A proposta deste blogue é incentivar boas discussões sobre o mundo econômico em todos os seus aspectos: econômicos, políticos, sociais, demográficos, ambientais (Acesse Comentários). Nele inserimos as colunas "XÔ ESTRESSE" ; "Editorial" e "A Hora do Ângelus"; um espaço ecumênico de reflexão. (... postagens aos sábados e domingos quando possíveis). As postagens aqui, são desprovidas de quaisquer ideologia, crença ou preconceito por parte do administrador deste blogue.
PENSAR "GRANDE":
[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.
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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).
"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).
"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br
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folha gmail df1lkrha
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segunda-feira, dezembro 03, 2012
LINHA 4/METRÔ RJ [In] ''DESPESAS COM ALFINETES..." *
Construção da Linha 4 do metrô custará 70%
a mais do que o estimado inicialmente;
Valor de R$ 8,5 bilhões supera o que a
prefeitura está investindo na construção de
quatro BRTs (cerca de R$ 6 bilhões).

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(*) 'Pin money'.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/construcao-da-linha-4-do-metro-custara-70-mais-do-que-estimado-inicialmente-6906779#ixzz2DzLau2Wq
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/construcao-da-linha-4-do-metro-custara-70-mais-do-que-estimado-inicialmente-6906779#ixzz2DzLVMw9v
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''CUMPANHÊRA PARCÊRA''
NINGUÉM PODE ENGANAR A TODOS...*
Fim à democracia
Autor(es): Rubem Azevedo Lima |
Correio Braziliense - 03/12/2012 |
Alguns petistas, sem desconfiarem da tolice que estão cometendo, querem, praticamente, cassar os poderes da Procuradoria Geral da República no combate à corrupção no país. Essa foi uma conquista da Constituição de 1988.
A ação dos que pensam em punir o Ministério Público pode chamar-se de nazismo! Já se diz que essa medida foi encomendada pelo ex-presidente Lula à sua gente prestativa. No caso, porém, deram-se tropeços. A Polícia Federal localizou, em São Paulo, um imenso viveiro de corrupção: o escritório para presidentes da República que se deslocassem àquela cidade. Lula o frequentou muito, durante seus mandatos. Indaga este escriba aos petistas do mensalão: a Polícia Federal também devia ser punida por descobrir e divulgar o novo contingente dos corruptos que fazem negócios escusos às custas do erário e à sombra do governo? A dirigente do escritório-viveiro, Rosemary Noronha, nomeada por Lula, que, em geral, a levava nas viagens ao exterior, foi agora demitida pela presidente Dilma. O que acham os petistas desse novo escândalo? Será ele outra espantosa trapaça da imprensa e da oposição? Outra grande mentira? Pois não é. O Brasil transpira corrupção por todos os poros. Até no futebol se rouba medalha, imagine, leitor, nas construções de estádios e nos problemas clubísticos. Cansados de ouvirem alusões que os atingem, os jornalistas tendem a repetir o que disse Nelson Rodrigues à sua entrevistadora, a doce Clarice Lispector (in Bravo, abril,183); sabedora do drama do dramaturgo, com o filho preso nas jaulas de 1964, perguntou-lhe qual era sua posição política. Ele respondeu, do fundo do coração: “Eu não sou canalha da direita nem da esquerda”. Parabéns, Lula. O prazo do processo de seu filho, aquele que chamou de Pelé dos negócios, acabou. Ele recebeu R$ 5 milhões, há sete anos, uniu-se à Brasil Telecom e criou a Oi. Mudaram-se as regras e fez-se a fusão. Hoje, a Oi hoje está no vermelho. Ele não era Pelé e — quem sabe? — a corrupção geral, que abala o Brasil, quebrou seus negócios.
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------------------- (*) PODE-SE ENGANAR A TODOS POR ALGUM TEMPO; PODE-SE ENGANAR ALGUNS POR TODO O TEMPO; MAS NÃO SE PODE ENGANAR A TODOS TODO O TEMPO (Abraham Lincoln). ------ |
MEMÓRIAS DO CÁRCERE *
A maior violência do cárcere
Autor(es): Fausto Rodrigues de Lima |
Correio Braziliense - 03/12/2012 |
Promotor de Justiça de Brasília, organizador do livro Violência doméstica - A intervenção criminal e multidisciplinar.
O ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, que confessou preferir a morte à prisão, constatou o óbvio: a situação carcerária no Brasil é desumana, torturante e, não raro, leva seus ocupantes à morte violenta (um paradoxo num país que proíbe a pena capital). Quanto a isso, portanto, o ministro nada apresentou de novo.
O que causa espanto é a desigualdade histórica (e apartidária) do sistema punitivo, que prefere o encarceramento de pessoas socialmente vulneráveis e a proteção de grupos privilegiados, numa verdadeira divisão de classes. De fato, o direito penal reserva boa parte de seus crimes e penas mais altas para fatos geralmente praticados por uma camada específica da população e para proteger o patrimônio privado. Herdamos a cultura das leis portuguesas que vigoraram tanto na metrópole quanto no Brasil colônia, as quais previam penas mais cruéis para os “peões” e beneficiavam os “cavaleiros” e “fidalgos”. Exemplo nítido da seleção “natural” das pessoas a serem presas, é a fiança criminal, forma antiga de manter os “com dinheiro” longe da prisão: se forem presos em flagrante, são imediatamente liberados na própria delegacia. Os miseráveis, porém, sempre ficam presos por mais tempo, a depender de algum juiz que os solte. Para a norma, não interessa se a pessoa é perigosa, basta ter dinheiro. Curioso que, apesar de praticamente abolida em 1977, a Lei nº 12.403, de 2011, restaurou e ampliou o vigor discriminatório da fiança, num retrocesso inqualificável. Essa opção preconceituosa da lei se evidencia também em sua aplicação, em parte porque a alteridade — capacidade de se identificar com o outro -, é comumente sentida apenas entre pessoas do mesmo nível social. Condenar o outro é fácil; punir o igual, mais complicado. Sentir a dor da vítima que se assemelha à gente, e exigir pena máxima ao seu algoz, parece mais “natural”. A repercussão das declarações do Ministro Cardozo desvelou de forma clara e sem sutilezas essa preferência do sistema penal pelos “outros”. Durante a fixação das penas dos acusados do “mensalão” no STF, por exemplo, o Ministro Dias Toffoli fez um protesto contundente contra a prisão de pessoas “não violentas”, sugerindo que aqueles réus deveriam apenas pagar multas. Ora, inobstante também praticados pela classe A, os crimes violentos, como assalto, estupro e homicídio, são mais facilmente apurados em bolsões de pobreza. Portanto, se a indignação do Ministro tiver coro, nas raras vezes em que os criminosos de gravata, com seus ilícitos sofisticados e complexos, forem descobertos e punidos, não cumprirão penas de prisão. Memórias do cárcere, só para o povão. Ora, a corrupção violenta a dignidade de milhões de pessoas que se veem privadas dos mais básicos direitos. O corrupto sangra os cofres públicos e causa o sucateamento dos equipamentos da saúde, da educação e, mais grave, da segurança pública, gerando, inclusive, a superlotação presidiária. Apesar disso, senhores Ministros, muitos brasileiros prefeririam a prisão, a morrer na fila de hospitais. Ademais, quem disse que o crime elitizado, organizado e infiltrado no Estado não é violento no sentido literal do termo? Ele pode ser tão ou mais agressivo do que as típicas milícias de bairros pobres, pois a máfia de colarinho branco se sustenta elaborando dossiês contra inimigos (e amigos) para chantageá-los, perseguindo e ameaçando pessoas para manter o sigilo de suas negociatas e, não raro, eliminando desafetos e “arquivos vivos”. O bando de Carlos Cachoeira, atualmente investigado por CPI, não teve a audácia de chantagear o próprio Juiz do caso e ameaçar Procuradores da República? E por que Marcos Valério, recém condenado pelo STF como operador do “mensalão”, está pedindo proteção policial? Portanto, estão corretos os ministros do STF que, obedecendo aos princípios da igualdade e da proporcionalidade, buscam aplicar penas de prisão mais altas para os mais graves e danosos crimes, principalmente os de corrupção. Quando democratizarmos o cárcere, com certeza serão formuladas políticas públicas mais eficientes para humanizá-lo. Se o ensino e a saúde públicos, por exemplo, fossem obrigatórios para a elite (ou para os filhos dos políticos, como já se propôs no Senado em 2007), os hospitais e as escolas teriam outra feição. Utopias à parte, espera-se pelo menos que o Congresso Nacional, o qual está discutindo o projeto de um novo Código de Processo Penal, elimine a fiança de uma vez por todas de nosso ordenamento jurídico. Já seria um bom (re)começo.
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(*) Em 1936 o escritor brasileiro Graciliano Ramos passou uma temporada vendo o sol nascer quadrado por causa de sua militância comunista. No ano de 1936, após o fracasso da chamada Intentona Comunista, houve uma espécie de "caça as bruxas" no Brasil e qualquer pessoa que se suspeitava ser comunista acabou presa. Graciliano Ramos foi uma das vítimas desse movimento e por conta do seu envolvimento, exagerado por parte das autoridades, com a militância comunista acabou preso, sem que nenhuma acusação formal fosse feita. O escritor passou cerca de 11 meses preso e somente foi liberado devido a pressão política exercida por outros escritores como José Lins do Rego, Jorge Amado e Raquel de Queiroz. Suas experiências na prisão serviram de base para a publicação, póstuma, do livro Memórias do Cárcere, em 1954.
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PorTo SEGURO: NEM O ParTido SEGURA !
O DISCURSO DO MINISTRO DA JUSTIÇA NO CONGRESSO
A ÁRDUA MISSÃO DO MINISTRO CARDOZO |
Autor(es): Juliana Braga » Juliana Colares |
Correio Braziliense - 03/12/2012 |
Convocado pelo próprio PT para explicar a Operação Porto Seguro, José Eduardo Cardozo vai defender a atuação da PF e destacar que ninguém foi poupado nas investigações. A intenção é acalmar os ânimos da oposição e evitar novas sabatinas.
Ao mesmo tempo que terá de defender a atuação da Polícia Federal, o petista deverá blindar o Planalto e, por tabela, Lula
Convocado para falar amanhã, às 10h, no Congresso sobre a Operação Porto Seguro, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, tem uma tarefa árdua. Ao mesmo tempo em que terá de marcar posição e defender a atuação da corporação que comanda, a Polícia Federal, deverá isolar o governo Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva — neste caso para evitar reflexos no Planalto. No roteiro ideal para os governistas, Cardozo acrescentará pouco além do que já foi divulgado sobre a operação da PF.
Os esclarecimentos serão prestados nas comissões de Fiscalização Financeira e Controle e de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. Seu discurso será centrado na defesa da atuação "republicana" da Polícia Federal, que teria comandado uma operação de Estado, não de governo. Cardozo tentará destacar que ninguém foi poupado. Assim pretende acalmar os ânimos da oposição que insiste em chamar a ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo Rosemary de Noronha e os diretores da Anac e da ANA, Rubens e Paulo Vieira.
Ao convocar o ministro da Justiça, o PT ao mesmo tempo passa o recado de que está disposto a prestar todos os esclarecimentos e coloca na linha de tiro somente Cardozo, evitando que os três principais investigados na operação passem por uma sabatina no Congresso. "O Cardozo é o responsável pelo Ministério da Justiça e para o governo, ele basta", disse o deputado José Guimarães (PT-CE), integrante da Comissão de Segurança Pública.
A estratégia foi acertada na reunião da bancada petista na semana passada, com o conhecimento do Palácio do Planalto. O deputado Edson Santos (PT-RJ), autor de um dos três requerimentos para convidar Cardozo a prestar informações, não tomou a decisão sozinho. Chegou atrasado na reunião e foi incumbido da tarefa pelo alto escalão petista na Câmara. Oficialmente, no entanto, Edson Santos afirma que o interesse do partido é só entender qual foi o foco da atuação e como ela aconteceu. "Queremos trazer informações sobre essa investigação da Polícia Federal. Queremos saber, por exemplo, se o ministro sabia da operação, se foi informado", disse.
O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), também nega qualquer possibilidade de manobra para blindar Rosemary e os irmãos Vieira. "Do ponto de vista do governo, é ridículo falar em proteger quando todos os envolvidos foram demitidos ou afastados", alega.
Integrantes da base aliada acreditam que não sejam revelados fatos novos na audiência pública. O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse que estará presente, mas afirma que Cardozo vai dar apenas uma resposta política. "Ele vai falar o que já é conhecido do público", afirmou. Também é contra a convocação de Rosemary e dos ex-diretores da ANA e Anac porque isso seria apenas uma tentativa de politizar uma investigação policial.
Caso os esclarecimentos do ministro da Justiça de fato não acrescentem ao que já foi divulgado sobre as investigações, a oposição deverá insistir na convocação dos investigados na Operação Porto Seguro. "Se o espírito do governo é o de apurar toda a verdade, ele não pode se opor à convocação de todos os personagens", afirmou Mendonça Filho (DEM-PE). O deputado apresentou requerimento para ouvir o delator do esquema, o ex-auditor do Tribunal de Contas da União Cyonil Borges. O pedido deve ser votado na próxima quarta-feira.
Ao aceitar o convite para ir à Câmara dos Deputados, Cardozo não só tenta evitar a ida de Rosemary e dos irmãos Vieira — que podem fazer declarações que comprometam ainda mais a imagem dos governos petistas —, como assume o papel de fazer a defesa oficial de Lula e de Dilma Rousseff. Os três investigados foram nomeados durante o governo anterior e só deixaram os cargos depois da deflagração da operação. Na mesma sessão em que foi aprovado o convite a Cardozo, foi derrubada a tentativa de ouvir os integrantes da quadrilha acusada de negociar pareceres técnicos.
Nesta semana, o advogado-geral da União, Luis Inácio Adams, irá ao Senado, onde promete apresentar o resultado do pente-fino feito em todos os atos do ex-número dois da AGU, José Weber Holanda Alves.
Se o espírito do governo é o de apurar toda a verdade, ele não pode se opor à convocação de todos os personagens
Mendonça Filho, deputado federal do DEM-PE |
SOBROU PARA NÓS, ''COMUNS MORTAIS..."
Em cenário de Pibinho, dólar chega às alturas
Sobrou para o dólar |
Autor(es): DECO BANCILLON |
Correio Braziliense - 03/12/2012 |
Após medidas de incentivo ao consumo, que não foram suficientes, governo pode mexer no câmbio. Em tese, real fraco traria competitividade à indústria nacional.
Economistas acreditam que, diante do fraco desempenho de medidas adotadas para aquecer a atividade, governo recorrerá à política cambial
Soou o sinal de alerta na Esplanada dos Ministérios. Com a fraca expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de apenas 0,6% no terceiro trimestre do ano e a constatação de que as medidas de incentivo ao consumo não foram bem-sucedidas, o Palácio do Planalto determinou à equipe econômica que encontre novas soluções para garantir a retomada da atividade. Nesse cenário, já há quem defenda, dentro do governo, que o câmbio será o novo instrumento para estimular o crescimento.
Até a última sexta-feira, vigorou a tese de que o governo trabalhava com uma banda informal para a cotação do dólar. O intervalo seria algo entre R$ 2 e R$ 2,10. Sempre que a moeda ultrapassava esse limite, o Banco Central (BC) atuava vendendo dólares para trazer o valor para abaixo desse teto. Essa regra geral foi válida até a divulgação do PIB. Com a equipe econômica ainda juntando os cacos da economia, o mercado viu uma brecha para testar um novo limite de alta da moeda. Sem a ação do BC, a divisa encerrou o pregão no maior patamar desde maio de 2009, cotada a R$ 2,13 (veja ilustração).
Para analistas, essa nova marca alimenta a discussão sobre qual o limite para a alta do dólar no país. "Todos estão se perguntando até onde vai essa política mais intervencionista do governo Dilma", dispara o economista-sênior do BES Investimento, Flávio Serrano. "No fundo, é isso o que vai definir o ano de 2013", devolve o economista da Tendências Rafael Bacciotti.
Não é preciso muito esforço para enxergar os objetivos do governo com o câmbio desvalorizado. O economista-chefe da Votorantim Wealth Management, Fernando Fix, entrega o jogo. "Dada a fraqueza do setor produtivo brasileiro, que é muito sensível à variação do dólar, a sinalização que temos hoje é de que o governo deverá usar o real mais fraco para dar competitividade à indústria em 2013", diz.
Indústria em alertaTidos como os maiores beneficiados dessa medida, os industriais têm observado com cautela a disparada do câmbio. Ainda que, em tese, um dólar mais forte ajude a indústria, grandes empresas que têm dívidas em moeda estrangeira contabilizam prejuízos devido à disparada da divisa norte-americana.
Essa alta de custos já apareceu nos balanços divulgados pelas companhias no segundo e no terceiro trimestres, quando, após uma série de intervenções do BC, o câmbio pulou de R$ 1,72, em fevereiro, para R$ 2,03, em outubro. Como consequência, o endividamento das empresas não financeiras aumentou 3,6% no período, chegando a US$ 103,5 bilhões. Em valores, significou um aumento de US$ 3,6 bilhões no passivo delas.
"É evidente que o que está acontecendo no balanço do setor privado se deve, em parte, a essa alta do dólar. E o governo tem que estar atento a isso para evitar o que já aconteceu em 2008, quando problemas com o câmbio levaram a desajustes nos balanços das empresas", alerta Fernando Fix. Ele se refere às operações desastrosas feitas por companhias, entre as quais a própria Votorantim, com derivativos cambiais. Esses instrumentos, em tese, permitem que elas se protejam (hedge) contra fortes variações do câmbio, mas da forma como foram usados resultaram em prejuízos.
Até meados de 2008, diversas empresas faziam operações de swap cambial reverso (troca de moeda no mercado futuro) apostando na queda da cotação do dólar. Com o estouro da crise financeira global, em setembro daquele ano, a divisa norte-americana pulou de R$ 1,60 para mais de R$ 2,40, o que levou companhias a terem grandes prejuízos.
Analistas dizem que o cenário de 2012 é claramente menos nebuloso que o de 2008. "Mas nem por isso o governo deve baixar a guarda", lembra Fix. Recentemente, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou uma pesquisa que mostrava que uma em cada quatro indústrias está totalmente endividada. Como grande parte desse passivo é feito em dólar, lembra o estrategista-chefe do Banco WestLB, Luciano Rostagno, há um risco real de que a alta da moeda traga prejuízos para essas empresas.
Tripé ameaçadoA afirmação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que "o câmbio acima de R$ 2 veio para ficar" põe em xeque o respeito a um dos pilares do tripé econômico brasileiro. Ao lado das metas de inflação e do superavit primário, o câmbio flutuante foi uma receita que garantiu ao Brasil viver o mais longo período de estabilidade econômica desde a redemocratização. Dessa forma, há quem questione a eficácia de usar o real desvalorizado como instrumento de política econômica. A principal crítica é quanto à continuidade da medida, uma vez que o dólar alto torna mais cara a aquisição de máquinas e equipamentos do exterior. Somada à falta de confiança na recuperação brasileira, isso pode minar o investimento produtivo, que, após recuar durante cinco trimestres consecutivos, está no mais longo ciclo de baixas desde 1989.
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AGÊNCIAS: E QUEM O(a)S REGULA ?
Agências reguladoras: herança maldita
Autor(es): Gustavo Loyola |
Valor Econômico - 03/12/2012 |
A recente divulgação de mais um escândalo de corrupção e tráfico de influência, desvendado pela Polícia Federal, não deixa qualquer dúvida. A presidente Dilma recebeu uma herança maldita de seu antecessor: o loteamento político e o aparelhamento das agências reguladoras. Pergunta-se: com esse tipo de gestão, como pode o governo federal pretender que empresários privados sérios venham a investir em setores de infraestrutura sujeitos à regulação estatal?
No artigo publicado neste espaço em 14/11, assinalei que a crescente incerteza sobre as regras de jogo estão prejudicando os investimentos no Brasil, notadamente em setores de infraestrutura que dependem da existência de segurança jurídica e de adequado ambiente regulatório. As agências reguladoras - possuindo autonomia e corpo técnico qualificado - são um elemento institucional essencial para assegurar o cumprimento das regras do jogo, levando em consideração de maneira equilibrada os interesses dos usuários dos serviços, do governo e das empresas reguladas.
Como se sabe, é por meio das agências reguladoras que o Estado exerce a regulação econômica para combater imperfeições de mercado, tais como monopólios naturais, assimetrias de informação, externalidades negativas, etc. Nesse contexto, desempenham importante papel no "nivelamento do campo de jogo" entre os participantes do mercado. Por outro lado, para evitar o risco de "captura" do regulador pelos entes regulados, as agências devem ter autonomia técnica e financeira, sendo também indispensável que seus dirigentes possuam mandatos fixos e capacidade técnica e estejam ao abrigo da influência político-partidária. Por óbvio, tal autonomia não significa independência absoluta, sendo fundamentais as questões de transparência e de "accountability" dessas instituições.
Episódio recente parece uma boa oportunidade para a presidente parar o processo de desprestígio dessas instituições
Criadas no Brasil no governo FHC, a partir da privatização das empresas concessionárias de serviços públicos, as agências proliferam-se desde então, sendo também estruturadas nas esferas estadual e municipal. Ocorre que tal tendência, longe de ser positiva, refletiu um continuado processo de banalização dessas instituições que, a partir do governo Lula, tiveram diminuída sua autonomia, ao mesmo tempo em que seus cargos de direção passaram a ser loteados para atender interesses do PT e dos demais partidos da base aliada.
Nesse sentido, não é nenhum exagero dizer que Lula patrocinou um esforço deliberado de esvaziamento das agências. Em consequência, o que se verifica hoje é que, em muitos casos, as agências tornaram-se meras "repartições" dos ministérios, sendo frequentemente atropeladas em suas funções, ao mesmo tempo em que se observa a perda de transparência em suas funções regulatórias e o surgimento de indícios de "captura" em algumas agências. Ademais, seus cargos de direção se tornaram prebendas políticas, quando deveriam ser preenchidos por profissionais com conhecimento e formação profissional compatíveis com a função.
A propósito, em relatório de 2011, o próprio TCU afirmou que "a subjetividade dos critérios possibilita a indicação de diretores que não possuem os conhecimentos imprescindíveis para o exercício de cargo de natureza técnica." Para exemplificar as escolhas bizarras frequentemente patrocinadas pelo governo, basta mencionar o conspícuo caso de um indicado por um partido da base do governo para diretor da ANTT que, ao ter seu parco currículo questionado pela imprensa, admitiu candidamente que sua experiência no setor de transportes limitava-se apenas à de "usuário"!
O lastimável episódio envolvendo dois diretores de distintas e importantes agências reguladoras, ambos indicados por uma poderosa funcionária de terceiro escalão, parece uma boa oportunidade para a presidente Dilma interromper o processo de desprestígio dessas instituições. Cabe reafirmar sua autonomia, dotá-las dos meios necessários ao desempenho de suas funções e, principalmente, recrutar seus diretores com base em seu mérito pessoal e profissional e não com base em indicações extravagantes, como se vê hoje com alguma frequência.
O fortalecimento das agências reguladoras, isoladamente, não terá o condão de assegurar um fluxo suficiente de recursos privados para áreas de infraestrutura como, portos, aeroportos, energia e telecomunicações. Porém, o bom funcionamento de tais instituições se afigura condição necessária para que os investidores se animem a empreender naqueles setores, sem as muletas proporcionadas por abundantes subsídios creditícios e/ou a garantia da proximidade com os detentores do poder.
A propósito, vale lembrar que as sucessivas frustrações das previsões do governo sobre o crescimento do PIB são mais um alerta de que o Brasil precisa urgentemente de políticas que fortaleçam de forma perene as instituições necessárias ao funcionamento de uma economia de mercado.
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Gustavo Loyola, doutor em economia pela EPGE/FGV, foi presidente do Banco Central e é sócio-diretor da Tendências Consultoria Integrada, em São Paulo. Escreve mensalmente às segundas-feiras.
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'QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?'
SINOPSES - RESUMO DOS JORNAIS
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Está sendo elaborado um plano de reabilitação dos segurados, tanto do ponto de vista médico quanto profissional, que permita a reinserção deles no mercado de trabalho
Dados do Ministério da Previdência mostram que o gasto com trabalhadores afastados definitivamente do serviço em função de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais subiu de R$ 8,2 bilhões para R$ 34,8 bilhões entre 2002 e 2011. E as despesas com auxílio-doença aumentaram de R$ 5,4 bilhões para R$ 18,1 bilhões no mesmo período. O governo estuda criar uma meta de corte de 40% na quantidade de benefícios até 2019. Para alcançar o objetivo, está elaborando um plano de reabilitação dos segurados. Um grupo de trabalho formado pelos ministérios da Previdência, Saúde, Planejamento e Trabalho tem até 10 de janeiro para concluir o projeto, que será apresentado à presidente Dilma. (Págs. 1 e 3)
O governo usou menos da metade do valor que estava reservado no Orçamento deste ano para ações de prevenção e resposta a desastres, em especial as medidas ligadas a chuvas.
Dos R$ 4,4 bilhões previstos, só R$ 2,1 bilhões, ou 48°/o, estão comprometidos. E apenas R$ 1,1 bilhão (25%) já foi efetivamente pago.
A União divide o ônus da baixa execução com municípios e Estados.
Diz que, como beneficiários dessas ações, eles precisam cumprir uma série de exigências, como a apresentação de projeto e de plano de trabalho e uma contra-partida financeira.
O governo afirma ainda que tem até o final do ano para empenhar os recursos orçamentários reservados.
A previsão meteorológica para o verão é de chuvas fortes, em especial no Sul e no Sudeste do país. (Págs. 1 e Cotidiano C1)
Os juízes só voltarão após o fim das “pressões psicológicas e físicas”. (Págs. 1 e Mundo A12)
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defende que o tucano Aécio Neves antecipe seu discurso e já se lance como postulante à Presidência em 2014. “Ele deve assumir mais publicamente posições.” (Págs. 1 e A16)
O diretor afastado da Agência Nacional de Águas Paulo Vieira planejava se candidatar a deputado federal pelo PT, revelam depoimentos, e-mails e telefonemas interceptados pela Polícia Federal. Relatórios da PF indicam que a campanha seria financiada por empresas favorecidas pelo esquema de compra de pareceres de órgãos públicos liderado por Paulo. O ex-auditor do Tribunal de Contas da União Cyonil Borges disse à PF que Paulo contava com parecer favorável à Tecondi, que opera no Porto de Santos, para garantir dinheiro para a campanha. Uma conversa entre Paulo e a ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo Rosemary Noronha indica que ele registrou bens em nome de terceiros para evitar que o aumento do patrimônio prejudicasse a candidatura. (Págs. 1 e Nacional A4)
Favores em série
Segundo PF, quadrilha liderada por Paulo Vieira pagou dívida de licenciamento de RS 2,3 mil de carro do irmão de Rosemary Noronha. (Págs. 1 e Nacional A4)
É o momento de propor um pré-requisito para a residência médica: cumprir dois anos no Programa Saúde da Família. (Págs. 1 e Opinião A2)
A recente transição da liderança na China foi apresentada como triunfo da linha dura conservadora. Nada mais distante da verdade. (Págs. 1 e Visão Global A14)
O bloco foi amesquinhado pela devastadora aliança do kirchnerismo com o petismo. (Págs. 1 e A3)
Levantamento da consultoria Aon Hewitt Brasil mostra que entre 2006 e 2012 o número de consultas aumentou 8,3% e o de exames, 29%. Com o acesso ao convênio médico, as pessoas estão suprindo a demanda reprimida e agendando consultas, indo a hospitais e, principalmente, fazendo exames de análises clínicas e de imagem, um dos maiores gargalos do Sistema Único de Saúde (SUS). (Págs. 1 e B5)
A decisão de construir a fábrica, segundo o presidente da SuperVia, Carlos José Cunha, teve como principal objetivo adiantar a demanda dos 20 trens que já faziam parte de um compromisso da concessionária com o Estado do Rio e deveriam ser entregues entre 2016 e 2020. O aporte de R$ 300 milhões da SuperVia faz parte do plano de investimentos que prevê desembolso total de R$ 1,2 bilhão entre 2011 e 2016. O montante, segundo Cunha, deveria ser investido até 2020. (Págs. 1 e B7)
O decreto reconhecerá os "custos retardatários" que as concessionárias tiveram desde a construção das usinas. Quando definiu o cálculo das indenizações, o governo considerou o Valor Novo de Reposição, que trazia para os custos de hoje o quanto as empresas gastaram no momento de erguer seus ativos. Mas deixou de lado todos os custos assumidos posteriormente, como modernização de turbinas e investimentos socioambientais ao longo da concessão. (Págs. 1, A5, A6 e B10)
A questão financeira é um dos pontos nevrálgicos da negociação. Os países ricos se comprometeram a dar US$ 30 bilhões - US$ 10 bilhões ao ano - como recursos de curto prazo para os países mais afetados pela mudança do clima. O prazo era 2010 a 2012 e termina agora. (Págs. 1 e A15)
Quando fez essas previsões, Teixeira estava na contramão de seus colegas do mercado. Depois da divulgação do resultado do terceiro trimestre, sua previsão de alta de 1,3% foi reduzida para 1%. Mas, uma vez mais, Teixeira está remando contra a corrente de uma boa parte dos analistas, que não estão vislumbram uma boa recuperação. O economista do Credit está otimista e manteve a previsão de que o PIB crescerá 4% no próximo ano e 4,5% em 2014. Teixeira disse que, com a diminuição da probabilidade de um evento extremo no exterior e a recuperação da indústria em curso, os empresários voltarão a investir. (Págs. 1 e A4)
A J&F obteve os recursos por um prazo de cinco anos, com carência de três anos para o pagamento do principal. Vai pagar juros equivalentes à taxa do depósito interfinanceiro (DI), que acompanha a Selic, mais 1,82% ao ano, custo inferior ao de emissões públicas de debêntures com perfil de risco semelhante e de empréstimos anteriores obtidos pela companhia. (Págs 1 e C3)
Isolada na Comunidade Andina, que adota um franco liberalismo, a Bolívia terá muitos desafios para entrar no Mercosul. (Págs. 1 e A2)
Renato Janine Ribeiro
Haverá relação entre políticas de inclusão social levadas a cabo com êxito por governos de esquerda e corrupção? (Págs. 1 e A14)