A proposta deste blogue é incentivar boas discussões sobre o mundo econômico em todos os seus aspectos: econômicos, políticos, sociais, demográficos, ambientais (Acesse Comentários). Nele inserimos as colunas "XÔ ESTRESSE" ; "Editorial" e "A Hora do Ângelus"; um espaço ecumênico de reflexão. (... postagens aos sábados e domingos quando possíveis). As postagens aqui, são desprovidas de quaisquer ideologia, crença ou preconceito por parte do administrador deste blogue.
PENSAR "GRANDE":
[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.
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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).
"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).
"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br
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sexta-feira, março 23, 2012
CONGRESSO/GOVERNO DILMA [In:] QUEDA DE BRAÇO II
Desordem e regresso
Dora Kramer |
O Estado de S. Paulo - 23/03/2012 |
A cada movimento do Palácio do Planalto corresponde uma reação na direção oposta à harmonia relatada na quarta-feira de manhã pelo secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho. "O desgaste está superado, está tudo ótimo", disse, enquanto o Parlamento o desmentia: adiou a votação da Lei Geral da Copa, aprovou emenda em comissão para retirar do governo o poder de demarcar terras indígenas e resolveu chamar dois ministros para dar explicações. Guido Mantega, da Fazenda, sobre problemas na Casa da Moeda e no Banco do Brasil, Miriam Belchior, do Planejamento, sobre os atrasos nas obras do PAC e cortes no Orçamento. Nessa altura já estava convocado o presidente da Comissão de Ética Pública, Sepúlveda Pertence, para tratar da investigação a respeito das consultorias privadas dadas pelo ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento), numa reabertura de pauta que a presidente Dilma Rousseff julgava fechada. Isso e mais duas ocorrências paralelas: a vaia ao líder do PT na Câmara ao se referir em plenário aos ruralistas como "predadores da agricultura" e a manobra de José Sarney no Senado convocando discussão extemporânea sobre reforma política que impediu a realização de reunião onde o novo líder do governo na Casa trataria do interesse do Planalto em apressar a aprovação do fundo de previdência dos servidores públicos. Demais para um dia apropriadamente chamado "de cão"? Não, se olharmos bem para a seguinte discrepância de procedimentos: enquanto os partidos da coalizão se organizam, o Palácio do Planalto se desorganiza, bate cabeças e é pego de surpresa a cada novo lance. E nem falemos mais na fantasia otimista do secretário-geral da Presidência, porque pode ter sido apenas a expressão de um desejo. Tomemos fatos concretos: o desacerto sobre a venda de bebidas alcoólicas nos estádios durante a Copa, a insistência em ir a votações sem o exame prévio das condições objetivas de vitória ou derrota, a troca intempestiva de lideranças, a ausência de comunicação (civilizada) entre os integrantes do governo e deles com o Congresso, a evidente desinformação do Palácio sobre as estratégias engendradas do outro lado da Praça dos Três Poderes e, daí, a impossibilidade de se antecipar às manobras. Já os partidos ditos governistas só fazem se afinar, atuando em consonância seja nos movimentos de plenário ou nas comissões e seguim ordenadamente a construção da desordem. O governo, por sua vez, age às tontas, anda às cegas sem saber com quantos paus hoje poderia fazer uma base de real sustentação correspondente ao número de partidos e parlamentares supostamente aliados. Teoricamente o governo dispõe de muitos, mas realisticamente pode contar com poucos. Quem e quantos são eles, eis a questão. A ser resolvida por um urgente freio de arrumação. Margens do Ipiranga Será efêmera a fase de independência por que passa o Poder Legislativo em relação às vontades do Executivo. Fosse mais sólido e decorrente de convicções não de circunstâncias, seria o campo fértil para o Parlamento exercitar suas prerrogativas e o respeito à Constituição pondo em prática o rito indicado pelo Supremo Tribunal Federal para a tramitação de medidas provisórias: a recusa de todas que não sejam relevantes ou urgentes, mediante exame em comissão especial. Estica e puxa A quem interessar possa na militância pela derrubada de Ana de Hollanda do Ministério da Cultura: quanto mais pressão, quanto mais especulação, quanto mais "plantação" na imprensa de nomes de possíveis substitutos, mais firme a ministra fica no cargo. --- |
BRASIL, RUSSIA, INDIA, CHINA, AFRICA DO SUL [In:] ''BRICS'' - TORRE DE BABEL (OU PAPEL) ?
As rachaduras nos Brics
Autor(es): Brahma Chellaney |
Valor Econômico - 23/03/2012 |
Ao preparar-se para realizar sua última reunião de cúpula anual em Nova Déli, quarta e quinta-feiras da próxima semana, o grupo dos países do Brics- Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - continua sendo um conceito em busca de uma identidade comum e de uma cooperação institucionalizada. Isso dificilmente surpreenderia, tendo em vista que esses países têm sistemas políticos, economias e objetivos nacionais muito distintos, e estão localizados em diferentes regiões do mundo. Apesar disso, as cinco economias emergentes orgulham-se de constituir a primeira importante iniciativa mundial não ocidental. A ausência de consenso entre os países do Brics levou os céticos a qualificarem o agrupamento de sigla sem qualquer substância. Para seus protagonistas, porém, trata-se do produto das atuais mudanças de poder no mundo e poderão evoluir de modo a constituir um importante instrumento na definição da arquitetura de governança mundial - parteira de uma nova ordem internacional. Afinal de contas, as economias do Brics são, provavelmente, a mais importante fonte de crescimento mundial futuro. Elas representam mais de um quarto das massas terrestres no planeta, mais de 41% de sua população, quase 25% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e quase metade de todas as reservas em divisas e ouro. O Brics, na realidade, também pode ser chamado de R-5, derivado das moedas de seus membros (real, rublo, rupia, renminbi e rand). Países estão alavancando a recuperação global e devem liderar a criação de uma nova ordem mais plural. Mas precisam entrar em acordo em torno do que acreditam ser objetivos políticos e econômicos comuns que possam serem atingidos Na cúpula de Nova Deli, os líderes do Brics discutirão a criação de instituições comuns, em particular, de um banco de desenvolvimento comum capaz de mobilizar a poupança desses países. Atualmente, os países do Brics constituem um bloco frouxamente articulado e informal. Se os líderes do grupo não fizerem progressos na criação de uma estrutura institucional, darão credibilidade à afirmação de que não passam de um fórum de discussões reunindo países tão diversos que seus interesses comuns, se é que existem, não podem ser traduzidos num plano de ação compartilhado. Foi apenas no ano passado que o Brics (Brasil, Rússia, Índia e China) converteu-se no Brics, com a inclusão da África do Sul. O conceito do grupo, concebido em 2001 por Jim O"Neill, do Goldman Sachs, e abraçado pelos quatro países originais apenas em 2008, quando seus ministros de Relações Exteriores reuniram-se informalmente durante uma reunião trilateral envolvendo a Rússia, a Índia e a China. A inclusão do Brasil abriu caminho para a primeira cúpula do Bric, em 2009, que, curiosamente, pegou carona na reunião da Organização de Cooperação de Xangai, em Ecaterimburgo, na Rússia, naquele ano. Essa associação ajudou a SCO - ainda em grande parte uma iniciativa sino-russa - a ganhar mais evidência, mas deixou os países do Bric com pouco espaço para começar a formular um plano de ação unificado. A subsequente inclusão da África do Sul transformou o Brics num agrupamento de cunho mais mundial, que ameaça tornar irrelevante ainda outra iniciativa: o Ibas (Índia, Brasil e África do Sul). Para o Brasil, Rússia, Índia e África do Sul, o grupo Brics serve de fórum para enfatizar sua crescente influência econômica e exibir sua ascensão ao palco mundial. Mas para a China, que não necessita reconhecimento como potência mundial emergente, o Brics proporciona vantagens tangíveis - e não apenas simbólicas. Em consequência, a China projetou, efetivamente, uma longa sombra sobre o grupo, buscando abertamente, por exemplo, controlar o proposto banco de desenvolvimento comum - algo que a Índia e a Rússia, em particular, recusam-se a aceitar. Num momento em que a China está sob pressão para manipular o valor do yuan para manter a competitividade de suas exportações, o Brics lhe oferece uma plataforma para expandir o papel internacional de sua moeda. Como parte de seu anseio em dispor de uma moeda internacionalmente aceita capaz de rivalizar com o dólar ou o euro, a endinheirada China planeja oferecer empréstimos em yuans aos outros membros do Brics. Conceder empréstimos e praticar o comércio em yuans provavelmente ampliaria a reputação e a influência internacional da China. Mas sua moeda subvalorizada e subsídios ocultos às exportações vêm minando sistematicamente a indústria de transformação em outros países do Brics, especialmente a Índia e o Brasil. Apesar disso, os defensores do conceito Brics continuam esperançosos em que o grupo possa servir como um catalisador para reforma institucional mundial. Os arranjos internacionais existentes permanecem praticamente estáveis desde meados do Século XX (apesar do surgimento de potências econômicas não ocidentais e de dificuldades não tradicionais), e por isso o mundo necessita mais do que os passos titubeantes e desconexos dados até agora. A formação do G-20, por exemplo, foi uma improvisação concebida para adiar uma genuína reforma financeira. Na verdade, as modestas medidas implementadas em resposta às mudanças na distribuição de poder mundial limitaram-se à esfera econômica, e ao pilar fundamental das relações internacionais - paz e segurança - de competência exclusiva de pequeno número de países. A agenda chinesa não é a mesma das dos outros países do Brics, quando se trata de reforma institucional mundial. Trata-se de uma potência revisionista no que diz respeito à arquitetura financeira mundial, empenhada numa revisão do sistema de Bretton Woods. Mas é uma defensora do status quo, no que diz respeito ao sistema das Nações Unidas, e opõe-se firmemente à ampliação do quadro de membros permanentes do Conselho de Segurança. A China quer continuar sendo o único país na Ásia com um assento permanente no CS - uma posição que a coloca em oposição à Índia. Para que os países do Brics se consolidem como grupo de pressão nas relações internacionais, precisam acordar em torno do que acreditam ser objetivos políticos e econômicos capazes de serem atingidos. Por exemplo, eles mostram-se geralmente unidos em sua frustração com - mas não em sua reação ao - status do dólar como moeda de reserva mundial. Com efeito, a relação bilateral mais importante de cada país do Brics é com os EUA. O conceito de Brics representa, acima de tudo, o desejo de seus membros de criar uma ordem mundial mais plural. Mas é incerto se os membros do grupo algum dia evoluirão de modo a formar um agrupamento coerente com objetivos definidos e mecanismos institucionais. Nos próximos dias, poderemos descobrir se o Brics será, algum dia, mais que uma sigla simpática associada a uma reunião anual inútil. (Tradução de Sergio Blum) Brahma Chellaney é professor de Estudos Estratégicos no Centro de Pesquisa de Políticas em Nova Déli, é autor de "Asian Juggernaut and Water: Asia"s New Battleground" (A avassaladora ascensão da Ásia e a água: o novo campo de batalha asiático). --- |
CORRUPÇÃO [In:] ''QUE PAÍS É" AQUELE ?
Uma reportagem mobiliza o país
Autor(es): Pedro Simon |
O Globo - 23/03/2012 |
A reportagem do "Fantástico", na TV Globo, no último domingo, estarreceu o país. Revelou que ainda falta muito para chegarmos a mínimos padrões de civilização, quando se trata de combater a corrupção e a impunidade. Avançamos, é fato, e um grande passo foi a Lei da Ficha Limpa, que impede registro de candidaturas de quem foi condenado em tribunal ou órgão colegiado. Ajuda a moralizar a eleição, mas é pouco. Ainda não fizemos completamente a lição de casa. A propina, de tão óbvia, já integra o cálculo de custos das empresas, é parte do chamado Custo Brasil, juntamente com a burocracia asfixiante e a péssima infraestrutura física do país, aí incluídos portos, estradas, aeroportos, energia, etc. A TV Globo mostrou aos brasileiros o odioso método de ação de verdadeiras quadrilhas. Estão ali, frente a frente, o corrupto e o corruptor. No papel de "corrupto", o jornalista, que, temo, possa ser responsabilizado juntamente com o diretor do hospital, um homem digno, cuja coragem permitiu levantar o véu da corrupção. Todas as exigências formais do bom jornalismo estão presentes ali. A matéria atende às perguntas básicas: o que, quem, quando, onde e por que. Na suíte, ou seja, a matéria do dia seguinte, o administrador do hospital reforçou: "Sei quem roubou e quanto foi roubado, quem pagou e quem recebeu, conheço os endereços deles; só não posso ir buscar o dinheiro de volta." Fazer com que o dinheiro desviado retorne aos cofres públicos é outro problema. Muitos defendem a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para analisar a situação da Saúde. As CPIs, historicamente, tiveram grande prestígio. Apoiadas no jornalismo investigativo, contabilizaram o impeachment de um presidente da República e a cassação de parlamentares envolvidos em falcatruas no Orçamento da União. Atualmente, perderam o foco e o sentido. Investigam, sim, mas transformadas em instrumentos de barganha política. Não se sabe, exatamente, o quanto é desviado de dinheiro público, no Brasil. Comumente se estima o total de desvios em um montante que beira absurdos R$ 100 bilhões por ano. Um valor que supera, em muito, os R$ 92 bilhões previstos no Orçamento de 2012 para a pasta da Saúde. Em contrapartida, o gasto mensal com medicamentos pelo hospital pediátrico do Rio, de acordo com a reportagem, é de apenas R$ 120 mil! Caso fosse concretizada, a fraude desviaria cerca de R$ 1 milhão. É muito, comparado com o salário de um operário, ou mesmo considerando o gasto mensal com remédios naquele hospital. Porém, o que pensar quando nos deparamos com o montante envolvido em privatizações como a da Companhia Vale do Rio Doce, uma das maiores mineradoras do mundo, doada por tostões? Ou em grandes obras de infraestrutura que mobilizam bilhões de reais? A indignação nacional causada pelos fatos demonstrados no "Fantástico" é capaz de mudar a história. A imprensa assume, no combate à corrupção e à impunidade, papel equivalente ao exercido na luta pela democracia, denunciando os "malfeitos", tão perversos hoje como antes. --- |
PRIVATIZAÇÕES OU CONCESSÕES [IN:] ... APENAS SEMÂNTICA!
'Privatizações', ontem e hoje
Autor(es): Josef Barat |
O Estado de S. Paulo - 23/03/2012 |
PRESIDENTE DO CONSELHO DE, DESENVOLVIMENTO DA FECOMÉRCIO, , FOI DIRETOR DA ANAC Em recentes debates confrontou-se a "privatização" petista com a tucana, a propósito dos leilões de concessões de aeroportos. Ficou evidente uma preocupante falta de entendimento sobre o que representam privatizações de empresas estatais, de um lado, e concessões de serviços públicos, de outro. Como diria Tim Maia, "uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa". Cabe, assim, uma reflexão mais ampla. A ameaça de hiperinflação, o descontrole das contas públicas e a crise fiscal induziram o governo FHC a promover profunda reestruturação do setor público. Foram seguidas duas linhas de ação quanto à participação do Estado na economia, diante da falência do modelo estatal-desenvolvimentista. Na primeira, empresas estatais que desempenhavam atividades econômicas foram privatizadas, mediante a alienação total ou parcial de seus ativos, como, por exemplo, a Vale, a CSN, a Cosipa e a Embraer. Tratou-se, neste caso, de transferir, mediante ofertas em leilões públicos, a propriedade dessas empresas ao setor privado. Optou-se pela venda em bloco de ações, em vez da venda mais disseminada no mercado, como ocorreu, por exemplo, na Grã-Bretanha. Os vencedores foram grupos empresariais associados a fundos de pensão. Por estarem voltadas para o mercado e por ele reguladas, não houve a necessidade de mecanismos institucionais para a sua regulação, exceto os bancos estaduais privatizados. Essas empresas tinham de ser competitivas e ganhar (ou garantir) o seu espaço no mercado. Portanto, o conceito de privatização aplicou-se à transferência de ativos de empresas, reguladas pelo mercado, que perderam privilégios, proteções, subsídios ou cobertura de prejuízos com recursos do Tesouro. Malgrado os protestos na época, elas se tornaram de fato competitivas e expandiram seus horizontes de mercado para uma escala mundial. A segunda linha foi a das concessões dos serviços públicos. Muitas autarquias e empresas operadoras tiveram seu papel reduzido ou modificado pela transferência das operações e investimentos para empresas ou consórcios concessionários privados. O mecanismo foi o de licitações que geraram contratos de concessões por prazos longos, em geral de 25 a 30 anos. Assim, com relação à denominação genérica de "privatizações", não se podem confundir os casos de serviços públicos concedidos com os de atividades econômicas exercidas por empresas anteriormente estatais. Não cabe, também, avaliar os desempenhos e resultados das duas categorias por critérios análogos. A necessidade de regular contratos de concessão e parceria para a prestação de serviços públicos introduziu um novo referencial na organização do Estado brasileiro, particularmente no Executivo. A criação das agências reguladoras obedeceu ao imperativo de uma nova realidade econômica, social e política resultante das concessões na prestação dos serviços públicos. Levou à diluição do papel - que prevaleceu por décadas - do setor público atuando na implantação de infraestruturas e na prestação exclusiva ou principal dos serviços públicos, quando entes estatais se tornaram reguladores de si mesmos. Mas as agências reguladoras só garantem equilíbrio e estabilidade no relacionamento entre as partes envolvidas (concedente, concessionário e usuários) na medida em que têm credibilidade e imagem pública de isenção. Tanto a subordinação das agências ao governo, tornando-as objeto de barganhas político-partidárias, quanto a sua captura por interesses privados afetam o trinômio que sintetiza sua imagem perante a sociedade: independência, credibilidade e capacitação técnica. Esse é o grande dilema da postura petista quanto às concessões. Elas são exatamente iguais às dos tucanos, mas querendo, envergonhadamente, parecer diferentes. O busílis da questão é justamente o da regulação. Se as agências reguladoras forem objeto de aparelhamento de cunho político-partidário e trazidas para a tradição patrimonialista do Estado, as concessões petistas abrirão um novo capítulo no enredo do que chamam de "privataria" --- |
CONGRESSO/GOVERNO DILMA [In:] QUEDA DE BRAÇO
Crise na base aliada paralisa o Congresso
O Congresso travou |
Autor(es): Paulo de Tarso Lyra |
Correio Braziliense - 23/03/2012 |
Derrotas nas duas Casas levam o governo a suspender as votações importantes por duas semanas e a testar a própria força de controle da base no parlamento
No Congresso, a temperatura era diferente. "A quarta-feira foi um dia horrível para o Planalto e para o novo líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia", avalia um integrantes da base. As derrotas estenderam-se por todo o dia, começando com a vitória dos ruralistas na definição de que cabe ao Congresso legislar sobre a demarcação das terras índigenas; a não-votação da Lei Geral da Copa e do Código Florestal; o convite para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, falar sobre a Casa da Moeda; e a convocação da ministra do Planejamento, Miriam Belchior, para explicar porque não haverá concursos públicos neste ano. A paralisia nos trabalhos deve durar pelas próximas duas semanas. Na semana que vem, com as viagens da presidente Dilma Rousseff para a Índia e do vice-presidente Michel Temer para a Coreia do Sul, a presidência da República será ocupada pelo deputado Marco Maia (PT-RS) e a Presidência da Câmara, por Rose de Freitas (PMDB-ES), ligada aos dissidentes do partido e considerada independente em relação ao Planalto. Na semana seguinte, os trabalhos devem ser suspensos pelo feriado da Páscoa. "Temos que votar algo, pelo menos a Lei Geral da Copa, senão a imagem ficará péssima para o país e a crise vai se agravar ainda mais", apostou um graúdo petista. A avaliação de lideranças é de que os deputados deram sinais inequívocos de que, do jeito que está, não é possível manter a relação. Eles torcem para que o Planalto compreenda os recados encaminhados pela base. "As coisas continuam ruins. No Senado, a ameaça de uma CPI para ouvir o ministro da Fazenda sobre a compra do Banco Panamericano pela Caixa Econômica Federal, que causou um prejuízo de R$ 4,3 bilhões aos cofres públicos, continua viva", disse um aliado do Planalto. No círculo mais próximo da presidente Dilma, contudo, a análise é de que o governo enfrentou um "risco calculado" quando decidiu colocar na pauta da Câmara a votação da Lei Geral da Copa, na última quarta-feira. Eles afirmam que a presidente Dilma Rousseff está se fiando em sua alta popularidade para não sucumbir a imposições que resultem da articulação política com o Congresso. Chantagem Aliados rebelados e oposicionistas chegaram a ensaiar um acordo vinculando a votação do Código Florestal à da Lei Geral da Copa em uma reunião na noite de terça-feira, quando o governo fez sua primeira tentativa de levar o projeto sobre os jogos de 2014 para o plenário da Câmara. Mas a situação acabou por desmoronar ao longo da quarta-feira, diante do endurecimento do Palácio do Planalto, que se refletiu no comportamento de parlamentares aliados no plenário. Em especial, do líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), que chamou ruralistas de predadores da agricultura (Leia mais na página 3). Com a base do governo desarticulada e com dificuldades no comando, a tarefa de coordenar um acordo que permita a votação da Lei Geral da Copa na próxima semana ficará, em grande parte, nas mãos do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS). "É importante que todos, governo, base e oposição, estejam convencidos de que é necessário um acordo", diz ele. Aprovação de 56% --- |
''QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?''
SINOPSES - RESUMO DOS JORNAIS |
23 de março de 2012
O Globo
Manchete: Dilma pede a empresários pressão sobre Congresso
Em encontro com 29 empresários que representam metade do PIB brasileiro, a presidente Dilma Rousseff cobrou investimentos e mais empenho da iniciativa privada no Congresso para aprovar medidas de incentivo ao crescimento econômico. Em troca, ouviu pedidos do setor produtivo: o câmbio, o peso excessivo dos impostos e os elevados custos financeiros e de mão de obra foram as principais reclamações dos executivos. O governo disse que anunciará medidas de desoneração de tributos e concessão de incentivos, como redução dos encargos sobre a folha de pagamento e ajustes no IPI e no PIS/Cofins, além do barateamento dos empréstimos. Apesar de o governo prever um crescimento de 4,5% do PIB este ano, analistas apostam numa expansão abaixo de 3%. Para economistas, medidas isoladas não bastam para elevar investimentos. (Págs. 1, 21 e 22)
No Congresso, onde Dilma enfrenta a rebelião da própria base, o governo adiou as votações até a Páscoa para evitar novas derrotas. (Págs. 1, 3, editorial "O jogo de chantagens da 'base aliada'" e Merval Pereira)
Para onde vai a França?
Após um desfecho dramático do cerco de 32 horas, com a morte do atirador Mohammed Merah, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, propôs mudanças extremas na legislação, como a punição a quem visitar sites que façam apologia ao terror. A polícia encontrou vídeos do terrorista: "Você mata meus irmãos, eu te mato", disse ele antes de assassinar um militar. (Págs. 1, 28 a 30 e editorial "Radicalização indesejável")
Artigo
A decadência da al-Qaeda não significa inação" (Lluís Bassets, colunista do "El País"). (Págs. 1 e 30)
Morte não esclarece ligação de atirador com rede terrorista. (Págs. 1 e 28)
Exército: tráfico usa crianças no Alemão
Hackers do TSE violam urna eletrônica
Nova escuta complica Demóstenes
Negócios & Cia
Governo flexibiliza nudez na TV
Nelson Motta
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Folha de S. Paulo
Manchete: Alckmin põe fim às aulas de reforço nas escolas de SP
A rede estadual de ensino de São Paulo não terá mais atividades de reforço fora do período regular de aula para alunos com dificuldades de aprendizagem - o que acontecia desde 1997.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirma que o atendimento aos estudantes passará a ser feito, em maio, por um professor auxiliar durante a própria aula. Só as turmas maiores, porém, terão dois docentes. (Págs. 1 e Cotidiano C1 e C4)
Brasil é líder no controle do tabaco e não deve recuar, diz chefe da OMS (Págs. 1 e Saúde C14)
Após 32 horas, atirador é morto na França com tiro na cabeça
Indústria sofre queda na França, China e Alemanha
Dilma pede que empresários usem 'instinto animal'
Ela pediu aos empresários que tenham "instinto animal" para ampliar seus investimentos. (Págs. 1 e Poder A4)
Governo paulista prepara modelo novo para parceria público-privada (Págs. 1 e Mercado B1)
Editoriais
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O Estado de S. Paulo
Manchete: Dilma promete a empresários mais estímulo à indústria
Diante de um grupo de grandes empresários do País, a presidente Dilma Rousseff prometeu ontem adotar novas medidas de estímulo para o setor produtivo. O governo fala em desonerar a falha de todos os setores da indústria, em simplificar o PIS-Cofins, considerado o mais complexo dos tributos federais, e em agilizar a aduana. Além disso, a presidente prometeu segurar o câmbio, baratear capital de giro, ampliar o crédito e melhorar a infraestrutura, além de estudar formas de reduzir o custo de energia elétrica. Assim, Dilma disse que o governo fará sua parte e pediu aos empresários que invistam. O empresariado, que vinha se ressentindo da falta de diálogo, queixou-se basicamente do peso do custo Brasil. "A presidente colocou uma posição muito clara de defesa da indústria nacional", afirmou o empresário Jorge Gerdau. O ministro Guido Mantega (Fazenda), que participou da reunião, disse que a queda da inflação permite ao governo ser mais proativo nos estímulo à economia. (Págs. 1 e Economia B1 e B3)
Obra no S.Francisco tem aumento de R$ 3,4 bi
R$ 8,2 bilhões é o custo total da obra.
Após crise na base, governo adia votações para abril
MEC suspeita que mais 30 universidades inflaram nota
PF prende dois por incitar ódio na internet (Págs. 1 e Cidades C1 e C3)
ANP aponta falhas graves da Chevron (Págs. 1 e Vida A18)
Aldo confia no 'jeitinho' para realizar a Copa
Foto legenda: Missão cumprida
Dora Kramer
O governo anda sem saber com quantos paus pode fazer a base de sustentação. Teoricamente dispõe de muitos, mas conta com poucos. (Págs. 1 e Nacional A6)
Christopher Hill
Para os estrangeiros, as primárias republicanas devem ser uma assustadora demonstração de como os americanos ignoram política externa. (Págs. 1 e Visão Global, A14)
Celso Ming
Dilma corre o risco de copiar a Argentina, que, em vez de criar condições de competitividade, se limita a apelar para que empresários invistam. (Págs. 1 e Economia B2)
Notas & Informações
Dilma não só não sai da crise com seus aliados, como parece nela soçobrar cada vez mais. (Págs. 1 e A3)
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Correio Braziliense
Manchete: PF aborta massacre a alunos da UnB
França
Crise na base aliada paralisa o Congresso
Dilma pede apoio dos empresários
Concurseiro ganha folga em dia de prova
Hacker invade urna do TSE
E o salário, ó, é recorde
Resgate: Para conter gastos, Samu reduz número de ambulâncias (Págs. 1 e 26)
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Valor Econômico
Manchete: Aumento das dívidas deve retirar fôlego do consumo
Ainda que moderadamente, a parcela da renda mensal dos brasileiros destinada ao pagamento de débitos - o comprometimento - vem subindo desde abril e atingiu em dezembro 22,3%, maior percentual para o mês desde 2005, início da série histórica do Banco Central. As dívidas já assumidas pelas famílias cresceram em 2011 e somam 42,3% da sua renda anual, nível mais alto para qualquer mês da pesquisa do BC. Os limites foram atingidos para muitos devedores, como provou o aumento da inadimplência das famílias, que deu um salto de 5,7% para 7,4% nos atrasos com prazo superior a 90 dias, mesmo em um cenário incomum de quase pleno emprego. (Págs. 1 e A3)
Governo revê cenário para a economia
As chances de a inflação convergir para o centro da meta, de 4,5%, neste ano aumentaram. O IPCA, hoje na casa dos 5,5%, vai perder alguns pontos em abril e maio. A queda pode ser interrompida em junho e julho - quando os índices foram de 0,15% e 0,16% no ano passado -, mas será compensada por taxas menores que as de 2011 no último trimestre. (Págs. 1 e A2)
Fundos investem em endividadas
O negócio tem chamado a atenção tanto de gestoras brasileiras - como a Corporate Consulting, Arion Capital, Orey Financial e DX3 Investimentos - quanto de estrangeiras, como o The Global Emerging Markets Group. Depois de dar consultoria a companhias com problemas durante anos, a Corporate Consulting, por exemplo, acaba de levantar um fundo de R$ 20 milhões para comprar participações em companhias endividadas. (Págs. 1 e C1)
Grandes companhias deixam a bolsa
Além da CCDI, a UOL deixou o pregão no fim de 2011 e o banco Itaú está perto de retirar a Redecard. A próxima empresa a sair será a Confab, cujo leilão deve ocorrer em 23 de abril. As demais ainda estão em fase de aprovação pela Comissão de Valores Mobiliários. "Se o mercado não atende mais como fonte de financiamento, a empresa pode avaliar essa possibilidade [de sair]", diz Cristiana Pereira, superintendente de relações com empresas da BM&FBovespa.
(Págs. 1 e B2)
Foto legenda: Com pressa
Felicidade é uma questão de Justiça
"Subjacentemente em tudo o que analiso, verifico a busca da felicidade", diz Carlos Ayres Britto, próximo presidente do STF e relator de processos em que a ideia foi invocada - como os que discutiram a possibilidade de pesquisas com células-tronco e a união estável entre homossexuais. Leia, também, artigo de André Lara Resende sobre evidências de que a má distribuição de renda afeta a sensação de bem-estar. (Págs. 1 e Eu & Fim de Semana)
Frete estimula maior uso da cabotagem
Custo do frete em média 25% mais baixo que o rodoviário, a integridade da carga e a redução das emissões de gás carbônico estão entre as vantagens do sistema. Mas os caminhões continuam a ser mais rápidos e flexíveis na coleta das cargas do que os navios. A LG passou a usar mais a cabotagem por considerar o modal mais competitivo, em termos de preços, explica Emanuela Almeida, gerente de logística da companhia. Mas o maior entrave a sua utilização ainda são os problemas de infraestrutura nos portos do país.
(Págs. 1 e B1)
Governo prepara cobrança de ‘IPTU marinho’ (Págs. 1 e A5)
Retração na China e Europa reduz expectativa global (Págs. 1 e A13)
Laboratório japonês Takeda avalia produção de genéricos no Brasil, diz Morich (Págs. 1 e B11)
UPPs incrementam negócios
Nova política de comércio exterior
Latam de olho no A380
Aviação busca combustível verde
Avanço da irrigação
Melhora o perfil da dívida
Isenção para margem na BM&F
Ideias
Brics continuam sendo um conceito em busca de uma identidade comum e de uma cooperação institucionalizada. (Págs. 1 e A15)
Ideias
Para que os indicadores sociais avancem de forma consistente, será preciso, primordialmente, um crescimento sustentado. (Págs. 1 e Al5)
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