A proposta deste blogue é incentivar boas discussões sobre o mundo econômico em todos os seus aspectos: econômicos, políticos, sociais, demográficos, ambientais (Acesse Comentários). Nele inserimos as colunas "XÔ ESTRESSE" ; "Editorial" e "A Hora do Ângelus"; um espaço ecumênico de reflexão. (... postagens aos sábados e domingos quando possíveis). As postagens aqui, são desprovidas de quaisquer ideologia, crença ou preconceito por parte do administrador deste blogue.
PENSAR "GRANDE":
[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
***************************************************
“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.
----
''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).
"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).
"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br
=========valor ...ria...nine
folha gmail df1lkrha
***
sexta-feira, abril 27, 2012
CPI-CACHOEIRA-DELTA [In:] ... E O MARACA DOMINGO *
Para devassar todas as catacumbas da quadrilha, é necessária uma CPI da Delta
DELTA [In:] RAPTE-ME CAMALEOA (*)
O fator Delta
Autor(es): Fernando Gabeira |
O Estado de S. Paulo - 27/04/2012 |
No princípio, alguns políticos queriam excluir a Delta da CPI do Cachoeira. Desistiram. Era como arrancar o delta do alfabeto grego. Depois se falou em concentrar as investigações no eixo Brasília-Goiás. Mas o delta é foz de um rio com muitos braços e canais. Acidente geográfico, a Delta está no Rio de Janeiro.
Da cachoeira à foz, deságua num imenso mar de dúvidas. Não se trata só de uma CPI para dissecar os laços da Delta com Carlos Cachoeira e seus tentáculos na política e nos governos. A ascensão fulminante da empresa e de seu dono, Fernando Cavendish, pode fornecer material para excelente estudo sobre o Brasil moderno. Como se fazem essas fortunas, como se entrelaçam com interesses políticos, como prosperam à sombra do governo e como driblam os frágeis mecanismos de controle? Eis algumas perguntas sobre a mesa.
Isso foi sempre assim, dirão alguns. Mas há algo de singular na meteórica carreira de Cavendish como empreiteiro. O vice de Sérgio Cabral, Luiz Fernando Pezão, afirmou que o segredo do sucesso da Delta era sua agressividade, traduzida em preços mais baixos. Mas a tática da Delta, de acordo com quem entende de licitações, era vencer com preço baixo e correr atrás dos aditivos que eram acrescentados ao valor inicial do projeto. Em alguns casos, de 300%! Se isso era tão evidente para o mercado, como escapou aos experientes responsáveis pelos contratos do governo? Foram todos enganados por um jovem ambicioso?
Segundo algumas reportagens, Cavendish é simpático e bonachão, por isso se aproximou do governador do Rio e se tornou seu amigo íntimo. Os repórteres esqueceram alguns traços que podem trazer ruído à fotografia: ambos gostam de viagens, hotéis caros, cruzeiros de luxo. É possível que uma extraordinária empatia tenha movido a amizade desinteressada deles. Mas seria preciso outro ajuste de imagem. Cavendish diz em gravações que seu método para conquistar políticos é comprá-los. Como pode sair comprando políticos Brasil afora se no Rio, onde grande parte da sua fortuna foi conquistada, usou só seus belos olhos? Pode ser que Cavendish, como Demóstenes Torres, seja um caso de dupla personalidade: no Rio é um santo, fora do Rio, um tremendo predador.
Lendo o que foi publicado, noto outros sinais de pureza nos gestos de Cavendish no Rio. Ele reuniu suas empresas, segundo a imprensa, e as registrou em nome de uma tia, professora em Pernambuco. Havia um programa humorístico em que o ator Miguel Fallabela dizia: "Salvem a professorinha". Cavendish foi tão radical que pôs toda a sua fortuna na mão de uma delas.
Desde o desastre de helicóptero na Bahia em que morreram mulher e filhos de Cavendish, Cabral tenta explicar a amizade dos dois. O Ministério Público do Rio avaliou o caso e concluiu que não havia nenhuma ilegalidade, mas isso será revisto por um colegiado.
Cabral tende muito a proteger a privacidade de sua relação com Cavendish. Desmentiu logo que seria padrinho de um dos filhos dele: "Compadre, não. Somos só bons amigos". Na verdade, é uma proteção que estende a todos os seus amigos empresários. Indício dela é o fato de não divulgar quantas vezes e com quem viajou pelo mundo, o que deveria ser público para quem exerce o cargo de governador. Houve várias tentativas de obter a lista no Rio. Em vão. Novas tentativas foram feitas via Câmara dos Deputados. De novo em vão, o PMDB não abandona os seus. Como jornalista, é preciso reconhecer que a imprensa não se interessou pelas constantes viagens de Cabral, provavelmente com família, babás, caros hotéis no exterior. No meu tempo de jovem repórter, isso era notícia. Agora é só uma ironia aqui e ali, piada. Mas notícia mesmo, texto e fotos, nada apareceu ao longo dos seis anos em que Cabral descobriu o mundo.
Não questiono a amizade dos dois nem o que lhes parece uma boa vida em Paris. Mas a falta de transparência protegeu a Delta. Suas obras seriam julgadas sob outro crivo e suas vitórias nas concorrências, examinadas com lupa. Obras sem licitação após os temporais na Serra Fluminense? Nem pensar.
Cabral e Cavendish podem esconder os detalhes de sua relação em nome da privacidade. Mas ela é um pedaço do Brasil moderno. Merece estudo, pesquisa, quem sabe até novela ou filme: jovens simpáticos e bonachões que conquistaram o Rio, viveram tragédias, viajaram pelo mundo e, com os serviços profissionais do ex-ministro José Dirceu, exportaram sua energia positiva para o Planalto: a Delta transformou-se na grande empreiteira do PAC.
Em 2010, quando denunciei os laços de Cabral com Cavendish, o TRE-RJ tirou o programa do ar e mais tarde me condenou a pagar multa. Recorri, por meio do advogado do partido. Era só o que faltava, derrotado na eleição, não tinha como pagar multa. O caso caiu nas mãos do presidente do TRE, Luiz Sveiter, que se considerou suspeito para julgá-lo e o passou adiante. A gente vai perdendo tudo, mas o humor eles próprios não nos deixam perder. Uma grande ajuda que a CPI do Cachoeira dará à geografia política do Brasil é iluminar a Delta, com todos os seus braços e canais. E trazer um pouco de transparência ao complexo sistema de dominação fluminense, em que se entrelaçam todos os Poderes, muitas vezes até o quarto poder, com objetivo de nos ocultar parte da verdade.
Numa CPI tudo pode acontecer. Quem sabe Cabral e Cavendish vivem uma amizade desinteressada e o esquema de proteção que envolve o governador não é só uma conspiração do bem contra invasores da privacidade alheia? Como neste momento tudo é suposição, que tal começar pelas obras, seus preços e sobrepreços, maracutaias e maracanãs? Há uma história material a desvendar e só os fatos podem separar a realidade da fantasia.
Não sei se a CPI vai descobrir muita coisa. Na verdade, minha experiência mostrou que ela suscita mais descobertas do que propriamente as faz. De longe, só posso dizer que o Rio continua lindo, nada deveria impedir o Brasil de conhecê-lo melhor. O Rio de Janeiro, fevereiro e março, alô, alô, Cachoeira, aquele abraço.
---
(*) RAPTE-ME CAMALEOA (Caetano Veloso). ''Rapte-me camaleoaAdapte-me a uma cama boa..."--- |
MEIO AMBIENTE-MUNDO-BRASIL [In:] APENAS UM ''MEIO''...
Vende-se a natureza
Autor(es): Frei Betto |
Correio Braziliense - 27/04/2012 |
Escritor, é autor, em parceria com Marcelo Barros, de O amor fecunda o Universo - Ecologia e espiritualidade (Agir), entre outros livros
Às vésperas da Rio+20 é imprescindível denunciar a nova ofensiva do capitalismo neoliberal: a mercantilização da natureza. Já existe o mercado de carbono, estabelecido pelo Protocolo de Kyoto (1997). Ele determina que países desenvolvidos, principais poluidores, reduzam as emissões de gases de efeito estufa em 5,2%.
Reduzir o volume de veneno vomitado por aqueles países na atmosfera implica subtrair lucros. Assim, inventou-se o crédito de carbono. Uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) equivale a um crédito de carbono. O país rico ou suas empresas, ao ultrapassar o limite de poluição permitida, compra o crédito do país pobre ou de suas empresas que ainda não atingiram seus respectivos limites de emissão de CO2 e, assim, fica autorizado a emitir gases de efeito estufa. O valor dessa permissão deve ser inferior à multa que o país rico pagaria, caso ultrapassasse seu limite de emissão de CO2.
Surge agora nova proposta: a venda de serviços ambientais. Leia-se: apropriação e mercantilização das florestas tropicais, florestas plantadas (semeadas pelo ser humano) e ecossistemas. Devido à crise financeira que afeta os países desenvolvidos, o capital busca novas fontes de lucro. Ao capital industrial (produção) e ao capital financeiro (especulação), soma-se agora o capital natural (apropriação da natureza), também conhecido por economia verde.
A diferença dos serviços ambientais é que não são prestados por uma pessoa ou empresa; são ofertados, gratuitamente, pela natureza: água, alimentos, plantas medicinais, carbono (sua absorção e armazenamento), minérios, madeira etc. A proposta é dar um basta a essa gratuidade. Na lógica capitalista, o valor de troca de um bem está acima de seu valor de uso. Portanto, tais bens naturais devem ter preços.
Os consumidores dos bens da natureza passariam a pagar, não apenas pela administração da "manufatura" do produto (como pagamos pela água que sai da torneira em casa), mas pelo próprio bem. Ocorre que a natureza não tem conta bancária para receber o dinheiro pago pelos serviços que presta. Os defensores dessa proposta afirmam que, portanto, alguém ou alguma instituição deve receber o pagamento — o dono da floresta ou do ecossistema.
A proposta não leva em conta as comunidades que vivem nas florestas. Uma moradora da comunidade de Katobo, floresta da República Democrática do Congo, relata: "Coletamos lenha, cultivamos alimentos e comemos. A floresta fornece tudo — legumes, todo tipo de animal —, e isso nos permite viver bem. Por isso somos muito felizes com nossa floresta, porque nos permite conseguir tudo que precisamos. Quando ouvimos que a floresta poderia estar em perigo, isso nos preocupa, porque nunca poderíamos viver fora da floresta. E se alguém nos dissesse para abandonar a floresta, ficaríamos com muita raiva, porque não podemos imaginar uma vida que não seja dentro ou perto da floresta. Quando plantamos alimentos, temos comida, temos agricultura e também caça, e as mulheres pegam siri e peixe nos rios. Temos diferentes tipos de legumes, e também plantas comestíveis, frutas e todo de tipo de coisa que comemos, que nos dá força e energia, proteínas, e tudo mais que precisamos".
O comércio de serviços ambientais ignora essa visão dos povos da floresta. Trata-se de um novo mecanismo de mercado, pelo qual a natureza é quantificada em unidades comercializáveis.
Essa ideia, que soa como absurda, surgiu nos países industrializados do hemisfério Norte na década de 1970, quando houve a crise ambiental. Europa e EUA tomaram consciência de que os recursos naturais são limitados. A Terra não tem como ser ampliada. E está doente, contaminada e degradada.
Frente a isso, os ideólogos do capitalismo propuseram valorizar os recursos naturais para salvá-los. Calcularam o valor dos serviços ambientais entre US$ 16 trilhões e US$ 54 trilhões (o PIB mundial, a soma de bens e serviços, totaliza US$ 62 trilhões). "Está na hora de reconhecer que a natureza é a maior empresa do mundo, trabalhando para beneficiar 100% da humanidade — e faz isso de graça", afirmou Jean-Cristophe Vié, diretor do Programa de Espécies da IUCN, principal rede global pela conservação da natureza, financiada por governos, agências multilaterais e empresas multinacionais.
Em 1969, Garret Hardin publicou o artigo "A tragédia dos comuns" para justificar a necessidade de cercar a natureza, privatizá-la, e assim garantir sua preservação. Segundo o autor, o uso local e gratuito da natureza, como o faz uma tribo indígena, resulta em destruição (o que não corresponde à verdade). A única forma de preservá-la para o bem comum é torná-la administrável por quem possui competência — as grandes corporações empresariais. Eis a tese da economia verde.
Ora, sabemos como elas encaram a natureza: como mera produtora de commodities. Por isso, empresas estrangeiras compram, no Brasil, cada vez mais terras, o que significa uma desapropriação mercantil de nosso território.
---
|
GOVERNO DILMA-CÓDIGO FLORESTAL [In:] ''VAMOS PASSEAR NA FLORESTA..." enquanto a motosserra não vem !
Dilma deve vetar anistia no novo Código Florestal
Dilma deve vetar anistia a desmatador
|
Autor(es): agência o globo:Marta Salomon |
O Estado de S. Paulo - 27/04/2012 |
Promessa de campanha pode fazer com que a presidente vete parcialmente artigos que liberam produtores de recuperar parte de áreas desmatadas
A presidente Dilma Rousseff analisa vetar parcialmente o Código Florestal aprovado anteontem na Câmara para impedir que produtores rurais deixem de recuperar parte da área desmatada, sobretudo às margens de rios. Trata-se de um compromisso assumido na campanha ao Planalto, reiterado ontem por interlocutores. "Como nos é dado o direito do veto, a presidenta vai analisar com serenidade, sem animosidade, sem adiantar nenhuma solução", disse o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, um dia após a vitória dos ruralistas e a derrota do governo na Câmara. "Qualquer questão que possa ser interpretada ou na prática signifique anistia tem grandes chances de veto", corroborou a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. A decisão da presidente será anunciada até meados de maio. O Planalto avalia que os ruralistas não detêm os 257 votos na Câmara e os 41 no Senado para derrubar um veto de Dilma. A maior preocupação da presidente é garantir regras claras para a recuperação das Áreas de Preservação Permanente (APPs), consideradas estratégicas para a segurança de abastecimento de água do próprio agronegócio. Após conversar com Dilma, o secretário de Ambiente do Rio, Carlos Minc, disse acreditar no veto. "Passaram uma motosserra no Código. Fica a ideia de
que o crime compensa."
A Câmara derrubou a exigência de recuperação das margens de rios com mais de 10 metros de largura, que deveriam recompor entre 15 e 100 m de vegetação do que foi desmatado. Só permaneceu a exigência de os produtores recuperarem 15 metros às margens de rios mais estreitos. Apesar de contar com ampla maioria de votos, os ruralistas foram impedidos, regimentalmente, de derrubar essa parte do texto. O principal resultado da decisão é a insegurança jurídica, que prejudica pequenos proprietários. Eles podem ser obrigados a recuperar até 500 metros da vegetação nativa, se seus imóveis estiverem à margem de rios mais largos, como o São Francisco.
Estratégia. Antes mesmo de a Câmara encerrar a votação do Código, uma alternativa à derrota do governo começava a tramitar. Anteontem, os senadores Jorge Viana (PT-AC) e Luiz Henrique (PMDB-RS) protocolaram projeto de lei com regras para recuperar áreas de proteção já desmatadas. O PL também limita a expansão da produção de camarão em parte dos manguezais. O projeto recupera os termos do acordo fechado no Senado, em dezembro, e apoiado por Dilma. A apresentação do texto an-teontem faz parte da estratégia para impedir que a Câmara, onde os ruralistas são maioria, comandem nova rodada de debate. Insatisfeitos com a exigência de recuperação de 15 metros de vegetação nas margens de rios até 10 metros, os ruralistas preparam um projeto para reduzir as exigências feitas aos desmatadores. Eles vão propor faixas menores, entre 5 e 15 metros. O veto total ao Código, como querem ambientalistas, está descartado. Para o Planalto, os problemas se concentram na recuperação do passivo ambiental. /
COLABOROU CLARISSA THOMÉ
---
|
CPI´s [In:] ''EU JUREI MENTIRAS E SIGO SOZINHO...'' (*)
Minto, logo, existo
Autor(es): Nelson Motta |
O Estado de S. Paulo - 27/04/2012 |
Com o início de mais uma CPI em busca da verdade, a única certeza é que ouviremos mais uma cachoeira de mentiras. Mesmo jurando sobre a Bíblia, eles vão mentir, como José Roberto Arruda fez na tribuna do Senado, jurando pelos seus filhos que não tinha violado o painel eletrônico. Quantas vezes ainda ouviremos alguém dizer "eu não sabia"? É difícil saber se já houve mais corrupção no Brasil em outro tempo, mas certamente nunca na história deste País se mentiu tanto. Só que agora as mentiras se espalham instantaneamente pela sociedade, mas podem ser mais rapidamente desmentidas pelos fatos e pela tecnologia.
Historicamente, nos Estados Unidos e em países de cultura protestante, mentir é um ato muito mais grave, moral e legalmente, do que na América católica. Em países regidos por esses códigos morais, mentir em juízo sob juramento é crime de perjúrio que pode levar à prisão e até derrubar presidentes. Como o mentiroso Richard Nixon, obrigado a renunciar depois do escândalo Watergate, e Bill Clinton, que sofreu um impeachment na Câmara dos Representantes, com muitos votos do seu próprio partido, não pelo mau gosto do romance com Monica Lewinsky, mas porque mentiu. Foi salvo pelo Senado, por poucos votos. E era um dos presidentes mais populares e bem-sucedidos da história americana, com sólido apoio parlamentar.
A verdade é que todo mundo mente, uns mais e outros menos, para o mal e para o bem, pelos mais diversos motivos, sentimentos e circunstâncias, é parte da condição humana. Mas quando alguém mente para si mesmo, como Sarney se acreditando um grande estadista de moral ilibada, ou Zé Dirceu se dizendo "cada vez mais convencido" de sua inocência no mensalão, para esses casos não há cura. Mas isto é assunto psicanalítico, estamos falando de roubos e conspirações de políticos, empresários e funcionários contra o Estado.
Como nos lembram CPIs recentes, eles mentem cínica e impunemente, humilham nossa inteligência, desmoralizam nossa fé nas instituições e provam que aqui a mentira é não só tolerada como recompensada. Eles anunciam uma verdade brasileira: minto, logo, existo.
-------
(*) SANGUE LATINO (Nando Reis).
Eu jurei mentiras e sigo sozinho
Assumo os pecados Os ventos do norte nao movem moinhos E o que me resta é só um gemido Minha vida meus mortos meus caminhos tortos Meu sangue latino Minh'alma cativa Rompi tratatos Traí os mitos Quebrei a lança lancei o espaço Um grito, um desabafo E o que me importa é não estar vencido Minha vida, meus mortos, meus caminhos tortos Meu sangue latino Minh'alma cativa.
----
|
CPI-DEMÓSTENES [in:] A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO DEMO
A insustentável defesa de Demóstenes
Mentir em plenário, um ato sem defesa |
Autor(es): Gabriel Mascarenhas |
Correio Braziliense - 27/04/2012 |
Argumentos contestando escutas da PF que ligam o senador a Cachoeira não o livrarão da perda do mandato. Discurso no qual Demóstenes teria mentido em plenário é que deve embasar o pedido de cassação por quebra do decoro
Senadores avaliam que Demóstenes Torres terá dificuldades para provar que disse a verdade ao discursar sobre as relações com o bicheiro Carlinhos Cachoeira
Senadores rebatem o principal argumento da defesa apresentada por Demóstenes Torres (sem partido), na última quarta-feira, e agora miram o discurso feito pelo parlamentar goiano em plenário, em 6 de março, para sustentar a tese quase unânime na Casa: a de que Demóstenes mentiu na tribuna, o que já justificaria a abertura do processo no Conselho por quebra de decoro parlamentar, pecado que pode culminar na cassação de mandato do senador.
A defesa tenta convencer o colegiado de que reportagens jornalísticas não são suficientes para comprovar a relação estreita entre Demóstenes e o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Os advogados do parlamentar lembram que o colegiado ainda não teve acesso a nenhum documento oficial — como o processo aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) ou o inquérito da Procuradoria-Geral da República (PGR), ambos já pedidos pelo Conselho de Ética — que embase a suspeita de quebra de decoro. Além disso, questiona a autenticidade de gravações telefônicas vazadas à imprensa, entre outros argumentos.
"Como bom constitucionalista, o senador Demóstenes deve saber que o Código de Ética de Decoro Parlamentar é o mais rigoroso de todos. Mentir na tribuna já é quebrar o decoro. A defesa dele seria contundente se dissesse: "Aquela voz (que aparece nas gravações veiculadas) não é a minha", ou "Provo que não recebi dinheiro algum de Cachoeira", mas nada disso ele afirma", contra-atacou o senador Randolfe Rodrigues (PSol-AP).
A avaliação dos senadores do colegiado é que o conjunto da obra exposto nos veículos de comunicação e o discurso em que Demóstenes, em 6 de março, tenta convencer seus colegas de que não mantinha nenhuma relação escusa com Cachoeira são elementos consistentes o suficiente para o Conselho de Ética oficializar a abertura de processo por quebra de decoro.
Em março, Demóstenes subiu à tribuna e disse que havia recebido apenas um presente de casamento de Cachoeira, de quem era amigo pessoal. Na ocasião, recebeu solidariedade, palavras de consolo e apoio de 44 parlamentares. Parte deles se sente traída por ter se posicionado publicamente a favor de Demóstenes. "Claro que pegou mal para quem demonstrou apoio, mas ele induziu os senadores a esse comportamento. Àquela altura, Demóstenes tinha crédito", justificou Randolfe, um dos que pediram a palavra para dar um voto de confiança ao então aliado.
Relatório
O relator do processo no Conselho de Ética, senador Humberto Costa (PT-PE), confirmou ontem, após sessão do colegiado, que utilizará todo o prazo regimental a que tem direito para elaborar seu relatório preliminar. O documento será lido e debatido no Conselho de Ética na próxima quinta-feira. Em sessão agendada para 8 de maio, eles decidirão se abrem o processo propriamente dito contra Demóstenes ou se arquivam a denúncia. Costa é mais um senador a criticar a tese da defesa de Demóstenes: "Como o julgamento no conselho é político somente, não exige o mesmo rigor penal de provas incontestáveis", afirmou o relator, a respeito da tese de que matérias jornalísticas não servem como prova.
Costa se mostrou receoso, porém, em utilizar provas que correm o risco de serem anuladas judicialmente, caso o Supremo Tribunal Federal (STF), onde também corre processo contra o senador goiano, aceite o argumento da defesa. Os advogados de Demóstenes pediram ao colegiado que aguarde a decisão do STF para dar sequência ao processo político. "O Conselho de Ética está fazendo seu trabalho, tocando as representações. O trabalho não tem nenhuma relação com a tramitação dos processos penais que correm lá fora. Caberá à Justiça dizer se houve crimes e quem os cometeu. O conselho deve fazer sua parte, no âmbito político", afirmou o líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (PT-BA).
"Como bom constitucionalista, o senador Demóstenes deve saber que o Código de Ética de Decoro Parlamentar é o mais rigoroso de todos. Mentir na tribuna já é quebrar o decoro"
Randolfe Rodrigues (PSol-AP), senador
---------------
|
CONSUMO [In:] POBRES ESBELTOS !
"Consumo pode levar ao fim do mundo"
Governo quer "caminho do meio" no consumo |
Autor(es): agência o globo:Catarina Alencastro |
O Globo - 27/04/2012 |
Ministro afirma que o planeta não aguentaria se o excesso de consumismo dos ricos se tornasse o modelo vigente
BRASÍLIA. O ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, disse ontem que o mundo se acabaria, caso todos passassem a consumir bens e produtos da mesma forma que os ricos o fazem. Na quarta versão do seminário "Diálogos Sociais: Rumo à Rio+20", o ministro defendeu que se busque "o caminho do meio" na relação de consumo e assegurou que o Brasil está fazendo todos os esforços para que o evento seja um sucesso, do ponto de vista logístico e de conteúdo.
- Os muito ricos, tanto na sociedade brasileira, como no mundo todo, não praticam desenvolvimento sustentável, uma vez que o excesso de consumismo é inviável. O mundo se acabaria rapidamente se fosse universalizado o padrão de consumo das elites e, cá entre nós, o nosso, muitas vezes - disse Carvalho.
No mesmo evento, há um mês, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, mencionou que o padrão de consumo das sociedades será um dos principais temas da Rio+20. Na ocasião, disse que é insustentável que os habitantes do planeta adotem o mesmo padrão de um americano médio, que consome por dia cerca de 38 quilos de recursos naturais.
No debate de ontem, os palestrantes disseram que é preciso estimular ações não degradantes e taxar as que causam a destruição do meio ambiente. Entre eles, o senador Cristovam Buarque se mostrou pessimista quanto aos resultados da Rio+20. Ele sugeriu que meios de transporte públicos sejam isentos de impostos e os carros particulares, sobretaxados:
- Sou muito pessimista quanto aos resultados da Rio+20. Cada chefe de Estado quer dar uma solução ao seu problema e não ao do planeta. Seria suicídio o Obama vir aqui, três meses antes das eleições, dizer que o desenvolvimento causa degradação.
Brasil é acusado de adotar política "esquizofrênica"
Antes dele, Carvalho reconheceu que alguns chefes de Estado não estarão presentes à conferência por causa das eleições em seus países, mas destacou que já há confirmação de cem líderes mundiais e que a conferência será "muito representativa".
Na sessão de debates, participantes questionaram as opções do governo de investir em empreendimentos danosos ambientalmente, como o pré-sal. A analista do Banco Central Maria de Fátima Cavalcanti foi aplaudida ao classificar a política do governo brasileiro como "esquizofrênica".
- A política brasileira é bipolar, esquizofrênica. Se vou investir pesado no petróleo e no pré-sal e quero desenvolvimento sustentável, parece que tem uma incoerência aí nesse rumo - disse, deixando claro que não falava em nome do BC.
|
QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?''
SINOPSES - RESUMO DOS JORNAIS
|
Por unanimidade, o STF decidiu ontem que a reserva de vagas em vestibulares para negros e pardos é constitucional. Os ministros julgavam o caso específico da UnB, que adotou em 2004 cota de 20% para afrodescendentes. A decisão, no entanto, vale para todas as instituições públicas que adotam ou pretendem adotar o critério racial em seus processos seletivos como forma de diminuir a desigualdade no acesso ao ensino superior. O julgamento teve como base uma ação proposta pelo DEM em 2009, que argumentou que a política da UnB era uma afronta ao princípio da igualdade e incentivava o racismo por criar privilégios baseados em critérios raciais. Os ministros do Supremo entenderam que a cota é um instrumento legítimo para corrigir desigualdades. (Págs. 1 e 3 a 10)
“Viva a nação afrodescendente” (Luiz Fux)
“Precisamos saldar essa dívida” (Marco Aurélio Mello)
“É um processo, uma etapa” (Cármen Lúcia)
Segurança: O índio guarani Araju Sepeti é retirado à força do STF. Ele estava na plateia e interrompeu o julgamento reclamando em voz alta que só se falava ali da situação dos negros. (Págs. 1 e 3)
0 STF decidiu, por unanimidade, que as cotas raciais em universidades são constitucionais. Todos os dez ministros que participaram da votação foram favoráveis ao sistema. O ministro José Antonio Dias Toffoli não votou.
Os ministros julgaram ação do DEM contra o sistema que a Universidade de Brasília adotou em 2004, que reserva 20% das vagas a quem se declara negro ou pardo. A decisão é válida para qualquer universidade. (Págs. 1 e Cotidiano, C1)
Análise – Joaquim Falcão
Discriminação positiva é um ato constitucional. (Págs. 1 e Cotidiano, C4)
No grampo, o empresário, acusado de corrupção, orienta a mulher a fazer o pagamento e a contar as notas na frente do assessor. (Págs. 1 e Poder, A4)
Diretor da Delta em São Paulo também manteve contato com Cachoeira. (Págs. 1 e A6)
Mulher do empresário diz, em entrevista a Catia Seabra, que ele não descarta depoimento bombástico. (Págs. 1 e Poder, A8)
Marina Silva: Veta tudo, Dilma; o código não tem nada de florestal. (Págs. 1 e Opinião, A2)
Viciado em crack, o homem entrou com ação por meio da Defensoria Pública após ter sido revistado 15 vezes por policiais em uma única semana. (Págs. 1 e Cotidiano, C6)
Nas últimas semanas, a Caixa já reduziu duas vezes a sua taxa. O Banco do Brasil também cortou. (Págs. 1 e Mercado, B1)
Gravações da Polícia Federal mostram o contraventor Carlinhos Cachoeira e seus aliados falando em pagamentos ao governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e a integrantes do primeiro escalão do governo cm troca de vantagens em negócios públicos, informam Fábio Fabrini, Alana Rizzo e Alfredo Junqueira. De acordo com as gravações, obtidas pelo Estado, a organização do contraventor se valia dos repasses para emplacar nomeações e vencer licitações. Perillo pediu ontem ao Ministério Público que seja aberto um inquérito contra ele. Seu advogado disse que o governador está sendo alvo de vazamentos direcionados de escutas telefônicas. (Págs. 1 e Nacional, A4 e A6 a A8)
Espanha rebaixada
A Standard & Poor’s rebaixou de A para BBB+ o rating de crédito de longo prazo do país. (Págs. 1 e Economia, B11)
Ideli Salvatti – Relações Institucionais
“Qualquer questão que signifique anistia tem grandes chances de sofrer o veto”.
Foi um erro político deixar o debate do Código virar confronto entre ruralistas e ambientalistas. (Págs. 1 e A3)
Apesar da suspensão das nomeações devido a cortes no Orçamento, o governo federal prometeu estender a validade das seleções para atender todos os aprovados. (Págs. 1 e 10)
Os moradores da Vila, a maioria de baixa renda e beneficiária de programas sociais, foram surpreendidos com os valores das taxas cobradas pelo GDF. (Págs. 1 e 28)
A renda média real nas seis principais regiões metropolitanas do país alcançou R$ 1.728,40 em março, a mais alta da série histórica iniciada pelo IBGE em 2002. Para economistas, o forte crescimento da renda real em março não reflete apenas o aumento de 14% do salário mínimo, mas também um cenário ainda favorável aos reajustes, que não estão sendo inibidos pela ameaça de perda do emprego. (Págs. 1 e A3)
Dos quase R$ 30 bilhões que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) liberou para projetos de infraestratura em 2011, apenas R$ 226 milhões (menos de 1%) foram para o setor. Dos três grandes projetos existentes hoje no país, apenas um é de responsabilidade da iniciativa privada – a Nova Transnordestina. Os outros são tocados pelo próprio governo por meio da Valec: a extensão da ferrovia Norte-Sul e o projeto de construção da Oeste-Leste. (Págs. 1 e B8)
Para o ex-secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, o novo Código representa um retrocesso “jamais visto”. Para André Nassar, coordenador da RedeAgro, regulariza os produtores. (Págs. 1 e A8)
Uma das principais explicações para a tendência é o aumento da renda decorrente do crescimento econômico, que estimulou famílias em ascensão social a colocar seus filhos em escolas particulares. O economista Naercio Menezes Filho, coordenador da área de políticas públicas do Insper, afirma que os números refletem “uma lógica natural”. “O fato é que se a família tem ganho de renda, prefere matricular o filho na escola privada. Ele escolhe a escola que acha melhor”, diz. (Págs. 1 e A4)
Mas os cuidados com a proteção avançam devagar, mesmo nas empresas. “As tecnologias móveis são simplesmente implantadas nas companhias brasileiras”, diz o delegado José Mariano de Araújo Filho, especialista em crimes eletrônicos da Polícia Civil de São Paulo. “Não há preocupação com a definição de políticas de segurança e o impacto de risco dos recursos”. (Págs. 1 e B3)
Atualmente, cerca de 93% das receitas do GPA são provenientes das vendas realizadas nas lojas físicas e apenas 7% vêm do comércio eletrônico, gerido pela Nova Pontocom. “O grupo é o maior varejista do país e somos a segunda maior rede de e-commerce. Temos muita coisa a fazer ainda, em termos de sinergia, de troca. É algo que não termina, porque é um trabalho constante”, diz German Quiroga, presidente da Nova Pontocom e um dos criadores da Americanas.com nos anos 90. (Págs. 1 e B5)