PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

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terça-feira, março 31, 2009

X Ô! ESTRESSE [In:] "... CAÇA & CAÇADOR"

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[Homenagem aos chargistas brasileiros].
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PF

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Doações: PF omitiu PT, PTB e PV do relatório
PF omitiu PT de investigação sobre doações


O Globo - 31/03/2009


A Polícia Federal omitiu do relatório final da Operação Castelo de Areia as siglas de três partidos — PT, PTB e PV — citados em uma conversa por-email entre Fernando Dias Gomes, diretor da Camargo Corrêa, e Luiz Henrique Maia Bezerra, segundo reportagem do “Jornal Nacional”, da Rede Globo.

De acordo com a própria polícia, Bezerra é um dos intermediários de doações da construtora para políticos.

Na correspondência eletrônica de novembro do ano passado, o diretor cobra de Bezerra os recibos pendentes das seguintes doações: PSDB, comitê financeiro de São José dos Campos, 50 mil; PSDB, 50 mil; PT, diretório regional, 25 mil; PTB, comitê financeiro municipal, 25 mil; e PV, comitê financeiro municipal, 25 mil.

No entanto, o documento da PF que embasou os pedidos de prisão decretados pelo juiz da 6aVara Criminal Federal, Fausto De Sanctis, não cita PT, PTB e PV como possíveis beneficiários do esquema descoberto na operação.

Ao justificar a omissão, a Polícia Federal alegou que esses três partidos foram citados num contexto em que se fala sobre recibos de doações, o que teria levado ao entendimento de que seriam repasses dentro da lei. “É impossível afirmar só com os dados atuais a ilegalidade dessas operações”, escreveu o delegado Otávio Russo, que assina o relatório final.

Relatório cita sete partidos com doações suspeitas O documento da Polícia Federal citava apenas sete partidos com supostos beneficiados pelas operações ilegais: PSDB, DEM, PPS, PP, PSB, PDT e PMDB. As direções de todos os partidos, porém, negam ter recebido doações ilícitas. Os senadores José Agripino Maia (DEM-RN) e Flexa Ribeiro (PSDB-PA), citados no relatório da PF, divulgaram recibos comprovando doações legais feitas pela Camargo Corrêa.

Apontado como um dos intermediários do esquema que fazia chegar dinheiro “ao povo de Brasília”, Luiz Henrique Bezerra Maia — representante da Federação das Indústrias d o E s t a d o d e S ã o P a u l o (Fiesp) na capital federal — é filho de Valmir Campelo Bezerra, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). O diretor da Fiesp se casou no sábado, em Brasília, numa festa repleta de convidados ilustres, como o vice-presidente da República José Alencar, um dos padrinhos.

O PV e o PTB informaram ao “Jornal Nacional” que as doações da Camargo Corrêa foram devidamente registradas; já a direção nacional do PT declarou que não responde pelos diretórios regionais, como o que apareceu na reportagem, sem identificação do estado.

O partido tem 27 diretórios regionais.

Ainda segundo o “Jornal Nacional”, um relatório de 2 a 16 de outubro de 2008 cita doações para dois políticos tucanos. Um dos telefonemas gravados se refere a uma doação para o deputado Arnaldo Madeira (SP), no valor de R$ 25 mil. Outro deputado do PSDB, Mendes Thame (SP), teria recebido R$ 50 mil. Os dois foram eleitos deputados federais pelo PSDB em 2006, dois anos antes do diálogo gravado. Os deputados disseram que não receberam doações da Camargo Corrêa.

Transcrição de conversa omite verbo A polícia também omitiu uma palavra na transcrição de um diálogo de dois diretores da empreiteira interceptado pela Justiça. A transcrição informa: “Tem aquela pasta de eleições, a relação inclusive...a colaboração oficial”.

Um verbo não foi transcrito na frase: “a colaboração foi oficial”. Segundo a PF, essa omissão não foi intencional e não modifica o sentido da conversa, “que deixa dúvida sobre a legalidade das doações”.

Ontem, o senador Agripino Maia mostrou recibos de doações da Camargo Corrêa para o partido. Segundo ele, os recibos serão entregues esta semana à Justiça Eleitoral.

— A tentativa foi de denegrir minha imagem com falsidade — disse ele.

SENADO [In;] "ALÔ, ALÔ! RESPONDA, RESPONDA COM TODA SINCERIDADE..."

...
R$ 1 mil diários por estes microfones
Alô, som, testando...


Autor(es): Leandro Colon
Correio Braziliense - 31/03/2009
Senado fará licitação para terceirizar o serviço de manutenção dos microfones dos parlamentares no plenário. O valor do contrato é de R$ 379 mil, cerca de R$ 1 mil por dia. Edital foi publicado ontem


Cadu Gomes/CB/D.A Press
Plenário do Senado: três funcionários terceirizados se revezarão na tarefa de testar 94 microfones, cronômetros e relógios
O Senado tem 10 mil funcionários, sendo 3,5 mil efetivos, 2,8 mil comissionados e 3 mil terceirizados. Mas nenhum deles pode assumir a tarefa de zelar pelos microfones do plenário. Em meio a uma crise administrativa, o Senado fará licitação daqui a duas semanas para terceirizar esse serviço. Uma empresa será contratada para testar diariamente os microfones. O valor estimado do contrato é de R$ 379 mil por ano, cerca de R$ 1 mil por dia. O edital foi publicado ontem no Diário Oficial da União e prevê uma equipe de três pessoas para ficar no plenário e evitar qualquer contratempo no áudio das sessões.

A empresa vencedora será obrigada a manter os funcionários todos os dias, das 8h às 22h, inclusive às sextas-feiras, quando os senadores encerram os trabalhos na hora do almoço. O Senado pagará, por exemplo, para que os 94 microfones sejam testados, assim como o sistema de distribuição do som no plenário e os cronômetros e relógios usados para o discurso dos parlamentares. “Para garantir o perfeito funcionamento”, diz o edital.

Até hoje os funcionários da Secretaria Técnica Eletrônica cuidavam do serviço. Segundo a Secretaria de Comunicação Social, o órgão está sobrecarregado. Como nenhum outro se dispõe a assumir a missão, houve a necessidade de contratar uma empresa terceirizada para garantir que os microfones não vão falhar na hora da sessão. A licitação está marcada para 14 de abril. Entre janeiro e março deste ano, R$ 17 milhões foram gastos pela Casa com locação de mão de obra. Nos últimos cinco anos, o crescimento foi de 122% com esse tipo de despesa, muito acima da inflação de 28,5% no período.

Vigilância
Ontem, aliás, a Casa publicou um edital para adquirir, em 16 de abril, equipamentos destinados à melhoria técnica do sistema de imagens do sistema de vigilância da Polícia do Senado. A estimativa da despesa é de R$ 640 mil. O edital prevê a compra de 10 gravadores que permitam, ao mesmo tempo, a gravação e a visualização de, pelo menos, 16 câmeras, com a velocidade de 480 imagens por segundo, entre outras coisas. O diretor da Polícia da Casa, Pedro Araújo, alega que o sistema usado hoje é ultrapassado. “É antigo. Agora, poderemos digitalizar todas as gravações”, explicou. Outro edital divulgado ontem abriu concorrência para comprar 56 mastros de bandeira por R$ 13 mil. A exigência é grande: “Fornecimento de mastros de bandeira, confeccionados em madeira de lei maciça, de primeira qualidade, seca, desempenada, sem nós, climatizada”.

As novas concorrências não foram bem recebidas pelos senadores. “Deveríamos interromper todas as licitações até completar a auditoria da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Não vejo necessidade de urgência. Não acho oportuno”, disse o senador Álvaro Dias (PSDB-PR). “Todo cuidado é pouco. Neste momento, o Senado está exposto. Temos que mudar a cultura e usar os recursos de maneira racional”, afirmou Renato Casagrande (PSB-ES). Procurado pela reportagem, o primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), responsável pela gestão da Casa, não se manifestou até o fechamento desta edição.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) enviou ontem à Mesa Diretora um ofício pedindo informações sobre a estrutura administrativa do Senado. “Os brasileiros ficaram impressionados ao tomarem conhecimento da estrutura administrativa do Senado Federal e da forma como a Casa foi administrada nos anos recentes. Muitas dessas informações também eram desconhecidas pelos senadores”, afirmou, da tribuna. Na tarde de hoje, os líderes partidários reúnem-se para discutir a pauta de votações, em mais uma tentativa de tirar o foco da onda de denúncias que tomou conta do Senado nas últimas semanas.

Os parlamentares avaliam a possibilidade de votar proposta que aumenta o rigor ao crime organizado e prometem abrir discussão da emenda constitucional que acaba com o voto secreto dentro do Congresso. Já a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) pode apreciar o projeto que trata de cotas raciais nas universidades.
Deveríamos interromper todas as licitações até completar a auditoria da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Não vejo necessidade de urgência. Não acho oportuno

Álvaro Dias (PSDB-PR), senador



O número
Dinheiro público
3 é o número mínimo de funcionários que devem ser cedidos por quem vencer a licitação


O número

R$ 640 mil são previstos para adquirir um sistema de digitalização das imagens captadas internamente pela Polícia do Senado

Opine na internet: sobre as medidas de redução de gasto no Congresso pelo e-mail leitor.df@diariosassociados.com.br

Memória
Denúncias frequentes

O estopim da crise administrativa do Senado foi a queda do diretor-geral Agaciel Maia em 3 de março. No comando administrativo da Casa desde 1995, Agaciel perdeu o cargo após a denúncia de que ocultou a propriedade de uma mansão de R$ 5 milhões no Lago Sul.

A pressão sobre ele começou em 2006, após o envolvimento na Operação Mão de Obra da Polícia Federal, que desmontou um esquema de irregularidades em contratos de terceirização. O ex-diretor era um dos principais alvos da ação policial, mas teria recebido informação privilegiada, atrapalhando os planos da investigação. Logo depois de Agaciel deixar a Diretoria-Geral, foi a vez de o diretor de Recursos Humanos, João Carlos Zoghbi, cair. Ele foi exonerado após a divulgação de que repassou aos filhos um apartamento funcional do Senado.

Além disso, o Senado teve que assumir o desgaste do pagamento de R$ 6 milhões em horas extras aos servidores em janeiro, em pleno recesso parlamentar, e a revelação de que possuía 181 diretorias. Pressionado, o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), anunciou um acordo para a Fundação Getúlio Vargas (FGV) realizar uma auditoria na administração do Senado e o corte de algumas subsecretarias. Outra medida é a convocação, nos próximos 30 a 40 dias, todos os 150 aprovados no concurso público realizado em 2008 para o preenchimento de várias áreas da instituição. (LC)

TCU investigará contratações

Agora será a vez de o Tribunal de Contas da União (TCU) investigar o Senado. O procurador do Ministério Público no TCU Marinus Marsico anunciou ontem que pedirá para que o órgão apure o pagamento dos R$ 6 milhões de horas extras em janeiro, além da contratação de Luciana Cardoso e Elga Mara Lopes. A primeira, filha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, é lotada no gabinete do primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI). Na sexta-feira, ela declarou que o “Senado é uma bagunça” e admitiu que não comparece no Congresso para trabalhar. Já Elga, nomeada secretária de Comunicação Social da Casa, é suspeita de fazer campanhas políticas sem se licenciar do cargo do Senado.

Ontem, o presidente José Sarney (PMDB-AP) extingiu quatro subsecretarias, duas coordenações e duas diretorias-adjuntas. Entre as áreas que acabaram estão a Subsecretaria de Divulgação e Integração, a Secretaria Especial de Comunicação Social, a direção-adjunta do Instituto Legislativo Brasileiro (ILB) e a Subsecretaria de Treinamento e Logística na Secretaria de Polícia.

Licitação
Em nota divulgada ontem, a Atto Teleinformática Ltda. afirmou que não houve qualquer irregularidade no contrato emergencial de R$ 59 mil mensais fechado com o Senado na semana passada para fornecer mão de obra à Central de Atendimento. “Há 16 anos estamos construindo uma reputação sólida, calcada em prestação de serviços de qualidade”, disse a empresa. A Atto já recebe R$ 84 mil mensais há quatro anos para cuidar da manutenção da rede telefônica do Senado até fevereiro de 2010.

Segundo a Secretaria de Comunicação Social, aquela concorrência foi dispensada porque a empresa responsável pelo serviço na Central, a Montana Soluções Corporativas Ltda., estaria em processo de falência. Sem alarde, o Ministério Público Federal em Brasília investiga há um mês possíveis irregularidades nesse contrato. Segundo a denúncia de um funcionário, o diretor da Secretaria de Telecomunicações, Carlos Muniz, e o servidor Jeová Dantas Jesus, gestor desse contrato, teriam protegido a empresa. Eles negam as acusações.

"QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?"

31 de março de 2009

O Globo

Manchete: Orçamento sofre corte maior e IPI da construção é reduzido

Imposto menor para veículos valerá por mais 3 meses. Cigarro fica mais caro

Por causa da crise global e da queda na arrecadação, o governo ampliou para R$ 25 bilhões, R$ 3,4 bilhões acima do valor anunciado há duas semanas, os cortes de gastos de custeio e investimentos no Orçamento deste ano. As áreas mais atingidas são Turismo e Esporte, mas os gastos do setor social também foram reduzidos. O Bolsa Família, por exemplo, foi preservado, mas a Educação perdeu R$ 1,3 bi. O governo também anunciou um pacote de medidas para ativar a economia: prorrogou por mais três meses a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de veículos e exigirá manutenção de empregos no setor. Além disso, zerou a Cofins para motos e cortou IPI de materiais de construção - de cimento a chuveiros elétricos. Para compensar as desonerações - de R$ 1,5 bilhão - foi elevado o IPI sobre cigarros a partir de 12 de maio. O maço ficará até 25% mais caro. (págs. 1, 3 e 19 a 21)

Obama avisa: Chrysler e GM podem quebrar

General Motors e Chrysler receberam ontem um ultimato do presidente Barack Obama: elas terão que se reestruturar rapidamente ou vão quebrar porque a ajuda federal é limitada. Ontem mesmo a Chrysler fechou acordo preliminar para se associar à Flat e terá 30 dias para concluí-lo. A GM, que desde ontem tem novo diretor-executivo, ganhou, 60 dias para apresentar um novo plano. Rick Wagoner, que saiu da GM no domingo, embolsará US$ 23 milhões. (págs. 1 e 22)

Doações: PF omitiu PT, PTB e PV do relatório

A Polícia Federal omitiu do relatório final da Operação Castelo de Areia três partidos - PT, PTB e PV - citados em conversa entre um diretor da Camargo Corrêa e um representante da Fiesp. A PF alegou que não havia provas de que as doações fossem ilegais. Sete outros partidos foram incluídos no relatório. (págs. 1 e 10)

Funcionário tem 8 parentes no Senado

Lotado no gabinete do senador Gilvam Borges, o advogado Fernando Aquino conseguiu emprego para o pai, a mulher, os irmãos, a mulher de um irmão e os cunhados. Sem deixar o Senado, em 2006 ele atuou na campanha de José Sarney, no Amapá. (págs. 1 e 4)

Caminhões de lixo farão menos barulho

Velho alvo de queixas da população, sobretudo á noite, o barulho ensurdecedor dos caminhões da Comlurb está perto de chegar ao fim. O prefeito Eduardo Paes brincou de dirigir um dos 63 novos caminhões de lixo da Comlurb que serão mais silenciosos tanto no tráfego como na compactação do lixo. Os veículos começam a circular ainda esta semana na Zona Sul, na Tijuca e na área litorânea da Zona Oeste. Os novos veículos terão câmbio automático, injeção eletrônica e compactação hidráulica. (págs. 1 e 14)

Doha: árabes apoiam ditador do Sudão

Indiciado pelo Tribunal Penal Internacional, o presidente do Sudão, Ornar Hassan al-Bashir, ganhou apoio dos líderes dos países árabes em Doha. Mas foi criticado publicamente pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, por expulsar 13 ONGs do país. (págs. 1 e 25)

Apac e PEU não impedem demolições

Nem a Área de Proteção do Ambiente Cultural, (Apac) do Leblon, nem o Plano de Estruturação Urbana (PEU) têm conseguido impedir a demolição de pequenos imóveis no bairro. O próximo a ir ao chão é a casa de três andares que está na Apac, mas não é tombada, na esquina da Avenida San Martin com a Rua General Venâncio Flores. Ali funcionava o restaurante Salitre. O imóvel vai dar lugar a um prédio de dez andares. (págs. 1 e 18)

Editorial: Abrir as portas

A pauta da sessão de amanhã do plenário do Supremo Tribunal Federal trata de uma questão ampla e estratégica — a liberdade e o aprimoramento dos meios de comunicação como instrumento essencial numa sociedade aberta — em dois processos. Tramitaram paralelamente uma reclamação contra a Lei de Imprensa, impetrada pelo deputado fluminense Miro Teixeira, do PDT, diretamente no STF, e uma ação de contestação da obrigatoriedade do diploma de faculdade de comunicação para o exercício da profissão de jornalista — esta iniciada na Justiça de São Paulo. Por coincidência, os dois processos entraram juntos em fase final de tramitação na última instância da Justiça.

O fato de o Supremo ter decidido julgar as duas ações no mesmo dia reflete a atenção dos ministros com os limites legais que devem reger não apenas o resultado final do trabalho dos meios de comunicação — a notícia e o comentário divulgados por qualquer tipo de meio —, mas também com as regras seguidas na contratação de profissionais que irão atuar numa atividade-chave como o jornalismo. (pág. 6)

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Folha de S. Paulo

Manchete: Governo reduz tributo de carro, moto e construção

Alta de impostos sobre cigarros compensará em parte a perda de receita

o governo federal anunciou novo pacote, que prevê redução de impostos no valor de R$ 1,675 bilhão para estimular a economia e atenuar os efeitos da crise.

As principais medidas dizem respeito ao IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). A diminuição da taxa incidente sobre veículos, instituída em dezembro, foi prorrogada por três meses, e 30 itens básicos de material de construção tiveram as alíquotas cortadas para beneficiar o setor. (págs. 1 e Dinheiro)

Corte de gastos feito por Lula atinge R$ 25 bi; Tarso protesta

O bloqueio de gastos do governo em razão da crise chega a R$ 25,4 bilhões no Executivo, no Legislativo e no Judiciário. É mais do que os R$ 21,6 bilhões divulgados no início e equivale a cerca de 4% do Orçamento.

O corte, o maior do governo Lula, atingiu áreas consideradas prioritárias, como educação, segurança e defesa. Em nota, o Ministério da Justiça protestou, dizendo que a medida pode "imobilizar" a Polícia Federal. (págs. 1 e A4)

Obama nega socorro e pede novo plano a GM e Chrysler

O presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou que as gigantes automotivas GM e Chrysler fracassaram em apresentar planos de restruturação viáveis e não vão receber, por enquanto, os 21,6 bilhões que requisitaram para evitar sua quebra.

A GM terá mais 60 dias e a Chrysler, mais 30 dias para refazer seus planos. Desde dezembro, a primeira montadora recebeu US$ 13,4 bilhões e a segunda, US$ 4 bilhões do governo. (págs. 1 e B10)

Foto legenda: Crise nas ruas

Manifestação que, segundo a polícia, reuniu cerca de 10 mil pessoas, percorre a rua da Consolação (centro de São Paulo); centrais sindicais promoveram protestos em 19 Estados e no Distrito Federal contra as demissões causadas pela crise econômica. (págs. 1 e B4)

BC prevê crescimento menor e inflação abaixo do centro da meta

Órgão reduz de 3,2% para 1,2% a estimativa de alta do PIB neste ano. Previsão para o IPCA é de 4,1%, abaixo dos 4,5%¨perseguidos pelo governo. (págs. 1 e B6)

Editorial: Lula no Chile

Tão perniciosa quanto o ultramercadismo, que lançou a economia global nesta crise, é a ideologia do "governo forte"

Não é sempre que uma cúpula com chefes de Estado produz um atrito do porte do "Por qué no te callas", desferido pelo rei da Espanha contra o presidente da Venezuela no fim de 2007. No mais das vezes, o clima desses encontros transcorre entre o previsível e o soporífero.

Não fugiu do padrão a reunião entre líderes da chamada "governança progressista" -políticos de centro-esquerda que repaginaram o termo original, Terceira Via-, ocorrida neste fim de semana em Viña del Mar, no Chile. O modo de pregações para convertidos só foi ameaçado por um leve incômodo envolvendo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice dos EUA, Joe Biden. (págs. 1 e A2)

Editorial: Congresso Pressionado

O Ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, ratificou em decisão liminar a brecha jurídica encontrada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), para destravar a pauta do Congresso Nacional.

Temer utilizou uma manobra interpretativa. Pela regra em vigor desde 2001, as deliberações legislativas ficam bloqueadas se medidas provisórias não forem votadas até 45 dias após seu envio pelo Executivo. Com o abuso de MPs editadas pelo presidente Lula, a agenda do Congresso permanece virtualmente paralisada.
Contra esse bloqueio, Temer anunciou no dia 17 que apenas as sessões ordinárias -que deliberam sobre leis que podem ser objeto de MPs- seriam paralisadas. As sessões extraordinárias, que tratam de emendas constitucionais, por exemplo, não seriam trancadas. A interpretação foi contestada no STF por oposicionistas, que argumentaram não terem sido consultados e temiam não poder mais usar as MPs para barrar votações e pressionar o governo. Ao rejeitar tal mandado de segurança, o STF referendou a conduta de Temer. (pág. 2)

Opinião: Marcos Nobre: Investigação na Camargo Corrêa é o fato político mais importante do ano

Por causa das supostas doações irregulares feitas a candidaturas e partidos, a investigação na construtora Camargo Corrêa poderia dar um empurrão na combalida reforma política.

A investigação é o fato político mais importante do ano. Não é necessário crer em teorias conspiratórias para enxergar suas muitas dimensões e consequências. Só um conchavo político de amplo espectro pode impedir que venham à tona. (págs. 1 e A2)

Opinião: Vinicius Torres Freire: Acordo não deve impedir demissões

O acordo que prevê suspensão de demissões teria "convencido" o governo a prorrogar a redução do IPI. Conversa. As empresas vão ajustar seus negócios, com demissões se necessário.

O imposto sobre fumos não vai cobrir o refresco tributário. Mas não há de onde tirar muito mais dinheiro sem cortar emendas parlamentares e conter gastos extras com servidores. (págs. 1 e B4)

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O Estado de S. Paulo

Manchete: Imposto do cigarro compensa parte do pacote de isenções

Preço subirá até 25% para cobrir desoneração a montadoras e construção

O governo anunciou um aumento dos impostos sobre o cigarro, para ajudar a bancar a renúncia fiscal dos incentivos às montadoras de veículos e à construção civil. Com isso, os cigarros vão encarecer até 25%. A medida deverá gerar cerca de R$ 975 milhões, contra perda de R$l,68 bilhão prevista com a desoneração. "É bom para a saúde daqueles que fumam, pois é melhor que sintam no bolso do que no pulmão", disse o ministro Guido Mantega (Fazenda). "A medida desarruma o setor. Os fumantes passarão a consumir produtos do mercado informal", disse Fernando Pinheiro, da Souza Cruz. O pacote prorroga até 30 de junho a redução do IPI para carros e caminhões. O vice-presidente José Alencar, que assinou as medidas, disse que o objetivo é salvar empregos: "O Brasil será um dos únicos que não terão queda do mercado de trabalho neste ano".

O PACOTE DE ESTÍMULO

Caminhões e carros: prorrogação, até 30 de junho, da redução do IPI, que venceria hoje. Desde dezembro, a medida ajudou o setor a manter as vendas em níveis até superiores aos do primeiro trimestre de 2008.

Motocicletas: o governo reduziu a Cofins de 3% para zero. Em troca, o setor se compromete a não demitir por três meses. Fabricantes calculam queda de 3% no preço das motos com até 150 cilindradas, as mais vendidas.

Material de construção: o pacote prevê a redução, por três meses, do IPI para 30 itens. A maioria deles, sobre os quais incide imposto de 4% ou 5%, terá a alíquota cortada para zero, casos do cimento e da tinta.

Cigarros: aumento do PIS, da Cofins e do IPI para os cigarros. Com a medida, as marcas mais baratas deverão ficar 20% mais caras, e as sofisticadas, 25%. (págs. 1, B1, B3 e B4)

Obama rejeita plano das montadoras

Casa Branca quer cortes mais drásticos na GM e fusão da Chrysler com a Fiat

O presidente dos EUA, Barack Obama, rejeitou os planos de reestruturação apresentados por General Motors e Chrysler, que pedem ajuda adicional de US$ 21,6 bilhões. Obama disse que as montadoras não podem depender de "um fluxo interminável de dólares" do contribuinte. Mesmo assim, não afastou totalmente a hipótese de ajudá-las. A GM ganhou prazo de dois meses para refazer seus planos de ajuste, prevendo redução drástica no total de marcas e na rede de concessionárias. Já a Chrysler terá um mês para consumar fusão com a italiana Fiat. A situação das montadoras provocou queda das bolsas pelo mundo. (págs. 1 e B8)

Planalto tem 67 diretores e mais de 100 chefes

O Palácio do Planalto tem 67 diretores e mais de 100 chefes, informam os repórteres Tânia Monteiro e Leonencio Nossa. Só na área de comunicação, o total de diretorias foi de 2, em 2003, para 12 - o dobro da Petrobrás. Na Casa Civil, há 7 diretores. Juntas, as Secretarias de Relações Institucionais e de Assuntos Estratégicos têm 8. No gabinete do presidente Lula, trabalham 13 chefes. (págs. 1 e A4)

Ministros do STF apontam excessos na operação da PF

Ministros do STF ouvidos pelo Estado avaliam que a Operação Castelo de Areia mostra que continuam a ocorrer excessos nesse tipo de investigação da Polícia Federal. Segundo eles, é inadmissível a prisão de suspeitos apenas para ouvi-los. Um e-mail interceptado despertou suspeita da PF. A mensagem mostra doação de R$ 25 mil da Camargo Corrêa ao PT de São Paulo. (págs. 1 e A8 a A10)

Lei da coleta de espécies para estudo está travada

O projeto de lei que regulamenta o acesso aos recursos genéticos da biodiversidade brasileira está parado no governo, após seis meses em consulta pública. Cientistas querem se desvencilhar das amarras da medida provisória que desde 2001 pune a biopirataria. Sem a nova legislação, eles não obtêm licença para estudar as plantas de que precisam. (págs. 1 e A14)

Mais jovens iniciam vício pela cocaína, diz pesquisa

O crack e a cocaína podem ter virado a porta de entrada para crianças e adolescentes se tornarem dependentes. Levantamento nos centros estaduais de atendimento de São Paulo mostra que, em dois anos, o número de menores em tratamento intensivo para esses dois tipos de tóxico passou de 179 em 2006 para 371 em 2008, uma alta de 107%. (págs. 1 e C1)

Paquistão: terror, caos e 12 mortes

Um grupo de atiradores invadiu uma academia policial em Lahore (Paquistão), atirando de modo indiscriminado e mantendo reféns por oito horas. Após intenso combate, a polícia paquistanesa retomou o controle do local e prendeu quatro suspeitos. No total, 12 pessoas morreram, entre as quais três terroristas que se explodiram. No início de março, sete pessoas foram mortas em ataque contra atletas do Sri Lanka em Lahore. (págs. 1 e A11)

Notas e informações: Lição de direito do TRF

Por repetir os mesmos equívocos técnico-jurídicos da Operação Satiagraha - que confundiu simples indícios de corrupção com provas materiais inequívocas, fundamentou denúncias criminais com base em meras suspeições e evidenciou uma ação articulada entre o delegado, o promotor e o juiz de primeira instância responsável pelo caso -, a Operação Castelo de Areia não resistiu ao primeiro recurso interposto pelos indiciados na segunda instância da Justiça Federal. A operação foi desmontada pela desembargadora Cecília Mello, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região, que aproveitou o recurso impetrado por sete pessoas que haviam sido presas preventivamente, na última quarta-feira, para dar uma exemplar lição de direito à Polícia Federal, ao Ministério Público e, principalmente, ao juiz Fausto De Sanctis, da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo, que autorizou as duas operações.

Em despacho de 67 páginas, a desembargadora afirma expressamente que De Sanctis agiu com base somente em "meras conjecturas" e que foi conivente com "arbitrariedades, caprichos e humilhações gratuitas" a réus que "são primários, possuem famílias constituídas, residência fixa e ocupação lícita", desprezando o princípio constitucional da presunção de inocência. "A decisão se revelou repetitiva, não distinguindo excesso de fundamentação com fundamentação idônea (...) Observo que as palavras mais referidas no despacho revelam meras conjecturas. (págs. 1 e A3)

Opinião: Arnaldo Jabor: Vergonha pode nos trazer sabedoria

Esse milhão de casas vai esbarrar em tudo o que o governo Lula deixou de fazer: simplificação de burocracias, privatizações, concessões públicas urgentes e reformas. (págs. 1 e D8)

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Jornal do Brasil

Manchete: Para fugir do desemprego

Fazenda reduz impostos para construção e carros

Renúncia tributária é condicionada ao emprego

Obama cria incentivos fiscais para as montadoras

Os governos do Brasil e dos EUA anunciaram novas medidas para conter a sangria de empregos. No Brasil, o Ministério da Fazenda divulgou um pacote que deverá resultar na renúncia de R$ 1,5 bilhão: além de prorrogar a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de veículos, o plano prevê o mesmo para materiais de construção. A contrapartida é a manutenção dos empregos nas fábricas. Nos EUA, o presidente Barack Obama anunciou incentivos fiscais para as montadoras e induziu a fusão da Chrysler com a Fiat. (págs. 1, Economia A16 a A18)

31 de março, há 54 anos... Golpe de 64 - O dia em que o país mudou de rumo

Políticos, historiadores e personagens do movimento militar iniciado no fim de março de 1964 revisitam o golpe que deixou o Brasil longe da democracia por longos 21 anos. (págs. 1 e Tema do Dia A2 a A5)

Os gastos do SUS com a violência

Um novo detalhamento de cálculos do IBGE e do Ipea aponta: os gastos da saúde pública no Brasil com agressões e acidentes são pelo menos quatro vezes maiores e chegam a R$ 2 bilhões. A pesquisa levou em consideração também o atendimento ambulatorial. (págs. 1 e País A6)

E a Câmera?

Desde 2007, os óculos da estátua de Carlos Drummond de Andrade, no calçadão de Copacabana, já foram roubados cinco vezes. Seria um prejuízo de R$ 15 mil para os cofres públicos se o monumento não tivesse sido adotado por uma empresa de fabricação de lentes de grau. No entanto, mesmo com tantos casos de vandalismos, a Prefeitura ainda não decidiu se instala uma câmera para vigiar o poeta de cobre que encanta os turistas. (págs. 1 e Cidade A10)

Editorial: Montadoras em busca de fôlego

Continua agitada e repleta de novidades a novela da vida real que se desenrola há meses nos Estados Unidos, protagonizada pelas montadoras e o governo. Só nos capítulos mais recentes, a General Motors confirmou a demissão de seu diretor-presidente, a Chrysler e a Fiat anunciaram uma aliança global e o presidente Barack Obama enquadrou as gigantes do setor automobilístico, exigindo-lhes celeridade nos planos de reestruturação. Enquanto isso, no Brasil, a equipe econômica reduziu a carga tributária sobre carros, motos e caminhões, para facilitar as vendas. Por diferentes caminhos, os governos tomam as rédeas da situação, na tentativa de evitar o desemprego e salvar do abismo um setor crucial da economia. (pág. 8)

Sociedade Aberta

Caio Navarro de Toledo
Historiador
Após 45, não se fez justiça às vítimas da ditadura. (págs. 1 e A5)

Jarbas Passarinho
Ex-ministro
O Brasil fio salvo de virar uma imensa Cuba. (págs. 1 e A3)

Renato Simões
Deputado estadual (PT-SP)
Neste aniversário, vence o direito à memória ou à mentira? (págs. 1 e A9)

Cláudio Cenz
Empresário
A redução do IPI para a construção traz efeitos imediatos. (págs. 1 e A17)

EUA: reputação está na lama

Paul Kraugman
The New York Times

Os EUA, há dez anos, era o país que sabia cuidar das finanças, todos pensavam. Uma das perdas da crise atual é a reputação da América, com capital que perdemos quando, nós e o mundo, mas precisamos. (págs. 1 e Economia A18)

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Correio Braziliense

Manchete: Lula manda conta da crise para fumantes

Pela manhã, o susto. Pesquisa de opinião do CNT/Sensus mostrou queda de 10 pontos percentuais — 72,5% em janeiro para 62,4% em março — na avaliação positiva do governo. Segundo os analistas, a onda de demissões desde a explosão da crise é a causa da perda de apoio à administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Horas depois, a reação. O ministro Guido Mantega anunciou uma série de medidas para estimular a economia e recuperar o mercado de trabalho. O IPI sobre material de construção caiu a zero, assim como a Cofins taxada nas motocicletas. Empresas de papel e celulose, material de escritório e a indústria de brinquedos receberam isenção de Imposto de Renda. Ao todo, estima-se em R$ 700 bilhões os impostos que deixarão de entrar no cofre. A ideia é que ao baratear os produtos, o consumo se aqueça e promova crescimento. Para tapar o buraco do caixa, no entanto, as alíquotas do IPI e Cofins sobre os cigarros subirão a partir de 1º de maio. O próprio governo diz que o preço final do maço vai crescer 25%. (págs. 1, 4, Tema do Dia e 14 a 16)

Enquanto isso, nos EUA: Obama intervém na GM e na Chrysler

Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, força a saída do presidente da GM, a união entre a Chrysler e a Fiat e marca data para que as indústrias apresentem um plano de reestruturação

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, interveio ontem na indústria automobilística do país. Num único dia, forçou a saída do presidente-executivo da General Motors (GM), Rick Wagoner, determinou que a Chrysler aceite a associação proposta pela Fiat e fixou prazos para que as duas montadoras norte-americanas apresentem um plano factível de restruturação dos negócios. Só assim, o governo voltará a injetar recursos públicos nas companhias. Ao mesmo tempo, o presidente não descartou a simples falência delas. Ao proteger as operações da cobrança dos credores, prometer a injeção de mais dinheiro e tomar decisões administrativas, Obama decretou uma espécie de concordata informal das duas empresas. (págs. 1 e 18)

R$ 1 mil diários por estes microfones

O Senado tem 10 mil funcionários. Parte deles integra a Secretaria Técnica Eletrônica. Mesmo assim, a Casa vai contratar em 14 de abril uma empresa para testar diariamente os microfones usados por Suas Excelências só três vezes por semana no plenário, que às segundas, como ontem, e sextas costuma ficar vazio. Para tanto, pagará R$ 379 mil por ano. O trabalho precisa ser terceirizado, explica a assessoria de imprensa, porque o pessoal próprio anda sobrecarregado. (págs. 1 e 2)

E Fraga despediu a empregada…

Funcionária da Câmara que prestava serviços na casa do atual secretário de Transportes do DF é exonerada

A Câmara anunciou ontem a exoneração da empregada doméstica que era lotada no gabinete do deputado Osório Adriano (DEM-DF), mas prestava serviços na casa do deputado licenciado e atual secretário de Transportes do Distrito Federal, Alberto Fraga. A denúncia, feita pelo jornal Folha de S. Paulo, levou o secretário a diversas contradições ao tentar explicar a função exercida por Izolda da Silva. “Ela faz serviços de mandados. Vai ao banco, faz limpeza. São serviços domésticos. Aliás, serviços externos”, disse. Fraga afirmou ainda que a empregada dormia em sua casa porque morava na zona rural. (págs. 1 e 5)

Reforço na segurança

Governador Arruda coloca mais 1,8 mil policiais nas ruas e afirma esperar resultados:“Fiz tudo que a polícia me pediu. Agora exijo uma resposta.” (págs. E 27)

Violência doméstica

Balanço mostra que ainda há resistência à Lei Maria da Penha: apenas 2% dos agressores vão para a cadeia. (págs. 1 e 11)

O córrego da prostituição

Meninas de até 12 anos fazem sexo por R$ 15 na região da Fercal. Exploração ocorre em local chamado Córrego da Sucuri. (págs. 1 e 25)

Visão do Correio :: Distorções na máquina

Firmou-se no imaginário nacional, especialmente ao longo da última década, a ideia de que a máquina pública brasileira é inchada. Agora o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que o número de servidores, em relação à população economicamente ativa, é menor do que o de países desenvolvidos e de emergentes. Aqui, a proporção é de 10,7%. Nos Estados Unidos, de 14,8%; na Alemanha, 14,7%; na Argentina, 16,2%; no Paraguai, 13,4%; na Índia, 68,1%. Mais: desde 1995, essa média recuou no Brasil — era de 11,3% naquele ano.

A notícia é boa, mas não torna o Estado menos perdulário. Estão aí, a comprovar a assertiva, os escândalos recentes do Congresso Nacional, com a descoberta de 181 diretores no Senado Federal e 104 na Câmara dos Deputados. (págs. 1 e Opinião 20)

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Valor Econômico

Manchete: Quatro grupos avaliam a compra do Ponto Frio

Vanessa Adachi, Claudia Facchini e Graziella Valenti, de São Paulo

Ao menos quatro grupos estão avaliando a possibilidade de compra da rede Ponto Frio, a segunda maior varejista do setor de eletroeletrônicos do país: Lojas Americanas, Magazine Luiza, Pão de Açúcar e um consórcio formado pela empresa nordestina Insinuante e pela BTG, do ex-banqueiro André Esteves. Além disso, há informações no mercado de que a GP Investimentos e o Wal-Mart também teriam interesse na empresa, que é controlada por Lily Safra, viúva do banqueiro Edmond Safra, e seu filho, Carlos Monteverde.

Entre as empresas interessadas, Lojas Americanas e Pão de Açúcar tenderiam a fazer propostas envolvendo troca de ações. No caso do Magazine Luiza e da Insinuante, as ofertas devem envolver pagamento em dinheiro, uma vez que são empresas de capital fechado e os controladores buscam uma porta de saída. (págs. 1 e D1)

Saem novas isenções de impostos

Vanessa Dezem e Sergio Lamucci
De São Paulo

O governo anunciou, ontem, medidas adicionais que elevam em R$ 1,5 bilhão a renúncia fiscal prevista para este ano: confirmou a extensão por três meses da redução do IPI dos automóveis, eliminou esse imposto para vários materiais de construção e a Cofins das motocicletas e ampliou a lista dos setores considerados prioritários na área da Sudam.

Para compensar a perda de receita, haverá aumento do IPI e do PIS/Cofins sobre cigarros. A tributação maior pode causar alta de até 0,26 ponto percentual na inflação. Mas isso não preocupa os analistas, porque o cenário para a inflação é extremamente benigno. O IGP-M de março teve deflação de 0,74%. (págs. 1, A4 e A10)

Lula mostrará vantagens do etanol ao G-20

Mauro Zanatta
De Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva leva em sua bagagem para as conversas com dirigentes dos 20 países mais influentes do mundo, amanhã, em Londres, uma pesquisa inédita da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) mostrando como a produção de etanol pode reduzir de forma drástica as emissões de gases causadores do efeito estufa. O levantamento da unidade Embrapa Agrobiologia, de Seropédica (RJ), mostra que, considerando todo o processo de produção da cana-de-açúcar, fabricação do álcool, transporte, distribuição e comercialização, o etanol brasileiro reduz em 73% a emissão total de CO2, do óxido nitroso e do gás metano. Se toda a frota brasileira fosse movida a etanol, haveria economia de 53,3 milhões de toneladas em um ano. (págs. 1 e B16)

GM ruma para recuperação judicial e cisão

Jeffrey McCracken, John D. Stoll e Neil King Jr.
The Wall Street Journal

O principal plano do governo dos Estados Unidos para consertar a General Motors e a Chrysler - salvo alguma surpresa de última hora - é de usar pedidos de recuperação judicial para livrar as montadoras de seus maiores problemas, uma indicação da profundidade com que o governo está mergulhando na indústria automobilística americana.

A medida dividiria, em essência, as empresas em partes "boas" e "ruins". A Casa Branca gostaria que a GM "boa" fosse uma empresa independente. A Chrysler "boa" seria vendida à Fiat. Com a ação dura do governo, as bolsas americanas levaram um tombo e puxaram outros mercados ao redor do mundo. O Dow Jones caiu 3,3% e o Índice Bovespa, 2,99%. (págs. 1 e C4)

Pernambuco dá largada à corrida eleitoral

Carolina Mandi
De Itapetim (PE)

É noite de domingo e poucos moradores de Itapetim, a 414 quilômetros do Recife, estão à frente da TV. Numa praça com pista de corrida, quadras e aparelhos, os moradores acorrem à inauguração da terceira academia de ginástica da cidade. Ao contrário das outras, esta não cobra pelas aulas nem pela consulta com o nutricionista. Batizada de Academia das Cidades, transformou-se na coqueluche da caravana pelo sertão do governador Eduardo Campos (PSB), que deu partida à campanha pela reeleição, numa disputa em que pode vir a enfrentar o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), cujos aliados iniciaram ontem, no Recife, outra caravana, para fiscalizar as obras do PAC. (págs. 1 e Al8)

Brasil agora atrai bancos chineses

Assis Moreira e Janes Rocha
De Genebra e Buenos Aires

O Banco da China, um dos maiores do mundo em capitalização, deve abrir este ano, em São Paulo, sua primeira agência na América do Sul, ao mesmo tempo em que Pequim prepara linhas de financiamento acima de US$ 11 bilhões para o Brasil Estudo do Deutsehe Bank aponta, em meio à crise global, urna segunda onda de investimentos chineses no exterior, puxada por bancos e seguradoras - e o Brasil está na mira. Também o Banco de Desenvolvimento da China, outro peso-pesado estatal, planeja se instalar no país, mas ainda precisará obter autorização para isso.

Em outra iniciativa na região, o Banco Popular da China fez um pré-acordo com o Banco Central da Argentina para realizar um swap de reservas no valor equivalente a US$ 10 bilhões. A operação tem prazo de três anos e o modelo é o mesmo da linha de US$ 30 bilhões oferecida ao Brasil pelo Fed. (págs. 1 e Cl)

Código ambiental de Santa Catarina desrespeita legislação federal

Vanessa Jurgenfeld
De Florianópolis

A Assembleia Legislativa de Santa Catarina decide hoje a aprovação de um novo código ambiental para o Estado. A proposta, que tem apoio da maior parte dos partidos políticos, prevê entre os seus pontos mais polêmicos a redução da distância da produção no campo em relação às matas ciliares, consideradas Áreas de Preservação Permanente (APP). (págs. 1 e A10)

Citi ainda liderou ranking de captações no ano passado

Cristiane Perini Lucchesi
De São Paulo

Com atuação forte no ainda movimentado primeiro semestre do ano passado, o Citigroup conseguiu assumir posição de grande destaque no "Ranking Valor de Captações Externas" de 2008. Ficou em primeiro lugar no ranking principal, posição que havia conquistado também em outros anos difíceis do mercado, em 2001 e em 2004. O banco assim tornou-se tricampeão por esse levantamento. (págs. 1 e Captações externas)

Crise carioca

Estudo do Sindicato de Bares e Restaurantes do Município do Rio de Janeiro (SindRio) mostra que em dez anos o número de hotéis, restaurantes e bares na cidade diminuiu 2,4% por causa da violência e do enfraquecimento da economia local. (págs. 1 e A12)

Reflexos da "marolinha"

A avaliação positiva do governo Lula caiu de 72,5% para 62,4% desde janeiro, segundo pesquisa CNT/Sensus. É o pior resultado desde setembro. A avaliação pessoal do presidente também caiu de 84% para 76,2% em março. (págs. 1 e Al3)

Pubs ameaçados

A recessão na Grã-Bretanha ameaça a sobrevivência dos tradicionais pubs britânicos, que hoje baixam as portas às dezenas todas as semanas. Entre as medidas que poderiam socorrer o setor estão uma menor regulação e corte de impostos. (págs. 1 e A15)

Sob medida

Apesar da crise, a produção de ovos de Páscoa deve chegar a 24 mil toneladas neste ano, um crescimento de 4,8% em relação ao ano passado, sendo três mil toneladas por fabricantes artesanais. "O ovo se ajusta ao tamanho do bolso”, diz Getúlio Ursulino, presidente da Abicab. (pág.1)

Colombo revê estratégia

A gaúcha lojas Colombo, uma das maiores varejistas de eletroeletrônicos e móveis do país, reduziu seu plano de expansão para 2009. A intenção agora é abrir dez lojas - duas em São Paulo - com produtos de maior valor. (págs. 1 e B5)

Expansão da Vilebrequin

Com 76 lojas no mundo, a unidade da grife francesa de calções de banho Vilebrequin no Shopping Iguatemi, em São Paulo, foi a campeã de vendas em dezembro. Em maio, inaugura mais duas lojas no país, no Leblon e em Salvador, diz o CEO Thierry Prissert. (págs. 1 e B5)

Negócios "offshore"

A Wilson, Sons e a Magallanes Navegação Brasileira, controlada pelo grupo chileno Ultratug, formaram uma joint venture para atuar no apoio a plataformas de petróleo e gás. A nova empresa nasce com seis embarcações em operação e outras seis em construção. (págs. 1 e B13)

Investimento em álcool

A Companhia Mineira de Açúcar e Álcool, com três projetos para construção de usinas no Triângulo Mineiro, associou-se ao fundo americano ZBI Ventures, que pagou R$ 47,8 milhões por um terço do negócio. (págs. 1 e Bl6)

Editorial: Há boas chances de avanço na reunião londrina do G-20

A importância da próxima reunião do G-20, que reúne os países que criam 85% da riqueza mundial, pode ser melhor entendida em negativo. O fracasso da tentativa de união para combater a crise mundial colocará o mundo diante de forças recessivas maiores do que quaisquer soluções nacionais poderiam vencer. É por isso que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, coloca como meta para a reunião que marcará sua estreia na arena global a transmissão de uma "forte mensagem de união ao mundo". Os desafios colocados são enormes, uma coordenação internacional que alcance consenso em uma crise de tal profundidade nunca existiu com essa amplitude em tempos de paz, e a maior tempestade econômica global exige uma reação global. O G-20 prova que as instituições de Bretton Woods, como o Fundo Monetário Internacional, ficaram ultrapassadas, e sua capacidade de criar acordos é um fator relevante para que se vença a crise e possa se criar um arranjo multilateral mais justo para o futuro. (pág. Opinião 16)

Ideias

Dominique Strauss-Kahn: mudanças estão em curso no FMI. (págs. 1 e Al7)
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http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Sinopses&Tarefa=Exibir
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segunda-feira, março 30, 2009

X Ô! ESTRESSE [In:] "...ERA UMA CASA MUITO ENGRAÇADA..."

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[Homenagem aos chargistas brasileiros].
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MST & ONGs: FAZENDO ESCOLA...

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ONGs ligadas ao MST se multiplicam para obter verba federal
Folha Online.

Um grupo de 43 entidades ligadas ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) já recebeu pelo R$ 152 milhões em repasses federais, informa Marta Salomon, em reportagem que será publicada na edição deste domingo da Folha.

Segundo a reportagem, algumas dessas entidades foram criadas depois que os principais braços jurídicos do movimento dos sem-terra se tornaram alvo de investigações do TCU (Tribunal de Contas da União), por supostos desvios de recursos.

Algumas dessas investigações já resultaram no bloqueio dos bens de entidades, como o caso da Anca (Associação Nacional de Cooperação Agrícola), suspeita de repassar ilegalmente recursos federais para o MST e que foi alvo de decisão da 14ª Vara Cível Federal de São Paulo no início deste mês.

A polêmica em torno do assunto voltou à tona depois do presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, chamar de ilegal o repasse verbas públicas para o MST.

Criado em 1984, o MST não tem CNPJ e não pode receber recursos públicos diretamente, o que o levou a criar entidades para isso, como Anca (Associação Nacional de Cooperação Agrícola) e Concrab (Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária).


GOVERNO LULA & LULISMO [In:] "... DEU NO JORNAL": BIZARRO!!!

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Não façam o que eu faço
Nas Entrelinhas - Claudio de Moura Castro


Nas Entrelinhas
Correio Braziliense - 30/03/2009


Um ótimo cassino para jogar hoje em dia é o Brasil de Lula. 100% de chance de ganhar. É só pegar dólares emprestados, o que anda baratinho, trocar por reais e comprar títulos do governo brasileiro

Uma das coisas mais curiosas dos últimos dias foi o presidente da República dizer que não estabeleceu prazo para a construção do um milhão de habitações do novo, e elogiável, programa federal.

Daí que, segundo Luiz Inácio Lula da Silva, o governo não deva ser questionado no futuro sobre o ritmo da execução do programa. Lula parece que descobriu a fórmula para manter o monarca sempre feliz, a salvo da cobrança dos súditos.

O governo vai erradicar a tuberculose. Quando? Sei lá. O governo vai acabar com o analfabetismo. Quando? Não enche. O governo vai duplicar a rodovia do litoral. Para quando vai ser? Vê se não amola.

O Brasil parece mesmo um país vocacionado para coisas bizarras. Investigação aponta grave suspeita de que o senador fulano de tal recebeu dinheiro de uma empreiteira. E não é que o senador recebeu mesmo? Dinheiro legal, com recibo, declarado à Justiça Eleitoral. Custava as autoridades checarem, antes de divulgar a informação? Vai ser uma pena se escorregões assim acabarem atrapalhando o importante trabalho das instituições na luta contra os malfeitos.

E as prévias do PSDB? A Justiça Eleitoral decidiu que elas podem sim acontecer, desde que na clandestinidade. Os “pré-candidatos” tucanos não podem fazer propaganda nos meios de comunicação. Nem mesmo montar um modesto web site para explicar por que desejam sentar naquela cadeira do Palácio do Planalto. Ah, sim, podem mandar e-mails, mas só para filiados ao partido. E se um filiado qualquer pega o e-mail e manda a um não filiado, estará cometendo crime eleitoral? E se o sujeito imprimir o e-mail e mostrar para um amigo, pode ser multado?

Em Viña del Mar (Chile), no encontro de presidentes progressistas, Lula empostou a voz para dizer que “o mundo está pagando o preço do fracasso de uma aventura irresponsável daqueles que transformaram a economia mundial em um gigantesco cassino”. É verdade, Lula tem razão. Há porém um problema. Um dos melhores cassinos para jogar hoje em dia é o Brasil governado por Lula. O apostador joga com 100% de chance de ganhar. Basta tomar emprestados dólares, ou euros, ou ienes (tudo muito baratinho hoje em dia), trocar por reais e comprar títulos do governo brasileiro. É filé sem osso. O único cassino em que o dono (o contribuinte brasileiro) sempre perde.

Lula disse também que é hora de fortalecer o Estado. Possivelmente para que não aconteça como no Brasil, onde o governo federal terceirizou para uma instituição controlada pelo setor privado (o Banco Central) a execução da política monetária, dando no que deu. Isso foi mais uma piada minha. Mas só até certo ponto. Lula deveria ser mais cuidadoso em situações como a do Chile. Normalmente, reuniões de chefes de Estado são convescotes bem-educados. Mas vai que alguém cobra do nosso presidente por que ele não dá um jeito no spread bancário nacional. Pior ainda se Lula acabar sendo chamado às falas por um colega loiro de olhos azuis.

País bizarro, mundo bizarro. Nos próximos dias, vamos ter a reunião do G-20 para discutir o andamento da crise mundial. Vai ser um desfile de governantes pregando contra o protecionismo, enquanto cada um deles dá tratos à bola sobre a melhor maneira de proteger o seu próprio mercado da concorrência estrangeira. Lula também está nessa. Quando a Embraer pôs na rua mais de 4 mil funcionários, Lula questionou por que as empresas aéreas nacionais compram aviões lá fora, em vez de encomendar à nossa Embraer. É lógico. Façam o que eu digo, mas não façam o que eu faço.

No seu furor antiprotecionista, Lula deveria dar o exemplo. Baixar a zero, por exemplo, as altíssimas tarifas de importação para produtos de informática. Seria um passo e tanto no rumo da inclusão de milhões na era digital. Mas Lula parece andar ocupado demais para se preocupar com coisas assim, banais. Outro dia, ele afirmou peremptoriamente que não é hora de os sindicatos pedirem aumento de salário. Ora, deve haver setores em que isso é verdade. Em outros, talvez não. Não seria melhor deixar esse assunto para os sindicatos? O que é que o presidente da República tem a ver com isso?
Bizarro.

DISTRIBUIÇÃO DE RENDA [In:] ''BRASIL, MOSTRA A TUA CARA..."

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RENDA NO BRASIL TEM O MENOR CRESCIMENTO
BRASIL PERDE A DIANTEIRA



Autor(es): Bruno Rosa
O Globo - 30/03/2009

Segundo economistas, a política de juros altos nos últimos anos, a forte desvalorização cambial e falta de uma política de comércio internacional próativa foram determinantes para o desempenho dos últimos anos. Segundo Gonçalves, os erros na política macroeconômica colocam o Brasil na lanterna do crescimento da renda per capita durante os governos Fernando Henrique Cardoso e Lula. Por outro lado, ressalta Claudio Dedecca, do Instituto de Economia da Unicamp, as nações em desenvolvimento e da América Latina promoveram cortes de juros ao longo da última década, reduzindo os custos de investimentos e, assim, gerando emprego e renda.

Com crise, queda de 1,1% este ano

A situação fica mais crítica para o Brasil este ano. Gonçalves lembra que a previsão do Boletim Focus, do Banco Central (BC), é de crescimento zero no país em 2009. Com base no estudo de Gonçalves, a renda anual per capita deve cair 1,1%, para US$ 10.185. Em 2008, o ganho anual por habitante foi de US$ 10.298.

Já nos países em desenvolvimento, o crescimento médio chegará a 2% este ano, elevando a renda per capita em 0,6%, para US$ 5.657.

Na América Latina, com alta modesta de 1% da economia em 2009, haverá recuo de 0,6% na renda per capita, para US$ 10.665. Todos os valores são balizados pela Paridade do Poder de Compra (PPP), que permite comparar a mesma cesta de bens em todos os países, ressalta Gonçalves.

Nos países em desenvolvimento, persistem, como puxadores, China, Índia e economias mais dinâmicas, como a da Coreia do Sul. Na América Latina, nenhum país será puxador: a escola de samba latino-americana não desfilará em 2009. Brasil e México estão descarrilhando. Nos últimos anos, o Brasil ficou muito focado na Rodada de Doha, que foi um fracasso, e não fez como diversos países da região, que partiram para negociações bilaterais. E, assim, obtiveram mais avanços. Este ano, a desaceleração da grande maioria dos países da América Latina será menor que a do Brasil e do México — explica Gonçalves.

Assim, em 1995, a renda do brasileiro equivalia a 2,57 vezes à do habitante dos países em desenvolvimento.

Em 2008, essa diferença caiu para 1,83. Este ano, segundo projeções de Gonçalves, o número cairá para 1,8.

Em relação à América Latina, a renda per capita brasileira, que correspondia a 1,02 vez à da região em 1995, passou a corresponder a apenas 0,96 ano passado. Em 2009, cairá para 0,95.

O economista José Marcio Camargo, da PUC-Rio, lembra que os diferentes estágios de desenvolvimento das economias explica o fato de o Brasil estar perdendo a corrida para outras nações. O Brasil, por exemplo, que tem 80% de sua população nas grandes cidades, difere de países em desenvolvimento, como China e Índia, onde 60% das pessoas ainda vivem no campo. Com isso, a migração para os grandes centros urbanos eleva a renda per capita, pois esses trabalhadores têm aumento de ganhos e produtividade ao irem para as cidades.

— Em relação à América Latina, países como Chile e Peru têm uma estrutura regulatória mais desenvolvida, como agências reguladoras e políticas de desenvolvimento, o que acaba atraindo mais investimentos, aumentando a renda per capita. Ainda faltam muitas reformas no Brasil, como a previdenciária, trabalhista e fiscal, apesar dos avanços nas últimas décadas — afirma Camargo.

Dedecca, da Unicamp, diz que o crescimento do Brasil nos últimos cinco anos foi apenas um reflexo do avanço da economia internacional e, por isso, não houve melhora substancial no mercado de trabalho e na renda per capita. Luiz Fernando de Paula, da Uerj, ressalta que a média da expansão do país ficou abaixo dos quase 11% registrados pela China, dos 8,5% da Índia e dos 7,2% da Rússia.

— O Brasil ainda cresceu menos que Chile, Peru e Colômbia. A questão é que o país seguiu com rigidez as metas de inflação. O Chile, por exemplo, foi mais flexível — afirma.

Já Dedecca diz que o governo já começa a fazer a sua parte, com a criação de programas de transferência de renda e de pacotes de estímulo.

Porém, faltam ações inovadoras dos trabalhadores e do setor produtivo, já que todas as ações refletem melhorias apenas de curto prazo. Entre os países que compõem os Brics, grupo formado, além do Brasil, por China, Rússia e Índia, economistas reforçam que a Rússia é que deve ter mais dificuldades em 2009 e 2010.

— A Rússia tem um setor produtivo sem competitividade e um setor financeiro quebrado — diz Dedecca.

Apesar do crescimento recente da economia e dos programas do governo de transferência de renda, o Brasil andou para trás nos últimos 13 anos. Entre 1995 e 2008, a renda per capita (ganho anual por habitante) do brasileiro avançou 59,41%, número menor que o crescimento de 68,50% dos países da América Latina e bem inferior ao aumento de 123,31% registrado pelas nações em desenvolvimento. A conclusão é de estudo preparado pelo economista Reinaldo Gonçalves, professor titular em economia internacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a partir de dados do Fundo Monetário Internacional (FMI). Este ano, com a piora do cenário internacional, o ganho individual no Brasil terá um dos maiores recuos.

DEPUTADO ALBERTO FRAGA [In:] ''CASA, COMIDA e Roupa lavada"

...
Deputado paga doméstica com dinheiro da Câmara
Doméstica de deputado é paga pela Câmara


Autor(es): LEONARDO SOUZA e
MARIA CLARA CABRAL
Folha de S. Paulo - 30/03/2009



O deputado federal licenciado e secretário de Transportes do Distrito Federal, Alberto Fraga (DEM), paga o salário da empregada doméstica de sua casa com recursos da Câmara.
Izolda da Silva Lima, 30, é contratada como secretária parlamentar, mas cuida da limpeza da residência de Fraga, localizada numa área de 1.875 m2 às margens do lago Paranoá, região nobre de Brasília.

Izolda está contratada pelo gabinete do suplente de Fraga, Osório Adriano, também do DEM.

Ela confirmou à Folha que trabalha de faxineira de Fraga. Este diz que ela recebe pela Câmara, mas apenas mora em sua casa. Já Osório Adriano diz que nem a conhece.
Coronel da reserva da Polícia Militar, Fraga é conhecido na Câmara como o principal nome da "bancada da bala". Em 2005, presidiu a frente parlamentar contra a proibição do comércio de armas no país. Em 2007, assumiu a Secretaria de Transportes distrital.
Na tarde de quinta-feira, entre 15h30 e 17h, a Folha falou com Izolda duas vezes: pelo telefone da casa de Fraga e pessoalmente -com cerca de 1,50 m de altura, de calção azul e camisa de malha desbotada da seleção brasileira, ela recebeu a reportagem no portão da casa do deputado licenciado.
"Todas. O que precisar, eu tô à disposição dele. Também atividades domésticas, principalmente nos finais de semana", respondeu ela, ao ser questionada pela reportagem que tarefas fazia na casa de Fraga.
"De forma alguma, ela não é. Eu tenho doméstica na minha casa. Agora, se ela [Izolda] disse, problema dela. Agora vai ficar até bom, quem sabe agora eu não vou pedir pra ela fazer, né?", afirmou Fraga.
De acordo com os registros da Câmara, Izolda é servidora desde fevereiro de 2003. No dia 19 do mês passado, ela foi promovida de secretária parlamentar 05 para 06, com vencimento de R$ 480,86. Segundo ela, seu salário total é de R$ 1.080 por mês. Ela disse que trabalha com Fraga há quatro ou cinco anos.
Ao ser procurada no gabinete de Adriano Osório, um servidor informou à reportagem que Izolda exercia atividade externa. Ele então passou o telefone do local de trabalho dela: o número da casa de Fraga.
Osório Adriano disse não saber quem ela era nem onde ela fica. "Sou suplente. A gente mais ou menos divide o pessoal. Tem gente que é do Fraga e tem gente que é minha."

Dantas
Alberto Fraga se reelegeu em 2006 pela terceira vez como deputado federal.
Até 2005, era tido como um congressista do baixo clero. Naquele ano, contudo, ganhou notoriedade ao ser o porta-voz no Congresso da "Frente do não", que empreendeu campanha vitoriosa contra a proibição da venda de armas no país.
Ainda em 2005, Fraga se envolveu num episódio relacionado ao banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity. O deputado fez uma representação ao TCU (Tribunal de Contas da União) para suspender um acordo entre fundos de pensão e o Citigroup em torno do controle da Brasil Telecom, exatamente como queria Dantas.
O instrumento jurídico usado por Fraga era uma "clonagem" de um texto de Luis Octavio Motta Veiga, advogado do grupo Opportunity.

SENADORES E DEPUTADOS [In:] "VOAR, VOAR, SUBIR,SUBIR..." ["FILHOS" DE ÍCAROS...]

CONGRESSISTA TEM DIREITO A ATÉ 1 BILHETE AÉREO POR DIA
CONGRESSISTAS PODEM GASTAR ATÉ R$ 33 MIL COM PASSAGENS


Autor(es): RANIER BRAGON e
ANDREZA MATAIS
Folha de S. Paulo - 30/03/2009

Em meio a muito sigilo, desvio de finalidade e suspeita de irregularidade, o Congresso Nacional destina mensalmente aos 594 deputados federais e senadores uma cota para compra de passagens aéreas que, em alguns casos, permite a aquisição todo mês de mais de 30 bilhetes de ida e volta entre Brasília e o Estado de origem.

Criada originalmente para permitir ao congressista quatro deslocamentos mensais ao Estado, a cota aérea é paga conforme o Estado do parlamentar e se ele ocupa ou não posto de destaque nas duas Casas. Na atual legislatura, o valor varia de R$ 4.700 a R$ 33 mil.
Em 2008, a Câmara desembolsou R$ 80 milhões sob essa rubrica. O Senado, bombardeado nas últimas semanas por denúncias de mau uso dessa e de outras verbas de apoio ao trabalho parlamentar, se recusou a fornecer o dado à Folha.
Ao longo da semana passada, a Folha coletou informações nos gabinetes das duas Casas e apurou que a cota é alvo de desvirtuamento, como a distribuição de passagens a eleitores.
Na Câmara, a verba fixa varia de R$ 4.700 a R$ 18,7 mil. No Senado, de R$ 13 mil a R$ 25 mil. As duas Casas remuneram os parlamentares do Distrito Federal -que não precisam voar para suas bases.
Além disso, um grupo de 54 congressistas -integrantes da Mesa, seus suplentes e os líderes partidários- tem direito a um repasse adicional, que pode chegar a R$ 13 mil.
Neste grupo está o senador Adelmir Santana (DEM-DF), suplente da Mesa do Senado. Apesar de morar em Brasília, recebe a cota aérea. "Não usarei, a não ser que aconteça alguma coisa inusitada."

Tarifas
A Folha consultou as tarifas médias das principais companhias aéreas do país, TAM e Gol, usando como critério valores médios da tarifa para compra com um dia de antecedência, e constatou que, em média, os deputados conseguiriam adquirir 13 passagens ida e volta/ mês, e os senadores, 17.
No caso de Goiás, por exemplo, a cota da Câmara (R$ 9.172) permite a compra de 25 passagens pela tarifa média de R$ 368 (ida e volta). Por serem líderes de bancada, Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Sandro Mabel (PR-GO) têm direito a adicional de R$ 4.700. Poderiam comprar até 38 passagens de ida e volta/mês, pela tarifa média, não promocional.
Os três senadores do Piauí, todos eles integrantes da Mesa do Senado, têm direito cada um a cerca de R$ 28 mil, o que equivale a 27 passagens de ida e volta entre Teresina e Brasília.
"Não sei nem de quanto é essa cota. Sei que existe, mas não sei exatamente quanto é. Só sei que, se tiver necessidade, eu vou usar, mas até agora não precisei", afirmou Marcelo Ortiz (PV-SP), que, por ser suplente da Mesa Diretora da Câmara, tem à disposição um acréscimo mensal de R$ 4.700 à sua cota de R$ 10,6 mil.
O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), tem cota de R$ 23,7 mil (abriu mão dela desde fevereiro, pois lhe é permitido o uso de avião da Força Aérea Brasileira). José Sarney (PMDB-AP), presidente do Senado, tem R$ 33 mil.
Além do alto valor, a Folha constatou que não há fiscalização sobre o uso da verba. O congressista emite a passagem no nome de quem quiser e não precisa prestar contas. "O controle é do parlamentar", confirmou Odair Cunha (PT-MG), terceiro-secretário da Câmara, responsável pela administração da cota dos deputados.
Questionadas pela Folha, as duas Casas afirmam estudar mudanças no sistema de controle. O Senado tende a formalizar a permissão para doação de passagens. Na Câmara, a diretoria geral fala em combater a comercialização da verba. "Tem procedimento no Ministério Público federal que aponta nesse sentido", disse Cunha.

Supremo
O STF (Supremo Tribunal Federal) analisa desde 2008 a suspeita de que três deputados federais usavam uma agência de viagens de Maringá para vender suas passagens. O caso corre sob segredo de Justiça, no gabinete do ministro Cezar Peluso, e o único acusado que ainda permanece com o mandato é Luiz Bittencourt (PMDB-GO).
Também é comum que deputados e senadores distribuam bilhetes. "É normalíssimo isso. Um doente, por exemplo, que tem que sair do Pará para se tratar aqui em Brasília pede a passagem. Aqui e acolá, e ele é atendido", disse o deputado Zenaldo Coutinho (PSDB-PA).
"É a nossa cota de economia para ajudar à sociedade", afirma Nazareno Fonteles (PT-PI), que ajudou uma professora do Piauí que precisava ir ao Rio Grande do Sul por causa de sua tese de doutorado. "Não é um benefício só para ela, mas para a universidade pública."
Odair Cunha não concorda com essa prática: "Não compreendo isso como atividade parlamentar". O Ministério Público do DF também investiga o uso da cota pela senadora Roseana Sarney (PMDB-MA) para levar conhecidos de São Luís para Brasília. O Senado diz que nada a impede de fazer isso. Ela só não poderia sortear ou vender os bilhetes.
O ato que regula a verba no Senado, de 1988, prevê como parâmetro de cálculo quatro passagens ida e volta ao Estado de origem, uma passando pelo Rio de Janeiro, e uma última de ida e volta ao Rio.
A única explicação para a inclusão obrigatória do Rio é o fato de a cidade ter sido a capital do país a 49 anos atrás.

CAMARGO CORRÊA [In] "É DANDO QUE SE RECEBE..."

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PT também levou dinheiro de empreiteira
Camargo Corrêa também fez doação para o PT


Autor(es): Lúcio Vaz
Correio Braziliense - 30/03/2009
Apesar de não constar no relatório final das investigações, parecer preliminar revela ajuda de R$ 25 mil a petistas em São Paulo

José Varella/CB/D.A Press - 28/3/06
Mendes Thame: ´´Não recebi, absolutamente, nenhuma doação´´
No volume 7 da íntegra do relatório da Polícia Federal sobre a Operação Castelo de Areia, que investigou a empreiteira Camargo Corrêa, aparece pela primeira vez uma doação de campanha para o PT. O partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não está entre as legendas citadas no relatório final da PF. Em e-mail enviado para o diretor da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Luiz Henrique Maia Moreira, o diretor da empreiteira Fernando Gomes solicita os recibos pendentes das doações para campanhas políticas. Ali consta uma doação de R$ 25 mil para o “Diretório Regional do PT”.

No e-mail enviado em 4 de novembro do ano passado, Fernando cita doações para os partidos PSDB, PT, PTB, PV e DEM. “Quanto às quantias, destacam-se os valores de R$ 300 mil para o DEM (RN), e R$ 200 mil (R$ 100 mais R$ 100 mil) para o PSDB (PA)”, cita o relatório quinzenal registrado na página 11 do volume 7 do inquérito. Luiz Henrique, filho do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Valmir Campelo, repassa o e-mail para o chefe de Relações Institucionais e Governamentais da Fiesp, Sérgio Barbour. No e-mail seguinte, Luiz Henrique informa a Fernando que o recibo do DEM seria mandado via Sedex.

Quanto aos comprovantes dos partidos de São Paulo, Luiz Henrique informa que estariam sendo providenciados por Barbour. O relatório da PF faz um esclarecimento sobre essas doações: “Mais uma vez, cabe ressaltar ser impossível afirmar, apenas com os dados atuais, a ilicitude de tais doações. Restando, salvo melhor juízo, uma pesquisa junto à Justiça Eleitoral para maiores esclarecimentos”. Segundo registra o e-mail, os comitês financeiros municipais do PTB e do PV também receberam contribuições de R$ 25 mil.

Tucanos
Na página 27 do volume 5 do relatório, aparecem os nomes de dois deputados tucanos como supostos beneficiários das doações da Camargo Corrêa. Pressionado, Luiz Henrique cobra de Fernando algumas remessas que não teriam sido feitas. Em contato com outro diretor da empreiteira, Dárcio Brunato, Fernando conclui que houve problema no processamento de alguns depósitos. “Conforme Dárcio disse, dois depósitos distintos, um no valor de R$ 25 mil, para o deputado Arnaldo Madeira (PSDB-SP), e outro de R$ 50 mil, para o deputado Mendes Thame (PSDB-SP), teriam sido feitos conjuntamente, totalizando o valor de R$ 75 mil. Em outra ligação, uma pessoa de nome Sérgio diz a Luiz Henrique que já teria conversado com Thame sobre o “depósito duplo”.

Thame e Madeira negaram ontem que tenham recebido qualquer doação da Camargo Corrêa. “Não recebi, absolutamente, nenhuma doação dessa empresa. Se fizeram alguma doação, foi para o partido. Isso é possível. Eles sempre ajudam”, respondeu Thame. “Eu não conheço ninguém da Camargo Corrêa. É até uma deficiência minha. Acho estranho isso. Não sei do que se trata”, completou Madeira. Sobre o fato de o PT ter sido excluído do relatório final, Madeira comentou: “Isso tudo está muito estranho. O PT é o partido que mais recebe dinheiro. Não tem campanha mais rica do que a do PT”. O relatório da PF volta a ressalvar que, “cabe ressaltar que é impossível afirmar, apenas com os áudios atuais, a ilicitude de tais doações”.

O deputado Carlos Zaratini (PT-SP), coordenador da campanha municipal de Marta Suplicy à prefeitura paulistana, em 2008, disse que não há nenhuma doação ilegal. O petista não se recorda se a Camargo Corrêa repassou recursos.

No Senado
Num telefonema a Luiz Henrique, Fernando Gomes diz que precisa passar o comprovante de um depósito feito em 24 de setembro, no valor de R$ 100 mil. Luiz Henrique acrescenta que o valor total desses depósitos chegaria a R$ 300 mil, e que seriam um pedido de Fernando Botelho, um dos vice-presidentes da Fiesp e casado com uma das herdeiras do grupo Camargo Corrêa. Duas pessoas, Doca e Itamar, entraram em contato com Luiz Henrique para cobrar esses depósitos. Itamar telefonou do gabinete do senador Mão Santa (PMDB-PI). Doca tenta passar um e-mail do Senado para receber um comprovante, com a terminação “senado.gov.br”. Luiz Henrique comenta: “É melhor outro, né?”. Doca concorda com ele: “É melhor, é verdade, isso mesmo”. E passa o seu endereço no hotmail.

O ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, que foi contratado para defender a Camargo Corrêa, também teria intermediado uma doação feita pela empreiteira. Na página 39 do volume 5, o relatório cita que o diretor Pietro Bianchi conversou com uma pessoa de nome Rose sobre uma doação de R$ 50 mil, feita pela empresa Cavo Serviço e Meio Ambiente, do grupo Camargo Corrêa, para um possível candidato de nome “Narbil”. “Tal doação teria sido a pedido de Márcio Thomaz Bastos, para a pessoa de Carlos Pires”, diz o relatório. Em contato com uma pessoa de nome Sérgio, Dárcio fala sobre doações de R$ 200 mil e R$ 300 mil e pede o telefone do comitê do candidato a vereador Romeu Tuma. Mas não deixa claro o objetivo dessa ligação.

Thomaz Bastos diz que tudo é legal

O advogado da Camargo Corrêa, Márcio Thomaz Bastos, afirmou ontem que as doações de campanha citadas no inquérito da Polícia Federal na Operação Castelo de Areia “são todas legais”. Questionado por que os diretores da empreiteira falam em remessas de dinheiro em espécie, algo mais utilizado em doações ilegais, respondeu: “Às vezes, o sujeito precisa do dinheiro para fazer campanha. Isso tem que ser analisado dentro do contexto. Nós vamos começar a analisar o inquérito amanhã”.

Ex-ministro da Justiça no atual governo federal, Bastos confirmou que pediu à Camargo Correa uma doação para o candidato a vereador Nabil Bonduki, do PT. “É verdade. Esse rapaz é um urbanista de grande nível. A doação foi feita legalmente, mas não lembro o valor. Eu disse para um diretor da empresa: ‘Quero que vocês ajudem esse candidato’. Mas ele não foi eleito”, lamentou o advogado.

O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Valmir Campelo negou ontem qualquer envolvimento do seu filho, Luiz Henrique Bezerra, com processos em andamento no tribunal. “Se houvesse algo, eu não teria apontado um superfaturamento de R$ 72 milhões na Refinaria do Nordeste”, lembra o ministro. No volume 7 do inquérito, após meses de investigação, a PF diz que é “dispensável a continuidade da interceptação da sua linha telefônica (de Luiz Henrique), uma vez que não foi possível, até a presente data, determinar sua relação com doações ilegais para campanhas eleitorais”.