A proposta deste blogue é incentivar boas discussões sobre o mundo econômico em todos os seus aspectos: econômicos, políticos, sociais, demográficos, ambientais (Acesse Comentários). Nele inserimos as colunas "XÔ ESTRESSE" ; "Editorial" e "A Hora do Ângelus"; um espaço ecumênico de reflexão. (... postagens aos sábados e domingos quando possíveis). As postagens aqui, são desprovidas de quaisquer ideologia, crença ou preconceito por parte do administrador deste blogue.
PENSAR "GRANDE":
[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.
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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).
"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).
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segunda-feira, abril 16, 2007
VISITA DO PAPA: MENDIGOS DA PRAÇA (SEM FÉ, SEM "SÉ").
OPERAÇÃO HURRICANE: QUE UM "PF" NÃO SE TRANSFORME EM "PIZZA"
OPERAÇÃO HURRICANE: "RATOS E URUBUS LARGUEM MINHA FANTASIA..." (*)
Está sob a responsabilidade do ministro Cezar Peluso, do Supremo Tribunal Federal (STF), a decisão que pode colocar em liberdade, nesta segunda-feira, 16, os desembargadores José Ricardo de Siqueira Regueira e José Eduardo Carreira Alvim e do advogado Silvério Néri Cabral Junior, presos com outras 22 pessoas na última sexta-feira na Operação Hurricane (furacão, em inglês). A defesa de Regueira protocolou o pedido no domingo, 15. Os advogados de Carreira Alvim e de Cabral Junior entregaram o pedido no sábado, 14. A expectativa é que outras solicitações semelhantes sejam encaminhados durante a semana ao STF. Relator do inquérito no STF, Peluso foi o responsável por determinar as prisões. Além de decidir sobre os pedidos de relaxamento, ele terá de atender às demandas dos advogados dos presos, que querem ter acesso ao conteúdo do inquérito. Por decisão do ministro, o processo corre sob segredo de Justiça. Advogados dos presos ameaçaram acionar a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e ingressar com petição no Supremo Tribunal Federal (STF) alegando cerceamento de defesa. No domingo, eles discutiram com policiais federais, protestaram contra a falta de acesso a seus clientes e ao conteúdo das acusações. Reclamaram também das condições da prisão. A Assessoria de Imprensa da PF informou que todos os procedimentos da operação estão sendo feitos dentro da lei. Na porta da Superintendência da PF, em Brasília, onde estão detidos todos os acusados, os advogados foram impedidos de entrar todos juntos. Nélio Machado, que representa o desembargador José Ricardo de Figueira Regueira e o presidente da Liga das Escolas de Samba do Rio, Ailton Guimarães, e o seu sobrinho, Julio Guimarães, informou que vai pedir também uma audiência ao ministro da Justiça, Tarso Genro, para reclamar da “falta de humanidade e de respeito com os presos”. “Se o ministro Cezar Peluso soubesse dos desmandos que tomariam conta da operação, não teria autorizado que fosse feita”, afirmou Machado. O advogado atribuiu as prisões dos seus clientes a perseguição. “O Capitão Guimarães já prestou depoimento. Ele desconhece essas pessoas. Não conhece o desembargador Carreira Alvim nem o desembargador Ricardo Regueira. Não tem vinculação com atividade de bingo. O envolvimento dele se deve muito mais à notoriedade do seu nome como presidente da liga das escolas de samba.” Outro advogado, Raul Ornellas, reclamou da falta de delegados disponíveis para tomar os depoimentos dos acusados. Ornellas, que tem como clientes os delegados Luiz Paulo Dias de Mattos e Susie Pinheiro Dias de Mattos, lamentou também a falta de informações sobre o processo. O advogado Renato Tonini, que representa Virgílio de Oliveira Medina, irmão de Paulo Medina, ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), disse que a conduta da PF foi um atentado ao estado de direito. “É pelos jornais e TV que sabemos o que está acontecendo.” David Zangirolami, que representa o presidente da Associação de Bingos do Rio, Paulo Lino, e o advogado Jaime Garcia Dias, acusou a PF de impedir privacidade no contato com os presos. “Boa parte dos advogados só conseguiu ter contato por meio do parlatório, que é filmado, e os telefones não sabemos em que condições estão.”
Aniz Abraão David, o Anísio - Presidente de honra da Beija Flor, campeã do carnaval carioca. Foi acusado de ser mandante do desaparecimento de dois jovens, em Niterói, em 1981, no caso conhecido como Misaque-Jatobá.
Antônio Petrus Kalil - Após a morte de Castor de Andrade, em 97, Kalil, o Turcão, tornou-se o mais importante bicheiro do Rio. Condenado em 1993.
Carlos Pereira da Silva - Delegado federal, chefe da Delegacia de Niterói. Acusado pela Polícia Federal de receber “caixinha” para beneficiar bingos. Respondeu a processo por ter trocado tiros com escrivão.
Ernesto da Luz Pinto Dória - Juiz da 15.ª Região do Tribunal Regional do Trabalho, em São Paulo. Trabalhou como corregedor regional do TRT entre os anos de 2000 e 2002.
Jaime Garcia Dias - Acusado pela PF de ser o principal lobista em favor de bingos e fabricantes de máquinas caça-níqueis entre policiais e magistrados.
João Sérgio Leal Pereira - Procurador da República. Acusado de integrar esquema de fraudes em sentenças judiciais. Está afastado do cargo. Foi preso na Bahia.
José Eduardo Carreira Alvim - É desembargador federal. Até quarta-feira, era vice-presidente do Tribunal Regional Federal. Seria o presidente no próximo biênio, por ser o mais antigo desembargador, mas sua candidatura foi rejeitada.
José Ricardo Regueira - Desembargador federal. Foi acusado de ter participado de esquema de fraude na distribuição de processos no Espírito Santo.
Susie Pinheiros Dias de Mattos - Delegada da Agência Nacional do Petróleo. Atuou no Departamento de Inteligência. Assumiu a Corregedoria da ANP em 2006.
Virgílio de Oliveira Medina - Advogado. Irmão do ministro Paulo Medina, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Flagrado nas gravações pedindo propina para intermediar uma liminar de seu irmão a favor dos bingos.
Sérgio Luzio Marques de Araújo - Advogado. Representante dos bingos. Irmão do juiz federal Marcelo Luzio.
Ana Claudia Rodrigues do Espírito Santo
Delmiro Martins Ferreira
Evandro da Fonseca
Francisco Martins da Silva
José Renato Granado Ferreira
Julio Guimarães Sobreira
Laurentino Freire dos Santos
Licinio Soares Bastos
José Luiz Rebello
Luiz Paulo Dias de Mattos
Marcos Antônio dos Santos Bretas
Paulo Roberto Ferreira Lima
Silvério Néri Cabral Junior
OAB & CPI DO APAGÃO AÉREO: ("OBA, BOA"!!!)
COMUNIDADE SUL-AMERICANA DE NAÇÕES (CASA): EM ASSUNTOS DE "ÁLCOOL" ESTAMOS EM "CASA"?
Presidentes e ministros dos países da Comunidade Sul-Americana de Nações (Casa) negociam até terça-feira uma declaração conjunta sobre o tema energético. O etanol brasileiro tornou-se recentemente um divisor de opiniões, principalmente entre Brasil e Venezuela. Desde que anunciou uma parceria com os Estados Unidos no setor de biocombustíveis, no começo de março, o Brasil tem sido alvo de críticas do presidente venezuelano, Hugo Chávez. Ele diz que o crescimento da produção de biocombustíveis no mundo pode levar a um aumento do preço dos alimentos. Na semana anterior ao encontro de presidentes sul-americanos, Chávez recuou e disse que "não lutará contra o Brasil e não lutará contra Lula" na questão dos biocombustíveis, mas afirmou que a substituição de gasolina por etanol, proposta pelo presidente americano George W. Bush, é uma "loucura". Agora, Lula e Chávez levam o debate dos biocombustíveis ao âmbito da Comunidade Sul-Americana, união de todos os países do continente. Estão confirmadas as presenças de onze presidentes sul-americanos à Cúpula Energética - que acontece na cidade venezuelana de Porlamar, na ilha caribenha Isla de Margarita. Apenas o Uruguai enviou o vice-presidente. Além do etanol, a reunião da Casa tenta avançar em outras frentes, como a criação do Banco do Sul, a formação de um grupo similar à OPEP de países produtores de gás natural e a construção do Grande Gasoduto do Sul, que ligaria o continente de Caracas à Patagônia. As três propostas são defendidas pela Venezuela. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou no sábado, durante visita aos Estados Unidos, que o Brasil pretende ingressar no Banco do Sul. Até recentemente, o Brasil vinha resistindo à idéia. A Cúpula Energértica - a primeira do tipo realizada no âmbito da Comunidade Sul-Americana de Nações (Casa) - é uma tentativa de começar o processo de integração entre todos os países do continente através do tema da energia. O slogan oficial do encontro é "Por uma união do Sul". Desde a última reunião de chefes de Estado da Casa, em dezembro, foram criados seis subgrupos de trabalho no Grupo de Energia do bloco, sobre petróleo, gás natural, biocombustíveis, energia elétrica, energias alternativas e diagnóstico e balanço energéticos. No domingo, antes da chegada dos chefes de Estado, diplomatas dos países da Casa estiveram reunidos em Porlamar para esboçar uma declaração conjunta e estratégias de ação do bloco. Segundo o ministro venezuelano de Energia e Petróleo e presidente da estatal PDVSA, Rafael Ramírez, as ações da Casa deverão contemplar contratos de parcerias bilaterais já vigentes na América do Sul. "Queremos que haja oportunidade de complementar as atividades e requerimentos energéticos da região, e isso é um dos temas que vamos discutir", disse Ramírez à imprensa em Isla de Margarita. O presidente Lula chega à ilha na segunda-feira à tarde, acompanhado dos ministros das Relações Exteriores, Celso Amorim, e de Minas e Energia, Silas Rondeau. Pela manhã, Lula se encontra com Hugo Chávez na cidade venezuelana de Barcelona, onde será lançado um projeto petroquímico envolvendo empresas dos dois países. Ainda nesta segunda, Lula deve ter um encontro bilateral com o presidente boliviano, Evo Morales. A presidente do Chile, Michelle Bachelet, permanecerá na Venezuela após a Cúpula, para visita oficial ao país. A imprensa venezuelana destacou no domingo o clima desconfortável do encontro entre autoridades venezuelanas e chilenas. Recentemente, Chávez disse que o Senado chileno é controlado pela "direita fascista", depois que parlamentares chilenos aprovaram um protesto do país na Organização dos Estados Americanos (OEA) contra a anunciada suspensão da concessão da emissora Rádio Caracas Televisión. Outra presença esperada em Porlamar é a do presidente equatoriano Rafael Correa, que, segundo pesquisas de boca de urna, pode ter garantido um resultado favorável no referendo popular - realizado no domingo - para a formação de uma Assembléia Constituinte no seu país. - Daniel Gallas, Enviado especial a Porlamar, Venezuela, BBC Brasil.
"QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?"
MST-MOVIMENTO DOS SEM-TERRA: POUCA (OU NENHUMA) LIDERANÇA NOS "ASSENTAMENTOS"
Para demonstrar o seu desagrado com o agronegócio, militantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) destruíram três áreas de plantio de cana na semana passada - duas delas no interior de São Paulo e outra em Pernambuco. Com o mesmo propósito também invadiram uma área de reflorestamento da Companhia Suzano de Papel e Celulose, em Itapetininga. Para a liderança do MST, tanto os canaviais quanto as áreas de reflorestamento não fixam os trabalhadores no campo, promovem a concentração da terra, ocupam áreas que poderiam ser destinadas à produção de alimentos e agridem o meio ambiente. São, portanto, culturas que devem ser combatidas. Mas os beneficiários da reforma agrária, muitos deles sob a bandeira vermelha do MST, nem sempre concordam - e desafiam as lideranças. Está aumentando o número de assentados que se associam a grandes empresas rurais para a produção de cana, eucalipto, frutas e também oleaginosas, estas para a produção de biodiesel. No Pontal do Paranapanema, área emblemática da reforma agrária, no interior de São Paulo, o descompasso entre líderes e assentados é visível. Ali, os beneficiários da reforma não apenas plantam cana: estão se associando agora às empresas de reflorestamento. Segundo informações de um dos assentados na região, José Dionísio de Souza, quase 70% dos lotes ao seu redor, já têm áreas com eucalipto. No Rio Grande do Norte, um conjunto de assentamentos conseguiu vencer o estado de abandono em que se encontrava depois de associar-se à Calimã - multinacional líder no comércio de mamão papaia ao redor do mundo. Os assentados plantavam com orientação e assistência técnica de um engenheiro agronômo pago pela multinacional, que também garantia a compra do produto. O acordo foi rompido há pouco tempo, porque os plantadores foram atrás de melhores preços. Quem conhece aqueles assentamentos, no entanto, sabe que sua história pode ser dividida em duas partes: antes da chegada da Calimã, quando muitas famílias ainda viviam em barracos cobertos de lona, e depois, ao ganhar uma aparência de área desenvolvida. Em Pernambuco, na região de Petrolina, a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf) estuda a implantação de grandes projetos para o cultivo de laranja e cana - que devem incluir pequenos produtores e assentados da reforma agrária. A questão já divide a cúpula do MST. Na terça-feira da semana passada, José Rainha reuniu-se em Brasília com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, e o presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Rolf Hackbart. O principal líder da organização no Pontal foi vender a eles a idéia de se implantar um projeto de biodiesel na região, envolvendo assentados e uma grande usina de açúcar e álcool. A idéia de integrar a pequena agricultura às grandes agroindustrias não é nova. É assim que tem prosoperado a pequena agricultura, de estrutura familiar, em diversas partes do País, especialmente no Sul. A liderança do MST discorda por achar que, nesse modelo, os pequenos proprietários se tornam dependentes das grandes empresas. Seria preferível, na avaliação predominante no MST, que as agroindústrias fossem controladas pelos assentados. Na prática, porém, o rumo tem sido outro. Roldão Arruda e José Maria Tomazela, O Estadão.
CANA-DE-AÇÚCAR vs GADO: UM DILEMA NO AGRONEGÓCIO?
O treminhão corta a estrada poeirenta sem muita sutileza. Um a cada três minutos. Enquanto isso, o gado confinado pastoreia braquiária empoeirada. Os trens de estrada repletos de cana correm para alimentar as famintas moendas da novíssima Usina Continental, em Colômbia, região de Barretos, a ex -meca do boi. É para lá que ainda caminham, todo mês de agosto, multidões de peões de imitação atrás do maior rodeio do Brasil, o Barretão. Mas peão de verdade - que acorda às 4 da manhã para a lida da vacada - escasseia por essas bandas. O etanol de Lula e de Bush está numa velocidade impressionante, expulsando a tradicional pecuária comercial de São Paulo e mudando a vida de muita gente. O rebanho sem pasto segue para Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Tocantins, lugares onde a cana também avança. A expulsão da pecuária de São Paulo também avança como nunca na região do Pontal do Paranapanema. As silhuetas de pontos brancos do gado nelore no horizonte dão lugar ao verde homogêneo até onde a vista alcança. Quem desce de Barretos rumo ao Pontal tem a convicção de que São Paulo pouco a pouco se está transformando num imenso canavial, digno de ser visto do espaço. Aliás, é o que tem mostrado a Embrapa Monitoramento por Satélite, que vê uma revolução cá embaixo. São milhares de hectares de pasto, ao longo da Rodovia Assis Chateaubriand, arrancados sem cerimônia para serem convertidos em canaviais.A cana já ocupa 3,6 milhões de hectares em São Paulo - avanço de 17,64% desde 2003, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Na região de Ribeirão Preto, onde o setor sucroalcooleiro tal como conhecemos nasceu, a Embrapa Monitoramento por Satélite conseguiu medição ainda mais precisa. A cobertura de pasto caiu de 27,3% do território Noroeste paulista para 15,5%, recuo de 7,97 mil quilômetros quadrados. Falta mensurar o tamanho real desta migração na faixa do Oeste Paulista, de norte a sul, de Barretos a Ourinhos se considerarmos uma linha reta imaginária. Neste canto de São Paulo nasceu e cresceu o gado zebu, raça que produziu fortuna na pecuária e garantiu ao Brasil produtividade imbatível. Toda a tecnologia para criação de boi, que transformou o País no maior fornecedor mundial de carne, tornou-se, por ironia, um problema. Há anos que a abundância da oferta não faz outra coisa senão derrubar preços, tingindo de vermelho o balanço financeiro da pecuária paulista. 'Vendi boi há quatro anos por R$ 55 a arroba. Vendi boi nesta semana a R$ 50 a arroba. Acho que isso diz tudo', desabafa Tiago Jacintho, neto de Francisco Jacintho da Silveira, um dos mais tradicionais criadores de rebanho comercial do País. Os preços definidos no setor são apenas um dado por trás de um cenário desolador. A remuneração obtida por cada garrote no máximo tem superado os custos. A lucratividade da pecuária é negativa há anos, o suficiente para que os herdeiros da pecuária de corte abandonem a tradição e apostem praticamente tudo no novo e aparente promissor negócio da agroenergia. 'Tudo o que está ocorrendo é muito revolucionário, portanto muito suscetível a erros', alerta Sérgio De Zen, do Centro de Estudos em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), especialista em gado de corte e de leite. A rentabilidade por hectare com a cana é imbatível no momento. 'Historicamente, a tonelada de cana custava metade de uma arroba de boi. Hoje, está quase o preço de uma arroba. É fazer a conta. Não tem tradição que mude isso', justifica Jacintho, um dos donos da Fazenda Vista Bonita, propriedade de 5,7 mil hectares em Sandovalina, no Pontal do Paranapanema, onde 3,6 mil hectares de pasto estão sendo arrancados para abrir espaço para a cana. A Fazenda Continental, outra das mais tradicionais da pecuária paulista, na região de Barretos, foi mais ligeira na revolução que toma conta do interior de São Paulo. Há quatro anos, a administração da fazenda decidiu chamar a Usina Santa Elisa, uma das mais tradicionais produtoras de açúcar e álcool do País - companhia que prepara uma fusão com a também tradicional Vale do Rosário. Os 4.086 hectares da Continental, que nos áureos tempos engordava entre 5 mil a 6 mil cabeças de boi, foram convertidos quase integralmente em canaviais. A cultura ocupa 3,2 mil hectares. A tradição pecuária ficou confinada a 250 hectares, onde pastoreiam 850 cabeças de gado de elite. Agnaldo Brito, O Estadão.
BRASIL & VENEZUELA: PROJETO PETROQUÍMICO
A cúpula de Ilha Margarita pretende discutir o fortalecimento da integração regional em matéria de eletricidade, hidrocarbonetos, biocombustíveis e fontes alternativas de energia. O desenvolvimento social, o combate à pobreza e a proteção ao meio ambiente deverão estar na pauta da cúpula como metas a serem alcançadas com a ajuda econômica resultante da integração energética dos países da América do Sul. AB, Paraná Online.
CPI´s DO APAGÃO AÉREO? "DE BARBA EM MOLHO"!
PF - OPERAÇÃO HURRICANE: "GATOS NA TUBA"
BRASÍLIA - A Polícia Federal vai reiniciar os depoimentos dos presos na Operação Hurricane (furacão, em inglês) na segunda-feira, 16, às 8 horas. Quem já depôs poderá ser ouvido novamente e há possibilidade de acareação entre os presos. Depois de tomar 17 dos 25 depoimentos previstos, a PF decidiu mudar a estratégia e suspendeu os depoimentos neste domingo, 15. Como a maioria dos ouvidos seguiu a instrução dada pelos advogados, de reservar as respostas para dá-las apenas em juízo, o comando da investigação concluiu que era melhor aproveitar o tempo analisando o material já apreendido. Os advogados orientaram seus clientes a adotar essa estratégia em protesto por não terem tido acesso ao conteúdo do processo. Eles afirmaram que a Polícia Federal não tem observado as mais básicas prerrogativas da profissão e tem ferido diversos princípios constitucionais na condução das investigações. A reclamação é generalizada. Segundo relatos, os principais problemas estão na proibição de acesso aos autos do inquérito, ao conteúdo dos depoimentos já tomados pela PF e à falta de diálogo com seus clientes. O advogado Délio Lins e Silva - que representa o procurador da República João Sérgio Leal Pereira - afirmou que só conseguiu falar com seu cliente, por cinco minutos, depois de 30 horas da chegada dele a Brasília. De fato, o ministro Cezar Peluso, do Supremo Tribunal Federal (STF), que expediu as ordens de prisão, não autorizou, durante o fim de semana, o acesso dos advogados aos autos do processo, apesar de terem sido apresentados requerimentos nesse sentido. Eles aguardam para esta segunda-feira o acesso ao autos do processo, quando vence o prazo para a prisão preventiva. Se a PF considerar insuficiente o prazo para a coleta de informações, o prazo da prisão poderá ser estendido por mais cinco dias.
A Operação Furacão prendeu, no Rio, na última sexta-feira, 25 pessoas, incluindo desembargadores, advogados, bicheiros e delegados da Polícia Federal. Junto com eles, documentos que somam cerca de duas toneladas, incluindo papéis e discos rígidos de computadores. Com a avaliação do material, os agentes pretendem traçar um raio X da atuação da máfia e de suas ramificações em outros Estados. Um avião fez, neste domingo, dois vôos entre Brasília e Rio de Janeiro para transportar todo o material. Investigadores da PF avaliam que podem encontrar pistas sobre mais pessoas envolvidas no esquema, inclusive no Poder Judiciário. A expectativa é descobrir ramificações do esquema em São Paulo e no Distrito Federal. Um dos pontos de partida da PF será analisar as agendas dos presos apreendidas na operação. Foram transferidos agendas, discos rígidos de computadores e também jóias e relógios recolhidos. O avião da PF fez duas viagens do Rio a Brasília para transportar todo o material. Cerca de 50 policiais estão trabalhando desde domingo à tarde na análise da documentação. Dez deles ficaram encarregados dos interrogatórios dos presos e deslocados da carceragem à sede da PF, onde os documentos foram guardados. A PF também apreendeu 51 veículos avaliados em cerca de R$ 10 milhões, incluindo uma Mercedes-Benz de cerca de R$ 550 mil. Além dos veículos, a PF apreendeu cerca de R$ 10 milhões em dinheiro, R$ 5 milhões em talões de cheques, US$ 300 mil, 34 mil euros e 400 libras esterlinas. Grande parte do dinheiro estava escondida numa das casas revistadas, atrás de uma parede falsa, que foi arrebentada a marretadas pelos agentes federais. A Operação Hurricane realizou na sexta-feira, 13, 25 prisões nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e no Distrito Federal e ocorreu após um ano de investigações, ordenadas em uma operação sigilosa pelo ministro do Supremo Tribunal Federal. A operação teve como objetivo desarticular uma organização criminosa que atuava na exploração do jogo ilegal e cometia crimes contra a administração pública. Foram cumpridos 70 mandados de busca e apreensão e 25 mandados de prisão contra chefes de grupos ligados a jogos ilegais, empresários, advogados, policiais civis e federais, magistrados e um membro do Ministério Público Federal. A investigação começou há um ano na 6ª Vara Federal do Rio, com a juíza Ana Paula Vieira de Carvalho e, em setembro de 2006, foi remetida pelo procurador geral da República, Antônio Fernando de Souza, para o Supremo Tribunal Federal, devido ao surgimento do nome do ministro do Supremo Tribunal de Justiça Paulo Medina. A partir de então, o inquérito 2.424/2006 passou a ser presidido por Peluso. Ele autorizou a instalação de escuta, inclusive no gabinete de Carreira Alvim, cujos microfones foram descobertos no forro do teto. Alvim, que disputava a presidência do TRF, acusou na época a direção do Tribunal pelos grampos. Na eleição, ele foi derrotado por 15 votos a nove. Os presos:
- Ailton Guimarães Jorge - bicheiro, conhecido como Capitão Guimarães, é presidente da Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro
- Ana Claudia Rodrigues do Espírito Santo
- Anísio Abrão Davi - bicheiro e presidente de honra da Beija-Flor
- Antonio Petrus Kallil - bicheiro, conhecido como Turcão
- Carlos Pereira da Silva - delegado da Polícia Federal de Niterói
- Delmiro Martins Ferreira
- Ernesto da Luz Pinto Dória - juiz do Trabalho do TRT da 15ª Região (Campinas, SP)
- Evandro da Fonseca - advogado
- Francisco Martins da Silva
- Jaime Garcia Dias - advogado
- João Sérgio Leal Pereira - procurador da República. Acusado de integrar esquema de fraudes em sentenças judiciais ao lado do desembargador Ivan Athié. Está afastado do cargo. Foi preso na Bahia.
- José Eduardo Carreira Alvim - ex-vice-presidente do TRF-2.ª Região, do Rio de Janeiro e Espírito Santo, e desembargador federal
- José Luiz Rebello
- José Renato Granado Ferreira - empresário
- José Ricardo de Figueira Regueira - desembargador federal
- Júlio Guimarães Sobreira
- Laurentino Freire dos Santos
- Licínio Soares Bastos
- Luiz Paulo Dias de Mattos - delegado da Polícia Federal
- Marcos Antônio dos Santos Bretas
- Paulo Roberto Ferreira Lima
- Sérgio Luzio Marques de Araújo - advogado e irmão do juiz federal Marcelo Luzio
- Silvério Néri Cabral Junior - advogado
- Susie Pinheiro Dias de Mattos - delegada da Polícia Federal. Estava licenciada para exercer o cargo de corregedora da Agência Nacional do Petróleo (ANP), com função era combater as fraudes de combustíveis.
- Virgílio de Oliveira Medina - advogado. Irmão do ministro do STJ Paulo Medina.