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Professora Amanda Gurgel, do RN, fala sobre situação crítica da educação e vira heroína nas redes sociais
Plantão | Publicada em 18/05/2011 às 15h55m
Rodrigo Gomes
Descricao
RIO - A professora do Rio Grande do Norte Amanda Gurgel virou heroína da causa da classe, por melhores salários, nas redes sociais. Um vídeo no qual ela silencia os deputados do RN em audiência pública quando fala sobre a situação crítica da educação já tem mais de 54 mil visualizações no You Tube. Desde o começo da tarde desta quarta-feira (18) o nome "Amanda Gurgel" já está na lista brasileira dos Trending Topics, no Twitter.
Em seu depoimento, Amanda Gurgel acaba fazendo um resumo preciso sobre o quadro da educação no Brasil apresentando seu contracheque de R$ 930 reais. "Como as pessoas até agora, inclusive a secretária Bethania Ramalho, apresentaram números, e números são irrefutáveis, eu também vou fazê-lo. Apresento um número de três algarismos apenas, que é o do meu salário, de R$ 930".
A professora continua seu discurso dizendo que "os deputados deveriam estar todos constrangidos com a educação no estado do Rio Grande do Norte e no Brasil. Não aguentamos mais a fala de vocês pedindo para ter calma. Entra governo, sai governo, e nada muda. Precisamos que algo seja feito pelo estado e pelo Brasil. O que nós queremos agora é objetividade".
Por volta do ano 60 antes de Cristo, Júlio César era um nome em ascensão. Já ocupava postos de destaque na República romana e todos - inclusive o próprio - acreditavam que, com o seu prestígio e a sua popularidade, seria tentado a sagrar-se imperador. Na verdade, sua ambição era ainda maior. Quando andava pelas ruas e o povo o chamava de rei, ele invariavelmente respondia: "Não sou rei, sou César".
Mas o que importa, aqui, é o conceito de vida pública que ele cultivava. Quando Pompeia, sua esposa, se envolveu num escândalo, Júlio César imediatamente se divorciou dela. Quando perguntado sobre o porquê de tão drástica atitude, uma vez não havia provas concretas contra ela, ele teria respondido: "A esposa de César tem de estar acima de suspeitas". Nasceu aí o popular conceito sobre "a mulher de César". Ou seja, não lhe basta ser honesta; tem, também, de parecer que o é.
Dois milênios passados, aqui, nos nossos trópicos, vem à tona o caso do ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Antônio Palocci. Será que continua valendo o mesmo princípio?
Sim e não.
Há que levar em conta que, na nossa invulgar República, não existe uma oposição competente. E, para agravar o quadro, o partido que está no poder não costuma dar prioridade ao problema da corrupção. O que vale é a identidade ideológica. A justificação se dá pela fé.
Um argumento a favor de Palocci é o de que ele, no início do governo passado, como titular do Ministério da Fazenda, demonstrou ser o único dique de sensatez a barrar a avalanche de desvarios de seus correligionários. Há quem diga que foi ele o grande arquiteto do presente "milagre econômico".
Existe alguma verdade nisso. Palocci teria dissuadido o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva de pôr em prática as tresloucadas concepções econômicas do seu partido. Foi graças à sua persistência - ao manter intactas as políticas adotadas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso - que os bons resultados na economia puderam ocorrer. Como o governo de Fernando Henrique acabara com a inflação e deixara as contas em ordem, o crescimento do produto interno bruto (PIB) seria de esperar. Se esse quadro de estabilidade e bonança vai permanecer, já é outra história...
Agora, com relação ao presente escândalo envolvendo o nome do ministro, as reações de Palocci têm servido apenas para reforçar as suspeitas que pairam sobre ele. "Se tem cara de boi, berro de boi e chifre de boi, então é boi!" - essa é a conclusão a que chega a opinião pública.
"Ou, então, é o capeta!" Tratar-se-ia, no caso, de um demônio sonso. Bem ao estilo da "companheirada".
Palocci, no presente governo, tem sido a figura principal - na falta de uma principal figura.
Quando a imprensa levantou dúvidas sobre a recente prosperidade do ministro, as suas respostam levantaram ainda mais dúvidas. Os imóveis não pertenceriam a ele, mas, sim, a uma empresa de consultoria. E a quem pertenceria essa empresa? A ele. Quem seriam os profissionais que trabalham na dita empresa? Somente ele. E quanto aos seus clientes, quem seriam? Ele não pode dizer, porque a informação é confidencial...
É como na fábula. Cadê o queijo? O rato comeu. Cadê o rato? O gato engoliu. Cadê o gato? Foi para o mato. Cadê o mato? O fogo queimou... E desse jeito a história nunca termina.
É um caso raro de alguém que chega à desgraça por esforço próprio. Geralmente isso acontece com a ajuda dos inimigos. Mas quem é inimigo de Palocci?
A oposição não é. No ninho dos tucanos, José Serra e Aécio Neves - os seus mais conhecidos representantes - trataram logo de defender o ministro. Alegaram, para tanto, o benefício da dúvida.
Bem que no interior de São Paulo - à época em que a ave foi adotada como símbolo da social-democracia - os mais antigos já alertavam: "Isso não vai dar certo. O tucano é conhecido como um pássaro que tem bico longo e voo curto".
Quem, então, está querendo derrubar Palocci? Pelo jeito, são os seus pretensos amigos. E - como já foi dito - ele próprio.
Um dos principais mandarins do Palácio do Planalto - depois de apresentar algumas desculpas nada convincentes - aproveitou o momento para dar ainda mais um impulso à polêmica: decretou que a questão estava "encerrada"! Podia estar para ele. Para a opinião pública, estava apenas começando.
É típica dessa gente, que se acredita "de esquerda", a atitude de pretender arbitrar a natureza das coisas. E também a de reivindicar indulgência plenária para todos os pecados que eles mesmos cometem. Entendem que, como a sua causa é nobre, tudo o que fizerem se justifica.
Os liberais - que eles reputam ser da "direita" -, ao menos, são mais humildes. Por aceitarem a natureza humana como ela é, renunciam à ideia de que é possível reformá-la. Contentam-se em cultivar a ética e a integridade como virtudes pessoais. E, no mais, que cada um cuide de si.
Os esquerdistas não são assim. Por acreditarem estar do lado do povo - uma entidade que se torna a cada dia mais abstrata -, eles entendem que jamais fazem nada de errado.
As atrocidades cometidas pelos regimes da direita são indesculpáveis, porque inerentes ao sistema iníquo que ela defende.
Já as barbaridades verificadas nos regimes ditos de esquerda são meros "acidentes de percurso". E plenamente justificáveis, porque, afinal, o que eles buscam é o bem da humanidade...
Só que o "povo" não pensa assim. O "povo" entende que não basta aos homens públicos serem honestos. Eles precisam também parecer honestos. E quando surgem dúvidas, demonstrar que o são de verdade.
Nem Simenon nem Forsyth. A Europa iniciou a semana aturdida pela vida que imita e até supera a mais absurda ficção. No que era para ser um fim de semana modorrento em Manhattan, do outro lado do Atlântico, uma ocorrência de possível crime sexual pôs em cheque o velho continente e gerou perplexidade e indignação irrestritas. Tratou-se da prisão do francês Dominique Srauss Kahn, o superdiretor do FMI, um dos 10 homens mais poderosos do mundo, literalmente flagrado com as calças na mão.
Seria cômico se não fosse trágico. Como em um pavio mediático que correu o mundo, desde logo se soube dos aspectos insólitos do episódio, com graves desdobramentos na governança europeia, já afogada pela crise de sua moeda, pela falência de alguns de seus países e pela mediocridade de sua classe política. Em poucas horas, a sucessão presidencial na França foi abalada, no impacto das imagens que dispensavam legenda: o ex-todo-poderoso Strauss Kahn, barbado, amassado e algemado, transfigurado em cadáver político, a simbolizar o colapso da esquerda francesa e do prestígio europeu.
Alguns aspectos curiosos têm permeado o noticiário sobre os desdobramentos do caso. Primeiro, a vulnerabilidade das pessoas famosas, vítimas do próprio poder, ainda que em situações limite como as que se verificaram. Abstraída a questão da culpa do acusado, que será dilucidada pelos meios de prova disponíveis, o fato já produziu consequências vitais para o futuro imediato de todo um continente.
De fato, pulverizou-se a pretensão presidencial do candidato preferido do eleitorado francês, já cansado de Sarkozy e de sua profusão de luzes. Depois, comprometeu-se a estabilidade do euro e a reconversão das dívidas de Grécia e Portugal, que aguardavam a atuação pessoal da inusitada personagem presa em Nova York, para reescalonar as dívidas, apaziguar os espíritos, as bolsas e os mercados. Em um par de horas, Strauss Khan migrou das elegantes páginas econômicas e das agendas presidenciais para a crônica policial mais viciosa da mídia mundial.
Sem considerar os imprevisíveis desdobramentos que o caso possa ter, em sistema judicial surrealista, em que a honra tem preço e em que tudo pode ser comprado, desde que em sua devida hora, o caso Strauss Khan põe a descoberto o abismo que separa a cultura europeia da cultura norte-americana. Nessa, se é culpado até prova em contrário, sem presunção da inocência e sem respeito à dignidade e à decência a que todos têm direito. Naquela, pessoas poderosas podem quase tudo, beneficiadas pela complacência das instituições e pelos favores da lei.
Sobre o imbróglio, o mítico ex-ministro da Justiça de Mitterrand, Jacques Lang, pronunciou-se sem meias palavras: “A Justiça americana se burla completamente da presunção de inocência”. E a juíza americana do caso, Melissa Jackson, ao decidir pela manutenção da prisão provisória, nem com fiança de milhão de dólares, também não escolheu as palavras: “Fica preso porque pode fugir, depois vemos o resto”.
A considerar os dois modelos em perspectiva, fica claro que os erros estão nos excessos, tanto no rigorismo da lógica dos dólares, como no moralismo versátil e de dupla moralidade em euros, a depender da ideologia ou da classe social dos implicados. Resta agora restituir a funcionalidade do FMI e encontrar rapidamente um sucessor. Aqui, ainda, surgem vozes a afiançar a teoria do complô, que explicaria o inusitado do caso, pelos múltiplos interesses em jogo: os americanos dominam o Banco Mundial, os europeus dominavam o FMI. Agora, abre-se espaço para os emergentes, dentre os quais se elencam as postulações da China e do Brasil.
Por certo, o acirramento do conflito cultural entre Estados Unidos e França ganha com o episódio contornos extraordinários. Em particular, em nichos mais intelectuais da esquerda socialista, que veem seu candidato líder na corrida presidencial ser massacrado em um enredo abominável. Logo na semana de lançamento do filme de Woody Allen Meia-noite em Paris, verdadeira ode de paixão americana pela Cidade Luz. Nada que resista a um pesadelo em Nova York.
Uma lista de 120 nomes de companheiros de partido desempregados - porque perderam as eleições ou não sabem fazer nada - para ocupar cargos bem pagos no governo e em estatais não é só uma afronta a 120 profissionais de alto nível, concursados que estudaram, trabalharam, dedicaram sua vida à carreira e se tornaram os melhores em suas áreas. É um prejuízo incalculável ao país.
Os que sabem mais, os mais competentes, que conhecem mais as estruturas e os problemas da área, serão atropelados pela ignorância e a voracidade dos dirigentes partidários e preteridos, na melhor hipótese, por incompetentes, e, na pior, pelos corruptos de sempre, que apodrecem a máquina estatal por dentro.
Como o partido vai falar em democracia, justiça social, direitos humanos, ética, cidadania, igualdade de oportunidades, sem provocar risos e constrangimentos? Encurralados pela evidência dos danos morais e materiais que essa política faz à nação e às instituições, sem argumentos além das "causas" do partido, eles repetem Lula justificando o mensalão: todo mundo faz.
Dizem que Dilma flambou a lista com as labaredas que saíam de sua boca, com adjetivos que não ficavam nada a dever aos piores de Lula. Companheiros, tremei.
É bom demais para ser verdade, ou para durar, mas o suficiente para alegrar os corações democráticos. O provável é que, pressionada, ameaçada e acuada pelo partido, ela acabe cedendo, ao menos em parte, pela governabilidade. Mas já terá sido um avanço para a ética e a eficiência. Dá-lhe, Dilmão!
O aparelhamento partidário do Estado na era Lula provocou novos comportamentos oportunistas entre funcionários de carreira, que se filiaram aos partidos na expectativa de se beneficiarem de cargos e promoções. Assim, quando eles são indicados aos melhores salários e atropelam colegas mais competentes, podem ser apresentados publicamente como funcionários de carreira. Uma mão suja a outra e todos ficam contentes. Só o país perde.
Instituir a meritocracia em todos os níveis da administração pública é muito mais barato e viável, mas muito mais difícil do que acabar com a miséria no Brasil.
Autor(es): » Cristiane Bonfanti, Jorge Freitas e Larissa Garcia
Correio Braziliense - 20/05/2011
Encontrar pessoal qualificado é um problema enfrentado por 57% das empresas. Faltam engenheiros e operários para as obras de infraestrutura necessárias à Copa do Mundo. Mas há dificuldade até mesmo para contratação de motoristas. (Págs. 1 e 8)
TRABALHO
No Brasil, 57% das empresas têm dificuldades para encontrar profissionais qualificados, terceiro pior resultado do mundo
Defendida ao longo das décadas, a fórmula para atrair talentos nunca foi problema para as empresas, tamanha era a oferta de mão de obra no mercado. Hoje, porém, encontrar profissionais qualificados disponíveis se tornou uma tarefa árdua, que, na maioria das vezes, obriga as companhias a formar seus próprios trabalhadores. Não à toa, o estudo da Consultoria Manpower revela que o Brasil é o terceiro país do mundo no ranking de escassez de mão de obra. Aqui, 57% dos empregadores enfrentam dificuldade em preencher funções, muitas delas básicas, como a de motorista — a média global é de 34%. O resultado é pior apenas que o do Japão (80%) e o da Índia (67%).
Coincidência ou não, no Brasil, os maiores gargalos encontram-se em áreas estratégicas para um país que sediará competições globais como a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
Os profissionais mais escassos são técnicos; engenheiros; motoristas; operários; operadores de produção; representantes de vendas; secretárias e assistentes administrativos; trabalhadores de ofício manual; mecânicos; contadores e profissionais de finanças.
“Na prática, eles estão presentes em empresas de construção civil, de telecomunicações e de tecnologia da informação. Bancos também contratam muitos técnicos, tecnólogos e engenheiros, para as áreas financeiras e de análise de investimentos”, explicou a executiva de Recursos Humanos da Manpower Márcia Almström, responsável pela pesquisa no Brasil.
Limitações Entre os profissionais disputados a tapa, o recém-formado em engenharia Pedro Igor de Araújo, 23 anos, não enfrentou dificuldades para ser contratado. “O mercado da construção civil está aquecido. Da minha sala, ninguém foi para o serviço público. Todos estão na iniciativa privada”, observou. “O Brasil está crescendo em infraestrutura e isso demanda mão de obra”, comentou o colega de profissão, Nagib Maluf, 30. Com 13 anos de carreira, o engenheiro Lander Cabral, 35, também sentiu a evolução do setor. “As condições de trabalho melhoraram muito, além da valorização dos funcionários”, opinou.
O artesão Antônio Marques, 41 anos, está entre os trabalhadores em falta no mercado. Para ele, um dos motivos da escassez é o fato de os brasileiros, cada vez com mais acesso à educação, estarem deixando os serviços manuais.
“Hoje em dia, os filhos não seguem a profissão dos pais, querem coisa melhor. Tenho dois. Uma quer ser médica e o pequeno, fazer faculdade na área de informática.” Embora seja requisitado, o mecânico Antônio Alves, 40, pensa em mudar de profissão. “Retomei os estudos. Nos classificados, sobram vagas para mecânicos, mas os salários são baixos, em torno de R$ 800 mensais.”
O contador José Batista Júnior é mais otimista. “Estou na profissão do futuro. Com a informatização, as empresas não podem deixar de ter o contador”, afirmou. Para operadores de produção, também sobram vagas. “Hoje, sou empresário, mas já fui operador. As pessoas saem da área porque o trabalho é braçal e paga pouco”, acrescentou Cláudio Silva, 36.
Urgência de técnicos
Se quiserem minimizar os prejuízos causados à economia pela falta de profissionais capacitados, empresas, governo e população terão de se unir.
“O resultado só virá na velocidade necessária para o desenvolvimento do país se tudo for feita de forma muito bem alinhada, com prioridade à educação”, afirmou a executiva de Recursos Humanos da Manpower, Márcia Almström.
A seu ver, o descompasso entre a procura e a oferta de empregados deve-se, de um lado, à falta de investimento do governo em cursos técnicos. De outro, à cultura dos brasileiros, que, nos últimos anos, deixaram a educação técnica de lado e se concentraram na formação superior. “A atenção foi, especialmente, para as áreas de Direito e Administração. Hoje, a dificuldade está em setores como infraestrutura e engenharia. Não temos profissionais nem em volume nem em qualidade”, destacou.
Para o técnico em informática Thiago Bezerra Alves, 24 anos, a facilidade em se fazer graduação aumentou o gargalo no setor técnico. “A maioria prefere ter diploma universitário. Assim, algumas carreiras que não exigem ensino superior ficam prejudicadas”, disse.
Em busca de melhores ganhos, a secretária Rose Lima Araújo, 22, começou uma graduação em psicologia, e deve aumentar o gargalo na área de secretariado. “O mercado de trabalho exige muito. Quero um salário melhor e, por isso, pretendo deixar esse ramo”, explicou.
Economista da Opus Gestão de Negócios e professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ), José Márcio Camargo alertou para a falta de uma política que garanta a qualidade já na educação básica. “O Estado brasileiro gasta sete vezes mais no ensino superior do que no básico. E isso não deve mudar. A tendência é que mantenhamos o nível de instrução de nosso trabalhador relativamente baixo”, afirmou.
Se quiser capacitar mão de obra técnica, o Brasil terá de enfrentar uma corrida contra o tempo, no entendimento do coordenador de Pós-Graduação e MBA da Trevisan Escola de Negócios(SP), Olavo Hermínio Furtado. “A sociedade tem de mudar a sua postura e ser mais agressiva. Precisamos de empresas treinando seus empregados e de milionários doando fortunas a escolas, como acontece nos Estados Unidos.” (CB, JF e LG)
Em falta
Confira o ranking das 10 profissões com maior escassez de talentos no Brasil
1º Técnicos
2º Engenheiros
3º Motoristas
4º Operários
5º Operadores de produção
6º Representantes de vendas
7º Secretárias e assistentes administrativos
8º Trabalhadores de ofício manual
9º Mecânicos
10º Contadores e profissionais de finanças
Nações com maior dificuldade para encontrar talentos Países Índice de empresas atrás de mão de obra
Japão 80%
Índia 67%
Brasil 57%
Austrália 54%
Taiwan 54%
Romênia 53%
Estados Unidos 52%
Argentina 51%
Turquia 48%
Suíça 46%
Fonte: Pesquisa Anual de Escassez de Talentos, do ManpowerGroup