor de indústria da Siemens, e José de Mattos, auditor. Nem eles nem Newton Duarte seguem na empresa. Para os promotores que investigam o caso, o fato de quatro altos dirigentes da empresa no Brasil terem tido conhecimento da conta é um indício de que a Siemens está ocultando informações.

Sérgio de Bona contou mais à Justiça: disse que em 2006 conversou com Primo na sala do ex-presidente sobre a conta. Segundo ele, Primo lhe disse para não encerrar a conta porque nela havia US$ 40 mil e se tratava de muito dinheiro. Dois meses depois da conversa, de acordo com Bona, o dinheiro foi transferido, e a conta, encerrada.

A Siemens afirmou, em nota, que não iria se manifestar. Questionada, não quis responder se deixou de fornecer informações à Justiça. Duarte não foi localizado. Os advogados que representam os lenientes não se manifestaram. Raul Melo e José de Mattos não foram encontrados.
Perguntas e respostas

Razão da conta ainda é ignorada

Quem abriu a conta em Luxemburgo?
Segundo o ex-presidente da Siemens Adilson Primo, ela foi aberta em 2003 pelo então diretor financeiro da Siemens Brasil. Em dezembro de 2004, a titularidade foi transferida a uma empresa cujas cotas sociais pertenciam a uma fundação privada gerida por Primo e mais 3 pessoas.

Para que servia a conta?
Não se sabe. A Siemens diz que desconhecia a conta para a qual recursos seus foram transferidos. Adilson Primo sustenta que se tratava de uma conta de compensação - mecanismo previsto em lei para abrigar recursos que depois serão integrados a patrimônio - e que a matriz da Siemens não apenas tinha conhecimento dela como a ""operacionalizava".
Quem operava a conta?
Segundo Adilson Primo, era a diretora financeira da Siemens Brasil, com anuência da alemã. A Siemens diz nunca ter operado a conta
Por que ela circulou dinheiro da Siemens?
Sim. Tanto a Siemens quanto Primo sustentam essa versão. O ex-presidente afirma ainda que o dinheiro que entrou na conta Luxemburgo não saiu da Siemens Brasil.
Para onde foi o dinheiro?
O destino dos cerca de € 6 milhões que passaram pela conta é ignorado. Auxiliada pela Siemens alemã, a Polícia de Luxemburgo apura para onde foram os recursos.

adicionada no sistema em: 27/08/2013 04:18