A proposta deste blogue é incentivar boas discussões sobre o mundo econômico em todos os seus aspectos: econômicos, políticos, sociais, demográficos, ambientais (Acesse Comentários). Nele inserimos as colunas "XÔ ESTRESSE" ; "Editorial" e "A Hora do Ângelus"; um espaço ecumênico de reflexão. (... postagens aos sábados e domingos quando possíveis). As postagens aqui, são desprovidas de quaisquer ideologia, crença ou preconceito por parte do administrador deste blogue.
PENSAR "GRANDE":
[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.
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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).
"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).
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quarta-feira, dezembro 02, 2009
BOLÍVIA/BRASIL: SE JÁ NÃO BASTASSEM NOSSOS PRÓPRIOS MALES...
Drogas
Coca para ele; cocaína para nós
Com Evo Morales na Presidência da Bolívia, mais droga passou a entrar pela fronteira brasileira. Nas próximas eleições, ele ganhará mais cinco anos.
Aizar raldes/AFP![]() |
EVO VIU A FOLHA |
VEJA TAMBÉM |
• Quadro: Tudo acaba em pó |
• Uma prova de fogo |
Não há país na América Latina em que o discurso politicamente correto e demagógico possa produzir resultados tão desastrosos quanto a Bolívia.
Não há país da região que possa ser tão afetado por causa disso quanto o Brasil.
No poder desde 2006, Evo Morales prega uma versão local do socialismo, o indigenismo e o bolivarianismo. Os resultados foram vistos quando ele nacionalizou as refinarias de gás pertencentes à Petrobras.
Outro recurso natural que Morales defende com veemência é a coca, planta típica da região andina usada desde os tempos pré-colombianos. A folha é mascada pelos bolivianos ou macerada no chá – aumenta a resistência à altitude e ao trabalho braçal, embora em nada se compare aos efeitos eufóricos do seu derivado mais poderoso e deletério, a cocaína. O presidente da Bolívia trabalhou como plantador de coca e já mascou as folhinhas até em encontro da ONU em Viena. Na nova Constituição escrita sob seu comando, a planta ganhou o status de "recurso natural renovável da biodiversidade da Bolívia e fator de coesão social". Nenhum problema, exceto pelo fato de que as folhas destinadas ao uso proibido, como matéria-prima do crack e da cocaína, ultrapassam vastamente as do uso permitido e tradicional. Em quatro anos, a produção de pasta-base de coca e de cocaína na Bolívia aumentou 41%. A maior parte é traficada para o território brasileiro, onde abastece o vício, a criminalidade e a corrupção. Muita droga entra no Brasil, proveniente dos vizinhos produtores e destinada a outros consumidores, mas a que fica é, majoritariamente, a boliviana, de pior qualidade. Das 40 toneladas de cocaína consumidas anualmente no país, mais de 80% são da Bolívia.
No próximo dia 6, Evo Morales deverá se reeleger presidente praticamente sem oposição. A vida da maioria dos bolivianos melhorou muito pouco, ou nada, mas o estilo populista e a identidade aimará – um dos grandes grupos indígenas da Bolívia – alimentam a sua popularidade. A defesa da coca também. O principal reduto eleitoral de Morales é a região do Chapare, onde está a maior parte do cultivo da coca. Foi lá que ele fez carreira política ao lutar contra a erradicação das plantações. Com bloqueios nas estradas e protestos, ajudou a derrubar dois presidentes. Mesmo depois de eleito, manteve o cargo de chefia de seis federações de cocaleiros. No discurso, ele diz que é a favor da coca e contra a cocaína. Na prática, mais de 95% das folhas cultivadas no Chapare viram droga. Para atender ao uso tradicional, bastariam 7 000 hectares. Morales já anunciou que o limite legal deveria ser de 20 000 hectares. "O presidente prometeu que ampliaria os cultivos de coca e está cumprindo", constata Franklin Alcaraz, diretor do Centro Latino-Americano de Investigação Científica (Celin) e autor de um trabalho sobre a receita proporcionada pela folha de coca, legal e ilegal.
A mais drástica medida adotada como parte da política de promoção da coca foi expulsar a agência antidrogas americana, a DEA, em novembro do ano passado, sob a falsa acusação de fomentar o golpismo. A agência auxiliava a Força Especial de Luta contra o Narcotráfico (FELCN), unidade da polícia boliviana responsável pela erradicação de cultivos e laboratórios ilegais. A DEA completava o salário dos policiais, pagava a conta do telefone e o combustível dos veículos. Arcava com custos de treinamento e até de uniforme. Com a FELCN fora de ação, os resultados foram previsíveis. "Como a produção de coca aumentou e o combate diminuiu, é claro que mais droga entraria no Brasil", diz o delegado Luiz Castro Dórea, coordenador de repressão a entorpecentes da Polícia Federal. Desde que Morales tomou posse, a apreensão de cocaína pela Polícia Federal em Mato Grosso do Sul quase dobrou. Em Mato Grosso, quadruplicou. Para compensar a expulsão da DEA, a Polícia Federal fez acordos com o governo boliviano para treinar policiais e trocar informações. "Nós podemos ajudá-los, mas é impossível substituir o trabalho que era feito pela DEA", diz Dórea.
No Chapare, o programa antidrogas agora extinto também tinha um braço social, através da Usaid, que financiava projetos sociais e promovia a plantação de abacaxi, cacau, café, melão e banana, voltados para exportação. A ideia era dar aos paupérrimos camponeses da região uma via de saída do cultivo da coca. Em qualquer país é difícil incentivar esse tipo de substituição, mas na Bolívia foi impossível. No ano passado, os cocaleiros expulsaram a Usaid. Em um ano, as exportações de frutas da região caíram 41%. A Bolívia sempre foi movida a pó e já teve governos inteiros dominados pelo tráfico. Devido às condições rudimentares, a produção ilegal chegava em geral até o estágio da pasta de coca, que precisa ser refinada em diversas etapas, com produtos químicos, para a obtenção da cocaína.
Desde 2007, a atividade de refino tem se propagado em fábricas clandestinas com tecnologia trazida pelos maiores especialistas no assunto: os traficantes colombianos. Seus rivais em brutalidade e conhecimento do ramo, os mexicanos, também estão prospectando o território. Em seus países, o tráfico em alta escala provocou níveis de criminalidade e de destruição das instituições que ameaçaram a própria existência da sociedade. A coca, presente dos deuses aos antigos, transformou-se numa praga contemporânea. Combater seus efeitos malditos fica mais difícil ainda quando existe uma ideologia oficial a favor dela. Todo brasileiro deveria se lembrar disso ao cruzar com um ser humano corroído até o âmago pelo crack.
Diego Giudice/Archivo Latino![]() | ECONOMIA CONCENTRADA Folhas de coca secam na região dos Yungas: cultivos alternativos estão diminuindo. -------------------- http://veja.abril.com.br/021209/coca-eles-cocaina-nos-p-174.shtml ------------- |
BRAS-ILHA [In:] DURVAL. O PAGADOR DE PROMESSAS
E o Senhor ouviu as preces
30/11/2009 - 16:30 | Enviado por: lmazzini

No clipe da sem-vergonhice, estrelam Durval Barbosa - o pagador do mensalão - o deputado Brunelli (o grande orador, de camisa roxa) e o atual presidente da Câmara Distrital, Leonardo Prudente, de camisa branca. Eles oram depois de tratarem negociatas.
Todos acusados de receber propinas, com dinheiro recolhido de empresas prestadores de serviço do GDF, segundo a operação Caixa de Pandora da PF. O indiciamento é questão de tempo.
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BRAS-ILHA: AUTONOMIA E ''IMBROGLIO''
Os escândalos e a Federação
01/12/2009 - 23:09 | Enviado por: Mauro Santayana
Pouco a pouco, em Brasília, a partir da Constituição de 88, o poder local foi se arrogando o estatuto de estado. Os vereadores que deviam estar empenhados nos problemas de trânsito e de coleta de esgotos, ao se chamarem “deputados distritais” (o que é absurdo semântico), começaram a legislar para o mundo. A tal ponto chegamos que as secretarias administrativas do governo local se intitulam Secretarias de Estado.
Na Comissão de Estudos Constitucionais, presidida pelo professor Affonso Arinos, em 1986, discutimos esse assunto e fui, juntamente com Hélio Jaguaribe e outros, vencido pelos que defendiam a autonomia. Os mais veementes autonomistas – que ainda estão vivos e atuantes – foram intelectuais e juristas brasilienses, talvez com a esperança de que pudessem influir nos destinos políticos da cidade. Um deles, o professor Cristovam Buarque, chegou a eleger-se governador e é senador, mas não conseguiu reeleger-se para o Palácio dos Buritis. A realidade mostrou-lhe que, sem o mínimo de sedimentação histórica e política, é difícil formar cidadãos. A periferia de Brasília, constituída em sua maioria de pessoas recém-chegadas do interior do Brasil, com pouca instrução, vota em demagogos e aventureiros. Um dos grandes defensores da autonomia de Brasília – e talvez tenha sido o mais influente deles sobre a Assembleia Constituinte, ao convencer Ulysses Guimarães de sua tese – foi José Aparecido de Oliveira, que, na época, governava o Distrito Federal. Ele estava, como outros, imbuído de boas intenções democráticas, mas não amparado nas razões federativas do Estado Nacional.
O artigo 3º da Constituição de 1891 define muito bem o que deveria ser o Distrito Federal: “Fica pertencendo à União, no planalto central da República, uma zona de 14.400 quilômetros quadrados, que será oportunamente demarcada para nela estabelecer-se a futura capital federal”.
O que pertence à União deve estar politicamente subordinado à União. Repetiu-se, em Brasília, o mesmo equívoco já cometido com relação a alguns dos territórios federais. Situados em zonas de fronteira, era de interesse da segurança nacional que estivessem sob a administração direta da União e, em alguns casos, com governadores pertencentes às Forças Armadas. Sua transformação em estados, como nos mostra a experiência, não foi boa solução.
Estamos diante de um nó constitucional em Brasília. Na hipótese do afastamento do governador e do vice-governador, como se admite, o governo será entregue a um deputado distrital qualquer, já que o atual presidente da Câmara foi filmado colocando dinheiro na meia. Se o fato houvesse ocorrido em algum estado, seria o caso de intervenção federal, a fim de que as eleições do ano próximo se desenvolvessem normalmente. Mas que remédio jurídico-constitucional pode ser adotado, quando o Distrito é “federal”, ou seja, pertence à própria União? Trata-se de uma aporia, entre as muitas de nosso tempo.
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Efeitos colaterais
O Globo - 02/12/2009 |
A descoberta de um terceiro esquema de mensalão — depois dos construídos no PSDB e no PT —, agora estruturado no DEM, em Brasília, pelo governador José Roberto Arruda, para garimpar dinheiro sujo junto a empresas fornecedoras do poder público e destiná-lo à compra de apoio parlamentar, caixas de campanha e, muito provavelmente, engorda de patrimônio privado, coloca em questão a incapacidade de o país ter uma vida pública dentro de parâmetros éticos aceitáveis. Há comparações emblemáticas desta tibieza. Faz dias que a Suíça concordou em devolver aos cofres do Rio de Janeiro os US$ 28 milhões surrupiados pela quadrilha do propinoduto, montada dentro da Secretaria de Fazenda no governo anterior. Ao decidir repatriar o dinheiro, a Justiça suíça se declara convencida da culpa do ex-subsecretário de administração tributária fluminense Rodrigo Silveirinha e grupo, autores denunciados do golpe. Mas no Brasil o ritmo é outro: o dinheiro deverá desembarcar de volta no Galeão, enquanto Silveirinha e comparsas continuarão livres, sem qualquer execução final de sentença. Dá-se o paradoxo de um país estrangeiro se convencer da prática de um desfalque contra o contribuinte brasileiro, enquanto aqui pouco ou nada acontece para se punir os culpados. É fato que a denúncia do Ministério Público contra os 40 supostos componentes da “organização criminosa” que operou o mensalão petista foi aceita pelo Supremo Tribunal Federal. O mesmo aconteceu com o caso tucano de Minas Gerais, em que foi aberto processo, também no STF, contra o senador Eduardo Azeredo, beneficiário de um mensalão ao tentar reeleger-se governador em 1998. Mas a legislação e a própria execução de penas são um desafio à prática da Justiça neste país. O mal da impunidade não favorece apenas o criminoso de colarinho branco, pois a grande maioria dos homicídios também sequer chega a julgamento, nem vira processo. A impunidade é combustível infalível do cinismo e da prática continuada de crimes, todos eles. Nesse sentido é de se lamentar que o presidente Lula tenha demonstrando sua proverbial condescendência diante de malfeitorias na política. Lula já desculpou os mensaleiros petistas e agora considera que as cenas gravadas em Brasília talvez não sejam aquilo que todos entenderam. Se não quisesse parecer incoerente, silenciasse. Mas admitir que dinheiro de origem no mínimo desconhecida escondido dentro de meias, cuecas, embolsado sem pudor, pode ser algo diferente de um acerto entre corruptos e corruptores chega a ser ofensivo à capacidade de discernimento da nação. ------------ |
BRAS-ILHA [In:] AS FACES DAS ''30 MOEDAS'' (Acorda, Brasil !!!)
Duas faces da mesma moeda
O Estado de S. Paulo - 02/12/2009 |
Em 2001, o então senador José Roberto Arruda jurou pelos filhos que não tinha nada que ver com a violação do sigilo do painel eletrônico da Casa, no episódio da cassação do mandato do também representante do Distrito Federal (DF) Luiz Estevão. Dias depois, admitiu ter visto e comentado a lista dos votos de seus pares e renunciou ao mandato para não ser cassado. Na segunda-feira, reunido com a cúpula do seu partido, o DEM, o governador José Roberto Arruda avisou que não se desfiliará da sigla porque se considera inocente da acusação de chefiar o esquema de pagamentos regulares de propinas a assessores, secretários e deputados da Câmara Legislativa do DF, além do vice-governador Paulo Octávio, com recursos arrecadados de empresas fornecedoras da administração distrital. E chantageou a ala do DEM favorável à sua expulsão. "Se vocês radicalizarem daí, eu radicalizo daqui", avisou, deixando claro que poderia fazer revelações sobre ilícitos do partido em campanhas eleitorais de outras paragens. No passado e no presente, as palavras de Arruda retratam um caráter e uma mentalidade. A jura cínica, a confissão oportunista e a ameaça descarada expõem o estofo característico dos políticos sem princípios, que fazem qualquer negócio para salvar a pele quando apanhados ? tardiamente, em geral ?, servindo-se do poder para nele prosperar. A corrupção é como um vício: uma vez experimentados os seus efeitos, a compulsão se alimenta de si própria, não conhece limites, muito menos permite aos viciados enxergar as consequências de seus atos. A sensação que a droga em sentido metafórico proporciona é a mesma da verdadeira: a certeza da onipotência e da incolumidade. A partir do momento em que Arruda aceitou fazer carreira com os mesmos meios que proporcionaram ao chefão político do DF, Joaquim Roriz, três mandatos de governador e um de senador (ao qual também renunciou para não ser cassado), iniciou um caminho sem volta. Tornou-se, porque quis, o seu herdeiro, embora viessem a romper mais tarde. E esse nexo é o que espessou o pantanal de Brasília. Numa nota que leu anteontem, Arruda se disse livre dessa "herança maldita" do governo anterior. Ele falava do delegado aposentado Durval Barbosa, que Roriz instalara na estatal de informática do DF, a Codeplan. A empresa foi acusada, entre outras coisas, de fazer repasses ilegais para a campanha do governador à reeleição, em 2002. Quatro anos depois, Barbosa foi cuidar das finanças da campanha de Arruda. Em 2007, o novo governador o nomeou secretário de Relações Institucionais. O seu gabinete se transformou numa concorrida agência bancária VIP do governo, onde colaboradores do governador e deputados distritais iam sacar o seu mensalão, enquanto, a partir de certo momento, o pagador os filmava clandestinamente. Primeiro, por conta própria. Depois, para a Polícia Federal (PF), a fim de obter o benefício da delação premiada nos cerca de 30 processos a que responde por suas maracutaias na era Roriz. Arruda o demitiu na semana passada, depois que tudo veio à tona com a Operação Caixa de Pandora, da PF, incluindo as cenas antológicas de dinheiro nas meias do presidente da Câmara e na cueca do dono de um jornal de Brasília. Na sua nota, o governador teve o desplante de afirmar que manteve Barbosa no governo em um setor "meramente burocrático". Falso como os seus protestos de inocência, à luz das evidências. Numa gravação, eles conversam com naturalidade sobre a gestão do butim extorquido das empresas que trabalham para o DF. Arruda alega que o diálogo "foi conduzido para passar uma versão previamente estudada" e a fita provavelmente manipulada. Mas o sentido de suas palavras é inequívoco. O fato é que Arruda conservou Barbosa ? pouco importando o seu cargo formal ? ou porque ninguém faria melhor do que ele o trabalho sujo em que era especialista, ou porque temia represálias se o dispensasse, ou por uma combinação de ambas as coisas. Nas teias do submundo, conveniência e medo frequentemente se confundem. Assim como, quando parceiros e quando adversários, Roriz e Arruda são duas faces da mesma moeda ? em sentido figurado e literal. Roriz espera voltar ao governo do DF no ano que vem. Arruda caminha para se tornar um pária no jogo político, apesar da decisão que o DEM tomou a seu respeito. Até no Brasil há situações em que a corrupção acaba não compensando. ----------- |
(BRAS-ILHA) ATOS E FATOS: ''SEM PALAVRAS...''
IMAGEM DE POLÍTICOS RECEBENDO PROPINA 'NÃO FALA POR SI', DIZ LULA
"AS IMAGENS NÃO FALAM POR SI" |
Autor(es): Deborah Berlinck*, Cristiane Jungblut e Gerson Camarott |
O Globo - 02/12/2009 |
Lula diz que é preciso esperar resultado de investigações sobre Arruda e propinas
Argumentou que presidente da República “não dá palpite”, apesar das defesas veementes que fez recentemente de aliados como o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), por exemplo. Quando uma repórter perguntou se as imagens de Arruda e seus assessores recebendo dinheiro não falavam por si, o presidente respondeu: — A imagem não fala por si. O que fala por si é todo o processo de apuração e investigação — disse. Lula insistiu na necessidade de se esperar o resultado das investigações: — Quando tiver toda a apuração e toda a investigação terminadas, a Polícia Federal vai ter que apresentar um resultado final do processo. Aí anuncia e você pode fazer juízo de valores. Mesmo assim, quem vai fazer juízo de valores final é a Justiça. O presidente da República não pode ficar dando palpites se é bom ou se é ruim. Vamos aguardar a apuração. O presidente cobrou do Congresso a votação da reforma política que, segundo ele, poderá evitar que “problemas como este continuem ocorrendo no Brasil ”. Ele lembrou que o governo mandou duas propostas ao Congresso, uma delas sobre financiamento público das campanhas eleitorais. Apesar disso, porém, em seus sete anos de governo, sua base no Congresso jamais trabalhou de fato pela aprovação de uma reforma política. — Eu espero que o Congresso Nacional tenha maturidade para compreender que grande parte dos problemas que acontecem com dinheiro é a questão da estruturação partidária no Brasil. Vamos mudar urgentemente e fazer uma reforma política. Ela é condição fundamental para que a gente tente evitar que problemas como este continuem ocorrendo no Brasil — disse o presidente. PT, em tom moderado, diz que não será ‘oportunista’ O presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), adotou tom parecido com o do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e disse que o partido — arrastado pelo escândalo do mensalão em 2005 — não agirá de forma oportunista em relação às denúncias de práticas semelhantes de corrupção envolvendo o governador José Roberto Arruda (DEM). Segundo Berzoini, e outros petistas, o PT quer a apuração de todos os fatos e considera a situação de Arruda muito grave, mas, como diziam dos dirigentes petistas e de Lula em 2005, alegam que não se pode generalizar e cobrar que o comando do DEM soubesse de todas as supostas irregularidades de Arruda. Na verdade, a estratégia do Palácio do Planalto e do PT de evitar agora ataques contundentes ao DEM tem o objetivo de mostrar postura diferente da do então PFL (hoje DEM) em 2005, e, com isso, demonstrar que todos os partidos possuem graves defeitos éticos. E tentam também reduzir o impacto, em 2010, dos efeitos do mensalão do PT, de 2005. A avaliação política do PT sobre a fala de Lula é que, quanto mais tempo demorar uma solução sobre Arruda no DEM, maior será o prejuízo eleitoral para a oposição. Se o DEM tivesse decidido pela expulsão imediata de Arruda, teria mostrado uma atitude diferente da que teve o PT em 2005. No Congresso, as declarações de parlamentares e dirigentes petistas oscilam da cautela ao ataque a Arruda, mas todos concordam que o PT local será o beneficiado em 2010. — O PT tem que ser firme, mas não como agiram alguns opositores do governo federal. O PT não agirá de maneira oportunista. Temos que exigir (a apuração), até porque o Arruda ficou numa situação muito delicada em função das imagens. Isso não é cautela, é uma postura de serenidade — disse Berzoini, afirmando não ter conversado com Lula. — É muito grave. As imagens de Arruda, mesmo quando não era governador, são incompatíveis com às de um homem público. Ele perde capacidade de se manter no governo. Mas não achamos correto generalizar. Que é (um mensalão ) do DEM, está claro. Mas não pode cobrar do presidente do DEM que ele saiba de tudo o que acontece no DEM. O lider do PT, deputado Cândid o Vaccarezza (SP), também cauteloso, disse que sempre teve essa posição: — Temos indícios de corrupção de dinheiro público, o que não é comprovação. Assim, não é porque as evidências são marcantes que vamos fazer um discurso político. Não acho que é o DEM (como um todo) que está sendo acusado. Num tom diferente, o secretário-geral do PT, deputado José Eduardo Cardozo (SP), pediu a saída imediata de Arruda. — É um escândalo de grandes proporções. Embora ele (Arruda) tenha direito a se defender, pela contundência das provas, parece caso de impeachment. Parece evidente que não se tratam de despesas não contabilizadas em ano eleitoral. As provas acerca da autoria dos delitos parecem irrefutáveis — disse Cardozo. ------------------- |
''QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?"
02 de dezembro de 2009
O Globo
DEM retarda expulsão de Arruda e dá prazo de 8 dias para que governador se defenda
Diante das imagens mostrando o pagamento de propina a políticos ligados ao governo do DF e ao próprio governador José Roberto Arruda (DEM), o presidente Lula desconversou: "A imagem não fala por si. O que fala por si é todo o processo de apuração e investigação." Lula insistiu na necessidade de esperar o resultado do inquérito da Polícia Federal e disse que o presidente da República não pode ficar dando palpites para dizer se algo é bom ou ruim. Arruda terá oito dias para apresentar sua defesa à executiva do DEM. O partido está dividido sobre a expulsão sumária do governador do DF, que fez ameaças veladas caso fosse sacrificado. Seu trunfo é ter ajudado financeiramente várias campanhas do partido. O presidente do DEM, deputado Rodrigo Mala: confirmou a ajuda financeira de Arruda a candidatos do partido nas últimas eleições, mas negou caixa dois. Flagrado escondendo na meia o dinheiro da propina, o presidente da Câmara Legislativa do DF. Leonardo Prudente (DEM), pediu afastamento por 60 dias. Dos 18 envolvidos na Operação Caixa de Pandora, que apura o caso, dez eram investigados pelo Coaf por movimentações bancárias consideradas suspeitas. (págs. 1 e 3 a 12)
Lula fala por si
Sobre o mensalão do PT, em 2005: “O que o PT fez, do ponto de vista eleitoral, é o que é feito no Brasil sistematicamente.”
Sobre os aloprados, em 2006: “O que quero saber não é só de onde veio o dinheiro. Quero saber quem é que montou a engenharia política para essa barbárie. Eu quero saber quem foi o engenheiro que arquitetou uma loucura dessa, porque, se um bando de aloprados resolve comprar um dossiê, é porque alguém vendeu.”
Sobre Jarder Barbalho, a quem beijou a mão, em 2006: “O que está acontecendo aqui é uma aula de pós-graduação de sociologia política. O que estamos fazendo, juntando dois candidatos que vão disputar uma vaga de segundo turno, é uma coisa muito nova. O PMDB e o PT entenderam que é chegada a hora de a gente parar de brigar e saber quem é o adversário principal que precisamos derrotar.”
Sobre Renan e Collor, em julho deste ano: “Quero fazer justiça ao senador (Fernando) Collor e ao senador Renan (Calheiros), que têm dado uma sustentação muito grande aos trabalhos do governo no Senado.”
Sobre Severino Cavalcanti, em 2008: “Quando perceberam que ele não seria oposição ao meu governo, derrubaram ele. Parte da elite paulista, se encontrar com ele, não cumprimenta. Eu cumprimento Severino onde o encontrar.”
Sobre Sarney em julho deste ano: “Uma coisa é você matar, outra coisa é você roubar, outra coisa é você pedir um emprego, outra coisa é relação de influências, outra coisa é o lobby.”
Ainda sobre Sarney: “Ele tem história suficiente para que não seja tratado como uma pessoa comum.”
O leitor fala por si
“As imagens não falam, elas agridem o povo. É muita sujeira. E ainda querem dar dinheiro público para os ‘políticos’ fazerem campanhas.”
Gilberto Alves de Oliveira, em comentário no site do Globo (*)
(*) Dos 1.077 internautas que participaram de enquete no site, 84,5% disseram não concordar com o presidente, enquanto 14,91% se mostraram a favor e 0,74% não soube opinar. A reportagem gerou 1.400 comentários. No jornal impresso, o mensalão do DEM dominou a seção Carta dos Leitores, com 150 mensagens, a maioria pedindo a renúncia do governador do DF.
Colunas e Artigos
Elio Gaspari
Reforma política não inibe mensaleiros. A única coisa que bandido teme é cadeia (págs. 1 e 7)
Zuenir Ventura
Dos mensalões passados, alguém está preso? Teremos agora pizza ou panetone? (págs. 1 e 7)
Ancelmo Gois
O homem que denunciou o mensalão do DEM tem 300 horas de gravação (págs. 1 e 18)
Editorial
A declaração de Lula ofende a capacidade de discernimento da nação. (págs. 1 e 6)
Tráfico reage a UPP em Copacabana
Pela primeira vez desde a Implantação das Unidades de Polida Pacificadora, o estado enfrenta resistência por parte dos criminosos. Um dia após a PM ocupar as favelas do Cantagalo e do Pavão-Pavãozinho, os traficantes empregaram táticas de terror pelo asfalto, em Copacabana. Um ônibus foi incendiado na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, onde parte do comércio já havia fechado as portas em meio a ameaças. Pela manhã, jovens em motocicletas e a pé ordenaram que lojistas fechassem as portas. Enquanto Copacabana viveu um dia tenso, Ipanema - onde fica um dos acessos do Morro do Cantagalo - não registrou incidentes. (págs. 1, 14 e 15 e Merval Pereira)
Foto legenda: Uma idosa corre do local onde um ônibus foi incendiado por traficantes de drogas, na Avenida Nossa Senhora de Copacabana
Nobel da Paz manda 30 mil para a guerra (págs. 1 e 32)
Leblon tem novo apagão, e Light é multada (págs. 1 e 16)
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Folha de S. Paulo
Manchete: Fita expõe ação de Arruda no mensalão
Análise de gravação telefônica feita pela Polícia Federal em outubro deste ano mostra o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), supostamente organizando a distribuição de dinheiro a aliados.
Na gravação, o governador pergunta como está "a despesa mensal com político", ouve os nomes de políticos de cinco siglas (PMDB, PP, PRP, PMN e PSB) que estariam recebendo valores distintos e diz:
"Tem que unificar tudo!". Arruda afirmou que o diálogo está "muito truncado e esquisito" e disse ter certeza de que parte da discussão era sobre cargos.
A Executiva do DEM decidiu dar prazo para Arruda se defender - sua expulsão será votada no dia 10. O PSDB anunciou que sairá do governo, mas não definiu punição ao secretário de Obras Márcio Machado, acusado de participar do esquema.
Em Portugal, o presidente Lula afirmou que não pode dar "palpite" sobre o caso. "Imagens não falam por si. Há todo um processo de investigação", disse. (págs. 1 e Brasil)
Marcelo Coelho
Problema não é a falta de memória, e sim a indiferença
Lembro-me de um discurso do então senador Arruda, negando participação na fraude nos votos eletrônicos. No dia seguinte, confessava tudo. Aquela mentira foi esquecida - ou melhor, não foi. O problema não é a falta de memória do eleitor, é sua indiferença. (págs. 1 e E12)
Após pressão, veículos flex lideram ranking
Dos 500 modelos vendidos no país, apenas 22 receberam cinco estrelas, todos eles nacionais e flex. (págs. 1 e C6)
Com taxação, capital externo na Bolsa cai para níveis de 2004
Os investidores externos responderam por 28,1% do total movimentado na Bolsa em novembro, até o penúltimo pregão do mês. E o mais baixo percentual desde dezembro de 2004 (27%). Em julho, ele foi de 38%. (págs. 1 e B9)
Saldo comercial em novembro foi de US$ 615 milhões, resultado é o pior desde o déficit de US$ 529 milhões em janeiro. (págs. 1 e B9)
Empreiteira deu propina a 200 políticos, diz PF
Advogado da construtora disse que que não comentaria porque não teve acesso a documentos da PF. (págs. 1 e A11)
EUA iniciam retirada do Afeganistão em dois anos
Efetivo do país no Afeganistão passará de 100 mil soldados - metade terá sido enviada por Obama. (págs. 1 e A16)
Editoriais
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O Estado de S. Paulo
Manchete: DEM marca expulsão de Arruda para o dia 10
O DEM abriu processo de expulsão do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda. A cúpula do partido deu oito dias para que Arruda se defenda e mais dois para o relator do processo dar seu parecer, mas a decisão política está tomada: ele será expulso no dia 10. A direção do DEM considerou graves as denúncias de envolvimento de Arruda em esquema de pagamento de propinas em seu governo e acha que o partido pagará um custo político alto se não expulsá-la de seus quadros. Essa perspectiva, aliada às ameaças de retaliação feitas por Arruda, acabou mudando a posição de defesa até de seus aliados, como o presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ). O PSDB aderiu à debandada de partidos que sustentavam o governo Arruda, o que irritou os dirigentes do DEM. Já o presidente Lula, em suas primeiras declarações sobre o caso, disse que os vídeos mostrando Arruda e assessores recebendo dinheiro não provam nada. “A imagem não fala por si. O que fala por si é todo o processo de apuração e de investigação”. (págs. 1, A4, A6 e A8)
CNJ investiga envolvimento da Justiça do DF
O Conselho Nacional de Justiça abriu investigação sobre o envolvimento do Tribunal de Justiça do Distrito Federal com o mensalão do DEM. Nas gravações, há menção a desembargadores do TJ. (págs. 1 e A4)
Frase
Luiz Inácio Lula da Silva
Presidente da República
"A imagem não fala por si. O que fala por si é todo o processo de apuração e de investigação”
Foto legenda: Crise - Reunião da bancada do DEM em Brasília: avaliação é de que o partido pagará um custo político muito alto se não expulsar Arruda
Obama quer saída do Afeganistão a partir de 2011
O presidente dos EUA, Barack Obama, enviará 30 mil soldados para o Afeganistão ao longo dos próximos seis meses, acelerando o processo de mobilização de forças americanas para o território afegão. O objetivo é tentar estabilizar o conflito e começar a retirada das tropas em julho de 2011, antes das próximas eleições nos EUA. O anúncio seria feito na noite de ontem. Com o reforço das tropas, os EUA terão 100 mil soldados lutando contra a Al-Qaeda e o Taleban, numa guerra que já dura oito anos. O plano de Obama inclui atrair membros do Taleban para trabalhar nas forças de segurança. (págs. 1, A15 e A16)
Artigo: Bob Herbert, do New York Times
Enviar mais tropas é erro trágico
Para Obama, teria sido um ato autêntico de coragem parar de atirar nossos jovens soldados no incansável triturador de carne que é o Afeganistão e encarar o terrível custo da guerra, para as tropas e para a nação. (págs. 1 e A16)
Governo cede a Estados no pré-sal e abre mão de receita
Número
22%
será a fatia da União nos royalties, ante 26.25% para os Estados
Vacina contra gripe reduz mortes por enfarte em SP
Expectativa de vida do brasileiro sobe para 72 anos
Foto legenda: Expedição: índios isolados
Copa-2010: África do Sul será cabeça de chave
Aviação: Anac limita voos em Cumbica
Notas e Informações: Duas faces da mesma moeda
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Jornal do Brasil
Manchete: Tráfico reage à PM e assusta Copacabana
Traficantes que controlam as favelas do Pavão-Pavãozinho, em Copacabana e Cantagalo, em Ipanema, reagiram à ocupação dos morros pela PM e deram indicação de que a pacificação ali será mais complicada do que se esperava. Os bandidos, que estariam refugiados nas matas, trocaram tiros com soldados do Batalhão de Operações Especiais e do Batalhão de Choque. Determinaram também o fechamento do comércio de Copacabana e Ipanema, e foram atendidos, apesar da insistência dos policiais em garantir que tinham o controle da situação. Em outro indício do desafio à instalação das Unidades de Polícia Pacificadora, um ônibus foi queimado em plena Avenida Nossa Senhora de Copacabana. (págs. 1 e Cidade A10 e A11)
Foto legenda: Violência - Um ônibus foi consumido por incêndio provocado por bandidos. Do alto, em foto de leitor, a visão da fumaça lembrava a de cidades atingidas por bombardeios
Escândalo em Brasília vira piada
Web complica as matrículas
Dólar em baixa, bebidas em alta
Aids: o contágio do preconceito
Coisas da política
Informe JB
Editorial
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http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Sinopses&Tarefa=Exibir
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