A proposta deste blogue é incentivar boas discussões sobre o mundo econômico em todos os seus aspectos: econômicos, políticos, sociais, demográficos, ambientais (Acesse Comentários). Nele inserimos as colunas "XÔ ESTRESSE" ; "Editorial" e "A Hora do Ângelus"; um espaço ecumênico de reflexão. (... postagens aos sábados e domingos quando possíveis). As postagens aqui, são desprovidas de quaisquer ideologia, crença ou preconceito por parte do administrador deste blogue.
PENSAR "GRANDE":
[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.
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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).
"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).
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sexta-feira, setembro 28, 2012
CAXIROLA (na onda do berimbau * )
'Caxirola', a vuvuzela brasileira,
ganha apoio e vira projeto do governo federal
Instrumento criado pelo músico Carlinhos Brown é um dos 96 trabalhos aprovados para promover o país durante a Copa do Mundo de 2014


Ao todo, 199 projetos foram analisados pelo governo. As inscrições foram gratuitas e a única exigência para participar era estar ligado a pelo menos um dos três eixos temáticos definidos: negócios, turismo e sociocultural. A seleção foi feita em duas etapas, que avaliaram a habilitação técnica e o mérito das propostas.
(*) Oswaldo Nunes.
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TRIO DE ARBITRAGEM + RESERVA
A hora H
Dora Kramer - Dora Kramer |
Autor(es): Dora Kramer |
O Estado de S. Paulo - 28/09/2012 |
Semana que vem o julgamento do mensalão vai pegar fogo. Dentro e fora do Supremo Tribunal Federal, onde começará a ser examinada a parte da denúncia relativa aos personagens que põem o PT direta e nominalmente no banco dos réus: José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares.
Até agora só desfilaram coadjuvantes naquela passarela. Operadores financeiros, facilitadores de negócios, espertalhões, aprendizes e professores de feiticeiros.
Gente permanentemente conectada na oportunidade de levar alguma vantagem, para a qual importa pouco quem esteja no comando. Basta que os comandantes liberem a livre navegação pelas águas do poder.
Esse pessoal já está condenado, sem despertar grandes suscetibilidades. A reação às condenações diz respeito ao indicativo de que podem também alcançar os réus que de fato interessam - os representantes mais graduados, entre os citados na denúncia, do projeto beneficiário do esquema de financiamento.
Pois é a partir daí é que os ânimos realmente se acirram.
Quem se espanta com divergências entre ministros do Supremo ou se apavora com o tom mais incisivo de um ou de outro não leva em conta as implicações de uma decisão colegiada envolvendo legislação, doutrina, agilidade de raciocínio, capacidade de encadeamento lógico e muito conhecimento acumulado em trajetórias jurídicas distintas entre si.
De outra parte, quem vê despropósito na acusação de que o STF funciona como tribunal de exceção a serviço de uma urdidura conspiratória, não sabe o que é o furor de uma fera ferida.
Muito mais além do que já houve ainda está para acontecer.
Os ministros do Supremo vão discutir dura, detalhada e por vezes até asperamente todos os aspectos do processo, dos crimes imputados aos réus e das circunstâncias em que foram ou não cometidos, para mostrar as razões pelas quais condenam ou absolvem.
Nada há de estranho, inusitado ou inapropriado nisso. Não é nos autos que os juízes falam? Pois estão falando neles e deles. É o foro adequado para a discussão. Se a interpretação da lei não fosse inerente à função do magistrado, um bom programa de computador que cruzasse a legislação com as acusações daria conta do recado.
Descontados excessos de rispidez de um lado (do relator) e exageros na afetada afabilidade de outro (do revisor), os debates são apropriados e indispensáveis em caso de alta complexidade e grande repercussão como esse.
A peculiaridade aqui é o conflito de temperamentos e da interpretação dada pelo revisor ao seu papel. Ele deveria revisar o trabalho de Barbosa, mas na prática faz uma espécie de voto em separado. O relator que passou cinco anos examinando os autos, conduzindo interrogatórios e acompanhando todas as fases do processo, irrita-se.
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''NO TABULEIRO DA BAIANA TEM..." *
Votos sobre quadrilha podem beneficiar Dirceu
O Estado de S. Paulo - 28/09/2012 |
Dois votos proferidos ontem pelas ministras Rosa Weber e Cármen Lúcia podem beneficiar diretamente o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, apontado pelo Ministério Público Federal como o chefe da quadrilha que operou o mensalão.
As ministras afirmaram que os políticos condenados por corrupção passiva por terem recebido recursos do mensalão não formaram pequenas quadrilhas que se somavam a uma quadrilha maior, como descreveu o Ministério Público na acusação.
O entendimento pode também ser repetido para os réus acusados de corrupção ativa, como Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro da legenda Delúbio Soares.
De acordo com um dos ministros do Supremo Tribunal Federal, se a maioria concordar com elas, Dirceu se livraria da acusação de ser o chefe da quadrilha. Além disso, se condenado por corrupção ativa, sua pena seria mais baixa, o que ampliaria as chances de não ter de cumprir a condenação em regime fechado.
Para Cármen Lúcia e Rosa Weber, só há formação de quadrilha quando um grupo de criminosos se une com o objetivo de praticar indeterminadamente crimes contrários à paz social. O relator do processo, ministro Joaquim Barbosa, e o revisor, Ricardo Lewandowski, condenaram os réus pelos crimes de formação de quadrilha.
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(*) NO TABULEIRO DA BAIANA (Dorival Caymmi).
''No tabuleiro da Baiana tem/ Vatapá, Carurú, Mungunzá, tem Ungu prá io io..."
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''NÃO SE FALA EM CORDA EM CASA DE ENFORCADO" *
Na terra de Delúbio e Demóstenes, debate eleitoral evita mensalão e Cachoeira
Autor(es): Por Raquel Ulhôa | De Goiânia |
Valor Econômico - 28/09/2012 |
Garcia (PT), prefeito e líder nas pesquisas, diz que Delúbio não atrapalha: "As pessoas sabem que não faço concessão ao ilícito"
Na terra de Delúbio Soares e Demóstenes Torres, o "mensalão do PT" e o "caso Cachoeira" são temas tratados com muita cautela na campanha eleitoral. Afinal, direta ou indiretamente, os principais envolvidos na disputa pela prefeitura da capital goiana têm, ou tiveram, algum tipo de relação com os dois episódios. Se os casos de corrupção mais rumorosos da atualidade forem usados como munição nessa reta final, pode sobrar para todo mundo.
O líder da disputa em Goiânia é o prefeito Paulo Garcia (PT), com chance de reeleição no primeiro turno, segundo as pesquisas de intenção de voto. Ele tem como companheiro de partido o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, que está sendo julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e um irmão de Delúbio, Carlos Soares (PT), como candidato a vereador.
Delúbio a compareceu a alguns eventos no início da campanha de Garcia. Chamou tanta atenção e provocou tanto questionamento em cima do prefeito sobre sua presença que acabou afastado dos eventos públicos. Atualmente, sua participação está praticamente restrita a apoios em artigos e rede social. Garcia, também amigo do ex-ministro José Dirceu, outro réu do mensalão, diz que o apoio de Delúbio não afeta "em nada" sua campanha. "Até porque as pessoas sabem que não faço concessão a nada que é lícito", afirma.
Ex-vice-prefeito do pemedebista Iris Rezende - que deixou o cargo em 2010 para disputar o governo do Estado e foi derrotado -, Garcia deu continuidade à gestão do antecessor e manteve a equipe. O maior cabo-eleitoral do prefeito é Iris, que, aos 78 anos de idade, ainda é cotado para disputar o governo do Estado em 2014.
Garcia herdou 12 contratos da prefeitura da capital com a empresa Delta Construções, especialmente nas áreas de pavimentação e de aluguel de máquinas. A empresa é acusada pelo Ministério Público de usar dinheiro público proveniente de contratos firmados com governos estaduais, prefeituras e Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para irrigar empresas de fachada do grupo do empresário de jogos de azar Carlos Cachoeira.
Em abril, quando investigações da Polícia Federal trouxeram o escândalo à tona, o prefeito suspendeu os contratos e afastou servidores que tiveram os nomes citados por suposta participação em irregularidade. "Respondi prontamente. Então, [tentativa de envolvê-lo com a Delta] não cola", diz Garcia. As investigações, segundo ele, não comprovaram nenhum problema nos contratos, que não foram retomados nem pagos.
O prefeito vem sendo seguido de longe nas pesquisas (uma diferença de até 30 pontos percentuais, em alguns casos) pelo deputado federal Jovair Arantes, líder do PTB na Câmara dos Deputados. Partido aliado do governo federal, o PTB tem membros entre os réus do mensalão. Seu presidente, Roberto Jefferson, é delator do esquema.
A campanha de rádio do petista chegou a explorar suposta relação de Jovair com Cachoeira. Na operação Monte Carlo, ele foi flagrado pela PF em ligação telefônica pedindo ajuda ao empresário. O deputado negou qualquer relacionamento com o contraventor, alegando que todos em Goiás conhecem Cachoeira, pela atividade empresarial.
Outros pré-candidatos a prefeito de Goiânia tiveram seus nomes citados em escutas realizadas pela PF nas investigações do esquema de jogos de azar explorados por Cachoeira, como Leonardo Vilela (PSDB) e Sandes Júnior (PP), que acabaram afastados da disputa.
O político goiano mais prejudicado com o escândalo foi o ex-senador Demóstenes Torres (ex-DEM), que teve o mandato cassado pelas ligações com o esquema. Demóstenes, que reassumiu vaga no Ministério Público, era apontado pelas pesquisas como o nome mais forte para a disputa à Prefeitura de Goiânia. Mas ele preferia permanecer no Senado até 2014, quando o projeto era concorrer ao governo estadual. Agora, está fora da política.
Jovair é candidato do governador Marconi Perillo (PSDB), cuja imagem está desgastada pelo envolvimento do seu nome nas investigações relacionadas à exploração ilícita de jogos de azar em Goiás. Perillo se manteve afastado da campanha. Apareceu pela primeira vez no programa de televisão do seu candidato no dia 20 deste mês e no dia seguinte viajou em missão oficial para os Estados Unidos, onde ficará até 1º de outubro.
Investigação da PF apontou suposta influência de Cachoeira no governo de Goiás, o que foi negado pelo governador, embora assessores tenham sido afastados. Perillo prestou esclarecimentos à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura relações de Cachoeira com agentes públicos. Teve de explicar a venda de uma casa, que teria sido comprada indiretamente pelo empresário.
Abatido pelas suspeitas no caso Cachoeira e focado em sua defesa, o governador não teve condições - e nem opções, dizem seus aliados - de construir uma candidatura alternativa forte à do prefeito, sustentado pela aliança entre PT e PMDB, que existe desde a campanha de 2008.
A influência dos casos Cachoeira e mensalão foi além de mexer com as peças do tabuleiro do processo eleitoral em Goiânia. Um efeito citado por assessores das campanhas é a decepção do eleitorado com os políticos em geral, resultando em uma campanha morna, sem empolgação.
"Há, por parte da sociedade, um desapontamento, descrença, desconfiança, em relação aos agentes públicos. Isso é facilmente perceptível", diz o prefeito.
Outra consequência dos dois escândalos que atingiram setores influentes da política de Goiás é a dificuldade de arrecadação das campanhas. O problema é detectado principalmente pelos apoiadores de Jovair, que usou parte do patrimônio pessoal para financiar seus gastos. Ele doou R$ 550 mil do próprio patrimônio à campanha.
Os empresários estariam receosos de contribuir, porque, mesmo isso ocorrendo dentro da legalidade, poderiam, futuramente, ver seu nome envolvido em algum caso de corrupção.
"Esses dois casos, principalmente o mensalão, têm impacto, sim, na doação. A dificuldade de conseguir doadores de campanha é nacional, porque a imprensa tem noticiado com bastante transparência e acuidade o envolvimento de empresas em casos de corrupção, que envolvem campanhas eleitorais", diz Silvio Sousa, secretário estadual para Desenvolvimento da Região Metropolitana e responsável pelas finanças da campanha de Jovair.
Para ele, o caso Cachoeira afetou o financiamento das campanhas no país todo e não só em Goiás. "A Delta estava no país inteiro. Aliás, 90% dos contratos da Delta eram com o governo federal. O Dnit é o maior órgão arrecadador de repasse da Delta. O Cachoeira é de Goiás, mas o Cavendish [Fernando Cavendish, dono da Delta] é do Brasil", diz.
O candidato do PTB apresenta, como principal trunfo de sua candidatura, o fato de pertencer à base do governo estadual e, ao mesmo tempo, do governo Dilma Rousseff. O próprio Marconi chamou a atenção para a "relação excelente" de Jovair com Dilma e para o fato de isso facilitar a obtenção de recursos para a capital.
Sobre a suposta dificuldade de arrecadação, o prefeito de Goiânia acha que as fontes de financiamento são mais ou menos as mesmas, "o que mudou é que as pessoas estão mais atentas a seguir estritamente o rito legal [para as doações]", diz Garcia.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva gravou apoio ao petista, mas a presidente ainda não havia feito isso até a semana passada. Se isso acontecer, causará mal estar com o aliado Jovair.
Garcia contou com o reforço de ministros do PT e a presença do vice-presidente da República, Michel Temer, presidente nacional licenciado do PMDB. Temer foi a Goiás participar de caminhada da campanha à reeleição de Maguito Vilela (PMDB), prefeito de Aparecida de Goiânia, vizinha da capital. O vice-presidente gravou apoio para Garcia.
O prefeito petista construiu mais de 200 praças e seis parques (e está construindo outros três) em seus cerca de dois anos e meio de gestão. Tem como principal plataforma tornar Goiânia uma cidade sustentável, com base em três princípios: planejamento administrativo para um crescimento ordenado, preocupações ambientais claras e oportunidades iguais.
Jovair, que foca suas críticas ao adversário na gestão municipal, escolheu a saúde como prioridade. Lançou uma proposta polêmica, que já sofreu questionamento pelo Ministério Público, de criar um plano de saúde gratuito para a população de baixa renda, chamado de GoiâniaMed. Em debate realizado pelo jornal "O Popular" falaram de saúde, educação, obras e outros assuntos locais. Nenhuma palavra foi dita sobre mensalão ou Cachoeira.
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(*) Adágio.
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O CANTO DO CISNE
'O PT está sendo um parceiro pesado para carregar na eleição'
Autor(es): Maria Lima |
O Globo - 28/09/2012 |
Alvo de denúncias de corrupção, aliado se queixa do mensalão
BELO HORIZONTE
Em nome de uma coligação que lhe garanta votos, o candidato Fernando Haddad, do PT, em São Paulo, abraçou o polêmico apoio do deputado Paulo Maluf (PP) e tem sido muito cobrado por isso. No caso de Belo Horizonte, um político alvo de denúncias de corrupção reclama por precisar carregar o pesado PT do mensalão nestas eleições. Com os resultados das pesquisas, que mostram o prefeito Marcio Lacerda (PSB) à frente, o polêmico deputado Newton Cardoso (PMDB), responsável pela indicação do deputado Aloisio Vasconcelos (PMDB) como vice na chapa do petista Patrus Ananias, já jogou a toalha. Diz que o impacto do julgamento no Supremo Tribunal Federal está enterrando não só Patrus, mas levando junto candidatos a vereadores do PMDB. Mas, com a desgraça do PT nestas eleições, ele diz acreditar que o PMDB sairá fortalecido nacionalmente, com mais cacife para negociar a composição da chapa, na campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014.
O senhor acha que dá para reverter a situação de Patrus Ananias? A vinda da presidente Dilma pode mudar essa situação?
É muito difícil, né? Sou do PMDB, que está coligado com o PT em Belo Horizonte, mas acho que o Patrus está muito longe do Márcio Lacerda. O mensalão está prejudicando muito, não só em Belo Horizonte. Está derrubando também em Recife, São Paulo, para todo lado.
Mas em Belo Horizonte, Lacerda nem tem usado o mensalão na campanha contra o Patrus...
Não é o Marcio Lacerda. É o PT que está sendo julgado a nível nacional. O problema é o PT. O Lula e o PT perderam o discurso, não tem mais aquela coisa do apelo do partido novo, da ética e da moral.
Isso está afetando candidaturas do PMDB na coligação do Patrus?
Não só em Belo Horizonte. Estou sentindo isso na pele. Onde vou, ouço que o Lula não é mais o mesmo, que o lulismo está acabando. O Lula esteve aqui no palanque do Patrus e não ajudou em nada! Ele está perdendo força em razão das denúncias contra o PT.
O que fazer para impedir que isso afete o desempenho do PMDB?
Quem diria? Estamos assistindo a ascensão e queda do PT. Tudo que sobe demais cai com mais força, né? O PT está sendo um parceiro pesado para carregar. Estou viajando e trabalhando muito para que isso não atrapalhe a eleição dos vereadores e prefeitos do PMDB.
Quem vai ocupar o espaço que o PT está perdendo nestas eleições?
Julgo que o PMDB vai acabar ganhando com isso. O partido ganha força para negociar a chapa para presidente em 2014.
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DELAÇÃO REPROVADA. NERVOS DE AÇO
STF CONDENA DELATOR DO MENSALÃO E VÊ COMPRA DE VOTO
SUPREMO CONDENA DELATOR DO MENSALÃO POR CORRUPÇÃO E APONTA COMPRA DE VOTO |
Autor(es): FELIPE RECONDO, EDUARDO BRESCIANI, RICARDO BRITO, MARIÂNGELA GALLUCCI |
O Estado de S. Paulo - 28/09/2012 |
Roberto Jefferson foi condenado pelo fato de ele e o PTB terem se beneficiado; tese do caixa 2 foi rejeitada
Sete anos após ter revelado a existência de pagamentos a parlamentares da base do governo Lula, o ex-deputado Roberto Jefferson foi condenado pela maioria do STF pelo fato de ele e o PTB terem sido beneficiados. Ontem, Jefferson pediu licença da presidência do partido. O deputado Valdemar Gosta Neto (PR-SP, ex-PL) e os ex-deputados José Borba (ex-PMDB, hoje no PP), Pedro Corrêa (PP-PE), Romeu Queiroz (PTB-MG) e Bispo Rodrigues (PL-RJ) também foram condenados. Com 29 sessões do julgamento do mensalão, seis dos 12 ministros rechaçaram, em seus votos ou em apartes, a tese da defesa segundo a qual os pagamentos foram caixa dois de campanha. Eles apontaram compra de votos no Congresso. O deputado Pedro Henry (PP-MT) recebeu até ontem cinco votos pela condenação.
Sete anos depois de ter revelado a existência de pagamentos a parlamentares da base do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-deputado federal Roberto Jefferson foi condenado ontem pela maioria do Supremo Tribunal Federal pelo fato de ele e seu PTB também terem se beneficiado do esquema. Outros cinco políticos também foram condenados ontem pelo mesmo crime. Até agora, com 29 sessões do julgamento realizadas, 6 dos 10 ministros da Corte rechaçaram, em seus votos ou em apartes, a tese da defesa segundo a qual os pagamentos foram apenas caixa 2 de campanha. Eles apontaram compra de votos no Congresso Nacional.
Além de Jefferson, os políticos condenados ontem pela maioria dos ministros por corrupção passiva foram o deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), ex-presidente do antigo PL, e os ex-deputados José Borba (ex-PMDB, hoje no PP), Pedro Corrêa (PP-PE) - também condenado por lavagem de dinheiro -, Romeu Queiroz (PTB-MG) e Bispo Rodrigues (PL-RJ). A votação foi encerrada antes que houvesse votos suficientes para condenar ou absolver o deputado Pedro Henry (PP-MT). Outros envolvidos também foram condenados (leia quadro na pág. A6). Ex-assessor do antigo PL, Antônio Lamas foi absolvido de todos os crimes. O julgamento será retomado na segunda-feira.
O ministro Luiz Fux concordou com o relator Joaquim Barbosa e afirmou que a tese de caixa 2 não se encaixa no caso. "A corrupção, o receber dinheiro ilícito não tem nenhuma semelhança com não escriturar as contas (caixa 2)." O argumento foi reforçado pelo presidente da Corte, Carlos Ayres Britto, num aparte. "Nunca se viu caixa 2 com dinheiro público. Se o dinheiro é público, como falar em caixa 2?"
Para o ministro Gilmar Mendes, o mensalão também financiou o esvaziamento dos partidos de oposição, com a migração de deputados para a base do governo. "A cooptação de apoio político, não em torno de ideias, mas de vantagem financeira, inequivocamente corrompe o sistema democrático", disse Mendes.
As opiniões divergem do entendimento do revisor do processo, ministro Ricardo Lewandowski, para quem não há provas suficientes para afirmar que houve compra de votos no Congresso. "A meu ver, não ficou evidenciada (a compra de votos), restando tal alegação no campo da mera inferência ou da simples conjectura", afirmou o ministro em seu voto proferido na quarta-feira.
A tese de que o mensalão foi um esquema montado para o pagamento de dívidas de campanhas eleitorais foi encampada pelos parlamentares que receberam dinheiro e pelo ex-presidente Lula. Essa versão afasta o mensalão do governo petista, mantendo o esquema apenas como um acerto entre partidos políticos.
O julgamento de ontem confirmou a antepenúltima fase do esquema do mensalão. Até o momento, os ministros julgaram que dinheiro público foi desviado para alimentar o esquema, que empréstimos bancários fraudados foram feitos também para financiar o mensalão e ao mesmo tempo para disfarçar a origem dos recursos, além da existência de um sistema de lavagem no Banco Rural.
Na semana que vem, o tribunal julgará os nomes apontados como corruptores, responsáveis pela "compra de parlamentares". Nesse grupo estão o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. Por fim, será analisado se houve ou não formação de quadrilha no esquema de pagamentos de parlamentares.
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O ''PIADO'' DA PIADA
BC prevê pouca expansão do investimento
Banco não comprou tese da alta do investimento | |||||
Autor(es): Por Denise Neumann | De São Paulo | |||||
Valor Econômico - 28/09/2012 | |||||
O Banco Central não parece convencido de que as recentes medidas adotadas pelo governo para acelerar o ritmo dos investimentos terão efeito no curto e médio prazos. Para a autoridade monetária, o consumo continuará puxando o Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos trimestres.
Nas estimativas do Relatório de Inflação, divulgado ontem, o BC projeta alta de apenas 1,4% para a Formação Bruta de Capital Fixo, indicador de investimentos, nos quatro trimestres que terminarão em junho de 2013, percentual muito inferior ao esperado para o PIB (3,3%) ou para o consumo das famílias (4,5%), indicando dilemas para a gestão da política monetária, já que a demanda deverá continuar crescendo muito acima da oferta.
O Banco Central não parece convencido de que as recentes medidas adotadas pelo governo para acelerar o ritmo de investimento farão efeito no curto e médio prazo. Para a autoridade monetária, o consumo continuará puxando o Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos trimestres.
Nas estimativas do Relatório de Inflação, o BC projeta alta de apenas 1,4% para a Formação Bruta de Capital Fixo (FCBF) nos quatro trimestres que terminarão em junho de 2013, percentual bem abaixo do esperado para o PIB (3,3%) ou para o consumo das famílias (4,5%), indicando dilemas para a gestão da política monetária, pois a demanda continuará crescendo muito acima da oferta.
Desde meados do ano, a equipe econômica adotou várias medidas destinadas a reduzir o custo do investimento e elevar a demanda por máquinas e equipamentos, ao mesmo tempo em que abriu novas frentes para que o setor privado assuma áreas de infraestrutura antes ocupadas pelo setor público.
Entre outras medidas, a taxa real de juros vigente para máquinas no BNDES dentro do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) é negativa (está em 2,5%), a depreciação acelerada para bens de capital caiu de dez para cinco anos, o governo anunciou programa de concessões que ultrapassa R$ 130 bilhões para rodovias e ferrovias, elevou o limite de endividamento dos Estados em cerca de R$ 58 bilhões, e facilitou as Parcerias Público-Privadas (PPPs).
A Fazenda sempre esteve muito mais otimista. Até meados do ano, as apresentações do ministro Guido Mantega apontavam para um aumento de 15% do investimento dentro do PIB em 2013, o que indica uma grande diferença entre o 1,4% projetado pelo BC para os 12 meses até junho. Ou então, o BC espera uma verdadeira explosão do investimento nos últimos dois trimestres do ano que vem.
No relatório, o BC ponderou que a atividade doméstica está em recuperação e seu ritmo tende a ser mais intenso neste semestre e no próximo ano, quando serão impactadas "pelas ações de política recentemente implementadas". No mesmo trecho, o BC reconhece que "os programas de concessão de serviços públicos e a gradual recuperação da confiança criam boas perspectivas para o investimento neste e nos próximos semestres." Mas, na hora de transformar essas "boas perspectivas" para o investimento em números, o BC não sancionou essa avaliação.
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O PIB que era uma piada virou realidade
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''QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?''
SINOPSES - RESUMO DOS JORNAIS
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Entre eles estão o delator do mensalão, Roberto Jefferson (PTB) e o deputado Valdemar Costa Neto (PR). Votação do capítulo será concluída na segunda-feira, com complemento da análise sobre formação de quadrilha
A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) já condenou ao menos nove de 13 réus ligados ao PP, PL (atual PR) e PMDB por receberam dinheiro do mensalão entre 2003 e 2004. Três deles foram condenados tanto pelos crimes de formação de quadrilha quanto por lavagem de dinheiro, caso de Valdemar Costa Neto. Outros cinco, como Roberto Jefferson, foram punidos até agora só por corrupção passiva, e um deles, Enivaldo Quadrado, dono da empresa Bônus Banval, apenas por lavagem. O julgamento do capítulo continuará na segunda-feira. (Págs. 1, 3, 4 e Merval Pereira)
Jefferson pode ter pena menor por delatar (Págs. 1 e 3)
Novo round no Supremo
Após os embates com Ricardo Lewandowski no julgamento do mensalão, o ministro Joaquim Barbosa atacou Marco Aurélio Mello, a quem chamou de exibicionista e um obstáculo para qualquer presidente do STF. Foi uma resposta ao colega, que criticara seu estilo beligerante. (Págs. 1 e 4)
Newtão reclama do ‘peso’ do PT (Págs. 1 e 11)
Sete anos, três meses e 22 dias depois de revelar à Folha o mensalão, o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) foi condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por corrupção passiva, crime punido com pena de 2 a 12 anos de prisão.
O Supremo confirmou a tese central da acusação, de que o esquema foi organizado pelo PT para corromper congressistas e partidos na primeira gestão de Lula. Outros sete réus, incluindo líderes partidários, foram condenados por corrupção.
Jefferson foi considerado culpado ppr 6 dos 10 ministros — os outros quatro votarão na semana que vem.
Ex-presidente do PTB, ele admitiu ter recebido R$ 4,5 milhões, que disse ser dinheiro de caixa dois - tese derrubada pelos ministros.
Para quatro deles (Ayres Britto, Joaquim Barbosa, Luiz Fux e Gilmar Mendes), ficou claro que houve compra de votos no Congresso.
Lula acusou o governo de FHC de não investigar o pagamento a deputados para aprovar a reeleição. (Págs. 1 e Poder A4)
Marcelo Coelho
Para Supremo, uso de dinheiro não muda o fato da corrupção. (Págs. 1 e Poder A8)
Igor Gielow
Jefferson e Dirceu são como irmãos enlaçados num destino trágico. (Págs. 1 e Opinião A2)
Ele se mantém na liderança, oito pontos à frente de José Serra (PSDB). O tucano oscilou um ponto para cima (está com 22%) e voltou ao empate técnico com Fernando Haddad (PT), que subiu três pontos (tem 18%).
Essa é a primeira queda de Russomanno fora da margem de erro, que é de dois pontos percentuais, e coincide com a intensificação dos ataques dos rivais. No segundo turno, o candidato do PRB venceria tanto Serra (50% a 34%) como Haddad (49% a 34%). (Págs. 1 e Poder A10)
Análise
Nunca um petista teve uma intenção de voto tão baixa nessa época em São Paulo em 20 anos, escreve Fernando Rodrigues. (Págs. 1 e Poder A19)
O executivo, já solto, afirmou à Polícia Federal que não tinha meios técnicos para remover as imagens do YouTube e lamentou não ter podido discutir o caso com a Justiça Eleitoral. (Págs. 1 e Poder A20)
Sete anos após ter revelado a existência de pagamentos a parlamentares da base do governo Lula, o ex-deputado Roberto Jefferson foi condenado pela maioria do STF pelo fato de ele e o PTB terem sido beneficiados. Ontem, Jefferson pediu licença da presidência do partido. O deputado Valdemar Gosta Neto (PR-SP, ex-PL) e os ex-deputados José Borba (ex-PMDB, hoje no PP), Pedro Corrêa (PP-PE), Romeu Queiroz (PTB-MG) e Bispo Rodrigues (PL-RJ) também foram condenados. Com 29 sessões do julgamento do mensalão, seis dos 12 ministros rechaçaram, em seus votos ou em apartes, a tese da defesa segundo a qual os pagamentos foram caixa dois de campanha. Eles apontaram compra de votos no Congresso. O deputado Pedro Henry (PP-MT) recebeu até ontem cinco votos pela condenação. (Págs. 1 e Nacional A4 e A6)
Carmen Lucia
Ministra do STF
"Eu não gostaria que a 10 dias da eleição o jovem desacreditasse da política por causa de erro de um ou de outro"
2,2% é a queda na taxa de investimento prevista pelo Banco Central
O PT tenta, mais uma vez, contestar evidências. Mas as do mensalão, mostradas na TV e julgadas pelo STF, estão coalhadas de fatos. (Págs. 1 e Espaço Aberto A2)
Relatório tende para o humorismo ao analisar desempenho da economia e tendência dos juros. (Págs. 1 e A3)
Perto da história de Douglas Augusto de Lima Santos, o cinematográfico golpe de Leonardo DiCapprio no filme Prenda-me se for capaz é fichinha. O playboy de 21 anos que mantinha uma empresa de fachada nos EUA viajou o mundo como bem quis. E sem tirar um tostão do bolso: a diversão era mantida por meio do furto cibernético de cartões corporativos. Ele lesou mais de 400 multinacionais e gastava sem dó. Chegou a torrar R$ 8,3 milhões em Dubai. Alugou um jatinho por US$ 40 mil para levá-lo de Londres a Nova York. E tinha até cartão com o símbolo da Casa Branca assinado pelo casal Obama (veja ao lado). A carreira do bon vivant se encerrou ontem em Brasília: ele foi preso em flagrante num hotel de luxo da cidade quando tentava aplicar mais um de seus golpes. (Págs. 1, 21 e 22)
(Págs. 1 e Super Esportes, 4 e 5)
Em reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, dirigentes do BB alegaram que não corrigiam suas tarifas desde 2008. O banco explicou que os reajustes, em alguns casos, não chegaram a repor a inflação do período. Mantega argumentou, por sua vez, que este não é o melhor momento para elevar tarifas. "O esforço agora é para reduzir juros para o investidor e o consumidor", disse ao Valor um integrante da equipe econômica. "Não cabe aumento de tarifas". (Págs. 1 e C5)
Nas estimativas do Relatório de Inflação, divulgado ontem, o BC projeta alta de apenas 1,4% para a Formação Bruta de Capital Fixo, indicador de investimentos, nos quatro trimestres que terminarão em junho de 2013, percentual muito inferior ao esperado para o PIB (3,3%) ou para o consumo das famílias (4,5%), indicando dilemas para a gestão da política monetária, já que a demanda deverá continuar crescendo muito acima da oferta. (Págs. 1 e A3)
Para que a Petrobras recupere seu maior valor, as ações preferenciais precisam subir 53% a partir do nível atual e as ordinárias, 80%. Para o investidor, o caminho é ainda mais longo - as cotações precisam dobrar ou se valorizar até mais que isso. (Págs. 1 e B2)
A vice-presidente da unidade de negócios domésticos, Claudia Sender, diz que a média diária de utilização dos aviões será reduzida. A quantidade de voos será diminuída, mas o número exato ainda não foi definido. A empresa opera atualmente em torno de 800 frequências diárias. (Págs. 1 e B7)
O líder da disputa em Goiânia é o prefeito Paulo Garcia (PT), com chance de reeleição no primeiro turno, segundo as pesquisas. Ele tem como companheiro de partido o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, que está sendo julgado pelo Supremo Tribunal Federal e que tem um irmão, Carlos Soares (PT), candidato a vereador. Delúbio compareceu a alguns eventos no início da campanha - e provocou tanto constrangimento que acabou afastado dos eventos públicos. Garcia diz que o apoio de Delúbio não afeta "em nada" sua campanha. (Págs. 1 e A8)
Quem quer que vença a disputa pela CSA terá de negociar com a Vale, que detém 30% da siderúrgica e uma série de prerrogativas previstas no atual acordo de acionistas, como o direito de vetar a venda da empresa a concorrentes do setor de mineração. (Págs. 1 e B8)
O BC trabalha com regime de meta de inflação ou tem metas múltiplas e guarda certa flexibilidade quando o tema é inflação? (Págs. 1 e A2)
Maria Cristina Fernandes
Aumento da disputa política na proporção inversa da população e renda nega tese de que a democracia claudica nos grotões. (Págs. 1 e A8)