PENSAR "GRANDE":

***************************************************
[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
***************************************************


“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

----

''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

=========
# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
1Radio 1455824919 nhm...

valor ...ria...nine

folha gmail df1lkrha

***

terça-feira, março 15, 2011

XÔ! ESTRESSE [In:] ''O MEU CIÚME, CIÚME DE VOCÊ..." *

...
...



















---------------
Homenagem aos chargistas brasileiros.
-------
(*) Roberto Carlos.
---

PETROBRAS/ETANOL [In:] O ''TSUNAMI'' DO CANAVIAL

...

Etanol perto de um choque de preços


Recuo menor no consumo de etanol já afeta os estoques


Autor(es): Fabiana Batista | De São Paulo
Valor Econômico - 15/03/2011

O preço do álcool hidratado disparou, a demanda se retraiu em 26% desde dezembro e ainda assim crescem as preocupações com os níveis de estoques e o desabastecimento em casos pontuais. Em São Paulo, maior produtor nacional do etanol, donos de postos relatam que há racionamento na entrega do produto pelas distribuidoras.

A expectativa do Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras) era que o consumo caísse mais de 40%, como ocorreu há um ano, diz Alísio Mendes Vaz, diretor. Mas a migração para a gasolina, possibilitada pelos carros flex, não foi até agora forte o suficiente para frear os preços e regular a demanda. Hoje, só é vantajoso abastecer o veículo com etanol no Estado do Mato Grosso.

Tarcilo Rodrigues, diretor da Bioagência, uma das maiores comercializadoras de etanol do país, afirma que, apesar disso, o repasse de preços ao consumidor não acompanhou a alta observada na indústria. Ele informa que, nas usinas, o etanol subiu 28% entre dezembro de 2010 e março deste ano, enquanto nas bombas o reajuste ficou ao redor de 8%. Vaz, do Sindicom, acredita que nos próximos dias as pesquisas da Agência Nacional de Petróleo (ANP) mostrarão um repasse maior. "Só com um choque de preços o consumidor vai mudar sua percepção", afirma.


Apesar do preço mais alto do etanol hidratado, o consumidor brasileiro não está migrando para a gasolina com a intensidade que o setor de combustíveis imaginava. As vendas caíram 26% em fevereiro na comparação com dezembro, mês referência por ser o de maior consumo. Mas, o Sindicom, que representa as distribuidoras de combustíveis do país, informa que esperava que essa queda fosse mais acentuada, entre 40% e 50%.

Com esse cenário, a preocupação do mercado é que os estoques de passagem de etanol - não divulgados - sejam suficientes para atender o consumo até o início da próxima safra de cana, a partir de abril. Postos de São Paulo, Estado maior produtor nacional do biocombustível, relatam que já há racionamento na entrega do produto pelas distribuidoras.

José Alberto Gouveia, presidente do sindicato que representa os postos de combustíveis de São Paulo (Sincopetro-SP), afirma que não se trata de falta de produto, mas de administração mais cautelosa dos estoques por parte das distribuidoras. Desde a última semana, essas empresas não estão entregando todo o volume solicitado pelos postos. "Se pedimos 18 mil litros, por exemplo, recebemos 10 mil litros. Acredito que seja para evitar que uma revenda fique com muito e outra com pouco".

Tudo isso porque o consumidor e seu carro flex não estão regulando o mercado. Esperava-se que quando os preços do etanol atingissem mais de 70% do valor da gasolina, o proprietário do carro fosse migrar para a gasolina, o que não vem ocorrendo na intensidade imaginada.

Desde janeiro, o consumo de etanol vem caindo menos do que o esperado e em fevereiro esse comportamento se repetiu. "Em março, os relatos também são de que o consumo não está recuando como esperado", diz Alisio Mendes Vaz, diretor do Sindicom, cujas associadas representam 60% do mercado de etanol hidratado do país.

O levantamento da entidade mostra que em fevereiro deste ano a venda de etanol foi de 650 milhões de litros, 26% mais baixa do que os em dezembro de 2010. No mesmo intervalo de um ano atrás, a demanda havia caído 55%.

O comportamento do consumidor neste ano é um mistério, pois só está compensando usar etanol em Mato Grosso. Além disso, em fevereiro deste ano, os preços na usina foram, em média, 7,3% maiores do que em fevereiro de 2010.

Gouveia, do Sincopetro do Estado de São Paulo, acredita que mais uma vez o motorista não está fazendo conta na hora de abastecer. Analistas acreditam também que a mídia de massa não tratou da alta do etanol na bomba com a mesma intensidade da realizada no ano passado.

Tarcilo Rodrigues, diretor da Bioagência, uma das maiores comercializadoras de etanol do país, avalia que o repasse de preços ao consumidor final não está chegando na mesma velocidade da alta na indústria. Ele argumenta que os preços do biocombustível na usina subiram 28% entre dezembro de 2010 e março deste ano, enquanto na bomba, esse reajuste ficou na casa dos 8%. "As usinas são apenas um elo da cadeia. Há ainda as distribuidoras e os postos, estes últimos, muitas vezes, com elevada concorrência entre si, o que pode ajudar a explicar o porquê da resistência em repassar preços", diz.

Vaz, do Sindicom, acredita que nos próximos dias as pesquisas da Agência Nacional de Petróleo (ANP) devem mostrar um repasse maior dos preços ao consumidor. "Essa demanda persistente preocupa, pois mantém pressão sobre os estoques. Somente com um choque de preços o consumidor vai mudar sua percepção", diz Vaz.

Procurada, a ANP não retornou para comentar o monitoramento dos estoques privados. A União da Indústria da Cana-de-açúcar afirmou em nota que não tem expectativa de problemas de abastecimento. Analistas ouvidos pelo Valor acreditam que distribuidoras que não têm contrato de compra, ou seja, estão no mercado spot, podem ter dificuldades pontuais para adquirir o produto até a entrada da nova safra. Mas que os volumes já contratados estão assegurados.

ECONOMIA JAPONESA E MUNDIAL [In:] A ''MÃO VISÍVEL'' DO TSUNAMI

...

EFEITO JAPÃO SE ESPALHA NA ECONOMIA

MERCADO FAZ CONTA COM A TRAGÉDIA NO JAPÃO


Autor(es): Daniele Camba
Valor Econômico - 15/03/2011

A paralisação de boa parte da máquina produtiva do Japão, a terceira economia mundial, espalha dificuldades para toda a rede integrada de fabricação regional asiática, em uma cadeia de consequências que atinge o Brasil. Com a destruição assustadora do nordeste do país, o perigo de mais vazamentos radioativos na usina nuclear atingida pelo terremoto e sem perspectiva de regularização do fornecimento de energia por várias semanas, a Sony, maior exportadora japonesa de eletrônicos de consumo, suspendeu a operação de dez fábricas. A Toyota, maior montadora do mundo, fez o mesmo com suas 12 unidades.Automóveis, autopeças e material eletroeletrônico predominam na pauta de vendas do Japão para o Brasil. O país é o maior exportador de autopeças para o Brasil - US$ 1,84 bilhão, ou 14% de todas as importações de componentes automotivos. As subsidiárias de suas montadoras - Honda, Mitsubishi, Toyota e Nissan - são as mais dependentes de peças e podem sofrer interrupção em suas linhas de montagem. O efeito sobre a produção brasileira de eletroeletrônicos não deve ser grande, pois ela pode ser abastecida com insumos fabricados em outros locais da Ásia. Por outro lado, os japoneses são um dos principais compradores do minério de ferro do Brasil - em 2010, consumiram US$ 3,27 bilhões.

Todo o comércio será afetado de imediato, pois a infraestrutura japonesa sofreu abalos consideráveis e os portos do nordeste foram destruídos. E com fábricas paralisadas, o desembarque de encomendas tende a ser um problema a mais para as empresas japonesas. "Num primeiro momento deve acontecer a suspensão de contratos, depois o can- celamento de alguns", prevê José Augusto de Castro, vice-presidente da Asso- ciação de Comércio Exterior do Brasil.


Não existem dúvidas de que o terremoto e o tsunami no Japão são tragédias gigantescas para a população japonesa e para o mundo. No entanto, o mercado vive de oportunidades e o que se vê é que essa catástrofe pode abrir algumas boas alternativas, pelo menos na Bovespa.

Os analistas acreditam que as principais beneficiadas devem ser as empresas que, de alguma forma, podem contribuir para a reconstrução do país. Nessa linha de raciocínio, as siderúrgicas devem ser as maiores ganhadoras. Isso explica, inclusive, a valorização desses papéis na sexta-feira e ontem.

As notícias dão conta de que as cinco principais siderúrgicas japonesas (Muroran e Kimitsu, da Nippon Steel; Chiba e Keihin, da JFE Holding; e Kashima, da Sumitomo Metal Industries) paralisaram ou reduziram significativamente a produção.

O chefe de análise da corretora SLW, Pedro Galdi, lembra que, além de ter que importar aço de outros países, o Japão provavelmente deixará de exportar, o que deve causar um equilíbrio entre oferta e demanda e contribuir para um aumento nos preços da commodity no mercado internacional.

"As siderúrgicas brasileiras devem ganhar mais com a melhora do cenário para o aço do que propriamente com a exportação para o Japão, já que, por uma questão de logística, o país deve importar muito mais de outras siderúrgicas asiáticas", explica.

Produtoras de commodities serão as mais beneficiadas

Já sobre a Vale, existe uma discussão de como ela deve ficar com a tragédia. Galdi lembra que, num primeiro momento, a mineradora perderia, já que 11% do seu faturamento vem das exportações para as siderúrgicas japonesas, sendo que algumas estão parando suas operações. Ele acredita, no entanto, que a Vale deve ganhar vendendo minério de ferro para as outras siderúrgicas que precisarão produzir mais do que nunca para bancar a reconstrução do país.

Na visão economista-chefe da Way Investimentos, professor de finanças da ESPM-RJ e do Ibmec-RJ, Alexandre Espírito Santo, esse possível crescimento nas vendas pode deixar em segundo plano problemas que pairam hoje sobre as ações da Vale. "Existe uma nuvem negra em cima da companhia, por causa das questões dos royalties e pelas incertezas sobre a possível saída de Roger Agnelli", lembra o professor.

A outra gigante do mercado brasileiro, a Petrobras, também pode ganhar com a tragédia chinesa, acredita Espírito Santo. Os problemas nas usinas nucleares, com a possibilidade de vazamentos, deve provocar falta de energia, se refletindo sobre o preço do petróleo. Junte-se a isso os conflitos no Oriente Médio e no norte da África, que já estão pressionando o preço da commodity.

Galdi, da SLW, também acredita que empresas de alimentos, como Brasil Foods, Marfrig e JBS, também devem ganhar com a exportação para a China. "O país precisará de tudo um pouco para se reerguer, de comida à matéria-prima para construir casas, ruas, estradas etc." Ele cita as produtoras de madeira, como a Duratex.

Daniele Camba é repórter de Investimentos

BRASIL-USINA TERMELÉTRIA [In:] FÚRIA INDOMÁVEL IV

...

Usina sem controle no Sul do país


Vida coberta de cinzas


Autor(es): Lúcio Vaz
Correio Braziliense - 15/03/2011

Termelétrica em Candiota, no Rio Grande do Sul, emite poeira e fumaça acima do permitido por lei. Ibama pode paralisar o funcionamento da central, ampliada recentemente com recursos do PAC.

MEIO AMBIENTE

Ibama verifica que as emissões de gases nocivos à saúde de usina termelétrica instalada em município gaúcho estão muito acima do permitido. População local convive diariamente com a sujeira dos resíduos espalhados pelo vento

Candiota (RS) — A termelétrica Presidente Médici, do Grupo Eletrobras, representa, ao mesmo tempo, o sustento e o martírio para os moradores da pequena cidade gaúcha de Candiota, de apenas 8,7 mil habitantes, distante 50km da fronteira com o Uruguai. Movida a carvão mineral, explorado a céu aberto, a usina emite materiais particulados (poeira e fumaça) e dióxido de enxofre (SO2) muito acima dos limites máximos estabelecidos pela legislação ambiental. As cinzas lançadas pela chaminé de 200 metros de altura podem ser encontradas nas mesas, em beirais de janelas, tanques, carros estacionados e varais de roupas. Basta passar a mão que aparece uma mancha de cor chumbo. Em setembro do ano passado, análises feitas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) mostraram que as emissões de SO2 estavam oito vezes acima do limite permitido na Fase A (primeira etapa de construção da termelétrica), enquanto as emissões de material particulado superavam em 26 vezes o volume permitido na Fase B, a mais poluente. Diante desses fatos, o Ministério Público Federal recomendou ao Ibama a suspensão do funcionamento da usina, incluindo a Fase C, inaugurada em janeiro.

O governo da presidente Dilma Rousseff fez a opção por fontes sujas de energia. Até 2014, último ano de seu mandato, estão previstos investimentos de R$ 20 bilhões em termelétricas, entre empreendimentos já em curso e usinas a serem construídas. Esse montante equivale a 30% dos investimentos em energia elétrica no país, quase a mesma proporção prevista para as hidrelétricas. Serão, ao todo, 109 termelétricas, entre antigas e novas, como consta do Plano Decenal de Energia (PDE), de 2010 a 2019, elaborado pelo Ministério de Minas e Energia (MME). Esse investimento recorde nas térmicas terá um impacto significativo na emissão de poluentes, o que pode comprometer a meta de redução de emissão de CO2, assumida pelo Brasil em nível internacional. Somente as novas termelétricas serão responsáveis por 298 milhões de toneladas do composto, o equivalente a 69% de todas as emissões do setor elétrico até 2019.

As agressões ambientais em Candiota não são recentes. A termelétrica Presidente Médici tem violado sistematicamente, pelo menos desde 2005, os padrões de emissão estabelecidos pelo Ibama, segundo mostram laudos do instituto obtidos pelo Correio. O momento crítico foi observado em setembro de 2009, quando as concentrações de SO2 ultrapassaram em 16 vezes o limite máximo. Apesar desse quadro de descontrole, o próprio Ibama concedeu, em 29 de dezembro do ano passado, no apagar das luzes do governo Luiz Inácio Lula da Silva, a licença de operação para a Fase C de Candiota. Um laudo dos analistas ambientais sustenta que o funcionamento simultâneo das três fases acarretará na “continuidade das violações dos padrões estabelecidos na legislação”. Eles entendem que a CGTEE deveria atender aos limites de emissão nas duas primeiras fases antes da entrada em operação da Fase C, que conta com equipamentos mais modernos.

A companhia informa ter conhecimento das violações ambientais, como demonstra carta enviada pela empresa ao Ibama no fim do ano passado. A companhia afirmou que a recuperação operacional da usina passou a ser primordial, “sob risco de insolvência da empresa”, e que, mesmo tendo “pleno conhecimento das condições ambientais da unidade”, a adequação ambiental “ficou postergada à recuperação operacional”. A empresa acrescentou que a usina se manteve em operação “nessas condições” em “decorrência de contratos de energia firmados anteriormente, os quais compunham a única fonte de receita da Eletrobras CGTEE”.

Há também a preocupação quando à possibilidade de que as cinzas da usina estejam chegando ao território uruguaio. Em outubro do ano passado, técnicos do Ibama recomendaram que, diante de denúncias provenientes da região de Melo, no Uruguai, quanto à qualidade do ar, deveria ser acionado o corpo diplomático brasileiro para inserir o programa básico ambiental da usina de Candiota na região norte do país vizinho.

O Ibama afirmou ao Correio que a solução para Candiota está sendo discutida entre a Advocacia-Geral da União (CGU), o Ministério de Minas e Energia, o Ibama e o Ministério do Meio Ambiente, e deverá ser anunciada ainda nesta semana.

Qualidade do ar

Desde setembro do ano passado a chaminé de 200 metros da Fase C funciona em caráter experimental. Os moradores afirmam que a qualidade do ar continua ruim. “A nova chaminé está poluindo mais que a velha”, afirma Éder Gonçalves, 48 anos, que mora há 20 na cidade. “De manhã, aparece sempre uma cinza sobre o tanquinho, que é branco”, comenta. Ele levou a reportagem até o quintal para mostrar o tanque, que estava com a tampa coberta por um pó fino e escuro. O comerciante Antônio Molin, 58 anos, residente há 30 em Candiota, afirma que as cinzas aumentaram desde setembro. “Já fazem seis meses que estão ajustando, mas não ajustam nada. Se a gente chega em casa e não toma banho, dá coceira no corpo e ardência nos olhos.”

Os comerciantes, ao contrário dos moradores, dificilmente falam sobre os efeitos da poluição. Temem perder a freguesia dos funcionários da empresa. O prefeito de Candiota, Luís Carlos Folador (PT), afirma que 75% dos empregos da cidade são gerados pela usina. A empresa também é responsável por 75% dos impostos recolhidos pela prefeitura, que tem arrecadação anual de R$ 32 milhões. “A usina é a base de toda a economia do município e da região”, afirma. A CGTEE não se pronunciou até o fechamento desta edição.

Colaborou Vinicius Sassine

PAC
Obra incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a Fase C consumiu R$ 1,3 bilhão e gera 350MW de energia. As três fases juntas produzem 796MW. A Fase A foi inaugurada em 1974 e a Fase B funciona desde 1986. A implantação da Fase C começou em 1981, mas o projeto foi paralisado quatro anos mais tarde. No governo Olívio Dutra (1998-2002), a então secretária de Minas e Energia, Dilma Rousseff, viabilizou a transferência dos equipamentos para o governo federal. A Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE) recebeu da Eletrobras a tarefa de implantar a nova unidade geradora.

Poços de água contaminados

» Cláudia Antunes, 34 anos, tem dois filhos e mora há três meses no assentamento Santo Antônio, distante 20km da cidade de Candiota. Ela conta que, muitas vezes, “tem cinzas no ar, tipo uma fumaça”. “O meu marido diz que é da usina. A cinza fica acumulada no fundo dos poços de água.” Instalado numa invasão, na periferia do município, Cláudio Porto, 28, morou vários meses num assentamento distante 47km da cidade. “Dava para sentir a cinza na vegetação e nos arames, que ficam corroídos.” Na vila, os problemas são outros: “O meu filho caçula está tendo irritação na pele. Ele coça e aparecem umas feridinhas. Antes de vir para cá, ele não tinha isso”, acrescenta Cláudio, mostrando as feridas nos braços e na cabeça do menino João Carlos, 4 anos.

Versão Digital da Notícia:
Vida coberta de cinzas .jpg
---
---

BRASIL-USINA NUCLEAR [In:] FÚRIA INDOMÁVEL III

...

ACIDENTE REAVIVA DEBATE EM TORNO DA OPÇÃO BRASILEIRA


BRASIL TEME ABALO EM PROGRAMA NUCLEAR


Autor(es): Marta Salomon
O Estado de S. Paulo - 15/03/2011

CNEN acompanha esforços para impedir vazamento no Japão e Empresa de Política Energética diz que plano de novas usinas está mantido


De olho nos sucessivos informes da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sobre os esforços para evitar um acidente nuclear de grandes proporções no Japão, o presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Odair Gonçalves, disse ontem que os danos em usinas japonesas podem abalar o programa nuclear brasileiro.

Retomado no segundo mandato do então presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, com a decisão de levar adiante as obras de Angra 3, o programa prevê a construção de mais quatro usinas no país até 2030. "O debate sobre a segurança das instalações vai ressurgir, com resistências, mas espero que o programa não seja paralisado", afirmou Gonçalves.

Subordinada ao Ministério de Minas e Energia, a Empresa de Política Energética informou ontem que, por ora, está mantido o cronograma de construir mais quatro usinas no Brasil, além das três usinas de Angra dos Reis (RJ). As novas usinas devem entrar em operação nos próximos 19 anos.

A presidente Dilma Rousseff não dá prioridade ao assunto. Mantém sem data marcada uma nova reunião da cúpula do governo para definir a localização dessas quatro usinas - duas delas no Nordeste e outras duas no Sudeste - e há sinais de que o assunto ficará fora da pauta do Planalto, pelo menos até as consequências do terremoto japonês ficarem mais claras.

"A situação é preocupante", reconhece Gonçalves. Mas ele viu nos relatos da AIEA, ainda com base em informações precárias, uma chance de os reatores nucleares resistirem.

Estudo recente feito pelo governo sobre a oportunidade de o país exportar urânio enriquecido para geração de energia elétrica considera um cenário pessimista para o negócio "no caso de algum incidente nuclear que reavivasse a rejeição popular a esse tipo de energia".

Esse cenário foi considerado pouco provável no estudo, que apontava grandes chances de crescimento do número de usinas nucleares no mundo, estimuladas sobretudo pela necessidade de gerar energia com baixa emissão de gases de efeito estufa.

Debate nos EUA. A crise nuclear no Japão também ressuscitou nos EUA o dilema da convivência com 104 usinas - a maioria próxima do limite de 40 anos de operação - e abriu uma polêmica em torno do plano do governo americano de construir 20 novas centrais. O episódio trouxe de volta o mais grave acidente do gênero nos EUA - o derretimento do reator da usina nuclear de Three Mille Island, na Pennsylvania, em 1979. Houve vazamento radioativo e cerca de 140 mil pessoas foram retiradas da região.

Segundo Arnie Gundersen, engenheiro da área nuclear, 23 reatores nos EUA são iguais aos de Fukushima. Com base em documentos oficiais, Gundersen afirmou que a Comissão Reguladora Nuclear admitiu que as usinas com esses reatores jamais deveriam ter recebido sua licença.

Boa parte das 104 atuais usinas - responsáveis por 20,3% da eletricidade nos EUA - começa a ser desativada em 2012. Será preciso substituí-las por outras mais modernas ou ampliar a geração em outras fontes. /


DENISE CHRISPIM MARIN, DE WASHINGTON

FRANÇA-USINA NUCLEAR [In:] FÚRIA INDOMÁVEL II

...

REPENSAR A MATRIZ ENERGÉTICA


A desgraça do Japão reaviva, de um ponto a outro da Europa, uma velha questão: devemos abandonar a energia nuclear? A França é a mais envolvida no caso: pobre em petróleo, ela só consegue atender às necessidades de energia graças a um parque nuclear muito denso. São 58 reatores, frente aos 56 do Japão. Somente os EUA possuem equipamento superior ao da França.

Os franceses, portanto, têm experiência. E foi com base nela que, desde o fim de semana, os ministros procuram tranquilizar e difundir seus conhecimentos: "O que ocorreu no Japão não é imaginável na França", dizem eles. O premiê François Fillon chegou a oferecer ao Japão "a experiência nuclear francesa" para o país pôr fim às ameaças que pesam sobre usina de Fukushima-Daiichi.

Essa bravata deixa os ecologistas em cólera. Eles lembram que o parque nuclear francês é antigo. Os incidentes não são raros. A França se vangloria de ser moderna. Está na vanguarda da tecnologia mundial com seus famosos reatores EPR, que vendeu a diversos países. O único inconveniente desses mirabolantes EPR é que os franceses não conseguem construí-los. Os que estão em processo de instalação, na Finlândia, França e Normandia, rivalizam em termos de atrasos, defeitos e gastos além dos previstos.

Todo o movimento ecologista da Europa utiliza a desgraça japonesa para tentar moderar a expansão das centrais nucleares. Os argumentos são bastante conhecidos. Então, em vez de repeti-los novamente, preferimos ouvir um especialista, o físico austríaco Wolfgang Kromp: "Contra tais forças da natureza (terremotos e tsunamis) a técnica humana é impotente e assim permanecerá. O acidente de Fukushima teria sido menos dramático se tivéssemos renunciado a utilizar instalações tão velhas. Mas, mesmo com centrais muito mais sofisticadas, é uma irresponsabilidade desenvolver usinas nucleares numa região tão exposta a riscos sísmicos como o Japão".

Wolfgang Kromp amplia o espectro do risco sísmico. A seus olhos, é igualmente insano instalar centrais nucleares às margens ou ao longo de rios, pois, nesses dois relevos, a terra pode tremer. Essas advertências dizem respeito também à França onde diversos reatores funcionam perto de praias ou ao logo de rios.

Aliás foi na central nuclear de Blayais, perto da Gironda que um desastre quase se produziu em dezembro de 1999. Nesse dia, as águas do rio subiram bruscamente, inundando a central e o seu sistema de resfriamento. Estivemos muito próximos de uma catástrofe: a fusão do núcleo do reator.


/ TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO
É CORRESPONDENTE EM PARIS
------------
http://sergyovitro.blogspot.com/
-----------

JAPÃO/TSUNAMI-USINA NUCLEAR [In:] FÚRIA INDOMÁVEL *

...
Síndrome do Japão

Desastre nuclear depois de terremoto e tsunami deflagra dúvidas sobre ressurgimento da energia atômica como opção para gerar eletricidade

Primeira lição da emergência nuclear na central de Fukushima, Japão: os piores cenários podem, sim, materializar-se. Não bastasse o terremoto que forçou o desligamento da central atômica, um tsunami nocauteou geradores e bombas do sistema de resfriamento auxiliar de pelo menos três das seis usinas no local.

Dois golpes seguidos e certeiros, que lançaram por terra a aura de infalibilidade associada à cultura tecnológica japonesa de qualidade e segurança.

Prosseguindo a atual dificuldade de resfriar o combustível, não se descarta o derretimento total dos núcleos dos reatores. Uma perspectiva mais similar a Tchernobil (maior desastre atômico da história, em 1986, na Ucrânia), com liberação de grande quantidade de material radioativo.

Autoridades japonesas afastam a possibilidade desse outro pior cenário. Por toda parte, no entanto, o acidente já suscita discussão sobre a energia nuclear.

Apesar das dificuldades econômicas, o Japão está longe da decadência da União Soviética nos anos 1980. Se um desastre desses ocorre no país mais rico da Ásia, a terceira economia do mundo, pode acontecer em qualquer lugar.

Nenhuma central nuclear do planeta está protegida contra os mais graves episódios sísmicos possíveis no local, pois o custo do sistema de segurança seria proibitivo. Com base em análise de riscos, fixa-se o nível de probabilidade e gravidade do desastre (um evento a cada século, por exemplo) que as instalações devem ser capazes de suportar.

Segundo Michael W. Golay, especialista em engenharia nuclear do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts, EUA), não há no mundo, hoje, usina atômica pronta para sair intacta de um terremoto de intensidade 9 na escala Richter. Mas ele ocorreu no Japão.

O território brasileiro não está sujeito a sismos dessa magnitude. Tampouco a Alemanha; mesmo assim, a premiê Angela Merkel realizou reunião de emergência no fim de semana para reavaliar a segurança de reatores.

China e Índia, entre outras nações, anunciam que revisarão seus planos de expansão para termelétricas nucleares. Existem 443 usinas em operação no mundo, gerando 15% da eletricidade produzida, e 158 planejadas.

Diante do desastre de Fukushima, parece provável que esse "renascimento nuclear" seja posto em compasso de espera. No Brasil, servirá talvez para soterrar a ideia mirabolante aventada em 2008 pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, de erguer 50 novas usinas, além das 2 em funcionamento (Angra 1 e 2), 1 em construção (Angra 3) e mais 4 previstas.

---------------


editoriais@uol.com.br

http://sergyovitro.blogspot.com/2011/03/editorial-folha-de-sao-paulo_6819.html
--------------
(*) Título de filme.
-----

''QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?''

SINOPSES - RESUMO DOS JORNAIS


15 de março de 2011

O Globo

Manchete: A tragédia japonesa - terceira explosão em usina eleva o risco de catástrofe
País pede socorro aos EUA; crise nuclear faz mundo rever energia atômica

Uma terceira explosão de hidrogênio, desta vez no reator número 2 de Fukushima Daiichi, já é a mais grave registrada no complexo e eleva o risco de catástrofe nuclear no Japão. Sites dos principais jornais do país informavam, sem confirmação oficial, que o nível de alerta em Fukushima passara de 4 para 6, a apenas um da catástrofe de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986. O governo japonês já não descarta a possibilidade de derretimento total de três reatores de Fukushima e pediu ajuda aos EUA para tentar conter a crise. Após a explosão, uma primeira amostragem indicava que os níveis de radiação haviam quadruplicado em 40 minutos, em quantidade oito vezes maior que a permitida. A reconstrução do Japão pode ter um custo de US$ 180 bilhões. (Págs. 1, 21, 28 a 32 e editorial “A confiabilidade da tecnologia nuclear”)

Cinelândia será toda de Obama no domingo

Quem quiser ir à Cinelândia assistir ao discurso do presidente dos EUA, Barack Obama, enfrentará um esquema de segurança mais que reforçado. Bolsas e mochilas serão proibidas, e será exigido documento de identificação. O discurso terá tradução simultânea. Tanques acompanharão a visita de Obama à UPP da Cidade de Deus. Ele também deve ir ao Cristo. (Págs. 1, 3 a 10 e Luiz Garcia)

De volta, os “recursos não contabilizados”

Filmada recebendo dinheiro em espécie, a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF) usou a mesma desculpa do PT: seriam “recursos não contabilizados” para a campanha de 2006. Pela lei eleitoral, o caixa 2 é crime grave, mas já estaria prescrito. O STF abriu inquérito contra ela. (Págs. 1 e 11)

Gil Castello Branco

Auxílio federal a pescadores custa cinco vezes mais que o próprio Ministério da Pesca. (Págs. 1 e 6)

BG, gigante de gás e petróleo, investirá US$ 30 bi no Brasil (Págs. 1 e 27)

------------------------------------------------------------------------------------

Folha de S. Paulo

Manchete: Novas explosões põem Japão em risco de desastre nuclear
Radiação perto de usina é o triplo a que uma pessoa pode ser exposta por ano

O risco de um grande vazamento atômico no Japão aumentou. Duas novas explosões na usina de Fukushima 1 prejudicaram ainda mais a refrigeração do combustível nuclear. Segundo os EUA, o governo japonês pediu ajuda americana para tentar conter o problema.

A radiação perto da usina chegou a 8,2 sieverts (medida de intensidade radioativa), o triplo a que alguém pode ser exposto por ano.

Segundo especialista, o nível de gravidade da radiação é de pelo menos 5 em escala que vai a 7 – o máximo, atingido em Tchernobil.

A combinação de terremoto e tsunami que atingiu o país deixou pelo menos 2.500 mortos, de acordo com dados oficiais. Há estimativas, porém, que aponta mais de 10 mil. (Págs. 1 e Mundo)

Governo alemão decide fechar duas usinas antigas; Suíça susta as novas licenças. (Págs. 1 A16 e Mundo)

Banco Central japonês injeta US$ 184 bi na economia; Bolsa de Tóquio recua 6,2%. (Págs. 1, A19 e Mundo)

Rumo ao norte: Fabiano Maisonnave

O trânsito some na estrada da Fukushima 1. Fica a sensação ruim de que deveríamos estar no outro sentido. Não há restaurante; na lojinha, só cenouras e garrafinhas de leite com chá. Falta comida, mas sobra gentileza. Uma senhora nos deu pacote de bolachas – e ainda agradeceu. (Págs. 1, A18 e Mundo)

Foto legenda: Sobrevivente. Membro de equipe de resgate carrega menina de 4 meses resgatada em Ishinomaki três dias após o tremor; o bebê já entregue ao pai, foi levado pela força do tsunami dos braços da mãe, ainda desaparecida. (Págs. 1, A17 e Mundo)

Foto legenda: Explosão no teto do reator 3 da usina de Fukushima

Contra protestos, forças sauditas ocupam Bahrein

A pedido da família real do Bahrein, que é sunita, mais de 150 blindados, mil soldados sauditas e 500 policiais dos Emirados Árabes Unidos entraram no país para conter os protestos da maioria xiita, que pede democracia e a saída do rei. Opositores vêem ocupação militar e temem guerra não declarada. (Págs. 1, A20 e Mundo)

Laudos revelam contaminação de água do Guarujá

Laudos do Instituto Adolfo Lutz, feitos a pedido da Prefeitura do Guarujá (SP), apontam que a água distribuída na cidade entre 15 de dezembro e 20 de janeiro estava imprópria ao consumo. Houve surto de diarréia. A Sabesp diz que não detectou problemas. (Págs. 1, C6 e Cotidiano)

Editoriais

Leia “Síndrome do Japão”, sobre o futuro da tecnologia nuclear, e “A liberalidade no BNDES”, que questiona a política de repasse ao banco. (Págs. 1, A2 e Opinião)

------------------------------------------------------------------------------------

O Estado de S. Paulo

Manchete: Japão pede socorro aos EUA para enfrentar risco nuclear
Mais um reator de usina atingida pelo terremoto explode, e radiação é detectada a 160 km do local

O governo japonês pediu ajuda aos EUA e à Agência Internacional de Energia Atômica para conter o vazamento de material nuclear na usina de Fukushima, atingida pelo terremoto de sexta-feira. Ontem, mais um reator da usina explodiu, e traços de radiação foram detectados a 160 km do local. O risco é que os reatores derretam totalmente sob o efeito do próprio calor, o que provocaria um vazamento atômico de proporções significativa. A situação ainda não está totalmente sob controle em outras duas usinas. Apesar da intensidade da crise, o governo japonês negou que haja perigo de repetir o desastre da usina de Chernobyl. Milhões de pessoas na devastada região nordeste do Japão passaram a quarta noite seguida sem água, comida ou aquecimento suficientes. (Págs. 1, A10 a A15 e Internacional)

Usinas: Acidente reaviva debate em torno da opção brasileira

Para o presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear, Odair
Gonçalves, o acidente no Japão pode abalar o programa brasileiro. O Ministério de Minas e Energia informa que, por ora, está mantido o plano de construir quatro usinas no Brasil. (Págs. 1 e Internacional A12)

Frase
Odair Gonçalves, da CNEN

"O debate sobre a segurança das instalações vai ressurgir, mas espero que o programa não seja paralisado".

Risco econômico: Desastre cria temor sobre recuperação global

O terremoto que atingiu o Japão, a terceira maior economia do mundo, provocou temores de que a recuperação global sofra um revés. Além disso, no médio prazo, a reconstrução do país pode aumentar a demanda por alimentos e energia, reforçando a pressão sobre os preços globais. As bolsas de valores caíram ao redor do mundo – o mercado teme o impacto da queda do consumo japonês nas exportações de China, EUA e Europa. (Págs. 1 e Economia B1)

BC japonês injeta no mercado US$ 183,28 bi

O Banco Central do Japão vai colocar US$ 183,28 bilhões no sistema financeiro - um recorde- para reverter a aversão ao risco. (Págs. 1 e Internacional A14)

STF abre inquérito para investigar filha de Roriz

O Supremo Tribunal Federal abriu ontem inquérito para investigar a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), flagrada em vídeo recebendo dinheiro do delator do esquema do mensalão do DEM. Ela disse que os recursos são caixa 2 de campanha. (Págs. 1 e Nacional A8)

PSB desiste de fusão com futuro partido de Kassab (Págs. 1 e Nacional A4)

Escândalo derruba diretor da polícia de São Paulo
O escândalo de espionagem contra o secretário de Segurança paulista, Antônio Ferreira Pinto, derrubou um dos mais importantes chefes da Polícia Civil: Marco Antônio Desgualdo. Ele dirigia o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa desde 2009. (Págs. 1 e Cidades C1)

Guia IR 2011

Das deduções médicas à compra do veículo, tudo para sua declaração. (Pág. 1)

Notas & Informações: A tragédia do Japão

Apesar do preparo, é limitada a capacidade humana para conter os efeitos dos desastres. (Págs. 1 e A3)

------------------------------------------------------------------------------------

---------------------------------------------------------------------------

Valor Econômico

Manchete: Efeito Japão se espalha na economia
A paralisação de boa parte da máquina produtiva do Japão, a terceira economia mundial, espalha dificuldades para toda a rede integrada de fabricação regional asiática, em uma cadeia de conseqüências que atinge o Brasil. Com a destruição assustadora do nordeste do país, o perigo de mais vazamentos radioativos na usina nuclear atingida pelo terremoto e sem perspectiva de regularização do fornecimento de energia por várias semanas, a Sony, maior exportadora japonesa de eletrônicos de consumo, suspendeu a operação de dez fábricas. A Toyota, maior montadora do mundo, fez o mesmo com suas 12 unidades.
Automóveis, autopeças e material eletroeletrônico predominam na pauta de vendas do Japão para o Brasil. O país é o maior exportador de autopeças para o Brasil – US$ 1,84 bilhão, ou 14% de todas as importações de componentes automotivos. As subsidiárias de suas montadoras – Honda, Mitsubishi, Toyota e Nisan – são as mais dependentes de peças e podem sofrer interrupção em suas linhas de montagem. O efeito sobre a produção brasileira de eletroeletrônicos não deve ser grande, pois ela pode ser abastecida com insumos fabricados em outros locais da Ásia. Por outro lado, os japoneses são um dos principais compradores do minério de ferro do Brasil – em 2010, consumiram US$ 3,27 bilhões. (Págs. 1, A14, A15, C2, D1 e D2)

Etanol perto de um choque de preços

O preço do álcool hidratado disparou, a demanda se retraiu em 26% desde dezembro e ainda assim crescem as preocupações com os níveis de estoques e o desabastecimento em casos pontuais. Em São Paulo, maior produtor nacional do etanol, donos de postos relatam que há racionamento na entrega do produto pelas distribuidoras. A expectativa do Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras) era que o consumo caísse mais de 40%, como ocorreu há um ano, diz Alísio Mendes Vaz, diretor. Mas a migração para a gasolina, possibilitada pelos carros flex, não foi até agora forte o suficiente para frear os preços e regular a demanda. Hoje, só é vantajoso abastecer o veículo com etanol no Estado de Mato Grosso. (Págs. 1 e B14)

Eike Batista dobra investimentos e mira novos negócios (Págs. 1 e B6)

Emissoras de televisão entram na era do comercial personalizado (Págs. 1 e B7)

Projeto muda royalty de minério

Projeto de lei em análise no Ministério da Fazenda altera o cálculo para pagamento de royalties aos municípios mineradores, que passaria a considerar os volumes extraídos e a cotação do minério no período. Págs. 1 e A2)

Gargalo aeroportuário

Segundo maior mercado da aviação civil entre os Bric, o número de passageiros em vôos domésticos no Brasil deve chegar a 90 milhões em 2014, segundo previsão da Iata. Mas o presidente da entidade, Giovanni Bisignani, reforça seu alerta sobre as deficiências da infraestrutura aeroportuária. (Págs. 1 e B4)

Bônus ambiental

Pesquisa com mais de uma centena de grandes empresas instaladas no Brasil mostra que 43% delas já têm programas de bonificação de executivos atrelados ao cumprimento de metas ambientais. (Págs. 1 e B11)

Embarques afetados em Paranaguá

A queda de pontes e barreiras provocada pelas chuvas no Sul do país interrompeu o transporte de grãos por ferrovia e rodovias ao porto de Paranaguá. (Págs. 1 e B14)

Isenção na venda de ações

Superior Tribunal de Justiça restabelece isenção de IR na venda de participações acionárias adquiridas entre 1976 e 1988, desde que o contribuinte as tenha mantido por no mínimo cinco anos. Págs. 1, e E1)

‘Contrabando’ de bagatela

Os tribunais superiores estão livrando, com base no princípio da insignificância, acusados de crime de descaminho – importação sem o pagamento de impostos – desde que o valor sonegado seja inferior a R$ 10 mil. (Págs. 1 e E1)

Ideias - Delfim Netto

Nada recomenda, como querem alguns “falcões” do sistema financeiro, um ajuste fiscal e monetário dramático no país. (Págs. 1 e A2)

Ideias - Nathan Blanche

A única saída para o dilema cambial seria o governo executar uma agenda que altere a estrutura da demanda por dólares. (Págs. 1 e A16)

------------------------------------------------------------------------------------

---------------------------------------------------------------------