PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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valor ...ria...nine

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terça-feira, outubro 05, 2010

XÔ! ESTRESSE [In:] ''ESPELHO, ESPELHO MEU ..."

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[Homenagem aos chargistas brasileiros].

ELEIÇÕES 2O1O/SEGUNDO TURNO [In:] UM ''CALA A BOCA'' RESPEITÁVEL (II)

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O eleitor tem a força

05 de outubro de 2010 | 0h 00



Dora Kramer -
O Estado de S.Paulo


A rigor não há surpresa na realização do segundo turno, bem como não haveria razão objetiva para o presidente Luiz Inácio da Silva ter saído de cena nem para Dilma Roussef e a cúpula da campanha terem entrado em cena com jeito de derrotados no pronunciamento da candidata domingo à noite.

O mais confiável dos institutos (por não trabalhar para nenhuma campanha), o Datafolha, na véspera indicava que Dilma teria entre 48% e 52% dos votos e José Serra teria entre 29% e 33%. O eleitor deu 46% para ela e 32% para ele.

O problema de quem acredita em fabulações é do crente e não da fábula.

Quanto a Lula e o PT, praticamente só colheram vitórias: transferência inédita e espetacular de todos os 47milhões de votos de Dilma; o primeiro lugar com 14 pontos porcentuais à frente da oposição; a dianteira em 18 estados da federação; maioria incontestável na Câmara e no Senado; derrota de adversários importantes (Tasso Jereissati, Artur Virgílio e Marco Maciel); eleição dos campeões de voto na coligação lulista: dos governadores com mais de 80% dos votos aos deputados Garotinho e Tiririca.

Apenas não se realizaram todos os desejos de Lula e isso foi o suficiente para que naquele momento se instalasse a frustração óbvia nos semblantes dos correligionários de Dilma e, sobretudo, para a ausência de Lula não frequenta cenário adverso.

Lula não conseguiu realizar a fantasia de ver o eleitorado fazer o cotejo entre ele e Fernando Henrique Cardoso e ainda viu a eleição surpreendente de Aluisio Nunes Ferreira ao Senado por São Paulo, o único a fazer de FH seu cabo eleitoral.

Lula não conseguiu varrer o PSDB do mapa paulista _ ao contrário, perdeu no primeiro turno no primeiro colégio eleitoral, bem como assistiu à vitória de A a Z dos tucanos no segundo colégio, com Aécio Neves tirando Fernando Pimentel e o PMDB do jogo. Tanto desgaste em Minas para nada no que tange à política estadual.

Lula não conseguiu dizimar o DEM. O partido saiu da eleição com dois governadores (RN e SC) sendo um deles eleito exatamente no estado onde o presidente há poucos dias fez o discurso convocando à extirpação.

Lula, pela quinta vez, não conseguiu ganhar no primeiro turno.

Lula não conseguiu impor sua vontade, foi obrigado a recuar do tratamento arrogante de quem se acreditou mesmo acima do bem e do mal, achando que estava realmente autorizado a dizer ou fazer qualquer barbaridade impunemente.

E por que Lula não conseguiu prevalecer sobre todo e sobre tudo? Porque de verdade só quem tem a força absoluta é o eleitorado. Este disse em bom som um alto lá ao presidente, informando-se que o poder tem limites e que os impõem não as pesquisas de véspera: são as urnas no dia D.

Como líder político influente ele induz, mas não substitui a vontade das pessoas.

Bom de briga. Não obstante a deslealdade de alguns métodos, o PT sabe fazer uma disputa política. Por exemplo: soube formar um ambiente favorável a Dilma desde os tempos de magras intenções de votos dizendo, repetindo e sustentando com pesquisas contratadas, que ela ganharia no primeiro turno.

Na comunicação foi imbatível, porque convenceu a imprensa a repetir a "tendência" como se fora certeza absoluta.

A realidade não confere? Culpa das pesquisas.

Marina. A candidata do PV saiu-se muitíssimo bem no crescimento da reta final até a conquista de quase 20 milhões de votos.

Mas daí a classificá-la como uma "nova força política" para além da fronteira do ambiente eleitoral, vai uma distância de léguas a percorrer antes de chegar lá.

O eleitorado teve variadas razões para votar em Marina _ a menor delas a causa do meio-ambiente _ e é, por isso, disperso, desarticulado e circunstancial.

Para efeitos eleitorais caberá às campanhas em disputa seduzir esses eleitores que não têm dono e apoiarão quem melhor lhes parecer.
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ELEIÇÕES 2O1O/SEGUNDO TURNO [In:] ''MARINA, MORENA MARINA, VOCÊ SE PINTOU..." (III)

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O súbito encanto de Marina Silva

05 de outubro de 2010 | 0h 00



Arnaldo Jabor
-
O Estado de S.Paulo

Não, o Palácio de Inverno de São Petersburgo da Rússia em 1917 ainda não será tomado pela onda vermelha.
Não. Agora, o PT vai ter de encarar: estamos num país democrático, cultural e empresarialmente complexo, em que os golpes de marketing, os palanques de mentiras, os ataques violentos à imprensa não bastam para vencer eleições...

(Por decência, não posso mostrar aqui os emails de xingamentos e ameaças que recebo por criticar o governo).

O Lula vai ter de descobrir que até mesmo seu populismo terá de se modernizar. O povo está muito mais informado, mais online, mais além dos pobres homens do Bolsa-Família, e não bastam charminhos e carismas fáceis, nem paz e amor nem punhos indignados para a população votar. Já sabemos que enquanto não desatracarmos os corpos públicos e privados, que enquanto não acabarem as regras políticas vigentes, nada vai se resolver. Já sabemos que mais de R$ 5 bilhões por ano são pilhados das escolas, hospitais, estradas e nenhum carisma esconde isso para sempre. Já sabemos que administração é mais importante que utopias.

A campanha à que assistimos foi uma campanha de bonecos de si mesmos, em que cada gesto, cada palavra era vetada ou liberada pelos donos da "verdade" midiática. Ninguém acreditava nos sentimentos expressos pelos candidatos. Fernando Barros e Silva disse na Folha uma frase boa: "Dilma parece uma personagem de ficção e Serra a ficção de uma personagem." Na mosca.

Serra.

Os erros da campanha do Serra foram inúmeros: a adesão falsa ao Lula, que acabou rindo dele: "O Serra finge que me ama"...

Serra errou muito por autossuficiência (seu defeito principal), demorando muito para se declarar candidato, deixando todo mundo carente e zonzo, como num coito interrompido; Serra demorou para escolher um vice-presidente (com a gafe de dizer que vice bom é o que não aporrinha), fez acusações ligando as Farc à Dilma, esculachou o governo da Bolívia ainda no início, avisou que pode mexer no Banco Central e, quando sentiu que não estava agradando, fez anúncios populistas tardios sobre salário mínimo e aposentados. Nunca vi uma campanha tão desagregada, uma campanha antiga, analógica numa época digital, enlouquecendo cabos eleitorais e amigos, todos de bocas abertas, escancaradas, diante do óbvio que Serra ignorou. Serra não mudou um milímetro os erros de sua campanha de 2002. Como os Bourbon, "não esqueceu nada e não aprendeu nada".

A campanha do primeiro turno resumiu-se a dois narcisismos em luta.

Dilma.

Enquanto o Serra surfava em sua autoconfiança suicida, a Dilma, fabricada dos pés ao cabelo, desfilava na certeza de sua vitória, abençoada pelo "Padim Ciço" Lula.

Seus erros foram difíceis de catalogar racionalmente, mas os eleitores perceberam sutilezas na má interpretação da personagem, como atrizes ruins em filmes.

O sorriso sem ânimo, riso esforçado, a busca de uma simpatia que escondesse o nítido temperamento autoritário, suas palavras sem a chama da convicção, ocultando uma outra Dilma que não sabemos quem é, sua postura de vencedora, falando em púlpitos para jornalistas, sua arrogância que só o salto alto permite: ser pelo aborto e depois desmentir, sua união de ateia com evangélicos, a voracidade de militante - tarefeira, para quem tudo vale a pena contra os "burgueses de direita" que são os adversários, os esqueletos da Casa Civil, desde os dossiês contra FHC, passando pela Receita Federal (com Lina Vieira e depois com os invasores de sigilos), sua tentativa de ocultar o grande hipopótamo do Planalto que foi seu braço direito e resolveu montar uma quadrilha familiar. Além disso, os jovens contemporâneos, mesmo aqueles cooptados pelo maniqueísmo lulista, não conseguem votar naquela ostentada simpatia, pois veem com clareza uma careta querendo ser cool.

Marina.

Os erros dos dois favoritos acabaram sendo o grande impulso para Marina. No meio de uma programação mecânica de marketing, apareceu um ser vivo: Marina. Isso.

Uma das razões para o segundo turno foi a verdade da verde Marina. Sua voz calma, sua expressão sincera, o visível amor que ela tem pelo povo da floresta e da cidade, tudo isso desconstruiu a imagem de uma candidata fabricada e de um candidato aferrado em certezas de um frio marqueteiro.

Marina tem origem semelhante à do Lula, mas não perdeu a doçura e a fé de vencer pelo bem. Isso passa nas imperceptíveis expressões e gestos, que o público capta.

Agora teremos um segundo turno e talvez vejamos um PSDB fortalecido pela súbita e inesperada virada. Desta vez, o partido terá de ser oposição, se defendendo e não desagregado como foi no primeiro turno, onde se esconderam todos os grandes feitos do próprio PSDB, durante o governo de FHC.

Desde 2002, convencionou-se (Quem? Por quê?) que o Lula não podia ser atacado e que o FHC não poderia ser mencionado. Diante dessa atitude, vimos o Lula, sua clone e seus militantes se apropriarem descaradamente de todas as reformas essenciais que o governo anterior fez e que possibilitaram o sucesso econômico do governo Lula, que cantou de galo até no Financial Times, assumindo a estabilização de nossa economia. E os gringos, desinformados, acreditam.

Além disso, com "medinho" de desagradar aos "bolsistas da família", ninguém podia expor mentiras e falsos dados que os petistas exibiam gostosamente, com o descaro de revolucionários "puros". Na minha opinião, só chegamos ao segundo turno por conta dos deuses da Sorte. Isso - foi sorte para o Serra e azar para a Dilma.

Ou melhor, duas sortes:

O grande estrago causado pela súbita riqueza da filharada de Erenice, ali, tudo exibido na cara do povo, e o reconhecimento popular do encanto sincero de Marina.

Isso salvou a campanha errática e autossuficiente do José Serra, que apesar de ser um homem sério, competentíssimo, patriota, que conheço e respeito desde a UNE, mas que é das pessoas mais teimosas do mundo.

Duas mulheres pariram o segundo turno. Se ouvir seus pares e amigos, poderá ser o próximo presidente. Se não...
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ELEIÇÕES 2O1O/SEGUNDO TURNO [In:] ''MARINA, MORENA MARINA, VOCÊ SE PINTOU..." (II)

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O GLOBO



0 presidente Lula, que fez em média dois comícios por dia em favor de Dilma no primeiro turno, completou ontem 24 horas sem qualquer comentário sobre o resultado das eleições. Coube ao ministro da Articulação Política, Alexandre Padilha, falar por ele: "0 presidente está muito feliz."

Lula não aparece e não comenta resultado

Presidente não foi com Dilma ao pronunciamento depois da eleição e passou o dia ontem em reuniões fechadas

BRASÍLIA.

Depois de fazer, no primeiro turno, mais comícios e discursos para Dilma Rousseff do que para ele próprio na campanha de 2006, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não apareceu em público após a confirmação de que sua candidata ao Planalto não conseguiu vencer no primeiro turno. Desde que votou em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, no domingo de manhã, Lula manteve-se em silêncio sobre o resultado das eleições.

Nem mesmo no pronunciamento que Dilma fez no domingo à noite, para comentar o resultado ao lado do comando de sua campanha e aliados, Lula apareceu. Se Dilma tivesse ganhado no primeiro turno, como esperavam os petistas até a semana passada, porém, o PT e o Planalto já preparavam uma festa em Brasília.

Ontem o presidente passou o dia no Palácio do Planalto, em encontros com ministros e políticos aliados. À tarde, recebeu o governador reeleito do Rio, Sérgio Cabral (PMDB).

O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, após reunir-se com Lula e o ministro de Comunicação de Governo, Franklin Martins, disse que Lula está satisfeito, e não cogita se licenciar do cargo durante a campanha.

— O presidente está muito feliz com o resultado da candidata Dilma no primeiro turno: ela alcançou o mesmo patamar histórico que o presidente, em 2002 e 2006, que o levou para o 2º turno em que foi vitorioso — disse Padilha.
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http://gilvanmelo.blogspot.com/2010/10/o-silencio-de-lula.html
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ELEIÇÕES 2O1O/SEGUNDO TURNO [In:] ''MARINA, MORENA MARINA, VOCÊ SE PINTOU..." *

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Uma dura lição para o PT


O Estado de S. Paulo - 05/10/2010
Autor(es): Aldo Fornazieri

Como o processo eleitoral ainda não terminou, o resultado do primeiro turno permite afirmar que o PT saiu dele com uma derrota relativa: não alcançou seu principal objetivo, que era o de eleger Dilma Rousseff sem a necessidade de um segundo turno. De quebra, a oposição saiu fortalecida nas disputas estaduais, com quatro governadores eleitos pelo PSDB e dois pelo DEM. O PSDB manteve os seus dois principais baluartes: São Paulo e Minas Gerais; e o DEM não foi extirpado da política brasileira. A conquista do Paraná foi contrabalançada pela perda do Rio Grande do Sul.

O novo fracasso do PT nos dois principais colégios eleitorais do País revela duas coisas: em Minas houve um enorme erro de estratégia com o não lançamento de uma candidatura própria. Em São Paulo o PT precisa mudar de rumos e apostar em novas lideranças. Com a vitória de Tarso Genro no primeiro turno, o eixo de poder no PT passa por fora do Sudeste.

O resultado final em 18 Estados, com 4 governadores do PMDB, 4 do PT, 3 do PSB e um do PMN, mostra um quadro de equilíbrio entre governo e oposição, o que é salutar para a democracia, já que impede um hegemonismo desequilibrador de uma sigla. A oposição fugiu do apocalipse que se anunciava, é verdade. Mas terá de se reconstruir, pois PSDB e DEM são partidos fragmentos, sem base social e sem eixos programáticos claros, capazes de lhes conferir identidade e sentido.

Marina Silva foi a grande vencedora do primeiro turno. Ganha força para negociar uma agenda com um dos candidatos - Dilma ou José Serra. Um purismo olímpico de Marina neste momento representaria um não dar consequência à sua expressiva votação.

Serra vai para o segundo turno não por méritos próprios, mas graças ao desempenho de Marina. O que ele ganhou é uma oportunidade de se reabilitar, de reconstruir sua credibilidade, de apresentar uma agenda para o Brasil, pois a sua campanha no primeiro turno foi sofrível, errática e sem foco. O segundo turno, de qualquer forma, recoloca em cena aquilo que se previa no início do processo eleitoral: uma campanha dura e polarizada entre Dilma e Serra. Naquele momento se esperava até mesmo que Serra pudesse chegar à frente de Dilma no primeiro turno.

Dilma fez uma campanha centrada nas realizações do governo, mas também deficitária em termos de agenda futura. O que mais pesou para o seu recuo na reta final, e a ascensão de Marina, foram a tradicional arrogância petista, ancorada numa sede desmedida de poder, e a insistência em não aprender com os erros do passado. Três erros graves da campanha governista determinaram o segundo turno.

O primeiro erro foi o escândalo envolvendo Erenice Guerra. Alegar desconhecimento do tráfico de influência na Casa Civil é absolutamente insustentável, pois o governo dispõe da Abin, da Política Federal e de outros órgãos de controle interno para saber o que se passa no alto escalão governamental e no seu entorno. O que o episódio Erenice demonstra é que o PT e o governo abandonaram os cuidados necessários com o tema da moralidade pública, acreditando que o poder é uma espécie de salvo-conduto para práticas antirrepublicanas. Na verdade, desde que chegou ao poder, o PT foi enfraquecendo sua vértebra republicana, caminhando para a vala comum dos outros partidos nesse quesito. Não é raro ouvir de militantes petistas a tese de que sem essas práticas não se governa. O que a evidência tem demonstrado é que a assimilação dessas teses e dessas práticas representa muito mais risco do que benefício político, além de uma descaracterização em termos de valores republicanos.

O segundo erro, na reta final da campanha, consistiu em morder a isca, pisar na casca de banana jogada pelos adversários. Os petistas - presidente Lula à frente - passaram a atacar a imprensa, abrindo o flanco para que proliferassem acusações de antidemocratismo e para que se publicassem manifestos em defesa da liberdade de expressão, reanimando o medo que é tônica nas campanhas desde 1989, quando Lula chegou perto da vitória. O próprio presidente parece ter-se esquecido de que o que ganha votos são mensagens positivas, simplicidade e um estilo "Lulinha paz e amor".

O terceiro erro foi em torno do polêmico tema do aborto. Inicialmente, documentos do PT o declararam a favor do aborto. Dilma manteve uma posição ambígua sobre o assunto até que, na véspera das eleições, no contexto de perda de votos por causa das dúvidas sobre sua posição, ela se manifestou contra o aborto. Mas já era tarde. Aqui também há uma falta de aprendizado com a História. Temas morais, altamente sensíveis para a maioria das pessoas comuns, merecem todo o cuidado no trato dispensado por candidatos majoritários. Um presidente da República deve ser o símbolo da unidade da Nação. Os temas morais polêmicos devem ficar no âmbito do Legislativo.

Dilma e Serra precisam extrair uma bela lição da campanha de Marina. Não são apenas cimento, ferro, estradas e obras que rendem votos. O "eu fiz" ou "fiz mais" também não resolve tudo. Uma campanha para a Presidência precisa irradiar valores vinculantes, uma perspectiva de civilização. Os dois candidatos mais votados pouco falaram de valores.

Uma eleição presidencial é também uma promessa de futuro, uma visão de destino que a sociedade quer e precisa se dar. O futuro não se define apenas no factível em termos de obras, mas também na regulação social pelo metro dos valores. A política é um dos fatores sociais nos quais os indivíduos querem encontrar uma razão de vida. A política é a atividade que consegue configurar de forma mais abrangente um sentido de pertencimento a uma comunidade de destino. Uma disputa presidencial apartada de valores e de sentido civilizador perde a sua razão principal de ser.

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(*) MARINA. Dorival Caymmi.

''...Já me aborreci, me zanguei,
Já não posso falar
E quando eu me zango, Marina
Não sei perdoar".

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ELEIÇÕES 2O1O/SEGUNDO TURNO [In:] A HORA DA VERDADE

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Hora das respostas


Autor(es): Agencia o Globo/ Rodrigo Constantino
O Globo - 05/10/2010

A democracia brasileira sai fortalecida com o segundo turno entre Serra e Dilma. Ao contrário do que aconteceu na primeira rodada, agora os eleitores têm a oportunidade de cobrar certas questões dos candidatos. O país perderia muito se um simples "dedaço" do presidente Lula encerrasse o pleito sem um mínimo de debate aprofundado. Ainda mais no meio de uma enxurrada de escândalos envolvendo o mais elevado escalão do governo.

A primeira questão a ser levantada é justamente sobre ética. É chegada a hora de Dilma explicar em maiores detalhes o que se passou na Casa Civil, uma vez que Erenice Guerra foi alçada ao poderoso cargo por sua indicação. O tráfico de influência teria ocorrido bem debaixo de seus olhos, e a candidata precisa dizer aos eleitores se faltou competência para escolher melhor seus aliados mais próximos, ou se houve cumplicidade. Não custa lembrar que José Dirceu, que outrora ocupou o mesmo cargo e de lá saiu sob a acusação de "formação de quadrilha", continua bem próximo da cúpula de poder do PT.

Outro tema que merece maior atenção é a economia. O momento atual dificilmente poderia ser melhor: o crescimento deve fechar o ano acima dos 7%. Entretanto, o mais importante é a sustentabilidade deste crescimento, e não devemos deixar a miopia comprometer o foco no futuro. Vários pilares do crescimento são frágeis e insustentáveis, e continuamos dependendo bastante do cenário externo, especialmente da China. O Brasil precisa enfrentar de uma vez por todas as reformas estruturais que permitiriam colocar o país numa trajetória sustentável de crescimento.

Os candidatos devem apresentar quais são suas efetivas propostas para resolver os principais gargalos que impedem um voo de águia, em vez do tradicional voo de galinha a que estamos habituados. Quais serão as mudanças propostas para o sistema previdenciário, por exemplo, cujo rombo crescente representa uma bomba-relógio? Quando a demografia deixar de ajudar, com o inevitável envelhecimento da população, o modelo atual mostrará a sua completa fragilidade.

Aumentar alguns anos a idade da aposentadoria é medida paliativa, sem efeito concreto. A candidata Marina Silva, no último debate da Rede Globo, chegou a tocar no cerne da questão, ao mencionar a necessidade de um modelo de capitalização. O Chile conseguiu bastante êxito em sua reforma previdenciária, justamente por adotar contas individuais de capitalização. Nada mais justo do que o aposentado receber de acordo com aquilo que poupou ao longo da vida. Qual candidato pretende encarar este desafio? Quem ousa atacar os privilégios dos marajás do setor público?

A reforma tributária é outra que merece total atenção. Qual dos dois candidatos possui planos concretos para lutar pela simplificação dos tributos no Congresso? Algum deles tem realmente um programa de governo que possa cortar os gastos públicos para possibilitar uma carga tributária menos absurda? O Brasil perde competitividade frente aos concorrentes emergentes em boa parte devido ao excessivo peso dos impostos, e estes só poderão ser reduzidos quando a fome do governo por recursos diminuir. Qual candidato pretende colocar o governo obeso numa dieta séria?

Nossas leis trabalhistas conspiram contra o empresário e, por conseguinte, contra os próprios trabalhadores. São infindáveis "conquistas legais" que parecem maravilhosas no papel, mas que, na prática, jogam cerca de metade dos trabalhadores na informalidade. Os mais jovens e inexperientes, com baixa produtividade, são os mais afetados. O custo efetivo para a empresa chega ao dobro do salário recebido pelo trabalhador. As máfias sindicais agradecem, mas não aqueles trabalhadores informais ou desempregados. Qual dos candidatos possui um projeto para flexibilizar as leis trabalhistas brasileiras?

As eleições serviram para mostrar a urgência de uma reforma política também. Para começo de conversa, o voto deve se tornar totalmente facultativo. É assim em todas as democracias avançadas, e não faz sentido manter o voto obrigatório. Além disso, faz-se necessário aproximar mais o candidato dos eleitores, e somente o voto distrital pode fazer isso. Por fim, não faz sentido o Norte e o Nordeste concentrarem um poder totalmente desproporcional em relação tanto ao tamanho da população como à participação no produto nacional. Um federalismo verdadeiro é crucial. Qual candidato defende isso?

Existem muitas outras questões importantes. Agora os eleitores contam com a chance de cobrar dos candidatos algumas respostas. Que não a desperdicem!

ELEIÇÕES 2O1O/SEGUNDO TURNO [In:] PRODUZIR, COMER, CRESCER, DISTRIBUIR (II)

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Melhor que está pode ficar


Autor(es): Agencia o Globo/Ilan Goldfajn
O Globo - 05/10/2010

Haverá segundo turno. E, com ele, a esperança de surgirem os programas para o próximo governo. No tema econômico, o mote até agora parece ter sido o inverso do Tiririca: Melhor que está não fica. Mas fica melhor, sim. Apesar dos avanços significativos nas últimas duas décadas, o Brasil continua um país relativamente pobre e mal distribuído. Os países que souberam aproveitar o salto inicial para avançar mais colheram os frutos, os outros estagnaram ou até recuaram. Há questões relevantes para poder melhorar: como aproveitar o contexto internacional e a credibilidade adquirida para dar um novo salto ao desenvolvimento sustentável? Como facilitar a vida de quem trabalha, produz e investe no Brasil? Haverá financiamento para todos os investimentos necessários nos próximos anos? De que forma lidar com gastos que aumentam, o câmbio que se fortalece e juros reais que caem devagar? Há vários desafios à frente. Um deles é financiar de forma sustentável o investimento necessário nos próximos anos. Precisamos investir 25% do PIB, mas provavelmente só alcançaremos 22%, pela falta de financiamento.

Além dos investimentos necessários para satisfazer a demanda crescente da nova classe média no Brasil, há os investimentos em recursos naturais, como as descobertas no pré-sal, que vão exigir recursos, além de novas tecnologias. Existe também o desafio de continuar a encurtar o hiato habitacional hoje existente com maiores investimentos em residências. Sem falar nos compromissos assumidos com eventos esportivos como a Copa e as Olimpíadas.

Para isso, o governo terá que investir em infraestrutura (por exemplo, portos, estradas, aeroportos e logística), encontrar o financiamento adequado para tal e estabelecer as condições para que o setor privado possa investir também.

O problema é que o Brasil não abre mão dos gastos correntes para economizar recursos vitais para investimento.

O cidadão gasta, o governo também. A poupança doméstica (privada e pública) encontra-se em níveis muito baixos. Na ausência de um ajuste fiscal considerável, o país acabará recorrendo à poupança externa para conseguir financiar o crescimento dos próximos anos. Isso significará maior déficit em conta corrente, consistente com um câmbio real valorizado pela entrada de capitais.

Um ajuste fiscal no presente (e reforma da previdência no futuro) permitirá novo salto para mais investimento, sem déficits externos maiores.

Outro gargalo é na educação. O crescimento sustentável demanda avanços nessa área. É preciso ênfase no acúmulo de conhecimento, na formação de indivíduos que sejam capazes de ser produtivos, de resolver problemas e liderar. Apesar dos avanços no acesso à educação (todos frequentam o ensino fundamental, e 80% o ensino médio), a qualidade ainda é ruim. Continuamos com mau desempenho nos testes de proficiência internacionais. Quase 80% dos nossos alunos de 15 anos não obtiveram a proficiência mínima em matemática (comparados com apenas 2% na Coreia do Sul). Em leitura e ciências, 64% e 57% não obtiveram a proficiência mínima (comparados com zero e 2% na Coreia do Sul).

Interessante é que apenas gastar mais não resolve. Gasta-se no Brasil em educação o equivalente ao que se gasta na Coreia do Sul (acima de 4% do PIB), com resultados bem inferiores.

Não basta simplesmente realocar recursos para a educação. É necessário planejar e colocar os incentivos corretos para que professores e escolas levem os alunos a um desempenho melhor.


Outro aspecto é a ênfase na eficiência na gestão econômica. Há um número grande de pequenas medidas que facilitariam a vida das empresas e dos indivíduos. Otimizar os processos, reduzir a burocracia, incentivar o bom atendimento ao cidadão.

A reforma tributária seria uma medida maior nesta busca da eficiência.

Na gestão macroeconômica, a eficiência requer uma recomposição dos instrumentos. Temos que permitir que os juros não sejam nossa âncora exclusiva da responsabilidade.

Menos expansão fiscal (via gastos e crédito público) permitiria uma convergência mais rápida dos juros a padrões internacionais, o que também aliviaria a pressão de apreciação do câmbio.

Enfim, melhor que está pode ficar.

Agora é o momento crucial.

ELEIÇÕES 2O1O/SEGUNDO TURNO [In:] PRODUZIR, COMER, CRESCER, DISTRIBUIR

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Melhor que está pode ficar


Autor(es): Ilan Goldfajn
O Estado de S. Paulo - 05/10/2010

O resultado das eleições presidenciais está aí. Haverá segundo turno. E, com ele, a esperança de surgirem os programas para o próximo governo. Houve poucas propostas até agora. No tema econômico, o mote parece ter sido o inverso do Tiririca: "Melhor que está não fica." Mas fica melhor, sim. Apesar dos avanços significativos nas últimas duas décadas, o Brasil continua um país relativamente pobre e mal distribuído. Os países que souberam aproveitar o salto inicial para avançar mais colheram os frutos, os outros estagnaram ou até recuaram. Há questões relevantes para poder melhorar: como aproveitar o contexto internacional e a credibilidade adquirida para dar um novo salto para o desenvolvimento sustentável? Como facilitar a vida de quem trabalha, produz e investe no Brasil? Haverá financiamento para todos os investimentos necessários nos próximos anos? De que forma lidar com os gastos que aumentam, o câmbio que se fortalece e os juros reais que caem devagar?


As oportunidades nunca estiveram tão presentes para o Brasil dar um novo salto. Em primeiro lugar, o Brasil insere-se favoravelmente no contexto global. A necessidade de ajuste nos países desenvolvidos (como a redução dos gastos do consumidor nos EUA) cria demanda para que países emergentes ajudem com crescimento do seu mercado consumidor. O Brasil é, sem dúvida, um desses países. O crescimento e a formalização da economia, somados à eficácia das políticas sociais, têm gerado um novo mercado consumidor no País. O crescimento da classe média no Brasil é substancial. Entre 2003 e 2008, cerca de 32 milhões de pessoas ingressaram nas classes A, B e C. Em 2003, as classes A, B e C, somadas, correspondiam a 45% da população brasileira; em 2008, esse porcentual subiu para 60% e acreditamos que em 2014 chegará a 67%. Esse processo terá implicações profundas sobre o ambiente de negócios no País.

Em segundo lugar, o Brasil fez o seu dever de casa. A conquista da estabilidade macroeconômica - como o controle da inflação - tem gerado dividendos para o desenvolvimento. O risco macroeconômico caiu substancialmente e a confiança no País está em alta, o que se tem manifestado num processo de alongamento de prazos de investimento, queda (lenta) da taxa de juros real e formalização da economia. Como se aproveitar disso e dar o próximo passo?

Há vários desafios à frente. Um deles é financiar adequadamente (ou seja, de forma sustentável macroeconomicamente) o investimento necessário nos próximos anos. Precisamos investir 25% do PIB, mas provavelmente "só" alcançaremos 22% pela falta de financiamento. Além dos investimentos necessários das empresas para satisfazer a demanda crescente dessa nova classe média, há os investimentos em recursos naturais, que o mundo tanto demanda. Em especial, as descobertas no pré-sal vão exigir muito recursos, além de novas tecnologias. Existe também o desafio de continuar a encurtar o hiato habitacional hoje existente com maiores investimentos em residências. Sem falar nos compromissos assumidos com eventos esportivos como a Copa do Mundo e a Olimpíada. Para isso o governo terá de investir em infraestrutura (por exemplo, portos, estradas, aeroportos e logística), encontrar o financiamento adequado para tal e estabelecer as condições para que o setor privado possa investir também.

O problema é que o Brasil não abre mão dos gastos correntes para economizar recursos vitais para investimento. O cidadão gasta, o governo também. A poupança doméstica (privada e pública) encontra-se em níveis muito baixos. Na ausência de um ajuste fiscal considerável, o País acabará recorrendo à poupança externa para conseguir financiar o crescimento dos próximos anos. Isso significará maior déficit em conta corrente, consistente com um câmbio real valorizado pela entrada de capitais. Um ajuste fiscal no presente (e reforma da Previdência no futuro) permitirá um novo salto para mais investimento, sem déficits externos maiores.

Outro gargalo está na educação. O crescimento sustentável demanda avanços nessa área. É preciso dar ênfase ao acúmulo de conhecimento, à formação de indivíduos que sejam capazes de ser produtivos, resolver problemas e liderar. Apesar dos avanços no acesso à educação (todos frequentam o ensino fundamental e 80%, o ensino médio), a qualidade ainda é ruim. Continuamos com mau desempenho nos testes de proficiência internacionais. Quase 80% dos nossos alunos de 15 anos não obtiveram a proficiência mínima em Matemática (comparados com apenas 2% na Coreia do Sul). Em Leitura e Ciências, 64% e 57% não obtiveram a proficiência mínima (comparados com zero e 2% na Coreia do Sul).

Interessante é que apenas gastar mais não resolve. Gasta-se no Brasil em educação o equivalente ao que se gasta na Coreia do Sul (acima de 4% do produto interno bruto), com resultados bem inferiores. Não basta simplesmente realocar recursos para educação, é necessário planejar e colocar os incentivos corretos para que professores e escolas levem os alunos a um desempenho melhor.

Outro aspecto é a ênfase na eficiência na gestão econômica. Há um número grande de pequenas medidas que facilitariam a vida das empresas e dos indivíduos: otimizar os processos, reduzir a burocracia, incentivar o bom atendimento ao cidadão. A reforma tributária seria uma medida maior nessa busca da eficiência.

Na gestão macroeconômica, a eficiência requer uma recomposição dos instrumentos. Temos de permitir que os juros não sejam nossa âncora exclusiva da responsabilidade. Menos expansão fiscal (via gastos e crédito público) permitiria uma convergência mais rápida dos juros a padrões internacionais, o que também aliviaria a pressão de apreciação do câmbio.

Enfim, melhor que está pode ficar. Agora é o momento crucial.

ELEIÇÕES 2O1O-SEGUNDO TURNO [In:] UM ''CALA A BOCA'' RESPEITÁVEL

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Lula vai manter o silêncio?



Marina Silva foi escanteada. A decisão de deixar o Ministério do Meio Ambiente (MMA) em maio de 2008 e de jogar no colo do presidente da República a responsabilidade pela manutenção do combate ao desmatamento da Amazônia irritou Lula. Marina e Lula encontraram-se três ou quatro vezes depois da demissão dela.

Desde a saída dela do governo, a relação entre o petista e a verde é mínima. Saldo das urnas impõe ao presidente o dilema de procurá-la em busca de apoio para Dilma. Foto: Ricardo Stuckert/PR
Marina como senadora, ele como presidente. Encontros protocolares, por acaso, constrangedores. Depois que ela saiu do PT e se lançou na disputa presidencial pelo PV, Lula não fez uma única ligação. Não se falam desde então, o que deve mudar agora. Marina recebeu 19,5 milhões de votos, arrancou votos de Dilma Rousseff (PT), levou a eleição para o segundo turno. Lula vai manter o silêncio?

O presidente não é um "iluminado", nas palavras da própria Marina. Precisará passar a mão no telefone - se já não o fez na noite de ontem - e ligar para a sua ex-ministra. A ex-ministra preferida, Dilma, tomou um susto no primeiro turno, caiu mais do que projetaram as pesquisas e precisará acolher os votos da onda verde no segundo turno. Há mais de 40 dias, lideranças do PV "vendem" o apoio de Marina e da legenda ao candidato tucano, José Serra. Esse movimento ficou mais evidente na reta final da campanha para o primeiro turno.


Independentemente de sua posição no segundo turno, Marina sai da disputa presidencial com um capital político precioso. Na briga solitária por votos, não teve força suficiente para chegar à disputa final com Dilma, com quem tem desavenças históricas. Ironicamente, um ano depois de deixar o PT pela porta dos fundos, escanteada, Marina deu um troco amargo demais para os petistas. Não imaginaram ter de cortejá-la tão cedo. (VS)
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http://www.diariodepernambuco.com.br/2010/10/04/politica20_1.asp
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''QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?''

05 de outubro de 2010

O Globo

Manchete: Eleições 2010: Dilma fará ofensiva religiosa para atrair voto conservador

PV pode demorar 15 dias para decidir apoio; Serra diz que Aécio é 'pessoa-chave'

Após a decepção com a necessidade de segundo turno, a campanha da candidata petista, Dilma Rousseff, iniciou ofensiva para conter a sangria de votos evangélicos e católicos registrada na reta final do primeiro turno, Dilma e aliados reconheceram que agiram tarde contra boatos na internet afirmando que ela era contra a vida e a favor do aborto. Dilma terá ajuda de governadores e senadores eleitos, chamados às pressas a Brasília. "Foi uma campanha perversa, com inverdades sobre o que penso", afirmou Dilma. Em busca dos votos de Marina Silva, José Serra (PSDB) disse esperar aproximação com o PV, que integrou seu governo. Mas a decisão do PV pode levar 15 dias.
Serra foi ao enterro do pai do ex-governador de Minas, Aécio neves, eleito senador, e disse que o mineiro é "pessoa-chave" no 2º turno. (Págs. 1 e 3 a 12)

Foto legenda: Dilma ao lado de Michel Temer: "Foi uma campanha perversa, lançaram inverdades." (Pág. 1)

Foto legenda: Serra com Aécio Neves, no velório do pai do senador eleito por Minas Gerais. (Pág. 1)

Cabral: 'Não disputo mais nada'

Um dia após ser reeleito com 66% dos votos válidos, o governador do Rio Sergio Cabral disse que a eleição deste ano foi a última que disputou. "Juro por Deus. Falei para minha mulher, meus filhos", afirmou. Cabral disse que vai se dedicar a campanha de Dilma e prometeu investir R$ 1 bilhão em estradas no Rio. (Págs. 1 e 25)

Especialistas criticam pesquisas

Os erros dos institutos de pesquisa trouxeram à tona debate sobre a capacidade que a divulgação de dados de intenção de voto tem de alterar a decisão do eleitor. Institutos e especialistas falam nas causas para os erros: entre elas, os altos índices de abstenção, não contabilizados nos levantamentos. (Págs. 1 e 16)

PT deve presidir Câmara; e o PMDB, o Senado

0 PT saiu das urnas com a maior bancada da Câmara: 88 deputados. Com este, número, deve ganhar a presidência da Casa. Já o Senado deverá ser comandado pelo PMDB: o partido elegeu o maior número de senadores, 20.(Págs. 1 e 19)

O silêncio de Lula

0 presidente Lula, que fez em média dois comícios por dia em favor de Dilma no primeiro turno, completou ontem 24 horas sem qualquer comentário sobre o resultado das eleições. Coube ao ministro da Articulação Política, Alexandre Padilha, falar por ele: "0 presidente está muito feliz." (Págs. 1 e 13)

Senado: fichas-sujas vencem e ameaçam eleição no PA. (Págs. 1 e 21)

Rio, cidade partida também na hora do voto. (Págs. 1 e 14)

Genoino deixará Câmara, mas mensaleiros voltam. (Págs. 1 e 18)

Aberta ação que pode cassar Tiririca, o mais votado. (Págs. 1 e 21)

Nesta edição, a lista dos deputados federais e estaduais eleitos pelo Rio. (Págs. 1, 23 e 26)

IOF sobe para que dólar deixe de cair

0 ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou ontem que dobrou de 2% para 4% o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para aplicações de investidores estrangeiros no Brasil. 0 objetivo é segurar a entrada de recursos no país e, assim, evitar que o real fique excessivamente valorizado, o que prejudica exportações, o dó1ar fechou a R$ 1,692, em a1ta de 0,65%. (Págs. 1 e 33)

Nobel para o pai do bebê de proveta

0 britânico Robert Edwards; de 85 anos, ganhou ontem o Prêmio de Medicina por ter inventado a técnica de fertilização in vitro, em 1978. 0 método, já gerou 4 milhões de pessoas em todo o mundo e revolucionou a medicina. 0 Vaticano criticou a escolha. (Págs. 1 e 40)

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Folha de S. Paulo

Manchete: PT já discute retirar aborto do programa de governo

Presidente 40 Eleições 2010
Para petistas, exploração do tema fez Dilma Rousseff perder votos

O PT discute retirar de seu programa a defesa do aborto. Para petistas e aliados do PMDB, a exploração do tema na internet fez a candidata Dilma Rousseff perder votos entre eleitores religiosos - que migraram para a evangélica Marina Silva - e levou ao segundo turno contra José Serra (PSDB).

Dilma defendia a legalização, mas hoje se diz pessoalmente contra. Segundo José Eduardo Cardozo, que coordena a campanha ao Planalto, a posição pró-aborto não é unânime no PT. "Foi um erro ser pautado internamente por algumas feministas", declarou André Vargas, secretário de Comunicação do partido.

Ontem, a CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) entrou no debate e lançou campanha "em defesa da vida." (Págs. 1 e Eleições 2010)

'Dilmistas' terão maioria para mudar Constituição

O resultado da eleição vai possibilitar a um eventual governo Dilma Rousseff (PT) mudar com folga a Constituição, tarefa que exige ao menos 60% do apoio de senadores e deputados.

Os partidos que integram o bloco governista controlarão 73% de cada uma das Casas. Em caso de vitória de José Serra(PSDB), ele terá de negociar apoio de siglas como o PMDB. (Págs. 1 e Esp. 12)

Tucanos escalam FHC para buscar apoio de Marina

O PT e o PSDB começaram articulações para tentar atrair o apoio de Marina Silva (PV). Os tucanos escalaram o ex-presidente FHC para o contato. Os petistas atribuíram a tarefa ao baiano Jaques Wagner e aos acrianos Tião e Jorge Viana.

Marina defendeu que uma "convenção nacional" do PV, a ser convocada em até 15 dias, decida sobre o segundo turno. (Págs. 1 e Esp. 4)

Dólar baixo faz governo dobrar imposto para estrangeiros

Contra o movimento de valorização do real, o ministro Guido Mantega anunciou o aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras de 2% para 4% para estrangeiros que atuam no mercado de renda fixa brasileiro. A alíquota continua em 2% para investimentos na Bolsa. (Págs. 1 e B1)

A Bovespa começa a negociar papéis de empresas como Apple e Google via fundos de investimento. (Págs. 1 e B5)

Procuradoria apura se 'fila do passaporte' na PF foi furada

A Procuradoria investiga se a Polícia Federal de SP favoreceu despachantes na emissão de passaportes durante pane. Em testes, o serviço foi agendado nos dias em que estava suspenso. A PF nega privilégios. (Págs. 1 e C1)

Ciência: Prêmio Nobel de Medicina vai para 'pai' dos bebês de proveta. (Págs. 1 e A14)

Eleições 2010: Tiririca vai ter de provar na Justiça que sabe ler e escrever. (Págs. 1 e Esp. 13)

Editoriais

Leia "Nova oportunidade", sobre o segundo turno da eleição presidencial; e "Inédita maioria", acerca da composição partidária do Congresso. (Págs. 1 e A2)

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O Estado de S. Paulo

Manchete: Marina vai definir apoio no segundo turno em até 10 dias

Terceira colocada na eleição quer discutir propostas de Dilma e Serra, mas alguns verdes já aderem ao tucano

Eleições 2010

Marina Silva (PV), que obteve 19,33% dos votos no primeiro turno da eleição presidencial, definirá seu apoio no segundo turno em até dez dias. Ela não descarta a neutralidade entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). 0 debate, insiste Marina, se dará com base em propostas - ela quer investimentos em educação e "acordos mais transparentes" na política. No PV, porém, Fernando Gabeira, derrotado na disputa pelo governo do Rio, anunciou apoio a Serra - que já conta com a adesão do diretório verde de São Paulo. No primeiro dia de campanha do segundo turno, Serra foi a Belo Horizonte e classificou o senador eleito Aécio Neves (PSDB) de "peça-chave" - em troca, tucanos mineiros querem apoio a Aécio para a Presidência em 2014. Dilma, por sua vez, atacou a promessa de Serra de elevar o salário mínimo para R$ 600. (Págs. 1, H4, H6 e H8)

Dora Kramer : O eleitor tem a força

Lula não conseguiu prevalecer sobre tudo porque de verdade só quem tem a força absoluta e o eleitorado. Como líder político influente, Lula induz, mas não substitui a vontade das pessoas. (Págs. 1 e H8)

Reeleição de Roseana fortalece os Sarneys

Além de reeleita, governadora do Maranhão fez 12 dos 18 deputados da bancada federal, dois senadores e a maioria dos deputados estaduais. (Págs. 1 e H17)

Foto legenda: Articulação. Dilma (PT) durante encontro com governadores e senadores aliados do governo, em Brasília. (Pág. 1)

Foto legenda: Pêsames. Serra abraça Itamar ao lado de Aécio e de Aloysio Nunes, durante velório do pai de Aécio, em BH. (Pág. 1)

Imposto sobe para barrar a entrada de dólares

O governo elevou de 2% para 4% a a1íquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nos investimentos estrangeiros em renda fixa. A medida, válida a partir de hoje, foi anunciada quatro dias após o dó1ar romper a barreira de R$ 1,70, considerada uma espécie de piso informal da taxa de câmbio. 0 anúncio foi feito às 18h15, depois do fechamento do mercado, com o dó1ar cotado a R$ 1,69. (Págs. 1 e Economia B1)

Exigência ameaça status de universidade

Governo vai exigir dois programas de doutorado e quatro de mestrado para que instituições sejam reconhecidas como universidades. (Págs. 1 e Vida A15)

Quem são os estaduais de SP e federais eleitos (Págs. 1, H13 e H15)

Conheça os campeões de voto em todo o país (Págs. 1 e H20)

Governistas dominam Assembleia paulista (Págs. 1 e H15)

Impasse sobre eleição de ficha-suja se mantém (Págs. 1 e H8)

Resgate de mineiros no Chile pode ser antecipado (Págs. 1 e Internacional A7)

Ilan Goldfajn

Melhor que está pode ficar

Haverá segundo turno. E, com ele, a esperança de surgirem os programas econômicos para o próximo governo. Houve poucas propostas até agora. (Págs. 1 e Espaço Aberto A2)

Arnaldo Jabor

O súbito encanto de Marina

No meio de uma programação mecânica de marketing, apareceu ser vivo: Marina Silva. Os erros dos dois favoritos acabaram sendo seu impulso. (Págs. 1 e Caderno 2, D10)

Notas & Informações

A Implosão do plebiscito

Lula subestimou a autonomia de fatia expressiva do eleitorado que se guia pelo senso crítico. (Págs. 1 e A3)

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Valor Econômico

Manchete: Dilma e Serra tentam atrair Marina e reveem estratégia
A candidata do PT, Dilma Rousseff, saiu na frente na disputa pelo apoio da senadora Marina Silva, cujo desempenho na eleição foi decisiva para o segundo turno. Ela telefonou diretamente para Marina sob o pretexto de cumprimentá-la por sua votação. Não pediu apoio. Foi apenas um gesto de aproximação para futuras conversas.

O candidato José Serra (PSDB) também tem emissários conversando com Marina. Mas ontem estavam em Belo Horizonte para o velório do pai do senador eleito Aécio Neves, morto no domingo. "Guardado este momento de dor, Aécio e Anastasia (governador eleito de Minas Gerais) terão um papel-chave", declarou Serra. "São Paulo, Minas e Paraná reúnem 40% do eleitorado. O peso de suas lideranças farão a diferença agora", disse Goldman. Na verdade, os três Estados somam 31% dos votos. "Eles serão estratégicos não só em seus Estados, mas no Brasil como um todo", previu Aloysio Nunes, eleito senador São Paulo. (Págs. 1, A5, A6 e A7)

IOF de 4% terá pouco efeito no real

A decisão do governo de elevar a alíquota do IOF sobre investimentos externos em renda fixa, de 2% para 4%, pode no máximo reduzir a velocidade de apreciação do real, mas não vai mudar a tendência de queda do dólar no médio e longo prazos, segundo economistas de bancos ouvidos pelo Valor. 0 mercado já espera por novas medidas. A diferença entre os juros externos e internos continua elevada.

Enquanto os títulos do governo americano com vencimento em dez anos pagam 2,50% ao ano, um papel prefixado do Tesouro brasileiro com vencimento em 2021 paga 11,85%. Com a I0F anterior, de 2%, a estrangeiro recebia 11,61% ao ano. Agora, passa a receber 11,376%. (Págs. 1, C1 e C2)

Cresce força dos partidos médios

Duas forças políticas bem distintas ganharam força na composição da nova Câmara dos Deputados, que teve renovação de 44,6% - percentual semelhante ao de eleições anteriores. Cresceram bastante as bancadas de partidos médios à direita e à esquerda no espectro político.

O grupo formado por PSB, PDT e PCdoB, que articula a recomposição do chamado "bloco de esquerda", ficou com 77 deputados, 13 a mais do que em 2006. Pela direita, PP, PTB e PR - partidos que perderam espaço há quatro anos em decorrência do escândalo do mensalão, no qual foram protagonistas ao lado do PT - elegeram 103 deputados, 15 a mais do que na eleição anterior. Esse cenário coloca a coligação pró-Dilma, liderada pelo PT e PMDB, os dois partidos que terão as maiores bancadas em 2011, na dependência direta de negociações com esses dois blocos parlamentares. Isso porque, isoladamente, não terão a maioria necessária para eleger os dirigentes da Casa. (Págs. 1 e A8)

Uso de energia per capita sobe 22% em 5 anos

O consumo per capita de energia elétrica pelos brasileiros aumentou 22% entre 2004 e 2009. Só no ano passado, houve expansão anual recorde de 5,5%, segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

A principal razão para o avanço foi o aumento da renda da população, que estimulou a compra de eletrodomésticos e eletroeletrônicos nos últimos cinco anos. O percentual de famílias que têm lavadora de roupas, por exemplo, subiu de 34,3% em 2004 para 44,3% em 2009. A geladeira, presente em 87,3% dos lares em 2004, hoje está em 93,4% das residências. Os computadores tiveram um avanço ainda mais expressivo, de 16,3% das casas em 2004 para 34,7% em 2009. (Págs. 1 e A3)

EUA impõem regra dura a novos Boeings

Os mais no0vos modelos de jatos comerciais da Boeing, que já sofrem com gastos extras e atrasos, enfrentam um novo desafio: as autoridades de segurança dos EUA adotaram regras preliminares exigindo que outros aviões mantenham distâncias maiores atrás deles durante o pouso. Essa e outras restrições - especialmente em torno dos grandes aeroportos de conexão - poderão frustrar empresas aéreas como a All Nippon Airways, a Japan Airlines e a Cargolux Airlines International. (Págs. 1 e B4)

Reação a links patrocinados na internet

Empresas começam a reagir aos problemas gerados pelos chamados
"links patrocinados" - anúncios vendidos pelos sites de busca com destaque na internet. Proprietários de sites desconhecidos atrelam seus nomes a marcas famosas para atrair mais acessos. Companhias brasileiras já recorreram à Organização Mundial da Propriedade Intelectual. Segundo especialistas, há empresas "de fachada" que registram milhares de domínios com as palavras mais procuradas na internet. (Págs. 1 e E1)

IBM ensaia o futuro no laboratório

Quais são as áreas de interesse de pesquisa em uma empresa como a IBM? Uma visita ao Watson Research Center, mantido pela companhia no Estado de Nova York, mostra que químicos, psicólogos, filósofos, engenheiros, físicos e matemáticos discutem temas aparentemente mais próximos da ficção científica do que do cotidiano. A lista inclui computadores com capacidade para entender e responder perguntas, sistemas para aliviar o congestionamento nas grandes cidades e técnicas para sequenciar moléculas de DNA com um custo dez vezes menor que o proporcionado pelas tecnologias atuais. "Usamos esses temas como inspiração para criar novas formas de trabalhar", diz Katharine Frase, vice-presidente de pesquisa de negócios emergentes da IBM. (Págs. 1 e B3)

Aumenta hostilidade dos americanos em relação a acordos de livre comércio (Págs. 1 e B6)

Chávez acelera desapropriações

Governo venezuelano expropria a Agroisleña, importante empresa privada produtora de sementes e fertilizantes, e promete acelerar a expropriação de terras para a reforma agrária. (Págs. 1 e Al5)

Suzano adere à 'pegada de carbono'

A Suzano Papel e Celulose será a primeira empresa do setor no mundo a informar em seus produtos a quantidade de CO, emitido durante o processo de produção. (Págs. 1 e B10)

Mercado reduz previsão para IPCA

O Boletim Focus pós-Relatório de Inflação trouxe uma redução nas projeções para inflação em 2011. Ainda acima da meta, o recuo pode indicar que o BC começa a controlar as expectativas do mercado. (Págs. 1 e C2)

Novas normas para os cartões

Setor de cartões de crédito espera para este mês decisão do CMN padronizando as tarifas bancárias cobradas pelos bancas emissores e também a elevação do pagamento mínimo das faturas. (Págs. 1 e C3)

IIF prega ação conjunta no câmbio

O Instituto de Finanças Internacionais defende que o Brasil busque um acordo com outros países para corrigir os desequilíbrio, cambiais em escala global, em vez de lançar mão de controles de capitais.(Págs. 1 e C8)

Definição política ajuda estatais

A definição em primeiro turno das eleições para governador nos Estados do Paraná e Minas Gerais, ambas com vitória de candidatos do PSDB, favoreceu as ações da Copel e da Cemig na bolsa. (Págs. 1, D2 e D3)

Ideias

Antonio Delfim Netto

O nome do jogo é melhorar simultaneamente a eficiência do setor público e insistir nos estímulos corretos ao setor privado. (Págs. 1 e A2)

Ideias

Raymundo Costa

PSDB enfrenta agora as consequências de problemas mal resolvidos, como a da falta de confiança entre Serra e Aécio. (Págs. 1 e A6)
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RADIOBRAS.