PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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valor ...ria...nine

folha gmail df1lkrha

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quinta-feira, junho 05, 2008

XÔ! ESTRESSE [In:] "CASABLANCA" ["...está nascendo uma grande amizade] *

















[Homenagem aos chargistas brasileiros].

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BRASIL/COFINS [In:] "COM O FIM" PARCIAL DA POBREZA

Extinção de tributo tiraria 6,4 milhões de brasileiros da pobreza, diz Ipea
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O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) apresenta nesta quinta-feira ao Senado, durante audiência que discute tributação, um levantamento que aponta que a eliminação da Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) resultaria em um ganho de renda para as camadas mais pobres da população. Com isso, ao menos 6,4 milhões de brasileiros deixariam a linha de pobreza.
O levantamento, obtido com exclusividade pela Folha Online, mostra que uma transferência dos tributos chamados indiretos --embutidos nos bens de consumo, como o ICMS-- para a cobrança direta --como o Imposto de Renda-- reduziria a pobreza. "O combate a desigualdade passa pela Justiça tributária. É uma experiência internacional. Todos os países que reduziram a pobreza ajustaram sua tributação", afirma o economista Márcio Pochmann, presidente do Ipea. De acordo com o estudo, 32,5% dos brasileiros estão abaixo da linha da pobreza e têm renda de até meio salário mínimo per capita por mês --R$ 207,50. Sem a cobrança da Cofins, embutida em bens de consumo, a porcentagem desse grupo cairia para 29%, o que resultaria em 6,4 milhões de brasileiros superando a linha da pobreza. Nesta faixa dos mais pobres estão incluídos os considerados abaixo da linha da miséria, com rendimento mensal de um quarto de salário mínimo per capita (R$ 103,75). Neste caso, a participação cairia de 12,8% para 10,3%. A explicação para a diferença entre o peso dos impostos está na forma de cobrança. A base da arrecadação no Brasil é mais forte na chamada tributação indireta, ou seja, embutida em alimentos ou bens de consumo. Como o brasileiro mais pobre gasta a maior parte de sua renda nesses itens, paga mais impostos proporcionalmente. Portanto, a extinção da Cofins tornaria o consumo mais barato. O levantamento do Ipea avança da discussão sobre a necessidade da reforma tributária somo forma de combater as desigualdades. O primeiro estudo do instituto, apresentado no mês passado, mostrou que os 10% mais pobres pagam 44,5% mais impostos, proporcionalmente, do que os 10% mais ricos e que 75% da riqueza do país está concentrada com os 10% mais ricos. "Estamos oferecendo elementos de uma hipótese que permitiria ao Brasil avançar no combate a pobreza e na redução da desigualdade, criando um novo padrão de tributação", afirma Pochmann. De acordo com o levantamento, a compensação com a perda de receita provocada pelo fim da Cofins se daria com uma mudança na cobrança do IR pessoa física, que passaria das atuais duas faixas tributadas (15% e 27,5%) para 12, podendo chegar a 60%, além de um imposto extra sobre grandes patrimônios, de 1% ao ano. Segundo a Receita Federal, a Cofins somou arrecadação de R$ 104,563 bilhões em 2007 --a preço de dezembro, deflacionado pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo)--, e representou 17% da receita tributária federal. De acordo com Pochmann, a Cofins é o segundo maior tributo indireto, perdendo apenas para o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Para ele, além de mudanças na tributação, também é preciso discutir a distribuição de renda. "A política tributária atua como um instrumento importante, mas o Ipea apenas aponta alternativas, as propostas têm de ser feitas pelo Executivo e pelo Legislativo." O levantamento do Ipea também mostra que o fim da Cofins teria efeito na redução da desigualdade até três vezes maior do o Bolsa-Família. Com a eliminação o Brasil passaria dos atuais 0,56 para 0,53 no Índice de Gini, indicador de desigualdade de renda (quanto mais perto de 1, mais desigual o país). O Bolsa-Família produziu redução de 0,01.
KAREN CAMACHO. Editora-assistente de Dinheiro da Folha Online. 0506.

ESTADOS UNIDOS: DEMOCRATAS ou REPUBLICANOS? [OBAMA ou McCAIN?]

Após vitória, Obama concentra-se em unir democratas

WASHINGTON - Após conseguir a história indicação democrata à Presidência dos EUA, Barack Obama se volta nesta quarta-feira, 4, à tarefa de unificar um partido dividido por uma disputa interna de cinco meses para a disputa com o republicano John McCain. Obama saiu do obscurantismo político para se tornar o primeiro negro a conseguir a indicação à Presidência por um grande partido americano. O senador por Illinois conseguiu na terça-feira os 2.118 delegados necessário para vencer na convenção partidária de agosto.
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Sua rival Hillary Clinton, ex-primeira-dama que entrou na disputa há 17 meses como franca favorita, não admitiu a derrota e afirmou que consultará líderes partidários e simpatizantes para decidir qual será seu próximo passo. Hillary disse a representantes de Nova York no Congresso que está aberta a ser candidata a vice-presidente na chapa de Obama. Simpatizantes da ex-primeira-dama intensificaram a pressão para que Obama a escolha como sua número dois. Obama será coroado o candidato democrata na convenção de agosto e enfrentará McCain em novembro, quando o sucessor do atual presidente George W. Bush será escolhido. "Hoje marcamos o fim de uma jornada histórica com o início de uma outra", disse Obama a simpatizantes durante o comício da vitória em St. Paul, Minnesota, mesmo local da convenção republicana, marcada para setembro. "Hoje posso me colocar diante de vocês e dizer que serei o indicado democrata para presidente dos Estados Unidos", disse ele à platéia de 17 mil pessoas. Outras 15 mil estavam do lado de fora da arena. A vitória de Obama, filho de pai queniano negro e de mãe branca do Kansas, colocou o nome do senador na história dos Estados Unidos. Sua vitória vem 45 anos depois do auge do movimento pelos direitos civis. Ela vem depois de uma das mais apertadas e longas batalhas por uma indicação partidária na recente história política dos EUA. Hillary, que seria a primeira mulher indicada à Presidência norte-americana, conquistou mais de 1.900 delegados. Obama conseguiu a vitória após uma onda de mais de 70 delegados, que não haviam tomado partido, anunciarem seu apoio ao senador na terça-feira, o que levou seu total de delegados para 2.156, segundo contagem da MSNBC. Os cinco meses de disputa Estado a Estado pelo apoio dos delegados chegaram ao fim com Obama vencendo em Montana e Hillary triunfando em Dakota do Sul. A expectativa é de que mais líderes partidários e superdelegados apóiem Obama nesta quarta-feira, enquanto o partido tenta se unir em torno de seu indicado, para o que promete ser uma dura campanha eleitoral com McCain. "Estou comprometido em unir nosso partido para que possamos seguir em frente mais fortes e mais preparados do que nunca para conseguir a Casa Branca em novembro", disse Hillary para uma multidão de simpatizantes em Nova York. Mas ela não fez nenhuma proposta para Obama.
Os dois devem se reunir em breve para discutir a campanha eleitoral e o papel que será desempenhado pela ex-primeira-dama. Os dois conversaram no início da quarta-feira, e Obama disse a Hillary que gostaria de "sentar quando fizer sentido para você", Mas nenhuma reunião foi marcada.
Tanto Obama quanto Hillary falarão para um grupo de lobby pró-Israel nesta quarta-feira em Washington, num momento em que o senador por Illinois começa a concentrar-se na disputa de novembro.
McCain garantiu a indicação republicana em março. "Essa foi uma longa campanha e não tomarei nenhuma decisão hoje", disse Hillary. "Nos próximos dias eu consultarei simpatizantes e líderes partidários para determinar como seguir em frente, levando em conta os interesses do meu partido e do meu país." Obama elogiou a adversária após derrotá-la. "A senadora Hillary Clinton fez história nessa campanha, não somente porque ela é uma mulher que fez o que nenhuma mulher fez antes, mas porque ela é uma mulher que inspirou milhões de americanos." McCain deu início à disputa com Obama com um comício na Louisiana, no qual procurou afastar-se de Bush e questionou o julgamento de Obama. Ele classificou o senador de oponente "formidável", mas que não mostrou disposição de deixar de lado interesses partidários. "Ele é um homem impressionante, que deixa uma grande primeira impressão", disse McCain, de 71 anos, ex-prisioneiro de guerra no Vietnã. "Mas ele não tem mostrado disposição de tomar decisões difíceis, de desafiar seu partido, de arriscar receber críticas de seus simpatizantes e trazer a verdadeira mudança para Washington. Eu tenho."
Reuters [0406], Estadão.

COPOM/BC/TAXA DE JUROS: "SOBE!!!"

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Copom eleva Selic pela 2ª vez e taxa vai a 12,25%
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O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou em 0,5 ponto porcentual a taxa básica de juros (Selic), para 12,25% ao ano. Foi a segunda alta consecutiva. A decisão, unânime e sem viés, já havia sido amplamente antecipada pelo mercado financeiro por causa da piora no cenário de inflação para 2008 e 2009. Por isso, a certeza de uma alta era geral. Só havia uma pequena dúvida em relação à intensidade do aperto monetário. A aposta majoritária era de 0,5 ponto, mas alguns arriscaram 0,75. No comunicado para anunciar o resultado e o placar da reunião, o Banco Central (BC) foi sucinto. Declarou apenas que deu "prosseguimento ao processo de ajuste da taxa de juros básica, iniciado na reunião de abril". Com isso, a autoridade monetária evitou dar dicas do que pode vir nas próximas reuniões e mostrou que não se compromete com nenhuma linha de atuação daqui pra frente (com aceleração ou manutenção do ritmo de alta dos juros), destacou o economista do banco Santander, Constantin Jancsó. O economista da Paraty Investimentos Marco Franklin tem opinião semelhante. "O que consigo ver neste momento é que a Selic sobe até onde a vista alcançar." Para ele, a alta só não foi maior por causa do grau de investimento concedido ao País pelas agências Standard & Poors e Fitch e pela intenção do governo de elevar o superávit primário para 4,3%. Para as próximas reuniões, diz Franklin, a intensidade do ciclo de aperto monetário dependerá das expectativas de inflação e dos indicadores de demanda agregada. "Hoje a taxa de desemprego está nas mínimas históricas, o nível da capacidade instalada (83,2%) é um risco grande para a inflação e o crédito não pára de crescer acima de 30%." Diante deste quadro, avalia o economista José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados, a alta dos juros ontem era inevitável, tendo em vista a pressão mais forte da inflação. "Não vai ser o último aumento na Selic e a MB espera que no fim do ano ela chegue a 14% ao ano." Para ele, há praticamente um consenso entre os analistas de que a inflação feche 2008 entre 5,5% e até acima de 6%, graças à combinação do choque de oferta, com altas de petróleo e de alimentos, além de demanda forte.O diplomata e ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero também considerou inevitável o aumento de 0,5 ponto. Ele criticou, porém, a falta de ação do Copom, por não ter feito cortes mais profundos quando a inflação estava controlada no Brasil e no mundo. "O erro do Copom não foi agora, foi há um ano e meio, quando poderia ter baixado muito os juros e não baixou. Era uma época sem inflação mundial e, por excesso de cautela, manteve os juros em um nível muito alto", disse Ricupero. Além da redução na taxa de juros, Ricupero cobrou outras medidas fiscais por parte do governo, como a adoção de um "superávit nominal e não apenas primário, que pague os custos da dívida interna".
Renée Pereira, Fernando Nakagawa e Gustavo Porto. Estadão, 0506. Figura/gráfico, via blog do Josias-Folha.

GOVERNO LULA [In:] "CSS" [COFRES $UBSTANCIALMENTE $OCORRIDOS]

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Em público, Lula e seus ministros dizem que nada têm a ver com a recriação da CPMF. É coisa do Congresso, afirmam.
Em privado, o Planalto tenta amolecer resistências mostrando aos congressistas o caminho do cofre.
Negocia-se a liberação de emendas levadas ao orçamento de 2008 por deputados e senadores. Corre-se contra o tempo. A lei eleitoral proíbe que a União libere verbas quatro meses antes de uma eleição.

Como haverá eleições municipais em outubro, o empenho das verbas que os parlamentares destinaram, em 2008, aos seus Estados e municípios precisa ser feito até o final de junho. Como sinal de boa vontade, o Planalto levou o pé ao acelerador. Em maio, empenharam-se R$ 236,6 milhões em emendas de deputados e senadores. Para ser exato: R$ 236.646.409,80. Desse total, R$ 98 milhões foram empenhados na última semana de maio. Cifra que supera em mais de três vezes o montante do "Bolsa Emenda" de abril: R$ 70,2 milhões. Na ponta do lápis: R$ 70.249.015,06. A nota de empenho amarra o dinheiro a uma determinada despesa. Representa o compromisso formal do pagamento futuro. E a expectativa dos votos presentes, nos plenários da Câmara e do Senado. Além de negociar no varejo, o governo dialoga no atacado. Foi ao balcão o ministro José Múcio, coordenador político de Lula. Em conversas com dirigentes da Comissão de Orçamento do Congresso e com líderes partidários, Múcio comprometeu-se obter a revisão vetos que Lula impusera a duas rubricas inseridas no PPA.
Coisa de R$ 6 bilhões. Emendas coletivas (endossadas por bancadas estaduais multipartidárias) e individuais (assinadas isoladamente por deputados e senadores). PPA é a sigla que identifica o Plano Plurianual. A versão modificada pelos vetos do presidente refere-se ao período de 2008 a 2011. Espremido, o Planalto remeteu ao Congresso, no mês passado, dois projetos que ressuscitam, em rubricas análogas às que haviam sido vetadas, as emendas mandadas ao lixo.
Porém, ao correr a lupa pelo texto dos projetos, integrantes da Comissão de Orçamento se deram conta de que cerca de 180 emendas (R$ 4 bilhões) haviam sido desfiguradas no processo de ressurreição. Dera-se coisa assim: verbas que os parlamentares haviam destinado à abertura de estradas novas terminaram reacomodadas em projetos de manutenção de rodovias já existentes. Ou assim: emendas que endereçavam dinheiro para os currais eleitorais dos seus autores ressurgiram sem o carimbo regional. O governo as aplicaria onde bem entendesse. Os líderes governistas foram, de novo, a Múcio. Lero vai, lero vem o ministro comprometeu-se a aparar as últimas arestas por meio de um decreto. Múcio chegou mesmo a fixar uma data. Disse que o tal decreto sairia até 25 de junho. Em tempo para que as verbas pudessem ser empenhadas ainda em junho. Oficialmente, o Planalto diz que a negociação das emendas nada tem a ver com o debate em torno da nova CSS, a nova sigla da velha CPMF. Afirma-se que as tratativas seguem a critérios técnicos. Diz-se, de resto, que a emissão dos empenhos não se guia por uma lógica partidária. Então, tá!

PS.: Ilustração via blog do Orlandeli.
Escrito por Josias de Souza - Folha Online, 0506.

"QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?"

05.JUNHO.2008
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JORNAL DO BRASIL
Dilma volta á berlinda
A oposição quer convocar a chefe da Casa Civil, Dilma Rosseff, para depor sobre suposta negociação suspeita da Varing e a Varinglog, que envolve fraude e trafico de influencia. A denuncia foi feita por Denise Abreu, ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil. No caso, aparece como lobista o Advogado Roberto Texeira, compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. (págs. 1 e A2 e A3)
FOLHA DE SÃO PAULO
- Os ex-dirigentes da Anac Denise Abreu e Josef Barat acusam Dilma Rousseff (Casa Civil) de ter pressionado a agência para beneficiar os compradores da Varig. Os então interessados em adquirir a companhia aérea eram clientes do advogado Roberto Teixeira, amigo e compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Denise Abreu, quando a Varig entrou em crise, o primeiro passo tomado pelos gestores foi vender a VarigLog - que depois acabou comprando a Varig. Ela e Barat dizem que Dilma pressionou a agência a não exigir provas da origem do capital dos sócios brasileiros da VarigLog. A ministra nega as acusações. (págs 1 e B1)
O ESTADO DE SÃO PAULO
ANAC CONSIDERA ILEGAL CONTROLE DE ESTRANGEIROS NA VARIGLOG
- A presidente da Agência nacional de Aviação (Anac), Solange Vieira, informou, em depoimento na Câmara, ter advertido a Variglog de que seu controle acionário não poderá permanecer nas mãos do fundo de investimento americano Matlin Patterson. Em entrevista publicada ontem pelo Estado, a ex-diretora da Anac Denise Abreu afirmou ter sido pressionada pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para facilitar a venda da Variglog - subsidiária dedicada ao transporte de cargas. A lei brasileira impede que companhias aéreas sejam controladas por estrangeiros, mas no final de 2005 a Variglog foi comprada pelo fundo americano e três sócios brasileiros. Em 2006, a Anac, sem exigir a comprovação da origem do capital, autorizou a Variglog a comprar a própria Varig. Em 2007, a Variglog revendeu a Varig para a Gol. Solange não pertencia à Anac no tempo dessas negociações. Hoje o fundo Matlin Patterson briga na Justiça contra sócios brasileiros e tem seus interesses defendidos pelo advogado Roberto Teixeira, amigo do presidente Lula. (págs.1,B1,B2 a B5)
- Dois ex-diretores da Anac, Leur Lomanto e Jorge Velozo, confirmaram ontem a acusação de Denise Abreu de que a Casa Civil atuava para acelerar a tramitação de assuntos ligados à venda da Varig. "A ministra (Dilma Rousseff) e a Erenice Guerra,( secretária-executiva da Casa Civil) diziam que a gente estava criando dificuldades", afirmou Lomanto. Veloso, militar aposentado, disse acreditar "que o Planalto tenha se mobilizado para acelerar o caso Varig". (págs.1 e B4)
O GLOBO
Rio Avança em Olimpíadas; falta agora o dever de casa
- Após duas tentativas, o Rio chegou ontem mais próximo do que nunca de sediar uma edição dos Jogos Olímpicos: a de 2016. A cidade está entre as quatro finalistas e tem até fevereiro de 2009 para entregar um dossiê detalhado do projeto, que será julgado em outubro do mesmo ano. O relatório apresentado pelo Comitê Olímpico Brasileiro recebeu a nota mais baixa entre os finalistas; 6,8. Em primeiro lugar, ficou Tóquio, com 8,6, seguida de Madri (8,4) e Chicago (7,4). O Rio, na verdade, foi o quinto colocado; Doha (Catar) teve 7,4 mas foi eliminada porque queria mudar a data do evento. O Rio teve notas ruins em segurança, transportes, hotéis e meio ambiente. O projeto prevê dez novas instalações, vilas residenciais e centros na Barra, a despoluição de lagoas e três corredores exclusivos de ônibus.(págs. 1 e 12 a 14)
GAZETA MERCANTIL
Dólar vale hoje metade da cotação de 1999
- A expectativa de que o aperto monetário será longo, com novas altas na Selic neste ano, deve jogar o dólar ainda mais para baixo. Ontem, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou o juro em 0,50 ponto percentual, para 12,25% ao ano. Com a decisão, o Brasil mantém o posto de maior juro real do mundo, agora em 7,12% ao ano, o que reforça as operações de arbitragem - quando investidores tomam emprestado dinheiro barato no exterior e aplicam no Brasil, valorizando o real.
Em termos nominais, o dólar na faixa atual de R$ 1,63 é a menor desde janeiro de 1999, quando o governo pôs fim ao câmbio fixo. O câmbio real, deflacionado pelo IPCA de 91,79% entre 1999 e maio deste ano, é de R$ 0,8494. No curto prazo, o dólar pode cair a R$ 1,50, calculam fontes do mercado. "O real se valoriza basicamente pelas elevações na Selic, que estimulam arbitragens, e via exportações, que devem crescer por conta do preço das commodities", diz Roberto Padovani, economista-chefe do banco WestLB. "No segundo semestre, a queda deve desacelerar, graças a uma possível elevação dos juros nos Estados Unidos, fechando o ano a R$ 1,60, queda de 9% sobre 2007." Analistas acreditam em juros ainda mais altos. "A tendência agora é manter o ritmo de ajuste na Selic. Mas é preciso estar atento ao cenário de demanda acima da oferta e do choque nos preços dos alimentos", diz Alexandre Póvoa, sócio da Modal Asset. (págs. 1 e B1)
VALOR ECONÔMICO
Quedas das matérias-primas provoca estragos na bolsa
- Só nos primeiros três dias desta semana, as duas principais empresas da bolsa brasileira Petrobras e Vale, perderam R$ 54,5 Bilhões em valor de mercado. A quantia equivale a uma Gerdau, uma das maiores siderúrgicas do mundo, cujo valor em bolsa é de R$ 52,5 Bilhões. A queda fez a Petrobras perder uma posição no ranking das maiores empresas das Americas, passando para o quarto lugar, novamente atrás de Microsoft, GE e Exxon a primeira colocada.
A perda é um reflexo do recuo dos preços das commodities e dos fortalecimento do dólar no mercado internacional, que fizeram estragos nas bolsas do mundo todo. O Ibovespa caiu 5,40$ na semana, 1,91$ só ontem, voltando a ficar abaixo dos 70 mil pontos, a 68.673, o menor nível desde 30 de abril, dia em que o país recebeu o primeiro grau de investimento. Analistas avaliam que a festa das commodities não acabou, mas, mas o ritmo de valorização deve diminuir, Isso quer dizer que os tempos gloriosas da bolsa brasileira, com retornos anuais de 30% a 40%, podem estar com os dias contados, dado o peso das matérias-primas no bovespa. Não é nada para tirar o sono dos investidores com apetite para a renda variável, que ainda promete ser melhor que a renda fixa. O que os analistas esperam é que os preços das matérias-primas se acomodem em níveis elevados. Haverá, sim, Oportunidades em ações relacionadas á cadeia de produtos cotados internacionalmente, mas o risco no curto prazo aumentou.
De 31 de outubro até o fim de maio, o MSCI Brasil, índice medido pelo Morgan Stanley, tinha subido 14%, bem mais do que a média dos emergentes, com valorização de 9,5%. Do resultado brasileiro, 88% vieram de Petrobras e Vale, um indicio de que a Bovespa estava pesadamente vulnerável a mudanças nos preços das commodities.Economias desenvolvidas da América do Norte e Europa, alem de Japão, Austrália e nova Zelândia devem apresentar crescimento entre 1% e 1,5% neste ano. O PIB dos EUA tente a ter expansão ainda menor e mesmo os emergentes vão experimentar alguma desaceleração. No Brasil, o freio vem sendo induzido pelo juros e o ritmo da atividade deve ficar abaixo dos 5%. Ontem o Banco Central elevou a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, para 12,25% ao ano. (págs.1 e D1 e D2)
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PAULINHO/BNDES: O ''GURI'' NO "GRAMPO"

Grampo da PF desmente Paulinho

Na tarde de 9 de maio, durante entrevista coletiva que concedeu na sede da ONG Meu Guri, presidida por sua mulher, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, alegou desconhecer Marcos Vieira Mantovani, proprietário da Progus Consultoria. Mantovani é acusado pela Procuradoria da República de agir como consultor da suposta quadrilha desarticulada pela Polícia Federal, durante a Operação Santa Tereza.
Um grampo telefônico da PF, contudo, desmente o parlamentar. Nele, Paulinho marca uma reunião com o então conselheiro do BNDES Ricardo Tosto, no escritório de Mantovani. A gravação, realizada no dia 3 de março, teve início às 13h33 e tem 4 minutos e 35 segundos de duração. Paulinho fala com Tosto a respeito de uma reunião com o presidente de um banco - possivelmente o BNDES, afirma a PF. Em seguida, debate questões políticas, entre elas a sucessão à Prefeitura de São Paulo. No fim, o deputado encerra a conversa com um pedido: "Qualquer coisa nos reunimos onde? Lá no... escritório do Mantovani?" Tosto concorda: "É, Mantovani... é... sei lá..." Paulinho então dá a localização aproximada do escritório: "É lá na Paulista lá, perto da Paulista." O ponto de referência citado pelo parlamentar condiz com o endereço real da sede da Progus de Mantovani. O escritório fica na Alameda Santos, paralela à Avenida Paulista. Coincidentemente, ali foram encontrados cheques endereçados a "PA" e "RT" - Paulinho e Tosto, segundo Mantovani - referentes à liberação de financiamentos do BNDES à Prefeitura de Praia Grande e às Lojas Marisa. De acordo com os federais, cada um deles recebeu R$ 18.397,50 pela operação da prefeitura e R$ 82.162,93 pela verba destinada à rede varejista. Havia também planilhas que confirmariam a partilha, com as iniciais "PA" e "RT". Paulinho declarou desconhecer Mantovani durante uma entrevista coletiva em que falou abertamente sobre sua relação com os réus da Operação Santa Tereza. A conferência foi convocada por ele próprio para rebater suspeitas que a PF lançou sobre a Meu Guri, presidida por sua mulher, Elza de Fátima Pereira. Na ocasião, o parlamentar buscava esclarecer o depósito de R$ 37.500 na conta da entidade, realizado pelo lobista João Pedro de Moura, seu amigo e ex-assessor, hoje réu da Operação Santa Tereza. Para a PF, o depósito seria uma maneira de lavar dinheiro relacionado às operações do BNDES angariadas por Moura. Além disso, Paulinho argumentou pela legalidade do financiamento de R$ 1,328 milhão do banco estatal concedido à entidade no mesmo período em que Moura fazia parte de seu conselho. No entanto, ao ser indagado se conhecia ou não Mantovani, Paulinho respondeu taxativamente: "Não." A gravação mostra ainda que há inconsistências no depoimento de Mantovani à Justiça Federal, realizado no dia 27 de maio. O consultor, que admitiu que "PA" era Paulinho e "RT" Ricardo Tosto, afirmou estar arrependido de utilizar as siglas para efetuar pagamentos porque seriam "pessoas que não têm absolutamente nada a ver com isso". Segundo ele, os cheques foram entregues nas mãos de João Pedro de Moura. "O João Pedro levou para colocar em projetos que eles têm ou ONGs que ele tem", declarou.Para a PF, outras escutas indicam que Paulinho mantinha contatos com réus da operação.
DEFESA
O advogado de Paulinho, Antônio Rosella, estava na entrevista coletiva sobre o episódio da Meu Guri, em que o parlamentar afirmou desconhecer Mantovani, mas disse não se recordar da declaração do deputado. "Não lembro disso, e também não conheço essa grampolândia", disse, referindo-se à interceptação da conversa entre seu cliente e Tosto. "Não posso comentar. O que você quer que eu diga?"Carlos Kauffmann, defensor de Mantovani, afirmou que "o empresário não conhece Paulinho e a reunião não existiu". Ele repudiou a estratégia da acusação de tentar dobrar os réus com delação premiada. "Mantovani explicou à Justiça item por item, é a mais pura expressão da inocência dele. Mantovani não recebeu do BNDES. Mesmo com todas as buscas e os grampos, não conseguiram provar nada. Agora querem o quê?"José Roberto Batochio, que defende Tosto, afirma que a reunião "nunca aconteceu". Ontem, ele entregou à Justiça Federal a lista de testemunhas de defesa de Tosto - entre as quais três diretores do BNDES que aprovaram os empréstimos sob investigação. "Queremos que esses técnicos digam se em algum momento Tosto fez algum pedido ou interferiu nos procedimentos do banco", desafiou Batochio. Também foram relacionados o ex-ministro da Justiça José Carlos Dias (governo Fernando Henrique), o embaixador Flecha de Lima, o ex-ministro da Fazenda Delfim Netto (governo Médici) e o desembargador Álvaro Lazzarini.
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TRECHOS DO DIÁLOGO
Tosto: "Por isso até que eu acho que, agora, depois dessaligação, é pra falar pro ministro que você vai fazer uma visita institucional pro presidente do banco"
Paulinho: "É"
Tosto: "Aí você tem uma demonstração e tal. E tem uma coisa que tá andando que inclusive eu vou falar com você amanhã e é muito interessante. Então liga pro ministro e fala: Olha, falei com o Tosto e... e nós vamos fazer uma visita institucional pro presidente?"
Paulinho: "É legal, acho que é bom isso"
(...)
Tosto: "Eu acho isso superbom. Aqui em São Paulo ou no Rio. Aí amanhã o Edu vai pra Brasília, vai te procurar pra falar um negócio"
Paulinho: "Tá bom. Outra coisa que eu ia te falar é o seguinte: pra todos os efeitos eu tou reunido com você agora, tá?
(...)
Paulinho: "Beleza. Qualquer coisa nos reunimos aonde? Lá no...escritório do Mantovani"
Tosto: "É, Mantovani... é... sei lá..."
Paulinho: "É lá na Paulista lá, perto da Paulista"
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Roberto Almeida. Estadão, 0506.