PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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quinta-feira, outubro 28, 2010

XÔ! ESTRESSE [in:] ELEMENTAR !


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Homenagem aos chargistas brasileiros.
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ELEIÇÕES 2O1O/Governo Lula [In:] ETERNO ENQUANTO DURE

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Assembleia permanente



Dora Kramer - Dora Kramer
O Estado de S. Paulo - 28/10/2010



O que o cidadão, ex-presidente Luiz Inácio da Silva fará durante os próximos quatro anos a contar já do próximo domingo quando será eleito o (a) sucessor (a)?

O que fez desde o instante em que assumiu a Presidência do Brasil: campanha eleitoral. A ele não bastam os dois mandatos; quer mais dois, perfazendo 16 anos de Presidência com um breve intervalo de quatro para cumprir uma exigência legal.


Se a realidade contrariar as pesquisas e o eleito for José Serra, a tarefa de Lula será a de comandar a desestabilização do governo. Não poderá contar com as Forças Armadas nem com o Congresso.

Os militares querem distância do jogo e os parlamentares querem proximidade com o poder qualquer que seja.

Lula recorrerá ao PT, aos aliados tradicionais e talvez possa contar com o PSOL. Certamente poderá contar com o lumpesinato, com os coronéis da antiquíssima política, com os "movimentos sociais", os sindicatos e todos os que nutrirem insatisfação em relação ao governo.

Se for um governo que toma providências e, portanto, compra brigas, haverá grosso caldo de cultura para a ação do tipo de oposição ao gosto de Lula, destrutiva.

Se as pesquisas estiveram certas e a eleita for Dilma Rousseff fica tudo bem mais fácil. Ou não. Há duas possibilidades: a primeira, a de que Dilma seja tutelada por Lula, faça as coisas como ele acha que devam ser feitas e permita que ele tenha um espaço tal no governo que torne sua presença um fato constante e destacado no noticiário.

Nessa hipótese teremos o governo todo posto a serviço da campanha presidencial de Lula para 2014 e muita contestação à atitude da presidente.

A segunda, que muita gente no PT e fora dele, mas com experiência de poder, considera a mais provável, é a de que Dilma exerça o poder na plenitude. Mas só depois de um período, digamos, de quarentena, para tomar pé da situação e externar seu agradecimento ao antecessor pela eleição.

Em português claro, os defensores da segunda hipótese dizem que o efeito da caneta e da cadeira presidenciais é inexorável: quem está de posse de uma e sentado na outra dificilmente aceita dividir o poder.

Em geral isso é fato, mas no caso presente não há como concordar de antemão porque, além do absoluto controle sobre Dilma, Lula tem o partido, a popularidade e nenhum constrangimento em exigir da presidente o atendimento às suas vontades.

Republicano. O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, atendeu à determinação do presidente Lula, que reclamou mais votos para Dilma no segundo turno.

Transferiu o feriado de hoje (dia do funcionário público) para segunda-feira, a fim de prolongar mais o já prolongado feriado, dando a impressão de que pretende com isso estimular a abstenção eleitoral.

Em 2008, quando da disputa pela Prefeitura do Rio, o governador havia feito o mesmo, contribuindo para uma abstenção de quase 26% na zona sul, onde o então candidato Fernando Gabeira, adversário de Cabral, tinha a preferência do eleitorado.

Melhor não. Para quem argumenta que a imprensa precisa ser "controlada" porque os outros Poderes da República contam com instrumentos de fiscalização, uma informação: imprensa não é Poder constitucional.

Na sua grande maioria, os veículos de comunicação são privados, cujo grau de maior ou menor sucesso depende de investimentos, talento, capacidade administrativa e credibilidade.

A liberdade plena serve exatamente para quem quiser criar o próprio meio de expressão. Sem esse atributo essencial, os que hoje reclamam por controle amanhã podem ser vítimas dos controladores, caso a correlação de forças não seja politicamente favorável a eles.

Boca de urna. A campanha do PT está incentivando os eleitores a votarem vestindo camisetas estampadas com a imagem de Dilma.

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ELEIÇÕES 2O1O [In:] O SILÊNCIO DOS INOCENTES (?)

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Publicada em 27/10/2010 às 23:13

Anpocs reúne quase 2 mil cientistas políticos, sociais e antropólogos, mas não discute a campanha eleitoral


Arnaldo Bloch, enviado especial


CAXAMBU (MG) - Cinco anos passados do ciclo de conferências "O silêncio dos intelectuais" - em que Marilena Chauí conclamou os pensadores a um maior engajamento -, um silêncio pré-eleitoral parece ter baixado no balneário mineiro. A três dias das eleições, os temas da sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e campanha eleitoral não deram o ar da graça, pelo menos entre os eventos centrais, até o encerramento do segundo dia de atividades do 34º Encontro Anual da Anpocs, que reúne sociólogos, antropólogos e cientistas políticos em dezenas de fóruns, simpósios e mesas-redondas, com apresentação de mais de 600 trabalhos.

Nem nas duas sessões do fórum "Instituições políticas sob o governo Lula", terça-feira e quarta-feira, os participantes abordaram os temas, limitando-se a apresentar trabalhos avaliando - em geral em comparação ao governo Fernando Henrique - os oito anos de Lula. E destacando, quase sempre, o viés positivo.

'Serra e Dilma são melhores do que mostraram'

Participante desta mesa, Fernando Luiz Abrucio, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) de São Paulo, que apresentou um painel sobre o pragmatismo do segundo mandato de Lula, atribui o silêncio à radicalização da campanha.

- Só vai ser possível olhar além quando os ânimos estiverem mais aplacados. Mesmo na FGV, onde trabalho, o grau de belicismo é figadal. Serra e Dilma são muito melhores do que mostraram. Ficaram à mercê dos joguinhos, dos ódios. Serra tem uma história maior que Dilma, mas ela tem uma experiência administrativa e partidária não negligenciáveis. Não é uma neófita. Eles se equivalem em vários aspectos.

Menos condescendente, embora falando sempre baseado em constatações, como deve fazer um sociólogo, é o cientista Luiz Werneck Vianna, professor e pesquisador do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj).

- Faltam pouquíssimos dias para a eleição. Numa reunião com quase 2 mil intelectuais, você só ouve falar do assunto em conversas privadas, entre colegas. Admitamos: há uma dominância do PT na academia e na área de pesquisa em geral, que tem a ver com as políticas públicas que tiveram o setor de ciência e tecnologia como alvo.

Participante do grande encontro como expositor numa sessão especial em homenagem a Gildo Marçal Brandão, é com a mesma isenção que Werneck observa o evento em si:

- Este acontecimento aqui não se explica sem o apoio do Estado, das estatais, do BNDES, da Finep. Este não é o espaço da opinião livre, mas um mundo todo referido a realidades do poder. O mundo da opinião tem presença aqui, mas ela não é dominante. Na maior parte dos casos, esses congressos envolvem indivíduos que dependem mais das agencias estatais que da sociedade. É um espaço muito particular. E os grandes recursos privados não se interessaram ainda por esse pedaço do mundo. Se é que algum dia vão se interessar.

Um exemplo do que ele diz pode ser representado pelas palavras de um participante da mesa de avaliação do governo Lula que, a certa altura de suas considerações, deixou escapar: "Vou parar por aqui porque esse assunto é arriscado".

" A discussão da ética está se fulanizando muito e apresentando poucas soluções. Há um certo cansaço. Paulo Preto ou Erenice? O eleitorado padrão acha que todo mundo é ladrão "

Nota-se, também, a ausência quase completa de menções a temas como corrupção, evolução dos valores, ou ética na política. Na visão de Abrucio, o que ocorre é uma espécie de esgotamento do tema e uma "fulanização".

- A discussão da ética está se fulanizando muito e apresentando poucas soluções. Há um certo cansaço. Paulo Preto ou Erenice? O eleitorado padrão acha que todo mundo é ladrão. Venho trabalhando nos últimos 15 anos com muitas pesquisas qualitativas que deixam clara esta noção.

Instado a responder se, como dizem alguns críticos, Lula teria contribuído para esta noção por sua postura diante dos escândalos do mensalão, Abruccio prefere destacar avanços.

- Coisas boas foram feitas das quais pouco se fala, como o trabalho da Controladoria Geral da União. Talvez nós, intelectuais, junto com a mídia e os partidos, estejamos focando de maneira errada tais questões. Temos que sair um pouquinho só do denuncismo e ver o que faz esses processos ocorrerem. E formular soluções, de curto prazo, como melhoria das instituições, e de médio prazo, como o avanço da educação. E, importantíssimo, como destaquei em minha apresentação: a reforma da administração pública. Precisamos de mecanismos mais claros de cobrança e uma maior transparência. Está na hora de mudar o disco para uma linha mais propositiva de recuperação, não de destruição da política. Há questões mais importantes que a bolinha de papel. Em que canal vamos circular, para não transformar a discussão da ética simplesmente no sobrevoo sobre Brasília de "Tropa de Elite"? Fernando Henrique me ensinou que o papel do cientista político é pesquisar políticas públicas. É mais do que um governo, o que estamos analisando aqui.

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ELEIÇÕES 2O1O[In:] ... UM GURU CANSADO

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O voto da mágoa


Brasília-DF
Autor(es): Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense - 28/10/2010


O veterano senador Pedro Simon (PMDB-RS) anunciou ontem, em discurso no Senado, que não se sente em condição de orientar seus eleitores no segundo turno das eleições. Segundo ele, pela primeira vez desde a eleição de Getúlio Vargas, em 1950, encontra-se nessa situação. Queixa-se do disse me disse da campanha eleitoral e da troca de acusações entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). E de que os candidatos não estão discutindo uma agenda de verdade para o país.

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Hoje eu me pergunto: como uma pessoa que nem eu pode orientar o que fazer e como fazer? Qual é o programa de um, qual é o programa do outro, qual é a convicção que eu tenho de um lado e qual é a convicção que eu tenho do outro lado? E, se olhar as companhias, eu fico a me perguntar: com quem um governará e com quem o outro governará? Por isso, eu não tenho a coragem de falar e orientar os meus irmãos em quem devem votar.

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Simon é uma espécie de biruta de aeroporto, fareja os ventos que vêm do Sul e segue o rumo do Minuano na política nacional. Vou votar, mas não falo aqui, porque não quero orientar ninguém, não quero ter a responsabilidade de nenhum voto a favor de a ou a favor de b. Cada um faça o que eu vou fazer. Vou votar com muita mágoa. Vou votar já dizendo que, no ano que vem, aqui, serei um senador independente, ganhe um ou ganhe outro.

Petróleo
Tendo como porta-voz o deputado Luiz Paulo Vellozo Lucas (foto), do PSDB do Espírito Santo, um dos criadores do bem-sucedido Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade (PBQP) e funcionário de carreira do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), os tucanos resolveram finalmente encarar o debate sobre o regime de exploração de petróleo e o desempenho da Petrobras após a quebra do monopólio. Instituída em 1997, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, a Lei do Petróleo alavancou de forma extraordinária e espetacular a Petrobras: Em 10 anos, a produção de petróleo do Brasil dobrou, destacou o tucano, presidente do Instituto Teotônio Vilela, órgão de estudos do PSDB.

Modelo
Para a cúpula do PT, a polêmica sobre o novo marco regulatório da Petrobras é a melhor oportunidade oferecida a Dilma Rousseff para estabelecer uma linha divisória entre seu projeto de governo e o do tucano José Serra com um viés nacionalista. Todas as vezes em que isso aconteceu, a oposição ficou na defensiva. No debate de segunda-feira, na TV Record, porém, Serra acusou a petista de ter realizado o maior número de concessões para exploração de petróleo do pós-sal a empresas estrangeiras da história. O próximo round entre os dois será amanhã, no debate da TV Globo.

Feriadão
Cresce a apreensão na campanha de Serra com o feriado de terça, 2 de novembro (Dia de Finados), principalmente nos estados governistas, onde a abstenção tende a ser maior entre os eleitores do tucano. No Rio de Janeiro, o governador Sérgio Cabral , do PMDB, adiou de hoje para segunda-feira a comemoração do Dia do Servidor Público no estado. O governo de Goiás foi pelo mesmo caminho. No Distrito Federal, porém, o feriadão pode prejudicar o petista Agnelo Queiroz.

Castelo de areia
Circula na campanha tucana a informação de que José Serra guardou para o último debate, promovido pela TV Globo, as respostas referentes à Operação Castelo de Areia, da Polícia Federal. No debate da Record, Dilma Rousseff provocou Serra ao citar a participação de Paulo Preto no escândalo desbaratado pela PF. A promessa é que o tucano parta para o ataque contra Dilma.

Maratona
O ex-governador Aécio Neves e o governador Anastasia tentam alavancar a candidatura de José Serra em Minas promovendo dois eventos de campanha hoje, um em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, e outro em Montes Claros, no Norte do estado. Durante a semana, Aécio fez campanha para Serra em Feira de Santana (BA), Salvador, Goiânia, Teresina, Belém, Maceió e Rio de Janeiro.

Concorrência/ O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), vinculado ao Ministério da Justiça, deve julgar na semana que vem mais um caso da cervejaria Ambev. Os conselheiros analisarão a mudança do tamanho das embalagens das cervejas vendidas no Brasil de 600ml para 630ml.

Pesquisas/ Vêm mais pesquisas por aí: hoje serão divulgados levantamentos do Ibope (25 a 28/10) e do Datafolha (28/10); na sexta-feira será a vez da Sensus (28 a 29/10); e, no sábado, do Ibope (27 a 30/10), do Datafolha (29 a 30/10) e da Vox Populi (30/10).

Jornalista/ A diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, condenou o assassinato do jornalista Francisco Gomes de Medeiros, em Caicó, no Rio Grande de Norte, no último dia 18, e pediu uma investigação completa sobre o crime.

Sucesso
Segundo Vellozo Lucas, que é funcionário de carreira do BNDES, no período a capacidade de investimento da Petrobras saltou de R$ 4 bilhões para R$ 30 bilhões

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ELEIÇÕES 2O1O/PETROBRAS [In:] PRÉ-SAL. UM ''CONTRACHEQUE'' POLÍTICO-PARTIDÁRIO

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Mania de grandeza


Autor(es): Tim Wegenast
Correio Braziliense - 28/10/2010

Tudo indica que o progresso está logo ali, a aproximadamente 7 mil metros abaixo do nível do mar. Finalmente o país poderá livrar-se do carma de eterno país do futuro, tornando-se verdadeiro global player. A euforia é tamanha que o governo liberou o fundo de garantia para a capitalização da Petrobras. O diretor-financeiro da empresa, Almir Barbassa, evoca o nirvana desenvolvimentista, prevendo a industrialização brasileira no encalço do petróleo. Enfático, o presidente Lula pede mania de grandeza à população.

Não pretendo ser estraga-prazer. No entanto, observa-se que a maior parte dos membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) é mais pobre hoje que há 30 anos. As causas para a chamada maldição do óleo são distintas. Petróleo, gás natural ou diamantes podem instigar a violência interna e gerar guerras civis. Além disso, os mencionados recursos naturais são empregados para legitimar regimes autoritários, a exemplo do Irã, além de debilitarem as democracias novas, caso da Rússia e da Venezuela.

Estamos muito longe de um conflito armado. O retorno ao autoritarismo também é pouco provável. No entanto, o risco de outras comorbidades pós-sal é latente. O vírus da doença holandesa, por exemplo, representa real ameaça ao país. Inicialmente observado na Holanda dos anos 60, o termo designa a relação entre a crescente exportação de recursos naturais e a sobrevalorização da moeda local, ocasionando um declínio nos setores manufatureiros e agrícolas, entre outros.

Para os mais otimistas, convencidos de que pior do que está não fica, vale lembrar duas constantes da história nacional: a (falta de) educação e a corrupção. Às portas do jardim pré-salino, o governo não depende de uma ampla mão de obra qualificada, servindo uma economia dinâmica e diversificada, para usufruir de farta renda. É mais simples extrair a riqueza nacional do fundo do oceano que das mentes da população. Pesquisas desenvolvidas por mim e por outros colegas corroboram a ideia de que exportadores de matérias-primas investem menos em ensino.

Conhecendo certas fragilidades institucionais do sistema político brasileiro, é de temer-se, também, que o abastecimento dos cofres públicos através da fortuna petrolífera solidifique o fundamento de práticas clientelistas. A famigerada corrupção política contará com um novo patrocinador que poderá estimular a troca de privilégios privados por lealdade partidária. Imagine o leitor um mensalão em plena era pós-sal. A Petrobras anda mais capitalizada que nunca...

Como se tudo isso não bastasse, ainda há a preocupação com o meio ambiente. De acordo com estudo recente da Universidade de Adelaide, na Austrália, o Brasil conta com o pior impacto ambiental entre os 179 países analisados. Não é de esperar que o governo sofra repentino surto de consciência ecológica ao explorar a Bacia de Santos. As recentes imagens da catástrofe causada pela BP no Golfo do México trazem mau agouro.

Se me perguntassem, diria para deixarem o petróleo onde está, no fundo do mar. Entretanto, reconhecendo a ingenuidade de um apelo que está muito aquém da realidade nacional, contento-me em listar algumas poucas providências cabíveis. Uma reforma política que reforçasse a accountability dos governantes, por exemplo, ajudaria a conter uma corrupção ainda mais grassante. Para tentar promover o mínimo de transparência no gerenciamento do petróleo, o governo deveria intensificar a participação em iniciativas internacionais como a Extractive Industries Transperancy Initiative.

A criação de um fundo nacional que atenue os riscos macroeconômicos causados pela volatilidade do petróleo nos mercados internacionais e protejam o Real de uma possível sobrevalorização seria igualmente importante. O Fundo Soberano do Brasil, fundado em 2008, pode ser um começo. Porém, precisa incorporar outras funções, como a regularização da distribuição indireta da renda petrolífera para a população ou a garantia de um fluxo sustentável para gerações futuras.

Frente às ambições do pré-sal, tenho as minhas dúvidas de que as medidas apontadas possam garantir um desenvolvimento economicamente viável, ecologicamente equilibrado, justo do ponto de vista social e intergeneracional. Contudo, ainda distante da vacilante ilusão petrolífera, gostaria de pedir ao futuro presidente ou presidenta da República que cultivasse suficiente mania de grandeza para melhorar o ensino, reduzir a pobreza, combater a corrupção e conservar o meio ambiente.

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Tim Wegenast é doutor em ciências políticas, pesquisador do German Institute of Global and Area Studies, Alemanha, e professor da Universidade de Konstanz, Alemanha

ELEIÇÕES 2O1O/PETROBRAS [In:] ... E O ACIONISTA PAGA O PATO (RATO?)

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MANOBRA COM A PETROBRAS PAGA ALTA DO GASTO PÚBLICO



Manobra com dinheiro da Petrobras vai cobrir alta de gastos do governo

Autor(es): Fabio Graner e Adriana Fernandes
O Estado de S. Paulo - 28/10/2010

Cerca de metade da receita extra de R$ 31,9 bilhões obtida com a manobra contábil que inclui recursos da capitalização da Petrobras como receita serviu para cobrir o aumento das despesas de custeio da máquina pública neste ano. Na terça-feira, o governo anunciou superávit primário recorde de R$ 26,06 bilhões. 0 governo contou como receita 0 pagamento, pela Petrobras, de reservas do petró1eo no pré-sal. Embora o dinheiro que entra nos cofres da União não tenha carimbo, a arrecadação com a venda da concessão de exploração de 5 bilhões de barris da camada de pré-sal abriu espaço para o governo aumentar também os gastos com despesas regulares da administração, de baixo retorno de longo prazo. E como se o governo estivesse antecipando receitas da exploração de petróleo para bancar despes as crescentes do dia a dia.

Mais de 80% dos recursos obtidos pelo governo na capitalização serão usados em custeio de gastos correntes e pagamento de salários

Cerca de metade da receita extra de R$ 31,9 bilhões obtida com a manobra contábil que inclui recursos da capitalização da Petrobrás como receita serviu para cobrir o aumento das despesas de custeio da máquina pública neste ano.

Na terça-feira, o governo anunciou superávit primário (economia para pagar os juros da dívida) recorde de R$ 26,06 bilhões. O governo contou como receita o pagamento, pela Petrobrás, de reservas do petróleo no pré-sal.

O artifício com a receita extra foi obtido porque, de um lado, o governo recebeu R$ 74,8 bilhões pela venda (cessão onerosa) de 5 bilhões de barris de petróleo do pré-sal à Petrobrás e, de outro, pagou R$ 42,9 bilhões para comprar ações da estatal. A diferença de R$ 31,9 bilhões é tratada como "receita de concessão".

Embora o dinheiro que entra nos cofres da União não tenha carimbo, a manobra abriu espaço para o governo aumentar não só os investimentos, mas também o gasto com despesas regulares da administração, de baixo retorno a longo prazo. É como se o governo antecipasse receitas da exploração de petróleo para bancar despesas do dia a dia, que não param de crescer.

Somando os gastos com pessoal (que são contabilizados pelo Tesouro separados dos gastos de custeio), mais de 80% dos recursos obtidos pela engenharia contábil foram utilizados com despesas de custeio da máquina.

O tamanho do aumento das despesas de custeio neste ano já é maior que o do gasto com investimentos, considerado prioritário para o crescimento da economia sem pressões inflacionárias.

Sem controle. Enquanto as despesas de custeio deram, de janeiro a julho, um salto de R$ 16,4 bilhões, o gasto com investimentos - que tem grande impacto no longo prazo - aumentou R$ 11,6 bilhões. Já o gasto com pessoal subiu R$ 10,2 bilhões no ano. Esse quadro desfavorável de perfil de gastos ocorreu apesar de os investimentos terem acelerado em 2010 por causa da estratégia do governo desde 2009 de colocar em "ponto de bala" ao longo deste ano eleitoral os projetos prioritários do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Os números divulgados mostram que o governo não tem controle dos gastos correntes. Essa conta tem sido paga, desde o ano passado, com reforço em 2010, com artifícios contábeis que não necessariamente vão se repetir, chamados pelos analistas de "mágicas" nas contas públicas.

O quadro de forte expansão das despesas até o fim do ano deve continuar, porque a pressão por liberação de despesas, sobretudo de emendas parlamentares, se intensificou após o primeiro turno das eleições para atender interesses de campanha eleitoral. O governo já fez em setembro uma liberação de R$ 1,7 bilhão de despesas contingenciadas do Orçamento deste ano e, segundo fontes, pode fazer novo desbloqueio. "Tem muita gente pedindo. A pressão está grande", diz uma fonte que trabalha com o Orçamento.

Padrão. Para o economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, o fenômeno está no padrão da política fiscal dos últimos anos. Segundo ele, bancar gastos correntes se utilizando de manobras contábeis que antecipam recursos é o "pior dos mundos".

Na visão do economista, o correto seria que esse dinheiro da Petrobrás fosse usado para bancar mais investimentos ou elevar o superávit primário, reduzindo mais rapidamente a dívida pública. "Seria coerente se esses recursos fossem usados em infraestrutura. O governo deveria fazer a mágica positiva de trocar gastos correntes por investimentos em infraestrutura. Essa seria a política que não causaria medo a nenhum analista."

Segundo Vale, quando os analistas internacionais perceberem que a política fiscal brasileira tem recorrido a subterfúgios para cumprir as metas, em um ambiente de déficit em conta corrente elevado, o Brasil terá problemas. Para o economista, nesse cenário a taxa de câmbio tende a "estourar" e criar dificuldades para a economia brasileira. Por isso, avalia, será fundamental que o próximo governo faça um ajuste fiscal mínimo, pondo um freio nas despesas correntes.

VALE/LUCRO [In:] VALE QUANTO PESA

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Lucro da Vale sobe 253% e chega ao recorde de R$ 10,5 bi no 3º trimestre



Autor(es): Agencia o Globo/Irany Tereza
O Estado de S. Paulo - 28/10/2010

Balanço. Recuperação da demanda mundial por minério impulsionou os resultados da mineradora, que estabeleceu um novo recorde para o resultado trimestral, superando em 33% a marca anterior, registrada há dois anos, antes do início da crise mundial.




Os reajustes no preço do minério de ferro, que este ano passaram a ser trimestrais, e a recuperação da demanda mundial embalaram os resultados financeiros da Vale, que registrou no terceiro trimestre do ano o melhor resultado de sua história. O lucro líquido recorde de R$ 10,554 bilhões foi 33,5% maior do que o último recorde da empresa, no segundo trimestre de 2008, imediatamente antes do baque da crise mundial.

Se comparado ao terceiro trimestre de 2009, quando a mineradora ainda buscava recuperar o mercado que a crise reduziu, o aumento foi de impressionantes 253,4%. O documento de divulgação do resultado, distribuído na noite de ontem, intitulado Um excepcional desempenho, destaca recordes de receita operacional bruta, lucro e geração de caixa. "Este desempenho resultou da forte demanda por minerais e metais e dos nossos esforços para aumentar a produção, mantendo os custos sob controle", diz o documento, sintetizando a estratégia da empresa de elevação de preços, aproveitando o aquecimento da demanda, e de segurar custos de produção.

A receita operacional também foi recorde: chegou a R$ 26,4 bilhões no terceiro trimestre, crescimento de 23,3% em relação ao recorde anterior, de R$ 21,4 bilhões, registrado no segundo trimestre de 2008. Na comparação com o segundo trimestre deste ano, o crescimento foi de 39%.

Classificando os meses posteriores a setembro de 2008, quando foi deflagrada a crise mundial, como "a grande recessão", a empresa projeta uma manutenção do crescimento, acompanhando a recuperação do mercado global - principalmente a forte demanda da China, que respondeu, no terceiro trimestre, por 46% de todas as compras de minério de ferro da companhia.

"Há motivos sólidos para se esperar melhora expressiva nas perspectivas de crescimento global para a primeira metade de 2011", prevê a empresa. O documento lembra que os últimos dados mostram que o nível de atividade econômica na China está bastante robusto, "o que sugere que o crescimento do PIB tenha atingido seu pior momento no segundo trimestre de 2010". De acordo com cálculos da Vale, o PIB chinês anualizado cresceu 8,5% no terceiro trimestre.

A Vale destacou, ainda, seus investimentos no terceiro trimestre, que somaram US$ 3,081 bilhões, sem contar as aquisições - US$ 1,902 bilhão foi gasto na execução de projetos, US$ 346 milhões em pesquisa e desenvolvimento e US$ 833 milhões na manutenção das operações existentes. Em aquisições de ativos foram gastos, de janeiro a setembro, US$ 6,37 bilhões nas áreas de fertilizantes (US$ 5,78 bilhões), minério de ferro (US$ 500 milhões) e carvão (US$ 92 milhões).

Vendas. As vendas de minério de ferro e pelotas da Vale totalizaram 78,628 milhões de toneladas no terceiro trimestre, um incremento de 7,8% se comparado ao mesmo período de 2009. Esse é o terceiro melhor resultado trimestral da história do grupo. As vendas de minério somaram 68,043 milhões de toneladas, 1,9% a mais do que no mesmo trimestre de 2009. No acumulado do ano, as vendas de minério e pelotas alcançaram 313,873 milhões de toneladas, um aumento de 19,6% frente ao apurado entre janeiro e setembro de 2009.

Em posição financeira bastante confortável, a geração de caixa da Vale será suficiente para financiar seu crescimento e "satisfazer o acionista". A dívida total da empresa em 30 de setembro de 2010 era de US$ 25,267 bilhões, com prazo médio de 9,6 anos. A alavancagem (relação entre dívida e patrimônio) da empresa caiu substancialmente, ficando em 1,3 vez. Em setembro do ano passado, era de 2,2 vezes.

Com o caixa desafogado, a empresa se dedica a novas captações de recursos no mercado internacional. "Como parte da estratégia de financiamento, estamos assinando contratos com instituições oficiais de crédito de vários países, envolvendo financiamento de longo prazo nos nossos projetos de mineração e logística", diz a empresa.

''QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?''

28 de outubro de 2010

O Globo

Manchete: Eleições 2010: STF confirma a Lei da Ficha Limpa e veta Jader Barbalho
Em nova sessão marcada por bate-bocas de ministros, Supremo mostra sua divisão

O Supremo Tribunal Federal decidiu ontem, com base na Lei da Ficha Limpa, que o deputado Jader Barbalho (PMDB), eleito senador pelo Pará com 1,8 milhão de votos, não será diplomado nem assumirá a vaga. A decisão vale para todos os candidatos que renunciaram a cargos anteriores para evitar cassações - inclusive o outro senador eleito pelo Pará; Paulo Rocha (PT). O efeito sobre casos que não são de renúncia depende de novos julgamentos. Foram necessárias três votações. O resultado mostrou a divisão entre os ministros, numa sessão marcada por bate-bocas.

No Rio, Cristiano Girão, preso por ligação com milícias, transformou-se ontem no primeiro vereador cassado na história da atual Câmara. (Págs. 1, 3 a 9 e 23)

Quem faltou ao 1º turno poderá votar no 2º. (Págs. 1 e 18)

Datafolha: indecisos vão de 6% para 8%

Em cinco dias, o número de eleitores indecisos oscilou de 6% para 8%, segundo dados do Datafolha. Entre as mulheres, eles somam 10%; entre os homens, 5%. Pela pesquisa, Dilma tem 49% das intenções totais de voto, contra 38% de José Serra. A petista virou no Sudeste e tem agora 44% na região, contra 40% de Serra. (Págs. 1 e 13)

O silêncio dos sociólogos

O silêncio sobre a campanha marca a Anpocs, o encontro de cientistas sociais em Caxambu (MG). Alguns atribuem o comportamento à radicalização da eleição. "Há dominância do PT na academia", diz Luiz Werneck Vianna. (Págs. 1, 16 e Demetrio Magnoli)

Escritora Ruth Rocha também não assinou manifesto pró-Dilma. (Págs. 1 e 17)

Lula, volta a ironizar Serra e sugere que candidatos usem capacete. (Págs. 1 e 13)

E agora, Argentina?

Morte súbita do ex-presidente Nestor Kirchner confunde cenário político do país

A morte do ex-presidente Nestor Kirchner embaralhou o jogo político na Argentina. Ele já estava em campanha por um terceiro mandato K, como o casal Kirchner é conhecido. Agora, o governo de Cristina Kirchner e a oposição terão de buscar nova estratégia. Aos 60 anos, e considerado todo-poderoso do governo, o ex-presidente, que tinha problemas de coração, passava o feriado na Patagônia com Cristina quando se sentiu mal e teve um ataque cardíaco. (Págs. 1, 35 a 37, Miriam Leitão e editorial "Aumenta a incerteza na Argentina”)

Foto legenda: Com cartazes e faixas, milhares de argentinos prestam homenagem ao ex-presidente em frente à Casa Rosada (Pág. 1)

Brasil quer índice do FMI contra guerra no câmbio

O Brasil vai propor ao G20 que o FMI crie um índice de manipulação cambial. A ideia, diz o ministro Mantega, é classificar os países que forçam a queda de suas moedas para exportar mais, e conter a guerra cambial. O índice embasaria ações na OMC. Em meio aos alertas do BC de risco de bolhas. O governo não descarta e1evar o compulsório bancário e, a longo prazo, controlar a entrada de capitais. (Págs. 1 e 29)

Vale tem lucro histórico de R$ 10,5 bi

A Vale lucrou R$ 10,5 bilhões no terceiro trimestre, 253% acima de igual período de 2009. No ano, o ganho é de R$ 20 bilhões. O Bradesco teve lucro trimestral recorde: R$ 2,5 bi. (Págs. 1 e 31)

Descoberta de Petrobras em SE cria província petrolífera no país. (Págs. 1 e 33)

Biodiversidade assusta mais do que terror

Num último esforço para levar governos a fechar um acordo em Nagoya, a ONU apresentou ontem um relatório mostrando que o mercado teme mais as consequências da perda de diversidade e ecossistemas do que o terrorismo internacional. (Págs. 1 e 40)

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Folha de S. Paulo

Manchete: Ficha Limpa vale para eleição deste ano, decide STF
Eleições 2010: Em sessão tumultuada, Supremo barra Jader Barbalho para o Senado e referenda posição do TSE

O Supremo Tribunal Federal decidiu, por 7 votos a 3, referendar a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e considerar a Lei da Ficha Limpa constitucional e válida para este ano.

A sessão, tensa e tumultuada, julgou recurso de Jader Barbalho (PMDB- PA).

A exemplo do caso do ex-governador Joaquim Roriz - que também renunciou ao cargo para não ser cassado -, o julgamento terminou empatado. O impasse terminou com a sugestão do ministro Celso de Mello de manter a decisão já tomada pelo TSE no mesmo caso.

Outros casos, como o do deputado Paulo Maluf (PP-SP), serão analisados um a um. Ministros ouvidos pela Folha tinham dúvida se o STF poderá decidir de forma diferente. O 11º integrante da corte, a ser indicado por Lula, pode votar o desempate. (Págs. 1 e E1eições, 1)

Erenice fez pressão por empresa de padrinho

Erenice Guerra, ex-braço direito de Dilma Rousseff, pressionou a Anatel em favor da Unicel, à qual seu marido dava consultoria.

O dona da empresa, que é seu padrinho de casamento, enviou carta a Dilma reclamando de uma licitação.

Erenice mandou cópia à agência e cobrou explicação urgente, relatam Elvira Lobato e Mario Cesar Carvalho. Seu advogado nega a pressão. Segundo a Casa Civil, Dilma, então ministra, ignorava o elo entre Erenice e a Unicel. (Págs. 1 e Eleições, 3)

Para Serra, SP não precisa ser investigado no caso do metrô

José Serra (PSDB) disse apoiar inquérito sobre ação de empreiteiras em licitação suspeita do metrô, mas negou que o governo paulista precise ser investigado.

Serra criticou supostos acertos prévios em licitações federais. Dilma Rousseff (PT) disse esperar que, "desta vez", São Paulo apure a fraude. (Págs. 1 e Eleições, 8)

Ex-presidente argentino Kirchner morre aos 60

O presidente argentino Nestor Kirchner, 60, morreu vítima de dupla parada cardíaca enquanto descansava em sua casa de campo na Província de Santa Cruz, no sul do país, onde nasceu e iniciou sua carreira política. Ele governou a Argentina de 2003 a 2007.

Deputado e líder dos peronistas, Kirchner participava ativamente do governo de Cristina, sua mulher e sucessora. Ele já havia sofrido duas cirurgias por problemas cardíacos neste ano.

O presidente Lula, que deve ir ao enterro, decretou luto de três dias. (Págs. 1 e A12)

Clovis Rosse: Legado divide o país entre amor e ódio ao líder. (Págs. 1 e A13)

Ações e títulos do governo têm alta depois do anúncio da morte. (Págs. 1 e A13)

Foto legenda: Kirchneristas se reúnem na praça de Maio, em Buenos Aires, após anúncio da morte (Pág. 1)

Homicídio doloso recua 13% em SP no 3º trimestre, segundo governo (Págs.1 e C1)

Poder: Órgão do Vaticano dá aval à beatificação de Irmã Dulce (Págs. 1 e A10)

Lucro trimestral de R$ 10,6 bi é o maior da história da Vale (Págs. 1 e A11)

Editoriais
Leia “Na reta final", sobre os últimos dias da disputa pela Presidência; e "Educação fatiada", acerca da falta de vagas no ensino infantil em São Paulo. (Págs. 1 e A4)

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O Estado de S. Paulo

Manchete: Manobra com a Petrobras paga alta do gasto público
Artifício contábil permite usar recursos obtidos com a capitalização para quitar despesas e salários

Cerca de metade da receita extra de R$ 31,9 bilhões obtida com a manobra contábil que inclui recursos da capitalização da Petrobras como receita serviu para cobrir o aumento das despesas de custeio da máquina pública neste ano. Na terça-feira, o governo anunciou superávit primário recorde de R$ 26,06 bilhões. 0 governo contou como receita 0 pagamento, pela Petrobras, de reservas do petró1eo no pré-sal. Embora o dinheiro que entra nos cofres da União não tenha carimbo, a arrecadação com a venda da concessão de exploração de 5 bilhões de barris da camada de pré-sal abriu espaço para o governo aumentar também os gastos com despesas regulares da administração, de baixo retorno de longo prazo. E como se o governo estivesse antecipando receitas da exploração de petróleo para bancar despes as crescentes do dia a dia. (Págs. 1 e Economia B1)

Governo prevê freio nas contas em 2011

A equipe econômica acredita que o próximo presidente, qualquer que seja ele, fará um "freio de arrumação" nas contas públicas, após expansão no período eleitoral. (Págs. 1 e Economia B3)

Enfarte mata Nestor Kirchner, presidente 'de fato' da Argentina

Aos 60 anos, ex-presidente tinha poder de decisão no governo da mulher, Cristina; futuro político é incerto

O ex-presidente Nestor Kirchner morreu ontem aos 60 anos, vítima de enfarte, mergulhando a Argentina num cenário de incerteza política. Considerado o verdadeiro poder dentro do governo de sua mulher, Cristina, ele centralizava as decisões administrativas e reunia-se regularmente com ministros, empresários e sindicalistas. O clima em Buenos Aires era o da morte de um chefe de Estado, relata o correspondente Ariel Palácios. O presidente Lula se disse
"consternado", e o presidente venezuelano, Hugo Chávez, postou em seu Twitter: "Quanta dor!" Por outro lado, as ações de várias empresas argentinas subiram dois dígitos na Bolsa de Nova York, ante a possibilidade de melhora na relação do país com investidores estrangeiros. (Págs. 1 e Internacional A19 a A21)

Análise: Um vácuo no país

A súbita saída de cena de Kirchner priva a Argentina de um de seus operadores mais sagazes. (Págs. 1 e Internacional A20)

Foto legenda: Choque. Diante da Casa Rosada, argentino lamenta a morte de Kirchner (Pág. 1)

Tiririca admite ter tido ajuda para escrever

O palhaço Tiririca, eleito deputado federal pelo PR com 1,3 milhão de votos, admitiu que não redigiu sozinho a declaração à Justiça Eleitoral na qual afirma ser alfabetizado. Em sua defesa, ele alegou que sua mulher o ajudou a escrever o documento - Tiririca disse que a atividade circense lhe causou lesão na mão que dificulta a escrita. (Págs. 1 e Nacional Al3)

Corregedor pede dados sobre Metrô

A Corregedoria-Geral da Administração pediu à presidência do Metrô de São Paulo informações sobre a licitação da Linha 5 (Largo 13 de Maio/Chácara Klabin), orçada em R$ 4 bilhões e sob suspeita de fraude. O objetivo é examinar o procedimento e os contratos firmados com 11 empreiteiras unidas em consórcios para realizar as obras. (Págs. 1 e Nacional A7)

Lucro da Vale sobe 250% e chega a R$10,5 bi, o maior da história

Os reajustes no preço do minério de ferro e a recuperação da demanda mundial fizeram com que a Vale registrasse no terceiro trimestre do ano a melhor resultado de sua história. O lucra líquido de R$ 10,554 bilhões foi 253% superior ao do 3º trimestre de 2010 e 33,5% maior do que a recorde do 2° trimestre de 2008. O ganho operacional ultrapassou a do 1° semestre de 2010. (Págs. 1 e Economia B16)

Vulcão vence seu guardião

Uma das mais lamentadas das 331 mortes na Indonésia foi a de Mbah Maridjan. Ele acreditava ter poder de acalmar a Merapi. (Págs. 1 e Internacional A22)

Irmã Dulce deverá ser beatificada pelo papa (Págs. 1 e Vida A26)

MP vai apurar o 'rodeio das gordas' (Págs. 1 e Vida A26)

Demétrio Magnoli: Um mito de papel

O mito Lula sobrevive nos ensaios dos intelectuais que se rebaixam à condição de áulicos. (Págs. 1 e Espaço Aberto, A2)

Visão global: Obama e o terror

Retórica contra radicalismo islâmico mudou, mas ações seguiram o discurso, escreve Stuart Gottlieb. (Págs. 1 e Internacional A24)

Dora Kramer: Em assembleia

Nos próximos quatro anos Lula fará o que fez ao longo dos últimos oito: campanha eleitoral. (Págs. 1 e Nacional A6)

Notas & Informações

Agência das versões oficiais

Má noticia: o Brasil, por meio da EBC, será um dos participantes da União Latino-Americana de Agências Noticiosas. (Págs. 1 e A3)

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Valor Econômico

Manchete: Certo da vitória, governo libera gasto

Com R$ 37 bilhões em caixa para despesas de investimento a serem usados ate dezembro; o Ministério da Fazenda autorizou as demais áreas do governo a acelerar gastos e a contratar obras e serviços vinculados à infraestrutura. A orientação é para que sejam agilizados os empenhos até o fim do ano, de forma a assegurar a utilização desses recursos em 2011 na forma de restos a pagar de 2010.

Duas diretrizes norteiam essa orientação. A primeira é a confiança da área econômica de que o candidato da oposição, José Serra (PSDB), não reverterá as intenções de voto que hoje dariam a vitória a Dilma Rousseff. Por isso, a intenção é assegurar a execução das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). (Págs. 1 e A3)

Sem Kirchner, Argentina vive nova fase de incertezas

A menos de um ano da eleição presidencial, a política argentina entrou ontem em curto-circuito com a morte do ex-presidente Nestor Kirchner, aos 60 anos. Enquanto militantes peronistas rumavam para o velório na Casa Rosada e a poderosa Confederação Geral do Trabalho pedia "aprofundamento do modelo", insinuando o desejo de maior participação sindical no governo, os principais líderes da oposição ficaram anestesiados e lançaram sinais imediatos de trégua à presidente e viúva Cristina Kirchner.

Depois de abrir mão de uma reeleição praticamente certa, em 2007, Kirchner atuava como articulador político do governo de Cristina, tomava as decisões em matéria econômica, em última instância, e era candidato a sucedê-la. Sem ele, novas questões inquietam a Argentina. A primeira delas é sobre uma eventual candidatura de Cristina à reeleição em 2011, algo até agora pouco cogitado. Outra é sobre a postura que ela adotará sem o marido. “Ela pode aprofundar uma política de confrontação ou abrir-se ao diálogo e à busca de maior governabilidade”, avalia Graciela Rômer, da consultoria Römer & Associados. (Págs. 1 e A14)

Foto legenda: Inversão de rumo

Atingida no passado por escândalos sobre exploração de trabalho infantil, a Nike tenta agora se tornar referência em sustentabilidade. A VP global para Inovação e Negócios Sustentáveis, Hannah Jones, diz que o desafio é inovar com baixo impacto ambiental e atingir o desperdício zero até 2050. (Págs. 1 e B6)

Na campanha, internet serve à desconstrução de imagens

O uso da internet como veículo de combate suplantou qualquer outra utilização na estratégia dos militantes das campanhas de José Serra e Dilma Rousseff. No Twitter, segundo o UOL, houve empate técnico: até as 20h de ontem, Dilma havia sido mencionada 98.297 vezes e Serra, 94.381. No You Tube e nas redes de relacionamento, militantes e profissionais da internet veem predominância tucana. Todos convergem na avaliação de que a internet favoreceu campanhas de desconstrução de imagem.

"Tivemos um poderosíssimo instrumento de potencialização das acusações", afirma o sociólogo Antonio Lavareda, do MCI-Ipespe. Nos dias em que houve picos de menções a Serra ou Dilma no Twitter, o predomínio era de links com notícias negativas. Quando a ex-ministra Erenice Guerra foi atingida por denúncias de corrupção, as menções a Dilma chegaram a 37.600. No mesmo dia, Serra foi mencionado 25.650 vezes e o principal link também era negativo. (Págs. 1 e A9)

'Valor' premia melhor gestão de pessoas

A revista "Valor Carreira" premia hoje as melhores empresas na gestão de pessoas, em cerimônia no hotel Unique. Elas foram eleitas em pesquisa com os funcionários conduzida pelo Valor e Aon Hewitt. As seis campeãs são: Zanzini Móveis (de 100 a 500 funcionários), Laboratório Sabin (501 a 1.000), CP Promotora (1.001 a 2.000), Móveis Gazin (2.001 a 4.000), BV Financeira (4.001 a 10.000) e AmBev (mais de 10.000). Uma delas será anunciada no evento a Melhor na Gestão de Pessoas em 2010. A revista circula amanhã para assinantes e venda em bancas. (Pág. 1)

Votação na Califórnia ameaça o mercado de etanol nos EUA (Págs. 1 e A11)

Porto de Roterdã ignora crise e acelera planos de expansão (Págs. 1 e B9)

Internet no avião

A partir de novembro, a TAM será a primeira companhia aérea da América Latina a oferecer acesso à internet em banda larga via satélite para uso de celular e computadores durante os voos. (Págs. 1 e B3)

Especial/Rodovias

Segundo a Confederação Nacional dos Transportes, todas as dez melhores estradas do país são administradas pela iniciativa privada. Mas em muitos casos o usuário tem de conviver com pedágios caros por vários anos. "O sistema deu certo em São Paulo porque e um Estado rico. Em outras regiões é diferente", diz Peter Wanke, cia UFRJ. (Págs. 1 e Especial)

Fusão Eldorado-Florestal

A Eldorado Brasil, produtora de celulose que constrói fábrica em Três Lagoas (MS), e a Florestal Brasil, que investe em áreas de reflorestamento, preparam a fusão de suas operações e posterior abertura do capital na bolsa. (Págs. 1 e B7)

Renault brasileira perde exportação

A direção mundial da Renault transferiu da fábrica brasileira para a colombiana o contrato de exportação do novo Duster para o México. O custo do carro brasileiro seria até € 700 mais alto. (Págs. 1 e B8)

Coreia cogita controle de capital

Depois de Brasil, Tailândia e Indonésia, o banco central da Coreia do Sul admitiu a possibilidade de adotar uma série de controles de capitais para enfrentar o fluxo crescente de investimentos. (Págs. 1 e C2)

Brasil e China na mesa de negociação

Brasil e China retomam em novembro reunião da subcomissão econômica e comercial criada pelos dois países em 2004. Com a questão cambial como pano de fundo, vão discutir os pontos de atrito na relação comercial. (Págs. 1 e C2)

Encontro de contas no ICMS

Estados criam programas para liquidação de dívidas de ICMS por meio de encontro de contas com créditos acumulados pelas empresas. Possibilidade foi aberta no início do mês no Rio. Paraná e Espírito Santo também já adotaram. (Págs. 1 e E1)

Ideias

Ribamar Oliveira

Tribunal de Contas da União aponta que o governo federal não gastou com a saúde o mínimo exigido por lei. (Págs. 1 e A2)

Ideias

Mansueto Almeida

Há cerca de 4 anos começou um lento processo de tortura no cálculo do superávit fiscal, que culminou com sua morte. (Págs. 1 e Al2)
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