PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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valor ...ria...nine

folha gmail df1lkrha

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segunda-feira, agosto 24, 2009

XÔ! ESTRESSE [In:] ... ''A VOLTA DOS QUE NÃO FORAM''

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[Homenagem aos chargistas brasileiros].
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BRASIL: ELEIÇÕES, EDUCAÇÃO FORMAL, ELEITORES,

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Por que a educação não dá voto?


O resultado das urnas no passado revela que o eleitor de baixa renda costuma dar prioridade ao bolso – e não à escola. Como é possível mudar isso?
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Isabel Clemente e Mariana Sanches
Ricardo Labastier
BOLSA-ESCOLA
No governo do Distrito Federal, Cristovam Buarque pagava para que crianças carentes continuassem estudando. Mesmo assim, não se reelegeu.
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Uma das verdades mais incômodas da política brasileira envolve um assunto que está na cabeça de pais, professores e estudiosos de todo o país – a pouca importância que o eleitor atribui às propostas para a educação na hora de escolher seu candidato. “Educação não dá voto. Dá reconhecimento”, diz o deputado federal Alceni Guerra (DEM-PR). Ex-ministro da Saúde, prefeito de Pato Branco, cidade com 70 mil habitantes no Paraná, entre 1997 e 2000, Alceni sabe o que está dizendo. No dia da posse, implantou o ensino integral na rede pública da cidade. Criou benefícios diretos para 10 mil alunos da rede pública, que passou a oferecer aulas de Balé e Inglês para crianças a partir dos 6 anos de idade. Mesmo assim, quatro anos depois, ao enfrentar o teste das urnas, perdeu para seu maior adversário. “Sempre que aparecia um problema na cidade, fosse um buraco de rua ou um problema no posto de saúde, diziam que a culpa era do prefeito, que só pensava em educação”, diz Alceni.

O comportamento do eleitorado de Pato Branco está longe de ser raridade. As pesquisas mostram que a maioria dos brasileiros adora lembrar a importância da educação para o futuro dos filhos e o progresso do país. Mas, na hora de votar, existem outras prioridades. A última enquete do Ibope encomendada pelo Todos pela Educação – um movimento social apartidário e privado criado em 2006 – revelava a educação em sexto lugar na longa fila das prioridades. Isso ainda era um avanço – no ano anterior, a educação estava em sétimo, atrás de emprego, saúde, segurança, combate às drogas, corrupção e fome.

Eleito governador do Distrito Federal em 1994, o senador Cristovam Buarque fez carreira como criador do Bolsa-Escola, o avô do Bolsa-Família, programa pioneiro em remunerar famílias carentes pela presença da criançada na sala de aula. Nem assim conseguiu se reeleger. Quatro anos depois, foi derrotado por Joaquim Roriz, um pródigo distribuidor de lotes de terras, cujos erros de concordância em pronunciamentos oficiais fazem o folclore da política local. Candidato presidencial em 2006, Cristovam não passou da condição de concorrente nanico. “Construir universidades dá voto, até o analfabeto apóia por causa do status que a cidade ganha. Educação não. Geralmente, uma escola boa não faz parte do universo de desejo do mais humilde, como um carro, uma casa ou o tênis. É algo muito distante”, diz Cristovam.

74% dos municípios pobres onde os gastos em educação cresceram mais que as transferências de renda não

Dá para mudar essa realidade? Há sinais de que isso pode ser possível. Na semana passada, o movimento Todos pela Educação divulgou uma campanha para orientar o eleitor, com o intuito de tornar a educação uma prioridade na hora do voto (leia as principais dicas da campanha). Em alguns municípios, políticos que investiram em educação se deram bem nas urnas. Nos últimos 12 anos, em Campo Limpo Paulista, a 40 quilômetros de São Paulo, a educação tem sido a principal aposta da Prefeitura. Quando se elegeu pela primeira vez prefeito da cidade, em 1996, o médico cirurgião Luiz Antônio Braz teve só 255 votos a mais que o segundo colocado. A máquina inteira de educação municipal se resumia a duas creches e duas salas de alfabetização de adultos. “Eu queria transformar a cidade em um pólo de tecnologia. Para isso, precisávamos melhorar a s qualidade da mão-de-obra que formávamos aqui.” Em oito anos, subiu para 25 o número de escolas, entre novas e municipalizadas. No segundo mandato, Braz empregou 63% do orçamento da cidade em educação. Capacitou professores e criou salas de computação em todas as escolas. Ele se reelegeu em 2000 com 47% mais votos que o segundo colocado. Quatro anos depois, fez como sucessor Armando Hashimoto, com larga margem. Seu material de campanha se concentrava nos avanços na área da educação.

Mas nem Braz nem Hashimoto creditam a vitória exclusivamente ao trabalho feito na educação. Braz diz ter asfaltado quase metade das vias da cidade e acredita ter ficado mais conhecido por essa realização. A intuição do prefeito é confirmada por estudiosos dos humores eleitorais. Estudos revelam que a saúde sempre está em primeiro lugar – num país onde a fila para muitos exames leva meses. “Enquanto o básico – viver ou morrer – não for uma questão resolvida, o eleitor terá dificuldade de valorizar investimentos em educação no Brasil”, diz o sociólogo Alberto Carlos Almeida, autor do livro A Cabeça do Brasileiro.

Frederic Jean
FOI A EDUCAÇÃO?
O prefeito Hashimoto, de Campo Limpo, em São Paulo, foi eleito sucessor de Braz (à dir.). No segundo mandato, Braz gastou 63% do orçamento próprio da cidade em educação. Mas ambos acham que o asfalto rendeu mais voto.

Uma pesquisa inédita, de dois economistas brasileiros da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, ajuda a entender melhor a visão do eleitorado sobre a educação. Depois de investigar minuciosamente gastos, características socioeconômicas e resultados das eleições de 2000 e 2004 em 5.250 municípios brasileiros, os pesquisadores Leonardo Bursztyn e Igor Barenboim descobriram que, nas cidades pobres onde se gastou mais com educação, os prefeitos tiveram menos chances de se reeleger ou de fazer sucessor. Dois resultados chamam a atenção: 74% dos municípios pobres onde os prefeitos aumentaram mais o investimento em educação que os gastos com assistência social não se reelegeram nem emplacaram seus partidos ou coligados. Em compensação, nas cidades pobres onde os gastos com transferência de renda subiram mais, 65% dos prefeitos se reelegeram ou fizeram sucessor. Conclusão: dinheiro no bolso parece contar mais do que filho na escola.

A proposta inicial do trabalho de Bursztyn e Barenboim, intitulado “Educação ganha eleições?”, era responder a uma pergunta intrigante: por que um país como o Brasil, onde 100% das pessoas reconhecem as deficiências da educação e sua importância para o futuro do país, enfrenta tanta dificuldade para resolver o problema? Os dois estudiosos lembram que a lista de causas é grande e complexa, mas que, na hora do voto, a decisão é definida pelo horizonte econômico do eleitor. Nas cidades pequenas, que formam a maioria dos municípios brasileiros, leva-se uma vida de dinheiro curto e orçamento controlado, em que o salário mínimo chega a ser quase um privilégio, e metade do eleitorado sobrevive com renda média de R$ 100 por mês ou até menos. “Nessa situação, se puder escolher entre ganhos futuros e respostas para os problemas imediatos, o eleitor sempre ficará com a segunda opção”, diz Bursztyn.

Outro dado contribui para a permanência dessa situação. A experiência ensina que as famílias de gente com baixa escolaridade – e que teriam mais necessidade de boas escolas – são aquelas que menos valor atribuem à educação. A história do sociólogo Florestan Fernandes, um dos mais festejados intelectuais da esquerda brasileira, é um bom exemplo disso. Ele foi criado por uma mãe que não sabia ler nem escrever. Ela queria que seu filho interrompesse os estudos – em que seria consagrado – e fazia o possível para que ele parasse de perder tempo e começasse a trabalhar para pagar as contas no fim do mês. “Os mais pobres tendem a ter menos anos de estudo e a valorizar menos ainda o que eles mesmos não tiveram”, diz Barenboim.

65% dos municípios pobres onde as transferências de renda cresceram mais do que os gastos em educação reelegeram o prefeito

Embora os argumentos a favor da boa educação tenham a idade dos regimes republicanos, não param de surgir novas descobertas para confirmar sua validade. Sabe-se hoje que as boas escolas criam cidadãos autônomos, mais produtivos e menos dependentes e recorda que ali funciona a regra do quanto mais cedo, melhor. “Não existe investimento com retorno social maior do que investir na primeira infância. Ele só não é alto do ponto de vista eleitoral porque, para começar, criança não vota”, diz o economista Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas do Rio. As propostas do movimento Todos pela Educação podem ser um bom começo para levar a educação ao topo da lista de prioridades.

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http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI11038-15223,00-POR+QUE+A+EDUCACAO+NAO+DA+VOTO.html

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(EU) AVISO AOS NAVEGANTES: ''NA ACADEMIA, QUERER NÃO É SER..."

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Todo mundo quer ser doutor

Pode ser um sinal de que, em certo sentido, a era Lula foi superada


Monica Weinberg

Ricardo Stuckert/PR
DOUTOR HONORIS CAUSA
Lula recebe um título na Fiocruz: "Diploma não mede inteligência"


Aconteceu na semana passada, e deverá acontecer com frequência daqui em diante: pequenos sinais no debate político mostrando que, em certo sentido, a era Lula está sendo superada. O episódio teve como protagonistas o senador petista Aloizio Mercadante e o governador de São Paulo, José Serra, possível candidato tucano na campanha presidencial de 2010. O tema da discussão era o diploma universitário. Desta vez, no entanto, o que estava em jogo eram o brilho e a exatidão do currículo acadêmico de cada um – e não o valor prático ou simbólico da educação formal, um assunto sobre o qual Lula discursou tantas vezes, quase sempre de maneira infeliz.

Ao longo de toda a carreira política, Lula se esforçou (com sucesso) para provar que um torneiro mecânico que jamais chegou à universidade estava apto a exercer a Presidência do país. Bastava martelar a tecla de que numa democracia as oportunidades devem estar abertas a todos. Mas ele também lançou mão de outros dois tipos de argumento. Primeiro, dizer que o diploma é um emblema da "elite" – palavra que no léxico da esquerda é sinônimo de "escória". Mais que enfeitar a parede, o canudo serviria para marcar a diferença entre quem pode e quem não pode exercer o poder. O segundo tipo de argumento expressa um certo anti-intelectualismo – uma certa apologia do "homem simples". Em diversos palanques, Lula bradou frases do tipo "No Brasil, todo mundo tem o hábito de confundir título universitário com sabedoria" ou "Diploma não mede a inteligência de ninguém". Ter coração, diz o presidente, é mais importante do que ser letrado.

Transformar a educação formal num dos atributos da elite malvada é o tipo de ideia que dificilmente aparecerá na próxima eleição presidencial. Na verdade, o debate já enveredou por outro caminho: o de valorizar a formação universitária e o diploma – mesmo aquele que não se tem. Num de seus muitos tropeços da semana passada, o senador Mercadante quis prestar um serviço a Dilma Rousseff, virtual candidata de Lula à sua sucessão, respondendo ao fato de que um currículo oficial da ministra indicava falsamente que ela tinha mestrado e doutorado em economia. Para defender Dilma, Mercadante atacou José Serra. Disse que ele não concluiu o curso de engenharia, ao contrário do que foi publicado, vários anos atrás, em anuários do Senado. O senador teve de engolir uma réplica dura. Serra, que conta com dois mestrados e um doutorado em economia, sempre disse em público que nunca completou o curso de engenharia por causa do golpe militar. Reiterou essa informação e ainda contra-atacou, dizendo que era Mercadante quem mentia sobre o próprio currículo. De fato, o senador já chegou a afirmar, até em programa de televisão, que concluiu doutorado na Unicamp – quando na realidade ficou só na graduação. De qualquer forma, é bom saber que os políticos voltaram a valorizar a educação formal. Melhor ainda quando estudaram de verdade.

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http://veja.abril.com.br/260809/salvar-sarney-p-066.shtml

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SARNEY e LULA [ In:] ''AMIGOS PARA SEMPRE..." (?)

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Brasil

"É PARA SALVAR O SARNEY"

Como foi armada e executada a operação para enquadrar o PT e arquivar
as denúncias contra Sarney em troca do apoio do PMDB a Dilma


Otávio Cabral

Ailton Freitas/O Globo
NO FINAL, TODOS SAÍRAM FELIZES
O peemedebista Romero Jucá e Renan Calheiros comemoraram o arquivamento das acusações contra o senador José Sarney
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A operação que salvou o presidente do Senado, José Sarney, começou no fim da tarde da quarta-feira 12 de agosto. O presidente Lula convocou para uma conversa seu chefe de gabinete, Gilberto Carvalho, e o presidente do PT, Ricardo Berzoini. Relatou aos dois um recado que havia recebido na véspera dos senadores José Sarney e Renan Calheiros. A dupla avisara que, caso o PT se negasse a usar sua força para engavetar os processos contra o presidente do Senado, o PMDB abandonaria a campanha presidencial de Dilma Rousseff. "Não vamos aceitar jogo de cena do PT", disse Calheiros. Preocupado, Lula determinou a Berzoini e Carvalho que levassem a seguinte ordem ao senador Aloizio Mercadante, líder do partido no Senado: "É para salvar o Sarney".

Embora tenha sido exitosa, a missão não era simples. Os senadores do PT estavam divididos entre a lealdade ao presidente e a própria sobrevivência política. A maioria não tinha nenhum problema de consciência em absolver Sarney, mas temia se desgastar junto à opinião pública. Afinal, cerca de 70% dos brasileiros, segundo pesquisa do instituto Datafolha, querem vê-lo fora do comando do Senado. Contrariar a opinião pública, faltando pouco mais de um ano para as eleições, é sempre uma temeridade. O foco de resistência era o Conselho de Ética. Dois dos três representantes do partido, Delcídio Amaral e Ideli Salvatti, não queriam votar publicamente pela absolvição de Sarney, embora sejam ferrenhos aliados do senador. Estavam receosos do reflexo que isso poderia ter na campanha no ano que vem. O único senador totalmente à vontade para defender Sarney era o amazonense João Pedro. Suplente, sem voto e, portanto, sem motivo para ter vergonha, João Pedro é um antigo companheiro de pescaria de Lula e faz qualquer coisa para agradar-lhe. Os dois votos petistas levariam Sarney ao cadafalso.

Celso Junior/AE
Tarcisio Mattos/Tempo Editorial
Cristiano Mariz
VOTO ENVERGONHADO
Delcídio tapou o rosto e disse "sim" a Sarney fora do microfone
ELE MANDA, ELA FAZ
Ideli não queria se desgastar, mas teve de cumprir a ordem
UM LÍDER PARA A HISTÓRIA
Mercadante "renunciou à renúncia" e "revogou o irrevogável"


Para contornar o problema, o presidente do PT, Ricardo Berzoini, sugeriu a substituição do senador Delcídio Amaral pelo suplente, Roberto Cavalcanti, do PRB da Paraíba (voto pró-Sarney). Ideli Salvatti se absteria na hora de verbalizar sua decisão e todos sairiam felizes. Havia, porém, outro problema. O líder Aloizio Mercadante já tinha dito publicamente que não patrocinaria nenhuma manobra para salvar Sarney. Cabe apenas ao líder substituir os membros das comissões. Ficou acertado que, para evitar o constrangimento, Mercadante faria uma "viagem" ao Uruguai por uns dias. Ele topou a armação, mas, depois de pensar bem, voltou atrás. Na tarde da sexta-feira 14, ligou para Gilberto Carvalho para avisar que desmarcara a "viagem". Mercadante concluiu que a manobra o desgastaria ainda mais perante o eleitorado. "Não vou mais. Na segunda-feira estarei no Congresso." A quebra do acordo irritou o presidente Lula e o PT, que sentiu na decisão de Mercadante cheiro de traição e de uma indesejada rebelião no partido.

No fim de semana, Lula resolveu cuidar pessoalmente do trabalho de alinhamento dos senadores petistas, escalando uma tropa de choque para convencê-los da importância da missão. E que tropa. José Dirceu, o "capitão" do time de Lula que hoje é réu sob a acusação de chefiar a quadrilha do mensalão, naquele tom que lhe é característico conforme o nível de servilismo ou resistência do interlocutor, falou aos colegas sobre a necessidade de salvar Sarney para ter o PMDB ao lado de Dilma em 2010. Seu principal adversário dentro do PT, o ministro Tarso Genro, da Justiça, também ajudou na operação – usando a ameaça como argumento. A mando de Lula, Genro procurou o senador Paulo Paim, seu conterrâneo do Rio Grande do Sul, e falou que ele só seria candidato à reeleição se não fizesse nenhuma manifestação contra Sarney. Paim se calou.

O senador Mercadante, já sem controle da bancada que acreditava liderar, passou a protagonizar um vexame atrás do outro. Depois de desistir da farsa uruguaia, ainda ouviu um sermão de Ricardo Berzoini e Gilberto Carvalho. Os dois disseram ao senador que o governo não aceitava sua posição dúbia e que ele deveria substituir, sim, Delcídio Amaral e Ideli Salvatti no Conselho de Ética. Mercadante, então, ameaçou pela primeira vez renunciar à liderança do PT no Senado. Embora ninguém tenha pedido que ficasse, ele não consumou a ameaça, advertido por Berzoini de que ainda poderia ficar sem legenda para disputar a eleição paulista de 2010. O passo seguinte foi chamar Delcídio e Ideli para uma conversa. "Ser governo tem ônus e bônus. Agora é a hora do ônus", explicou Berzoini. A dupla aceitou a missão. Na noite de terça-feira, Berzoini foi à casa da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, e, na presença do senador, informou: "Vamos cumprir integralmente o acordo".

No rol de humilhações, a cúpula do PT produziu mais uma para enquadrar Mercadante. Exigiu que ele lesse uma nota do partido orientando os senadores a votar pela absolvição de Sarney. Quem acabou lendo a nota foi o suplente João Pedro. Delcídio e Ideli passaram a sessão calados e cabisbaixos, com o rosto enfiado em jornais e revistas, para fugir das câmeras de televisão. Na hora de votar, disseram "sim" para Sarney fora dos microfones. Mercadante anunciou que renunciaria à liderança do partido. O senador chegou a marcar a hora do discurso da renúncia, a qual anunciou como "irrevogável". Mas, depois de uma conversa com Lula, a coragem passou. Ele então fez uma das mais convolutas piruetas político-semânticas de que se tem notícia. Mercadante conseguiu o feito digno de guru indiano de "renunciar à renúncia" e "revogar o irrevogável". Continuará liderando a tropa petista sobre a qual ele já não exerce liderança alguma. Em sentido inverso, a senadora Marina Silva cumpriu o que anunciou e abandonou o PT. O mesmo ocorreu com o senador Flávio Arns, que nem anúncio prévio fez. Ao se transformar em um partido em que um Renan vale mais do que uma Marina Silva, o PT perdeu o pouco de brilho que sua estrela ainda emanava.
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http://veja.abril.com.br/260809/salvar-sarney-p-066.shtml
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LULA e SARNEY [In:] SALVO CONDUTO

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Brasil

O criador empalha as criaturas

Lula assume nos bastidores o comando do PT, lidera a operação
para salvar o senador José Sarney de investigação e tira o pouco
de substância que ainda restava ao partido


Otávio Cabral

Fotos Mauricio de Souza/Folha Imagem; Alan Marques/Folha Imagem; Tarcisio Mattos/Tempo Editorial; André Dusek/AE; Celso Junior/AE
TAXIDERMIA
O ministro Tarso Genro, o assessor Gilberto Carvalho, os senadores Delcídio Amaral, Ideli Salvatti e Aloizio Mercadante e o presidente do PT, Ricardo Berzoini, apenas cumpriram ordens de Lula
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Eleito presidente da República em 2002, Lula acrescentou a sua magnífica história de vida, personalidade e insuperável carisma um balaio com 50 milhões de votos. Levou para o graal da política seus correligionários do Partido dos Trabalhadores (PT), cujos integrantes mais ativos foram acomodados em cargos executivos, ocupando os postos mais cobiçados da hierarquia política do país. Começava então o governo do PT. Internamente, a militância discutia que transformações o partido sofreria com a experiência de governar o Brasil. Depois de tanto sucesso como pedra, como reagiria o PT sendo vidraça por quatro, oito ou... vinte anos? Tornando ainda mais curta uma curta história, a ideia de que o PT governaria o Brasil começou a ruir, como se sabe, quando o economista da agremiação, Guido Mantega, foi preterido para o posto de presidente do Banco Central, entregue a um banqueiro internacional e, ainda por cima, tucano, Henrique Meirelles. O choque seguinte foi a queda em desgraça do herdeiro aparente de Lula, José Dirceu. As outras cabeças rolariam em 2005, no vórtice do escândalo do mensalão. De lá para cá, o petismo sobreviveu mantendo as aparências mas já sem bandeiras e vitalmente dependente do oxigênio político instilado por Lula. Na semana passada, Lula ameaçou cortar o oxigênio e o PT viu, pela primeira vez com clareza, que a experiência de governar foi sem nunca ter sido e serviu apenas para que o presidente desse andamento a suas prioridades, que são, pela ordem: Luiz Inácio da Silva, Lula e Lula.

Os senhores acima empalhados são a imagem desse quadro. Eles foram obrigados a encenar o teatro de salvar a pele de um inimigo histórico do partido, o senador José Sarney, fazendo o mesmo papel de guarda-costas desempenhado por Fernando Collor e Renan Calheiros, que dispensam apresentação. A missão foi cumprida com sucesso. No escândalo do mensalão, em 2005, o PT que subornava deputados, comprava partidos e desviava dinheiro público obedecia apenas ao ex-ministro José Dirceu, pelo menos segundo as conclusões oficiais. Agora, o PT que não se incomoda mais com o nepotismo, o fisiologismo e a corrupção tem um novo e inquestionável comandante em chefe: o próprio presidente Lula. Partiu dele a ordem para poupar Sarney a qualquer custo no Conselho de Ética do Senado, mesmo que esse custo fosse a implosão do que ainda restava de pudor nas fileiras petistas. Como recompensa, o chefe promete limpar a biografia de todos eles usando sua popularidade quando chegar a hora do voto.

Pablo Valadares/AE
INIMIGO ÍNTIMO
O senador José Sarney é o pivô da crise entre Lula e os senadores do PT


Ao reduzir moralmente seu partido e abrir mão de aliados históricos, como foi o caso da ex-ministra Marina Silva, que deixou o PT por discordar dos caminhos trilhados, o presidente Lula certamente tem em mente um plano auspicioso. Difícil talvez seja convencer as pessoas de como algo que se imagina virtuoso possa passar pela salvação do senador José Sarney. Lula acredita que fez o melhor governo da história do Brasil e quer provar isso elegendo o sucessor. Apesar da resistência do PT, o presidente escolheu a ministra Dilma Rousseff para o papel de candidata, e está empenhando sua imensa popularidade numa pré-campanha que começou há meses. O governo precisa do PMDB para viabilizar seu projeto de poder. É nessa hora que aparece a fatura pesada. Se para quitá-la for preciso fazer alguns sacrifícios, como defender corruptos ou enfraquecer o partido que levou Lula ao poder, segue-se em frente, sem nenhum constrangimento.

O presidente acredita que seu carisma, combinado com uma dose de sagacidade política, é capaz de reduzir a nada qualquer crise que se apresente. Na semana passada, por exemplo, houve um encontro de contas. O governo queria – e conseguiu – evitar a convocação da ministra Dilma para falar do caso envolvendo uma suposta interferência na Receita Federal (veja reportagem), e o PMDB queria – e também conseguiu – arquivar as denúncias contra José Sarney. É nisso que o presidente aposta. Se sua imagem e a do seu governo forem preservadas, tanto faz se o partido do governo é o PT, o PMDB ou o PSL. O que move Lula é o pragmatismo, a tranquilidade de colher frutos da parte positiva do governo e, ao mesmo tempo, transferir ao PT o ônus por defender figuras como Fernando Collor, Renan Calheiros e José Sarney. O PT percebe claramente esse desgaste, mas não pode nem tem condições de reagir à estratégia do criador. Na semana passada, lideranças do partido tiveram acesso aos dados de uma pesquisa qualitativa feita nas principais capitais do país. O objetivo: avaliar as consequências para a legenda do mensalão, do dossiê dos aloprados, da salvação de Renan Calheiros e, agora, de Sarney – todos escândalos que contaram com o envolvimento direto dos petistas. A maior parte dos entrevistados apoia e admira Lula, não vincula o nome do presidente a nenhum dos escândalos, mas tem sérias restrições em votar no PT. Sendo assim, ao empalhar as cabeças do partido, Lula pode alegar que está apenas protegendo-as de si mesmas.

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http://veja.abril.com.br/260809/criador-empalha-criaturas-p-64.shtml

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MEDICINA e ÉTICA [In:] O MÉDICO E O MONSTRO ?

Denunciado, desmascarado, encarcerado

Amigo de famosos, respeitado na medicina, Roger Abdelmassih, o mais conhecido especialista em reprodução assistida do país, tem o registro suspenso e vai parar na cadeia sob a acusação de abusar de pacientes


Com reportagem de Bel Moherdaui, Laura Diniz e Suzana Villaverde

José Patrício/AE
CELA COM VASSOURA
Abdelmassih chega à delegacia, onde ficou encarregado da limpeza da cela: 39 pacientes e 56 episódios de abuso sexual, agora, com nova legislação, definidos como estupros

VEJA TAMBÉM

Roger Abdelmassih levanta-se, faz a barba, passa perfume e, depois, uma vassoura na cela. Um dos médicos mais conhecidos do país, responsável por praticamente todos os filhos de famosos gerados com auxílio da medicina, ele foi preso na segunda-feira passada e, na quinta, falou a VEJA na cela de 16 metros quadrados, com colchonetes sobre camas de cimento, uma mesinha e um vaso sanitário, que divide à noite com outro detido – durante o dia, os seis presos com formação universitária e, por isso, acomodações separadas no 40º Distrito Policial de São Paulo ficam num pátio. "Continuo com a minha dignidade", declarou (veja a entrevista abaixo). Aos 65 anos, o homem que conseguia tirar Roberto Carlos de casa, recebia a gratidão de Pelé e dava jantares a Hebe Camargo, com vinhos faustosos e gorjetas de 300 reais aos empregados, enfrenta denúncias devastadoras. São 56 acusações de estupro contra 39 mulheres, todas pacientes de sua clínica em São Paulo, um endereço que, antes da avalanche, chegou a alcançar prestígio internacional.

A investigação contra Abdelmassih começou em maio do ano passado, veio a público em janeiro e na semana passada ganhou nova dimensão com a sua prisão preventiva. Quando aflorou, a maioria dos casos era tratada como abuso sexual. Agora as acusações são de estupro. A mudança aconteceu em razão de uma nova legislação sobre crimes de natureza sexual, em vigor desde 7 de agosto. Segundo ela, qualquer ato sexual violento praticado contra alguém, anteriormente designado como atentado violento ao pudor, passa a ser considerado estupro (as mudanças são explicadas no quadro). A mudança é conceitual, mas as penas previstas para os crimes, antes designados de maneira diferente e agora unificados, já eram idênticas. Por causa disso, a legislação pode ser aplicada retroativamente no caso de Abdelmassih, cujo processo criminal só foi instaurado agora e ainda deve seguir todas as etapas previstas em lei até um eventual julgamento.

Os crimes sexuais sem violência que deixe marcas explícitas são por natureza complicados. Na ausência de provas colhidas a tempo, ou mesmo de denúncias contemporâneas aos atos que lhe são atribuídos, pesam contra Abdelmassih a quantidade e a similitude de depoimentos. Algumas dessas mulheres foram ouvidas e identificadas por VEJA. Tanto elas quanto as que preferiram continuar anônimas contam histórias parecidas. Procuraram a clínica de reprodução assistida mais famosa do Brasil, fecharam pacotes caros e foram assediadas. Contam de beijos forçados, carícias íntimas. Às vezes, pouco depois de conhecer a paciente, ele se declarava apaixonado. Algumas falam que foram lambidas. Outras, que o médico passava o pênis por seu corpo. Uma tem certeza de que o ato sexual, com penetração vaginal, foi consumado; outra teve sangramento anal. Os avanços menos violentos, segundo relatam, aconteciam durante consultas, os mais torpes com as pacientes ainda sob efeito da anestesia, usada no procedimento em que os óvulos são retirados para ser fertilizados em laboratório. Abdelmassih já disse que as mulheres que o acusam sofreram alucinações sexuais provocadas pelo anestésico.

Nenhum homem e poucas mulheres sabem o que é o impulso consumidor da maternidade frustrada – mas todos conseguem entender de alguma forma o processo. O desejo de ser mãe chega a queimar por dentro, de tão intenso. Nada mais importa, nada mais tem significado. Também nisso as ex-pacientes ouvidas por VEJA, entre outras, fazem relatos parecidos. São mulheres de classe média, com bom nível de instrução, capacidade plena de distinguir o certo do errado e, hoje, de expor com lucidez o que aconteceu. Mas queriam desesperadamente engravidar e pagaram um bom preço, em dinheiro – 30 000 reais era o valor médio cobrado pela clínica Abdelmassih por três tentativas – e principalmente em investimento emocional. "Você saía de lá se sentindo grávida. Ele te olhava nos olhos e dizia que ia dar o seu filho", conta Ivanilde Vieira Serebrenic. Sindicalista de Marília, ela narra ter acordado da anestesia sentindo o corpo do médico "em cima de mim, com a calça arriada e o pênis na minha mão, suja de esperma". Ela engravidou de trigêmeos em outra clínica e até hoje teme que "meus filhos achem que precisei passar por isso para tê-los". Por motivos parecidos, na maioria dos casos, as ex-pacientes não interromperam o tratamento mesmo diante das investidas que denunciam. Até os maridos a quem contavam os avanços se sentiam intimidados, tanto pelos filhos que almejavam ter com o tratamento quanto pela importância profissional e social de Abdelmassih, cuja clínica fica num casarão imponente num dos lugares mais caros de São Paulo, hoje com trinta funcionários – já chegou a ter 45 antes das denúncias – e pesquisadores brasileiros e estrangeiros.

De família de imigrantes libaneses pobres, Abdelmassih nasceu no interior de São Paulo, fez medicina na Unicamp e trabalhou com o médico Milton Nakamura, responsável pelo nascimento do primeiro bebê de proveta no Brasil. Casou-se com uma mulher de extraordinária beleza, Sonia, a quem cercava com uma levantina muralha de ciúme. Dos cinco filhos, todos com o sobrenome Abdelmassih, três são do primeiro casamento dela: o ginecologista Vicente, a reputada embriologista Soraya e a técnica em biologia Juliana. Os dois primeiros trabalham na clínica. Sonia morreu de câncer em agosto do ano passado. Quando falava da mulher, o médico ficava de olhos marejados. Abdelmassih parecia um caso extraordinário de sucesso, produto tanto da meritocracia quanto dos contatos sociais incessantemente cultivados. Bem relacionado e bem-falante, o médico animava as conversas com segredinhos que deixava escapar aqui e ali – e quem melhor do que ele para conhecer a intimidade de famosos?

O caso contra Abdelmassih foi iniciado por uma ex-funcionária da clínica, que procurou o Ministério Público de São Paulo querendo prestar depoimento contra ele. O testemunho dela estava comprometido – a certa altura, tentou chantagear o médico. Mas as pacientes cujo nome ela deu foram confirmando o que se configurou como uma cadeia de abusos. Com a divulgação das denúncias, mais mulheres se apresentaram espontaneamente com histórias semelhantes: achavam que haviam sido as únicas e carregavam sentimentos de culpa, ressentimento e impotência. Algumas acabaram o casamento; outras, que conseguiram engravidar, temiam que fossem lançadas sombras terríveis sobre a geração de seus filhos. Mas, ao perceberem que havia mulheres em situação parecida, sentiram-se encorajadas a vir a público.

Não há quem tome conhecimento de seus depoimentos sem sentir asco, revolta e raiva. É da coerência e do poder de convencimento dessas mulheres que dependerá o resultado de um eventual julgamento. Caso se atrapalhem e caiam em contradição, a acusação, já sem provas materiais, pode ruir. Abdelmassih evidentemente tem um renomado advogado, José Luis Oliveira Lima, que conta entre seus clientes o ex-banqueiro Salvatore Cacciola e o mensalista José Dirceu. A preocupação imediata dele era conseguir um habeas corpus que tirasse o médico da cadeia, o que não é improvável. Os argumentos usados pelos promotores, e acatados pelo juiz Bruno Paes Straforini, para manter o indiciado em prisão preventiva são a quantidade de acusações, o "prolongado tempo de atividade ilícita", o uso de recurso vil para abusar de vítimas anestesiadas e a influência social de Abdelmassih. A defesa já tem uma estratégia, claro. "Não há nenhuma prova da acusação de estupro", diz o advogado. "Doutor Roger atendeu mais de 20 000 mulheres durante sua carreira. Fez mais de 5 000 crianças. Perto dessas cifras, o número de 56 denúncias torna-se questionável." Lançar dúvidas sobre a motivação das acusadoras também está nas regras do jogo e Oliveira Lima diz que "as acusações podem fazer parte de uma ação organizada destinada a obter indenizações do médico".

Abdelmassih também pode ser acusado de sonegação fiscal e manipulação genética. Algumas mulheres declaram que ele propôs o uso de óvulos de doadora geneticamente parecida ou de esperma igualmente anônimo para garantir a fertilização, sem o conhecimento dos maridos, o que fere a ética. Depois que VEJA publicou a primeira reportagem sobre o caso, um empresário do Espírito Santo entrou em contato com a revista. Disse que em 1993 foi com a mulher à clínica de Abdelmassih. Relatou ter conhecimento de que a infertilidade era de sua parte, mas não queria que fosse usado sêmen de outro homem. Desconfiou quando a mulher engravidou e, depois do nascimento do casal de gêmeos, fez um teste de DNA no qual ficou demonstrado que não era o pai biológico. Procurou o médico e afirma ter aceitado uma proposta de 600.000 reais em troca da assinatura de um documento, com data retroativa, concordando com a fertilização com esperma de doador. O empresário diz que, ao fazer isso, destruiu a própria vida. Separou-se da mulher, rejeitou os gêmeos e passou a alimentar um ódio mortal ao médico. A ex-mulher endossou sua versão e disse ter contado aos filhos, hoje com 15 anos, a verdade sobre sua origem.

A ideia de que milhares de pessoas que tiveram seus filhos na clínica paulista possam agora alimentar dúvidas sobre o tratamento, mesmo sem que lhes tenha acontecido nada de irregular, é profundamente perturbadora. Abdelmassih está temporariamente impedido de praticar a medicina. No dia 7, o Conselho Regional de Medicina de São Paulo abriu 51 processos de assédio contra o médico – quase o número total de processos feitos pelo órgão nos últimos nove anos. De 2000 a 2008, o CRM recebeu 272 denúncias de assédio sexual, sendo que apenas 61, contra 53 médicos, viraram processos. Desses, só 28 foram julgados por seus pares e a metade foi absolvida sem nenhuma pena. Apenas dois médicos receberam a penalidade máxima, a cassação do registro profissional. Um deles é o pediatra Eugênio Chipkevitch, que dopava meninos e abusava deles em seu consultório. Como também filmava secretamente as infâmias, teve contra ele provas irretorquíveis. "A grande dificuldade nos casos de assédio é que não existem provas materiais", diz o pediatra Henrique Carlos Gonçalves. "Mas hoje já se admite que testemunhas, antecedentes do acusado, determinados comportamentos e postura da própria vítima podem ser elementos considerados no processo." Como presidente do conselho paulista, ele não pode comentar o caso de Abdelmassih, exceto por reconhecer que instaurar 51 processos contra um médico é um fato sem precedentes. "O máximo que já recebemos contra um único médico foram três denúncias de assédio sexual", afirma Gonçalves.

Abdelmassih está bem recuperado da cirurgia feita no fim do ano passado em razão de um aneurisma na aorta. Namora a procuradora Larissa Maria Sacco, com quem frequentava restaurantes e shoppings antes da prisão. "Espero que ela seja no futuro a minha mulher", disse ele a VEJA. Na entrevista, o médico chorou ao falar da noiva. Depois, demonstrou orgulho ao revelar um outro detalhe no campo das conquistas amorosas: "Tenho recebido muito apoio. Tenho de lhe dizer que há uma mulher que mandou cartas se dizendo apaixonada".

"FOI DOUTOR ROGER QUE FEZ"

Fotos Antonio Milena

A lista de pacientes famosos de Roger Abdelmassih parece índice de revista de celebridades: Pelé e Assíria, Tom Cavalcante e Patrícia, Gugu Liberato e Rose, Luiza Tomé e Adriano Facchini, Fernando Collor e Caroline (a tentativa com a mulher anterior, Rosane, não deu certo), Carlos Alberto de Nóbrega e Andréa, Moacyr Franco e Daniela. Ter um filho – ou, em geral, dois, como é praxe na reprodução assistida – e dizer que "foi doutor Roger que fez" virou quase um atestado de status. Amigo de celebridades como Roberto Carlos e Hebe Camargo, ele chegou a se autonomear "Doutor Vida", sem nenhuma modéstia, como é comum entre grandes médicos. Tem em sua conta mais de 7 000 bebês. Entre os pacientes menos conhecidos, duas constantes: mulheres que esperaram demais e casais compostos de um homem mais velho e a segunda esposa novinha, que, na sua definição, vinha "garantir a herança".



"ESTOU MACHUCADO DEMAIS. E INJUSTIÇADO"

O médico Roger Abdelmassih falou a VEJA na quinta-feira passada, na cela onde estava preso, no 40º Distrito Policial de São Paulo. Perfumado, barbeado e usando agasalho de moletom azul-escuro e mocassim bege levados pela família, chorou duas vezes e disse que estava "envergonhado" de ser visto daquela forma. Suas declarações:

Como é o seu dia na prisão? Eu tenho dormido pouco, porque não quero tomar nenhuma medicação. Durmo, acordo, leio, durmo mais um pouco, leio. Tenho lido a Bíblia e o livro A Cabana.

E os cuidados pessoais? Eu acordo às 7 horas, me barbeio todos os dias, uso desodorante e faço minha higiene normal. Continuo com a minha dignidade.

O senhor já parou para pensar que pode ser condenado e passar muitos anos na prisão? Nestes poucos dias aqui, estou sofrendo muito. Eu estou pagando aqui pelos caminhos da vida. Não por esses fatos que estão aí, mas por outras colocações. Essa prisão é injusta. Não sou nenhum indivíduo perigoso. Tenho absoluta certeza da minha inocência e de que vou ser julgado e inocentado.

Se o senhor pudesse encontrar ao menos uma mulher que o acusa de tê-la estuprado, o que o senhor diria a ela? Quero lhe dizer que estou muito sensibilizado, muito sensível. Eu iria olhar bem no rosto dela e falar: "Você endoidou". Quer dizer, desculpe, não endoidou, você não está falando a realidade etc. Eu estou machucado demais. E injustiçado.

Em janeiro, o número de mulheres ouvidas nas investigações era nove. Agora são quase sessenta. Como o senhor explica essa multiplicação de denunciantes? Obviamente, foi pela publicação e agitação natural. Há também outras razões que eu posso imaginar, mas prefiro não falar. O que posso dizer é que tenho absoluta segurança da minha inocência e que a Justiça vai mostrar isso. Quem está me acusando vai ter de responder por isso.

É verdade que o movimento em sua clínica caiu 90%? Não. Até o momento em que fui trazido para cá, tive perda entre 40% e 50%.

Sua defesa poderia alegar algum tipo de desvio psíquico? Absolutamente. Eu tenho 20 000 mulheres que entraram na minha clínica. Mulheres absolutamente lindas, ou não. Eu sou assim, uma pessoa sensível, simpática, querida.



Egberto Nogueira/ Ima Galeria


"Procurei a clínica do doutor Roger em 2001 porque queria engravidar, mas meu ex-marido, com quem era casada na época, havia feito vasectomia. Já na primeira consulta, com meu marido ao lado, Roger tentou esfregar o pé dele no meu, debaixo da mesa, algumas vezes.
Eu tirei meu pé, achei estranho, mas não falei nada porque tinha medo de que meu marido quisesse interromper o tratamento. Fechamos um pacote para três tentativas por 30 000 reais. Daí em diante, passei a ir sozinha às consultas, que eram sempre bem cedo. Fiquei a sós com o doutor Roger diversas vezes e nada aconteceu. Até que, um dia, estávamos sozinhos numa sala, ele me pegou pelo pescoço, me empurrou na parede, me beijou à força e ficou passando a língua na minha boca. Eu me desvencilhei e perguntei se ele era louco. Ele não respondeu. Limpei a boca, com nojo, e fui embora. Não contei nada, de novo, porque meu sonho era ser mãe. Na segunda tentativa, a fertilização deu certo, e hoje eu tenho filhos gêmeos lindos, de 7 anos. Não me arrependo de nada porque realizei meu sonho. Resolvi denunciar quando soube que ele tinha feito isso e coisas muito mais graves com várias mulheres. Até então, pensava que havia sido só comigo. Eu espero que ele fique 500 anos preso."
Gislaine Afanasiev 39 anos, dona de casa de São Paulo, SP

Manoel Marques


"Comecei o tratamento em 2003. Um pacote de três tentativas custava 48 000 reais com recibo e 30 000 sem, e escolhemos o modo mais barato. Não engravidei na primeira tentativa. Na consulta para a segunda, fui sozinha, sem meu marido. Perguntei se eu podia escolher o sexo do bebê, porque queria menina. Ele disse que sim, mas isso custaria mais 1 200 dólares. Aceitei. Ao final da consulta, levantamos e nessa hora o Roger se postou na minha frente, me empurrou contra a mesa, puxou meu pescoço e, enquanto espremia seu corpo contra o meu, me deu um beijo de língua. Eu cerrei os dentes, mas não adiantou, ele ficou passando sua língua nojenta na minha boca. Levantei o joelho e tentei bater nele. Ele se assustou e se afastou. Eu o empurrei e saí correndo. Contei tudo ao meu marido. Ele sugeriu que a gente nunca mais voltasse lá, mas não denunciasse o Roger porque seria a palavra dele contra a nossa. Eu não queria deixar meu dinheiro lá, então resolvemos continuar o tratamento com outro médico da clínica. Fiz o resto dos procedimentos com Vicente, filho do Roger. Consegui engravidar na segunda tentativa, de gêmeas. Decidi dar o meu depoimento porque vi que a defesa do médico está dizendo que as mulheres que o atacam são frustradas por não terem conseguido ter filhos. Comigo, isso não aconteceu. Eu tenho duas filhas, mas mesmo assim denunciei esse monstro."
Helena Leardini 40 anos, dona de casa de Curitiba, PR

Egberto Nogueira/Imafotogaleria


"No dia da aspiração dos óvulos, acordei da sedação e o doutor Roger estava me abraçando e me dando parabéns. Depois, começou a me lamber. Dizia ‘você é linda, é muito especial, vem cá’, enquanto colocava a mão no meu peito por dentro do avental. Também pôs o pênis para fora e levou minha mão até lá. Colocou um dedo dentro da minha vagina. Eu estava confusa e fraca, me joguei no banheiro e tranquei a porta. Ele batia e dizia: ‘Sai, carioca, vai ser muito bom pra você’". Pensei em fazer escândalo, mas também pensava que meus filhos já estavam ali dentro da clínica. Enquanto meu marido assinava um cheque, o doutor Roger me puxou para dentro de uma sala. Tentou me beijar e enfiou a mão dentro da minha blusa. Saí correndo. Passei a noite tomando banho e fingindo estar com dor. Engravidei, mas perdi pouco depois. Na segunda tentativa, ao encontrar o doutor Roger no corredor, saí correndo e não quis voltar nunca mais. Não procurei outro tratamento e não fui mais a médico homem. Quando li as primeiras denúncias na imprensa, comecei a chorar e decidi contar para o meu marido, apesar do medo de que ele fosse ter nojo de mim. Ele disse que estava ao meu lado. Antes de denunciar, não me sentia digna porque não estava fazendo a minha parte, que era falar, para impedir que outras mulheres sofressem. Só no dia do meu depoimento consegui fazer uma oração de novo."
Crystiane Cardoso de Souza 37 anos, advogada do Rio de Janeiro, RJ

Paulo Vitale


"Na segunda tentativa que fiz de engravidar, ele começou a tomar liberdades, passava a mão no meu cabelo, me abraçava. Um dia, na sala dele, me acuou contra a parede, pôs as mãos no meu seio, puxou minha mão para tocá-lo e começou a me beijar. Fiquei completamente paralisada, atordoada, mas nem pensei em parar o tratamento. Pensava: será que eu dei essa abertura? Passei a levar sempre alguém comigo, mas, quando ficávamos sozinhos, ele fazia de novo. Várias vezes tentou me beijar, enfiava a língua na minha boca, segurava meu seio, colocava minha mão no pênis dele. Uma vez eu estava de batom e sujei o bigode dele. Fiquei transtornada ao ver aquilo. Quando estava na posição ginecológica para colher os óvulos, ele se encaixava entre minhas pernas, punha as mãos nos meus joelhos e ficava me olhando, falando para eu ficar calma. Se fosse outro médico, daria um tapa na cara dele, sairia dali e nunca mais voltaria. Mas eu tinha um sonho. O que dava prazer nele era esse medo, ver até que ponto poderia mexer com a gente sem ninguém falar nada. Finalmente, contei para o meu marido só que ele tinha tentado me beijar na boca. Ele ficou transtornado. Parei de tentar engravidar na terceira vez. Depois de tudo, eu me separei, fiquei abalada emocionalmente. Nunca mais fui ao ginecologista."
Cristina Silva 45 anos, consultora de viagens de São Caetano, SP.

http://veja.abril.com.br/260809/denunciado-desmascarado-encarcerado-p-082.shtml
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LULA vs. PT [In:] ''... E SE A CASA CAIR, DEIXA QUE CAIA" *

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As baixas do PT com Lula presidente


Desde a primeira eleição de Lula, em 2003, partido vem sendo criticado por mudanças em seu padrão ético. E perdeu deputados, senadores e figuras históricas


JOSÉ ANTÔNIO LIMA
Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
DIVISÃO Mercadante presidente reunião dos senadores petistas. Autoridade do líder da bancada foi desmoralizada em nome da aliança com o PMDB.
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A última semana marcou um dos períodos mais tensos para o PT desde a chamada crise do mensalão, em 2005. Ao encabeçar a defesa do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o partido chegou perto de ver seu líder na Casa renunciar ao cargo, esteve sob uma saraivada de críticas a respeito de seu padrão ético e perdeu dois senadores. Desde que assumiu o poder, com a chegada de Luiz Inácio Lula da Silva ao Planalto em 2003, pelo menos 14 políticos influentes já deixaram o PT (confira a relação abaixo). Em comum, o fato de todos terem criticado as atitudes que distanciam o partido de seus ideais fundadores.


Para o cientista político José Álvaro Moisés, professor da Universidade de São Paulo (USP), o PT passou por uma grande mudança desde que se tornou governo e ruma no sentido do pragmatismo. “O partido adotou o que alguns chamam de realismo político e passou a se curvar a alguns interesses institucionais como se não houvesse alternativa”, diz. “É uma completa ruptura com o que o PT representava em sua origem”, afirma.

O mais relevante desses interesses institucionais atualmente é a aliança com o PMDB. Como essa relação garante a maioria a Lula e pode render frutos em 2010 – quando Dilma Rousseff disputará a Presidência da República – o PT se destacou tanto na defesa de Sarney quanto na de Renan Calheiros (PMDB-AL), que deixou a presidência do Senado em 2007 em meio a denúncias de irregularidades. Nesta sexta-feira (21), o senador Aloizio Mercadante (SP) recuou do que havia dito e afirmou que permanecerá na liderança do PT no Senado, mas deixou clara sua insatisfação sobre a relação do partido com o PMDB. Segundo ele, o PT estava “pagando um custo político que não pode pagar” por conta desse apoio. “Nós precisamos lutar contra o patrimonialismo, pela reforma das instituições, e essa luta não pode se perder em busca da governabilidade”, afirmou Mercadante.


Para Moisés, ao se aliarem a Sarney, Lula e o PT referendaram “a posição mais tradicional do patrimonialismo”, que é o uso da política como patrimônio particular. Uma forma de combater o patrimonialismo de que fala Mercadante é aumentar a transparência das instituições. “Na fundação do PT, além da ideia de mudança social, havia uma proposta para democratizar a política, o que envolve criar elementos para controlar quem detém o poder”, diz o professor da USP.


O senador Eduardo Suplicy (SP), um crítico da postura recente do PT, avalia que a imagem da legenda já foi bastante afetada, e que é preciso resgatar os valores da fundação do partido. “Temos que reconhecer essa situação e tomar medidas para dar maior transparência ao Senado e a outras instituições”, diz. Alguns dos quadros políticos perdidos pelo PT têm bastante relevância no cenário nacional, e três deles podem concorrer com a ministra Dilma Rousseff em 2010 – Marina Silva, que deve ir para o PV, e Heloísa Helena (PSOL-AL) e Cristovam Buarque (PDT-DF), que já disputaram a eleição de 2006, vencida por Lula. Segundo Suplicy, essa é a única forma de mitigar a transformação do custo político em custo eleitoral. "Há uma cobrança enorme da sociedade ao partido e ela vai continuar até que venhamos a corrigir esses problemas", diz.

Confira abaixo os nomes de alguns dos principais políticos que deixaram o PT desde que o presidente Lula assumiu o cargo, em 2003.

Alguns dos principais petistas que deixaram o partido desde 2003
O ex-deputado federal Babá (PA) participava de um movimento interno do PT que passou a criticar as decisões do governo Lula que considerava “neoliberais” e, portanto, não adequados ao programa do partido. Quando começaram a votar contra o governo Lula na Câmara e no Senado, acabaram expulsos.
O deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ) deixou o PT em 2005 após Plínio de Arruda Sampaio perder a eleição para a presidência do partido, realizada em meio ao escândalo do mensalão. “O PT saiu de si mesmo ao negar os valores que construiu ao longo da história”.
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) era ministro da Educação de Lula e, em 2004, foi demitido por telefone. Ficou no partido até 2005. “Eu não saí do PT, foi o PT que saiu de mim. Este é o grande crime do PT. O partido é de gente honesta, mas acomodada. A corrupção é de alguns petistas.”
O deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ) deixou do PT em 2003 alegando que não concordava com as posições que o governo estava tomando com relação a questões ambientais. “Tudo tem limite”, disse ele na época.
O senador Flávio Arns foi para o PT em 2002, após deixar o PSDB. Na quarta-feira (19), após o arquivamento das ações contra José Sarney (PMDB-AP) no Conselho de Ética, disse que iria deixar o partido. “O PT jogou a ética no lixo, vai ter que achar outra bandeira. Posso dizer que tenho vergonha de estar no PT”. Ele foi acusado de usar o PT para se promover.
O jurista Hélio Bicudo, um petista histórico, deixou o PT em 2005 em meio ao escândalo do mensalão. Em 2006, declarou voto em José Serra (PSDB).
A ex-senadora Heloísa Helena encabeçava um movimento interno do PT que passou a criticar as decisões do governo Lula que considerava “neoliberais” e, portanto, não adequados ao programa do partido. Quando começaram a votar contra o governo Lula na Câmara e no Senado, acabaram expulsos.
O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) deixou o PT em 2005, também depois que Plínio de Arruda Sampaio perdeu a eleição para a presidência do partido. Em 2008, se disse chocado com o partido. “O que impressiona é que um partido possa estar negociado com dois, três partidos, mesmo que eles sejam adversários e até inimigos”.
A deputada Luciana Genro (PSOL-RS) participava do mesmo movimento de Heloísa Helena e foi expulsa depois de votar contra o PT.
O ex-deputado João Fontes (SE) participava do mesmo movimento interno do PT que passou a criticar as decisões do governo Lula em 2003. Foi expulso junto com Heloísa Helena.
A senadora Marina Silva deixou o PT na quarta-feira (19), após 30 anos militando pela legenda. “Já tive uma visão idealista, hoje tenho a clareza de que todos [os partidos] têm problemas a serem saneados”.
O ex-deputado federal Orlando Fantazzini (PPS) deixou o PT em 2005, também depois que Plínio de Arruda Sampaio perdeu a eleição para a presidência do partido, ganha por Ricardo Berzoini em meio ao escândalo do mensalão.
Petista histórico, Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) deixou o partido após perder o primeiro turno das eleições internas, realizadas em meio ao escândalo do mensalão. “O PT esgotou seu papel como instrumento de transformação da realidade brasileira”.
Soninha Francine, atualmente subprefeita da Lapa, em São Paulo, deixou o PT em 2007 para disputar a Prefeitura pelo PPS. Disse estar “desiludida” com o PT, “no sentido exato de não ter muita ilusão”.








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http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI89275-15223,00-AS+BAIXAS+DO+PT+COM+LULA+PRESIDENTE.html
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''QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?"

24 de agosto de 2009

O Globo

Manchete: Procuradores e juízes veem retrocesso na reforma eleitoral

Para eles, projeto debatido no Senado impede investigações de corrupção

Juízes e procuradores eleitorais farão movimento contra o projeto de reforma eleitoral já aprovado na Câmara e que deve ser votado esta semana no Senado. O objetivo dos juízes eleitorais é tentar impedir a aprovação de medidas que inviabilizam investigações sobre financiamento de campanha, evitam punição e liberam doações ocultas a partidos. Para a presidente do TRE do Rio, Motta Moraes, as regras que chegaram ao Senado deixam brechas para escândalos como o do mensalão. Silvana Batini, procuradora eleitoral do Rio, diz que um dos maiores erros é a fixação do prazo de 15 dias, a partir da diplomação dos eleitos, para a abertura de processo de cassação. “É um retrocesso absurdo. Não dá para investigar em 15 dias", afirma ela. Para valer nas eleições de 2010, a nova legislação precisa ser aprovada até 30 de setembro. (págs. 1 e 3)

Dilma sai de cena para evitar desgaste

Depois de polêmica com ex-secretária da Receita, aliados tentam manter ministra longe do público

Para evitar maiores desgastes após a guerra de versões com a ex-secretária da Receita Lina Vieira, a ministra Dilma Rousseff vai ser tirada de cena por pelo menos uma semana. A estratégia é do grupo que comanda sua pré-campanha à sucessão do presidente Lula. Lina afirma ter recebido pedido de Dilma para apressar investigação sobre empresas da família Sarney, o que a ministra nega. O DEM quer explicações do general Félix, do Gabinete de Segurança Institucional, para o fato de o Planalto apagar registros de Imagens após um mês. (págs. 1 e 4)

Foto legenda: Tragédia grega

Por trás da Acrópole, o fogo e a fumaça avançam em direção a Atenas e seus monumentos, num incêndio que já consumiu 15 mil hectares e esvaziou cidades. (págs. 1 e 19)

Nos EUA, 48 dos 50 estados têm déficit

Com a crise econômica nos EUA, 48 dos 50 estados americanos estão com o orçamento no vermelho. Somados, os déficits chegam a US$ 165 bilhões e podem dificultar a saída do país da recessão. Só a Califórnia tem um rombo de US$ 45,5 bilhões. (págs. 1 e 15)

Segurança de Cabral suspeito de chacina

Acusado da chacina de quatro pessoas e suspeito de integrar uma milícia, o cabo da PM Emerson Meirelles integrava a segurança da família do governador Sérgio Cabral. "Ele deve pagar a pena como qualquer outro assassino", disse o governador. (págs. 1 e 12)

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Folha de S. Paulo

Manchete: Dívida privada já ultrapassa a do setor público

Virada ocorreu em abril de 2008; especialistas veem mudança estrutural no financiamento da economia

Pela primeira vez no período de estabilidade econômica no Brasil, a dívida de famílias, indivíduos e empresas privadas superou o endividamento do setor público. A virada ocorreu em abril de 2008, no auge da expansão da economia, diz o Cemec (Centro de Estudos do Mercado de Capitais).

Até então, o setor público absorvia a maioria dos recursos disponíveis para financiar a economia do país. (págs. 1 e B1)

Ilustrada: Bilhetes inéditos de Getúlio Vargas contam bastidores do seu 2° governo

Manuscritos dirigidos por Getúlio Vargas ao chefe da Casa Civil entre 1951 e 1954 revelam os bastidores do seu segundo governo. Especialistas se surpreenderam com o achado. Despachos falam da fundação da Petrobras à preocupação com a inflação. A morte de Getúlio faz hoje 55 anos. (págs. 1 e E1)

Foto legenda: Detalhe de minuta do discurso de 1º de maio de 1951

Pesquisa revela que meninas fumam como os meninos

Meninas de até 18 anos já fumam tabaco praticamente como os meninos, revela pesquisa da Unifesp. Na população de 14 a 18 anos, elas são 6,7%, e eles, 8,6%, relata Mario Cesar Carvalho.

Para a psiquiatra Ana Cecília Marques, coordenadora do estudo, as meninas consomem drogas com frequência similar à dos meninos. "Isso ocorre também com o tabaco", diz. (págs. 1 e C1)

Com a lei antifumo, melhorou a qualidade do ar nos bares de SP, mostra estudo. (págs. 1 e C3)

Indenização a perseguidos na ditadura pode ser cancelada

A Comissão de Anistia revisa a concessão de indenizações milionárias a anistiados políticos. Uma das indenizações que podem ser anuladas envolve 29 funcionários da extinta Vasp. Os aeroviários, que custam à União R$ 285 mil por mês, foram demitidos após uma greve e depois reintegrados. O pagamento de retroativos ao grupo, no valor de R$ 36,67 milhões, foi suspenso por ordem do Tribunal de Contas. (págs. 1 e A10 a A13)

Tião Viana omitiu terreno na campanha para senador

O senador Tião Viana (PT-AC) ocultou da Justiça Eleitoral, na campanha de 2006, a propriedade de um terreno num condomínio de Rio Branco, informa Elvira Lobato. A compra foi registrada com valor de R$ 30 mil. No local, ele e a mulher ergueram casa avaliada no Habite-se em R$ 600 mil. A assessoria do senador alega que o terreno era da mulher dele. O advogado de Viana diz que não houve intenção de omiti-lo. (págs. 1 e A4)

Editoriais

Leia "Disputa federativa", acerca de distribuição de verba do petróleo; e "Lula e a Vale", sobre ingerência na empresa. (págs. 1 e A2)

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O Estado de S. Paulo

Manchete: Governo põe custeio acima de investimento

Aumento no 1º semestre supera período anterior do governo Lula

O aumento dos gastos federais em relação ao Produto Interno Bruto na primeira metade deste ano supera o de todo o período anterior do governo Lula, desde 2003. Na comparação entre os primeiros semestres, saiu de 13,84% do PIB em 2003 para 16,89% em 2008, saltando para 18,34% este ano. Os números foram calculados pelos economistas José Roberto Afonso e Samuel Pessôa, da assessoria do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), e segundo eles, há uma guinada na qualidade dos gastos. Entre janeiro e julho deste ano, o custeio "restrito" da máquina pública, que não inclui saúde, educação e outros gastos sociais, cresceu mais que o dobro dos investimentos. (págs. 1, B1 e B3)

Número
18,34% do PIB é o porcentual de gastos federais

Supremo deve inocentar Palocci

O Supremo Tribunal Federal deve inocentar o deputado Antonio Palocci (PT-SP) no caso da quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa, episódio que resultou na queda do então ministro da Fazenda, em 2006. Se o STF realmente decidir em favor de Palocci, ele passa a ser uma das principais opções do PT na corrida pelo governo de São Paulo e até pela Presidência. (págs. 1 e A4)

Karzai é acusado de fraudar pleito no Afeganistão

O ex-chanceler Abdullah Abdullah, principal candidato rival do presidente Hamid Karzai, do Afeganistão, acusou-o ontem de usar a “máquina do Estado" e roubar a votação de quinta-feira. A Comissão de Queixas Eleitorais anunciou ter recebido 226 reclamações de fraude, das quais 35 são consideradas “substanciais”. (págs. 1 e A9)

Frase
"Abdullah tenta justificar sua derrota"
Waheed Omar
Porta-voz da campanha de Karzai

Câmara debate PEC que reduz jornada de trabalho

A Câmara dos Deputados discute nesta semana uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que reduz de 44 para 40 horas semanais o teto da jornada de trabalho. Para sindicalistas, a medida criaria 2,5 milhões de empregos. Mas a Confederação Nacional da Indústria (CNI) acha que esse limite deve ser negociado entre patrões e empregados, já que pequenas empresas sofreriam forte impacto de custos. (págs. 1 e B5)

Déficit em presídios chega a 25 mil vagas por ano

A situação nas carceragens do País piorou: o número de presos subiu 25 mil em um ano. Além disso, centenas de cidades acionaram a Justiça para bloquear a desapropriação de terrenos destinados à construção de presídios. De janeiro a agosto, o órgão federal que financia projetos de construção liberou apenas R$ 21,4 mil. (págs. 1 e C1)

Doenças mentais: Faltam leitos para casos de surto em SP

Menos de 50% dos 10 mil leitos está livre para internações provisórias. (págs. 1 e A13)

Lei da Anistia 30 anos

Dispensados da FAB exigem o benefício (págs. 1 e A8)

Notas e Informações: A Conferência Nacional de Comunicação

Seis das oito entidades empresariais da Comissão Organizadora abandonaram o barco. A cisão põe em xeque a legitimidade da Confecom. (págs. 1 e A3)

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Jornal do Brasil

Manchete: R$ 1 bilhão em créditos de carbono para o país

160 empresas lucraram combatendo a poluição

Os créditos de carbono são obtidos no mercado internacional por empresas e países que conseguem compensar emissões de gás carbônico. Cada crédito equivale à neutralização de uma tonelada de CO2, o que proporcionou mais de R$ 1 bilhão em ganhos a 160 empresas do Brasil este ano. Outras 405 estão se habilitando a neutralizar 352 milhões de toneladas de gás, o que elevará o lucro para R$ 10 bilhões ao ano. (págs. 1 e Economia A16)

Despertar da família na era digital mudou

As famílias ainda lembram das manhãs em que sentavam juntas, tomavam café da manhã e liam o jornal. Agora, ao acordar, checam e-mails e suas contas no Facebook e no Twitter. (págs. 1 e Vida, Saúde & Ciência A24)

Oposição afegã denuncia fraude

Principal opositor do presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, o ex-ministro do exterior Abdullah Abdullah disse que as eleições da semana passada foram fraudadas. O país ainda espera o resultado oficial, também aguardado com atenção pelo governo dos EUA. (págs. 1 e Internacional A22)

Onda de Incêndio abala a Grécia

Ventos fortes, calor e um meio ambiente seco provocaram, a partir de sexta-feira, a maior onda de incêndios na Grécia desde 2007. O fogo chegou ontem à região da capital Atenas, forçando a retirada de milhares de pessoas de suas casas. (págs. 1 e Internacional A21)

Rússia hoje

Rússia, Belarus e Cazaquistão formaram grupo único para as conversações sobre adesão à Organização Mundial do Comércio. (págs. 1, A18 e A19)

Informe JB

PB arquiva multas de doador de campanha. (págs. 1 e A4)

Coisas da Política

Não se pode anistiar a dor dos torturados. (págs. 1 e A2)

Outras páginas

Revistas baixam a bola de Lina Vieira. (págs. 1 e A6)

Sociedade Aberta

Silvia Pinheiro e Adriana Simonsen Reino
consultoras

Brasil sem metas para redução de emissões. (págs. 1 e A9)

Sociedade Aberta

Selvino Heck
assessor especial do gabinete do presidente da República

O povo sempre acha caminhos de um Brasil justo. (págs. 1 e A6)

Sociedade Aberta

Leonardo Boff
teólogo

Recuperação lenta da crise que se nota em muitos países não significa uma saída. (págs. 1 e A9)

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Correio Braziliense

Manchete: União corta mais R$ 128,3 milhões de emendas do DF

Os recursos incluídos no Orçamento da União conjuntamente por deputados e servidores não serão liberados, segundo garantiu à repórter Flávia Foreque, o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro. Com isso, o Distrito Federal deixará de receber, ao todo, R$ 215,3 milhões. Esse dinheiro seria usado em obras como a compra de vagões para o metrô, o projeto Orla e a construção de casas próprias. (págs. 1 e 2)

Concursos: 17 mil podem ser nomeados este ano

Servidores aprovados em concursos públicos em 2009 e anos anteriores têm grandes chances de terem as contratações apressadas. Como 2010 é ano eleitoral, a lei impede nomeações dos 90 dias que antecedem o primeiro turno até a posse dos eleitos. (págs. 1 e 3)

Direito do consumidor: Saúde na Justiça

Na briga pelo direito à assistência médica, os usuários de planos de saúde têm levado a melhor. Levantamento realizado por advogada entre 1990 e 2008 mostra que os beneficiários venceram em 80% das ações julgadas pelo STJ. (págs. 1 e 36)

Pirataria: Ricos sustentam comércio ilegal

Engana-se quem pensa que são os pobres que mais compram produtos pirateados no Brasil. A população com maior renda e escolaridade é a que mais consome os artigos falsificados. Pagam até R$ 400 por um relógio não original. (pág. 1)
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http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Sinopses&Tarefa=Exibir
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