PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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sexta-feira, agosto 31, 2012

XÔ! ESTRESSE [In:] ''BEST SELLER''

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MENSALÃO. CAI O REI DE OURO



PRESSIONADO PELO PT, JOÃO PAULO DESISTE DE CONCORRER EM OSASCO

JOÃO PAULO CUNHA RENUNCIA A CANDIDATURA APÓS CONDENAÇÃO POR LAVAGEM DE DINHEIRO


O Estado de S. Paulo - 31/08/2012
 
O deputado João Paulo Cunha (PT-SP) foi condenado ontem pelo crime de lavagem de di­nheiro no Supremo Tribunal Federal e decidiu comunicar a direção de seu partido que es­tá fora da disputa pela prefei­tura de Osasco, na Grande São Paulo. No dia anterior, a maio­ria dos ministros da Corte já havia condenado o petista por corrupção passiva e peculato.
Além de desistir da candidatu­ra, o ex-presidente da Câmara dos Deputados teve de aceitar ainda a indicação do candidato a vice em sua chapa, Jorge Lapas, como o seu substituto na dispu­ta. Apesar de ser petista, Lapas não é do mesmo grupo político de João Paulo dentro do PT.
A "sentença política" foi dada a João Paulo ao longo do dia, em reuniões com a participação do prefeito de Osasco, Emídio de Souza, aliado de Lapas. Abatido e emocionado, o deputado disse a correligionários que fora injus­tiçado pelo STF, vítima do que o PT chama de "farsa" do mensalão, e admitiu não ter condições de levar adiante a candidatura.
Mesmo assim, ele pretendia es­colher outro nome para substituí- lo. Avaliava que o também petis­ta Jorge Lapas, ex-secretário de Obras e de Governo de Emídio, não era conhecido do eleitorado nem tinha densidade política.
Na prática, a resistência de João Paulo a ceder a vaga para Lapas refletia uma queda de braço com Emídio. Uma briga entre "criador" e "criatura". Emídio assumiu a Prefeitura de Osasco em 2005 - indicado por João Paulo, então presidente da Câmara - e está no segundo mandato.
No ano passado, o prefeito dis­se até ao ex-presidente Luiz Iná­cio Lula da Silva que o candidato à sua sucessão deveria ser Jorge La­pas. Alegou que João Paulo era réu no processo do mensalão e que, se condenado pelo Supremo, o PT poderia perder a Prefeitura.
O deputado, porém, não acredi­tava que o mensalão fosse julga­da neste ano. Além disso, tinha convicção de que seria absolvido.
Até mesmo o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos foi consultado sobre quais deve­riam ser os próximos passos de João Paulo. "Ele tem que renun­ciar o mais rápido possível", disse Thomaz Bastos ao telefone.
Na noite de ontem, aliados do deputado afirmavam que quanto mais ele demorasse para anun­ciar publicamente a desistência do páreo, mais seria responsabili­zado pelos prejuízos à campa­nha petista em Osasco. Até a conclusão desta edição, o anúncio da desistência havia sido feito só internamente no partido.
Na Justiça. João Paulo foi con­denado por lavagem de dinheiro ontem por seis votos a quatro por ter mandato a mulher sacar os R$ 50 mil na agência do Banco Rural, dinheiro que, segundo os ministros, foi pago como propina pelo empresário Marcos Valé­rio. Os ministros entenderam que ele tentou esconder a origem dos recursos. Por 9 votos a 2, o tribunal já havia condenado o petista por peculato e corrupção passiva. A soma das penas dos três crimes chega a sete anos, se calculada pelo mínimo.
No entanto, o ministro Cezar Peluso, que antecipou seu voto quando às penas, mostrou que o STF deve aumentar esse prazo. A pena que será imposta a João Paulo será calculada apenas ao final do julgamento. Se fosse estabelecida a pena mínimurala, os crimes de peculato e corrupção passiva poderiam estar prescritos. Como a pena mínima pelo crime de lavagem é mais al­ta - três anos - o crime não esta­ria prescrito, mesmo se fosse im­posta a pena mais baixa. O petis­ta pode ser condenado, inclusi­ve, a prisão em regime fechado.
Há possibilidade de o deputa­do recorrer no próprio Supremo.

TECNOLOGIA E PIB



Inovação tecnológica e competitividade no Brasil



Autor(es): Francis Bogossian
Correio Braziliense - 31/08/2012
 

» FRANCIS BOGOSSIAN
Presidente do Clube de Engenharia do Brasil
O Brasil está entre a sexta e a sétima economia do mundo, dependendo da variação do PIB (hoje em R$ 4,5 trilhões), da taxa cambial, das taxas de juros etc. Somente agora existe a real intenção de destinar 10% do Orçamento nacional à educação. O país, historicamente, tem ensino de má qualidade (somos o 88º do mundo). Na área de inovação, caímos 37 posições no ranking do Índice Global promovido pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI). Tudo isso dificulta a produtividade e a competitividade do produto brasileiro. É necessário investimento. Há dinheiro para atingir esses objetivos?
Sim, há recursos para lidar com o problema, mas é necessário mudar as prioridades em relação à educação e à inovação, para a geração e uso de novas tecnologias. No setor educacional, a indiferença faz parte da cultura histórica do país. Em função de uma longa greve, anuncia-se novo aumento de salários para os professores, previsto no segundo Plano Nacional de Educação (PNE). Essa medida resolve a situação? É um bom passo para valorizar o setor, mas temos que ter todo o cuidado para que, com o aumento dos investimentos para 10% do PIB, não haja desperdício, que ainda é uma marca registrada no país. É preciso, paralelamente, elevar a qualificação dos professores, exigir dedicação exclusiva, além de escolas mais adequadas.
Vale observar que o segundo PNE é considerado por muitos apenas um conjunto de boas intenções, carecendo de projetos e de metodologia operacional. Quanto custa para viabilizar todo o plano? Optou-se pura e simplesmente por 10% do PIB para a educação. Dentro desse contexto, por que não 15% ou 20%, diante de uma matriz coerente e da pujança da economia brasileira?
O senador Cristovam Buarque faz uma simulação como exemplo do descompasso e de que não bastam apenas boas intenções, afirmando que só com " a federalização da educação de base e a criação de uma carreira nacional, com salário de R$ 9 mil por mês para os docentes, sujeitos à avaliação, em horário integral e em escolas confortáveis, bonitas e bem equipadas, a implantação desse novo sistema, ao longo de 20 anos, requereria, ao final, 6,45% do PIB". Logo, a questão é: o que fazer para ser produtiva a aplicação dos 10% do orçamento. O descaso com a educação não deve ser resolvido com políticas impulsivas e imediatistas.
Na outra ponta, sabemos que o governo abre mão de 3% do PIB sob a forma de incentivos fiscais todo ano. Só a indústria automobilística se beneficia com o total R$ 20 bilhões. Há algum tempo, o foco para o crescimento é essa indústria, que gera empregos, renda e muita poluição em nossas ruas e estradas, em detrimento do transporte de massa. É necessário incentivar e trabalhar em favor de mais transporte coletivo. Mas para onde vão os recursos?
Mais um vez, os investimentos para o desenvolvimento sustentável passam pela educação, e agora, mais do que nunca, pelas inovações tecnológicas. Além dos recursos dos incentivos fiscais, a valorização do dólar, a queda nas taxas de juros e a possível queda no custo da energia podem gerar a oportunidade e um bom caixa para esse salto de qualidade.
Esse investimento em inovação e tecnologia é uma tarefa urgente. Afinal, o Brasil vai mal também nessa área e precisa elevar em muito sua capacidade tecnológica, para, assim, aumentar a produtividade e a competitividade. Antes da crise de 2008, os frágeis indicadores de inovação apontavam a nossa dependência tecnológica como obstáculo ao desenvolvimento. Diminuir essa distância, aumentar o investimento e colocar as empresas brasileiras no centro das políticas públicas é fundamental. Não há outro caminho, segundo a própria Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), que defende e propõe investimento e financiamento.
Hoje, o Brasil tem cerca de 800 empresas com áreas de pesquisa e desenvolvimento (P&D). Mas, ao contrário do que ocorre no mundo, 90% dos investimentos em inovação são realizados com capital próprio das empresas. Por seu lado, há um consenso de que pesquisa e desenvolvimento são condições necessárias para o desenvolvimento sustentável e a inserção do país no circuito mundial de produtos e serviços.
Uma das propostas que estamos examinando seria imposto zero para investimento em ciência, tecnologia e inovação. Só assim as empresas brasileiras podem gerar novos processos e produtos. Quem investe na geração de conhecimento cresce 20% a mais (dados da Finep). Para isso, é necessário que o investimento em tecnologia e inovação passe de 1,2% do PIB para, pelo menos, 1,8% até 2015, ou seja, R$ 52 bilhões, numa parceria do setor público com o privado.
Há uma nova classe média no Brasil — cerca de 50% da população que passou a consumir. Isso representa a necessidade de lançamento de novos produtos, processos e serviços pelas empresas brasileiras para esse novo público-alvo. Mas a concorrência é difícil e desleal em relação aos produtos importados. É hora de facilitar, via agências oficiais, os investimentos e financiamentos para termos condições de competir e exportar.
Temos condições de alcançar esse objetivo. Há centros de pesquisa e de formação de mão de obra com excelência. Basta pôr em ação um programa que amplie e modernize a infraestrutura tecnológica ligada aos projetos de inovação das empresas brasileiras.

O MEIO CIRCULANTE (sem trocadilho)



O início do fim dos meios sujos



Autor(es): agência o globo:Nelson Motta
O Globo - 31/08/2012
 

Os doadores estão cabreiros e tirando o deles da reta, os tesoureiros das campanhas, à beira de um ataque de nervos: os caixas 1 e 2 estão à míngua. O primeiro mensaleiro não só foi condenado como recebeu histórica descompostura dos ministros Cezar Peluso e Celso de Mello, como um delinquente com a marca da indignidade e o estigma da desonestidade.
Independentemente de condenações ou absolvições individuais, é um grande avanço para a democracia o Supremo Tribunal Federal firmar jurisprudência sobre a criminalização do uso político do caixa 2, sejam quais forem os meios e os fins, e começar a acabar com um dos mais nefastos e antidemocráticos vícios da política brasileira, lastreado no cinismo do "todos fazem" e na promiscuidade com os doadores.
O ladrão em causa própria, seja de galinhas ou de verbas públicas, dá prejuízos pontuais a pessoas físicas ou jurídicas, ou ao Estado, que podem ser ressarcidos se o criminoso for condenado. Usar dinheiro sujo para fraudar o processo eleitoral, manipular a vontade popular, corromper políticos, comprar vantagens para seu partido para impor a sua crença provocam irreparáveis danos para toda a sociedade. Porque desmoralizam a democracia, institucionalizam a impunidade e interferem de forma decisiva e abusiva nos direitos dos cidadãos.
O ladrão ideológico é mais nocivo que o profissional.
É por isso que em países civilizados, com maior tradição jurídica que o Brasil, como a Itália, a Alemanha e a Inglaterra, a motivação política é considerada como fator agravante de um crime. Porque o produto do delito servirá para manipular processos eleitorais e atentar contra as instituições democráticas, roubando direitos de toda a sociedade.
Lá, o caixa 2 já derrubou primeiros-ministros, governadores e prefeitos. Aqui, ainda é usado como atenuante, como uma bizarra sequela da ditadura, quando a luta pela liberdade justificava tudo.
A atitude de tolerância zero que a maioria dos ministros do STF está tomando com o caixa 2 vai melhorar muito o comportamento dos políticos, não por ética ou espírito público, mas por medo da Justiça e da cadeia.
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O FIM ESTÁ PRÓXIMO



O fim de um ciclo especial de redução da taxa de juro



Valor Econômico - 31/08/2012
 

O Banco Central, após nove reduções consecutivas da taxa básica de juros, resolveu acenar com o fim do ciclo de baixa. O comunicado do Comitê de Política Monetária aponta para no máximo mais um corte, de 0,25 ponto percentual. Para o BC, a economia entrou em rota de recuperação e ainda é preciso esperar pelos efeitos "cumulativos e defasados" das reduções realizadas. O cenário para a inflação, por outro lado, começou a indicar riscos que não existiam antes, aconselhando mais cautela daqui para a frente, ainda que não se vislumbre no curto prazo qualquer movimento altista relevante nos preços.
O BC prefere agora avaliar o vigor que a economia exibirá nos próximos meses - até junho pelo menos, com todo o alívio monetário e com a parafernália de incentivos, a reação foi tímida - e, em princípio, a dose de cortes parece ser a adequada. Ao interromper as quedas, o BC agiu também para coordenar expectativas, pois as projeções de inflação para este ano e o próximo voltaram a subir.
O BC fez uma aposta de risco há um ano, quando, na contramão dos mercados e sob pesadas críticas, resolveu em agosto iniciar a redução dos juros. Ele pôde colher o trunfo de ter visto à frente dos mercados os perturbadores efeitos da crise na zona do euro, sua tendência desinflacionária e força de retração. Além disso, realizou com determinação algo que não havia sido feito antes - aproveitar a crise que paralisa os países desenvolvidos e o mar de liquidez existente para testar o nível de baixa dos juros domésticos. A redução atingiu 5 pontos percentuais e o juro real chegou a 2%. O Brasil deixou de frequentar as três primeiras posições dos rankings de taxas mais altas do mundo.
O BC também quebrou uma das mais custosas tradições do país, a de ter uma taxa de juros sempre muito alta quando um ciclo de prosperidade dava lugar a outro, de aperto monetário. Nos ciclos de queda, a inflação doméstica servia de escudo para evitar o corte mais acentuado no custo do dinheiro.
A ousadia do BC foi facilitada pelo mais longo período de juros próximos a zero nas principais economias desenvolvidas, que tornou a Selic brasileira uma aberração global. Ela atraiu para o país uma leva de capital especulativo, que reforçou a valorização tendencial do câmbio. Raras vezes uma oportunidade dessas ocorre e o BC de Alexandre Tombini não desperdiçou a oportunidade - mas poderia, caso seguisse os conselhos vindos dos mercados.
O BC tornou na prática mais flexível o sistema de metas de inflação para derrubar as taxas a níveis historicamente baixos. Nos últimos dois anos, a inflação fugiu bem do centro da meta de 4,5% e, no ano passado, por pouco não rompe o teto - o IPCA fechou em 6,5%. Ao longo do ciclo de baixa, poucas vezes as projeções encostaram nos 4,5%, mas isso não deteve os cortes, algo que em outras circunstâncias e com outro comando no BC, possivelmente não aconteceria. Esse pleno uso das possibilidades da banda tem contra-indicações, mas dessa vez o BC parece ter se concentrado mais nos benefícios da quebra de um paradigma. E, com tudo isso, sua credibilidade não foi arranhada.
Há arestas a serem aparadas, como a do câmbio. Ainda que não seja política oficial, o piso de R$ 2 por dólar vai se consolidando. A desvalorização cambial serviu de complemento para as medidas prudenciais destinadas a deter a enxurrada de capitais atrás de farta remuneração em um mundo onde ela escasseou. Enquanto diminuiu a diferença entre as taxas domésticas e externas, a taxa de câmbio também se moveu, encerrando o ganho certo e sem riscos de arbitragem a que os investidores se acostumaram.
O "piso" cambial, porém, é particularmente inadequado para enfrentar choques externos, que têm sido demasiadamente frequentes para serem ignorados. Nuvens negras já se formaram no ambiente das commodities agrícolas, após a devastadora seca americana, coadjuvada pelas estiagens domésticas. Como a inflação já não está sendo acomodada no centro da meta, imprevistos dessa natureza deixariam o BC com pouca margem de ação antes de recorrer à arma de aumento dos juros para conter os efeitos secundários de um choque. A flutuação cambial amortece o impacto sobre os preços e o BC já usou isso a seu favor para deter a inflação no passado. Não deveria deixar que se consolide a impressão de que não o fará novamente.
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''SELIC'' OU NÃO SER? EIS A QUESTÃO!



Dilemas da política monetária



Autor(es): Márcio G. P. Garcia
Valor Econômico - 31/08/2012
 

Com a redução da Selic em 0,5%, nesta semana, o atual ciclo de afrouxamento monetário atingiu a mesma queda que havia sido acumulada na esteira da crise de 2008, 5%. Como partiu de um patamar menor, 12,5%, a Selic está hoje no vale histórico de 7,5%. O comunicado do Copom após a reunião deixou claro que, se houver alguma redução adicional, será de 0,25%.
No mesmo dia em que se conheceu a decisão do Copom, o Ministro da Fazenda anunciou novo pacote fiscal (o oitavo) com renovadas desonerações fiscais e maiores subsídios creditícios. Além de manter o aquecimento temporário das vendas de produtos industriais, as desonerações têm o efeito de evitar a elevação da inflação corrente, às expensas da futura. O novo pacote fiscal não só revela visão mais pessimista do que a do BC quanto à recuperação da economia, como também demonstra que a política fiscal permanecerá expansionista.
A recuperação eventual da economia mundial desafiará a atual combinação de câmbio controlado e juro baixo
Como reagirá a economia à baixa taxa Selic? Será a queda suficiente para reativar a atividade econômica? Como reagirá o câmbio? A inflação pode subir?
A resposta a todas essas perguntas dependerá, mais do que habitualmente, das condições externas: da evolução da crise do euro, do tamanho da desaceleração do crescimento chinês e do vigor da retomada econômica dos EUA, também ameaçada pela paralisia política oriunda da exacerbação do antagonismo entre republicanos e democratas.
Cenários desfavoráveis podem ser bastante variados: desde a continuação da atual letargia nos países desenvolvidos até uma bruta contração do crédito internacional na esteira da dissolução do euro, da quebra de grandes bancos e do default de dívidas soberanas. Como já demonstrado na reação à crise de 2008, o governo tem várias possibilidades de reação ao eventual recrudescimento da crise internacional. Mas seria ilusório acreditar que poderíamos crescer com o mundo em recessão.
Um cenário internacional mais favorável conduziria à recuperação dos preços de commodities. No passado, o câmbio flutuante compensava o aumento do preço das commodities com a apreciação do real, na esteira do aumento das exportações e do ingresso de investimento estrangeiro, mas o atual regime cambial de fato não parece mais contemplar tal possibilidade. O gráfico mostra como a taxa de câmbio, após cruzar o patamar de 2,00 R$/US$, em maio, tem sido mantida dentro de uma banda muito estreita, via intervenções do Banco Central. Esta política cambial, em um cenário de elevação dos preços internacionais de commodities, elevaria a inflação, inviabilizando a atual taxa Selic. As previsões do mercado financeiro de elevação da Selic em 2013 apenas refletem de tais temores. Ou seja, se o melhor cenário se confirmar, o controle da inflação exigirá escolha entre a manutenção do câmbio controlado e do juro baixo.
Argumenta-se que, nesse cenário internacional favorável, as pressões inflacionárias poderiam ser mitigadas via novas medidas macroprudenciais, que contivessem a expansão do crédito. Ainda que o efeito das medidas macroprudenciais do final de 2010 tenha sido positivo, não se pode exagerar seu poder para regular o ciclo econômico. Em seus comunicados, o BC sempre ressalta, corretamente, que as medidas macroprudenciais não constituem substitutos às medidas de política monetária e devem objetivar prioritariamente a prevenção de riscos à estabilidade financeira.
O que se conclui é que poderemos crescer a taxas mais elevadas, caso sobrevenha o melhor cenário internacional. Mas, nesse cenário, das duas uma: ou teremos uma combinação de câmbio mais baixo e juro mais alto ou mais inflação.

''ÊXODO'' RURAL



A HORA DO MENSALÃO - EMPRÉSTIMOS AO PT ERAM FICTÍCIOS, DIZ RELATOR

"EMPRÉSTIMOS NÃO EXISTIAM"


Autor(es): Thiago Herdy
O Globo - 31/08/2012
 
Relator diz que, para beneficiar PT, Rural manipulou balanços e omitiu risco de operações
BRASÍLIA O relator do processo do mensalão, ministro Joaquim Barbosa, endossou a tese do Ministério Público e considerou irregulares os empréstimos concedidos pelo Banco Rural ao PT e a agências de publicidade de Marcos Valério e seus ex-sócios, a SMP&B e a Graffiti. Na segunda etapa do julgamento, iniciada ontem - que trata dos crimes de gestão fraudulenta de instituição financeira por parte de quatro ex-diretores do Rural - Barbosa considerou que o banco manipulou balanços contábeis, omitiu o verdadeiro nível de risco das operações e renovou empréstimos sem ter garantias reais de pagamento. Para Barbosa, os financiamentos foram feitos para não serem pagos
A conclusão do voto, porém, ficou para segunda-feira. Na lista dos réus desse item estão os ex-dirigentes do Rural Kátia Rabello, José Roberto Salgado, Ayanna Tenório e Vinicius Samarane.
- À luz de todo acervo probatório, verifica-se que, como bem ressalta a acusação, "o Banco Rural somente decidiu cobrar os valores objeto dos empréstimos após a divulgação do escândalo pela imprensa. E assim agiu porque os empréstimos, na verdade, não deveriam ser pagos, pois materialmente não existiam" - disse Barbosa, confirmando trecho das alegações finais apresentadas pelo Ministério Público.
Delúbio e genoino avalizaram empréstimo
Em seu voto, Barbosa considerou que o Rural não observou as exigências normativas relativas aos cadastros de clientes, tampouco checou as informações contábeis apresentadas pelo PT e pelas empresas ligadas a Valério. Para o MP, eram operações fictícias, criadas para distribuir recursos a parlamentares da base aliada do governo. Em maio de 2003, o tesoureiro do PT Delúbio Soares e o presidente do partido José Genoino avalizaram empréstimo de R$ 3 milhões.
- O crédito foi liberado sem que (o banco) tivesse sequer cadastro do partido, das pessoas físicas responsáveis e dos avalistas. Os signatários examinaram documento de análise financeira que teve como base balanços do PT de 2002 a 2004. Fica evidente que o banco não observou a deficiência financeira do PT em 2002. Quanto às renovações, o Banco Rural também continuou omisso, sem garantias reais para quaisquer operações - disse o ministro.
Barbosa também apontou irregularidades nos empréstimos para as empresas de Marcos Valério e seus sócios: R$ 19 milhões à SMP&B e R$ 10 milhões à Graffiti, no mesmo ano. No cadastro de Ramon Hollerbach, sócio de Valério, por exemplo, não constava qualquer declaração de bens ou rendimento. Dados contábeis apresentados pela agência, em setembro de 2004, apontava balancete com R$ 3,5 milhões em dívidas. No Banco Central, a dívida registrada era bem maior: R$ 33,3 milhões. Segundo Barbosa, cabia ao banco checar este dado antes de conceder empréstimos ou renová-los.
Para o ministro, há elementos suficientes para acreditar que "os cadastros existentes sequer eram atualizados, estavam instruídos com documentação falsa e, quando apareciam deficiências, eram ignoradas pelo Banco Rural". Exemplos disso seriam, por exemplo, dados do próprio Valério no banco. A ficha cadastral indicava que ele tinha rendimentos brutos superiores a R$ 403 milhões. No mesmo cadastro, constava cópia de declaração de ajuste de Imposto de Renda com rendimentos de R$ 3,8 milhões.
Em nota, banco rural nega irregularidades
Para responder a um dos principais argumentos da defesa dos réus do Rural, que pedem a absolvição dos clientes por considerar que eles não ocupavam cargos ligados à concessão de empréstimos em 2003, Barbosa atribuiu diretamente a Kátia Rabello, José Roberto Salgado e Ayanna Tenório responsabilidade pelas renovações sucessivas das operações irregulares.
- Com o objetivo de esconder a realidade das operações questionadas, o Banco Rural também omitiu registros e livros contábeis, bem como manipulou esses eventos contábeis para simulação de fatos jurídicos - disse Barbosa, citando um laudo da Polícia Federal.
Em nota, o Rural refutou ontem a afirmação de que os empréstimos às empresas de Valério foram fictícios. Segundo o texto, "os empréstimos foram periciados pela Polícia Federal, por solicitação do ministro Joaquim Barbosa, e considerados verdadeiros". Para o banco, o valor global dos empréstimos era proporcional à capacidade dos tomadores e correspondia a menos de 1% da carteira do Rural em 2003.
"Os empréstimos ao PT e a Marcos Valério não foram concedidos originalmente por nenhum dos executivos acusados", diz o texto.
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UNHAS DE GATOS



"Mais unhas há"



Autor(es): Maria Cristina Fernandes
Valor Econômico - 31/08/2012
 

Decano do Supremo Tribunal Federal, o ministro Celso de Mello foi o único da atual composição da Corte a participar do julgamento de Fernando Collor de Mello em 1994. Fez um fundamentado voto contra a licitude das provas obtidas pela investigação policial e parlamentar - as planilhas do esquema PC Farias de desvio de dinheiro público, apreendidas nos computadores do então tesoureiro:
"A absoluta ineficácia probatória de elementos de convicção - cuja apuração decorreu, em sua própria origem, de comportamento ilícito dos agentes estatais - torna imprestável a prova penal em questão, subtraindo-lhe, assim, a possibilidade de fundamentar, como apoio exclusivamente dela, qualquer eventual condenação de índole penal" (13/12/1994).
O ex-presidente tinha sido cassado pelo Congresso Nacional num dos momentos de maior mobilização cívica da República. O voto de Mello contribuiu para a absolvição do ex-presidente e lhe permitiu a retomada da carreira política.
Rigor terá que se manter mesmo sem os holofotes
Egresso do Ministério Público, Mello havia sido indicado pelo ex-presidente José Sarney para o cargo. Tinha, à época, 49 anos e estava havia cinco na Corte. Dali a mais cinco assumiria a presidência como o mais jovem ministro a ocupar o cargo. Desde então só viu crescer entre seus pares e advogados o respeito pelo saber jurídico e pela independência com que se conduz no tribunal.
Na quarta-feira, Mello deu um longo e igualmente fundamentado voto pela condenação dos réus do primeiro capítulo do mensalão. Nele, reconhece a eficácia de provas colhidas pela polícia federal e pela Comissão Parlamentar de Inquérito, desde que sejam complementares àquelas que passam pelo contraditório.
Ao corroborar com a denúncia do Ministério Público, Mello fez uma aguerrida defesa da necessidade de o Judiciário não se manter indiferente ao lamaçal. Foi muito mais duro do que 18 anos atrás:
"Agentes públicos que se deixam corromper, qualquer que seja sua posição na hierarquia do poder, e particulares que corrompem os servidores do Estado (...) são eles corruptos e corruptores, os profanadores da República, os subversivos da ordem institucional, são eles os delinquentes marginais da ética do poder, são os infratores do erário que trazem consigo a marca da indignidade e portam o estigma da desonestidade".
Mudou Celso de Mello, mudou o Supremo ou o Brasil? A julgar pelas declarações dadas pelo ministro a Juliano Basile e Caio Junqueira antes do julgamento (Valor, 2/8/2012), mudaram os brasileiros: "Hoje a reação é mais intensa do que no caso Collor".
A pressão sobre este julgamento do caso de corrupção com o maior número de réus que já chegou ao Supremo se dá mais pela extensa cobertura da imprensa do que pela mobilização social. Ex-conselheiro do Conselho Nacional de Justiça, o advogado Marcelo Nobre diz que a primeira resposta do julgamento a esta pressão é que o Supremo não se deixa aparelhar tão facilmente por quem indica seus ministros. Basta ver que dos seis indicados pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quatro já endossaram as condenações do maior escândalo político de seu governo.
Nobre não tem dúvidas de que o descrédito acumulado pelo Judiciário nas últimas décadas o impulsionou a assumir um papel mais político, mas indaga o que acontecerá com a jurisprudência firmada no caso - não apenas quando se reduzirem os holofotes sobre a Corte mas também, e principalmente, com as repercussões na primeira instância onde as luzes sempre estão desligadas.
Ainda é cedo para concluir se o rigor do Judiciário com corruptos e corruptores vai tornar a política mais decente mas talvez já se saiba que seu jogo vai ficar mais duro.
A disputa política judicializou-se a despeito de uma jurisprudência garantista. Agora que o Judiciário entrou no jogo é de se imaginar que a política ganhe ainda mais intimidade com os tribunais.
As desacreditadas CPIs, por exemplo, ganham um novo fôlego com essa primeira rodada do julgamento. Os ministros foram majoritários na aceitação de provas lá produzidas.
O entendimento também joga novas luzes sobre a aceitação do grampo como prova. Há duas operações da Polícia Federal, de amplas repercussões políticas, Castelo de Areia e Satiagraha, cuja validade está para ser decidida pelo Supremo porque baseadas em grampos que não teriam sido produzidos sob o amparo da lei.
O silogismo pode parecer simplista, mas se o Supremo aceita as provas da CPI e esta acata grampos em seus inquéritos, o Supremo também os validará?
Víctor Gabriel Rodríguez, professor de Direito Penal da USP, vê com naturalidade que fronteiras menos nítidas se desenhem entre os poderes da República. A Constituição já o previra ao submeter a escolha dos ministros do Supremo ao Executivo e sua aprovação, ao Congresso. Mas teme o desgaste a que a Corte possa se submeter por exposição excessiva. Em alguns dos votos que acompanhou do julgamento, Rodríguez teve dúvidas se os ministros dirigiam-se aos pares de seu colegiado ou ao telespectador.
Ao contrário dos demais, no Judiciário desgaste não se resolve no voto. Para evitá-lo, só restará aos ministros votar com o mesmo rigor que agora se aplica a tantos quantos chegarem às suas portas, esteja ou não sob pressão da opinião pública.
Na sessão mais importante da semana, o ministro Celso de Mello citou "A Arte de Furtar", escrito em 1654 por um ministro da Corte de Suplicação portuguesa. Nele, Antonio de Souza de Macedo fala das unhas agudas, bentas, fartas, mimosas, vagarosas, corteses, tímidas e insensíveis dedicadas ao ofício.
Por mais variadas que fossem não esgotariam seus propósitos. No último capítulo do livro, denominado "Desengano geral a todas as unhas", o colega setecentista dos magistrados brasileiros conclui: "Mais unhas há".
"Estava reservado ao nosso tempo ser testemunha disso", disse Celso de Mello em seu voto. Como o ministro está para se aposentar, deve se unir à massa de telespectadores que torce por um Supremo sem arranhões ao fim desta empreitada.
Maria Cristina Fernandes é editora de Política. Escreve às sextas-feiras

'QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?'

SINOPSES - RESUMO DOS JORNAIS

31 de agosto de 2012
O Globo

Manchete: A hora do mensalão - Empréstimos ao PT eram fictícios, diz relator
No segundo tema em votação, Banco Rural é acusado de gestão fraudulenta

STF fecha primeira fase do julgamento condenando todos os réus denunciados pelo procurador; João Paulo, culpado também por lavagem, perde candidatura
Ao iniciar a 2ª etapa do julgamento, o relator Joaquim Barbosa disse que são irregulares os empréstimos dados pelo Banco Rural ao PT e a Marcos Valério. O banco manipulou balanços, omitiu o nível de risco das operações e não exigiu garantias: "Os empréstimos não deveriam ser pagos, pois materialmente não existiam." Com o voto de Ayres Britto, o petista João Paulo foi condenado também por lavagem de dinheiro e renunciou à candidatura em Osasco. (Págs. 1, 3 a 6, Nelson Motta e editorial “STF reforça independência entre Poderes”)

Enquanto isso...

Mensalinho derruba candidato no ABC

Outro petista desistiu por ter sido filmado pedindo R$ 600 mil em troca de apoio político
. (Págs. 1 e 6)

Pena de Pizzolato pode subir para 12 anos (Págs. 1 e 4)
Última a saber
Dilma desautoriza acordo sobre Código Florestal

Em troca de bilhetes, ontem de manhã, a presidente Dilma cobrou das ministras Ideli Salvatti e Izabella Teixeira o acordo fechado na véspera no Congresso para votar o novo Código Florestal. Dilma desautorizou o entendimento. (Págs. 1 e 12)

Fotolegenda: Pingo nos is

“Porque (sic) estão dizendo que houve acordo se eu não sei de nada?”.
União quer mais casas no parque
O presidente demissionário do Jardim Botânico, Liszt Vieira, foi chamado a Brasília para ouvir uma proposta que ele não aceita: a União faria remoções em áreas de risco, mas para dentro do próprio parque, construindo mais casas. (Págs. 1 e 15)
Serra atribui rejeição a boatos
Em entrevista ao GLOBO, o candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, José Serra, afirmou que a rejeição a seu nome, apontada pelas pesquisas, deve-se aos adversários que ficam dizendo que ele deixará novamente o cargo. (Págs. 1 e 10)
Romney apela aos decepcionados
No discurso mais importante de sua carreira, o candidato republicano, Mitt Romney, fez forte apelo aos eleitores desapontados com Obama, afirmando que ele falhou na promessa de esperança e mudança. (Págs. 1 e 31)
Doente pode rejeitar tratamento (Págs. 1 e 13)

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Folha de S. Paulo

Manchete: Mensalão o julgamento - João Paulo sofre nova condenação e abandona eleição
Após decisão do Supremo, petista deixa candidatura em Osasco e pode ter de cumprir pena em regime fechado

Depois de nova condenação no julgamento do mensalão, por lavagem de dinheiro, o deputado João Paulo Cunha (PT) abandonou sua candidatura a prefeito de Osasco (Grande SP).

Os ministros do Supremo já haviam considerado o petista culpado por corrupção passiva e peculato (desvio de dinheiro por servidor). (Págs. 1 e Poder A6 e A8)

Fernanda Torres

Ministros encaram o mesmo dilema de Leila Diniz, separar arte de exploração. (Págs. 1 e Ilustrada E12)
STF afirma que lei foi alterada para livrar réus
O presidente do Supremo, Carlos Ayres Britto, afirmou que um projeto de lei sobre a contratação de serviços de publicidade por órgãos públicos foi modificado em 2008 na Câmara para beneficiar réus do mensalão.

Bancada por PT e PR, a alteração foi considerada pelo ministro um “atentado escancarado à Constituição”. Os deputados que mudaram a lei negam ter agido por causa do julgamento. (Págs. 1 e Poder A4)
85% dos eleitores de SP querem gestão diferente da atual (Págs. 1 e Poder A l4)

Em 2013, governo deve poupar menos para crescer mais (Págs. 1 e Mercado B1)

Paciente com doença terminal poderá recusar tratamento
O paciente deverá ter respeitada sua vontade sobre o tratamento em caso de doença terminal ou quadro vegetativo, segundo resolução do Conselho Federal de Medicina. A pessoa, em estado são, poderá registrar em cartório sua recusa ou comunicá-la ao médico, que deverá segui-la, mesmo que contrarie a família. (Págs. 1 e Saúde C11)

Hélio Schwartsman

Cada qual é dono de sua própria vida. (Págs. 1 e Opinião A2)
Cotidiano
Para 92% dos ginecologistas, planos dificultam exames médicos. (Págs. 1 e C1)

Editoriais
Leia “Polarização em xeque”, sobre pesquisa Datafolha em São Paulo, e “Avanço na Colômbia", acerca de conversas do governo do país com as Farc. (Págs. 1 e Opinião A2)
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O Estado de S. Paulo

Manchete: Pressionado pelo PT, João Paulo desiste de concorrer em Osasco
Deputado foi condenado pelo STF no caso do mensalão; vice será o cabeça de chapa

O deputado João Paulo Cunha foi condenado ontem no STF pelo crime de lavagem de dinheiro e, pressionado pelo PT, decidiu comunicar à direção do partido que desistiu da disputa pela prefeitura de Osasco. Na quarta-feira, a maioria dos ministros da Corte já havia condenado o petista por corrupção passiva e peculato. João Paulo teve ainda de aceitar o candidato a vice em sua chapa, Jorge Lapas, como substituto na disputa. O relator do processo, ministro Joaquim Barbosa, deverá condenar ex-dirigentes do Banco Rural por envolvimento no mensalão. Ele sinalizou que em- préstimos concedidos pelo Rural ao PT e a agências de Marcos Valério foram fraudulentos. (Págs. 1 e Nacional A4 e A6)
Ibope aponta empate técnico entre Serra e Haddad
As intenções de voto para o candidato José Serra (PSDB) caíram de 26% para 20% em duas semanas e ele está na segunda colocação tecnicamente empatado com Fernando Haddad (PT), que subiu para 16%, na disputa pela Prefeitura de São Paulo, de acordo com pesquisa Ibope/Estado/TV Globo. O líder, Celso Russomanno (PRB), subiu 5 pontos porcentuais no período e chegou a 31%. O candidato do PSDB é líder de rejeição, com 34%, seguido por Haddad, com 12%, e Russomanno, 8%. (Págs. 1 e Nacional A9)
Medida prevê intervenção em elétricas
A Medida Provisória 577, publicada ontem, abre espaço para intervenções do governo federal nas companhias elétricas que estão com situação financeira ruim. Sem a possibilidade de entrar com pedido de recuperação judicial, a partir de agora qualquer empresa inadimplente com o Estado poderá sofrer intervenção por parte da Aneel. (Págs. 1 e Economia B1)
Denúncia no caso Araguaia é aceita
A Justiça do Pará aceitou denúncia contra o major Lício Maciel e o coronel Sebastião de Moura, o Major Curió, acusados de sequestro de militante político no regime militar. (Págs. 1 e Nacional A13)
Paciente pode decidir se quer prolongar vida (Págs. 1 e Vida A18)

Depois de 15 anos, sai licença para Viracopos (Págs. 1 e Cidades C1)

Fotolegenda: Irritação com novo Código Florestal
Presidente Dilma lê a resposta a seu bilhete enviado às ministras Izabella Teixeira, do Meio Ambiente, e Ideli Salvatti, de Relações Institucionais, no qual Código Florestal questiona o acordo na Câmara sobre a reforma do Código Florestal. (Págs. 1 e Vida A21)
Entrevistas Estadão Eleições 2012: ‘Taxa do lixo foi encomenda’
O candidato do PT à Prefeitura, Fernando Haddad, disse que a criação das taxas de lixo e de luz na gestão Marta Suplicy (2001-2004), na qual atuou como chefe de gabinete da Secretaria de Finanças, foi “encomenda do gabinete da prefeita” e que coube a ele “executar”: “Houve uma decisão política da prefeita de aumentar a arrecadação e isso foi feito”. (Págs. 1 e Nacional A8)
Fernando Gabeira
Táticas de distanciamento

Ao avaliar o processo eleitoral pressenti que tanto as eleições como o caso do mensalão são vistos com certa distância pelo homem comum. (Págs. 1 e Espaço Aberto A2)
Tutty Vasques
Quebra de paradigma

O ex-vice José Alencar não viveu para ter o desgosto de perceber que o juro definido pelo Copom não faz a menor diferença no bolso do brasileiro. (Págs. 1 e Cidades C6)
Notas & Informações
O que pode e o que não pode

O crime permanece, mesmo que o dinheiro da corrupção se destine a associações de caridade. (Págs. 1 e A3)
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Correio Braziliense

Manchete: Orçamento prevê 30% de aumento a militares
Documento que orientará gastos do governo federal em 2013 reserva R$ 32,4 bilhões para reajuste prometido ao funcionalismo, eleva o salário mínimo a R$ 670,95 e indica que serão criadas 63.075 vagas no serviço público. (Págs. 1 e 10 a 12)
Sebastião Curió vira réu no Pará
Justiça aceita denúncia contra o militar que comandou a repressão à Guerrilha do Araguaia, nos anos 1970. Curió e o major Lício Augusto Maciel são acusados de sequestro. (Págs. 1 e 9)
Flagrante revela bronca de Dilma em ministras
A presidente não apenas é contra a censura como, ao contrário do antecessor, lê jornais. Foi o que se viu ontem após uma foto captar, durante reunião no Palácio do Planalto, o conteúdo de um bilhete no qual Dilma pergunta às ministras Izabella Teixeira e Ideli Salvatti: porque não sabia de nada de um acordo no Congresso sobre o Código Florestal? Pressionadas, as duas negaram haver um acerto com o governo. Os parlamentares aliados recuaram, e a oposição já ameaça desfazer o entendimento. (Págs. 1, 5 e Entrelinhas, 4)
Mensalão derruba candidato petista
Uma das estrelas do PT paulista, o deputado João Paulo Cunha renuncia à candidatura a prefeito de Osasco (SP). A maioria dos ministros do STF já o havia condenado por corrupção passiva e desvio de verba pública. Ontem, mais um delito foi acrescido à lista: lavagem de dinheiro. (Págs. 1 e 2 a 4)
Saúde: Igreja critica a “morte” em testamento
A Confederação Nacional dos Bispos criticou o Conselho de Medicina por permitir aos médicos aceitar pedidos de pacientes terminais para interromper tratamentos. As regras do CFM foram anunciadas ontem. (Págs. 1 e 8)
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Valor Econômico

Manchete: Licenças de mineração estão suspensas até o novo código
O governo está decidido a reter a maior parte dos pedidos para exploração e produção em novas jazidas até a entrada em vigor do novo Código de Mineração. Até o início do mês, havia no Departamento Nacional de Pesquisa Mineral (DNPM) mais de 5 mil alvarás de pesquisa e 55 portarias de lavra pendentes de liberação. As empresas criticam a atitude do governo, ameaçam recorrer à Justiça e afirmam que a paralisação terá reflexos na economia e nas exportações.

O ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, reconheceu, em entrevista ao Valor, que o governo decidiu reter a liberação de licenças. A exceção ocorre apenas para águas minerais e "agregados minerais" - produtos como areia, brita e cascalho, insumos básicos para a construção civil. O resto está praticamente parado. "Estamos, sim, segurando as autorizações. Já há um número excessivo de concessões de pesquisa e de lavra circulando por aí", disse Lobão. (Págs. 1 e A5)
Sob pressão, teles reclamam do governo
As relações entre governo e operadoras de telecomunicações estão enfrentando um dos momentos de maior tensão desde a privatização. Nos bastidores de um seminário da Telebrasil, em Brasília, o clima era de descontentamento e até indignação com o maior rigor com que as empresas estão sendo tratadas pelo governo federal e pela Anatel. O executivo de uma operadora disse que está havendo uma "campanha difamatória". Outro definiu a ação do governo como "populista e com fins eleitorais". A atuação do governo também está afetando as teles de forma concreta na bolsa. No ano, até ontem, a Telefônica Brasil, que opera sob a marca Vivo, acumulou queda de 11,5%, e a TIM, de 15,2%. Só a Oi teve alta, de 7,3%. (Págs. 1 e B1)
Crédito põe em dúvida rapidez da recuperação
O desempenho do crédito em julho trouxe más notícias para quem esperava uma rápida recuperação dos empréstimos. Os números divulgados pelo Banco Central mostram sinais de reversão em algumas tendências positivas dos últimos meses.

A média diária de concessão de empréstimos teve queda de 1,9% no mês, considerando os dados com ajustes sazonais, refletindo o passo lento da atividade econômica. Ao mesmo tempo, a inadimplência, que caiu em meses anteriores, passou a subir em várias modalidades. Os dados ressuscitaram preocupação com o grau de endividamento das famílias e colocam em xeque previsões de diminuição dos atrasos. (Págs. 1 e C1)
Aumento de capital de R$ 1,5 bi à Caixa
O governo federal fará um aumento de capital de até R$ 1,5 bilhão na Caixa Econômica Federal. O aporte é necessário para que o banco mantenha seus níveis mínimos de alavancagem, em um momento em que amplia o crédito de forma expressiva. Os recursos virão de uma complexa transação de troca de ações. Não haverá entrada de dinheiro novo, mas sim participação acionária em outras estatais.

Primeiro, a União trocará 48,15 milhões de ações que possui do Banco do Brasil excedentes ao controle por uma participação adicional na Petrobras, que será cedida pelo fundo soberano do país. Depois a União fará o aumento de capital na Caixa com a transferência de ações da Petrobras. O aporte poderá ser complementado também com papéis da Telebrás. (Págs. 1 e C16)
CPI não pode usurpar poder do Judiciário
A condenação de um candidato a prefeito pelo Supremo Tribunal Federal (STF) abala algumas estruturas, enquanto, no prédio em frente, a CPI do Cachoeira remexe com outras forças. Essa bipolaridade é pano de fundo da questão jurídica que pode dar as cartas no julgamento do mensalão: quanto vale uma prova produzida em CPI? O grande poder da CPI se concentra no momento político de sua instauração e de seu desenrolar. Pretender mais que isso é usurpar o poder do Judiciário, que leva vantagem ampla na queda de braço com o valor probatório da CPI. E é bom que seja assim: é sinal de evolução social que as forças da República delimitem seus papéis. (Págs. 1 e A7)
Romney é vago sobre como destravar economia
O candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Mitt Romney, tornou-se uma ameaça aos planos de reeleição de Barack Obama com o discurso de que vai tirar o país de sua estagnação econômica. Mas, ao fim da convenção nacional de seu partido, ainda não está claro como ele pretende fazer isso.

As linhas gerais de seu plano de governo foram anunciadas há quase um ano, mas sem detalhes. Ele propõe menos governo e mais iniciativa privada, por meio de corte de gastos, reforma tributária, regulação mais suave e abertura comercial. Para as contas fecharem, falta dizer quais despesas serão cortadas e explicar melhor como pretende reduzir alíquotas de impostos sem perder arrecadação. (Págs. 1 e A13)
Virgílio, o anti-Lula, tenta ressurgir em Manaus
Sem mandato, o principal opositor ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Senado, Arthur Virgílio, candidato do PSDB a prefeito de Manaus, tem como desafio conquistar o eleitorado da cidade que em 2010 deu 56,3% dos votos válidos a Dilma Rousseff e 6,6% a José Serra (PSDB). "Nunca remei a favor da corrente", diz.

Ele defende com unhas e dentes a Zona Franca de Manaus, contrariando caciques de seu próprio partido, como o governador paulista Geraldo Alckmin, que ingressou com ação há duas semanas no Supremo Tribunal Federal contra os benefícios fiscais do Amazonas. (Págs. 1 e A6)
Há de 33 anos no poder, reeleição de Santos pode iniciar 'primavera angolana' (Págs. 1 e A13)

Reajuste de servidores do Executivo custará R$ 32,4 bi até 2015 (Págs. 1 e A3)

Belluzzo e Lara Resende discutem o futuro do capitalismo (Págs. 1 e Eu & Fim de Semana)

Nova Azul investe US$ 342 milhões
A Azul Trip vai investir US$ 342 milhões para incorporar 12 aeronaves até abril de 2013. A iniciativa é parte do plano de renovação das frotas da Azul e da Trip, cujas aeronaves mais antigas serão devolvidas até julho do próximo ano. (Págs. 1 e B4)
Um agosto para entrar para a história
A corrida dos clientes às concessionárias de automóveis para aproveitar aquele que seria o último mês de IPI reduzido transformou agosto no melhor mês da história da indústria automobilística no país, com mais de 400 mil carros vendidos. (Págs. 1 e B8)
Turdus negocia sua parte na total
A Turdus Participações, sócia da Petrobras Biocombustível (PBio) na usina mineira Total Agroindústria Canavieira, contratou o Credit Suisse para vender sua participação de 53% no negócio. (Págs. 1 e B14)
‘Brasil, país do Café’
Pela primeira vez em mais de 20 anos, o setor privado, em parceria com o governo, iniciará uma campanha de marketing para promover o café brasileiro dentro e fora do país, com um custo estimado em R$ 26 milhões para o período de 2013/16. (Págs. 1 e B14)
Flores na Brasilprev
Ex-presidente da Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, Ricardo Flores será o novo presidente da Brasilprev. A nomeação deve ser anunciada a qualquer momento. (Págs. 1 e C3)
Debêntures de infraestrutura
O Grupo Triunfo encerrou captação de R$ 100 milhões em debêntures para financiar parte da hidrelétrica Garibaldi, em Santa Catarina. Foi a primeira emissão destinada a projetos de infraestrutura com incentivo fiscal. (Págs. 1 e C7)
Precatórios somam R$ 94,3 bi
Levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostra que as dívidas de Estados e municípios com precatórios chegaram a R$ 94,3 bilhões no primeiro semestre. No último estudo, de 2009, a dívida era de R$ 84 bilhões. (Págs. 1 e E1)
Ideias
Claudia Safatle

Governo conseguiu, antes do que esperava, liberdade orçamentária que pode resultar em uma política fiscal mais flexível. (Págs. 1 e A2)

Maria Cristina Fernandes

Ainda é cedo para concluir se o rigor do Judiciário com corruptos e corruptores vai tomar a política mais decente. (Págs. 1 e A8)
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