PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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terça-feira, agosto 27, 2013

DIPLOMACIA À MODA...

27/08/2013
Dilma vai a Washington


Paulo Sotero

A dois meses da visita que a presidente Dilma Rousseff fará à Casa Branca em outubro, a expectativa de que o evento viesse a marcar um aprofundamento das relações com os Estados Unidos se dissipou após a cobrança pública de explicações que o chanceler Antonio Patriota fez há duas semanas ao secretário de Estado, John Kerry, sobre o monitoramento de comunicações de brasileiros pela National Security Agency (NSA), o serviço americano de espionagem eletrônica.

O clima azedou um pouco mais com a detenção pela Scotland Yard, em Londres, com base em lei antiterrorismo, de David Miranda, o companheiro brasileiro de Glenn Greenwald, o jornalista americano residente no Rio de Janeiro que vem revelando as informações sobre as atividades de NSA coletadas pelo ex-analista da CIA Edward Snowden. Nesse ambiente, complicaram-se entendimentos que Brasília e Washington vinham alinhavando para anunciar em 23 de outubro, quando o presidente Barack Obama receberá a colega brasileira ao som de trombetas, nos jardins da Casa Branca.

O episódio certamente reduziu o espaço para os exageros retóricos que costumam marcar esses eventos. 

Isso não é mau. Realismo e transparência no diálogo entre Washington e Brasília são um bom caminho para tomar a visita de Dilma Rousseff um acontecimento substantivo, que ajude a tornar a relação bilateral mais produtiva. São positivas, nesse sentido, a decisão de Barack Obama de reavaliar as práticas da NSA, hoje alvo de fortes críticas nos EUA, e o reconhecimento por Kerry da necessidade de responder às dúvidas do governo brasileiro. Funcionários das áreas técnica e política dos dois países já iniciaram reuniões sobre as atividades da NSA. Fontes americanas admitem que uma maior transparência com países amigos abrangidos pela espionagem eletrônica da NSA teria neutralizado os efeitos das revelações.


O aprofundamento das relações entre os dois países depende de uma atmosfera de confiança mútua que permita a troca de informações sigilosas entre agências de ambos os governos. O Acordo de Assistência Legal Mútua, assinado há 12 anos, por exemplo, funcionou bem no começo, mas perdeu efetividade diante da dificuldade de acesso pela Justiça brasileira a informações relevantes para investigações criminais guardadas em bases de dados de mídias sociais nos EUA. O uso efetivo do Acordo de Intercâmbio de Informações Tributárias, em vigor desde maio deste ano, depende de confiança. Essa é também a condição para a finalização de entendimentos sobre iniciativas que estão na pauta da visita de Dilma, como um programa experimental de acesso de brasileiros ao sistema Global Entry, para facilitar o ingresso de viajantes brasileiros aos EUA, e a revisão de um acordo de 2000 sobre o uso da Base de Alcântara para lançamento de satélites de comunicação dos EUA.

Da confiança mútua dependem, obviamente, iniciativas mais ambiciosas e de interesse estratégico de Washington e Brasília. Uma delas é uma eventual decisão do Palácio do Planalto de reequipar a Força Aérea Brasileira com caças americanos F-18 Hornet. Outra é ampliação do mercado de aviões militares da Embraer nos EUA, aberta no ano passado com a aquisição de Super Tucanos pela Usaf. Outra, ainda, passa pelo apoio de Washington à aspiração brasileira a uma cadeira permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Improváveis no curto prazo, todas são ingredientes de uma possível negociação que pode avançar na visita de Dilma e dar lastro à relação bilateral reconstruída no atual governo, depois do curto-circuito provocado pelos episódio de Honduras e do Irã, no final da administração Lula.

Uma boa notícia, nesse aspecto, é a esperada continuação do envolvimento do embaixador dos EUA, Thomas Shannon, que se está despedindo de Brasília, no diálogo entre os dois governos. Shannon, que se ocupa do assunto há 12 anos, continuará esse trabalho num alto cargo que assumirá no Departamento de Estado depois da visita de Dilma. Ele terá, agora, um influente aliado no vice-presidente Joseph Biden, que visitou Brasília no final de maio e abriu um canal de diálogo político com o Planalto. Em 19 de julho Biden telefonou para Dilma para falar sobre as atividades da NSA. Ao receber Kerry, há duas semanas, a presidente indicou que o governo continua aberto à proposta dos caças americanos. "Seu vice-presidente pode me vender qualquer coisa", teria dito a presidente ao secretário de Estado, numa mostra de sua simpatia por Biden.

Como costuma afirmar, Shannon acredita que os interesses permanentes dos EUA e do Brasil, a começar pela estabilidade nas Américas, são mais convergentes do que divergentes. O crescente número de voos entre os dois países, os 10 mil bolsistas do Ciência sem Fronteiras - 25% do total - que escolheram estudar em universidades dos EUA, a expansão da presença de empresas brasileiras no mercado americano e as variadas e crescentes interligações das duas sociedades respaldam essa avaliação. Na ótica de Washington, mais cedo ou mais tarde as pressões internas por uma abertura da economia brasileira, sua integração a cadeias produtivas de alto valor, à la Embraer, e a redução dos entraves ao investimento estrangeiro produzirão resultados, por uma razão principal: sem políticas de liberalização econômica o País não sairá do atoleiro do crescimento medíocre e de baixa qualidade em que se meteu.

Segundo altos funcionários, o governo Obama aposta que Dilma Rousseff deseja desenvolver laços mais próximos e eficazes com os EUA e continuará empenhado em construir canais de diálogo e ampliar os já existentes, à espera de que a dinâmica interna do País faça sua mágica.
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JORNALISTA, É DIRETOR DO BRAZIL INSTITUTE DO W00DR0W WILSON INTERNATIONAL CENTER FOR SCH0LARS, EM WASHINGTON

adicionada no sistema em: 27/08/2013 01:02

''NADA SEI/ DESSA VIDA'' (Paula Toller/Kid Abelha)

27/08/2013
Ministro contrata firma de aliada do PMDB

Ministro contrata entidade de filiados do PMDB



O ministro da Agricultura, Antônio Andrade (PMDB-MG), contratou por R$ 5,5 milhões, sem licitação, entidade de aliados políticos para realizar concurso público na pasta. O contrato será o primeiro de grande porte do Instituto de Desenvolvimento Educacional, Cultural e Assistencial (Idecan), com sede em Muriaé (MG) e dirigido por correligionários de Andrade.

O Idecan é presidido por Marlene Maria Paiva, filiada ao PMDB mineiro. A entidade opera em parceria e funciona no mesmo endereço da Consulplan, que é sub-contratada para organizar e desenvolver as seleções. O presidente da empresa, Elder Dala Paula Abreu, se filiou ao PMDB em 2011, a convite do ministro, que ofereceu uma festa de boas-vindas ao empresário, pré-candidato a deputado federal.

A sede das empresas foi palco do Encontro do PMDB na Zona da Mata Mineira neste ano, prestigiado por Andrade, que posou para fotos e discursou ao lado do empresário.

O contrato com a Idecan foi publicado ontem no Diário Oficial da União (DOU). O ministério informa que a dispensa de concorrência está respaldada em dispositivo da Lei de Licitações que diz ser possível pular essa etapa em caso de contratação de instituição de pesquisa, ensino ou desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que seja de inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos. A pasta informou que optou por essa modalidade porque "não haveria tempo hábil para licitação."

"Coincidência". Ao Estado, o ministro disse que a contratação foi "coincidência". "Não tem relação nenhuma, não", disse Andrade. "Não sei te falar qual empresa foi escolhida, confesso que não sei. Parece que escolheram a de menor preço."

O ministério negou critério político e em nota alegou que o Ide-can apresentou o menor preço médio de inscrição. Disse ainda que a empresa atestou sua capacidade técnica com 21 atestados.

Marlene Paiva, do Idecan, disse que a dobradinha com a Consulplan será reeditada no concurso do ministério. Perguntada, ela primeiro negou ser do PMDB. "Não, não sou do partido. Como você sabe disso?" Informada de que seu nome está na relação de filiados em Minas e que o presidente da legenda em Muriaé confirmou que ela é da sigla e foi secretária de Educação na cidade, mudou a versão: "Estou muito esquecida". Marlene afirmou desconhecer o fato de o ministro ser do PMDB - Andrade preside o diretório mineiro. "Nem o conheço."

O Estado não localizou Elder Abreu. A Consulplan não respondeu ao e-mail da reportagem.


adicionada no sistema em: 27/08/2013 04:20

''PIUÍ/ PIUÍ/ PIUÍ ABACAXI'' (cantiga infantil; apito de trem)

27/08/2013
Denunciante do caso Siemens omitiu conta em paraíso fiscal


Um dos ex-executivos da Siemens que denunciaram a formação de cartel no sistema metroferroviário de São Paulo e Brasília, Newton José Leme Duarte, rubricou um documento que tratava de movimentação em uma conta em um paraíso fiscal. Para investigadores, os denunciantes sabem mais do que contaram ao CADE

Ex-diretor da Siemens que delatou cartel omitiu conta secreta no acordo com Cade


Fernando Gallo e Fernando Scheller

Um dos ex-executivos da Siemens que denunciaram a formação de cartel no sistema metroferroviário de São Paulo e Brasília sabia da existência de uma conta secreta em um paraíso fiscal operada por integrantes da empresa no Brasil, mas não relatou o fato no acordo de leniência firmado com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Newton Duarte, que comandou a diretoria de energia da Siemens do Brasil, assinou um documento de movimentação financeira da conta secreta aberta em 2003, cuja descoberta, em 2011, resultou na demissão do então presidente da empresa no Brasil, Adilson Primo.

Sediada no Banco Itaú Europa Luxemburgo, no Grão Ducado de Luxemburgo, a conta movimentou cerca de € 6 milhões.

Sua titular era a empresa off-shore Singel Canal Services CV, que tinha 99,99% das suas cotas em mãos da fundação privada Suparolo Private Foundation, formada por Adilson Primo e três sócios. A motivação da criação da conta é desconhecida. Investigadores suspeitam que ela tenha sido usada para movimentação ilícita de recursos.


A Siemens manteve muitas contas em paraísos fiscais para pagar propina a agentes públicos em diversos países do mundo - até 1999, o pagamento de propina não era crime na Alemanha.

No Brasil, a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e o Ministério Público Estadual paulista investigam vínculos do cartel com políticos e agentes públicos. Ex-presidente da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) Sérgio Avelleda, que ocupou o cargo no governo de José Serra (PSDB) e depois dirigiu o Metrô no governo de Geraldo Alckmin (PSDB), já é réu em ação de improbidade administrativa.

Compensação. Adilson Primo afirmou em entrevista publicada no domingo pelo Estado que a conta secreta de Luxemburgo era uma "conta de compensação" criada e operacionalizada pelo diretor financeiro da Siemens Brasil com aval da Siemens alemã, o que, segundo ele, era praxe na empresa em todo o mundo até 2.007. Há, na legislação brasileira, previsão legal de utilização de contas de compensação, que podem abrigar recursos que serão integrados futuramente ao patrimônio de uma empresa.

A Siemens diz que não pode comentar o assunto porque há um processo sobre o tema que corre sob segredo - nele, Primo questiona na Justiça do Trabalho sua demissão porjusta causa.

No processo, advogados da multinacional alemã declaram que a conta não pertencia a ela e nem a nenhuma de suas afiliadas e indicam que o repasse de dinheiro da empresa para o paraíso fiscal não era autorizado.

A juíza Camila de Oliveira Rossetti Jubilut, da 89ª Vara do Trabalho da Capital, manifestou-se sobre a conta apenas para decidir sobre ajusta causa imposta a Primo. "Trata-se de uma conta irregular e por esta razão óbvia sua existência foi negada peremptoriamente pelo autor e demais cotitulares."

Entre os seis lenientes, Newton Duarte é o que ocupava cargo mais alto. A ele ficava vinculada a divisão de transportes da Siemens, principal foco de investigação das autoridades e da própria empresa. Ele se reportava diretamente a Adilson Primo.

As movimentações da conta foram confirmadas pelo atual gerente financeiro da empresa, Sérgio de Bona. "Durante a oitiva da testemunha sr. Sérgio Bona, redator do documento, foi possível apurar que o original remetido para o Banco de Luxemburgo continha as assinaturas dos sócios Raul Melo e José de Mattos e as rubricas do Sr. Newton Duarte e do reclamante (Primo)", diz a juíza Camila.

Raul Melo de Freitas foi diretor de indústria da Siemens, e José de Mattos, auditor. Nem eles nem Newton Duarte seguem na empresa. Para os promotores que investigam o caso, o fato de quatro altos dirigentes da empresa no Brasil terem tido conhecimento da conta é um indício de que a Siemens está ocultando informações.

Sérgio de Bona contou mais à Justiça: disse que em 2006 conversou com Primo na sala do ex-presidente sobre a conta. Segundo ele, Primo lhe disse para não encerrar a conta porque nela havia US$ 40 mil e se tratava de muito dinheiro. Dois meses depois da conversa, de acordo com Bona, o dinheiro foi transferido, e a conta, encerrada.

A Siemens afirmou, em nota, que não iria se manifestar. Questionada, não quis responder se deixou de fornecer informações à Justiça. Duarte não foi localizado. Os advogados que representam os lenientes não se manifestaram. Raul Melo e José de Mattos não foram encontrados.
Perguntas e respostas

Razão da conta ainda é ignorada

Quem abriu a conta em Luxemburgo?
Segundo o ex-presidente da Siemens Adilson Primo, ela foi aberta em 2003 pelo então diretor financeiro da Siemens Brasil. Em dezembro de 2004, a titularidade foi transferida a uma empresa cujas cotas sociais pertenciam a uma fundação privada gerida por Primo e mais 3 pessoas.

Para que servia a conta?
Não se sabe. A Siemens diz que desconhecia a conta para a qual recursos seus foram transferidos. Adilson Primo sustenta que se tratava de uma conta de compensação - mecanismo previsto em lei para abrigar recursos que depois serão integrados a patrimônio - e que a matriz da Siemens não apenas tinha conhecimento dela como a ""operacionalizava".
Quem operava a conta?
Segundo Adilson Primo, era a diretora financeira da Siemens Brasil, com anuência da alemã. A Siemens diz nunca ter operado a conta
Por que ela circulou dinheiro da Siemens?
Sim. Tanto a Siemens quanto Primo sustentam essa versão. O ex-presidente afirma ainda que o dinheiro que entrou na conta Luxemburgo não saiu da Siemens Brasil.
Para onde foi o dinheiro?
O destino dos cerca de € 6 milhões que passaram pela conta é ignorado. Auxiliada pela Siemens alemã, a Polícia de Luxemburgo apura para onde foram os recursos.

adicionada no sistema em: 27/08/2013 04:18

REDES SOCIAIS: ''OH HAPPY DAYS'' ???

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Facebook torna os jovens infelizes

Quanto mais tempo um jovem passa no Facebook, menos satisfeito ele se sente com a vida, diz estudo publicado no periódico online PLoS ONE e realizado por pesquisadores da Universidade de Michigan. Para chegar a essa conclusão, os autores enviaram a 82 jovens voluntários – a idade média foi de 19 anos e meio – mensagens de texto cinco vezes ao dia, por duas semanas, com questões como: “Como você está se sentindo?”, “Você está preocupado?”, “Você se sente solitário?” e “Quanto você usou o Facebook, desde a última vez em que perguntamos?”.
Pesquisas anteriores já haviam relacionado o uso do Facebook à infelicidade, mas não tinham permitido estabelecer a natureza da relação entre os fatores: se são as pessoas infelizes que buscam mais a rede social, ou se é a rede que as torna infelizes.
Este novo trabalho, argumentam os autores, estabelece que é o Facebook que causa insatisfação: “Quanto mais as pessoas usavam o Facebook num momento, pior elas se sentiam quando mandávamos a mensagem de texto seguinte; quanto mais usaram o Facebook nas duas semanas, mais sua satisfação com a vida declinou com o tempo”. Um artigo anterior, publicado por pesquisadores peruanos também na PLoS ONE, havia associado o uso do Facebook à perda de qualidade de sono.
Comentando o resultado do estudo de Michigan, a revista The Economist cita um trabalho realizado por pesquisadores alemães, envolvendo 584 usuários da rede social, todos na faixa dos 20 anos. Esse estudo europeu mostra que a emoção mais produzida pelo Facebook, nessa população, é a inveja. O que talvez explique o mal-estar associado à rede.



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QUEM TEM MEDO DE ''MARINA WOOLF''? (ficção)


27/08/2013
Marina pede ao TSE medidas excepcionais para criar partido


Aliados apelam até para popularidade da ex-senadora nas pesquisas
Paulo Celso Pereira


Frente. Marina teve apoio do tucano Feldman, do petista Dutra (punho erguido) e de Pedro Simon


BRASÍLIA

Foi em clima de intensa pressão que a ex-senadora Marina Silva entrou ontem de manhã no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o pedido de criação de seu novo partido, o Rede Sustentabilidade. Faltando apenas 40 dias para o fim do prazo de filiação dos candidatos que pretendam disputar as eleições de 2014, a Rede solicitou que o tribunal adote medidas excepcionais para que o partido seja criado a tempo. Os aliados apelaram, inclusive, para o fato de Marina figurar como segunda colocada nas pesquisas para a disputa presidencial do próximo ano.

Marina chegou ao tribunal acompanhada de advogados, aliados próximos e dos deputados federais Walter Feldman (PSDB-SP) e Domingos Dutra (PT-MA), que devem migrar para o novo partido. Para ampliar a pressão, ela convidou o senador Pedro Simon (PMDB-RS), que não tem intenção de mudar de legenda, mas acompanhou o grupo para simbolizar seu apoio. O grande problema da Rede é a demora na validação das assinaturas de apoio.

- Mais de 12 mil pessoas coletaram assinaturas de manhã, de tarde e de noite. A maioria dos partidos se forma por processo de fusão. Nós fomos pelo caminho mais difícil, mas que é o mais gratificante, de conversar com cada pessoa, falar do nosso programa, do nosso estatuto, do nosso manifesto. E, a partir daí, ver o cidadão brasileiro assinando por livre e espontânea vontade - defendeu Marina, que agradeceu a presença de Simon.

O grupo entregou cinco sacolas com a certificação de 304.099 assinaturas, quase 190.000 a menos que o necessário. A questão das assinaturas é a grande preocupação dos organizadores da legenda. O documento que pede o registro da Rede tem 42 páginas quase integralmente dedicadas a protestos contra a demora dos cartórios eleitorais em validar as fichas de apoio à criação do partido.

- Compreendemos o problema da falta de estrutura, mas não concordamos que tenhamos que pagar o preço. A Rede tem a participação da sociedade em quase todos os municípios. Portanto, estamos calçados do ponto de vista legal, do ponto de vista material e do ponto de vista da mobilização social de todos aqueles que dão lastro político para a criação de um novo partido político no Brasil - afirmou Marina.

Dutra: Rede não é sigla de aluguel

Domingos Dutra, que já anunciou a saída do PT para se filiar à Rede, apelou para a posição de Marina nas pesquisas:

- Estamos segurando nas mãos de Deus e da Justiça Eleitoral. Se você olhar os prazos pelo seu teto, a gente estaria fora, porque faltam 40 dias. Agora, a gente conta com a sensibilidade da Justiça. Os julgadores têm dito que não se influenciam com a voz das ruas. Mas (...) os julgadores não estão fora do mundo. Portanto, essa preferência pela Marina pode levá-los a ter mais sensibilidade. A Rede não é um partido de aluguel. Vamos rezar para que o relator e os julgadores sejam filhos de Deus.

- Se há uma coisa que o Brasil tem demais, é partido político. Mas casualmente este (a Rede) é o que nós temos de mais importante, um movimento que está sendo altamente positivo e que tem todas as condições para ter uma grande bancada - disse Simon.

A lei prevê que para criar um partido político é necessário o apoio de 0,5% dos eleitores que votaram nas últimas eleições para deputado federal, ou cerca de 492 mil assinaturas certificadas em cartórios ao TSE.

adicionada no sistema em: 27/08/2013 03:55

''SUL MARAVILHA/ NÓS GOSTAMOS DE VOCÊ'' (a parafrasear Jorge Ben Jor)

27/08/2013
Para Campos, é preciso estar no Sul e no Sudeste


Governador não diz se é candidato, mas age como tal, contam empresários

SÃO PAULO

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), está seguindo à risca a receita que defendeu ontem, em São Paulo, diante de um grupo de empresários, ao ser perguntado sobre o que deveria fazer um político do Nordeste com pretensões de disputar a Presidência para se tornar conhecido no Sul e no Sudeste.

- Vir para cá - disse ele.

Segundo relatos de quem participou da reunião, a frase foi dita após Campos driblar, mais de uma vez, a pergunta sobre se será candidato a presidente em 2014. O encontro foi organizado pela ONG Rede de Ação Política pela Sustentabilidade, fundada pelo empresário Guilherme Leal, que foi candidato a vice-presidente na chapa de Marina Silva em 2010.

- Ele (Campos) não diz se será ou não, mas se comporta como se fosse candidato - afirmou um dos empresários.

O diretor-executivo da ONG, Marcos Vinícius de Campos, negou que o convite seja uma sinalização de apoio de Leal a uma eventual candidatura do governador. Disse que a entidade é apartidária e já convidou, e aguarda confirmação de presença, de outros presidenciáveis, como a própria Marina Silva e o senador Aécio Neves.

- Chamar para uma reunião não significa apoiá-lo - disse.

É a segunda vez em quatro dias que Campos desembarca em São Paulo para ter encontros fechados com empresários. Hoje, ele irá a Santos (litoral paulista) e gravará entrevista para o "Programa do Ratinho", do SBT. ( Silvia Amorim)


adicionada no sistema em: 27/08/2013 03:58

''-- A MINHA VOZ CONTINUA A MESMA, MAS, OS MEUS CABELOS!!!'' (famoso comercial dos anos 70)

27/08/2013
Reparador de pontas de cabelo e gel esfoliante por R$ 6,3 milhões

Governo do PI convocou licitação de produtos para casa do governador

Juliana Castro

Wilson Martins. 

Processo foi cancelado


O governo do Piauí publicou um edital de licitação este mês em que se propõe a pagar, com dinheiro público, até R$ 6.398.337,96 a empresas que forneçam à residência oficial do governador Wilson Nunes Martins (PSB) produtos como carnes, frios, bolos e salgados, frutas e verduras, bebidas, além de produtos de higiene, cosméticos e material de limpeza. 

Entre os itens relacionados, estão produtos pessoais como reparador de pontas de cabelo, hidratante para o corpo, gel esfoliante para o rosto, aparelho de barbear e filtro solar, entre outros. Já na lista de alimentos constam camarões, lagosta, picanha e até macarrão instantâneo, chicletes e rapadura.

A licitação, para o fornecimento desses produtos durante um ano, seria realizada ontem. Mas, após ser procurado pelo GLOBO, o governador Wilson Martins informou, por meio da Secretaria de Comunicação, que cancelou o processo e que um novo edital será lançado em breve, sem alguns itens. Terceiro estado com pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) em 2010, atrás apenas de Maranhão e Alagoas, o Piauí estava disposto a pagar R$ 101,2 mil pelo fornecimento anual de quatro tipos de camarão, R$ 65,5 mil pela picanha e R$ 16,6 mil pela aquisição de chicletes e pastilhas de hortelã para o ano todo.

Na parte de higiene pessoal, o governo pagaria até R$ 85,41 por 500ml de shampoo e R$ 143,92 por 500 ml de máscara para cabelo, ambos da marca L"Oreal. Para o reparador de pontas, o valor estimado era de R$ 113,87 por unidade. Pelo fornecimento desses três produtos durante um ano, a administração estadual pagaria com dinheiro público até R$ 32,9 mil. A Secretaria de Comunicação do Piauí alegou ter havido um "equívoco" e uma lista de três anos atrás foi repetida nesta licitação.

"Diante das frequentes reuniões e eventos promovidos na residência oficial do governador do estado do Piauí, bem como o abastecimento da mesma, não se esquecendo, obviamente, das atividades corriqueiras no Palácio de Karnak (sede oficial do governo) decorrentes do cumprimento de agenda oficial do excelentíssimo senhor governador do estado do Piauí, é imprescindível, portanto, o adequado fornecimento do aludido objeto para fazer frente às necessidades de consumo desses materiais", informa a parte do texto da licitação em que o governo justifica por que estava fazendo as aquisições.

O texto pontua ainda que a supervisão sobre o cumprimento do futuro contrato ficaria a cargo da Diretoria da Unidade de Serviço do Gabinete Militar, responsável pela licitação. A concorrência seria feita em sete lotes e, para cada um deles, o governo piauiense estimou o preço pelo fornecimento anual dos produtos. O mais caro era o lote de gêneros alimentícios (o que inclui chicletes, temperos, biscoitos etc.), no valor de R$ 1.721.529,24. O mais barato era o de bolos e salgados (R$ 177.410,64).

Este mês, o governador do Ceará, Cid Gomes - que, assim como Wilson Martins, é do PSB -, também se viu no centro de uma polêmica semelhante. O governo do Ceará publicou no Diário Oficial do estado a contratação de um buffet, no valor de R$ 3,4 milhões, para abastecer a cozinha da residência oficial e o gabinete de Cid Gomes com iguarias como caviar, ostras, salmão e camarão. Mesmo reclamando de demagogia na denúncia, feita por um parlamentar de oposição, o governador afirmou que retiraria todos os itens com nome estrangeiro do cardápio.

PRÓTESES, ''MESÓCLISES E ÊNCLISES" (... isso é que é integração!!!)

27/08/2013
STF autoriza investigação contra ministro da Integração


Ele é suspeito de fraude em licitação quando era prefeito em Pernambuco

BRASÍLIA


O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de um inquérito para investigar o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB), por suspeita de contratação irregular de uma empresa para fornecer órteses e próteses e de malversação de recursos públicos do Sistema Único de Saúde (SUS), quando o atual ministro era prefeito de Petrolina (PE). Toda a licitação foi feita em apenas um dia e, segundo o ex-procurador geral da República, Roberto Gurgel, há indícios de fraude e dispensa ilegal na licitação.


Por nota, Bezerra negou as irregularidades e afirmou que "a contratação por inexigibilidade de licitação se deu no âmbito da Secretaria municipal de Saúde e fundamentou-se na inexistência de outras empresas aptas a fornecer tais materiais cirúrgicos na região de Petrolina à época".

adicionada no sistema em: 27/08/2013 03:54

AGORA, CRISÁLIDA

27/08/2013
Dirceu mantém influência, diz Frateschi


Por De São Paulo


Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do mensalão, o ex-ministro José Dirceu continua muito influente dentro do partido e não precisa de cargo no comando petista para fazer articulação política, segundo o secretário de Comunicação do PT, Paulo Frateschi. 

Ex-presidente do partido, Dirceu está fora das chapas que disputarão o comando partidário nas eleições internas do PT deste ano, em novembro.


"Dirceu não precisa de nenhum cargo hoje para fazer política. Ele tem influência no partido muito grande, tem voz ativa dentro da maioria", disse Frateschi ontem, antes de assistir ao debate dos seis candidatos à presidência do PT, em São Paulo. Segundo o dirigente, a defesa de Dirceu será boa para o PT.

Os deputados José Genoino (SP) e João Paulo Cunha (SP) condenados pelo STF no caso do mensalão, também não participam das chapas para a direção do PT. Segundo Frateschi, Genoino disse que não teria como se dedicar à disputa partidária e Cunha afirmou que está terminando o curso de Direito e que também optou, por decisão própria, não participar da eleição petista.

O PT promove seu processo de renovação do comando partidário em meio ao julgamento do STF dos recursos apresentados pelos condenados no caso do mensalão, como Dirceu, Genoino e Cunha.

Frateschi disse que o processo de eleição interna será importante nesse momento do PT. "Vai mexer de novo com o ânimo dos petistas", disse. "É essa visão que vamos passar aos petistas: tudo bem, cometemos um delito, estamos sendo processados. Agora vamos mostrar a verdadeira face desse negócio ai, que não houve roubo, não houve dinheiro público envolvido, não houve enriquecimento de ninguém, não houve compra de votos. O que houve foi processo de caixa dois", afirmou Frateschi.

O dirigente petista defendeu que o partido vá às bases mostrar essa posição. Frateschi citou uma declaração de Luiz Inácio Lula da Silva, na qual o ex-presidente disse ter o "maior orgulho" de ser do PT e disse que irá às ruas "mostrar o que realmente aconteceu" no processo do mensalão.

Secretário-geral do PT e candidato à presidência do partido, o deputado federal Paulo Teixeira (SP) adotou um tom cauteloso e disse que o partido deve aceitar a decisão do Supremo. "Acho que o PT tem que finalmente respeitar o resultado do Supremo Tribunal Federal. Ele foi composto por membros indicados pelo governo e temos que condenar a politização", disse Teixeira, à frente do segundo cargo mais importante do partido. "A primeira fase [do julgamento] teve muita politização. Hoje há um equilíbrio maior", afirmou o parlamentar. (CA)


adicionada no sistema em: 27/08/2013 12:35

ALIANÇA E FOGO AMIGO


27/08/2013
Dirigentes do PT criticam aliança com PMDB


Por Cristiane Agostine | De São Paulo

Debate entre os candidatos a presidente do PT: concentração de poderes no partido e surgimento de novo campo majoritário foram alvos de reclamações

Cinco dos seis candidatos à presidência nacional do PT criticaram ontem a atual política de aliança do governo federal com o PMDB. Na avaliação da maioria dos postulantes, os pemebebistas têm adotado comportamento de oposição à presidente Dilma Rousseff no Congresso.

No primeiro debate promovido pelo partido com os candidatos ao comando do PT, em São Paulo, postulantes reclamaram também da concentração de poderes na legenda e do surgimento de um grupo majoritário, a exemplo do que marcou o PT antes de 2005 e que se envolveu no mensalão.

À frente do segundo cargo mais importante do partido, o secretário-geral e candidato, deputado Paulo Teixeira (SP), reclamou da forma como tem se dado a aliança com o PMDB e disse que o PT não pode ser submisso. 

"Defendo a aliança, mas não do jeito como está sendo feita. Precisa de um debate mais qualificado, de nitidez programática. Precisa ter equilíbrio na relação", disse Teixeira, depois do debate, repetindo críticas feitas no evento. O dirigente afirmou que o PT precisa se empenhar em alianças com PCdoB, PDT e PSB.

Teixeira criticou a concentração de poderes do atual grupo dirigente. "Por que tivemos uma crise em 2005? Porque um grupo se assenhorou do PT e cometeu erros. Estamos voltando a esse momento de um grupo se assenhorar e tirar o aspecto colegiado do partido", disse no debate. Depois, reiterou. "Vejo o ressurgimento do Campo Majoritário. Isso para o PT é muito ruim", disse. "A formação de uma maioria que não leva em conta decisão colegiada leva a erros. Não podemos repetir isso".

Secretário nacional de movimentos populares e candidato, Renato Simões disse que o PMDB precisa definir se quer participar do governo. "Hoje a atuação do vice-presidente da República, do presidente da Câmara e do presidente do Senado vem fortalecendo as estratégias de impedir as reformas que o PT defende", disse. "Se não temos acordo programático hoje, por que teríamos em 2014?"

Integrante da Executiva petista, Simões disse que o PMDB vive um dilema no governo federal. "É um partido que reivindica cada vez mais espaço no governo, cria as dificuldades para vender as facilidades e não entrega a mercadoria. Nós não estamos mais inclinados a manter essa situação num segundo período de governo da presidente Dilma", afirmou depois do debate, seguindo a mesma linha crítica que usou no evento partidário. "Se o PMDB não aceita o programa que o PT defende, não deve estar junto no primeiro turno".

Para o candidato Valter Pomar, o PMDB tem dado ao governo federal "maioria nominal" no Congresso, mas não tem votado de acordo com os interesses da presidente Dilma Rousseff. Integrante do Diretório Nacional, Pomar disse que o aliado derrotou o governo e o PT em votações importantes e defendeu condições para a renovação da aliança: o PMDB tem de se comprometer com a aprovação das reformas política e tributária defendidas pelos petistas.

O candidato Markus Sokol classificou o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), como "sabotador" do governo. A mesma linha crítica foi adotada pelo candidato Serge Goulart, que vinculou o mensalão às alianças feitas pelo PT para eleger Luiz Inácio Lula da Silva. Tanto Sokol quanto Serge integram o Diretório Nacional.

Com um discurso dissonante em relação aos demais candidatos, o presidente do PT, deputado estadual Rui Falcão (SP), defendeu a atual aliança com o PMDB e disse que o acordo deve ser mantido em 2014. "Hoje a política majoritária é de aliança prioritária com o PMDB, sem excluir os outros partidos. Isso vai ser qualificado por um programa que vamos apresentar nas eleições", disse o candidato à reeleição. "Não pode haver tergiversação política".

Falcão citou como exemplo da "fidelidade" do PMDB o apoio no Congresso para impedir a derrubada de vetos presidenciais. "Essa vitória do governo só foi possível porque há maioria no Congresso. Uma maioria que não é o PT".

O presidente do PT defendeu a realização de uma reforma política e disse que o partido vai protocolar amanhã no Congresso requerimento para a realização de um plebiscito sobre esse tema. Segundo o dirigente, os petistas coletaram as 171 assinaturas necessárias para apresentar o pedido. Para que plebiscito seja aprovado, são necessários 257 votos favoráveis.



adicionada no sistema em: 27/08/2013 12:28

PATRIOTISMO OU IDEOLOGIA?

27/08/2013
Fuga de senador derruba Patriota

O novo ministro das Relações Exteriores será Luiz Alberto Figueiredo, embaixador do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU). Ele vai substituir Antonio Patriota, que foi afastado do cargo ontem após ter sido surpreendido pela operação de fuga do senador boliviano, Roger Pinto Molina, que chegou domingo a Brasília. Patriota, por sua vez, vai ocupar o cargo até agora exercido por Figueiredo na ONU.
A fuga, uma viagem de 1.600 km, de carro, durou 22 horas e terminou com os 455 dias em que o parlamentar permaneceu asilado na embaixada brasileira em La Paz. Pinto foi acusado pelo governo de Evo Morales de praticar desacato, assassinato e dano ambiental.

Fuga de boliviano derruba Patriota; Figueiredo será o novo chanceler

Por Claudia Safatle, Maíra Magro e Bruno Peres | De Brasília

Luiz Alberto Figueiredo, além de substituir Patriota, será um trunfo eleitoral pela sua experiência na área ambiental.

A crise diplomática deflagrada pela fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina culminou ontem na demissão do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e sua imediata substituição pelo embaixador Luiz Figueiredo.

Em anúncio oficial, o Palácio do Planalto comunicou à noite que o ministro havia "pedido demissão". Mas nos bastidores se comentava que a situação de Patriota ficou insustentável após a entrada do senador no Brasil sem o conhecimento do Itamaraty e sem um salvo conduto do governo boliviano, numa operação que não teria tido o aval do governo brasileiro.

Patriota já frequentava a lista de demissionários do governo Dilma Rousseff, que o considerava um ministro sem iniciativa. Raras vezes ela o recebeu em seu gabinete.

A presidente indicou Figueiredo, até então representante do Brasil junto às Nações Unidas. Em uma troca de cargos, Patriota assume o cargo de Figueiredo como representante do país na ONU.

A fuga espetacular de Pinto foi comandada pelo diplomata brasileiro Eduardo Saboia, encarregado de negócios da embaixada do Brasil na Bolívia, que assumiu toda a responsabilidade pela operação e garantiu não ter contado com o aval do Itamaraty. Ele justificou sua ação por questões humanitárias, pois o senador, que passou mais de 15 meses asilado na embaixada brasileira em La Paz, ameaçava inclusive se suicidar.

Dilma só soube do caso quando o senador já estava em solo brasileiro, acompanhado do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado. A operação irritou a presidente, que considerou a situação de Patriota sem volta. A atitude de Saboia foi vista como quebra de hierarquia, e o Itamaraty anunciou um inquérito para apurar a conduta do diplomata e decidir se aplicará punições.

O chanceler Antonio Patriota, que perdeu o cargo ontem após a fuga de senador boliviano Roger Pinto ao Brasil

Além de ser uma resposta ao governo da Bolívia, a substituição de Patriota por Figueiredo agregaria ao governo Dilma um trunfo político eleitoral: o diplomata tem um histórico de bem sucedida atuação na área ambiental, justamente o setor em que a ex-senadora Marina Silva, pré-candidata à Presidência, mantém seu mais forte discurso. Ex-ministra do Meio Ambiente do governo Luiz Inácio Lula da Silva, Marina protocolou ontem o registro de seu partido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A sigla se chamará Rede Sustentabilidade.

Figueiredo ganhou prestígio no governo com seu desempenho na conferência sobre o desenvolvimento sustentável Rio+20. Ele foi secretário-executivo da comissão brasileira e negociador do Brasil junto às demais delegações no evento, alvo de críticas de Marina.

O senador Ferraço, que apoiou a operação para trazer o senador boliviano ao Brasil, considerou "injusto" atribuir somente a Patriota a responsabilidade pela crise entre os governos da Bolívia e do Brasil. 

"Houve negligência geral do Itamaraty e do governo brasileiro nesse caso. Isso é injusto [jogar toda a responsabilidade em Patriota]. Se houve negligência, não pode ser atribuída somente a ele. Um tema essencial foi tratado como acessório pelo governo", afirmou.

O pemedebista disse que não queria opinar sobre o afastamento de Patriota, por desconhecer as razões da presidente. Mas criticou o governo brasileiro como um todo por não ter trabalhado para que o governo da Bolívia concedesse salvo-conduto. "Faltou determinação do Itamaraty e do governo brasileiro para trabalhar por uma solução para impedir que isso tudo acontecesse. O governo brasileiro concedeu asilo ao senador boliviano. Deveria ter trabalhado [mais] pelo salvo-conduto", disse.

Apesar da crise diplomática, a operação para trazer o senador boliviano ao Brasil foi elogiada no Congresso. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e vários integrantes da Comissão de Relações Exteriores manifestaram apoio à atuação de Ferraço. O diplomata Eduardo Saboia, que organizou a ação, recebeu solidariedade, enquanto os governos brasileiro e boliviano foram criticados. "O senador Ferraço foi irrepreensível. Agiu em nome da democracia, dos direitos humanos e da liberdade de expressão", disse Renan.

"A comissão vai acompanhar o caso para evitar que esse diplomata que agiu em defesa de princípio fundamental da Constituição sofra retaliações na sua vida profissional", disse o líder do PSDB, Aloysio Nunes Ferreira (SP).

Uma das críticas mais duras ao incidente foi do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). Para ele, o presidente daquele país, Evo Morales, já trouxe "prejuízos" ao Brasil, e o governo brasileiro "sempre foi submisso".

O senador boliviano dará entrevista coletiva na comissão hoje, às 15h. Ferraço, que participou da operação, pretende levar Saboia para também falar ao grupo.

(Colaborou Raquel Ulhôa)

adicionada no sistema em: 27/08/2013 01:29