PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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quarta-feira, junho 08, 2011

HORA EXTRA [In:] CASA SERVIL

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Homenagem aos chargistas brasileiros.
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HORA EXTRA [In:] CAIU O REI DE ESPADA... (?)

Procurar é preciso

08 de junho de 2011 | 0h 00


Dora Kramer - O Estado de S.Paulo


Antonio Palocci pediu demissão depois que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, decidiu não abrir inquérito criminal para apurar as causas de seu enriquecimento abrupto.

A nota do Palácio do Planalto busca ligar a saída ao atestado de inocência dado pelo procurador. Mas é de se perguntar: se o parecer fosse pela abertura de investigações Palocci continuaria? Claro que não.

Notícia disso dá o anúncio imediato da substituição, indicando que a decisão da demissão estava tomada. Dependia do tempo e da forma.

Quanto ao parecer do procurador, Gurgel não viu na documentação solicitada a Palocci resquício de indício de crime. Pareceu-lhe, no entanto, que pode ter havido improbidade administrativa, o que foge à alçada da procuradoria, mas não autoriza ninguém, nem o governo nem o Congresso nem o Ministério Público, a dar o caso por encerrado.

Tanto que no âmbito do MP do Distrito Federal já corre uma investigação para apurar a ocorrência de improbidade administrativa.

A saída anunciada no início da noite de ontem mostra que o cerco sobre Palocci foi fechado. Mas não encerra a questão do sigilo da documentação sobre as atividades da empresa Projeto Consultoria.

Tomando como verdadeira a declaração de Palocci de que todas as informações foram repassadas aos "órgãos de controle", é de se supor que o procurador-geral tenha tido acesso à lista de clientes e à natureza dos serviços prestados pela empresa.

Se não teve, faltaram-lhe informações para atender a um item da representação apresentada por três partidos que aludia à "disparidade entre a estrutura empresarial da Projeto e a receita auferida por ela" para saber se os ganhos do proprietário foram compatíveis com a realidade do mercado de serviços de consultoria.

Caso tenha tido acesso a rigorosamente tudo, Gurgel é no Brasil, além de Palocci, a única pessoa em condições de atestar que não houve crimes de enriquecimento ilícito e tráfico de influência.

É exigir muito da opinião pública que seja dado a ele um crédito de tal monta com base em um parecer da Procuradoria-Geral e na palavra de quem, como principal interessado em esclarecer, se deixou sangrar sem se explicar a contento.

O País merece saber como o ministro-chefe da Casa Civil conseguiu tanto dinheiro em tão pouco tempo. Se é que teve mesmo clientela tão vasta enquanto era deputado federal, a que título seus clientes o pagaram?

As deduções de impostos de tais pagamentos foram feitas corretamente ou houve irregularidade por incompatibilidade dos serviços realmente prestados com as exigências da Receita?

Isso sem contar a necessidade de verificação sobre possíveis vínculos entre a atividade de consultor e a influência de Palocci no governo.

O procurador Gurgel alegou que nada faz supor que Palocci tenha se valido de "algum artifício, ardil ou mentira para fazer crer aos clientes de sua empresa que teria influência com servidores públicos para obter os negócios ou contratos".

Ora, ele não precisaria recorrer a nenhum artifício, ardil ou mentira para convencer alguém de seu poder. Isso sempre esteve implícito. Ficou explícito a partir do ano de 2010, em que foi o principal assessor da candidata oficial à Presidência e durante o qual auferiu o grosso do faturamento da empresa, que encerrou suas atividades com direito a receber espantosos R$ 10 milhões.

Pagamento que não faz o menor sentido, a menos que Palocci tenha aí inovado com a inclusão em seus contratos de uma cláusula de insucesso.

Por essa e outras é preciso procurar as razões pelas quais Antonio Palocci não conseguiu, ou não pôde, explicar como e por que enriqueceu no exercício da vida pública.

Desmentido. Margareth Palocci nega que tenha feito chegar a qualquer pessoa, dentro e fora do governo, que seu marido esteja exigindo do governo e do PT o mesmo tratamento dado a José Dirceu, Delúbio Soares e companhia, conforme publicado aqui.

O que não significa que pessoas de dentro do governo não deem como certa essa versão.
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XÔ! ESTRESSE [In:] ... SAMBA DE ORLY ou HOMENagem ao MALANDRO (*)

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Homenagem aos chargistas brasileiros.
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(*) SAMBA DE ORLY (ChicoBuarque, o poeta da Corte).

''... Pede perdão
Pela duração dessa temporada
Mas não diga nada
Que me viu chorando
E pros da pesada
Diz que vou levando
Vê como é que anda
Aquela vida à toa
E se puder me manda
Uma notícia boa...''
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HOMENAGEM AO MALANDRO

''...Eu fui fazer um samba em homenagem
à nata da malandragem, que conheço de outros carnavais.
Eu fui à Lapa e perdi a viagem,
que aquela tal malandragem não existe mais.
Agora já não é normal, o que dá de malandro
regular profissional, malandro com o aparato de malandro oficial,
malandro candidato a malandro federal,
malandro com retrato na coluna social;
malandro com contrato, com gravata e capital, que nunca se dá mal".
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GOVERNO DILMA/CASA CIViL [In:] A CONSTRUÇÃO *

Como Gleisi ascendeu no PT e superou o marido

Autor(es): Cristiane Agostine, Vandson Lima, Cristian Klein e Marli Lima | De São Paulo e Curitiba


Valor Econômico - 08/06/2011

Governo: Adversários e correligionários citam sua aversão à truculência


Não é a primeira vez que a nova ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Helena Hoffmann, vai participar da mesma equipe de governo de seu marido, o titular da Pasta das Comunicações, Paulo Bernardo.

A coabitação aconteceu pela primeira vez em 1999, quando ambos foram convidados pelo então governador do Mato Grosso do Sul, José Orcírio dos Santos, o Zeca do PT. Ela foi para a Pasta da Administração e o marido, para a Fazenda. "Gleisi é mais preparada que o marido e muito mais sagaz", diz Zeca. "Ela teve um papel extraordinário, de valorização e modernização do serviço público. Se articulava com o servidor, com universidades, com a sociedade civil. É um gol de placa da presidente".

Zeca conta que conheceu Bernardo no movimento sindical no Banco do Brasil e diz que Gleisi não entrou no seu secretariado por influência do marido, mas, sim, por indicação de representantes do PT em Brasília, onde trabalhava na assessoria da bancada do partido. "Ela criou uma política de cargos e salários, de assistência médica e social", lembra. Com a eleição de Lula, em 2002, Gleisi e Bernardo não participaram da segunda gestão de Zeca e foram para o governo federal.

A nova ministra conviveu diretamente com a presidente Dilma Rousseff na equipe de transição do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, e na definição de políticas para a Itaipu Binacional. Nessa época, Gleisi era diretora-executiva de Finanças da estatal e Dilma comandava o Ministério de Minas e Energia.

No PT, Gleisi foi uma das principais vozes críticas a Palocci, desde que foi deflagrada a crise envolvendo o ex-ministro. Com a divulgação da evolução patrimonial do ex-ministro, a petista reuniu em sua casa a bancada de seu partido e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sugeriu a saída de Palocci do governo.

A trajetória de Gleisi é marcada pela ascensão de assessora parlamentar à ministra da pasta mais importante do Planalto. Entre as características citadas por aliados e opositores, está sua aversão à truculência.

A nova ministra começou a militância no movimento estudantil, filiada ao PCdoB. Gleisi trabalhou como assessora parlamentar na Assembleia Legislativa do Paraná e foi assessora de Jorge Samek, atual diretor-geral da Itaipu Binacional, na Câmara Municipal de Curitiba, em 1988. Um ano depois, Gleisi ingressou no PT. Formada em Direito, com especialização em gestão e finanças, mudou-se para Brasília em 1993 e assessorou a bancada do partido na Câmara, na área econômica. Nessa época, entre os deputados federais estava Paulo Bernardo.

Gleisi passou por dois governos. Além da administração de Zeca do PT, em 1999, foi secretária de Gestão Pública em Londrina de Nedson Micheleti (PT), em Londrina, em 2001.

Depois de atuar como uma das coordenadoras da equipe de transição de Lula, em 2002, a petista foi nomeada diretora de Finanças de Itaipu, cargo em que ficou entre 2003 e 2006. Lula, quando deu posse à diretoria, citou em seu discurso que pela primeira vez uma mulher assumia o cargo de direção na usina.

"Estou comemorando", disse ontem Samek. Segundo ele, Gleisi conseguiu colocar as contas de Itaipu em ordem em poucos meses. Cobrou dívidas ao mesmo tempo em que atuou em obras sociais, como combate à prostituição na fronteira entre Brasil e Paraguai. Mas foi em políticas de igualdade de gênero que ela mais trabalhou nesse período.

A partir de 2003 a advogada, com experiência em administrações públicas, começou a mostrar que tinha interesse em disputar uma eleição. O nome de Gleisi sempre apareceu ligado ao de seu segundo e atual marido, o ministro Paulo Bernardo. Mas a petista surpreendeu já na primeira vez em que tentou as urnas. Nas eleições de 2006, candidatou-se ao Senado pelo PT e, com 45% dos votos, por pouco não venceu o experiente Álvaro Dias (PSDB), que conseguiu 50%. Depois, mesmo apoiada por Lula, foi derrotada na eleição de 2008 para a prefeitura da capital pelo tucano Beto Richa, atual governador do Paraná. Na época, presidia o PT estadual. Em 2010, disputou novamente o Senado e elegeu-se com 3,19 milhões de votos, a maior votação da disputa pelo cargo.

Gleisi sempre defendeu tanto Lula como Dilma e, na campanha passada, assumiu em seu Estado a função de falar da importância de eleger uma mulher para a Presidência. Foi a principal cabo eleitoral de Dilma no Paraná. "Ela fazia mais campanha para a presidente do que para ela", lembra André Passos, ex-presidente do diretório do PT de Curitiba.

Na campanha para o Senado em 2010, Gleisi arrecadou sozinha mais do que todos os seus adversários somados, de acordo com a prestação de contas entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Logrou R$ 7,9 milhões de receita, acima dos R$ 3 milhões conseguidos pelo ex-governador Roberto Requião (PMDB), também eleito, e dos R$ 2,1 milhões de Gustavo Fruet, terceiro colocado.

As doações à petista foram feitas, essencialmente, pelo setor de engenharia e construção, responsável por R$ 3,2 milhões, 40,5% do total arrecadado. O maior doador foi a Construtora Camargo Corrêa, com R$ 1 milhão. A OAS, outra gigante do ramo, também foi generosa com a nova ministra, deixando-lhe R$ 780 mil. Outras onze empresas do ramo destinaram valores a Gleisi.

O PT também destinou grandes somas à campanha da senadora: o Diretório Nacional do partido doou R$ 1,9 milhão. O Comitê Financeiro Único, que arrecadou R$ 2,6 milhões, encaminhou R$ 883 mil só para a campanha de Gleisi. Assim como a senadora, o comitê teve boa parte do seu caixa abastecido por doações de construtoras, responsáveis por R$ 1,95 milhão (75% do total arrecadado). Dos R$ 883 mil que o comitê doou a Gleisi, R$ 584 mil foram repassados em data posterior à eleição. Uma doação de R$ 299 mil foi registrada em 04/08/2010. Outras 16 doações do comitê para Gleisi, em valores menores, foram efetuadas após o pleito.

No TSE, a petista declarou bens no valor de R$ 659.846,00. Gleisi diz ter um apartamento de R$ 245,5 mil e um carro de R$ 88 mil. O restante corresponde a aplicações financeiras e depósito em conta corrente.

No Senado, Gleisi foi a principal defensora da revisão do Tratado de Itaipu, que aumenta de US$ 120 milhões para US$ 360 milhões o montante anual a ser repassado pelo Brasil ao Paraguai. No começo de seu mandato, apresentou um projeto para limitar o teto da remuneração dos servidores públicos.

Gleisi é curitibana, tem 45 anos, dois filhos e é "tuiteira", assim como seu marido. A nova ministra estudou em colégio católico e queria ser freira. Segundo ela, foram os padres que a incentivavam a participar da vida política. Seu nome é uma homenagem a Grace Kelly, princesa de Mônaco, embora tenha grafia diferente. Sua família é de origem alemã e catarinense.

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(*) Chico Buarque.
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GOVERNO DILMA/CASA CIVL [In:] OS BEM CASADOS

Nunca antes neste país

Entre marido e mulher, Dilma fica com os dois

O Globo - 08/06/2011

Senadora e casada com o ministro das Comunicações, que era cotado, escolha de Gleisi surpreende até aliados

BRASÍLIA. A decisão da presidente Dilma Rousseff de nomear a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e não seu marido, o ministro Paulo Bernardo (Comunicação), para a Casa Civil surpreendeu a base governista. Apesar dos elogios públicos, representantes de partidos aliados criticaram a escolha, afirmando que ela não tem experiência política e que essa decisão não acaba com os problemas na articulação política do governo. É o primeiro casal de ministros na História da República.

Embora esteja em seu primeiro mandato eletivo, Gleisi, de 45 anos, foi escolhida também por ser mulher, o que tem um simbolismo para a presidente Dilma. Ela vinha se mostrando uma parlamentar aplicada no Senado. Ganhou destaque com sua atuação em defesa do governo, angariando antipatias na oposição e provocando ciúmes entre governistas. Casada há 15 anos com o ministro das Comunicações, ela começou sua militância política na adolescência e trabalhou na assessoria econômica da liderança do PT na Câmara, quando conheceu o marido, na época deputado federal.

Formada em Direito e com especialização em Administração Financeira, Gleisi foi secretária estadual e diretora financeira de Itaipu. No Senado, atuava nas comissões de Assuntos Econômicos, Agricultura e Relações Exteriores. Foi designada relatora do PPA, o plano de ação de quatro anos do governo. Surpreendeu a base ao propor emendas na Comissão Mista de Orçamento para reduzir o valor e o número das emendas parlamentares.

Semana passada, Gleisi havia sido criticada pela bancada petista e por peemedebistas, que a acusaram de querer derrubar o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-PR), em sessão tumultuada na qual a oposição impediu a aprovação de duas medidas provisórias.

Mas a informação de que Gleisi recebeu como incumbência principal na Casa Civil cuidar da gestão dos programas de governo, e não da articulação política, aliviou petistas e peemedebistas.

- Para quem passou momentos de grande tensão como passamos, a escolha não poderia ter sido melhor. A senadora Gleisi é a cara certa para esse novo momento. É competente, tem capacidade de gestão e saberá impor uma pauta positiva para o governo - comemorou o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).

O presidente em exercício do PMDB, senador Valdir Raupp (RR), minimizou o confronto entre Gleisi e Jucá. Na ocasião, ela reclamou de forma ríspida por discordar de uma norma de procedimento adotada por Jucá.

- Isso foi uma coisa de momento. De maneira nenhuma o PMDB vetaria seu nome (para a Casa Civil) - disse Raupp.

O líder do DEM, senador Demóstenes Torres (GO), ironizou a escolha:

- Se ela for utilizar o estilo esquentadinha que mantinha aqui no Senado, a articulação do governo pode piorar, porque no Congresso tudo se faz no diálogo, não adianta querer enfiar as coisas goela abaixo.

Apesar das restrições que muitos faziam nos bastidores, publicamente a bancada petista elogiou a escolha.

Gleisi nega haver
"maldição" na Casa Civil

Em rápida entrevista, Gleisi anunciou ontem que assume a Casa Civil para gerenciar os "programas e projetos de governo", devendo ficar distante da fragilizada articulação política no Congresso. Ao negar que exista uma "maldição" na Casa Civil --- no governo anterior, José Dirceu e Erenice Guerra também caíram alvejados por denúncias -, Gleisi afirmou que tem pela frente um grande responsabilidade:

--- Não é maldição. Temos um projeto extraordinário de transformação deste país. O desafio é muito grande. Vou trabalhar muito para que possa entregar a ela (Dilma) o produto que ela quer do meu trabalho. Aceitei o convite sabendo do tamanho da minha responsabilidade.

Primeira petista da bancada do partido no Senado a cobrar com vigor explicações convincentes de Antônio Palocci, Gleisi elogiou o seu antecessor e lamentou sua saída:

---- Quero aqui fazer uma deferência, uma menção especial ao ministro Palocci. Para nós, é um momento triste. Sabemos do relatório da procuradoria, que colocou de forma muito clara a situação do ministro, falando que não há nenhum problema. É uma pena perder o ministro Palocci nesse governo, pela qualidade que ele tem --- disse.

STF/POLÍCIA FEDERAL [In:] OPERAÇÃO DESMORALIZAÇÃO

STJ anula toda a Operação Satiagraha

STJ anula Operação Satiagraha
Correio Braziliense - 08/06/2011

Segundo decisão da Corte, prisão de Daniel Dantas ocorreu a partir de provas ilegais obtidas com presença indevida da Abin

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou a Operação Satiagraha, deflagrada pela Polícia Federal em julho de 2008, atendendo a um pedido de habeas corpus do banqueiro Daniel Dantas, do grupo Opportunity. A operação tinha resultado na condenação de Dantas a 10 anos de prisão, por corrupção. A decisão de ontem, por sua vez, anulou provas e a condenação do banqueiro. Os ministros da Quinta Turma entenderam, por maioria de 3 votos a 2, que a operação foi comprometida devido à participação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Outros inquéritos e ações penais que tiveram como base a Operação Satiagraha poderão ser influenciados pela decisão do STJ, se forem alvo de recurso no Supremo Tribunal Federal.

Os argumentos da defesa de Dantas tinham sido negados pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região, e o julgamento teve início no STJ em março deste ano. Até ontem, a votação na corte estava empatada quando, às 19h15, o presidente da turma, Jorge Mussi, decidiu em favor do banqueiro. Para Mussi, a participação da Abin só seria permitida com autorização da Justiça.

Freio
"Não é possível que esse arremedo de prova, colhido de forma impalpável, possa levar a uma condenação. Essa volúpia desenfreada pela produção de provas acaba por ferir de morte a Constituição. É preciso que se dê um basta, colocando freios nisso antes que seja tarde. Coitado do país em que seus filhos vierem a ser condenados com provas colhidas na ilegalidade", afirmou Mussi. Os ministros Gilson Dipp e Laurita Vaz defenderam a manutenção das provas. Para eles, os autos não sustentavam a participação da Abin nas investigações. Procuradas pela reportagem, a Abin e a Polícia Federal não comentaram a decisão.

A condenação de Daniel Dantas tinha sido decidida pelo juiz Fausto De Sanctis, da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo. O banqueiro, por sua vez, abriu processo contra o desembargador, que foi acusado de desobedecer decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e negar informações sigilosas sobre a investigação. Ontem, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) arquivou o processo disciplinar contra o magistrado. Por unanimidade, os conselheiros do CNJ entenderam que o juiz desrespeitou o STF e mereceria pena de censura. No entanto, a lei não prevê esse tipo de punição para desembargadores — durante a operação da PF, Dantas foi preso e libertado por decisão liminar do então presidente do STF, ministro Gilmar Mendes. De Sanctis determinou novamente a prisão preventiva de Dantas, alegando novos fatos.

GOVERNO DILMA/BASE ALIADA [In:] A VOLTA DO BOÊMIO

PALOCCI CAI E ENFRAQUECE DILMA COM APENAS 5 MESES DE GOVERNO

TODO-PODEROSO EM 2 GOVERNOS, PALOCCI CAI PELA SEGUNDA VEZ


Autor(es): agência o globo:Chico de Gois e Luiza Damé
O Globo - 08/06/2011

Após 24 dias de crise, Dilma escolhe Gleisi para a Casa Civil e procura articulador político


Apenas cinco meses após a posse, e depois de 24 dias de desgaste na maior crise política do governo Dilma Rousseff, Antonio Palocci perdeu ontem o posto de topo-poderoso chefe da Casa Civil, criando duas situações inéditas: foi duas vezes desalojado do cargo de ministro sob suspeição e o mais breve ocupante do cargo no Palácio do Planalto. Para seu lugar, a presidente Dilma escolheu a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), mulher do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo (PT-PR), também um fato inédito na República.

Depois de se recusar a dizer, em entrevista ao "Jornal Nacional" na sexta-feira, para quais clientes trabalhou como consultor no período em que era deputado, a saída de Palocci do governo já era dada como certa desde anteontem, quando ele ainda acreditava que poderia se segurar no cargo. Sua esperança foi alimentada pela decisão do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de arquivar o pedido de investigação contra ele por supostos enriquecimento ilícito e tráfico de influência como consultor. Dilma, porém, já estava decidida a tirar Palocci e a convidar Gleisi.

Dilma decidiu que Palocci deveria sair depois de ouvir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que chegou a lhe sugerir para aguentar mais um pouco. Mas Dilma avaliou que não era mais possível e que, ao optar pela demissão, daria sinais de que tinha independência - no fim de semana, pegou muito mal para o governo a informação de que Lula se encontraria com ela para discutir o caso Palocci.

Ela própria pediu para ele não ir a Brasília, mas manteve os contatos por telefone. Nesses contatos, o ex-presidente emitiu sinais contraditórios a Dilma. Num primeiro momento, achava que era melhor o então ministro pedir para sair. Depois, avaliava que seria melhor segurá-lo para não dar mais pontos para a oposição.

A decisão da demissão foi comunicada publicamente no fim da tarde de ontem, após uma última conversa de Palocci com Dilma no Planalto. O vice-presidente Michel Temer (PMDB) foi um dos primeiros a serem informados oficialmente, mas ele já tinha conhecimento do desfecho. O presidente do PT, Rui Falcão, foi o primeiro a receber o telefonema de Palocci. Falcão também já sabia, desde a hora do almoço, que a substituição na Casa Civil seria anunciada ainda ontem, embora mantivesse o discurso público de que continuava apoiando a permanência de Palocci.

Em nota oficial, Dilma disse lamentar a perda "de tão importante colaborador". De modo formal, o texto distribuído pelo Planalto diz que a presidente "destacou a valiosa participação de Antonio Palocci em seu governo e agradece os inestimáveis serviços que prestou ao governo e ao país". A Casa Civil, com Gleisi, volta a ter o perfil técnico, com a responsabilidade de gestão pelos programas do governo.

A escolha de Gleisi para a Casa Civil não se deu só por questão de gênero, embora esse quesito tenha pesado. Dilma conhece Gleisi desde quando era ministra de Minas e Energia e a agora senadora era diretora financeira de Itaipu. Mais recentemente, ficou impressionada com a atuação da senadora na relatoria do projeto que triplicou o valor pago pelo Brasil pela energia excedente do Paraguai, no tratado de Itaipu, e também com sua condução na defesa do governo no Senado. Dilma tem apreço pessoal por sua futura colaboradora. Em 2008, uma das poucas agraciadas com a participação de Dilma em palanques foi Gleisi, que concorria à Prefeitura de Curitiba.

Quando começou a cogitar a saída de Palocci, Dilma já pensava em nomear uma mulher. Tanto que também estava cotada para o cargo a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, que conhece bem a Casa Civil, onde trabalhou com Dilma. Além disso, ao optar por uma paranaense, Dilma põe panos quentes, pelo menos por agora, na disputa no PT paulista.

Saída anunciada desde a primeira denúncia

Desde que, em 15 de maio, se noticiou que o patrimônio do ministro crescera vertiginosamente desde 2006, quando ele deixou o Ministério da Fazenda sob acusação de ter quebrado o sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa, a vida de Palocci tornou-se um punhado de interrogações.

Como tática - que depois se mostrou equivocada -, ele vinha tentando se explicar por notas, mas protelou ao máximo dar respostas públicas. Só o fez na semana passada, e por cobrança da própria Dilma e sugestão de Lula. Mas já era tarde demais.

Anteontem, o arquivamento do pedido de investigação pelo procurador-geral da República, que não viu indícios de tráfico de influência, deu alívio a Palocci. Mas, se do ponto de vista jurídico não havia o que se investigar, segundo o parecer de Gurgel, do ponto de vista político, o vulcão já soltava cinzas e ameaçava explodir.

Na noite de segunda-feira, o Palácio do Planalto avaliava que era preciso esperar o dia amanhecer para ver como acordaria o mundo político. E nem a base nem a oposição estavam satisfeitas com explicações técnico-jurídicas e queriam mais. Queriam a cabeça do ministro, que já chegou a ser um dos "Três Porquinhos", referência carinhosa de Dilma aos coordenadores de sua campanha vitoriosa: Palocci, José Eduardo Cardozo (ministro da Justiça) e José Eduardo Dutra (ex-presidente do PT).

Depois da decisão do procurador-geral, Palocci ainda conversou anteontem à noite com os líderes do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), e no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), e concordou em ir ao Congresso, desde que a convocação fosse transformada em convite. Foi a última tentativa de Palocci de se segurar no cargo que estava lhe escapando das mãos.

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''QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?''

SINOPSES - RESUMO DOS JORNAIS

08 de junho de 2011

O Globo


Manchete: Palocci cai e enfraquece Dilma com apenas 5 meses de governo

Crise fortalece PMDB do vice Michel Temer; Palácio procura articulador político

Na maior crise do governo Dilma, Antonio Palocci foi demitido da Casa Civil repetindo a própria história: de homem mais poderoso do governo, tornou-se o pivô de um escândalo que culminou com sua saída, sob suspeição, do cargo. A segunda queda de Palocci, cinco anos após perder o Ministério da Fazenda no governo Lula, enfraqueceu a presidente Dilma, antes mesmo de completar um semestre no cargo. Palocci acreditava que poderia ficar depois que a Procuradoria Geral da República arquivou os pedidos de investigação por suspeita de enriquecimento ilícito e tráfico de influência. O ex-presidente Lula sugeriu que Dilma esperasse mais, porém ela decidiu demitir Palocci diante do desgaste político provocado pelo caso. Para o lugar dele, convidou a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), pedindo que ela assuma o papel de gestora dos projetos do governo. Sem Palocci para negociar com o Congresso, resta a Dilma agora o problema da Articulação Política. O ministro Luiz Sérgio também deve sair. Na crise, o PMDB se fortaleceu. (Págs. 1, 3 a 16, Merval Pereira e editorial "Seria de alto custo a sobrevida de Palocci")


"A sobrevida de Palocci custou muito para o governo, principalmente em questão de credibilidade. E a participação de Lula nesse episódio passou a ideia de que o governo de Dilma não tem comando”
Rubens Figueiredo, do Centro de Pesquisas e Análises de Comunicação (Cepac)


"Palocci significava a garantia (do apoio) dos empresários, e isso faz o governo petista pensar dez vezes antes de tirar alguém como ele"
Roberto Romano, professor de Ética e Filosofia da Universidade de Campinas (Unicamp)


Nunca antes neste país

Com a escolha de Gleisi Hoffmann para a Casa Civil, o Brasil vive uma situação inédita na história republicana: pela primeira vez um casal ocupa cargos na Esplanada dos Ministérios. Gleisi é mulher do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. A indicação surpreendeu os governistas. (Págs. 1 e 10)

Bombeiros recusam mediação de comando

Na tentativa de debelar a crise no Corpo de Bombeiros, o novo comandante da corporação, coronel Sérgio Simões, visitou ontem os invasores do QG e propôs ser o mediador entre a categoria e o estado. Os presos - que rasparam a cabeça, deixando o número 439 na nuca, numa referência ao total de detidos - recusaram a oferta. (Págs. 1 e 17)

Foto legenda: Nuvem de cinzas sobre o Cone Sul

Em Bariloche, o avião coberto de cinzas é o retrato do caos aéreo provocado pela erupção de um vulcão chileno que fechou aeroportos em Argentina, Uruguai e Paraguai e cancelou voos no Brasil. (Págs. 1 e 32)

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Folha de S. Paulo


Crise derruba Palocci; Dilma põe senadora novata na Casa Civil

Demissão acontece três semanas após Folha revelar crescimento do patrimônio do petista

Presidente nomeia Gleisi Hoffmann (PT-PR) após pesquisas apontarem desgaste do governo

A presidente Dilma Rousseff demitiu Antonio Palocci, 50, após cinco meses e sete dias de governo. Gleisi Hoffmann (PT-PR), senadora que estava em seu primeiro mandato, é a nova ministra-chefe da Casa Civil.

Indicado pelo ex-presidente Lula para ser o principal operador político da gestão Dilma, Palocci teve a credibilidade corroída pelas reportagens da Folha que mostraram a multiplicação de seu patrimônio em quatro anos e o faturamento de R$ 20 milhões de sua consultoria somente em 2010, quando era deputado e comandou a campanha petista à Presidência.

O silêncio de Palocci, que demorou a dar explicações sobre seus negócios e se recusou a identificar seus clientes, alimentou a crise que paralisou o goveno por três semanas. Dilma decidiu demitir seu principal ministro depois de saber que pesquisas já apontavam o desgaste de sua gestão em decorrência da crise. (Págs, 1 e Poder)

Análise: Vera Magalhães

Falta de apoio do PT e risco de CPI foram cruciais. (Pág. 1 e Poder A6)

Demitido plajena agora emagrecer, viajar de férias e retomar empresa (Págs, 1 e Poder A8)

Presidente quer que escolhida seja 'Dilma da Dilma' no cargo

Ao convidar Gleisi Hoffmann, a presidente usou a expressão “Dilma da Dilma” para dizer que espera que ela se concentre na gerência do governo, informa Renata Lo Prete.

A presidente avaliou que não funcionou centralizar na Casa Civil a articulação política. (Pág. 1 , Painel, A4 e Poder, A7)

Vulcão cancela voos de empresas aéreas brasileiras

As cinzas do vulcão chileno que entrou em erupção no fim de semana chegram ao RS e podem avançar no Sul do país nos próximos dias. O tráfego aéreo com Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile foi prejudicado. TAM e Gol cancelaram ao menos 51 voos. (Pag. 1 e Cotidiano, C1)

Filhos e netos de Lula devolvem 4 superpassaportes

Dois filhos e dois netos do ex-presidente Lula devolveram neste mês passaportes diplomáticos que haviam recebido irregularmente, informa Matheus Leitão.

A Folha revelou o caso há cinco meses. Outros quatro parentes de Lula ainda têm superpassaportes. (Pág. 1 e Poder, A9)

Receita Federal libera consulta ao primeiro lote de restituição do IR (Pág. 1 e Poder A8)


Editoriais

Leia “Dilma após Palocci”, sobre o desfecho da crise no governo, e
“A conversão de Humala”, acerca do resultado da eleição presidencial no Peru. (Pág. 1 e Opinião A2)

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O Estado de S. Paulo


Manchete: Escândalo derruba Palocci e senadora assume Casa Civil

O pivô da maior crise do governo Dilma será substituído por Gleisi Hoffmann (PT-PR) • Ministro diz que procurador comprovou sua 'retidão' • Ele estava disposto a se explicar ao Congresso e esperava o apoio da presidente, que não veio

Antonio Palocci, considerado o “primeiro-ministro" da presidente Dilma Rousseff, pediu demissão ontem da Casa Civil, em meio ao escândalo causado por suspeitas de enriquecimento ilícito, que já durava 23 dias e provocava a maior crise do atual governo. Ele será substituído pela senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que tomará posse hoje. Mesmo após o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, ter arquivado as denúncias da oposição, Palocci não resistiu ao processo de desintegração de seu capital político diante do cerco de aliados. Em nota, o ex-ministro disse que a “robusta" manifestação de Gurgel confirmou sua “retidão", mas afirmou que se demitiu porque a crise "poderia prejudicar suas atribuições no governo". Palocci estava disposto a ir ao Congresso se explicar e esperava o apoio de Dilma após a decisão de Gurgel, mas isso não ocorreu. (Págs. 1 e Nacional A4 e A6 a A10)


Indicação de Gleisi é criticada no PMDB

O PMDB recebeu mal a indicação da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) para a Casa Civil. Peemedebistas consideraram “surreal” que a petista que esteve à frente do "fogo amigo" contra Palocci ocupe o lugar dele. (Págs. 1 e A8)


Análise
Dora Kramer
Procurar é preciso

O Planalto busca ligar a saída ao atestado de inocência dado pelo procurador. Mas a demissão não deveria eximir Palocci de se explicar. (Págs. 1 e Nacional A6)


A nova ministra
Uma aliada de primeira hora

Sucessora de Palocci, Gleisi Hoffman (PT-PR), de 45 anos, era líder informal do governo no Senado. Ela e o marido, o ministro Paulo Bernardo, são aliados de primeira hora do Planalto. (Págs. 1 e A8)


Combustível mais barato reduz inflação

A inflação medida pelo IPCA mostrou desaceleração em maio, para 0,47%, graças à queda nos preços dos combustíveis. Mas os alimentos voltaram a subir. Economistas projetam alta de 0,25 ponto porcentual no juro básico hoje. (Págs. 1 e Economia B1)

Foto legenda: Estragos do vulcão

Aeroporto de Bariloche, coberto por fuligem; cinzas de vulcão do Chile chegam ao Brasil e cancelam dezenas de voos. (Págs. 1 e Cidades C1)

UE repreende Alemanha sobre bactéria

A União Europeia afirmou que os alertas da Alemanha sobre a cepa da bactéria E. coli que matou ao menos 24 pessoas não tiveram base científica. Por isso, ordenou que o país, onde o surto surgiu há cerca de um mês, não faça novos alertas. (Págs. 1 e Vida A18)

Notas e Informações

Fuerza, presidente

A saída de Palocci é oportunidade para Dilma reconfigurar a arquitetura dos poderes que recebeu. (Págs. 1 e A3)

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Correio Braziliense


Manchete: Palocci cai e Dilma põe senadora na Casa Civil

Presidente decide encerrar a crise que envolveu um dos principais colaboradores do governo e escolhe Gleisi Hoffmann (PT-PR) a fim de impor um caráter mais técnico à pasta. “Assumo para cuidar da gestão”, anunciou a nova ministra. Luiz Sérgio, da articulação política, está ameaçado no cargo.

No início da noite de ontem, Antonio Palocci anunciou a sua saída do governo de Dilma Rousseff. Segundo nota oficial, ele deixou o cargo de ministro-chefe da Casa Civil por considerar que “a continuidade do embate político poderia prejudicar suas atribuições no governo”. Palocci ainda tentou se manter no posto ao longo do dia, mas uma conversa com a presidente no Palácio do Planalto no fim da tarde selou o seu destino. Ao convidar a senadora petista Gleisi Hoffmann, mulher do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e conhecida pela experiência em gestão pública, Dilma começa a desenhar o novo modelo de articulação política. A saída do ministro Luiz Sérgio, das Relações Institucionais, é dada como certa. (Pág. 1)

STJ anula toda a Operação Satiagraha (Págs. 1 e 5)


Cassação de Jaqueline é a tendência

Oito dos 15 membros do Conselho de Ética da Câmara sinalizam apoio ao relatório que pedirá hoje pena máxima à deputada Jaqueline Roriz, flagrada em vídeo recebendo dinheiro de Durval Barbosa. (Págs. 1, 21 e 22)

Sem diálogo, greve castiga passageiros

O movimento, que retira de circulação 30% da frota em horários de pico, continua, mas não há negociação entre empresas e rodoviários. (Págs. 1 e 26)

Servidores iniciam onda de greves (Págs. 1, 9 e 10)


UnB testa mudanças no vestibular (Págs. 1 e 28)


Vulcão fecha os céus do Mercosul

Erupção nos Andes lança cinzas no ar, prejudicando voos entre Brasil, Argentina, Uruguai, Chile e Paraguai. (Págs. 1 e 17)

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Valor Econômico


Manchete: Dilma demite Palocci e nomeia Gleisi

Após 23 dias de crise, a presidente Dilma Rousseff demitiu ontem o ministro Antonio Palocci e nomeou a senadora Gleisi Hoffmann, do PT do Paraná, para a chefia da Casa Civil. Palocci perdeu apoio da maioria do PT. Sua manutenção ameaçava envolver o governo em uma crise no Congresso, apesar da ampla maioria da base de apoio da presidente. Havia o risco de a oposição conseguir reunir o número necessário de assinaturas para instalar uma CPI a fim de investigar o enriquecimento do ex-ministro, cujo patrimônio foi multiplicado por 20 em quatro anos, segundo reportagem da "Folha de S. Paulo".

Os caciques do PMDB, partido do vice-presidente, Michel Temer, se reuniriam à noite para avaliar a nova configuração política do governo. Gleisi teve atritos com o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB), por conta de acordos feitos no governo anterior com a oposição. Ela acredita que a situação, sempre que necessária, tem de fazer valer a sua maioria. A nova ministra, por exemplo, acha que o governo deve votar logo o Código Florestal, como quer a presidente da República.

Temer disse a aliados que a nomeação de Gleisi Hoffmann tinha pelo menos um mérito: era uma escolha da presidente Dilma, e não uma imposição do PT de São Paulo. De fato, Gleisi tem relações antigas com a presidente. Dilma era do conselho de administração da Itaipu Binacional, enquanto Gleisi era diretora financeira. É certo que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi decisivo na escolha - além de amigo de Gleisi, a senadora é mulher de seu ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, hoje nas Comunicações. (Págs. 1, A5 a A7)

Ele já não era o 'fiador de Dilma'

O mercado financeiro cultiva uma máxima: flanco aberto é atalho para o fracasso. Expoentes do sistema financeiro consultados pelo Valor nos últimos dias, que no ano passado creditavam a Palocci o título de 'fiador do governo Dilma', já achavam, antes da demissão do ministro, que sua permanência no cargo aumentaria as fragilidades do governo. Palocci atuava em questões intangíveis que demandam confiança irrestrita e fragilidade zero. Predicados que, inocente ou culpado, ele já não possuía depois da sangria a que foi submetido nas últimas semanas. (Págs. 1 e A7)


Direcional progride com a baixa renda

Construção popular sempre foi o negócio de Ricardo Valadares Gontijo, dono da Direcional Engenharia, única entre as construtoras listadas em bolsa que abraçou, de fato, o segmento de 0 a 3 salários mínimos, base do programa Minha Casa Minha Vida. Gontijo ganha bom dinheiro com isso. Os resultados da Direcional estão acima da média do mercado. Em 2010, teve margem líquida de 23%, ante 14% da média setorial. No primeiro trimestre, quando houve queda generalizada dos ganhos no setor, a margem líquida foi de 17%, frente aos 12% das abertas. Saiu de vendas de R$ 127 milhões em 2007 (antes de abrir o capital) para R$ 1 bilhão em 2010. Desde 2008, cresce a uma média de 50% ao ano.

A Direcional também foi a primeira empresa "forasteira" a se aventurar em Roraima, Pará e Amazonas. Só em Manaus tem 16 canteiros de obras. A empresa adotou a verticalização total das operações e, um grande diferencial, contrata praticamente 100% dos 13 mil trabalhadores que atuam nas obras.

Aos 60 anos, Gontijo continua ativo no dia a dia do negócio e se considera "iluminado". Há 23 anos, com hepatite B e cirrose, recebeu do médico a previsão de que teria apenas 60 dias de vida. Hoje é um dos transplantados de fígado mais longevos do mundo. (Págs. 1 e B1)

Bancos cortejam empresas menores

Com as medidas de aperto ao crédito, os bancos intensificaram a corte às micro, pequenas e médias empresas. Elas têm conseguido financiar seu capital de giro a prazos maiores e, em alguns casos, a um custo menor, apesar do atual ciclo de elevação da taxa básica de juros. Os retornos para os bancos são tão bons quanto nas linhas destinadas ao consumo.

Na média, os juros cobrados para capital de giro subiram só 0,5 ponto percentual de janeiro para cá, a 29,8% ao ano, em comparação ao 1,25 ponto percentual da Selic. O Bradesco, que até o fim de 2010 oferecia linhas de 12 a 24 meses, criou outras duas, com prazos de 36 meses e 48 meses e juros de 2,7% ao mês, em comparação aos 3,5% anteriores. O HSBC estendeu em abril a linha, que oscilava entre 7 e 12 meses, para 18 e 24 meses, premiando as empresas boas pagadoras com uma ou duas prestações gratuitas ao final do contrato. No Santander, tal bonificação pode chegar a três parcelas, em operações adimplentes com vencimento em 36 meses. O BB já tinha oferta de 24 meses e a demanda aumentou.

"O micro, pequeno e até médio empresário é muito carente de linhas longas. O ambiente de menor risco dá segurança para se aumentar os prazos", diz Octavio de Lazzari Junior, diretor do Bradesco. (Págs. 1, C1 e C2)

Total aposta em cana com maior valor agregado

Dono de um faturamento de € 159 bilhões no ano passado, o grupo francês Total tem planos definidos para sua área de processamento de cana-de-açúcar no Brasil. Diferentemente do que fazem seus concorrentes, como Petrobras, Shell e BP, voltadas ao etanol de primeira geração para abastecer veículos, a Total vai usar caldo da cana para fabricar produtos de maior valor agregado, como bioquerosene, biocombustível para aviação, biodiesel e biolubrificantes, disse ao Valor o presidente de gás e energia da empresa, Philippe Boisseau.

Suas metas são ambiciosas quanto à participação de mercado. Entre elas, está a de atingir em dez anos uma fatia de 5% a 10% no processamento de cana no país. A companhia não tem previsão exata de quanto deve investir no Brasil nos próximos anos. "Mas como uma referência, temos planos de aplicar € 5 bilhões em todas as áreas definidas por nós em bioenergia até 2020", afirmou Boisseau. Ele não descartou a possibilidade de comprar empresas no país, mas não quis comentar casos específicos. "Aquisição é uma opção, pois ainda não sabemos como produzir e processar cana-de-açúcar." (Págs. 1 e B16)

Brasil descarta acordo com UE sobre matérias-primas estratégicas (Págs. 1 e A3)


Petrobras adota tecnologias inéditas no Brasil, diz Sergio Donizete (Págs. 1 e B10)


Parcerias tecnológicas

Siemens-Chemtech, BG e EMC venceram a disputa promovida pela UFRJ para ocupar três terrenos no Parque Tecnológico da Coppe, na Ilha do Fundão. Juntas, vão investir até US$ 200 milhões em dois anos. (Págs. 1 e A4)

Chinesas nacionalizam produção

A estabilidade política e econômica do Brasil e o crescimento dos mercados de computadores e telefones levam fabricantes chineses de telecomunicações a instalar unidades produtivas no país. Depois de Foxconn e ZTE, o anúncio é da TCI, de celulares. (Págs. 1 e B3)

Conar de olho no discurso verde

O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) divulgou ontem um conjunto de normas éticas para a publicidade com apelo ambiental. As peças deverão seguir os princípios da veracidade, exatidão, pertinência e relevância. (Págs. 1e B4)

Gestão ‘inativa’

Estudo da gestora americana BlackRock indica que gestores brasileiros de fundos de ações ativos, que buscam superar a variação do Índice Bovespa, apresentam em média ganhos apenas "modestamente" superiores a variação do referencial. (Págs. 1 e D2)

Ideias

Cristiano Romero

Há boas razões para acreditar que o investimento será o motor da economia nos próximos anos. (Págs. 1 e A2)

Ideias

Carlos Lessa

O endividamento do setor público, empresas e famílias, no Brasil, não tem sido virtuoso neste novo milênio. (Págs. 1 e A11)

Carro chinês tira espaço dos argentinos no Brasil

Está mudando de forma acelerada a origem dos automóveis importados pelo Brasil. China e Coreia ganham espaço, substituindo em parte a entrada de carros vindos da Argentina. Os chineses fazem diferença no desembarque de carros menores e populares. Estreantes no mercado brasileiro, eles já avançaram para 9% do total importado nessas categorias de veículos. Em 2010, tinham 0,6%. No acumulado de março a maio, a fatia da China salta para 13,6%. (Págs. 1 e A3)

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