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sábado, julho 21, 2007

EDITORIAL: CRISE E CAOS AÉREO

EDITORIAL – 21 de julho de 2007.

CRISE AÉREA [In:] “ASAS DE ÍCARO”

O que seria mais “dantesco”
[1][2] no noticiário desta semana? A queda do vôo 3054 da TAM (Airbus A320), a “caça as bruxas” na busca dos culpados ou a posse do suplente do senador Joaquim Roriz (PMDB-DF), “hoje” senador Gim Argello (PTB-DF)? Difícil saber ou em arriscar dizer.
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As notícias sobre as façanhas de nossos atletas participantes do PAN-RIO/2007, de alguma maneira foram ofuscadas pelo desastre “térreo” do avião da TAM, ocorrido na última terça-feira (17). Não obstante, nossos aplausos a todos, independentemente da medalha conquistada ou da classificação obtida, sem direito a pódio: são brasileiros de respeito!
Como foi amplamente noticiado, o avião Airbus A320 vindo de Porto Alegre (RS) ao pousar no Aeroporto de Congonhas (SP), derrapou na pista molhada a uma velocidade cerca de 180 km/h e atravessou (voou sobre) a Avenida Washington Luiz batendo num prédio da própria TAM e em um posto de gasolina ao lado. Pelo choque, veio a explodir matando todos os seus ocupantes e também funcionários do edifício da TAM Express. Numa primeira análise desse fato, o agente de segurança de vôo do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Carlos Camacho, confirmou ao jornal Estadão a seguinte hipótese: "Era de se esperar que isso ocorresse. Um avião lotado, portanto, pesado, um dia de chuva e com empoçamento de água, o piloto fica sem ter como controlar o avião".
O que foi firmemente divulgado como uma das causas prováveis do acidente está ligada diretamente à falta de "grooving" na pista; as ranhuras que escoam água e ampliam a aderência na hora do pouso, as quais não foram realizadas por ocasião da reforma da pista do Aeroporto de Congonhas. Ao invés, optou-se pelo embelezamento interno do terminal de passageiros, com granitos e "fumês". Divulgou-se também que, havia outros registros de derrapagem por aviões, notadamente depois da “reinauguração” da pista. Na noite anterior (16) ao acidente, outro avião da TAM (vôo JJ 3949) que fazia a ponte aérea Rio-SP, estando prestes a pousar às 19h10min, a uns 20 metros de altitude, foi subitamente arremetido em razão de acúmulo de água na pista, fato confirmado posteriormente pelo comandante, em novo pouso às 19h38min. Segundo um dos passageiros, depois da manobra inesperada, o piloto informou no sistema de som do avião que havia desistido de pousar por conta do excesso de água na pista. Igualmente, horas antes, um avião da empresa Pantanal já havia derrapado na pista em Congonhas, “taxiando” sobre o gramado.
Na busca de responsáveis ou da(s) causa(s) provável desse acidente, foi divulgado que essa aeronave tinha um defeito no reversor da turbina, cuja avaria fora detectada pela companhia desde o último sábado (14). Segundo os dirigentes da TAM, o problema havia sido detectado pelo sistema eletrônico de checagem do próprio avião, todavia, a aeronave continuou a voar nos dias seguintes, com o reversor direito desligado manualmente. Ainda segundo executivos da TAM, esse problema técnico não impossibilita a continuidade de vôos, pois, de acordo com os manuais do fabricante (Airbus), para casos como este, recomenda-se que se faça uma revisão no dispositivo até dez dias depois da apresentação do defeito. Entretanto, o "Jornal Nacional” (JN) apurou que o avião da TAM, prefixo MBK, destruído na tragédia de terça-feira, teve problemas para aterrissar no dia anterior (16) no mesmo Aeroporto de Congonhas. O avião fazia o vôo 3215 da TAM, entre Confins (MG) e São Paulo, onde, às 13h48min, teve dificuldades para frear e só parou no limite da pista do aeroporto. De acordo com o JN, o comandante da aeronave teria dito à torre que a pista estava "muito escorregadia", sem fazer menção ao problema técnico, cujo comentário foi registrado pelos órgãos oficiais. Por outro lado, o vice-presidente da TAM disse desconhecer o incidente de segunda-feira. Ele afirmou ao JN que o livro de bordo da aeronave, que registra todos os problemas apresentados durante um vôo, não registrava nenhuma pane séria no dia 16. Na esperança de que se esclareça o motivo do acidente, foi enviada aos Estados Unidos a caixa-preta do avião, onde se espera que a degravação dos diálogos da cabine do avião será devolvida na próxima semana.
A partir dessas informações e mesmo considerando que o acidente com o avião da TAM, não tenha relação com a crise aérea vivida pelo País, a avaliação do presidente Lula é que a cúpula do setor aéreo perdeu a condição de se manter nos cargos. Como ele deixou claro, um outro civil deverá ocupar o cargo de Waldir Pires, no Ministério da Defesa.
Por sua vez, pressionado pela opinião pública, o Governo divulgou um pacote de medidas para tentar resolver os problemas no Aeroporto de Congonhas, entre eles a transferência de vôos para outros aeroportos, principalmente para os de Cumbica (Guarulhos-SP) e Viracopos (Campinas-SP). No entanto, o presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, disse que é impossível fechar o aeroporto: "Só se alguém me disser onde vamos colocar 20 milhões de passageiros", ao se referir ao número estimado de usuários por ano, em Congonhas.
Ainda em relação ao acidente “térreo”, a divulgação do defeito no reversor da turbina do Airbus da TAM foi efusivamente comemorada pelos assessores do Planalto: Marco Aurélio Garcia, dos Assuntos Internacionais e Bruno Gaspar, Assessor de Imprensa. Os gestos chulos efetuados por esses assessores causaram tamanha indignação nacional, que não merecem qualquer comentário adicional.
Impropriedades à parte, o que alguns especialistas deixaram claro é que o problema no reversor direito do Airbus-A320, da TAM, não seria suficiente, sozinho, para provocar o acidente de terça-feira, segundo Pedro Goldenstein, piloto há 26 anos. Como foi explicada, só uma conjunção de fatores pode explicar o acidente, incluindo ainda a possibilidade de outros problemas técnicos, de falta de aderência da pista de Congonhas e de eventuais erros do piloto. Outros técnicos entrevistados pela Folha, apontaram ainda que a pista do aeroporto de Congonhas, além de escorregadia sob chuva, é curta e sem área de escape, algo que potencializa as dificuldades. Pelas informações, a aeronave não depende dos reversores para frear nas situações normais. Isso porque, embora usado praticamente em todos os pousos do tipo, ele é só um instrumento extra para ajudar a frenagem do avião, que é projetado para parar com os freios das rodas e pela aerodinâmica. Entretanto, todo mundo aciona os reversores para se economizar os freios das rodas.
Ainda que não se observassem gestos efusivos na cerimônia, causou estranheza que, três dias após o acidente com o avião da TAM em Congonhas (SP), quatro diretores da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) fossem homenageados na Base Aérea de Brasília. A cerimônia de entrega das medalhas "mérito Santos Dummont" aconteceu na manhã de sexta-feira (20). O vice-presidente José Alencar condecorou alguns homenageados, entre eles, o diretor-presidente da ANAC, Milton Zuanazzi e três outros diretores: Denise Abreu, Leur Lomanto e Josef Barat. A medalha é entregue as personalidades civis e militares que se destacam por serviços prestados à Aeronáutica.
Quanto à CPI do Apagão Aéreo pouco ou nada mais se divulgou, além de sua composição em 3 de maio passado: uma comissão integrada por 24 titulares. Das 24 vagas, 15 são da base aliada do Governo (PT, PMDB, PP, PR, PTB, PDT, PSB, PCdoB) e 9 foram ocupadas pela oposição (PSDB, DEM, PPS, PV, PSOL).
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Por tudo isso que esta semana utilizamos a conexão “crise aérea e asas de Ícaro”, nos títulos das postagens sobre o noticiário do acidente do avião da TAM. Isto para tentar demonstrar a fragilidade da nossa aviação civil perante o “caos aéreo” que se instalou no País, nos últimos tempos.
Há culpados? Sim. O “gabinete de crise” do Governo os identificarão ou será atribuição da CPI do Apagão Aéreo? Não temos resposta. O que sabemos é que não queremos apenas uma “ilha Icária” em memória aos mortos do vôo 3054 da TAM.
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[1] Expressão utilizada pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS) ao comentar os gestos obscenos do assessor de assuntos internacionais do Presidente Lula, Marco Aurélio Garcia e do Assessor de Imprensa, Bruno Gaspar, ao tomarem conhecimento que a possível causa do acidente do avião Airbus A-430, da TAM, fora causada por falha mecânica em uma de suas turbinas.
[2] Dante Alighieri, autor da “Divina Comédia”, onde escreve sua experiência em transitar pelos três reinos espirituais (além-túmulo): Inferno, purgatório e paraíso.