PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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sexta-feira, junho 21, 2013

XÔ! ESTRESSE [In:] ''DORMIA/ A NOSSA PÁTRIA MÃE TÃO DISTRAÍDA/ SEM PERCEBER QUE ERA SUBTRAÍDA/ EM TENEBROSAS TRANSAÇÕES..." (Chico Buarque, ''de ontem'')

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PERDIDOS NO ESPAÇO (Fala, Dr. Smith !)

21/06/2013 - 11h56

Análise: Sem convicção, Dilma olha para o teto e lembra o Lula de 2005



EDUARDO SCOLESE
COORDENADOR DA AGÊNCIA FOLHA

País em protesto






No auge da crise do mensalão, em 2005, o então presidente Lula fez um dos discursos mais importantes e ao mesmo tempo titubeantes de seu mandato. Foi uma fala toda lida, e a cada interrupção para respirar (foram várias), um olhar perdido para o teto da sala de reunião da Granja do Torto.

Nesta semana, a presidente Dilma aproveitou um evento oficial para falar sobre as manifestações históricas nas ruas do país. A cada interrupção do discurso, também lido, um olhar para o teto do Palácio do Planalto ("O Brasil hoje acordou mais forte" e "Essas vozes das ruas precisam ser ouvidas", disse, por exemplo).



Em situações históricas distintas, mas ao mesmo tempo adversas e de tensão, os gestos parecidos sugerem momentos de insegurança dos dois presidentes.

Em 2005, naquele dia, Lula falou o que ele e seus assessores achavam que era o mais apropriado para aquele momento, mesmo sem convicção no texto que lia ("Quero dizer a vocês, com toda a franqueza, que eu me sinto traído" e "Nós temos que pedir desculpas", afirmou, por exemplo).


Reprodução/Youtube/PalaciodoPlanalto/Jorge Oliveira
Dilma e Lula dirigem olhares perdidos para o teto durante discursos em momentos de crise
Dilma e Lula dirigem olhares perdidos para o teto durante discursos em momentos de crise


Passada aquela crise, o então presidente descartou tudo o que disse naquele 12 de agosto. Lula nunca revelou quem o teria traído e passou a negar com veemência a existência do mensalão.


Assim como naquele caso de Lula, a fala de Dilma também deixou uma imagem de pouca convicção. O olhar para o teto indicou a situação de uma presidente que, em meio à crise das ruas, teve que deixar o Palácio do Planalto, pegar um voo e ouvir a opinião do ex-presidente Lula em SP.

No atual governo, sempre em meio a crises do Planalto com o Congresso, fala-se sobre a necessidade da presidente mudar sua relação com deputados e senadores. Conversar mais e tomar mais cafezinhos com eles.

Também na recente crise indígena, com uma morte em MS, lembrou-se da interlocução quase que inexistente da presidente com esses grupos.

Agora, pode ser que a atual explosão das ruas leve Dilma a começar a ouvir os movimentos populares de verdade, e não aqueles atrelados diretamente a partidos e aos sindicatos pelegos.

Saber deles as queixas reais dos grotões e das periferias, desde índios e ribeirinhos afetados por uma ferrovia do PAC até os moradores mais excluídos do simbólico barril de pólvora do entorno de Brasília.

Uma oportunidade para a presidente, quem sabe, ganhar fôlego e convicção para responder à atual conturbação das ruas diretamente para as câmeras, como faz nas propagandas do PT, e não para o teto do Planalto.

+ CANAIS

PROTESTOS: ''QUEM TEM MEDO DE VIRGINIA WOOLF?''

21/06/2013
Sem reação, Dilma reúne ministros


A presidente Dilma Rousseff passou a quinta-feira no Palácio do Planalto, cancelou os compromissos fora de Brasília para acompanhar da capital federal as movimentações em todo o país e, à noite, ordenou que nenhum ministro deixasse a capital federal. 


Em reunião com assessores, ela avaliava a possibilidade de fazer um pronunciamento oficial em cadeia nacional de rádio e televisão — a Secretaria de Imprensa da Presidência (SIP), entretanto, negou que ela tenha discutido essa hipótese.


Hoje, Dilma iria para Salvador, onde lançaria o Plano Safra — Semiárido, ao lado de governadores do Nordeste. 

No domingo, embarcaria para Tóquio, onde passaria a semana em visita de Estado, e só retornaria entre os dias 29 e 30. Mas os protestos, que ontem foram os mais violentos das últimas duas semanas, acenderam o sinal vermelho. 

A agenda oficial desta sexta-feira começa às 9h30, em reunião com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e outros titulares de pastas da Esplanada, como Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral, e Gleisi Hoffmann, da Casa Civil.


O problema, entretanto, é que nem o próprio governo sabe bem o que está ocorrendo nas ruas. Além da preocupação com os rumos do país, Dilma e o PT estão temerosos com as implicações eleitorais dos eventos recentes. Tanto que ela tem mantido contato permanente com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o marqueteiro João Santana, com quem se reuniu na terça-feira para pedir conselhos e traçar estratégias.


Petistas avaliam que cancelar as viagens é o movimento mais sensato a ser feito pela presidente agora. "Tem um movimento acontecendo no Brasil. Se ela fosse para Salvador, diriam que desprezou o que está ocorrendo no país. Ela tem que estar em Brasília", afirmou o senador Walter Pinheiro (PT-BA). O líder do partido no Senado, Wellington Dias (PI), reconhece que a extensão das manifestações acendeu o alerta no PT e no governo, o que exige uma parada para a reflexão. "Nós teremos que ter a humildade de entender que quem comanda tudo é o povo."

Já a oposição critica esse recolhimento de Dilma, e a avaliação é que a reação do governo está "muito tímida". "O momento recomenda cautela e precauções, e ela deve evitar exposições, que serão, inevitavelmente, desgastantes. Mas a postura do Executivo é de visível constrangimento", afirma o presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN).

Na avaliação do cientista político Rui Tavares, da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, o cancelamento de agendas vai além da preocupação da presidente com a situação no país. Ele acredita que existe também uma nítida questão eleitoral. "Basta ver que um dos seus principais conselheiros, com quem ela se reuniu esta semana, é um marqueteiro", sustenta.

Colaborou Paulo de Tarso Lyra

O GIGANTE DESPERTO: ''URBI ET ORBI''

21/06/2013
Protestos são destaque em todo o mundo


Jornais americanos e europeus publicaram reportagens e artigos sobre as manifestações


As manifestações no Brasil ontem repercutiram em todo o mundo. 

O jornal americano The New York Times deu destaque aos protestos em várias seções do seu site na internet. Uma discussão com seis artigos de especialistas tentava decifrar o papel que as manifestações podem ter nos rumos do País.

Uma charge mostrava a presidente Dilma Rousseff assustada na frente de uma multidão enfurecida. “Isso nos faz parecer com um país de terceiro mundo”, disse, no desenho. Um assessor do lado completou: “Pior: com a Europa”.

Na noite de ontem, os protestos foram assunto do site do jornal El País, da Espanha, que ressaltava que, apesar de reduções nas tarifas, o Brasil teve manifestações ainda maiores. O argentino Clarín chamou os manifestantes de “indignados”.

O britânico Guardian destacou que foi o maior protesto brasileiro em duas décadas. Na França, o Le Monde informou que “centenas de milhares” foram às ruas ao mesmo tempo em que o País recebe a Copa das Confederações.

Na capa do portal do jornal italiano La Repubblica, o título dizia que houve um morto nas manifestações de ontem. Uma frase chamava a atenção: “O país do futebol se rebela contra o governo”. O português Diário de Notícias destacou a tentativa de invasão do Itamaraty.

Os principais títulos do site da rede CNN destacavam as demandas dos manifestantes e perguntava: “A nação louca por futebol deu um basta?”

O ÓBVIO UlulaNTE ! INFLAÇÃO, CORRUPÇÃO, REELEIÇÃO, MENSALÃO, GESTÃO, e, finalmente, o ''BUSÃO''

21/06/2013
O governo e o clamor das ruas 

:: Rogério Werneck



Perplexo, o País tenta entender a onda de manifestações que vêm tomando as ruas nas últimas semanas. Há muitas perguntas cruciais sem respostas satisfatórias. Como e por que tais manifestações puderam se alastrar por todo o País em tão pouco tempo? Que insatisfações, aparentemente difusas e generalizadas, de fato as inspiram? E por que esse movimento ganhou tanta força logo agora, neste exato momento? São perguntas que o próprio governo deve estar se fazendo.


Três das fontes de insatisfação que vêm sendo apontadas como inspiradoras dos protestos deveriam merecer cuidadosa reflexão em Brasília: a inflação, os reajustes de tarifas de transporte coletivo e os investimentos requeridos para que o País hospede a Copa e a Olimpíada.


A esta altura está mais do que claro que Dilma mostrou complacência excessiva com a inflação. Basta notar que o    Banco Central se dará ao luxo de atravessartodo o atual mandato presidencial com a inflação bem acima do centro da meta. Agora, colhendo o que plantou, o governo constata que uma inflação de 6,5% ao ano já começa a gerar tensões altamente desgastantes.

No vale-tudo em que se converteu a condução da política econômica nos
últimos meses, o governo se permitiu tentar conter a inflação por meio de intervenções diretas em preços de maior relevância na composição do índice. 

No início do ano, desenterrando prática deplorável e oportunista, típica do período de alta inflação, o Planalto pressionou os prefeitos de São Paulo e do Rio para que adiassem o reajuste de tarifas de transporte coletivo por alguns meses.
Fascinado com os supostos benefícios imediatos dessa manipulação, o governo não parece ter dado a devida atenção aos custos do abandono da regra de reajustes de tarifas com periodicidade claramente definida. 

Quebrando a regra, sinalizou a possibilidade de que a magnitude e o momento do reajuste de tarifas passassem a ser objeto de negociação. Possibilidade na qual se agarram, agora, os manifestantes de cada grande cidade do País.


Percebendo afinal as proporções do equívoco, o Planalto deve estar amaldiçoando o momento em que teve a infeliz ideia de abrir essa caixa de Pandora. Se não tivesse “conseguido adiar” os aumentos das tarifas em São Paulo e no Rio e os reajustes tivessem sido anunciados normalmente nas datas previstas, no início do ano, é bem possível que os episódios que deflagraram a atual onda de protestos não tivessem ocorrido.


Mas a insatisfação com os serviços de transporte coletivo nas grandes áreas metropolitanas do País tem razões bem mais profundas. 


A ilusão de que boa parte da população urbana poderia continuar para sempre gastando mais de três horas por dia entre a casa e o trabalho, sem maiores protestos, não fazia sentido. 


Mais cedo ou mais tarde, a conta do vergonhoso descaso com as carências do País em  transporte de massa estava fadada a aparecer. Mas o governo tem outras prioridades. Insiste em incentivar a demanda de automóveis e subsidiar a gasolina. E, por razões ideológicas, prefere investir em áreas como petróleo e energia elétrica, em que a maior parte do investimento poderia perfeitamente ser deixada a cargo do setor privado.


 Merece também menção a previsível ressaca de parte da opinião pública com o oba-oba dos custosos investimentos necessários para que o País hospede a Copa e a Olimpíada. 


Quanto a isso, parece ter havido cálculo político equivocado em Brasília. “Pão e circo” é uma receita milenar e consagrada de populismo. Mas na Roma Antiga  não havia nem Fifa nem Comitê Olímpico. E a entrada no Coliseu era grátis.

Já aqui, o povão, visivelmente irritado, ficará de fora do dispendioso circo que  está sendo montado. E o governo agora se deu conta de que o público pagante, em eventos transmitidos por televisão a 100 milhões de eleitores, será do tipo que vaia presidente da República.

A ideia não era bem essa. Mas agora é tarde.


ECONOMISTA, DOUTOR PELA UNIVERSIDADE HARVARD, É PROFESSOR TITULAR DO DEPARTAMENTO DE ECONOMIA DA PUC-RI0

5o. MANDAMENTO MAQUIAVÉLICO: MATE OS INIMIGOS, SE PRECISO, OS AMIGOS

21/06/2013
O TRUQUE ENVELHECEU

Dora Kramer


A aplicação do velho lema que aconselha adesão ao inimigo que não se pode vencer é o que se evidenciou na convocação da militância petista às ruas feita - e depois negada - pelo presidente do PT, Rui Falcão.

Ousado, foi o primeiro partido a tentar marcar presença nos protestos a despeito do repúdio dos participantes a quaisquer conotações partidárias. "Mão temos medo das ruas", disse Falcão.

As ruas, no entanto, não receberam bem essa tentativa do PT de posar de estilingue para se desviar das pedras atiradas nas vidraças. Não as reais, das depredações cada vez mais , difíceis de serem qualificadas como atos isolados devido à constância com que têm ocorrido em praticamente todas as manifestações País afora.   

As pedras que o PT quer evitar são as  simbólicas, atiradas como expressão do descontentamento geral com servicos mal prestados pelo poder público e  o    mau comportamento de representantes do poder político.  

A estratégia é clara e já estava delineada no discurso da presidente Dil-ma Rousseff logo após reunião de emergência para tratar dos protestos com o ex-presidente Lula, o marqueteiro João Santana, o presidente do PT e o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, recentemente levado à condição de eminência parda.

Dilma parou de chamar críticas de "terrorismo" e tratou de demonstrar seu apreço à "mensagem direta das ruas", cuja essência, segundo ela, é "o repúdio à corrupção e ao uso indevido de dinheiro público".

Lula convocou para um encontro as centrais sindicais das quais ouviu e segundo consta anotou - queixas contundentes aos modos da pessoa que conseguiu eleger convencendo a maioria de que seria a mais preparada para governar o Brasil. Prometeu ajeitar o meio de campo, mas ao que se sabe não defendeu sua criatura. .

O partido e o governo fizeram questão de deixar patente a insatisfação com o comportamento do prefeito Fernando Haddad, atribuindo a ele o desgaste por não ter percebido a real dimensão dos movimentos e atuado politicamente no sentido de obter dividendos. Como se qualquer outra autoridade tivesse notado e estivesse preparada para reagir à altura sem prejuízos políticos. Haddad virou o bode expiatório dos companheiros.


Juntem-se esses movimentos e o que se obtém é o desenho de uma manobra na qual o PT é mestre: a transformação do malefício em benefício mediante a manipulação de fatos e falas.


Fez isso diversas vezes ao longo dos últimos dez anos (para não falar da época em que foi oposição na posse da bandeira ética chamada de "udenismo" quando levantada pelos adversários), com destaque para o escândalo do mensalão que conseguiu disfarçar como "defeito do sistema" até o Supremo Tribunal Federal rasgar essa fantasia.

Tentou agora de novo. Em sua nota convocatória, Falcão faz referências à identidade do partido com os "movimentos populares"e diz que a participação do PT impede que a "mídia conservadora" e a "direita" influenciem a pauta das manifestações.

Seria engraçado não fosse mais um exemplo da desfaçatez de um partido que governa o Brasil há dez anos e agora tenta capitalizar insatisfações que ele mesmo transformou em panela de pressão ao obstruir todos os canais de expressão do contraditório mediante o uso abusivo dos instrumentos de poder.

 A julgar pela reação das tão queridas ruas, a manipulação encontrou um limite e o velho truque envelheceu.

Que dúvida... O mundo político insiste em dizer que desconhece as causas dos protestos. Recorrendo ao de Nelson Rodrigues se quem protesta não sabe exatamente no que bate, seus alvos sabem perfeitamente por que apanham.

XÔ! oPortunisTas

21/06/2013
Merval Pereira

Partidarismo rejeitado


O fato de militantes petistas com suas bandeiras terem sido rechaçados nas manifestações em diversos estados do país ontem é um bom indício de que o movimento que chegou aos corações e mentes da classe média não se deixou contaminar por partidarismos.

Depois de uma reunião da presidente Dilma com o ex-presidente Lula em São Paulo, onde estranhamente estavam presentes o presidente do PT Rui Falcão e o marqueteiro da presidência João Santana, ficou estabelecido que o prefeito Fernando Haddad deveria reduzir os preços das passagens, e o partido entrar nas manifestações ao lado dos movimentos sociais que controla - ONGs de diversos tipos, o MST a CUT, a UNE.

Uma reunião partidária, como se vê, com a presidente da República recebendo instruções de seu tutor político, numa clara demonstração de que depende dele para se posicionar em situações de crise. A desorientação petista é tamanha que há correntes dentro do partido que pressionam o governo a dar uma guinada à esquerda para supostamente se sintonizar com esses movimentos.

Já há movimentos dentro do PT a exigir do governo que deixe de fazer superávit primário para pagar a dívida e use esse dinheiro para investimentos em saúde e educação. Ou então para que o PT deixe de lado as coalizões partidárias com o PMDB e que tais e faça uma ligação direta com as massas. Renasce em alguns setores da esquerda o sonho da democracia direta, tão em voga nos regimes bolivarianos da América Latina.

É difícil saber no que vai dar tudo isso. Não há como definir o que vai prevalecer nessas manifestações. Assim como há baderneiros infiltrados e toda uma gama de manifestantes dispostos ao vandalismo, que consideram a depredação a melhor maneira de enfrentar os governos, há também no próprio movimento do Passe Livre uma predominância de pensamento de esquerda radical. Agora que conseguiram a redução do preço das passagens, querem a tarifa zero e outras reivindicações que não estão na pauta da maioria que foi às ruas.

A tarifa zero é uma utopia do bem, que se pode tentar alcançar, e seria boa para todo mundo, embora me pareça impossível em cidades grandes como São Paulo e Rio. Mas há outras reivindicações que nada têm a ver com a grande massa que participou das manifestações, como o protesto contra o "latifúndio urbano".
E querem introduzir na pauta também a reforma agrária, uma reivindicação bastante discutível hoje no Brasil onde o agronegócio é um dos sustentáculos da economia brasileira e o latifúndio improdutivo praticamente desapareceu. Um processo de modernização agropecuária que, hoje, caracteriza o capitalismo no campo, fez com que nos últimos 30 anos o latifúndio se transformasse em grande empresa rural, tornando-se produtivo.

A maioria não está nem com os baderneiros nem com essa politização que, embora não seja partidária, é política, de grupos que lideram os movimentos. A maioria está nas ruas por causa da melhoria do dia a dia, quer que o dinheiro público seja gasto com transparência e com prioridades claras, esse é o foco central da maioria. E é por isso que as manifestações contra o aumento de ônibus cresceram se ampliaram.

Houve a adesão de um grupo grande da classe média que está sentindo os efeitos da inflação, dos péssimos serviços públicos, da opressão do Estado, que viu nessas manifestações um caminho para extravasar suas frustrações e exprimir suas reivindicações. E eles sabem porque a vida não é melhor: porque o dinheiro público é desperdiçado, roubado; os governos de maneira geral têm projetos imediatistas de poder e não projetos de longo prazo para o país.

Quem quiser levar os protestos para caminhos radicais, vai perder apoio.

OS PONTOS-CHAVE
1
O fato de militantes petistas com suas bandeiras terem sido rechaçados nas manifestações em diversos estados do país ontem é um bom indício de que o movimento que chegou aos corações e mentes da classe média não se deixou contaminar por partidarismos

2
Já há movimentos dentro do PT a exigir do governo que deixe de fazer superávit primário para pagar a dívida e use esse dinheiro para investimentos em saúde e educação. Ou então para que o PT deixe de lado as coalizões partidárias com o PMDB e que tais e faça uma ligação direta com as massas

3
A maioria não está nem com os baderneiros nem com a politização. A maioria está nas ruas por causa da melhoria do dia a dia, quer que o dinheiro público seja gasto com transparência e com prioridades claras, esse é o foco central da maioria se é o foco central da maioria.

ACABOU... CHORARE (Os Novos baianos)

21/06/2013
Mocidade independente


Nelson Motta



Discursando para um auditório lotado de políticos  empresários, lobistas e funcionários, a presidente Dilma advertiu que "esta mensagem direta das ruas é de repúdio à corrupção e ao uso indevido do dinheiro público" e foi aplaudida entusiasticamente pelos presentes, como se ninguém ali tivesse nada a ver com isso.

A democracia representativa foi desmoralizada pelos políticos, que a usaram para representar apenas os seus próprios interesses e de seus partidos, e agora os jovens gritam nas ruas "o povo unido/sem sigla e sem partido", e são aplaudidos pela população. Para não ser vencido, o povo unido precisa estar representado no poder.

O governo e o Congresso não enfrentam uma urgente e fundamental reforma politica porque os politicos não querem se mostrar como são: incapazes de chegar a qualquer acordo no interesse do país - porque só sabem defender seus próprios interesses e de seus partidos, como uma corporação que se apossou do Estado e o usa em seu beneficio. Por isso os jovens gritam contra os privilégios dos políticos. E eles fingem que não é com eles.


Hoje as ruas gritam contra os gastos e roubalheiras da Copa do Mundo, que vai consumir bilhões de reais e o povo vai ver pela televisão, enquanto os velhos políticos e as novas elites da era Lula estarão lado a lado na tribuna dos privilegiados.


Contrastando com o Brasil Maravilha que o embriagador marketing oficial mostra na TV, pago com dinheiro público, o Brasil real está nas ruas.

As antigas militâncias apaixonadas, hoje amestradas e pagas, babam de inveja diante da TV, velhos partidos tentam pegar carona no movimento e são escorraçados. A maioria absoluta dos manifestantes despreza os atuais partidos - mas exige ser representada, ter voz e direitos respeitados. Novas formas de pressão e de expressão estão nas praças e no ar.

As cenas que vemos são uma representação dramática da insatisfação dos jovens com o futuro que os espera, se continuarmos representados pelo que o Brasil tem de pior, de saqueadores de verbas públicas a vândalos predadores.

No momento, quem me representa é meu neto de 17 anos.

A PERDA DO BONDE DA HISTÓRIA

21/06/2013
Políticos também não têm vez na web


Futuro dos atos é discutido no Twitter e Facebook

Edison Veiga

As redes sociais foram dominadas por dois temas referentes aos protestos: o incômodo com a presença de partidos políticos nas manifestações e quais devem ser as próximas bandeiras. O humorista Helio de La Pena preferiu fazer piada com a presença de militantes do PT. “Petistas querem aderir às passeatas com o grito de guerra: ‘abaixo nós!’”, escreveu, no Twitter. “Desconfiava que o PT estava sem rumo. Meia dúzia de petistas uniformizados hoje no meio do protesto apartidário em São Paulo confirmam minha suspeita”, afirmou o apresentador de TV Marcelo Tas. “Indo para a (Avenida) Paulista agora. Gostaria de lembrar: é uma manifestação apartidária. É brasileira!!! Esqueçam partidos políticos”, publicou a atriz e escritora Lúcia Verissimo.

Já o ilustrador, vlogueiro e VJ da MTV PC Siqueira preferiu contemporizar. “Deveríamos permitir. Do contrário, nós nos tornamos os fascistas”, postou.

Muitos posts apontaram a necessidade de canalizar o movimento popular para outras questões, após a revogação do aumento das tarifas dos transportes. “Gente, a passagem do busão já abaixou. Agora vamos derrubar o (pastor e deputado federal Marco) Feliciano?”, publicou o escritor e cineasta Alessandro Buzo.

“A gente quer um país melhor, não quer?”, escreveu a cantora Luiza Possi. “Eu protesto em prol de 100% dos royalties do pré-sal para a Educação e estratégia nacional contra a violência”, enumerou o cientista Miguel Nicolelis.
No Facebook, as timelines ficaram cheias de uma imagem com os “cinco motivos” do movimento – enfatizando não se tratarem apenas das tarifas do transporte. De acordo com essa mensagem, a luta também é contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 37, pela saída de Renan Calheiros da presidência do Congresso, por uma investigação completa das irregularidades nas obras da Copa de 2014, para que a corrupção se torne crime hediondo e pelo fim do foro privilegiado. Até as 19h30 de ontem, o compartilhamento de informações sobre o tema online já havia impactado potencialmente 900 milhões de internautas, de acordo com monitoramento da empresa Scup. /Colaboraram Herton Escobar e Rodrigo Burgarelli

... NÃO NOS REPRESENTAM. FORA!!!

21/06/2013
Atos já têm novo grito de guerra: ‘sem partidos’


Movimento mostra clara divisão em relação ao uso de bandeiras políticas; Já MPL foca em transporte e estuda próximos passos

As manifestações que levaram milhares de pessoas às ruas do País tinham reivindicações sociais diversas (saúde, educação, transporte), além de críticas contra a corrupção e um grito de guerra em comum: “Sem partidos”. 


Militantes de partidos políticos que levavam bandeiras à concentração na Candelária para a passeata do centro do Rio, por exemplo, foram recebidos com vaias e palavras de ordem. “O povo unido não precisa de partido”, gritaram os manifestantes apartidários para um grupo que levava bandeiras do PSTU, do PCB e do PCdoB e descia a Rua Uruguaiana em direção à Avenida Presidente Vargas. “Sem partido”, repetiam os manifestantes contrários à partidarização. “Sem fascismo”, respondiam os militantes.


O secretário nacional da Juventude do PT, Jeferson Lima, de 26 anos, reagiu às vaias dos manifestantes na Avenida Paulista, afirmando que o discurso apartidário é uma estratégia de pessoas ultraconservadoras para desgastar a sigla. E afirmou que a pressão do partido ajudou a reduzir a tarifa. “Não seria esse discurso antipartidário que convenceria o (prefeito Fernando) Haddad.”

Situação semelhante foi vista em Belo Horizonte, na Avenida Afonso Pena, onde quem coordenava a multidão pedia que as bandeiras políticas fossem abaixadas. E ouvia de volta: “Bandeira na mão, liberdade de expressão.”Mais uma vez, os apartidários venceram a discussão.

Mas não faltaram críticas à presença do PT de criar uma onda vermelha, até de outros partidos. “É tentativa tardia de participar de um processo do qual não se legitimaram. Aqui é um movimento de oposição aos partidos que estão no poder”, disse Ivan Valente, deputado federal pelo PSOL. Mas os próprios militantes da sigla eram hostilizados e entraram em discussões com integrantes do MPL. Em Florianópolis, os grupos “partidários e apartidários” seguiram caminhos diferentes.

O sentimento antipolítica não se restringia aos políticos, mas mirava líderes do Executivo e do Legislativo em todo o País. Em Brasília, muitos cartazes falavam em “buscar a Dilma” e destacavam: “Nós somos o Primeiro Poder”. No Rio, o cartaz levado por uma jovem de 18 anos, que pediu para não ser identificada, também resumia esse sentimento. “Sou neta de político e ele não me representa”, dizia a mensagem, escrita com tinta verde e amarela. “Não apoio as ações dele.”

Próximos passos. Ontem à noite, os líderes do Movimento Passe Livre (MPL), que convoca os propostos, reafirmaram que o foco do grupo se mantém. “Se for para voltar às ruas, será para discutir transporte”, afirmou o estudante de História Caio Martins, de 19 anos. A estudante de Direito Nina Capello destaca o planejamento. “Nós vencemos porque tínhamos uma pauta clara e objetiva: a redução da tarifa.”

O MPL ainda vai avaliar as manifestações ocorridas ontem para depois decidir os próximos passos. Nenhuma passeata foi marcada. Para domingo, o grupo agendou atividades abertas em São Paulo para discutir a tarifa zero: na quadra do sindicato dos metroviários, no Tatuapé (zona leste), na subsede da Apeoesp (sindicato dos professores), em Santo Amaro, zona sul, e no Espaço Contraponto, no Sumaré (zona oeste). “E a luta não é só na rua. Temos um projeto de lei no Congresso para propor tarifa zero”, completou Martins. / Bruno Paes Manso, Bruno Ribeiro, Diego Zanchetta, Ângela Lacerda, Luciana Nunes Leal e Heloisa Aruth Sturm

AVE DE RAPINA... SEM ''BICO''

21/06/2013
Dilma cancela viagens e monta pacote para jovens


Com o clima tenso ontem, a presidente Dilma Rousseff enquadrou a direção do PT, que estimulou militantes a se unirem aos protestos das ruas, costurou com urgência um pacote para a juventude e cancelou viagens que faria para Salvador e para o Japão. O pacote deve reforçar e criar programas na área de educação e social.

Dilma censura chamado do PT para as ruas, lança pacote e cancela viagens



Diante do clima de instabilidade vivido pelo País por causa das grandes manifestações de jovens e praticamente sitiada no Palácio do Planalto, que teve de ser protegido pelo Exército, a presidente Dilma Rousseff viu-se ontem obrigada a enquadrar a direção nacional do PT, que estimulou militantes a se unirem  aos protestos das ruas, costurou com urgência um pacote  para a juventude e cancelou  as viagens que faria para Salvador, hoje, e para o Japão, na semana que vem.

Diante do clima político tenso e confuso, Dilma irritou-se e censurou a atitude do presidente do PT, Rui Falcão, que conclamado os militantes do partido, por meio do microblog Twitter, para uma passeata liderada pelo Movimento Passe Livre, na Avenida Paulista, Falcão tinha convocado petistas para as manifestações de ontem em. comemoração à redução nos preços das passagens de ônibus, mas recuou e retirou a hashtag “#ondavermelha” no seu perfil do Twitter.
A preocupação do Palácio do Planalto e de vários dirigentes petistas era com a reação dos manifestantes, que rejeitavam a presença de partidos no protestos. Parte dos políticos do partido previam que a incitação petista poderia dar fôlego a movimentos de hostilidade contra o partido, como de fato acabou ocorrendo.

Em outro documento, uma nota do PT nacional, Rui Falcão revela a busca do partido por um novo discurso político, que vai além da inclusão social tão destacada pelos governos Lula e Dilma. Em seu primeiro parágrafo, Falcão afirma que os movimentos “colocam na ordem do dia uma nova agenda”.


O “convite” aos petistas no Twitter, porém, foi considerado um desastre dentro do PT. Dirigentes alertaram o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, que tem se credenciado como o consultor político de Dilma, sobre o risco de embate entre petistas e manifestantes.

A principal preocupação de boa parte do partido é que ao misturar o PT nas ruas num momento de tensão o próprio partido dê munição a adversários para que transformem parte dos protestos cm atos contra o governo e Dilma diretamente, que, até o momento, não são o alvo central.

Mas o assunto divide opiniões. Uma ala de assessores palacianos acha que o PT tem direito de ir para as ruas e de fazer manifestações, já que é considerado um partido de massas e de mobilizações, com uma ampla militância e pode ter detectado a necessidade dé se conectar melhor com a sociedade. Outra ala, no entanto, acha que o PT tentar se impor em uma manifestação que é apartidária, pode apenas expor o partido, o governo, e a própria presidente.

Piada na rede

O chamamento de Rui Falcão foi atacado pesadamente por jovens que rejeitaram a participação do PT nas manifestações.“Piada do dia"’, “somos apartidários”, “sai pra lá aproveitadores” e “oportunismo canalha” foram algumas das críticas que se fizeram seguir à orientação do dirigente petista.

“Eles são contra o governo Dilma. E o PT é o governo Dilma. Ir para a rua só se for para apanharmos”, disse o deputado Domingos Dutra (PT-MA). Vicente Paulo da Silva, o Vicenti-nho (PT-SP), afirmou que teve vontade de ir para o meio da multidão. “Não fui porque não fui chamado. Não sei se me aceitariam”, disse ele.

Pamte» O pacote para a juventude do governo federal deverá oferecer um reforço no programa Ciências sem Fronteiras, ampliação do acesso às universidades, com a criação de novos programas sociais ou turbinando os já existentes, além da criação de projetos sociais para a juventude que está se formando, além de aumento nas vagas do ensino técnico.

Com as manifestações ontem, pelo segundo dia seguido a presidente Dilma Rousseff não saiu do Planalto para almoçar no Palácio da Alvorada, residên cia oficial, que também recebeu reforços policiais.

Dilma decidiu cancelar a viagem porque avaliou ser temerário ficar fora do País por mais de uma semana.
A ex-senadora Marina Silva usou metáforas para fa lar da intenção de partidos de irem às ruas “Navegar o rio depois que ele transbordou é o  que todo mundo faz. Difícil é  trabalhar o curso do rio enquanto está cavando a terra.” “O PT ml dizer o quê? Esse é o maior movimento depois do Diretas Ja. Contesta os dez anos do governo do PT. Para mim, só sefor para o PT fazer o mea culpa”,
 alfinetou o presidente do DEM, senador José Agripino (RN).


TRECHOS
As manifestações realizadas em todo o País comprovam os avanços democráticos conquistados pela população.

São manifestações legítimas e as reivindicações e os métodos para expressá-las integram o sistema democrático.
 E papel dos partidos, do Congresso e dos Governos cm todos í níveis dialogar com estas aspirações (...)

Avançamos e podemos avançar ainda mais. Na área de mobilidade urbana, que agora catalisa manifestações em centenas de cidades, várias conq uistas ocorreram em governos do PT, como o Bilhete Único, pelo Governo Marta em São Paulo, que resultou na redução de 30% no custo do sistema» Bilhete este que será agora ampliado pelo prefeito Fernando Haddad, com validade mensal e novos ganhos para os usuários que ainda serão beneficiados com a decisão da abertura de corredores e duplicação de importantes vias de acesso à periferia...”

''NADA A TEMER, SENÃO O CORRER DA LUTA..." (Milton Nascimento)

21/06/2013
Lula suspende ida a Goiânia por temer passeata


Preocupados com manifestações anti-PT, integrantes da cúpula do partido cancelaram a ida do ex-presidente Lula, na quarta-feira, à festa dos 33 anos da legenda em. Goiânia (GO).

O discurso de Lula estava previsto para 19h. 0 partido foi informado de que uma concentração de manifestantes sairia pela Avenida Bandeirantes de Goiânia, a cerca de 0 km do Centro de Convenções, onde ele falaria.

Oficialmente, o ex-presidente informou que o cancelamento se devia a compromissos em Sao Paulo e à preparação de nova viagem à África. 

Procurados pelo Broüdcast Político, dirigentes do PT em Goiás disseram ter sido informados pelo Instituto Lula de que um dos motivos seria evitar manifestações contra o partido.

“Houve uma avaliação de que nesse momento poderiam usar o evento de forma política. As manifestações seriam levadas até o evento. Para que dar munição para isso? considerou. O secretario-geral do PT em Goiás, Sérgio Alberto Dias.


0 vice-presidente da legenda no Estado, Donisete Pereira, lamentou o adiamento determinado  pelo Instituto Lula. “Já estava tudo pronto, já havia uma agenda-mento de dez dias”, lamentou. “É evidente que esse ingrediente (a ameaça de manifestantes se dirigirem ao evento) deve ter pesado.” Ainda não foi marcada nova data para a festa.