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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

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quinta-feira, junho 02, 2011

SARNEY [In:] QUE REI SOU EU ? (2)

Sarney reescreve a História

O Estado de S. Paulo - 02/06/2011

Monumento vivo ao mandonismo, ao fisiologismo, ao compadrio, ao nepotismo, ao tráfico de influência - a tudo, enfim, o que de pior existe na política brasileira -, o presidente do Senado, José Sarney, resolveu reescrever a História do Brasil, menosprezando a opinião pública e depreciando um dos mais edificantes momentos de mobilização cívica que a Nação viveu nos últimos tempos. Para Sarney, o afastamento de Fernando Collor da Presidência da República, em 1992, "não é marcante", pois se trata de "apenas um acidente que não devia ter acontecido na História do Brasil". O impeachment do "caçador de marajás" na verdade não chegou a acontecer como decisão do Congresso. Formalmente, Collor renunciou à Presidência. Mas só o fez porque a cassação de seu mandato se tornara inevitável como resultado do processo de impeachment provocado pelas denúncias de corrupção em seu governo. O Parlamento teve, portanto, papel decisivo na renúncia.

Mesmo assim, esse episódio foi banido da galeria de eventos históricos do Congresso, reinaugurada na terça-feira por Sarney no "túnel do tempo", o amplo corredor que liga os gabinetes dos senadores ao plenário da Câmara Alta. No dia seguinte Sarney recuou, determinando a reinclusão do episódio na galeria. Mas nada apaga o despautério da véspera.

Diante da perplexidade geral causada pela omissão, Sarney ordenara à Secretaria de Comunicação Social do Senado, em nota oficial, botar a culpa nos historiadores: "A partir da Constituição de 1988, a opção dos historiadores foi destacar os fatos marcantes da atividade legislativa. O foco da exposição é mostrar a produção legislativa do Congresso Nacional. A discussão e aprovação das leis é a essência do que faz o Parlamento como poder republicano". Sarney reinterpretava a seu modo a Constituição, que atribui ao Poder Legislativo também a responsabilidade pela fiscalização dos atos do Executivo. Para ele, essa responsabilidade é secundária. Caso contrário não teria acatado - para depois voltar atrás - o critério dos "historiadores". Que foram generosos na valorização do papel do próprio Sarney em episódios como o da aprovação do projeto que assegura tratamento gratuito aos portadores de aids.

Certamente no afã de fazer sua parte no conchavo que tornou o agora senador Fernando Collor um de seus fiéis aliados, o experiente José Sarney, um dos principais fiadores políticos do governo do PT, pisou em falso - como ele próprio parece ter percebido - ao depreciar publicamente o papel dos "caras-pintadas" de 1992, os jovens que empolgaram a Nação com sua indignação contra os desmandos de um governo corrupto e acabaram provocando a renúncia do primeiro presidente eleito pelo povo na "Nova República". Vai ser difícil para os jovens de 1992 ou para qualquer brasileiro imbuído de sentimento cívico e, por isso mesmo, orgulhoso da mobilização que levou à queda de Collor engolir a desfeita de Sarney. Não foi à toa que o presidente do Senado se apressou a dar o dito por não dito. Falseando a História para bajular Collor, Sarney correu o risco de acender o estopim de uma onda nacional de indignação - o que é tudo de que o Palácio do Planalto não precisa, estando em curso o escândalo Palocci.

Sempre restará ao presidente do Senado protestar inocência, atribuindo a falsificação da História a uma conspiração de seus adversários para "fragilizar as instituições". Durante os últimos anos, sob a presidência do senador e de seu irmão de fé Renan Calheiros, a administração da Câmara Alta protagonizou escândalos capazes de fazer corar um monge de pedra.

Mas Sarney tem a consciência tranquila, como revelou dias atrás, ao discursar na comemoração dos 185 anos do Senado: "Identifico muito essa campanha contra o Senado ao fato de ele ser uma casa forte, a quem o Brasil deve muito com relação a sua construção. Em um momento em que se procura fragilizar instituições no Brasil, ataca-se muito o Senado, porque aqui continuamos a ser uma fonte permanente de ajuda ao Brasil". De autoajuda, melhor diria.

XÔ! ESTRESSE [In] UMA IMAGEM VALE MAIS QUE 1000 PALAVRAS














GOVERNO DILMA/PALOCCI [iN:] NADA A TEMER ? (3)

Governo usa verbas e cargos para debelar crise política

Dilma manda liberar cargos e emendas do PMDB


Autor(es): Raymundo Costa | De Brasília
Valor Econômico - 02/06/2011

A presidente Dilma Rousseff decidiu abrir o cofre, liberar o preenchimento do segundo escalão e mudar a relação com o Congresso na tentativa de debelar a crise política que ontem foi ampliada pela aprovação do requerimento de convocação do ministro Antonio Palocci, suspenso depois pela mesa diretora da Câmara.

Dilma pretende redefinir o papel de Palocci e fortalecer o ministro Luiz Sérgio Oliveira na coordenação política. Ele recebeu de Palocci um mapa com mais de cem cargos cobiçados por governistas, com instruções de Dilma para as nomeações. O governo também decidiu liberar cerca de R$ 500 milhões em restos a pagar para atender emendas aliadas.

A presidente Dilma Rousseff decidiu abrir o cofre, liberar o preenchimento de cargos no segundo escalão e mudar de postura na relação com o Congresso na tentativa de debelar a crise política e manter no cargo o ministro Antonio Palocci (Casa Civil), desgastado com a denúncia de que seu patrimônio aumentou 20 vezes no período em que era deputado federal e chefiou a campanha da presidente eleita."O maior desafio do governo é político", disse a presidente em almoço com a bancada de senadores do PMDB, segundo relato dos presentes. "Ninguém governa só com o Executivo", acrescentou, em outro momento. Hoje o PT reúne a executiva do partido, mas deve evitar se manifestar sobre Palocci. Chamou a atenção, ontem, o fato de o ministro da Casa Civil não participar do almoço com o PMDB, pois tinha outra reunião agendada. Do Palácio do Planalto, foram Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral), que a cada dia se manifesta mais sobre assuntos políticos (foi quem culpou o PSDB pelas denúncias contra Palocci), e Luiz Sérgio, das Relações Institucionais.

Antes do almoço com o PMDB, a presidente reuniu a base aliada para antecipar o programa Brasil Sem Miséria, a ser lançado hoje. Um dos líderes disse ao ministro: "Se o senhor conseguir se defender do PT, no resto a gente ajuda". Palocci respondeu: "Eu não consigo. Por favor, me ajudem".

Aliados do ministros no PT gostariam que a executiva emitisse uma nota de apoio, o que até a noite de ontem não estava em consideração. Palocci cogitou falar hoje aos jornalistas, mas foi desaconselhado porque a notícia concorreria ou mesmo encobriria o lançamento do programa Brasil Sem Miséria.

Na tentativa de contornar a crise, a presidente faz três apostas: fortalecer Luiz Sérgio, aumentar seus contatos com a classe política e redefinir o papel de Palocci no governo.

No que se refere a Luiz Sérgio, o governo decidiu liberar cerca de R$ 500 milhões do orçamento de restos a pagar para o ministro atender às reivindicações de pagamento das emendas dos parlamentares aliados. Luiz Sérgio também recebeu de Palocci o mapa com mais de uma centena de cargos que estão sendo reivindicados por partidos governistas, com instruções de Dilma para resolver as nomeações. O temor da base aliada é que Dilma e Palocci tenham dado instrumentos para Luiz Sérgio atuar tarde demais.

É concreta a expectativa no governo de que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, não indiciará Palocci, contentando-se com as explicações complementares que o ministro enviaria ontem para o Ministério Público Federal. Dilma não quer entregar a cabeça do principal ministro político do governo apenas cinco meses depois da posse. Mas se ficar no cargo, Palocci - assim como a presidente - deve dar mais liberdade de ação para Luiz Sérgio e ele mesmo tratar de fazer uma pauta positiva para Dilma.

No almoço com a bancada do PMDB no Senado, a presidente disse que fará mais encontros com os congressistas e que é importante que os ministros recebam os senadores, que têm demandas legítimas de seus Estados. Dois assuntos dominaram a conversa: Código Florestal, que será analisado e votado pelo Senado, e medidas provisórias. No que se refere ao código, ela disse que são 11 os pontos dos quais o governo discorda, principalmente a Emenda 164. A presidente explicou que teme a repercussão da opinião pública internacional, que tem muita preocupação com o desmatamento.

Dilma estava simpática, de acordo com o testemunho dos pemedebistas, espontânea e procurou deixar todos à vontade, demonstrando interesse em tudo o que os senadores falaram. Foi paciente até mesmo com as reclamações. Pouco antes, na reunião para o lançamento do Brasil Sem Miséria, o líder do PMDB na Câmara, Henrique Alves, disse que ela deveria ter lançado o programa no Nordeste. "O ex-presidente [Luiz Inácio] Lula [da Silva] tem forte penetração no Nordeste e não podemos perder isso". O presidente em exercício do PMDB, Valdir Raupp (RO), cobrou o compromisso do governo de duplicar a malha rodoviária federal assumido com o partido na aprovação do projeto que criou a estatal do trem-bala. Nessa mesma reunião, o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) disse que o governo administrou "pessimamente" a discussão sobre o kit gay e que a presidente não recebe os evangélicos, que apoiaram sua eleição.

Ninguém cobrou Dilma diretamente sobre cargos. Nem sequer foi mencionado o telefonema no qual Palocci ameaçou o vice-presidente Michel Temer de tirar os ministério do PMDB, devido à rebelião do partido na votação do Código Florestal.

No PT e no governo existe a avaliação de que a coordenação política não pode ser sacrificada pela derrota no Código Florestal. Isso porque ela teria construído um semestre de vitórias importantes, entre as quais os projetos do pré-sal, reajuste do salário mínimo, a criação da estatal que vai cuidar do trem-bala, a estatal dos hospitais, a criação da Autoridade Olímpica, o acordo de Itaipu e o projeto da Reserva Global de Reversão, que nem Lula conseguiu aprovar.

No almoço com Dilma, o senador Eduardo Braga (AM) defendeu a renegociação das dívidas estaduais. Ele mostrou que os Estados estão ficando asfixiados e que é preciso buscar um caminho para aumentar o nível de investimentos dos governadores. Sugeriu, inclusive, abrir a discussão sobre a troca do indexador (algo que os governadores do PT também defendem). Dilma disse que é uma discussão difícil de travar por conta da Lei de Responsabilidade Fiscal. Os senadores do PMDB defenderam a mudança no ritmo de tramitação das MPs, sob o argumento de que precisam de mais tempo para apreciar as matérias. Reclamam que elas ficam muito tempo paradas na Câmara e chegam ao Senado perto de vencer, o que faz com que a análise dos textos tenha que ser "açodada". Dilma ouviu com atenção, mas não se comprometeu com a mudança. (Colaboraram Raquel Ulhôa e Paulo de Tarso Lyra)

GOVERNO DILMA/PALOCCI [iN:] NADA A TEMER ? (2)

GOVERNO JOGA DURO PARA TENTAR ANULAR CONVOCAÇÃO DE PALOCCI

CONVOCAÇÃO DE PALOCCI VIRA GUERRA


Autor(es): agência o globo: Isabel Braga
O Globo - 02/06/2011

Em votação polêmica e que está sendo contestada pelos governistas, o ministro Antonio Palocci (Casa Civil) foi convocado ontem para explicar, na Comissão de Agricultura da Câmara, o aumento substancial de seu patrimônio nos últimos quatro anos. Diante do recurso dos governistas - que tinham cochilado na comissão -, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT), decidiu que o ato não poderá produzir efeitos até a próxima terça-feira, quando anunciará se mantém ou revoga a convocação.

Apesar de minoritária, a oposição conseguiu surpreender os governistas com uma ação regimental na Comissão de Agricultura, garantindo a aprovação do requerimento em votação simbólica, sem dar margem à votação nominal, na qual os aliados do governo venceriam. A alegação do requerimento para que Palocci fale nesta comissão é que ele teria prestado consultoria na área do agronegócio.

Muitos viram na atitude dos governistas presentes na Comissão de Agricultura descuido e até mesmo corpo mole para tentar evitar, de forma efetiva, a aprovação do requerimento. No momento em que o presidente da comissão, Lira Maia (DEM-PA), anunciou o início da votação do requerimento, alguns levantaram as mãos, outros titubearam, como se não tivessem compreendido. Além disso, os governistas abriram mão de votar um outro requerimento solicitando a votação nominal, e não simbólica.

- Os governistas cochilaram, não levantaram as mãos. Pelo menos 31 estavam presentes, quantos levantaram as mãos? Se alguns se arrependeram ou não estavam atentos, não invalida a votação. Não há ninguém que poderá contestar a decisão - avisou o líder do DEM, ACM Neto (BA), acrescentando que se o presidente Marco Maia revogá-la na próxima terça-feira, irá ao Supremo Tribunal Federal.

Governistas teriam feito "corpo mole"

O líder do PSDB, deputado Duarte Nogueira (SP), disse que a convocação de Palocci foi legítima:

- A votação foi regimental e ele está convocado. O presidente não tem poder (de revogá-la).

Os governistas reagiram, argumentando que a decisão contra a convocação foi expressa nos encaminhamentos, e sustentaram que a maioria dos deputados levantou as mãos. Justificaram que a decisão de retirar o requerimento para votação nominal foi tomada por confiarem que Lira Maia não agiria de má-fé.

- Palocci não foi convocado porque não é a vontade da maioria da comissão. Se a oposição vai para o tudo ou nada, com a quebra de confiança, também vamos para o tudo ou nada - disse o vice-líder do governo, Odair Cunha (PT-MG)

Indignado, o deputado Bohn Gass (PT-RS), que integra a comissão, acrescentou:

- Tudo podemos esperar de uma oposição que está perdendo, menos anunciar um resultado que não existiu, um resultado contrário.

Marco Maia avisou que irá ver o vídeo da votação, ler a ata, conversar com os deputados e o presidente da comissão para tomar uma decisão equilibrada. Sobre deixar exposto o ministro Palocci, Maia afirmou:

- Não estou preocupado com a situação de A, B ou C, mas em cumprir o regimento da Casa.

Alguns deputados admitiam reservadamente que houve "corpo mole" dos governistas na Comissão de Agricultura. A avaliação política é que o governo está desarticulado no Congresso e que os rumos do caso dependerão muito da decisão do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, sobre a questão. Marco Maia disse ontem que Palocci deve explicações:

- O ministro Palocci tem que se explicar. Mas também acho que ele está fazendo isso na Procuradoria. Temos que aguardar a manifestação do procurador para não transformar isso em disputa entre governo e oposição. É preciso que a procuradoria se posicione e tome a decisão de investigar ou não. Na Câmara, o debate é político.

O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), classificou como golpe a manobra da oposição e disse acreditar que ela não irá se sustentar. À noite, comemorou a decisão de Maia. E negou descuido por parte dos governistas. Ele foi avisado, por telefone, da votação, enquanto estava em reunião no Planalto.

- Não foi manobra regimental, foi um golpe, o que não é bom para o Parlamento. O regimento não dá guarida a nenhum tipo de golpe. A base não cochilou, não. Os deputados estavam indignados. O Palocci considera o mesmo: quando se perde, é uma coisa. Não foi o caso. Golpe, tem como refazer. Ele não irá a esta comissão - anunciou Vaccarezza.

O líder do PSOL, Chico Alencar (RJ), ironizou:

- A blindagem do Palocci passou do limite do razoável. Vai se investigar a Comissão (de Agricultura) para não se investigar o Palocci.

Em outras duas comissões da Câmara, o governo impediu a convocação de Palocci. Mesmo votando contra, alguns deputados criticaram o ministro:

- O que se está debatendo aqui (a convocação de Palocci), a sociedade clama nas ruas, nas redes sociais. Tenho recebido inúmeros e-mails. Mesmo votando contra a convocação na Comissão de Ciência e Tecnologia, precisamos, sim, de explicações - cobrou Domingos Neto (PSB-CE).

O peemedebista Wladimir Costa (PA) votou contra a convocação, mas pontuou:

- O ministro Palocci não trata bem os deputados, não recebe. Sou contra a convocação agora, mas espero que ele aprende a ter um pouco de humildade.

Em plenário, Paulo Rubem Santiago (PDT-PE) criticou a decisão de Maia e o fato de Palocci não se explicar:

- Quanto mais se protela, mais sangra, mais aumentam o passe e a chantagem no Planalto por emendas, por projetos.

MARCO MAIA/PALOCCI [iN:] NADA A TEMER ?

Maia sai em defesa de Palocci

Convocação adiada até terça


Autor(es): Ivan Iunes
Correio Braziliense - 02/06/2011

O presidente da Casa quer investigar se houve "golpe contra o regimento" na convocação do ministro pela oposição. O depoimento sobre as denúncias de evolução patrimonial está suspenso até terça-feira.

Presidente da Câmara suspende decisão da Comissão de Agricultura e Pecuária de ouvir explicações do ministro Antonio Palocci sobre a multiplicação patrimonial

A multiplicação patrimonial de Antonio Palocci vai continuar a dar dor de cabeça ao governo na Câmara dos Deputados pelo menos até a próxima terça-feira. De tanto insistir, a oposição até conseguiu convocar o ministro da Casa Civil para depor na Comissão de Agricultura e Pecuária, mas o responsável pela articulação política do governo, no entanto, pode não precisar pisar a Casa para prestar esclarecimentos. Tudo porque os governistas conseguiram suspender a aprovação do requerimento, alegando que a votação foi irregular, feita a partir de um “golpe contra o regimento”. A palavra final sobre a validade da convocação será dada pelo presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), somente na semana que vem. Até lá, a crise permanece sem ser estancada, como deseja o governo.

A manobra da oposição para conseguir a votação começou a ser articulada pela manhã e envolveu a apresentação do requerimento em cinco comissões. Para a oposição, um descuido dos governistas permitiu a aprovação da convocação na Comissão de Agricultura e Pecuária (CAP) da Câmara. Do outro lado da mesa, os líderes da base aliada alegam que o presidente da CAP, Lira Maia (DEM-PA), inverteu o resultado da votação. O deputado aprovou o requerimento, quando a maioria teria rejeitado a convocação. Depois da proclamação do resultado e dos protestos governistas, Lira Maia chegou a acenar com nova votação, mas voltou atrás por determinação do líder do DEM na Câmara, Antônio Carlos Magalhães Neto (BA).

Com a sessão parada para que o caso fosse resolvido, os líderes do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), e do PMDB, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), deixaram às pressas a reunião do conselho político para tentar contornar o revés. Sem acordo para nova votação, no entanto, os governistas tentaram anular a convocação em plenário e o presidente da Câmara, Marco Maia, pediu seis dias para tomar uma decisão. “O que aconteceu foi um golpe. O acordo era que o presidente da Comissão aceitaria o encaminhamento do líder do governo o que não aconteceu. Não foi esperteza regimental, foi um golpe”, criticou Vaccarezza.

Gravação
ACM Neto, que conduziu a manobra na Comissão de Agricultura e Pecuária, disse que os deputados governistas tiveram oito segundos para se manifestar e a maioria permaneceu imóvel — as gravações da sessão não permitem confirmação sobre o número de votos favoráveis e contrários à convocação. “Sustentaremos até o fim a validade da convocação. Para todos os fins, Palocci está convocado a depor”, disse o líder do DEM. Já o líder do governo garante que o ministro não comparecerá para explicar sua atuação como consultor e a suposta multiplicação do patrimônio por 20 em apenas quatro anos. “Ele não irá a essa comissão porque a comissão não aprovou essa convocação”, desafiou Vaccarezza.

Os governistas ainda conseguiram a suspensão temporária da convocação, decidida por Marco Maia. “Vamos suspender por hora a decisão tomada pela Comissão para que eu possa olhar os vídeos produzidos, possa escutar o presidente Lira Maia, tomar conhecimento das notas taquigráficas, ouvir as gravações, os deputados e tomarei a decisão final na próxima terça-feira”, disse o presidente da Casa. Com a oposição e o governo novamente em rota de colisão, a votação do novo Código Brasileiro de Aeronáutica acabou suspensa.

À noite, senadores de oposição encomendaram três pizzas para protestar contra a suspensão da convocação de Palocci. Eles distribuíram fatias no cafezinho do plenário. Os governistas evitaram participar do lanche coletivo.

PT/PALOCCI [In:] ''TEATRINHO'' MAMBEMBE

PT CONTRARIA LULA E COMEÇA A BRIGAR PELA VAGA DE PALOCCI

LÍDERES PETISTAS CONTRARIAM LULA E JÁ DISCUTEM NOME PARA SUBSTITUIR PALOCCI


Autor(es): Vera Rosa e João Domingos
O Estado de S. Paulo - 02/06/2011

Expoentes do PT em Brasília cogitam os ministros Paulo Bernardo (Comunicações) e Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) para o lugar do atual chefe da Casa Civil, que ontem foi convocado a depor em comissão da Câmara sobre sua evolução patrimonial

Na contramão da estratégia traçada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dirigentes e líderes do PT não só querem a saída do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, como já discutem pelo menos dois nomes para substituí-lo. O argumento é o de que a manutenção de Palocci provoca enorme desgaste ao governo da presidente Dilma Rousseff e sua preservação aumentará ainda mais a crise política.

Um sintoma da mudança de tom em relação a Palocci ocorrerá na reunião de hoje da Executiva Nacional do PT, em Brasília. Na prática, o partido de Dilma lavará as mãos: não produzirá resolução apoiando o ministro, mas também não pedirá sua cabeça em público.

A fragilidade cada vez maior de Palocci - convocado ontem para prestar esclarecimentos na Comissão de Agricultura da Câmara - já alimenta uma disputa fratricida no PT pelo espólio da Casa Civil. Dois nomes são citados para a vaga: Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) e Paulo Bernardo (Comunicações).

Para queimar Bernardo, grupos que se opõem a ele vazaram a informação de que a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) pedira a saída de Palocci em um almoço oferecido a Lula, em Brasília, na semana passada. Foi uma tentativa de constrangimento, já que Gleisi é mulher de Bernardo.

Ela telefonou para Palocci ontem para desfazer o que chamou de "intriga" com o objetivo de atingir Bernardo. No almoço com Lula, a senadora perguntou ao ex-presidente até que ponto valia "queimar gordura" para defender Palocci por causa de um projeto pessoal do ministro, se ele não dava explicações sobre a evolução do seu patrimônio.

Com o governo sob cerco político, outros petistas reforçaram ontem o coro das cobranças a Palocci, acusado de enriquecimento ilícito e tráfico de influência. De nada adiantaram os apelos de Lula, que, antes de viajar para Cuba, chamou companheiros a seu escritório, em São Paulo, para pedir que não rifassem o chefe de Casa Civil. "Se vocês não segurarem Palocci, a oposição não vai dar sossego", disse Lula.

O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), admitiu, porém, que a opinião pública precisa de mais informações. "O ministro tem de se explicar", insistiu Maia. "Não se pode transformar esse episódio em disputa entre governo e oposição, e a Procuradoria-Geral da República tem de tomar uma decisão de investigar ou não. Aqui na Câmara o debate é político e não serve para ninguém."

Espera. O senador Walter Pinheiro (PT-BA), um dos primeiros a cobrar explicações do ministro, afirmou que a crise só aumentará enquanto Palocci não esclarecer a multiplicação de seu patrimônio em 20 vezes, nos últimos quatro anos. "Quem está em cargo público tem de dar esclarecimentos públicos. Ou faz isso ou deixa o cargo", ressaltou. "Estamos aguardando as manifestações do ministro há duas semanas. Esse tempo só tramou contra ele, o PT e o governo."

O PT defende mudanças no modelo de articulação política do Palácio do Planalto. Se Palocci for defenestrado e Bernardo transferido para a Casa Civil, há quem pregue a transferência de César Alvarez (PT) para o comando das Comunicações. Alvarez, hoje, é secretário executivo da pasta.

Petistas também não abrem mão da Secretaria de Relações Institucionais. Dizem que o ministro Luiz Sérgio está "com os dias contados", mas não querem ceder o espaço para o PMDB. Com esse argumento, muitos defendem a volta de Alexandre Padilha, hoje no Ministério da Saúde, para a seara política.

Para o presidente do PT paulista, Edinho Silva, o partido deveria ir para a ofensiva e respaldar Palocci. "É um equívoco o PT fazer coro com a oposição", afirmou. "Antes de tudo, é preciso deixar claro o que pode ou não ser feito pelo homem público."

CONGRESSO NACIONAL [In:] SALÁRIO MÁXIMO

CONGRESSO QUER O MESMO SALÁRIO DO STF

SUPREMA GANÂNCIA


Autor(es): Izabelle Torres e Isabella Souto
Correio Braziliense - 02/06/2011

Proposta de Emenda Constitucional aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara pretende equiparar definitivamente os vencimentos de deputados, de senadores e do Executivo aos do Supremo Tribunal Federal (STF). Na prática, os parlamentares, assim como o presidente da República, receberiam os mesmos aumentos dos magistrados. A medida evitaria o desgaste político da votação de projetos para a concessão dos reajustes. Os ministros do STF ganham hoje R$ 26.723, mas reivindicam a elevação desse valor para R$ 30.675

Deputados aprovam na CCJ proposta que equipara salários de congressistas e do Executivo aos dos ministros do STF. E já tramita na Casa um projeto de elevar os vencimentos da Corte


Os deputados federais querem acabar com o desgaste diante da opinião pública em torno dos reajustes dos próprios salários, sem no entanto deixarem de inchar as contas bancárias todos os anos. Encontraram a saída em uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) aprovada ontem na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, que formaliza a equiparação dos valores pagos a congressistas e integrantes do Executivo aos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Dessa forma, os parlamentares não precisarão mais propor e discutir projetos separadamente. Vão apenas votar as propostas e os pedidos de reajustes encaminhados pelos integrantes da Corte e se beneficiar deles automaticamente.

Desde fevereiro, os R$ 26.723,13 pagos aos integrantes do STF passaram a ser o valor dos salários dos deputados, senadores, da presidente da República, do vice-presidente da República e dos ministros do Executivo. Uma equiparação extraoficial, que vai passar a ser lei depois que o Congresso aprovar a matéria. “Nossa ideia é acabar com essa discussão anual e oficializar uma situação mais justa. Não há motivos para diferenciar os salários dos integrantes dos poderes da República. É uma garantia de tratamento igual a todos”, diz o autor da PEC, Nelson Marquezelli (PTB-SP).

Entre as vantagens citadas informalmente entre os deputados que votaram ontem a favor da tramitação da matéria — e insistiram na necessidade de dar celeridade ao projeto — está a garantia de um novo reajuste salarial iminente. É que, desde agosto do ano passado, tramita na Casa um projeto apresentado pelo presidente do STF, Cezar Peluso, que propôe elevar o salário dos ministros dos atuais R$ 26.723 para R$ 30.675. O texto prevê ainda uma política contínua de reajuste anual nos meses de janeiro, sem a necessidade de aprovação de propostas pelo Congresso.

Ao aprovar a proposta do STF, os deputados estariam formalizando também uma política salarial para eles mesmos. “Estamos defendendo a aprovação da PEC por uma questão de justiça e para legalizar a situação salarial dos poderes. Não estamos tratando de reajustes ou do projeto do STF. Qualquer discussão sobre esse assunto só deve entrar na pauta no fim do ano”, afirma Marquezelli.

Limites mantidos
O texto da PEC acaba com o efeito cascata imediato em estados e municípios, estabelecendo que depois dos reajustes federais, o efeito só poderá ocorrer por meio da edição de leis específicas. Mas os limites dos vencimentos continuam sendo os previstos na Constituição atualmente. Dessa forma, com base no salário pleiteado pelos ministros do STF, de R$ 30.675, as assembleias legislativas dos estados poderão editar normas regionais estabelecendo os vencimentos dos seus integrantes em até R$ 23.006,25 nos estados, ou 75% dos valores federais.

Adotado o teto, em Minas Gerais o custo extra estimado com os 77 deputados será de R$ 228,2 mil a cada mês. Na Câmara Legislativa, os 24 deputados distritais custarão R$ 71,1 mil extras.

Se a PEC que equipara todos os cargos de comando nos Três Poderes for aprovada em plenário e no Senado, o impacto financeiro da proposta do STF que tramita na Casa seria de mais de R$ 82,5 milhões por ano, considerando os percentuais máximos estabelecidos pela proposta para os vencimentos dos políticos nos estados e nos municípios.

Para o relator da PEC na CCJ, deputado Arthur Oliveira Maia (PMDB-BA), a proposta em discussão é boa e promove isonomia. “A própria Constituição atribui prerrogativas comuns às autoridades elencadas na proposta, como a iniciativa de leis e o direito de serem processados e julgados originalmente pelo STF”, argumenta. A matéria será analisada por uma comissão especial e encaminhada ao plenário da Câmara. A depender dos discursos de ontem, uma tramitação que deve ser célere, ao contrário do que acontece com a maior parte dos projetos na Casa.

ECONOMIA & INDÚSTRIA [In:] DESINDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA ?

Inflação ajuda a conter ritmo da indústria

Inflação já colabora para retração do consumo e da produção industrial
Autor(es): José Roberto Campos | De São Paulo
Valor Econômico - 02/06/2011

A inflação fez o seu conhecido trabalho, corroendo o poder aquisitivo dos assalariados, e sua colaboração está registrada na queda da produção industrial de abril, de 2,1%, a maior desde dezembro de 2008. Alguns setores de consumo de massa domésticos desaceleram sob o peso da redução da demanda causada pelos aumentos de preços. A forte disparada dos alimentos ultrapassou até os mais generosos reajustes salariais concedidos em 2010 e atingiu em cheio as classes C e D, que impulsionaram o crescimento de 7,5% do Produto Interno Bruto em 2010. A indústria de alimentos recuou 8,2% em abril em relação a abril de 2010 e a de bens intermediários para a produção de alimentos, 19,4%.

A inflação fez o seu trabalho de sempre, corroendo o poder aquisitivo dos assalariados, e sua colaboração está discretamente registrada na queda da produção industrial de abril, de 2,1%, a maior desde dezembro de 2008. Alguns setores de consumo de massa domésticos estão desacelerando sob o peso da redução da demanda motivada pelos aumentos de preços - a concorrência dos importados, o aperto seletivo de crédito e o aumento de juros fazem o resto do serviço.

A disparada dos alimentos até abril deixou para trás mesmo os percentuais mais generosos dos reajustes salariais concedidos em 2010. O aumento da cesta básica em 16 capitais foi, na média, de 9,82% no ano - foi pior, de 12,5% em março. As maiores altas estiveram disseminadas também por capitais do Nordeste, região onde o desempenho de vendas e produção avançava com folga acima da média desses indicadores no resto do país. Em Fortaleza, a alta em quatro meses foi de 19,3% e de 19,8% em Goiânia.

O peso dos alimentos no orçamento doméstico atinge com mais força quem ganha menos, as classes C e D, exatamente as que impulsionaram a economia para sua mais alta taxa de crescimento em 25 anos, de 7,5% em 2010. Cerca de 60% das pessoas ocupadas no país ganham até dois salários mínimos.A resposta para a questão de que até que ponto a alta refreou o consumo no varejo é imprecisa, pois os indicadores têm defasagens. Até março (último dado disponível) o comércio varejista tinha reduzido pela metade sua velocidade de crescimento, muito elevada em 2010, especialmente nos setores de hipermercados e supermercados.

Essa corrosão do poder de compra pela inflação teve impacto no índice de produção industrial de abril e não só no setor de alimentação. Segundo o IBGE, entre as maiores influências para o recuo da taxa global da produção, na comparação com abril de 2010, estão alimentos (-8,2%) e têxteis (-15,2%). Em bens intermediários para a produção de alimentos, a queda foi ainda mais intensa, de 19,4%. No acumulado do ano, a produção de "bens de salário" começa a ser contida. Na indústria de alimentos, até abril, o recuo é de 1,4%, na de bebidas, 3%, e na de calçados, têxteis ou vestuário, há estagnação ou pequena queda. As fartas importações têm um papel nessa história.

A manutenção do dinamismo industrial, em uma situação de corrosão do poder de compra, dependerá de se os reajustes salariais e do salário mínimo reporão a perda do poder de compra. O salário mínimo em 2011 perdeu por pouco da inflação e há dúvidas sobre se os dissídios este ano ultrapassarão por margens confortáveis a evolução dos índices de preços (como em 2010), em especial diante de uma desaceleração da economia. Em 12 meses até março (último dado), o salário real na indústria de transformação teve queda de 0,9%, ainda discreta, mas significativa diante da longa série de aumentos no passado recente.

O total dos rendimentos das pessoas ocupadas na economia caiu 1,28% em março, último dado divulgado. A massa salarial real na indústria de transformação ainda cresce pelo aumento do emprego, que já se tornou residual na indústria e tende a apresentar números negativos em um futuro próximo.

Os efeitos da política monetária sobre a situação do mercado de trabalho determinarão, em boa parte, o comportamento da economia e o grau de acerto ou erro do gradualismo do Banco Central, que obteve alguns sucessos até agora.

É impossível determinar a priori qual a dose de juros e de aperto monetário que levará a economia a uma expansão moderada, com alguma folga na oferta de mão de obra e modestos reajustes salariais. Se a redução do nível de atividade for irrelevante ou pequena, haverá uma pressão adicional por indexação começando dos salários, a inflação continuará acima da meta e a dose de juros terá de ser maior.

''QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?''

SINOPSES - RESUMO DOS JORNAIS

02 de junho de 2011

O Globo


Manchete: Governo joga duro para tentar anular convocação de Palocci

Chamado para ministro se explicar foi aprovado em votação polêmica

A oposição conseguiu aprovar ontem, em polêmica votação na Comissão de Agricultura da Câmara, a convocação do ministro Antonio Palocci (Casa Civil) para explicar o aumento de seu patrimônio. Os governistas, que cochilaram na reunião da comissão, reagiram imediatamente e recorreram ao plenário, que tem o poder de derrubar a convocação. Diante de intensa batalha, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT), decidiu suspender a convocação até a próxima terça-feira, quando anunciará se mantém ou revoga a decisão da Comissão de Agricultura após ver a fita da sessão. O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza, chamou a manobra da oposição de golpe e disse que a convocação não será mantida. Ontem, a presidente Dilma Rousseff recebeu para almoço os senadores do PMDB, mas não tocou na crise que envolve seu chefe da Casa Civil. Palocci não participou da reunião do PMDB, mas foi a um encontro do Conselho Político do governo, onde pediu ajuda a aliados. (Págs. 1, 3, 4 e 9)

Fotolegenda: O candidato mais fraco

O ministro Mantega, ao fundo, conduz o mexicano Agustín Carstens, que disputa com a francesa Christine Lagarde a chefia do FMI. Ela é a candidata mais forte. (Págs. 1 e 26)


Ibama dá o sinal verde a Belo Monte

Licença é comemorada pelo governo, mas Ministério Público Federal promete nova ação

Após considerar cumpridas ou parcialmente cumpridas as 40 condicionantes impostas ao consórcio Energia, o Ibama concedeu a licença de instalação do canteiro de obras da hidrelétrica de Belo Monte. O ato foi comemorado pelo governo, que aproveitou para lançar um programa de desenvolvimento sustentável para a região do Xingu. O Ibama fez outras 23 exigências para as próximas etapas do projeto. O procurador do Ministério Público Federal do Pará Felício Pontes Junior diz que deve entrar com a 13ª ação contra o empreendimento. (Págs. 1, 21 e 22 e Míriam Leitão)

Brasil já admite recuo nuclear

O ministro de Minas e energia, Edison Lobão, disse ontem que o governo está reavaliando a política de expansão do programa nuclear do país até 2030. Com isso, não há mais garantias de que as quatro novas usinas anunciadas sairão do papel. Apesar da declaração, nos bastidores, o governo considera remota uma revisão dos planos. Vários países recuaram em sua política de energia nuclear após o acidente em Fukushima, no Japão. (Págs. 1 e 23)


Bancos não passam em teste de tarifas

Teste feito pelo GLOBO mostra que, no primeiro dia das novas regras para cartões de crédito, os bancos deram informações erradas aos clientes. O número máximo de tarifas cai de 80 para cinco. (Págs. 1 e 25)


Galeão volta à lista dos privatizáveis

Depois de Guarulhos, Viracopos (Campinas) e Brasília, o governo volta a admitir privatizar os aeroportos de Galeão e Confins (Belo Horizonte), nos mesmos moldes: 51% para o setor privado. (págs. 1 e 27)


Supremo anula leis estaduais que incentivam guerra fiscal. (Págs. 1 e 26)


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Folha de S. Paulo


Manchete: Acuado na Câmara, Palocci é cobrado por Dilma e Lula

Comissão convoca ministro para explicar patrimônio; líderes do PT dizem que defesa agora só cabe a ele

A oposição aprovou, na Comissão de Agricultura da Câmara, a convocação do ministro Antonio Palocci para que ele explique o aumento de seu patrimônio.

A medida passou sem que os governistas se mobilizassem em defesa de Palocci. Apenas houve reação quando o presidente da Câmara, Maço Maia (PT-RS), suspendeu a convocação até terça-feira. Maia afirmou, porém, que o chefe da Casa Civil “tem que se explicar”.

A presidente Dilma Rousseff e seu antecessor, Lula, disseram a Palocci que cabe a ele se defender o mais rapidamente possível para encerrar a crise, informam Valdo Cruz e Natuza Nery.

Até então presente às principais reuniões políticas do governo, o ministro da Casa Civil não foi ao encontro de Dilma com senadores do PMDB. (Págs. 1, A4 e Poder)

‘Agenda positiva’ inclui programa antimiséria

O governo usa hoje o lançamento do Brasil sem Miséria, plano de erradicação da pobreza extrema, como parte da tentativa de apresentar uma “agenda positiva” num momento de crise no Congresso e enfraquecimento de Antonio Palocci.

O programa visará transferência de renda, microcrédito e acesso à água. Amanhã, a presidente Dilma inaugura plataforma de petróleo no Rio. A concessão de aeroportos e a licença de Belo Monte também fizeram parte da agenda. (Págs. 1, A6 e Poder)

Sem exigências, Ibama libera obra de Belo Monte

O Ibama concedeu a licença para a construção da usina de Belo Monte, no Pará, mesmo sem o cumprimento pleno das 40 exigências do órgão ao consórcio Norte Energia, responsável pela obra. (Págs. 1, B1 e Mercado)

Greve de trens da CPTM e de ônibus no ABC são mantidas (Págs. 1 e C4)


BC decide que nota com tinta antifurto não tem mais valor

Para dificultar a circulação de notas roubadas de caixas eletrônicos, o Banco Central decidiu que, desde ontem, cédulas marcadas com tinta pelos dispositivos antifurto não podem mais ser trocadas nos bancos.

Quem sacar no caixa eletrônico uma cédula marcada deve retirar extrato imediatamente para comprovar a operação e procurar uma agência. (Págs. 1, C1 e C3)

Blatter se reelege para mais 4 anos na chefia da Fifa

Presidente da Fifa há 13 anos, Joseph Blatter foi reeleito ontem para mais um mandato e ficará no cargo até 2015. Candidato único, ele obteve 186 votos dos 203 possíveis. (Págs. 1 e A2)

Infecção que atinge Europa chega aos EUA

O surto infeccioso causado por uma variedade da bactéria E.coli, que já matou 17 pessoas na Europa, chegou aos Estados Unidos. Dois americanos que estiveram na região norte da Alemanha foram infectados.

Foi afastada a suspeita de que o surto viesse de pepinos da Espanha. (Págs. 1 e A10)

Honduras volta à OEA dois anos depois do golpe (Págs. 1 e A11)


Editoriais

Leia “O segredo de Palocci”, que analisa a situação do governo diante da crise que envolve o ministro, e “Desaceleração à frente”, sobre a economia. (Págs. 1 e A2)


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O Estado de S. Paulo


Manchete: PT contraria Lula e começa a brigar pela vaga de Palocci

Na Câmara, a oposição aprovou a convocação do ministro para depor sobre sua evolução patrimonial

Na contramão da estratégia do ex-presidente Lula, o PT não só quer a saída do ministro Antonio Palocci (Casa Civil) como também já discute sua sucessão. O argumento é o de que a manutenção de Palocci, que enfrenta suspeitas sobre seu enriquecimento desgasta o governo de Dilma Rousseff, e o custo de sua preservação aumentará a crise política. A fragilidade do ministro alimenta disputa do PT pela Casa Civil, ignorando apelos de Lula para que preservassem Palocci. Dois ministros são citados para o posto: Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) e Paulo Bernardo (Comunicações). A oposição conseguiu aprovar a convocação de Palocci para dar explicações na Câmara, mas o presidente da Casa, Marco Maia (PT), suspendeu a decisão e só dará a palavra final na próxima terça-feira. (Págs. 1 e Nacional A4)

Brasil sem Miséria pagará R$ 2.400 a famílias rurais

O programa Brasil sem Miséria, que a presidente Dilma Rousseff apresenta hoje, quer incluir 800 mil famílias no Programa Bolsa Família, até dezembro de 2013. Também vai criar a Bolsa Verde, que pagará R$ 2.400 por família, em quatro parcelas de R$ 600, para tornar produtiva a terra onde já vivem. O anúncio oficial do programa será feito em solenidade especial, com 800 convidados, em meio à crise gerada pelo caso Palocci. (Págs. 1 e Nacional A8)

Ibama dá sinal verde para Belo Monte

O Ibama deu ontem sinal verde para início efetivo da construção da hidrelétrica de Belo Monte(PA). Na avaliação da equipe de licenciamento do órgão, a Norte Energia, responsável pela obra, cumpriu todas as obrigações ambientais. O Ibama se disse seguro da decisão e afirmou estar preparado para eventuais contestações judiciais. (Págs. 1 e Economia B3 a B5)

STF derruba benefício fiscal de Estados (Págs. 1 e Economia B7 )


Cédula manchada com tinta não terá valor (Págs. 1 e Cidades C1)


MEC corta 11 mil vagas em cursos de direito(Págs. 1 e Vida A16)


Comissão da Câmara aprova ‘lei da mordaça’ (Págs. 1 e Nacional A10)


Fotolegenda: Fifa culpa CBF por pressão contra SP

Joseph Blatter no congresso em que foi eleito para seu quarto mandato à frente da Fifa, em meio a escândalos de corrupção; dirigentes da entidade relataram a Jamil Chade que a pressão contra São Paulo na Copa não vem da Fifa, e sim da CBF, cujo presidente, Ricardo Teixeira, tem relação conflituosa com os tucanos que governam o Estado. Para a Fifa, Teixeira quer concentrar as atividades da Copa no Rio. (Págs. 1, E1 e E4)

Eugênio Bucci

A direita, o facão e o papagaio

Uma aura folclórica, translúcida e radioativa, faz reluzir esse novo histrionismo de intolerância direitista que vem ganhando espaço no Brasil. (Págs. 1 e Espaço Aberto A2)


Fernando Reinach

Proposta para a educação

Talvez seja hora de pensar num processo de educação que tenha como objetivo não copiar a informação para o cérebro, mas capacitar as pessoas. (Págs. 1 e Vida A18)


Notas & Informações

Desoneração e reforma

A desoneração da folha de pagamentos é vista no Ministério da Previdência como bomba-relógio. (Págs. 1 e A3)

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Correio Braziliense


Manchete: Congresso quer o mesmo salário do STF

Proposta de Emenda constitucional aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara pretende equiparar definitivamente os vencimentos de deputados, de senadores e do Executivo aos do Supremo Tribunal Federal (STF). Na prática, os parlamentares, assim como o presidente da república, receberiam os mesmos aumentos dos magistrados. A medida evitaria o desgaste político da votação de projetos para a concessão dos reajustes. O ministro do STF ganham hoje R$ 723, mas reivindicam a elevação desse valor para R$ 30.675. (Págs. 1 e 2)

Câmara: Maia sai em defesa de Palocci

O presidente da Casa quer investigar se houve “golpe contra o regimento” na convocação do ministro pela oposição. O depoimento sobre as denúncias de evolução patrimonial está suspenso até terça-feira. (Págs. 1 e 6)

Um afago no PMDB

Com ajuda do vice, Michel Temer, Dilma Rousseff prometeu aos senadores mudanças na articulação política. Meta é reduzir a influência da Casa Civil. (Págs. 1 e 6)

Tributos: Guerra fiscal cai na Justiça

STF revoga 23 leis que concediam isenções fiscais para atrair empresas no distrito Federal e em seis estados. A legislação do DF garantia a devolução, em forma de empréstimo, de até 70% do ICMS devido. (Págs. 1 e 15)

De olho na cor do dinheiro

Para combater furtos em caixas eletrônicos, como o ocorrido ontem em Valparaíso, BC decide que cédulas manchadas serão consideradas falsas. (Págs. 1, 18 e 34)

Dor de cabeça nos aeroportos

Vôos desviados de Guarulhos (SP), fechado devido à neblina, provocam caos em Brasília e em outros terminais. (Págs. 1, 12 e 13)

Não é miragem: Gasolina a R$ 2,46

Após superar a barreira dos R$ 3, preço do litro despenca. Mas só na Asa Norte. Na Sul, o valor chega a R$ 2,79. (Págs. 1 e 39)

Reação ao projeto gay

Lideradas por grupos religiosos, 20 mil pessoas protestaram contra a proposta que criminaliza a homofobia. (Págs. 1 e 7)

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Valor Econômico


Manchete: Economia mundial desacelera

A economia mundial está claramente em desaceleração e o ritmo é mais rápido do que se esperava. O nível de atividade já é o menor desde setembro, num movimento que atinge Estados Unidos, Europa, China, Índia, Coreia do Sul e muitos emergentes, inclusive o Brasil. O Índice de Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês), que mede a atividade de milhares de fábricas em todo o mundo, divulgado ontem, mostra que essa tendência é quase global, segundo Chris Williamson, economista-chefe da consultoria britânica Markit, que elabora o índice.

A ruptura de fornecimento de peças pelo Japão à industria automobilística e ao setor eletrônico, após o terremoto de março, afetou a produção global mais do que se previa. Outro fator foi a alta das commodities, que tirou poder de consumo das famílias.(Págs. 1, A12 e C2)

Inflação ajuda a conter ritmo da indústria

A inflação fez o seu conhecido trabalho, corroendo o poder aquisitivo dos assalariados, e sua colaboração está registrada na queda da produção industrial de abril, de 2,1%, a maior desde dezembro de 2008. Alguns setores de consumo de massa domésticos desaceleram sob o peso da redução da demanda causada pelos aumentos de preços. A forte disparada dos alimentos ultrapassou até os mais generosos reajustes salariais concedidos em 2010 e atingiu em cheio as classes C e D, que impulsionaram o crescimento de 7,5% do Produto Interno Bruto em 2010. A indústria de alimentos recuou 8,2% em abril em relação a abril de 2010 e a de bens intermediários para a produção de alimentos, 19,4%. (Págs. 1 e A2)

Fotolegenda: A última enchente

Benedito Barbosa da Trindade, de 63 anos, é uma das 15 mil pessoas que vivem em palafitas no igarapé Altamira e que serão removidas com a construção da usina de Belo Monte, que ontem obteve do Ibama a licença de instalação. "A vida aqui é difícil, mas você se acostuma. Por mim, eu não saia". (Págs. 1 e B11)

Governo usa verbas e cargos para debelar crise política

A presidente Dilma Rousseff decidiu abrir o cofre, liberar o preenchimento do segundo escalão e mudar a relação com o Congresso na tentativa de debelar a crise política que ontem foi ampliada pela aprovação do requerimento de convocação do ministro Antonio Palocci, suspenso depois pela mesa diretora da Câmara.

Dilma pretende redefinir o papel de Palocci e fortalecer o ministro Luiz Sérgio Oliveira na coordenação política. Ele recebeu de Palocci um mapa com mais de cem cargos cobiçados por governistas, com instruções de Dilma para as nomeações. O governo também decidiu liberar cerca de R$ 500 milhões em restos a pagar para atender emendas aliadas. (Págs. 1 e A6)

Valor do Pão de Açúcar diminui R$ 1,2 bi e sócios pedem calma

O empresário Abilio Diniz e o grupo Casino, sócios controladores do Pão de Açúcar, adotaram ontem, ao menos publicamente, um tom conciliador. Desde segunda-feira, quando o Casino iniciou processo arbitral contra Diniz, o valor de mercado do Pão de Açúcar recuou R$ 1,2 bilhão. "Há tensões, mas não guerra", disse ao Valor um executivo do Casino. Em mensagem à diretoria do grupo, Diniz falou em "serenidade". "Estou fazendo tudo aquilo que está ao meu alcance para deixar vocês e a companhia protegidos contra qualquer ataque. Brevemente a verdade prevalecerá e seguiremos juntos com alegria e felicidade". (Págs. 1 e D3)

GM projeta nova fábrica no Brasil

A General Motors estuda a implantação de uma segunda fábrica em Santa Catarina. O investimento, de aproximadamente R$ 300 milhões, iria atender à fabricação de peças e caixas para sistemas de transmissão na unidade de Gravataí e outras plantas na América Latina. O projeto está em fase de análise e está sendo discutido com o governo catarinense, em busca de incentivos fiscais. O diretor de relações institucionais da GM, Luiz Moan, diz que o projeto está em "fase de avaliação absolutamente interna". Uma fonte ligada ao governo do Estado informa que a fábrica ainda precisa ser aprovada pela matriz, mas que a decisão deve sair este ano. Santa Catarina levaria vantagem pela questão portuária - com seus cinco portos - e pela disponibilidade de mão de obra no setor. (Págs. 1 e B10)


Limitada sem sócio

O Senado aprovou projeto de lei que cria a empresa individual de responsabilidade limitada, constituída por uma só pessoa, e em que apenas o patrimônio social da empresa responde por suas dívidas. (Págs. 1 e A10)


Limite a subsídios nos EUA

Comitê de Orçamento da Câmara dos EUA aprova corte de subsídio a produtores rurais com receita superior a US$ 250 mil e também a efetivação do pagamento de US$ 147 milhões por ano ao Brasil por conta da derrota na disputa do algodão na OMC. (Págs. 1 e B13)

Exportações de suínos

A recente abertura dos mercados da China e dos EUA para a carne suína brasileira e o possível acesso ao Japão e Coreia do Sul poderão dobrar as exportações brasileiras no segmento em três anos. (Págs. 1 e B16)


Abaixo da cota

Pelo terceiro ano consecutivo, o Brasil ficará muito distante de cumprir o volume de vendas a que tem direito dentro da Cota Hilton. Nos 12 meses que serão encerrados em julho, o volume deve chegar a 400 toneladas, 4% de sua cota. (Págs. 1 e B16)


Idéias

Heloisa Magalhães

Parque Tecnológico da UFRJ abre chance de o Rio de Janeiro dar um salto em pesquisa e desenvolvimento. (Págs. 1 e A2)

Idéias

Alexandre Schwartsman

O Banco Central parece ter agora mais objetivos do que simplesmente manter a inflação na meta. (Págs. 1 e A11)


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