PENSAR "GRANDE":

***************************************************
[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
***************************************************


“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

----

''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

=========
# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
1Radio 1455824919 nhm...

valor ...ria...nine

folha gmail df1lkrha

***

quarta-feira, agosto 29, 2007

XÔ! ESTRESSE [In:] "ANJOS CAÍDOS"











[Chargistas: Myrria, Regi, Aroeira, Amorim, Marco Aurélio, Erasmo, Cláudio].

RENAN CALHEIROS: CASSAÇÃO JÁ!!! [É O DEVE SER VOTADO?]

Conselho vota 2 relatórios sobre Renan

Ameaçado por manobras e sob a pressão de pareceres de servidores subordinados à presidência do Senado, o Conselho de Ética deve votar amanhã dois pareceres contra o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). O dos relatores Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS) pedirá a cassação do peemedebista por entender que ele não conseguiu justificar a evolução de seu patrimônio e nem comprovar que usou recursos próprios para pagar despesas da jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha. Já o parecer de Almeida Lima (PMDB-SE), aliado de primeira hora de Renan, afirma que não há provas contra o senador. A votação deverá ser aberta, a exemplo do que ocorreu no processo contra Ney Suassuna (PMDB-PB) no final do ano passado. A decisão pelo voto aberto se deve à iniciativa do presidente do órgão, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), de transferir a decisão sobre a forma de votação à maioria dos membros do conselho. Com isso, derruba o parecer da Consultoria Legislativa, que opina pelo voto secreto. A tentativa de unificar a decisão do colegiado em um único parecer fracassou. Casagrande e Marisa alegaram que as 'dúvidas' deixadas pela defesa de Renan inviabilizam qualquer decisão inocentando-o. 'Temos dúvidas sobre a evolução patrimonial e quanto ao empréstimo de R$ 178 mil que ele disse ter feito no último dia da perícia', alegou Casagrande, referindo-se às retiradas de dinheiro feitas por Renan da locadora Costa Dourada Veículo. A Polícia Federal afirma no laudo entregue ao conselho que a empresa estava em nome do primo de Renan, Tito Uchoa, acusado pelo usineiro João Lyra de ser laranja do senador na compra de jornal e duas rádios. 'É um conjunto de fatos que pode desqualificar a boa conduta que se espera de um bom político', argumentou Marisa. Já Almeida Lima insiste na tese de que o fato de Renan ter apresentado documentos reais, comprovariam a sua absolvição. Folha Online.

STF/MENSALÃO: PROCESSOS [RISCO DE MORRER NA PRAIA?]

Ex-ministro vê risco de prescrição

Aberto o processo criminal contra os 40 acusados do mensalão, o Supremo Tribunal Federal (STF) dá início agora a um procedimento para o qual não tem vocação, porque falta estrutura à máxima instância da Justiça - situação que poderá levar à prescrição de alguns crimes. O alerta foi dado pelo ex-presidente do STF Carlos Velloso. Sua previsão, "na melhor das hipóteses e com muito otimismo", é de que a ação se prolongue por 5 anos. Mas ele calcula que esse prazo poderá esticar muito dadas as peculiaridades desse tipo de ação. "A vocação do STF é para apreciar questões jurídicas e constitucionais, não tem condições de fazer papel de juiz de primeiro grau", destacou Velloso, que foi ministro entre junho de 1990 e janeiro de 2006. Recebida a denúncia da Procuradoria-Geral da República, o caso entra na fase de instrução, quando acusação e defesa indicam as testemunhas e podem requerer perícias técnicas e contábeis. Cada acusado pode arrolar oito testemunhas. Ao fim dessa fase, o ministro relator envia os autos ao ministro revisor, que analisa toda a documentação e decide se pede inclusão do processo na pauta de julgamento do Pleno. O STF abriu processo por formação de quadrilha contra 24 acusados. A pena para esse crime varia de 1 a 3 anos. A prescrição ocorre após oito anos do início da ação. Mas o ex-presidente do STF chama a atenção para outro detalhe que deverá beneficiar os réus por quadrilha, especialmente aqueles que são primários - acusados nessa situação, quando considerados culpados, pegam pena mínima. "Abre-se caminho para outro absurdo, que é a prescrição retroativa. O cálculo do prazo para punição é feito com base na pena aplicada. Daí vem a impunidade, que gera a corrupção." "Um processo que pode ter 320 testemunhas frustra a opinião pública quanto à efetiva punição", adverte Velloso, crítico incondicional do foro privilegiado. "O foro é um resquício do Império. O sistema é antiquado, rançoso, superado. O Supremo não é displicente, não é negligente. Mas a pauta está sobrecarregada com as matérias que são próprias de sua alçada, recursos extraordinários e ações de inconstitucionalidade. O mensalão foi parar no Supremo porque envolve deputados. Grande parte dos acusados não tem nenhum vínculo com a administração pública, mas eles também foram beneficiados pelo foro. É vergonhoso.""O rito no STF é lento demais, por isso o risco da prescrição", endossa a procuradora da República Janice Ascari. Ela destaca que a legislação processual admite "uma enxurrada de recursos, embargos e subterfúgios para protelar". "Quanto mais tempo demorar, melhor, e nos casos de foro privilegiado o quadro é pior ainda." Fausto Macedo, Estadão.

STF/MENSALÃO: IMPRENSA INTERNACIONAL

Decisão do Supremo intensifica escândalo no Brasil, diz "NYT"

A decisão do Supremo Tribunal Federal de indiciar o ex-ministro José Dirceu pelo caso do mensalão intensificou nesta semana um escândalo que vinha pairando sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por dois anos, afirma em sua edição desta quarta-feira o diário americano The New York Times. O diário observa que "esta foi a primeira vez que o STF decidiu julgar acusações criminais contra políticos de alto escalão", e comenta que "poucos políticos acusados de corrupção realmente cumprem pena de prisão no país". "O Supremo Tribunal anteriormente já havia se negado a processar o ex-presidente Fernando Collor de Mello após sua renúncia em meio a um processo de impeachment em 1992. Foi revelado que Collor havia operado um fundo secreto de desvios multimilionários", afirma a reportagem. O jornal comenta que Lula "se distanciou do escândalo (do mensalão) em 2005 e foi reeleito no ano seguinte, mesmo após políticos tanto da direita quanto da esquerda terem o considerado carta fora do baralho". Segundo a reportagem, "o presidente conseguiu evitar danos políticos das acusações de corrupção e por outras acusações de má-administração" e suas taxas de aprovação permaneceram "virtualmente inalteradas".
Enfrentamento
A decisão do STF também ganhou destaque em outros jornais estrangeiros nesta quarta-feira.Em sua edição online, o britânico Financial Times diz que a decisão está sendo considerada "o primeiro enfrentamento sério à impunidade tradicionalmente gozada pelas figuras públicas brasileiras". A reportagem comenta que "no auge do escândalo, no fim de 2005, a popularidade do presidente caiu tanto que muitos o consideravam um peso eleitoral para seu partido, o esquerdista PT". "Mas o público rapidamente cansou do escândalo, a oposição não conseguiu capitalizar e Lula foi reeleito para um segundo mandato de quatro anos em outubro, com uma maioria considerável", diz o FT.
Opinião pública
O jornal espanhol El País afirma que "a decisão do Supremo esteve, em grande parte, condicionada pelas pressões da opinião pública, que vem acompanhando ao vivo, pela televisão, as discussões dos 11 membros do tribunal". "A opinião pública vem criticando a impunidade com a qual costumam gozar os políticos corruptos", diz a reportagem. O jornal comenta, porém, que "agora serão necessários vários anos para que os tribunais dêem seu veredicto final, mas politicamente a decisão do Supremo acabou com a tese de que se tratou somente de uma manobra da oposição para atacar o governo Lula". O diário argentino Clarín destaca o fato de que, entre os 40 indiciados pelo STF, está o publicitário Duda Mendonça, conhecido também na Argentina pelo fato de já ter trabalhado em campanhas políticas locais. O jornal relata que Duda foi acusado de "conspirar com ex-ministros, deputados e dirigentes políticos na trama de subornos tecida no Congresso nacional nos dois primeiros anos do governo Lula". O Clarín comenta que Duda foi o responsável por "estilizar" a imagem de Lula e "tirou dele qualquer conotação radical ao lançar na campanha de 2002 a famosa frase 'Lulinha paz e amor'". O jornal lembra que o publicitário "foi o principal assessor de campanha de vários políticos argentinos, entre eles Eduardo Duhalde (que perdeu a eleição presidencial de 1999 para Fernando de La Rúa e depois governou o país por um ano após a crise de 2001)". Folha Online, BBC Brasil.

STF/MENSALÃO: A CARTILHA DA CORRUPÇÃO

Entenda os crimes imputados aos réus do mensalão



O STF (Supremo Tribunal Federal) concluiu nesta terça-feira o julgamento da denúncia da Procuradoria-Geral da República contra os 40 denunciados por envolvimento com o escândalo do mensalão --esquema que financiava parlamentares do PT e da base aliada em troca de apoio político. A Corte acatou a denúncia contra todos os 40 acusados pelo procurador-geral Antonio Fernando de Souza. Entre eles estão os ex-ministros José Dirceu (Casa Civil) Luiz Gushiken (Comunicação do Governo) e Anderson Adauto (Transportes), o empresário Marcos Valério, os deputados João Paulo Cunha (PT-SP) e José Genoino (PT-SP), além do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), autor das denúncias do mensalão. Os réus responderão por diversos crimes, como peculato, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, corrupção passiva, corrupção ativa, entre outros.
Veja abaixo o que significa cada um dos crimes:


Editoria de Arte/Folha

Folha Online.

DUDA MENDONÇA & VAIAS: 'LAVAGEM DE DINHEIRO E PECULATO' NÃO SÃO COMPONENTES DA "CORRUPÇÃO"?

Duda é vaiado durante aula inaugural em faculdade de SP


SÃO PAULO - Quatro horas depois de ser anunciado réu pelo Supremo tribunal federal (STF), o publicitário Duda Mendonça, acostumado a aplausos por um currículo premiado na área da propaganda, foi alvo de vaias e insultos em uma palestra em São Paulo. Convidado para uma aula inaugural do curso de Comunicação Social da Faculdade Metropolitanas Unidas (FMU), ele foi recebido na noite desta terça-feira por estudantes com gritos de mensaleiro, corrupto e ladrão. Acusado por lavagem de dinheiro e evasão de divisas, ele reagiu: "O que eu fiz de errado? Não fui indiciado por formação de quadrilha ou peculato porra nenhuma. Eu recebi o meu dinheiro. Se essa era a forma de receber eu recebi. Precisava pagar os salários dos funcionários", defendeu-se. Os manifestantes não passaram de 30 em uma platéia de cerca de 300 pessoas, a maioria delas estudante de Comunicação. Já os revoltosos eram alunos de Direito da faculdade, para os quais o título de "gênio da propaganda", como o publicitário foi apresentado, pareceu não ter significado algum. Foi Duda pegar o microfone para os insultos começarem. "Fora mensaleiro", gritaram alguns. "Vai embora ladrão", disse outro. Com aplausos, a maioria dos presentes tentou inibir o grupo, mas foi em vão. Duda até revidou os revoltosos. "Você acha?", ironizou ele, dirigindo-se ao rapaz que entoou o grito de "ladrão". E emendou: "Essas coisas não me tocam mais não". Estadão. Foto Nilton Fukuda/AE.

"QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?"

Caixa eleva prazo de financiamento da casa própria para 30 anos. Os interessados em comprar a casa própria contam agora com um prazo maior de financiamento se ele for feito por meio da Caixa Econômica Federal, principal instituição do país na área de empréstimos de habitação. O prazo foi elevado de 20 para 30 anos. Além disso, houve uma redução na taxa de juros e na taxa de administração. Segundo a instituição, as alterações foram possíveis porque há um cenário de estabilidade no longo prazo, com queda nas taxas de juros. A taxa de juros nominal, que é pós-fixada, sofrerá uma redução de 11,38% ao ano para 10,4% ao ano para os imóveis entre R$ 130 mil e R$ 200 mil.
Juros devem cair para ajudar a controlar câmbio, diz Delfim Netto. O economista Antonio Delfim Netto, 79, ex-ministro e ex-deputado federal, disse que as taxas de juros devem cair como meio de elevar a cotação do dólar ante o real. A declaração foi feita durante a sabatina da Folha, realizada no Teatro do shopping Pátio Higienópolis, em São Paulo. (...) "Não vejo motivos para a nossa taxa de juros reais ser maior do que 3% ou 4%", disse Delfim, Atualmente a taxa de juros reais do país gira em torno de 8% --a Selic está em 11,5% ao ano.
Controlador acusado da queda do vôo 1907 fica calado perante juiz. O principal controlador de vôo denunciado como responsável pelo acidente com o Boeing da Gol, em setembro de 2006, ficou calado em audiência na Justiça Federal nesta terça-feira em Sinop (MT). A atitude levou o juiz Murilo Mendes a perguntar à advogada de defesa se ela tem ligação com a Aeronáutica, ou seja, se estava coagindo os controladores.
Preso, dono do Bahamas pede asilo em quatro países. O empresário Oscar Maroni Filho, proprietário da boate Bahamas, em São Paulo, decidiu pedir asilo em outro país sob alegação de que é vítima de "perseguição política", revela a colunista Mônica Bergamo na edição desta quarta-feira da Folha. Para ler a íntegra da coluna, clique aqui (exclusivo para assinantes da Folha ou do UOL). "De acordo com o advogado Daniel Majzoub, a solicitação está sendo encaminhada a quatro embaixadas, de Holanda, Suécia, Canadá e Dinamarca", afirma Bergamo.
Maroni Filho está preso há 15 dias acusado de formação de quadrilha e exploração da prostituição.
Câmara pagará estagiários para vereadores. Reportagem publicada na edição desta quarta-feira da Folha (clique aqui para ler a íntegra disponível a assinantes da Folha ou do UOL) revela que, a um ano da campanha eleitoral de 2008, a Mesa Diretora da Câmara de São Paulo autorizou os 55 vereadores a contratar, cada um, quatro estagiários remunerados. O presidente da Câmara terá direito a dez, além dos quatro de seu gabinete. "Pelo ato normativo, que passou a vigorar ontem, os estagiários não precisam dar expediente na Câmara. Ou seja, podem atuar nas bases eleitorais", ressalta a reportagem. Hoje, a despesa por estagiário de nível superior chega a R$ 1.105. Com os de nível médio, R$ 866. "Como a Câmara seguirá o mesmo critério de remuneração, a despesa anual com o novo pacote chegará a cerca de R$ 2,7 milhões. Para efeito de comparação, a Casa planeja gastar em 2007 R$ 125 milhões com o pessoal da ativa --haverá impacto de 2,5% na folha." Há três meses, os vereadores aprovaram um pacote de benesses que permitiu a eles gastar livremente R$ 12,5 mil em despesas de gabinete. Folha Online.
Viagem grátis afeta fiscalização, diz Jobim. O ministro Nelson Jobim (Defesa) disse ontem que os passes livres para funcionários da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), concedidos por companhias aéreas, se convertem em "tolerâncias" com as empresas em fiscalizações. Ele defendeu o fim desse benefício na reformulação que pretende fazer na agência. Jobim não citou nenhuma empresa. A TAM, por exemplo, forneceu 2.833 passagens à Anac apenas de julho a dezembro de 2006. Coincidência ou não, no Natal, ela contou com a "boa-vontade" da Anac e o álibi da "culpa dos controladores" para maquiar problemas que afetaram milhares de passageiros, com a retirada de aviões para manutenção não-programada.

STF/MENSALÃO [In:] "UM DIA DE CÃO" [PARA OS 41?]

Supremo encerra julgamento do mensalão com 40 réus

Após mais de 30 horas, o STF (Supremo Tribunal Federal) encerrou nesta terça-feira o julgamento das denúncias contra os 40 acusados de envolvimento com o mensalão. Todos os denunciados foram transformados em réus. Entre eles estão os ex-ministros José Dirceu (Casa Civil) Luiz Gushiken (Comunicação do Governo) e Anderson Adauto (Transportes), o empresário Marcos Valério, os deputados João Paulo Cunha (PT-SP) e José Genoino (PT-SP), além do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), autor das denúncias do mensalão. Após o encerramento dos trabalhos, a presidente da Corte, Ellen Gracie, defendeu a atuação do STF. Detalhando um balanço sobre as atividades do tribunal, Ellen Gracie elogiou o relator do mensalão, Joaquim Barbosa. Ela lembrou ainda que, apesar do julgamento, os ministros continuaram a trabalhar em outros processos e ressaltou que este foi um "julgamento histórico". "É um julgamento que muitos consideram histórico. Tenho dificuldade em acreditar que alguma Corte Suprema se reúna em sessão plenária para discutir um processo com essas minúcias", afirmou a presidente. Em seguida, Ellen Gracie disse: "eu desejo registrar que o tribunal conclui esta primeira fase em prazo absolutamente compatível, em prazo 'sui generis', com quatro dezenas de acusados, como também com as demais tarefas que correspondem ao cotidiano dos demais ministros". Segundo a presidente do STF, apenas nos intervalos das sessões do julgamento foram distribuídos 2.094 processos. De acordo com ela, há 51 ações penais em tramitação na Corte. Desta relação, metade tem menos de seis meses em tramitação. Sem apontar nomes, a ministra respondeu aqueles que criticam a morosidade do STF. "É importante constatar também que, no momento em que encerramos este julgamento, o quanto são equivocadas algumas opiniões sobre a eficiência deste tribunal no trato da matéria penal."
Tecnologia
O julgamento começou na última quarta-feira, dia 22. Para apressar as análises e votações, o relator do mensalão, Joaquim Barbosa, separou seu voto em capítulos de denúncias. O formato agradou aos demais ministros e facilitou o julgamento. Ellen Gracie elogiou a iniciativa do relator, lembrando que no voto havia 51 volumes e mais de 1.000 anexos. Segundo ela, a tecnologia colaborou para o trabalho. "Não fosse por isso teria consumido 20 meses", disse a ministra. Nos dois primeiros dias, os 28 advogados que faziam as defesas dos denunciados tiveram tempo para apresentação de argumentos. Passaram pelo plenário do STF alguns dos advogados mais renomados do país: o ex-ministro da Justiça José Carlos Dias, Arnaldo Malheiros, Tales Castelo Branco, Marcelo Leonardo, entre outros. A defesa dos acusados foi elogiada pelos ministros. Um deles, Castelo Branco, mereceu comentários públicos dos ministros Eros Grau e Ricardo Lewandowski. Foi Castelo Branco, que defende o publicitário Duda Mendonça, que admitiu que seu cliente havia sonegado impostos, mas não lavado dinheiro.
Constrangimento
No começo do julgamento, os ministros passaram por um constrangimento. Um flagrante conseguiu registrar correspondências eletrônicas entre os ministros Ricardo Lewandowski e Cármen Lúcia. Nas mensagens, eles comentavam sobre as denúncias e também falavam sobre os colegas. O STF não se manifestou sobre o caso. Mas alguns ministros comentaram a respeito. O ministro Eros Grau, chamado por Cármen Lúcia de "Cupido", demonstrou irritação com o vazamento das mensagens. Já os ministros Carlos Ayres Britto, Marco Aurélio Mello e Celso de Mello reagiram como bom-humor e disseram que não se sentiram ofendidos com o episódio. Segundo eles, o fato foi superado por todos.
Controvérsias
Durante o julgamento os ministros demonstraram suas discordâncias. Lewandowski não concordou, na maioria das vezes, com as denúncias de formação de quadrilha. A posição irritou o relator, que defendia a acusação. Os ministros Carlos Ayres Britto, Celso de Mello e Cezar Peluso foram os críticos mais contundentes. A cada oportunidade faziam comentários e demonstravam indignação com os fatos descritos na denúncia encaminhada pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza. "Surge em cada um de nós o civismo e o compromisso com o país e vez por outra a sentimentalidade aflora um pouco e aí a gente revela um pouco mais de indignação", disse Britto. De forma semelhante, reagiu Celso de Mello. "Ninguém, ninguém, está acima da Constituição e das leis da República, eventuais transgressores das leis criminais serão objeto persecução por parte do Ministério Público, respeitadas as garantias constitucionais".
Confira a lista dos denunciados que já viraram réus e os crimes a que responderão:
João Paulo Cunha - corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato. Marcos Valério - corrupção ativa (2x), peculato (3x), lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e evasão de divisas. Cristiano Paz - corrupção ativa (2x), peculato (3x), lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Ramon Hollerbach - peculato (3x), corrupção ativa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Henrique Pizzolato - peculato (2x), lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Luiz Gushiken - peculato. Kátia Rabello - gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. José Roberto Salgado - gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.Vinícius Samarame - gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Ayanna Tenório - gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. Simone Vasconcelos - lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Geiza Dias dos Santos - lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Rogério Tolentino - lavagem de dinheiro. Anderson Adauto - lavagem de dinheiro (2x) e corrupção ativa. Paulo Rocha - lavagem de dinheiro. Professor Luizinho - lavagem de dinheiro. João Magno - lavagem de dinheiro. Anita Leocádia - lavagem de dinheiro. José Luiz Alves - lavagem de dinheiro. Pedro Henry - corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. José Janene - corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Pedro Corrêa - corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. João Cláudio Genu - corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Enivaldo Quadrado - formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Breno Fischberg - formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Carlos Alberto Quaglia - formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Valdemar Costa Neto - corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Jacinto Lamas - corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Bispo Rodrigues - corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Antonio Lamas - lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Roberto Jefferson - corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Romeu Queiroz - corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Emerson Palmieri - corrupção passiva e lavagem de dinheiro. José Borba - corrupção passiva e lavagem de dinheiro. José Dirceu - corrupção ativa e formação de quadrilha. José Genoino - corrupção ativa e formação de quadrilha Delúbio Soares - corrupção ativa e formação de quadrilha. Silvio Pereira - formação de quadrilha Duda Mendonça - lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Zilmar Fernandes - lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Renata Giraldi, Folha.

STF/MENSALÃO: UM DIA "HISTÓRICO" [PARA SEMPRE?]

Um dia a ser lembrado

Brasília, segunda-feira, 27 de agosto de 2007. Dia mais quente e mais seco do ano na capital do país. Os termômetros marcaram 32 graus e 13% de umidade relativa do ar. Um clima de deserto, tornando o ar desagradável e provocando uma sensação de cansaço e de desalento. Para alguns petistas, então, foi ainda pior. Um dia para ser esquecido. José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino tornaram-se réus no processo criminal por corrupção ativa aberto contra eles pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Uma derrota política dolorosa para o ex-todo poderoso José Dirceu, chefe da Casa Civil do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro mandato. Seus planos de recuperar seus direitos políticos ficam bastante prejudicados. Deslanchar agora uma campanha de anistia a seu favor soaria como uma afronta a uma decisão do Judiciário. Do Palácio do Planalto, Lula faz de conta que não é com ele o julgamento do mensalão na Suprema Corte. Ele sabe, porém, que a decisão do STF dá munição para oposição torpedeá-lo. Sorte que não é mais candidato e que a população já o absolveu. Além de, em sua maioria, nunca ter se mostrado muito preocupada com isso. Foi o que apontaram pesquisas e mais pesquisas. Mas nem tudo é dissabor para Lula. Se José Dirceu só perde, o presidente pode tirar vantagem exatamente da derrota de seu ex-homem forte. Absolvido, seu ex-chefe da Casa Civil ganharia ânimo novo e se transformaria numa grande dor de cabeça para Lula. Certamente teria mais força para lançar no Congresso um projeto decretando sua anistia política. O resultado de um lance como esse seria tumultuar ainda mais o clima no Legislativo e prejudicar votações de interesse do governo, como a prorrogação da CPMF, o chamado imposto do cheque. Daí que se para Dirceu, Genoino e Delúbio a segunda-feira, 27 de agosto, é um dia para ser esquecido, para Lula nem tanto assim. Mas não se enganem aqueles que imaginam um Dirceu completamente derrotado. No próximo fim de semana, em São Paulo, o Congresso do PT deve dar mostras de que ele continua dando as cartas no partido. Seu grupo vai manter a hegemonia, a despeito de todo trabalho realizado pelo ministro Tarso Genro (Justiça) para minar sua força. Valdo Cruz, 46, é repórter especial da Folha