PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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quarta-feira, fevereiro 13, 2008

XÔ! ESTRESSE [In:] OS CARTÕES NÃO MENTEM... *




























[Chargistas: Myrria, Lila, Simanca, M.Aurélio, Lézio, Samuca, Frank, Tiago, Ivan, Solda, Zope, Amâncio, Simon].
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(*) PINTO, Sílvia Regina. As cartas não mentem jamais. In: Tramas e Mentiras: Jogos de verossimilhança. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005.

CIRO GOMES/TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO: [?]



Autoritário ou enérgico? Arrogante ou determinado? Imprudente ou corajoso? O estilo de liderança a que se propõe Ciro Gomes constitui um enigma. Prestes a ser levado à vitrine de 2010 como presidenciável do PSB, o deputado vem tentando calibrar o discurso. Parece esforçar-se para demonstrar que as segundas opções são as corretas. Seria brioso e arrojado. Mas não insensato.
Nesta quinta-feira (14), porém, Ciro foi como que atropelado por uma recaída. Em meio a um debate altivo sobre o projeto de transposição do rio São Francisco, dirigiu-se em termos no mínimo impróprios à atriz Letícia Sabatella, que fora ao Congresso para protestar contra a obra, junto com outros atores. Indicador em riste, Ciro disse ter optado por tornar-se um combatente na defesa do projeto, deflagrado por ele, à época em que era ministro da Integração Nacional. A certa altura, a “fera” disse à “bela”: "Não sei se estou no mesmo lugar que o seu, mas é parecido. Eu, ao meu jeito, escolhi a opção de meter a mão da massa, às vezes suja de cocô, às vezes. Mas minha cabeça, não, meu compromisso, não." À sua maneira, Ciro recomendou a Letícia que leve a mão à consciência: "Tecnicamente é necessário que os críticos tomem juízo, não no sentido negativo da palavra, mas para ver se é possível. Por alguns [críticos] não tenho respeito. Faço honestamente essa confissão porque não percebo boa fé em alguns."
Cabe a pergunta: se Ciro trata Letícia assim, imagine-se o que fará quando estiver com os pés plantados num eventual palanque de 2010. Não faltarão adversários dispostos a testar-lhe a capacidade de domar o já conhecido temperamento mercurial.
Escrito por Josias de Souza, Folha Online. Foto: Lula Marques/Folha.

LULA & FHC/CARTÃO CORPORTATIVO [In:] BRINDADOS COM BLINDAGEM



O entendimento que tornou viável a CPI dos Cartões teve a participação direta de Lula e de Fernando Henrique Cardoso. Os prepostos de Lula foram Romero Jucá, líder do governo no Senado, e o ministro José Múcio, coordenar político do Planalto. FHC foi ouvido pelo presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), e pelo deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), autor do pedido de CPI que acabou prevalecendo.
Ficou entendido, informalmente, que o foco da investigação será o sistema de pagamentos por meio de cartões, não os chefes dos dois governos ou os seus familiares. Na reunião que manteve com Jucá, nesta segunda-feira (11), Sampaio foi explícito. Disse que a CPI, nos termos expostos em seu pedido, não tinha Lula como alvo. Mais: Sampaio esclareceu que, embora parta dos cartões da era Lula, o seu requerimento permite que, surgindo fatos “correlatos”, sejam apuradas também as chamadas “Contas B”, que supriam os fundos das pequenas despesas do governo antes da criação dos cartões. Era tudo o que o governo desejava ouvir. Consultado, o Planalto deu sinal verde Jucá, que abraçou a proposta de CPI mista, com deputados e senadores.Sampaio agendara o encontro com Jucá no domingo. Tivera o cuidado de comunicar ao presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). Também no domingo, Guerra recebera um telefonema José Múcio, pernambucano como ele e seu amigo. O coordenador político de Lula disse-lhe, segundo apurou o blog, que o governo estava favorável à investigação dos cartões, mas desejava uma CPI “civilizada”, que preservasse Lula e também FHC. Nesta segunda, Carlos Sampaio e Sérgio Guerra conversaram, pelo telefone, com FHC. Ouviram dele o seguinte: não acha razoável que a investigação alcance o seu período de governo sem que haja nenhuma denúncia. Mas não receia a apuração. Em diálogo com um terceiro político tucano, FHC chegou a fazer piada: “Os vestidos da Ruth era eu mesmo quem pagava”, disse, entre risos. Por segurança, o tucanato decidiu munir-se de dados. Encomendou-se a Eduardo Jorge, ex-secretário-geral do Planalto no governo FHC, uma pesquisa sobre as informações relacionadas aos gastos com cartões e com as Contas B durante a gestão de seu ex-chefe. Sérgio Guerra desfilou pelo Senado um discurso moderado. Sem mencionar a conversa com José Múcio, disse o seguinte: “Nesse debate dos cartões, muita coisa que é verdadeira e relevante se confunde com outras coisas que não são verdadeiras, embora pareçam relevantes.” O presidente do PSDB acrescentou: “É importante que essa investigação seja feita. Primeiro porque há exageros. Segundo porque é evidente que os cartões são bons e precisam ser aprimorados. Mas tudo deve ser conduzido com muito equilíbrio, para que a gente consiga chegar a algum lugar.” E quanto ao presidente e aos filhos do presidente? “É evidente que ninguém está blindado. Mas isso não pode ser foco da investigação. O que é segurança mesmo tem de ser preservado. O que não for segurança deve ser visto. Mas ninguém faz uma CPI só pra isso.” Defende, de resto, que os gastos comprovadamente vinculados à segurança do presidente e de seus familiares devem ser tratados como sigilosos. O entendimento informal selado na reunião entre Jucá e Sampaio foi precipitado pela movimentação do deputado tucano, que empenhava-se há dias para pôr de pé o pedido de CPI que formulara havia duas semanas. Se dependesse de Sérgio Guerra, as conversações teriam se dado de outro modo. Envolveriam a bancada de senadores tucanos e os parceiros oposicionistas do DEM. Para o presidente do PSDB, o governo gere de forma inadequada a crise dos cartões. Ele diz que, em entrevista concedida na semana passada, a minsitra Dilma Rousseff, "tratou do problema como se não dissesse respeito ao governo". Queixa-se da tática de arrastar FHC para o centro do problema:
"Toda a vez que o governo é acusado, ele remete para o passado. Isso não é uma coisa honesta. Recebem uma acusação e dizem: eu fiz, mas quem nao fez? Isso é recorrente. Dessa vez, eles se moveram para trás, com FHC, e para o lado, com José Serra. Não é coisa de gente séria. O importante é fazer uma investigação correta, de maneira construtiva. De modo que o Senado possa continuar trabalhando." Do modo como foi conduzido, o acerto não-declarado marginalizou os senadores do PSDB e do DEM, que não se sentem comprometidos. O líder tucano Arthur Virgílio, por exemplo, elogia os termos do requerimento de CPI de Carlos Sampaio. Acha que é o "ideal". Entre quatro paredes, porém, insurge-se contra qualquer coisa que se pareça com um acordo capaz de restringir as investigações. Acha que o PSDB deve comparecer à CPI de lanças em punho. Em privado, José Agripino Maia (RN), líder do DEM, dá de ombros para os acertos informais. Diz que "os fatos é que vão ditar os rumos da investigação, não as conveniências de A ou de B". Sustenta que o "fato determinado" a ser apurado na CPI diz respeito à gestão Lula. "Não adianta tergiversar nem tentar escamotear." De resto, senadores como Demóstenes Torres (DEM-GO) e Álvaro Dias (PSDB-PR) tampouco parecem o dispostos a preservar Lula.Reservadamente, Demóstenes chega a dizer que, havendo irregularidades no período de FHC, não há acordo capaz de deter a averiguação. Deve-se investigar com o mesmo rigor, opina.
Nesta terça, os líderes do PSDB e do DEM reúnem as suas bancadas no Senado. Antes, Virgílio e Agripino tentarão afinar as respectivas violas, em encontro prévio que deve contar com a presença de Sérgio Guerra. Tucanos e 'demos' querem chegar ao encontro de líderes marcado por Garibaldi Alves (PMDB-RN), na presidência do Senado, tocando os mesmos acordes.Como exemplo da "civilidade" que espera receber do tucanato, Lula enviou, por meio de um portador de sua confiança, um recado ao PT: deseja que o PT conduza com "responsabilidade" o debate em torno dos cartões de débito do governo de José Serra, na Assembléia Legislativa de São Paulo. Resta saber se o presidente controla os seus "radicais". De concreto, por ora, apenas uma evidência é nitidamente irrefutável: como todas os infortúnios que infelicitam o brasileiro, os cartões oficiais converteram-se em mote de piadas.
Escrito por Josias de Souza, Folha Online. [1202]. Foto matéria.

CPI/CARTÃO CORPORATIVO: GRANDE É O QUE CONTA...


Do modo como foi formulado pelo PSDB e aceito pelo governo, o pedido de CPI dos Cartões exclui de sua composição os deputados de legendas pequenas. Ficam de fora, por exemplo, o PV de Fernando Gabeira (RJ), o PSOL de Chico Alencar (RJ), o PPS de Raul Jungmann (PE) e o PSB de Luiza Erundina.
“Houve uma redução absurda da pluralidade. Deixaram os barulhentos de fora”, lamenta Jungmann. “Será uma CPI dos que sustentam o Lula –PMDB e PT—misturados aos que sustentaram o Fernando Henrique –PSDB e DEM”, ecoa Gabeira. Chico Alencar arremata: “É comum dizerem que todos sabem como uma CPI começa, mas ninguém sabe como ela acaba. No caso da CPI dos Cartões, já se sabe, pela própria composição, como ela começa e também como vai terminar.” Pelo regimento, uma CPI mista pode ser composta por até 34 congressistas. O pedido da comissão dos cartões, porém, anota que tomarão parte da apuração apenas 22 parlamentares –11 deputados e 11 senadores. Na Câmara, respeitando-se a proporcionalidade das bancadas, vão à comissão oito deputados do consórcio governista. As outras três vagas serão divididas entre PSDB e DEM. O critério adotado, por draconiano, levou a “Terceira Via” a questionar até mesmo a validade da denominação do grupo. “Já nem sei se somos a ‘terceira via’. Passamos a ter no Congresso, agora mais do que nunca, uma via só, de mão única”, diz Chico Alencar. “Talvez a gente rebatize o grupo de ‘Pró-Congresso’”, afirma Gabeira. Gabeira, Jungmann, Alencar e Erundina integram, junto com outros deputados, um movimento constituído no início da atual legislatura, para dar suporte à candidatura de Gustavo Fruet (PSDB-PR) à presidência da Casa. Embora derrotado por Arlindo Chinaglia (PT-SP), o grupo não se desfez. Reúne-se periodicamente. Deu-se no ano passado a ação mais recente do grupo: uma campanha intitulada “Fora, Renan”, que, a despeito do barulho, sucumbiu ao corporativismo do Senado. Nesta terça-feira (12), a “Terceira Via” decidiu, em reunião, insurgir-se contra o que seus integrantes chamam de “manobra para domesticar a CPI” dos Cartões. Curiosamente, Carlos Sampaio (PSDB-SP), autor do pedido de CPI, é considerado um deputado próximo à “Terceira Via”. O grupo começou a se estranhar com ele depois dos entendimentos que firmou com o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), para tornar viável a instalação da CPI Mista dos Cartões. “Ficou para nós um sabor de acordo, com o objetivo de excluir da investigação o Lula, o Fernando Henrique e suas respectivas famílias”, diz Gabeira. “E nós não podemos compactuar com isso. Não temos força para impor uma CPI contra o governo. Mas lançaremos mão das nossas armas. Ficaremos no pé deles, denunciando todas as manobras.” “Queremos uma investigação sem limites além daqueles previstos na Constituição”, reverbera Chico Alencar. “Numa República, nenhum cidadão está acima das leis. Nem Lula nem Fernando Henrique nem o mais humilde servidor público”, acrescenta Jungmann. Da reunião desta terça, além dos três, participaram Júlio Delgado (PSB-MG), Luiza Erundina (PSB-SP), Raul Henry (PMDB-PE), Ivan Valente (PSOL-SP), Luciana Genro (PSOL-RS) e Gustavo Fruet (PSDB-PR). Esteve também na reunião o tucano Carlos Sampaio, autor do pedido de CPI. Ele disse aos colegas que o acordo que firmara com Jucá restringia-se à abertura de uma CPI mista, em vez de uma comissão exclusiva do Senado. Embora Sampaio tenha assegurado que o acerto com o líder do governo não incluiu nenhum tipo de “blindagem” a Lula ou a FHC, o grupo manteve o pé atrás. Ouça-se Gabeira: “O próprio Carlos Sampaio deu entrevistas falando que o foco da CPI não era os gastos dos presidentes. O [Antonio Carlos] Pannunzio, líder do PSDB, declarou que o objetivo não é chegar à lingerie. Parece claro que há um acordo. E acordos como esse não precisam ser formalizados em papel.” O nariz virado em relação à movimentação de Sampaio não se restringe à “Terceira Via”. A reunião com Jucá ateou contrariedades no próprio PSDB. Uma contrariedade que, nesta terça-feira (12), extrapolou as paredes dos gabinetes. Nesta terça-feira (11), os líderes Arthur Virgílio (PSDB) e José Agripino Maia (DEM) convidaram para almoçar no Porcão, uma churrascaria chique de Brasília, oposicionistas de diferentes partidos. Um dos objetivos do repasto era justamente o de espantar o fantasma da “blindagem” de Lula e FHC. A certa altura, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) investiu, em discurso, contra Sampaio. Dias acusou o companheiro de partido de ter fechado com Jucá um acordo para domar a apuração dos gastos com cartões. "Nunca vi oposição fazer acordo com o governo para investigar o governo", disse. E Sampaio: "Eu me senti ofendido. Prefiro uma CPI mista que seja chapa-branca, mas que aconteça." Repetiu que não firmou com Jucá nenhum pacto de não-investigação.” À noite, ao rememorar o embate em conversa com o blog, Álvaro Dias evocou um comentário que diz ter ouvido de um amigo: “O sexo do povo é macho. O eleitor não gosta de oposição que alisa governo.” Antes, em pronunciamentos no plenário, Virgílio e Agripino Maia informaram o que ficara acertado no almoço. A oposição não abre mão de ocupar um dos assentos do comando da CPI: ou a presidência ou a relatoria. Do contrário, voltará a obstruir as atividades do plenário do Senado. De resto, negaram, em timbre veemente, a intenção de impor restrições à investigação.
Pelo sim, pelo não, a “Terceira Via” optou pela “vigilância”. Ouça-se, de novo, Gabeira: “Existe um lado do PSDB que sempre negocia com o governo nas nossas costas. Eles já fizeram isso na eleição do Arlindo Chinaglia para a presidência da Câmara. O próprio Carlos Sampaio votou no Chinaglia.”
Escrito por Josias de Souza, Folha Online, 1302.

"QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?"

Senado aprova 'Lei Renan' para afastar denunciados do cargo. BRASÍLIA - O chamado pacote ético do Senado finalmente avançou no plenário, com a aprovação nesta terça-feira, 12, do projeto de resolução que determina o afastamento temporário de membros da Mesa diretora, da corregedoria e da presidência das comissões acusados em denúncias de quebra de decoro parlamentar aceitas pelo Conselho de Ética. A medida entra em vigência dia 1º de março, cinco meses depois de ter sido aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), durante a crise provocada pela insistência do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) em permanecer na presidência do Senado mesmo respondendo a quatro processos no conselho. Rosa Costa, de O Estado de S. Paulo. 1302.

BRASIL/AMAZÔNIA LEGAL [In:] O QUE É "LEGAL"?


''''Amazônia não é um santuário'''', diz Lula

Em meio a críticas pelo aumento do índice de desmatamento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que é preciso adotar um modelo para preservar a biodiversidade da Amazônia sem impedir que os habitantes da região tenham acesso a bens de consumo e ao mercado de trabalho.
''''Não somos daqueles que defendem a Amazônia como um santuário da humanidade'''', afirmou, em encontro com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, na Guiana Francesa. ''''Do lado brasileiro moram quase 25 milhões de pessoas que querem trabalho, comer, ter carro e ter acesso aos bens produzidos.'''' O presidente disse, porém, que o governo está atento ao problema da destruição do meio ambiente, em especial da floresta amazônica. ''''O desafio que está colocado para nós é compatibilizar uma política de desenvolvimento da Amazônia levando em conta a questão ambiental, (o desafio é) como aproveitar para o bem da humanidade toda a extraordinária biodiversidade ainda muito desconhecida dos homens.'''' Ele defendeu, para isso, acordos de cooperação entre França e Brasil com o objetivo de estudar a biodiversidade na região. ''''Uma das coisas que me encantam e encantam o presidente Sarkozy é a idéia de começarmos a discutir juntos a questão da biodiversidade.''''
SOLUÇÃO EQUILIBRADA
O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse ontem que pretende se reunir com técnicos do governo para encontrar uma solução equilibrada para o problema do desmatamento da Amazônia. Numa reunião com representantes de produtores, agricultores, prefeitos e parlamentares de Mato Grosso, Stephanes disse que vai buscar uma articulação com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Ele sinalizou que não vai abandonar os produtores rurais, que são apontados pelos ambientalistas como os grandes responsáveis pelo desmatamento da Amazônia. Stephanes, segundo um interlocutor que participou da reunião, afirmou que ''''não vai defender pessoas que trabalham na ilegalidade, mas não vai abandonar quem trabalha direito''''. ''''O ministro disse que vai trabalhar para encontrar uma solução para quem desmatou dentro do que a lei permitia'''', disse o deputado Homero Pereira (PR-MT). A intenção é tratar dos casos de desmatamento anteriores a 1996 - antes, portanto, do decreto que impôs na Amazônia preservar 80% da floresta das fazendas, podendo usar os 20% restantes para atividade econômica. O ministro da Agricultura fez os comentários depois de a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, ter anunciado anteontem que o governo não dará prioridade à discussão sobre a anistia aos ruralistas que fizeram desmatamento superior a 20% de suas propriedades na Amazônia Legal. O ministro disse que a discussão sobre a concessão de anistia foi feita de maneira equivocada. Stephanes também disse que vai propor ao governo uma discussão sobre as regras do Decreto 6.321, publicado no final do ano passado. ''''Ele concordou com as nossas posições e disse que o decreto tem de ser revisto'''', disse o vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Normando Corral. Na prática, diz ele, o decreto proibiu novos desmatamentos nas áreas da Amazônia Legal. A norma estabelece que o MMA edite anualmente uma portaria com informações sobre a evolução do desmatamento nos municípios do bioma amazônico. Para que o governo possa monitorar as propriedades, os produtores desses municípios precisarão se recadastrar no Incra, o que, dizem eles, é tecnicamente impossível. ''''O Incra não tem estrutura. A idéia é abrir o diálogo e propor alternativas'''', disse o deputado. Caso não cumpram as regras, os produtores perdem o direto a linhas de financiamentos oficiais.
Leonêncio Nossa Fabíola Salvador, Folha Online, 1302.

GASTOS PÚBLICOS [In:] GASTAR "É PRECISO"!!! *

Dois ministros embolsaram ajuda indevida

Depois dos cartões corporativos, outra forma de pagamento de despesas de ministros e servidores revela irregularidades. Em 2007, o ministro dos Portos, Pedro Brito, e o secretário-executivo da Fazenda, Nelson Machado, então ministro da Previdência, embolsaram de forma indevida R$ 8.300 e R$ 18 mil, respectivamente.
O dinheiro é uma ajuda de custo para quem é transferido de cidade. Ambos mudaram de funções, mas nunca saíram de Brasília.
As informações sobre os pagamentos estão na rubrica "restituições e indenizações" do Portal da Transparência -o mesmo que trouxe as revelações sobre os cartões corporativos do governo. O portal é mantido pela CGU (Controladoria Geral da União). Esses valores foram pagos pelo governo a título de "ajuda de custo", uma indenização prevista em lei para o servidor público que muda de cidade para assumir um novo posto. No caso de Brito, a "mudança" foi apenas de pasta. Ele saiu do Ministério da Integração em março, foi anunciado para a Secretaria dos Portos em abril e tomou posse em maio. Mas a Presidência lhe pagou o valor equivalente a um salário como "ajuda de custo", no dia 31 de julho. Segundo sua assessoria de imprensa, Brito nunca deixou de ter residência oficial em Fortaleza e apenas passa a semana em Brasília, onde se hospeda em apart-hotel com o auxílio-moradia pago separadamente. Fazia isso enquanto ainda era ministro da Integração Nacional.
Já no caso de Machado, a "ajuda" foi paga com mais rapidez e pelo Ministério da Previdência, do qual foi o titular até 29 de março, quando Luiz Marinho tomou posse na reforma ministerial. Uma semana depois, no dia 4 de abril, ele foi nomeado para sua atual função na Fazenda, também em Brasília. Apesar disso, foi feito um ofício que o "devolvia" ao governo de São Paulo. A data do ofício é do dia 10 de abril, conforme informação da assessoria de imprensa da Previdência. Nos dias 12 e 13 de abril foram feitos dois depósitos em sua conta: R$ 83,40, por indenização de transporte, e R$ 17.986,05, equivalente a seu salário. O valor se refere à sua remuneração como funcionário da Receita em São Paulo, de onde foi requisitado, mais 60% do salário de ministro. "A remuneração, no caso aqui, é a de São Paulo, porque a daqui é uma miséria", disse Machado. Machado disse à Folha que ele tem direito a essa verba porque foi "demitido" e não fez a devolução ao Tesouro, mesmo não tendo mudado. "É uma indenização pela exoneração." Ele confirma que não chegou a fazer a mudança de seus pertences, devido ao novo convite de trabalho em Brasília. De acordo com o decreto 4.004 de 8 de novembro de 2001, o servidor tem direito à ajuda de custo para despesas de "viagem, mudança e instalação" quando é mandado para servir "em nova sede, com mudança de domicílio em caráter permanente". Mas a ajuda deve ser devolvida se o deslocamento para a nova sede não ocorrer em 30 dias ou se o servidor regressar em menos de 90 dias, segundo o mesmo decreto.Procurada a respeito do caso de Nelson Machado na segunda-feira, a Controladoria Geral da União afirmou que o argumento apresentado, conforme repassado pela reportagem, é "inadequado"."É o caso de ressarcimento, devolver a indenização", disse Luiz Navarro, secretário-executivo da CGU."Não está correta a leitura de que é uma "indenização" por demissão. É para ajudar e compensar as despesas de instalação no novo local", completou. Ele disse que acionará sua equipe para analisar o caso. Ontem, procurado novamente pela Folha, a CGU afirmou que só poderá comentar os casos após uma investigação.Há outro caso de recebimento dessa verba por ministro que depois assumiu outro posto em Brasília, mas o prazo excede o limite do decreto: o ex-ministro da Agricultura Luis Carlos Guedes Pinto cedeu o posto a Reinhold Stephanes em março e só assumiu a vice-presidência de Agronegócios no Banco do Brasil em julho.Os outros dois ministros que fizeram uso dessa verba foram os ministros Roberto Mangabeira Unger (Planejamento de Longo Prazo) e Marta Suplicy (Turismo), que assumiram as funções neste ano e não moravam em Brasília antes disso.Os valores recebidos a título de "restituições e indenizações" estão no Portal da Transparência da CGU, de forma separada do atual escândalo das farras dos cartões corporativos.Além da ajuda de custo, há outros pagamentos aos ministros, como o auxílio-moradia. Eles têm direito a até R$ 1.800 mensais (R$ 21,6 mil ao ano).

Folha Online, LEILA SUWWANDA SUCURSAL DE BRASÍLIA. 1302.

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(*) Parafraseado de Fernando Pessoa: "Navegar é preciso; viver não é preciso".

CARTÃO CORPORATIVO/GOVERNO LULA: GASTOS PÚBLICOS & SIGILO

Lula defende cartões e sigilo para gastos com segurança

MACAPÁ - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje, em entrevista no aeroporto de Macapá, que o cartão corporativo é a forma mais séria e transparente de cuidar dos gastos públicos. "O que precisamos é, a partir da deficiência, fazer as correções necessárias e continuar colocando na internet para que a população brasileira tenha acesso às informações", afirmou. "Acho que todo mundo tem de mostrar corretamente aquilo que gastou ''todo santo dia''", completou. Ele disse não temer a instalação de uma CPI no Congresso para investigar o uso incorreto dos cartões. Lula creditou as denúncias a um "segmento da oposição" que estaria torcendo para o governo dar errado. No entanto, disse que os dois maiores partidos de oposição - PSDB e DEM - não estariam por trás dessas supostas tentativas para fazer o governo fracassar. Lula defendeu, no entanto, que gastos com a segurança pessoal do presidente da República e sua família devem ser mantidos em sigilo. Ele citou o caso do primeiro ministro do Timor Leste, José Ramos Horta, que neste final de semana sofreu um atentado. "Só tem um gasto que não deve ser explicitado: o da segurança. Segurança é uma coisa muito delicada", disse. "Agora vejam o que aconteceu no Timor Leste". Lula foi questionado se as declarações dele se diferenciavam das declarações de ministros como Dilma Roussef (Casa Civil) e Jorge Armando Félix (Segurança Institucional), que defenderam que boa parte dos gastos da Presidência não sejam informados no Portal da Transparência. Lula apenas respondeu reforçando a sua opinião de que os gastos da segurança pessoal do presidente e da família devem ser mantidos em sigilo. Em relação a um comentário de que a Presidência estava considerando todos os gastos como de segurança, Lula evitou falar, enquanto já estava encerrando a entrevista.
LEONENCIO NOSSA, ENVIADO ESPECIAL - Agencia Estado. 1302.