PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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valor ...ria...nine

folha gmail df1lkrha

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terça-feira, setembro 28, 2010

XÔ! ESTRESSE [In:] ''EDUQUEM OS MENINOS ..." *

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Homenagem aos chargistas brasileiros.
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(*) ... e não será preciso castigar os Homens" (Pitágoras).
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ELEIÇÕES 2010 [In:] O PAPEL DA IMPRENSA (... para não gritarmos pelo ''Alfredo'')

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A imprensa ideal dos petistas



Desacorçoados com a revelação pela imprensa de evidências irrefutáveis de corrupção no Palácio do Planalto, Lula e seu partido sacam do autoritarismo e atiram na imprensa, que acusam de ser golpista e de inventar histórias. Eles querem um jornalismo melhor? Não. Querem jornalismo nenhum.


Fábio Portela

Os reflexos da sucessão de escândalos que fizeram a lama subir até o gabinete mais próximo da Presidência da República e derrubaram até agora sete funcionários do governo fizeram-se sentir pela primeira vez nas pesquisas eleitorais divulgadas na semana passada. Segundo o instituto Datafolha, a diferença entre os votos da petista Dilma Rousseff e a soma de seus concorrentes caiu 5 pontos porcentuais em sete dias. A queda provocou uma violenta reação do governo. Não contra os acusados de malfeitorias e corrupção na Casa Civil, de onde emanaram os episódios mais cabeludos, mas contra quem os denunciou. Em uma série de comícios e entrevistas, o presidente Lula dedicou a semana a desferir ataques contra a imprensa com uma virulência inédita. Afirmou que os veículos de comunicação “inventam” coisas e torcem “para o Lula fracassar”. Vociferou contra jornais e revistas que destilariam “ódio” e prometeu “derrotar” aqueles que “se comportam como se fosse um partido político”. Foi um passo perigoso.

Nos países democráticos, a liberdade de imprensa não é um assunto discutível, mas um dado da realidade. E nem eventuais opiniões divergentes, exageros e mesmo erros passíveis de arbitragem e punição cometidos por jornalistas podem pôr em risco o direito de informar, o dever de fiscalizar e de alertar para os abusos perpetrados por quem está no poder. Quando um presidente da República tenta enxovalhar a imprensa que o critica e ameaça “derrotá-la” significa que acaba de adentrar no temível pântano da censura - e pouca coisa pode ser mais deletéria do que isso para uma democracia. Ao sujar suas botas nesse lodo, Lula se aproxima do que há de pior na política da América Latina. Trilha o caminho dos caudilhos e ombreia-se com tiranetes do porte de Hugo Chávez, o presidente venezuelano que, para não ver suas próprias contradições expostas, solapou jornais, emissoras de rádio e chegou a fechar o principal canal de TV da Venezuela, a RCTV.

Os ataques de Lula contra a imprensa levaram o jornal carioca Extra, das Organizações Globo, a estampar na sua capa uma crítica tão bem-humorada quanto precisa. Na sexta-feira, o jornal circulou com uma carta de baralho em que Lula aparecia como o Rei. Sobre a extremidade superior da carta, a manchete dizia: “Lula é bonito - Essa é a manchete para quem acha que o papel da imprensa é bajular os donos do poder e, por isso, deve publicar apenas notícias positivas do governo. Denúncias de falcatruas são um abuso, uma forma de conspiração". Na outra extremidade do baralho, escrito de ponta-cabeça, vinha a contraposição: “Bonito, hein, Lula.... - Essa é a manchete para os que acham que o papel da imprensa é fiscalizar os atos de qualquer governo, denunciando os desvios e lembrando que eles não estão acima do bem e do mal”.

A estratégia de tentar controlar a imprensa está no DNA do PT. A primeira investida em larga escala contra o que o partido chama de “mídia” se deu em 2004. Naquele ano, Luiz Gushiken, então secretário de Comunicação do governo, levou a cabo uma tentativa frustrada de criar o Conselho Nacional de Jornalismo - um nome pomposo para esconder uma tentação totalitária. A realizar-se o desejo do PT, o conselho iria “orientar, disciplinar e fiscalizar” os jornalistas. A ideia naufragou assim que foi revelada pela imprensa, mas não morreu nem foi enterrada. Em diversas oportunidades, o PT e o governo petista tentaram relançá-la - repaginada, recauchutada ou disfarçada de “conselhos” - aqueles órgãos que seriam formados por uma certa “sociedade civil” que ninguém jamais conseguiu enxergar fora do arco de alianças do partido e que teriam como função, por exemplo, interferir na programação das emissoras de TV.

Na semana passada, num movimento concertado com os ataques presidenciais, o PT organizou uma manifestação contra o que chamou de “golpismo midiático”. Anunciado no site oficial do partido, o ato convocava os filiados a enfrentar “a onda de baixarias que visa forçar a ida de José Serra ao segundo turno”. A “onda de baixarias”, bem entendido, eram as reportagens que revelaram, entre outros descalabros, que petistas violaram o sigilo de pessoas próximas ao candidato do PSDB, José Serra, e que a família de Erenice Guerra, ex-ministra da Casa Civil e ex-braço direito de Dilma Rousseff, operava um balcão de negócios na soleira da porta do gabinete presidencial. A nota irônica do episódio ficou por conta da atual diretoria do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, que se ofereceu para abrigar a manifestação petista contra... os jornalistas. Talvez tenha sido a forma encontrada por seus diretores de movimentar a desolada sede da entidade, esvaziada por sua irrelevância e falta de representatividade. Entre brados contra a “conspiração da imprensa” disparados pelo presidente do PC do B, Renato Rabello, e discursos em defesa do “controle social da mídia”, feito pela deputada Luiz Erundina, do PSB, chegou-se a uma conclusão que deixou exultantes os participantes: Lula não avançou o quanto poderia no controle da imprensa. Dilma, se eleita, deverá fazê-lo.

Em contrapartida à investida do governo e do PT, um grupo de notáveis se organizou para repudiar os ataques contra a liberdade de imprensa. O grupo incluía, além de representantes históricos da esquerda, como o jurista Hélio Bicudo, um dos fundadores do PT, nomes como o do arcebispo emérito de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns, e dos ex-ministros da Justiça Paulo Brossard, Miguel Reale Junior, José Carlos Dias e José Gregori. Reunido no centro de São Paulo, no Largo São Francisco, em frente à Faculdade de Direito, o grupo presenciou a leitura de um manifesto em defesa da democracia lido por Hélio Bicudo. Colocado na internet, o manifesto contava com mais de 30.000 adesões até sexta-feira. No Rio de Janeiro, a concentração se deu no Clube Militar, onde 500 pessoas se reuniram para discutir os ataques à imprensa - estiveram lá os colunistas Reinaldo Azevedo, de VEJA, e Merval Pereira, de O Globo.

Os principais candidatos a presidente da República também repudiaram o cerco aos veículos de comunicação. O tucano José Serra, em campanha no Mato Grosso, afirmou: “O que está incomodando este pessoal é o fato de que a imprensa está apresentando notícias que mostram abusos, desvios de dinheiro, nepotismo, maracutaia com dinheiro público, e esta imprensa incomoda os donos do poder. É somente isso. Não há país democrático no mundo sem imprensa livre”. A senadora Marina Siva, do PV, tratou do assunto em uma entrevista coletiva em São Paulo: “O presidente fez uma crítica à imprensa que é contraditória com toda a sua trajetória. Considero fundamental a cobertura da imprensa”. A petista Dilma Roussef apresentou-se bem mais comedida do que seus companheiros de partido: “A imprensa pode falar o que bem entender. Eu, o máximo que vou fazer quando achar que devo, é protestar dizendo: está errado o que disseram por isso, por isso e por isso. Usando uma coisa fundamental que é o argumento”. Dilma também rechaçou a mais explosiva das propostas do seu partido: “O único controle social da mídia que eu aceito é o controle remoto na mão do telespectador”. Se Dilma está sendo sincera em suas afirmações, não se sabe. Mas a ela, que nunca teve a oportunidade de exercer um cargo eletivo, cabe o benefício da dúvida. Já em relação a certos representantes do alto-petismo restam apenas certezas, incluindo a de que, em um eventual governo Dilma, o partido insistirá na estratégia autoritária.

O principal defensor deste projeto é Franklin Martins, ex-sequestrador, ex-jornalista e atual ministro da Comunicação Social de Lula. Franklin é o idealizador da estratégia de consumir o dinheiro público na compra do apoio - disfarçado de anúncio publicitário - de pequenos jornais, rádios do interior, revistas e blogs de alcance semelhante. Caso Dilma vença, seu próximo projeto será cuidar da reforma do arcabouço jurídico que regula o funcionamento das TVs abertas e fechadas, das rádios, dos provedores de internet e das empresas de telecomunicações no Brasil. Franklin pretende criar uma superagência reguladora para o setor. Ela seria responsável pelos aspectos técnicos do setor, mas também - e aqui mora o perigo - teria ascendência sobre os “conteúdos” que ele produz. Eis o pensamento vivo e franco do ministro a respeito do assunto: “Acham que regulação é um atentado à democracia, mas é o contrário: é parte da garantia de competição, de igualdade de direitos, da capacidade de inovação, da massificação dos serviços e do direito da sociedade à informação", embaralha.

Recentemente, Franklin Martins foi autorizado por Lula a viajar para a Europa, tão logo acabem as eleições, para convidar para um seminário representantes de instituições reguladoras da comunicação social da Inglaterra e da Bélgica. Não que o ministro deseje ouvir a opinião de alguém. Ele apenas espera que a presença de representantes de outros países legitime a conferência que tentará, mais uma vez, aprovar o velho programa petista de controle da mídia. O contrapeso à corrente de Franklin dentro do partido é liderado pelo ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci, coordenador da campanha de Dilma. Em 2003, ele fez parte da campanha de Lula e foi o fiador da estabilidade econômica no governo. Espera-se que, em um eventual novo governo petista, seja também um fiador da estabilidade democrática.

Ao contrário do que Lula e seu partido querem fazer crer, a liberdade de imprensa não constitui um fim em si mesmo nem visa a preservar a liberdade de expressão para jornalistas ou proprietários de empresas de comunicação. A liberdade de imprensa vai além disso: é um meio para garantir a perpetuação das sociedades livres e democráticas. E não por outra razão é quase sempre a primeira vítima das tiranias de todas as colorações.

http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/a-imprensa-ideal-dos-petistas
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ELEIÇÕES 2010 [In:] CHEGA DE ''CREMENTIRA''

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Editorial do Estadão declara apoio à candidatura de Serra: um novo marco no compromisso da imprensa com a democracia


O Estadão publica hoje um editorial em que declara apoio à candidatura do tucano José Serra à Presidência da República. E diz por que o faz. Nego-me a sintetizar os motivos. A síntese reduziria o alcance de um texto que, por vários motivos, tem tudo para entrar para a história.

Num momento em que isenção se confunde com “isentismo”, em que pluralidade se confunde com falta de clareza sobre os fundamentos de uma sociedade democrática e de direito, em que apartidarismo se confunde com omissão, o Estadão evoca seus 135 anos de compromisso com a liberdade e afirma o que acredita ser o melhor para o país.

Lula acusou a imprensa de se comportar como um partido político. O editorial faz uma distinção primorosa: “Há uma enorme diferença entre ’se comportar como um partido político’ e tomar partido numa disputa eleitoral em que estão em jogo valores essenciais ao aprimoramento se não à própria sobrevivência da democracia neste país”. Bingo! Digno dos 135 anos de história!

A decisão do jornal é tanto mais corajosa porque, a se dar crédito aos adivinhos e politicólogos ad hoc, já se conhece o resultado das urnas antes mesmo de o eleitor fazer a sua escolha. Dia desses, enviaram-me um editorial de um patético anão moral explicando, em linguagem jacobina e condoreira, por que apoiava a candidatura oficial, emprestando a seu oficialismo bem-remunerado ares de resistência e luta aguerrida. Um texto asqueroso!

O Estadão declara a sua opção, e há no texto que segue não mais do que princípios. Trata-se de um novo marco no compromisso da imprensa com a democracia.
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O mal a evitar

A acusação do presidente da República de que a Imprensa “se comporta como um partido político” é obviamente extensiva a este jornal. Lula, que tem o mau hábito de perder a compostura quando é contrariado, tem também todo o direito de não estar gostando da cobertura que o Estado, como quase todos os órgãos de imprensa, tem dado à escandalosa deterioração moral do governo que preside. E muito menos lhe serão agradáveis as opiniões sobre esse assunto diariamente manifestadas nesta página editorial. Mas ele está enganado. Há uma enorme diferença entre “se comportar como um partido político” e tomar partido numa disputa eleitoral em que estão em jogo valores essenciais ao aprimoramento se não à própria sobrevivência da democracia neste país.

Com todo o peso da responsabilidade à qual nunca se subtraiu em 135 anos de lutas, o Estado apoia a candidatura de José Serra à Presidência da República, e não apenas pelos méritos do candidato, por seu currículo exemplar de homem público e pelo que ele pode representar para a recondução do País ao desenvolvimento econômico e social pautado por valores éticos. O apoio deve-se também à convicção de que o candidato Serra é o que tem melhor possibilidade de evitar um grande mal para o País.

Efetivamente, não bastasse o embuste do “nunca antes”, agora o dono do PT passou a investir pesado na empulhação de que a Imprensa denuncia a corrupção que degrada seu governo por motivos partidários. O presidente Lula tem, como se vê, outro mau hábito: julgar os outros por si. Quem age em função de interesse partidário é quem se transformou de presidente de todos os brasileiros em chefe de uma facção que tanto mais sectária se torna quanto mais se apaixona pelo poder. É quem é o responsável pela invenção de uma candidata para representá-lo no pleito presidencial e, se eleita, segurar o lugar do chefão e garantir o bem-estar da companheirada. É sobre essa perspectiva tão grave e ameaçadora que os eleitores precisam refletir. O que estará em jogo, no dia 3 de outubro, não é apenas a continuidade de um projeto de crescimento econômico com a distribuição de dividendos sociais. Isso todos os candidatos prometem e têm condições de fazer. O que o eleitor decidirá de mais importante é se deixará a máquina do Estado nas mãos de quem trata o governo e o seu partido como se fossem uma coisa só, submetendo o interesse coletivo aos interesses de sua facção.

Não precisava ser assim. Luiz Inácio Lula da Silva está chegando ao final de seus dois mandatos com níveis de popularidade sem precedentes, alavancados por realizações das quais ele e todos os brasileiros podem se orgulhar, tanto no prosseguimento e aceleração da ingente tarefa - iniciada nos governos de Itamar Franco e Fernando Henrique - de promover o desenvolvimento econômico quanto na ampliação dos programas que têm permitido a incorporação de milhões de brasileiros a condições materiais de vida minimamente compatíveis com as exigências da dignidade humana. Sob esses aspectos o Brasil evoluiu e é hoje, sem sombra de dúvida, um país melhor. Mas essa é uma obra incompleta. Pior, uma construção que se desenvolveu paralelamente a tentativas quase sempre bem-sucedidas de desconstrução de um edifício institucional democrático historicamente frágil no Brasil, mas indispensável para a consolidação, em qualquer parte, de qualquer processo de desenvolvimento de que o homem seja sujeito e não mero objeto.

Se a política é a arte de aliar meios a fins, Lula e seu entorno primam pela escolha dos piores meios para atingir seu fim precípuo: manter-se no poder. Para isso vale tudo: alianças espúrias, corrupção dos agentes políticos, tráfico de influência, mistificação e, inclusive, o solapamento das instituições sobre as quais repousa a democracia - a começar pelo Congresso. E o que dizer da postura nada edificante de um chefe de Estado que despreza a liturgia que sua investidura exige e se entrega descontroladamente ao desmando e à autoglorificação? Este é o “cara”. Esta é a mentalidade que hipnotiza os brasileiros. Este é o grande mau exemplo que permite a qualquer um se perguntar: “Se ele pode ignorar as instituições e atropelar as leis, por que não eu?” Este é o mal a evitar.

Por Reinaldo Azevedo
VEJA.
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ELEIÇÕES 2010 [In:] TOCANTINS, AMAPÁ e MATO GROSSO DO SUL (... imagine se não gaguejasse)

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O triângulo da corrupção



Investigações mostram as ligações dos governadores do Tocantins, do Amapá e de Mato Grosso do Sul com quadrilhas acusadas de desviar fortunas dos cofres públicos. Ainda assim, os três mantém suas candidaturas à reeleição


Marcelo Sperandio, Júlia de Medeiros e André Vargas
Carlos Henrique Gaguim, governador do Tocantins

O governador Gaguim: no alvo das suspeitas

A edição de VEJA desta semana traz uma reportagem sobre a corrupção no Tocantins. O governador Carlos Gaguim mobilizou 30 policiais militares, armados com fuzis, para tentar impedir, na madrugada de sábado, a distribuição da revista no estado. A ordem era para apreender a revista no aeroporto. Não havia decisão judicial nenhuma autorizando a operação. Leia aqui, na íntegra, a reportagem que o governador queria impedir que chegasse às bancas

Nos anos 90, corria um boato — jamais provado — de que o entourage do então presidente Fernando Collor havia feito uma festa para comemorar o primeiro bilhão de dólares arrecadado pelos esquemas de corrupção de seu governo. Bilhão era, então, uma cifra factível apenas para peixes gordos, desses que habitam o 3º andar do Palácio do Planalto e adjacências. Vinte anos depois, bilhão virou meta de faturamento de chefetes de máfias regionais, como as que desfalcaram os cofres públicos nos estados mais novos da federação — Tocantins, Mato Grosso do Sul e Amapá. Nos três casos, as autoridades obtiveram provas de que a corrupa ocorria com a participação ou conivência dos respectivos governadores, todos candidatos à reeleição. “O governador (do Tocantins, Carlos Gaguim, do PMDB) disse que vamos fazer 1 bilhão de real”, relata o lobista Maurício Manduca, em conversa telefônica captada pela Polícia Federal. O português sofrível denota o nível do tal Manduca, que representava na Região Norte o empresário José Carlos Cepera. Proprietário de seis empresas de limpeza e segurança registradas em nome de laranjas, Cepera contava com a boa vontade de autoridades para vencer licitações superfaturadas no Tocantins — e também nas cidades paulistas de Campinas, Hortolândia, Mauá e Indaiatuba.

Em VEJA desta semana: Para os petistas, imprensa ideal é só aquela que elogia

O Ministério Público paulista descobriu que o grupo operava o esquema desde 2004, pelo menos. Segundo os promotores, o bando amealhou contratos fraudulentos com órgãos públicos que somam, no total, 615 milhões de reais. Uma única licitação, lançada pela Secretaria de Educação do Tocantins, responde por mais da metade do total: 332 milhões de reais. Os indícios de superfaturamento eram tão gritantes que logo foi alvo de questionamentos do Tribunal de Contas do Tocantins. Nem por isso Manduca, Cepera e o governador Gaguim deixaram de festejar a bandalha. Em 13 de março último, Cepera pagou um fim de semana cinco-estrelas para a turma em São Paulo. O empresário gastou 19 800 reais para comprar um camarote para sua patota assistir à corrida da Fórmula Indy na capital paulista. Hospedou Gaguim no luxuoso Unique Hotel, ofereceu-lhe um churrasco e deixou um helicóptero à sua disposição. Preocupou-se até em evitar que Gaguim, que deve seu nome ao fato de tartamudear, padecesse da solidão do homem contemporâneo na metrópole fria e impessoal. Mandou-lhe uma moça que se apresenta como Delinda e que, pouco antes, tinha feito uma visitinha a Manduca — que, pelo jeito, provou, aprovou, antes de passar adiante. No dia seguinte, Cepera telefonou a Gaguim para saber se ele tinha gostado do fim de semana. “A carne que o Manduca ofereceu estava boa ou ‘meia’ dura?”, indagou Cepera. Gaguim não titubeou: “Show de bola!”.

O governador merecia tantos mimos porque, segundo o lobista Manduca, havia prometido difundir o esquema de corrupção de Cepera por Tocantins inteiro. Para isso, eles precisavam, no entanto, terceirizar os serviços públicos do estado, hoje executados por 22 000 funcionários admitidos sem concurso. A brecha que permitiria o golpe foi aberta inadvertidamente pelo tucano Siqueira Campos, com quem Gaguim disputa a eleição estadual. Ao suspeitar de que essa massa de servidores iria fazer campanha para Gaguim, o candidato do PSDB fez uma consulta ao Supremo Tribunal Federal sobre a legalidade da manutenção deles. Gaguim, na verdade, esperava que a corte determinasse a demissão de todos, o que levaria seu governo a terceirizar os serviços em regime de urgência. Os promotores paulistas que iniciaram a investigação, por causa de Cepera, descobriram que o plano fracassou porque a ministra Cármen Lúcia, relatora do caso no Supremo, decidiu dar uma chance aos servidores: no próximo ano, o estado realizará concursos para admiti-los.

A investigação dos promotores paulistas é apenas um dos problemas de Gaguim. O prefeito do município de Fortaleza do Tabocão, João Tabocão, diz que enviados do governador quiseram comprar seu apoio político por 300 000 reais. Em junho, Gaguim protagonizou, ainda, um episódio que configura compra de votos: distribuiu a eleitores 3 000 bicicletas. Todas são vermelhas, a cor da sua campanha e das camisas que ele usa. Há dois meses, antes de toda a avacalhação vir à tona, durante um encontro com fiéis evangélicos, o governador fez um mea-culpa que despertou curiosidade: “Sei o pecado que estou cometendo. Sou um desviado. Se o mundo acabasse hoje, eu iria para o inferno”. Resta saber se o governador será condenado nas urnas ou só no Juízo Final.

“Eu não consigo gastar 20 milhões de dólares” - Desbaratado pela Polícia Federal em 10 de setembro, o esquema de corrupção que tomou conta do Amapá foi inteiramente revelado na semana pas­sada. Um dos elementos centrais da quadrilha, o governador Pedro Paulo Dias (PP), foi movido pela ganância... e pelo amor, e pela luxúria. Dias, que é casado, nutre uma paixão clandestina de dimensões amazônicas pela loira (falsa, claro) Lívia Bruna Gato, sua secretária de 27 anos. Dos telefonemas trocados por Dias e sua amante, gravados pela Polícia Federal, sobressaem detalhes do esquema de corrupção que envolvia também seu antecessor Waldez Góes (PDT), a ex-primeira-dama Marília Góes, o presidente do Tribunal de Contas do Amapá, José Júlio de Miranda, e outras treze pessoas. Juntos, eles surrupiaram 300 milhões de reais dos cofres públicos. O esquema começou a ser desvendado em agosto de 2009. Então, a Polícia Federal se debruçou sobre uma licitação da Secretaria de Educação para contratar por emergência uma empresa de segurança chamada Amapá Vip. A Polícia Federal entrou no caso porque a Amapá Vip foi paga com recursos da União. Descobriu-se que o governador Waldez Góes, hoje candidato ao Senado, recebia 500 000 reais mensais do contratado para fornecer refeições aos presídios. Também aquinhoado, o presidente do Tribunal de Contas comprou um jatinho, uma Ferrari, uma Maserati e outros três carros de luxo.

O governador Pedro Paulo pretendia, ainda, cobrar 30 milhões de dólares de um grupo indonésio chamado Salim, interessado em investir no estado na agricultura. Em troca, concederia benefícios aos asiáticos. Em um telefonema concupiscente disparado de Jacarta, onde foi negociar a propina, o político apaixonado relata o caso a Lívia Bruna: “Amor, 30 milhões de dólares para esses caras é nada. Por mais que eu gaste uma fortuna, eu não consigo gastar 20 milhões de dólares. Tu tá entendendo?”. Depois, passa a tratar de assuntos mais relevantes. “Minha vida, sabe o que eu quero levar para ti, do fundo do meu coração? Um óculos. Agora eu queria comprar um para ti, um da Armani. Deixa eu comprar?”, derrama-se o governador. Sua amante, que também foi presa, tinha papel essencial no desvio de verbas públicas. Participava das fraudes e era responsável pelo recebimento de propina. É a paixão, é o amor, é a luxúria.

A Máfia de Paletó - Por último, Mato Grosso do Sul. No início do mês, a Polícia Federal desarmou um esquema de corrupção que envolvia praticamente todas as autoridades de Dourados, a segunda maior cidade do estado. No dia 1º, foram presos o prefeito Ari Artuzi, seu vice, Carlos Cantor, onze dos doze vereadores e outros cinquenta políticos, servidores públicos e empresários. Com o desenrolar das investigações, autoridades do governo estadual e da Assembleia Legislativa sul-mato-grossense foram pegas no escândalo. Na semana passada, o caso também engolfou o governador André Puccinelli (PMDB) e seu antecessor e adversário Zeca do PT, que disputam o governo estadual. Os nomes de Puccinelli e Zeca do PT apareceram em uma conversa do deputado estadual Ary Rigo (PSDB) com o principal denunciante da quadrilha, o ex-secretário de Governo de Dourados Eleandro Passaia. Na conversa, registrada em vídeo, Rigo conta que tanto Puccinelli quanto Zeca eram beneficiados por empreiteiras. Na gravação, Rigo diz ainda que Puccinelli se apropriou de 6 milhões de reais da Assembleia Legislativa. Segundo o deputado tucano, os desembargadores e promotores também recebiam propina. Os magistrados recebiam 900.000 reais, e os promotores, 300 000 reais. Rigo não esclarece a periodicidade dos pagamentos. Zeca do PT negou qualquer participação. Puccinelli veio a público para dizer que tudo era mentira, que a lei o amparava etc.

Eleandro Passaia decidiu implodir a quadrilha depois de ser abordado pela Polícia Federal. Para não ser preso e evitar responder a um processo criminal, ele fez um acordo de delação premiada com o Ministério Público estadual. Por quatro meses, não só coletou provas da corrupção na sua cidade e no estado como filmou os envolvidos no esquema com uma microcâmera fornecida pela Polícia Federal. Os documentos e as conversas registradas por Passaia mostram, por exemplo, que sua quadrilha abocanhava 10% de todos os contratos firmados pela prefeitura de Dourados, o que produzia uma receita mensal de 500.000 reais. O prefeito Artuzi ficava com a parte do leão e distribuía o restante entre os demais envolvidos. Uma vez fora do esquema, o delator Passaia arranjou outra forma de ganhar dinheiro: escreveu um livro relatando as podridões de seu bando, cujo título é A Máfia de Paletó. O amigo da onça descreve somente as fraudes cometidas na região do Pantanal.

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VEJA.
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ELEIÇÕES 2010 [In:] CHEGA DE ''CREMENTINA'' !!!

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Eleições 2010

Votos de protesto: o que acontece quando um cacareco assume o mandato



Se eleito, Tiririca pode ajudar a eleger Valdemar Costa Neto, um dos protagonistas do escândalo do mensalão


Bruno Abbud
Tiririca em campanha pela zona sul de São Paulo – 23/09/2010

Tiririca em campanha pela zona sul de São Paulo – 23/09/2010 (Sebastião Moreira/EFE)

Na carona de Enéas Carneiro, Irapuan Teixeira elegeu-se deputado e, entre outras propostas, quis obrigar os condenados a mais de 30 anos de prisão a doarem um dos órgãos duplos

O campeão de votos nas eleições à Câmara Municipal de São Paulo em 1959 não estava entre os 540 candidatos inscritos para disputar as 45 vagas. Com 100.000 eleitores, um rinoceronte chamado Cacareco, hospedado no Jardim Zoológico da capital, conquistou 5.000 votos a mais que a legenda mais votada – o Partido Social Progressista (PSP).

Nas eleições de 2002, dos 4.298 candidatos que disputaram as 513 vagas na Câmara dos Deputados, o mais votado foi Enéas Carneiro, do Partido da Reedificação da Ordem Nacional (Prona). Com 33 segundos no horário eleitoral gratuito e o bordão “Meu nome é Enéas”, popularizado na eleição presidencial de 1989, sempre proferido aos brados, conquistou 1.573.112 votos, consagrando-se como o deputado mais votado da história do Brasil. Tanto Cacareco quanto Enéas foram contemplados pelo chamado voto de protesto.

Cacareco, uma fêmea de 900 quilos, vizinha de um elefante asiático no Jardim Zoológico da capital, teve a candidatura lançada pelo jornalista Itaborahy Martins, do jornal O Estado de S. Paulo. Insatisfeitos com o nível dos candidatos, os eleitores aderiram à ideia e algumas gráficas resolveram imprimir o nome do rinoceronte nas cédulas eleitorais – naquela época não havia voto eletrônico nem as cédulas oficiais, fornecidas pela Justiça Eleitoral. Com a avalanche de votos, vários mesários decidiram contá-los. As estimativas indicam que foram 100.000.

Em 2002, também cansados dos candidatos habituais, os eleitores transformaram Enéas no Cacareco do novo milênio. A barba exagerada, as frases de efeito e o tom de voz dois decibéis acima ganharam popularidade.

A diferença entre os dois cacarecos é que o primeiro continuou encarcerado no Jardim Zoológico. Já o candidato do Prona não só assumiu o mandato em 2003 como levou outros cinco deputados nas costas: o cardiologista Amauri Gasques (18.417 votos nominais), o professor Irapuan Teixeira (673), o clínico geral Elimar Damasceno (484), o advogado Ildeu Araújo (382) e o homeopata Vanderlei Assis (275). Com 127.638 votos, no entanto, o candidato Jorge Tadeu, do PMDB, não se elegeu.

A distorção acontece porque a eleição para deputados federais e estaduais no Brasil acontece pelo sistema proporcional. Mais do que a quantidade de votos recebidos por cada parlamentar, o que realmente determinará quem será eleito é o quociente eleitoral, ou seja, a soma de todos os votos recebidos por um partido dividida entre o número de candidatos desse partido. Assim sendo, o eleitor pode votar em um candidato e ajudar a eleger uma dezena de outros em quem jamais votaria.

Na Câmara, Damasceno, o deputado de 484 votos, entre outras propostas esdrúxulas, apresentou um projeto de lei que proibia transexuais de trocarem de nome. A tramitação do texto está parada. No mesmo ano, defendeu o suporte psicológico para os gays que “voluntariamente deixarem a homossexualidade”. A proposta foi rejeitada por unanimidade. Teixeira, outro “candidato oculto” de Enéas, com seus 637 votos, propôs incluir a Bíblia na lista de livros obrigatórios para o Ensino Médio. Também quis obrigar os condenados a mais de 30 anos de prisão a doarem um dos órgãos duplos, como pulmões e rins, além de medula ou dois terços do fígado.

Neste ano, o cacareco da vez é o cantor e humorista Tiririca. No jargão político, esse tipo de candidato é chamado de “biombo” porque esconde quem são os outros deputados que pegarão carona na avalanche de votos direcionados àquela figura – na maioria das vezes – excêntrica.

Caso receba a quantidade de votos estimada (cerca de um milhão), Tiririca, que concorre a uma vaga na Câmara pelo PR, ajudará a reeleger, por exemplo, o deputado federal Valdemar Costa Neto, um dos protagonistas do escândalo do mensalão – o maior esquema de corrupção da história política republicana. A coligação ‘Juntos por São Paulo’, que inclui o PR, PT, PTdoB, PCdoB e PRB, conta ainda com outros três mensaleiros, José Genoíno, João Paulo Cunha e José Mentor, além de Devanir Ribeiro, acusado de ter recebido remessas de dinheiro sujo para reforçar o caixa das campanhas do PT em 2002. Outros cacarecos da aliança são Lula da Silva, sósia do presidente, e o compositor, cantor e humorista Juca Chaves.

Pelo PTN, o ex-pugilista Maguila, a apresentadora de TV Mulher Pêra, e um suposto tetraneto do Zumbi dos Palmares, Obamendes, tentam atrair votos para a legenda. A funkeira Tati Quebra-Barraco e o estilista Ronaldo Ésper fazem o mesmo pelo PTC, partido que em 2006 foi representado na Câmara pelo estilista Clodovil Hernandes. Esses são alguns exemplos de que, ao contrário do que prega o slogan de Tiririca (“Pior que tá não fica”), o Congresso pode, sim, ficar ainda pior.

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http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/votos-de-protesto-o-que-acontece-quando-um-cacareco-assume-o-mandato
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PETROBRAS/BNDES [In:] MERCADO DE AÇÕES/PRÉ-SAL

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Governo injeta mais R$ 30 bi no BNDES

Banco comprará ações da Petrobras em nome da União, sem impactar contas públicas


Autor(es): Agencia o Globo/
Martha Beck e Patrícia Duarte
O Globo - 28/09/2010

O governo anunciou ontem que fará uma nova capitalização do BNDES em até R$ 30 bilhões, elevando para R$ 210 bilhões o total de recursos injetados no banco de fomento desde janeiro de 2009. Desta vez, no entanto, o reforço não servirá para ampliar o crédito para o setor produtivo. A intenção é ajudar a equipe econômica a cumprir a meta de superávit primário (economia para pagamento de juros da dívida pública) de 2010, fixada em 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB).


A medida provisória (MP) 505, publicada ontem no Diário Oficial, autoriza o Tesouro Nacional a aumentar o capital do BNDES num limite de R$ 30 bilhões. Esse dinheiro será usado para que o braço de investimentos do banco a BNDESPar compre ações da Petrobras em nome da União, numa complicada triangulação cujo objetivo é dar ao Tesouro uma sobra de R$ 30 bilhões para o superávit primário.

Especialistas advertem para a redução da transparência nas contas públicas.

A União vai receber cerca de R$ 75 bilhões referentes à cessão de 5 bilhões de barris de petróleo do pré-sal para a Petrobras.

Esses recursos deveriam ser usados para capitalizar a estatal. Mas a estratégia adotada foi outra. A BNDESPar também entrou na capitalização em nome da União (a partir de uma autorização de cessão de direito de preferência) e, por isso, o Tesouro não precisará desembolsar todo o valor. Ele poderá emitir títulos num montante de até R$ 45 bilhões para injetar diretamente na Petrobras. O restante será feito pela BNDESPar, deixando a sobra do que será pago pela Petrobras para o superávit primário.

É nesse movimento que entra a MP 505. Injetar R$ 30 bilhões no BNDES é uma forma de fazer com que o banco exerça o papel da União na capitalização, ajudando na área fiscal. Os R$ 30 bilhões pagos pela Petrobras, ao entrarem no caixa, serão contabilizados como receita do Tesouro.

Quando saírem para o BNDES, porém, são contabilizados como empréstimo, que é um crédito a receber. Nas contas primárias, o impacto é nulo. A capitalização do banco só tem impacto na dívida bruta (que desconsidera créditos a receber).

Para analistas, operação tira transparência de dados Para especialistas, ainda que a engenharia montada pelo governo seja legal, camufla a real situação das contas públicas, com gastos correntes crescentes.

Vejo com preocupação que o governo tenha de usar manobras.

Podem aparecer, mais à frente, maiores dificuldades para se cumprir a meta afirmou o professor da Trevisan Escola de Negócios Alcides Leite.

Para o especialista em contas públicas Raul Velloso, a estratégia do governo de usar gambiarras é pouco transparente: Isso desmoraliza as metas fiscais, elas perdem o sentido.

São soluções que não envolvem saídas convencionais, como o corte de gastos. O governo acaba perdendo credibilidade.

Por isso, ressaltam os analistas, ganha mais importância o resultado nominal que engloba as receitas menos despesas, incluindo pagamento de juros e que não possui meta oficial e não pode ser camuflado por artifícios como o desconto dos investimentos em obras.

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ELEIÇÕES VENEZUELA/2010 [In:] ''AS AVES QUE AQUI GORJEIAM..." II

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Oposição se considera 'maioria', mesmo com menos assentos no Parlamento

MUD obteve 52% dos votos, enquanto PSUV, de Chávez, teve 48%

27 de setembro de 2010 | 13h 30



estadão.com.br

CARACAS - Os dirigentes da Mesa da Unidade Democrática (MUD), o bloco opositor da Venezuela, comemoraram a grande representatividade conseguida no Parlamento após as eleições deste domingo, 26, e se disseram a "maioria", mesmo não tenho conseguido a maior parte dos assentos na Assembleia Nacional.


"Somos maioria, temos 52% dos votos", anunciou o secretário da Mesa, Ramón Guillermo Aveledo, na sede do comando de campanha da MUD. Segundo ele, o Conselho Nacional Eleitoral "evitou divulgar um dado que é crucial no voto popular para o Parlamento", que a aliança opositora ganhou em votos, embora não em deputados.

A maioria não se traduziu em uma maioria parlamentar devido à distribuição das cadeiras por circunscrições. O Partido Socialista Unidade da Venezuela (PSUV) conquistou a maioria com 95 representantes. Aristóbulo Istúriz, chefe de campanha do partido reconheceu que o PSUV não atingiu a meta dos 110 deputados, que garante a maioria qualificada, mas ressaltou que, no entanto, o governo obteve uma "vitória contundente" na jornada eleitoral de domingo.

"Este resultado nos reafirma como primeira força política do país", destacou o dirigente do PSUV, quem pediu às forças "revolucionárias" que se unam "mais que nunca, porque esta é uma luta longa, de todos os dias, uma batalha que não termina".

A MUD conquistou 61 assentos, número suficiente para impedir que o chavismo aprove leis sem precisar negociar. As eleições legislativas permitiram à oposição retornar ao Parlamento unicameral após cinco anos de ausência. Isso porque, em 2005, a oposição decidiu de última hora promover um boicote ao pleito e se retiraram do processo.

Em janeiro, o Conselho Nacional Eleitoral aprovou uma redistribuição de distritos eleitorais que pode favorecer o PSUV, fundado pelo presidente. Para manter sua base de apoio, o chavismo manipulou o desenho dos distritos de modo que lhe favorecesse. Ainda que tenha recebido um número menor de votos, o partido manteve-se como a maior força política na Assembleia Nacional.

Leia mais:
linkRepercussão do pleito na imprensa internacional

Circunscrições onde a oposição tinha pequena vantagem foram unificadas com regiões vizinhas chavistas. E distritos com maioria de votos opositores foram realinhados para reduzir o número de eleitos - numa região que elegeria dois opositores, apenas um vencerá. A justificativa para as mudanças é aproximar o eleitor de seu domicílio eleitoral.

Com informações da Agência Efe

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ELEIÇÕES VENEZUELA/2010 [In:] ''AS AVES QUE AQUI GORJEIAM..." *

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Chavismo vence eleições, mas perde maioria de dois terços no Parlamento

Partido governista conseguiu 90 das 165 cadeiras em disputa e terá que negociar com a oposição



27 de setembro de 2010 | 5h 18



Fiscais da Comissão Eleitoral apuram os resultados com observadores internacionais.


CARACAS - O partido do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, perdeu a maioria de dois terços do Parlamento nas eleições legislativas realizadas no domingo, 26, que marcaram o retorno da oposição à Assembleia ao Parlamento.



De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral, o partido governista PSUV conquistou 90 cadeiras das 165 em disputa. A oposição, por sua vez, ficou com 59 vagas, mais de um terço das composição da Casa. O partido dissidente do chavismo, PPT, obteve duas vagas. Ainda estão por ser contabilizados os votos de outros sete postos que ainda devem ser anunciados nesta segunda-feira.

A participação dos eleitores foi de 66,45%, uma das mais altas da história para eleições legislativas.

"Nós alcançamos um importante resultado eleitoral, mas não foi possível conseguir os dois terços. Temos por enquanto 95 deputados, uma maioria contundente", afirmou o dirigente do PSUV Aristobulo Isturiz, diante de milhares de simpatizantes do governo, que pediam a presença de Chávez e esperavam o anúncio de uma vitória mais ampla. O presidente venezuelano, porém, não apareceu.

"A meta não foi alcançada, mas esse esforço nos reafirma como a primeira força política do nosso país", afirmou Isturiz, em um brevíssimo discurso.

Twitter

Minutos depois, Chávez escreveu em seu perfil no twitter: "Queridos compatriotas, foi um grande dia e conseguimos uma vitória sólida, suficiente para continuar aprofundando o socialismo bolivariano e democrático. Devemos continuar fortalecendo a revolução. Uma nova vitória do povo, parabéns", escreveu o presidente.

Apesar disso, os resultados não correspondem às expectativas do governo, que horas antes, extra-oficialmente, comemorava a conquista de pelo menos dois terços da Assembleia Nacional.

O governo buscava manter a maioria absoluta na casa, de pelo menos dois terços das cadeiras do Parlamento, para poder avançar com as reformas do projeto da revolução bolivariana, sem ter de negociar com a oposição.

O resultado é uma "derrota" para governo, na opinião do analista político Javier Biardeau, professor da Universidade Central da Venezuela. "É uma derrota política que aponta mudanças no perfil político com que se vinha governando", afirmou.

"É um dos piores cenários para o governo. Voltamos a uma conjuntura semelhante à de 2002", quando a Venezuela viveu o auge da crise política que derivou no golpe de Estado de abril daquele ano, afirmou Biardeau à BBC Brasil.

Oposição


O porta-voz da coligação opositora MUD, Ramón Guillermo Aveledo, disse que o eleitorado opositor "deverá crescer" nos próximos dois anos, antecipando a disputa para as eleições presidenciais de 2012. "O que ficou demonstrado é que o país tem uma alternativa que se formou graças à convergência e à unidade de gente muito diferente", afirmou.

A oposição não possuía representação no Parlamento venezuelano desde 2005, quando decidiu retirar suas candidaturas na última hora e optou por não concorrer às eleições, alegando supostas irregularidades no processo eleitoral, que não foram comprovadas posteriormente. Desde então, a Assembleia Nacional é governada por maioria governista qualificada.


http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,chavismo-vence-eleicoes-mas-perde-maioria-de-dois-tercos-no-parlamento,615827,0.htm
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(*) CANÇÃO DO EXÍLIO. Gonçalves Dias.

"Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá."


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''QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?''

28 de setembro de 2010

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Folha de S. Paulo

Manchete: Dilma cai em todas as regiões e crescem as chances de 2º turno
Petista recua para 51%, dos votos válidos; Marina e indecisos oscilam 2 pontos para cima

A candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT) recuou de 54% a 51% dos votos válidos em cinco dias, mostra o Datafolha. Como a margem de erro e de dois pontos, ela pode ir de 49% - o que levaria ao segundo turno- a 53% - o que dispensaria nova votação.
Com rejeição recorde (27%), Dilma perde votos ou oscila negativamente em todos os estratos da população. Uma das maiores baixas (5 pontos) se deu entre os que recebem de 2 a 5 salários mínimos (R$ 1.020 a R$ 2.550) – 33% da população está nessa faixa de renda
Considerados só os votos válidos, o tucano José Serra variou de 31% para 32%. Marina Silva (PV), de 14% a 16%. A diferença entre Dilma e os demais candidatos caiu de 14 pontos - há duas semanas, quando surgiu o escândalo na Casa Civil, para apenas 2. (Págs. 1 e Eleições 2010)

Folha fez cobertura crítica de presidentes

Os cinco presidentes civis pós-ditadura militar (1964·1985) -Sarney, Collor, Itamar, FHC e Lula - foram alvos de reportagens críticas na Folha e em parte da mídia nos últimos 25 anos.
Todos reclamaram da imprensa, que recentemente Lula acusou de "beirar o ódio". Para FHC, a Folha publicou "várias páginas" com argumentos para seu impeachment. (Págs. 1 e Esp. 6)

Alessandro Janoni
67% do eleitorado de Marina não sabem seu número. (Págs. 1 e Esp.3)

Pela 1ª vez desde 1988, STF manda prender deputado

O STF condenou o deputado José Tatico (PTB-GO) a sete anos de prisão em regime semiaberto, por sonegação e apropriação indébita. Sua defesa nega as acusações. É a primeira vez sob a atual Constituição, de 1988, que o tribunal manda prender um deputado. (Págs. 1 e A6)

Editoriais

Leia "Mordaça", sobre decisão de censura de juiz do Tocantins; e "Um erro de Netanyahu", acerca da retomada de construções judaicas na Cisjordânia. (Págs. 1 e A2)

Boa notícia

Programa qualifica pequena empresa para setor do petróleo. (Págs. 1 e B11)

Foto legenda: No chão

Check in da Webjet em SP; a empresa, que cancelou 40% dos voos e não poderá vender bilhetes ate 6ª, perdeu quase 30 co-pilotos para rivais em 2 meses. (Págs. 1 e B7)

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O Estado de S. Paulo

Manchete: Chávez sai enfraquecido das urnas na Venezuela
Bancada governista já não tem maioria qualificada para aprovar projetos sem negociar com oposição

O Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), do presidente Hugo Chávez, elegeu ao menos 98 dos 165 deputados da Assembléia Nacional na votação de anteontem. 0 resultado, abaixo da meta de 110, deixa o chavismo sem a maioria necessária para ratificar as medidas que visam a instalar no país o "socialismo do século 21". Assim, pela primeira vez desde 2005 quando a oposição boicotou a eleição legislativa -, Chávez terá de negociar a aprovação de emendas constitucionais. A bancada do PSUV só foi obtida em razão de mudanças na lei eleitoral, que permitiu aos chavistas terem mais deputados mesmo tendo menos votos - a oposição diz ter obtido 52% dos sufrágios, numa eleição com 70% de participação. “Somos maioria", festejou a Mesa de Unidade Democrática, que reúne forças antichavistas e levou 65 cadeiras. (Págs. 1 e Internacional A14)

TRE do Tocantins cassa liminar e encerra censura

Por 4 votos a 2, o TRE do Tocantins cassou liminar do desembargador Liberato Póvoa que, na sexta-feira, decretou censura ao Estado e a outros 83 meios de comunicação. A censura foi pedida pela coligação do governador Carlos Gaguim (PMDB), que concorre 11 reeleição em aliança com PT e PC do B e com apoio do presidente Lula e da candidata Dilma Rousseff (PT). Gaguim é acusado de envolvimento num esquema de fraudes de R$ 615 milhões em licitações dirigidas. Ele recorreu à censura para evitar que as notícias a seu respeito fossem utilizadas pela coligação de Siqueira Campos (PSDB). (Págs. 1 e Nacional A4)

O repúdio dos presidenciáveis Dilma Rousseff, José Serra e Marina Silva criticaram a censura. (Págs. 1 e Nacional A6)

Webjet cancela voos por falta de pessoal

A Webjet cancelou ontem, até às 17 horas, 40% de seus voos por problemas com a escala de funcionários - a companhia disse que tomou a medida para cumprir limites legais de trabalho da tripulação. Outros 27,4% dos voos tiveram atraso de mais de meia hora. A Anac suspendeu a venda de bilhetes da companhia até sexta, mas o prazo pode ser estendido se a Webjet não ajustar sua escala. Há 40 dias, a Gol teve problema semelhante. (Págs. 1 e Cidades C1)

Tesouro repassará até R$ 30 bilhões para o BNDES

O governo autorizou a Tesouro a emitir ate R$ 30 bilhões em títulos públicos para a BNDES. 0 aporte de recursos permitirá que o banco pague pelas ações compradas à Petrobras sem que seu caixa seja reduzido. (Págs. 1 e Economia B1)

Arnaldo Jabor

As boquinhas fechadas

Intelectuais que sempre idealizaram o PT e se decepcionaram estão com vergonha de falar. Há o medo de serem chamados de reacionários. (Págs. 1 e Caderno D8)

Dora Kramer

Em marcha a ré

A gravidade do episódio da censura no Tocantins é que dá sinais de que os arautos do retrocesso estão se sentindo à vontade ultimamente. (Págs. 1 e Nacional A6)

Rubens Barbosa

O Brasil em primeiro lugar

Para terminar a década como referência, a Brasil tem de redescobrir o apetite para reformas e construir urna convivência política civilizada. (Págs. 1 e Espaço Aberto A2)

Notas e Informações

Mordaça por atacado

A decisão de um juiz do Tocantins de censurar 84 veículos de comunicação foi recebida com espanto. (Págs. 1 e A3)

Nova militância

Acesso da classe C faz movimento estudantil mudar. (Págs. 1 e .Edu)

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Valor Econômico

Manchete: Indústria se prepara para a forte demanda de Natal

Contratação de temporários, horas extras, trabalho aos sábados e, em alguns casos, até aos domingos. Essas são as estratégias adotadas por indústrias que fabricam bens de consumo para aumentar sua oferta e atender a demanda de fim de ano. Com base nos pedidos do varejo, as empresas se preparam para entregar um volume de 10% a 40% maior para o próximo Natal. Os aumentos mais expressivos estão nos segmentos de produtos semiduráveis, como vestuário e calçados, em que os preços mais acessíveis em re1ação aos dos eletroeletrônicos e a ampliação do mercado consumidor explicam o otimismo dos empresários, apesar do crescimento das importações.
Um conjunto também expressivo de empresas não vai contratar temporários neste momento, mas mesmo assim vai aumentar a produção muito acima de 10% nos últimos meses do ano. Nesse grupo estão as indústrias que inauguraram fábricas novas ou ampliaram a capacidade instalada ao longo do ano, como a gaúcha West Coast, a catarinense Brandili, a cearense Mallory e a pernambucana Elcoma. (Págs. 1 e A4)

Candidatos assumem a direita

Sócio de um escritório de advocacia empresarial em São Paulo, o advogado, Ricardo Salles, de 35 anos, se diz o único candidato assumidamente de direita do país. Busca atrair o voto da classe média espremida entre os juros subsidiados do BNDES e o Bolsa Família. Rechaça a companhia de Paulo Maluf, a quem considera um adesista. Se eleito, vai defender que o Estado se exima de tratar drogados.
Flavio Bolsonaro, de 29 anos, é autor de uma lei que dá direito a vasectomia nos hospitais estaduais do Rio. É defensor ardoroso do controle da natalidade.
E tem o apoio dos policiais militares.
Salles e Bolsonaro são candidatos à Assembleia Legislativa. Uma das disputas mais esquecidas de 3 de outubro, atrai nomes que depois de atuarem na esfera federal, tentam projeção na política local como o ex-ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, e a senadora Patrícia Saboya. (Págs. 1 e A6)

Emergentes terão 52% do PIB em 2015

Os países emergentes terão um peso maior do que os desenvolvidos na economia mundial antes de 2015, segundo o Banco Mundial. Embora não tenham se descolado completamente dos países ricos, cujas economias estão estagnadas, os emergentes seguirão trajetória de forte crescimento nos próximos anos. Em 2009, eles respondiam por 46% do Produto Interno Bruto mundial e os desenvolvidos, por 54%. Em 2015, as economias emergentes terão urna fatia de 52%. "Os países emergentes surgiram para resgatar a economia mundial", afirma o brasileiro Otaviano Canuto, vice-presidente de redução de pobreza e gerenciamento econômico do Bird.(Págs. 1 e A10)

UE reduz subsídio à carne exportada (Págs. 1 e B11)

Anac suspende vendas da Webjet
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) suspendeu a venda de passagens pela Webjet até sexta-feira, em razão do grande número de cancelamentos de voos devido à sobrecarga das tripulações. (Págs. 1 e B1)

Acesso à Justiça ainda é restrito

Baixa escolaridade e pobreza impedem boa parte da população de ter acesso ao Judiciário. Segundo pesquisa do Ipea, sem essas barreiras socioeconômicas o número de processos em 2009 teria sido 170% maior. (Págs. 1 e El)

Ideias

Raymundo Costa

Mapa político que começa a ser desenhado é o de um Brasil mais multifacetado, diferente da divisão bicolor de 2006. (Págs. 1 e A5)

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RADIOBRAS.