PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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valor ...ria...nine

folha gmail df1lkrha

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sexta-feira, maio 04, 2012

XÔ! ESTRESSE [In:] FÓZ COM ''CARA'' DE ARROIO...

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RATOS E URUBUS, LARGUEM A MINHA FANTASIA (*)

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Lixos e luxos

04 de maio de 2012 | 3h 06



Nelson Motta - O Estado de S.Paulo


Por que cargas d'água uma grande empreiteira, com obras milionárias em todo o Brasil, especializada em construção civil e sem nenhum know how ou experiência no ramo, vai se interessar em recolher o lixo de uma cidade? 
Por que tanta voracidade para abocanhar um trabalho tão sujo? 
Claro, feito pelos lixeiros e varredores que eles alugam para as prefeituras e limpam a sujeira alheia. 
Ganhar o contrato é o trabalho deles, sujo também, mas os lixos são diferentes: um é físico, o outro moral.
Nos contratos da Delta para limpar Brasília e Anápolis, nas sujeiras da coleta de lixo em Santo André que podem ter levado ao assassinato do prefeito Celso Daniel, nos rolos da Leão & Leão com a Prefeitura de Ribeirão Preto na administração de Palocci, o metafórico se mistura ao explícito e se espalha, pestilento e insalubre, pelas prefeituras do Brasil. Paradoxal e ironicamente, há cada vez mais sujeira na limpeza pública, com o lixo urbano pagando o luxo mundano de empresários, políticos e funcionários. Mas só Freud pode explicar por que, com tantas formas mais fáceis de roubar dinheiro público, como obras, aditivos e convênios, a opção preferencial deles, a atração fatal, é logo pelo lixo.
Não por acaso, durante décadas, tanto em prefeituras democratas como republicanas, a coleta do lixo de Nova York foi um monopólio da máfia. Em 2011, na Itália, um confronto entre a Camorra napolitana e o Estado deixou montanhas de lixo apodrecendo durante meses nas ruas de Nápoles, em imagens fétidas que correram o mundo.
Falando em lixo, há um bom tempo não se via uma novela tão boa como Avenida Brasil, de João Emanuel Carneiro, que tem um de seus principais núcleos no mundo dos lixões, com os que vivem dos restos e dejetos da sociedade consumista em contraste com uma nova classe popular que começa a consumir.
Entre o lixo material que os catadores vendem para viver e o lixo moral que a sociedade rejeita para conviver, a novela recicla e atualiza ancestrais paixões humanas no dilema da protagonista: viver o luxo do grande amor, ou o lixo da grande vingança.
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(*) Joãosinho Trinta. Samba enredo. G.R.E.S. de Nilópolis-RJ. 1989.
''... Sai do lixo a pobreza/ Euforia que consome/ Se ficar o rato pegaSe cair urubu come".
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BRASIL/INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO/ECONOMIA [IN:] ''ESSA É A ERA. É A ERA QUE JÁ ERA. ERA DOS SUPER-HERÓIS..." *

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O fim da era Lula na economia


Tony Volpon










Acabou a mais recente "época de ouro" da economia brasileira? Depois de dez anos de desempenho surpreendente, há hoje muitas dúvidas sobre as perspectivas para os próximos anos. O governo certamente não concordaria com qualquer avaliação mais pessimista, mas o recente frenesi de medidas mostra que os ocupantes de Brasília estão preocupados.
A preocupação com o crescimento não é novidade. Desde agosto do ano passado o Banco Central (BC) tem proporcionado estímulo monetário; e a, na época, muita criticada decisão de iniciar um ciclo de cortes de juros agora parece acertada.
A estratégia adotada naquele momento foi bastante ortodoxa, enfatizando o afrouxamento monetário com política fiscal austera. Mas, recentemente, temos assistido a uma quase avalanche de medidas pontuais, direcionadas aos dois setores que mais preocupam: indústria e o mercado de crédito. O governo parece finalmente entender que o Brasil enfrenta fatores estruturais e domésticos que impedem um crescimento mais vigoroso. Que esses se manifestarão e foram potencializadas durante uma severa crise internacional não deveria ser nenhuma surpresa: deficiências estruturais sempre ficam mais evidentes em momentos de piora conjuntural.
Os problemas da indústria têm sido explicados basicamente pela valorização contínua do real nesses últimos anos, mas essa é uma explicação parcial. Comparando os períodos pré e pós-crise, vemos que antes da crise, e apesar da forte valorização cambial, a indústria estava em franca expansão e investindo pesadamente. Depois da crise a história é outra, com fraco desempenho, baixos investimentos e queda de produtividade. A razão para esse desempenho distinto se encontra não nos movimentos do dólar, mas sim em dois fatores do período pós-crise.
Primeiro, enfrentando um mundo com baixo crescimento, as grandes potências industriais hoje varrem o globo procurando onde vender e acharam um mercado convidativo no Brasil. Isso na verdade não tem nada a ver com o mercado cambial, sendo um ajuste esperado nos competitivos mercados de bens internacionalmente transacionáveis.
O segundo fator que tem debilitado a nossa indústria tem sido o aumento contínuo no custo da mão de obra. De fato percebemos que o aumento do custo unitário de trabalho acelerou no período pós-crise. Forçado a contratar em um mercado de trabalho apertado pela demanda do setor de serviços e políticas salariais expansionistas, a indústria perdeu a corrida entre aumento de custos e produtividade. Mais do que uma "guerra cambial", o Brasil enfrenta e perde uma "guerra laboral".
Encarando a fortíssima concorrência de um lado e o aumento da folha de pagamento do outro, a indústria vê suas perspectivas piorarem e, por instinto de sobrevivência, corta custos, incluindo investimentos. Isso coloca a indústria em um círculo vicioso e autodestrutivo dado o impacto que isso tem sobre sua produtividade.
Igualmente preocupante é a dinâmica no mercado de crédito. Aqui o problema é claro: o ainda altíssimo custo na ponta do tomador. Depois de cair por muito tempo, o custo do crédito ao consumidor tem ficado relativamente estável desde 2009. É verdade que o sistema enfrenta o aumento da inadimplência nesse momento. Apesar das condições favoráveis do mercado de trabalho, o consumidor chegou ao limite prudente de endividamento. Empurrar mais crédito goela abaixo da pessoa física não vai resolver nada.
A questão da indústria e do mercado de crédito mostra que o que podemos chamar de "modelo Lula" de crescimento chegou a sua exaustão. Esse modelo procurou acelerar e multiplicar os ganhos de riqueza que começaram dez anos atrás com a forte alta de preço das nossas exportações devido ao crescimento espetacular da China. Os mecanismos foram privilegiar ganhos salariais e o aumento do crédito, assim expandindo a renda e o consumo. Por muitos anos o modelo teve sucesso exemplar, mas fica evidente que nos próximos anos os resultados não serão os mesmos.
Das medidas anunciadas até agora pelo governo algumas, como desoneração da folha, vão na direção certa, e outras, de cunho protecionista, na direção errada. Mas o seu conjunto, e nisso incluímos a queda na taxa de juros e a alta do dólar pela atuação do BC, nos parece insuficiente para mudar a dinâmica estrutural negativa que enfrentamos. Elas podem somente se justificar como uma ponte para mudanças mais profundas, porque o que precisamos é efetivamente um novo modelo.
O que poderia ser um novo modelo? Acreditamos que qualquer novo paradigma de crescimento tem que mudar de forma significativa a relação investimento-consumo-poupança. Basicamente continuamos a investir e poupar pouco e consumir muito, e há sim uma escolha a ser feita nessa relação: nem todo o consumo "puxa" investimento e poupança.
Para tal nossa política econômica tem que caminhar em duas direções novas. Primeiro temos que parar de querer sempre redobrar a aposta que mais consumo resolve tudo. Também temos que parar de confundir crédito com poupança. A falência do modelo atual reside essencialmente na triste verdade que uma ênfase exagerada em aumentar a demanda pode destruir a oferta. Menos consumo e mais produtividade deve ser o novo mantra.
Segundo, temos que identificar novas fontes de poupança doméstica. Está mais do que claro que a estrutura do nosso Estado de bem-estar social milita contra a formação de poupança doméstica. Devemos, politicamente, debater até que ponto vale a pena a troca entre crescimento e segurança social. Mas devemos também perceber que ainda existe dentro da economia um agente que poderia contribuir com mais poupança: o próprio Estado. Diminuído seu consumo e assim liberando recursos para investimentos públicos e privados, o Estado poderia dar forte contribuição para levar a economia a um novo equilíbrio. Tal mudança pode, a nosso ver, ser feita sem comprometer os avanços sociais desses últimos anos. Basta nossos governantes terem vontade e visão política para tal;
(Tony Volpon é diretor do Nomura Securities International, Inc.; Valor Econômico, 3/5/12);
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(*) ERA DOS SUPER HERÓIS (Dominó)



REFRÃO:
Essa é a era
É a era que já era
Era dos super heróis
Batman e Robin estão aposentados
Tarzan e Jane estão divorciados
E o Capitão América trocou o escudo
Por um violão
Lanterna Verde gastou sua pilha
Transando a Mulher Maravilha
E o grande Thor deixou cair o martelo
Em cima do dedão
REFRÃO
Homem De Ferro está enferrujado
Homem Aranha está todo enroscado
E a inflação americana o Cyborg desvalorizou
Homem Fluído já se evaporou
Homem Borracha já se apagou
E o Capitão Submarino na banheira quase
Se afogou
REFRÃO
De pendurado como o Tarzan
A gente vai pro dia de amanhã
Fazendo mágica que nem Mandraque
Pra não ficar pirado
Passar o dia sem se aborrecer
Nem é possível com super poder
Pois o perigo de ser agredido
Tá por todo o lado
REFRÃO

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BRIZOLA NETO/DILMA ROUSSEFF [In:] ''MUDEI''; ''MUDAMOS'' *

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Presidente homenageia Jango e Brizola em posse de ministro




Autor(es): Por Fernando Exman e Yvna Sousa | De Brasília
Valor Econômico - 04/05/2012
 

A presidente Dilma Rousseff aproveitou ontem a cerimônia de posse do novo ministro do Trabalho, o deputado federal Brizola Neto (PDT-RJ), para passar um recado aos líderes políticos, dirigentes de centrais sindicais e movimentos sociais presentes à solenidade: seu governo lançará mão das medidas necessárias para reduzir as taxas de juros, evitar que o câmbio seja alvo de políticas monetárias expansionistas de outros países e reduzir a carga tributária para níveis que assegurem uma maior competitividade aos produtos nacionais.
"Temos certeza que o Brasil tem três grandes problemas a solucionar, e eu vou falar do ponto de vista das metas", afirmou Dilma em seu discurso, sintetizando um plano do primeiro mandato que, se bem sucedido, traduzirá a principal marca da sua campanha de reeleição. "Queremos um país com taxas de juros compatíveis com aquelas praticadas no mercado internacional. Queremos que o nosso câmbio não seja objeto de políticas [monetárias] expansionistas, que, de forma artificial, sobrevalorizem a moeda brasileira e tornem também de forma artificial os nossos produtos pouco competitivos. É a chamada amarra do câmbio. E queremos que o país tenha impostos mais baixos para segurar a produtividade dos seus produtos, dos seus processos de trabalho."
Em seu discurso, Dilma também buscou fortalecer politicamente seu novo auxiliar. A posse de Brizola Neto ocorreu cinco meses depois que Carlos Lupi, presidente do PDT, foi exonerado do cargo após denúncias de irregularidades. A escolha do deputado fluminense ocorreu em meio a uma disputa no partido, e não agradou à cúpula da sigla. Disputavam também o cargo o deputado federal Vieira da Cunha (RJ) e o secretário-geral do PDT, Manoel Dias. Ambos contavam com maior apoio da Executiva Nacional do partido, mas Brizola Neto conseguiu cacifar-se entre as centrais sindicais.
Agora, Brizola Neto terá de tentar promover uma pacificação entre as diversas alas de seu partido. Um sinal da crise existente na sigla e o mal estar com o governo foi a ausência dos líderes do PDT no Congresso da reunião de ontem de Dilma com seu conselho político para tratar da mudança das regras da poupança. No mesmo horário, os pedetistas estavam em uma reunião fechada na sede do partido.
A presidente, que fundou o PDT no Rio Grande do Sul antes de filiar-se ao PT e foi aliada do ex-governador do Rio de Janeiro Leonel Brizola, avô do novo ministro do Trabalho, valorizou a história familiar de Brizola Neto. "Não bastasse levar o sobrenome Brizola, o novo ministro do Trabalho carrega consigo a história do seu tio-avô João Goulart, ex-presidente da República. Em 1953 - vejam os senhores que coincidência -, também aos 34 anos, também jovem e determinado, Jango foi empossado ministro do Trabalho do governo democrático de Vargas", destacou Dilma.
A presidente também deu a Brizola Neto a missão de tentar recolocar o Ministério do Trabalho no centro das decisões do governo. A Pasta ficou esvaziada depois que a Secretaria-Geral da Presidência assumiu a interlocução do Palácio do Planalto com os sindicatos e demais movimentos sociais. "A missão foi acertada entre eu e a presidente, que pediu uma maior evidência do ministério no debate público", disse o ministro. 
Colaborou João Villaverde
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(*) ... a lembrar o caderninho de caligrafia: "Dois olhos, dois ouvidos, só a boca não tem par; quer dizer que é mais prudente, ver, ouvir, do que FALAR".
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MINISTÉRIO DO TRABALHO/PDT [In:] AQUI ME TENS DE REGRESSO...

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PDT volta ao Trabalho




Autor(es): JULIANA BRAGA
Correio Braziliense - 04/05/2012
 

Brizola Neto assume o ministério, apesar das divergências dentro do próprio partido, e promete modernizar as relações trabalhistas. Interino causa constrangimento ao elogiar Carlos Lupi na cerimônia de posse

O novo ministro do Trabalho assumiu ontem o cargo que o PDT esperava retomar havia cinco meses. Apesar de Brizola Neto, agora licenciado do mandato de deputado federal, ser dos quadros pedetistas, a indicação é interpretada por alguns integrantes do partido como escolha pessoal da presidente Dilma Rousseff, sem atender por completo aos anseios da legenda. Agora, o momento é de afinar o discurso da sigla e definir questões como os nomes que vão compor a equipe ministerial, que só devem ser anunciados nas próximas semanas. Enquanto isso, o ministro já definiu o mote de sua gestão: modernizar as relações de trabalho.
“Necessitamos que a interferência do Estado nessas relações (de trabalho) se atualize. As empresas mais modernas e eficientes são as que entendem seus trabalhadores como parte. Não é apenas para o trabalhador, mas também da empresa o interesse de que as relações de trabalho evoluam”, defendeu o ministro em seu discurso de posse.
Consciente do fato de que sua indicação desagrada a alguns integrantes do PDT, Brizola Neto reconheceu que ainda precisam ser feitos alguns entendimentos internos. “Ainda existem pequenas diferenças desse processo (de escolha) que precisam ser equacionadas, mas a verdade é que o partido — pelo menos a grande maioria — está convencido do seu papel, do seu posicionamento no campo político nacional, e isso é muito maior do que pequenas divergências”, sustentou. O Palácio do Planalto está disposto a intervir para ajudar a construir esse entendimento. “Faremos de tudo para que o PDT possa estar perfeitamente integrado à nossa base de apoio, nossa base aliada, e vamos, nesse sentido, ajudar também o ministro a construir esse processo”, endossou o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.
Equipe de transição
Brizola Neto disse que será criada uma equipe de transição para escolher os nomes de quem será substituído na pasta. “Não existe nenhuma definição quanto aos cargos do ministério, porque, primeiro, é importante cumprir um período de transição. Então existe uma equipe de transição que está sendo montada, que vai entrar em contato com a atual equipe que ocupa hoje o Ministério do Trabalho, para buscarmos, dentro de um clima de colaboração e tranquilidade, fazer com que a máquina siga o seu andamento normal”, afirmou.
Pedetistas próximos a Brizola Neto acreditam que Paulo Roberto Pinto — até ontem ministro interino —, que voltou ao cargo de secretário executivo, deve estar entre os exonerados. Paulo Roberto é próximo ao ex-titular do cargo, Carlos Lupi, e está no ministério desde 2007. Ontem, ao deixar o cago, Paulo Roberto exaltou o antecessor, o que gerou desconfortou entre os pedetistas: “Ministro Lupi, a história vai contar o que o senhor fez. O senhor foi o grande ministro do Trabalho desse Brasil”.
"Faremos de tudo para que o PDT possa estar perfeitamente integrado à nossa base de apoio, nossa base aliada, e vamos, nesse sentido, ajudar também o ministro
 a construir esse processo”
Gilberto Carvalho, ministro da Secretaria-Geral da Presidência

“Métodos nazistas”
KARLA CORREIA

As declarações do ex-delegado da Polícia Civil do Espírito Santo Cláudio Guerra sobrea inciner ação dos corpos de militantes políticos mortos pela ditadura nos anos 1970 geraram críticas na Secretaria de Direitos Humanos. “As afirmações são graves e trazem a público métodos comparáveis ao nazismo”, comparou a ministra Maria do Rosário, ontem. O ex-delegado afirmou que teria incinerado os corpos de ao menos 10 militantes em uma usina de cana em Campos dos Goytacazes (RJ)
“Todas as declarações e outras que surgirem deverão ser tratadas no âmbito da Comissão da Verdade”, afirmou a ministra, que, contudo, se esquivou de falar sobre qualquer expectativa de quando o colegiado será de fato instalado.
A demora na indicação dos nomes que irão compor o órgão responsável por investigar violações dos direitos humanos no Brasil entre 1946 e 1988 deixará o país em situação desconfortável no próximo dia 25, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) realizará sua avaliação sobre os direitos humanos no país. “Não resolvemos todos os problemas, mas teremos como dizer que estamos tratando das violações do passado e do presente”, disse Maria do Rosário, que discutiu ontem a federalização de crimes cometidos contra jornalistas como forma de reduzir a impunidade nos casos de ameaças e assassinatos dos profissionais da imprensa.
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PROJETO ANTICORRUPÇÃO [In:] QUEM NÃO DEVE, NÃO T(r)EME !!!

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Cresce resistência a projeto anticorrupção




Autor(es): Por Cristine Prestes | De São Paulo
Valor Econômico - 04/05/2012
 

A votação do projeto de lei que responsabiliza empresas pela prática de corrupção, que estava marcada para o dia 9, foi novamente adiada, agora para 23 de maio. A decisão foi tomada diante da enorme resistência de setores empresariais - principalmente de empreiteiras - à aprovação da proposta.
O Projeto de Lei (PL) nº 6.826, tramita em caráter conclusivo na comissão especial criada pela Câmara dos Deputados para avaliar a proposta. Mas, diante do temor de que haja um requerimento para que ele seja encaminhado ao plenário da Câmara, o relator, o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP), postergou a votação na comissão. "Isso poderia adiar definitivamente a aprovação do projeto", diz.
O principal dispositivo do projeto de lei é a possibilidade de responsabilização objetiva, tanto na esfera civil quanto na administrativa, de empresas que praticarem atos lesivos à administração pública ou que atentem contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro. Na prática, significa que, se o projeto for aprovado e a lei entrar em vigor, não será necessário provar, na esfera administrativa ou judicial, que a empresa cometeu ilegalidades. Bastará que se prove que ela foi beneficiada pelos atos ilícitos cometidos por seus representantes - como fraude em licitações, pagamento de propina a agentes públicos e uso de laranjas para ocultar a identidade dos verdadeiros beneficiados de uma operação, entre outros.
Hoje a legislação brasileira permite apenas que pessoas físicas sejam punidas por corrupção, mesmo que tenham agido em benefício de uma empresa. A punição para a empresa restringe-se à inserção de seu nome no cadastro de empresas inidôneas, que impede que elas participem de licitações e contratem com o setor público por um determinado período. Chamado de "PL anticorrupção", o projeto vai além da declaração de inidoneidade. Ele aumenta as possibilidades de punição de empresas por corrupção ao prever a aplicação de multas de 0,1% a 20% de seu faturamento bruto, a proibição de contraírem empréstimos em bancos públicos, a rescisão de contratos com os governos e até mesmo a suspensão de suas atividades.
O projeto foi elaborado pelo Executivo em 2010 para garantir que o Brasil cumpra dispositivos previstos em convenções internacionais de combate à corrupção dos quais é signatário - como a convenção da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), ratificada em 2000. A proposta também veio na esteira da Operação Castelo de Areia, deflagrada pela Polícia Federal em 2009 para investigar indícios de crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, corrupção e financiamento ilegal de campanhas eleitorais supostamente cometidos pelo comando da construtora Camargo Corrêa.
De acordo com o advogado Bruno Maeda, sócio do escritório Trench, Rossi e Watanabe e um dos coordenadores do comitê anticorrupção e compliance do Instituto Brasileiro de Direito Empresarial (Ibrademp), dos países que assinaram a convenção apenas Brasil, Argentina e Irlanda ainda não aprovaram leis que possibilitem a punição de empresas. "A corrupção é um câncer social, é o mal do século", diz o advogado Leonardo Machado, do escritório Machado, Meyer Advogados, que também acompanha o projeto. "Estamos com a faca e o queijo na mão para aprová-lo."
Na comissão especial, o substitutivo ao PL 6.826 recebeu diversas emendas, muitas delas derrubando a previsão de responsabilidade objetiva das empresas. As emendas foram recusadas pelo relator, e agora o projeto corre o risco de ser levado ao plenário da Câmara - para isso basta o requerimento de 52 deputados (10% da Câmara). Uma vez no plenário, a proposta pode ser alvo de diversas manobras para obstruir sua votação. "Não é uma questão de bancada e nem de base aliada", afirma o deputado Carlos Zarattini, para quem há "interesses econômicos muito fortes que prevalecem nesses momentos". "Inúmeras empresas enviam à comissão a informação de que estão descontentes com o projeto."
Para evitar que a proposta vá ao plenário e perca a condição de prioritário que possui hoje, Zarattini está em negociações com os deputados que fazem parte da comissão. Ele diz que pediu aos parlamentares que apresentem suas propostas para que o projeto possa ser votado, ainda que com algumas concessões. O relator acredita que o momento político é favorável - mesmo que não seja possível punir eventuais empresas apontadas pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as relações de agentes públicos e privados com o esquema de exploração ilegal de jogos de azar de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, já que os fatos em investigação são anteriores à lei.
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CPI DEMÓSTENES [In:] QUEM COM FERRO FERE, COM FERRO SERÁ PROTEGIDO...

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Demóstenes feriu o decoro, indica relator




Todos os sinais da quebra de decoro
Autor(es): GABRIEL MASCARENHAS
Correio Braziliense - 04/05/2012

O senador Humberto Costa (PT-PE) pediu a abertura de processo no Conselho de Ética contra Demóstenes Torres (sem partido), por quebra de decoro parlamentar. No entendimento do relator, o parlamentar goiano usou o mandato em benefício do bicheiro Carlinhos Cachoeira e mentiu em plenário

OPERAÇÃO MONTE CARLO
Relator defende a abertura de processo contra Demóstenes Torres no Conselho de Ética e aponta os fatos em que o senador goiano usou o mandato em benefício de Carlinhos Cachoeira, como a atuação a favor da legalização dos jogo

O relatór io do senador Humber to Costa (PT-P E), apresentado ontem no Conselho de Ética, complica ainda mais a situação do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). O texto de 63 páginas revela indícios de que o parlamentar goiano usou o mandato em benefício dos interesses do contraventor Carlos Augusto Ramos , o Carlinhos Cachoeir a, e mentiu no plenário da Casa. O documento termina pedindo a aber tura do processo disciplinar por suspeitas de quebra de decoro e será votado no Conselho de Ética na próxima terça-feira. A tramitação do julgamento político de Demóstenes , que pode culminar com a perda de mandato, ainda não tem praz o paa ser concluída. Caso não seja arquivado no Conselho de Ética, o processo seguirá para votação no plenár io , com a punição sugerida pelo relator em seu parecer conclusivo . Mas , independentemente do resultado, a própria defesa do parlamentar admitiu ontem, durante a sessão, que a aber tur a do procedimento já representa a mor te política do senador. Humber to Costa adiantou em quanto tempo pretende dar fim ao processo contra o senador. "Minha intenção é concluir os trabalhos      do Conselho de Ética em até dois meses ." Ele afir mou ainda que parte dos pleitos de defesa não deverá ser atendida pelos integr antes do Conselho de Ética, entre eles a realização de perícia nos diálogos entre Demóstenes e Cachoeir a, gravados pela Polícia Federal com autorização da Justiça, veiculados pela imprensa.
Relator da ação no Conselho , Costa sustenta o pedido de abertur a do processo disciplinar ao revelar que a atuação parlamentar de Demóstenes evidencia um posicionamento favorável à legalização dos jogos de azar no país , ao contrário do que ele afir mar a em discurso em 6 de março deste ano, quando surgiram as primeiras denúncias de uma ligação estreita entre ele e Carlinhos Cachoeira. O relatór io afirma que Demóstenes chegou a pedir um requer imento de infor mações , em 2003, sobr e o contr ato assinado entre a Caixa Econômica Federal e uma empresa que operava loterias federais . De acordo com o texto, Cachoeira era o pr incipal interessado na anulação do acordo firmado. O texto de Humberto Costa aponta ainda que, embora tenha afirmado em discurso no plenár io que jamais apoiou a legalização dos jogos de azar, Demóstenes votou contra uma medida provisória que proibia a exploração dessa atividade no Brasil, quando ainda era permitida.
O relator não se pautou em reportagens que trouxeram à tona os grampos feitos pela Polícia Federal em telefonemas de Cachoeir a para o senador, já que os advogados do parlamentar goiano argumentam que esses elementos não podem ser usados como prova.
Indícios
Costa lembrou no relatór io, porém, que durante o processo aberto contr a o senador Renan C alheiros no Conselho de Ética, em 2007, Demóstenes era menos rigoroso.
" Não me v enham com a história de que meros indícios ou de que apenas indícios não são suficientes par a ensejar uma condenação. São, sim! O Código de Processo Penal tem um capítulo — Dos Indícios — com um artigo que dispõe claramente a respeito do tema", afirmou Demóstenes , na ocasião, segundo o relatór io. Assim que o relator concluiu a leitura do texto , os advogados de Demóstenes argumentar am que o documento fugia dos tópicos propostos na representação do PSol que deu origem ao processo e que o parlamentar não ir ia se posicionar sobre os vazamentos do inquér ito contra ele, em tramitação no Supremo Tr ibunal Federal. Afirmando que o r elator trouxe fatos novos contr a o senador goiano, a defesa pediu mais cinco dias úteis par a apresentar nov a defesa prévia. O presidente do Conselho de Ética, senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), negou o pedido. Autor do requerimento contra o parlamentar goiano , o senador Randolfe Rodr igues (PS ol-AP) ironiz ou a tentativa dos advogados . " Realmente , a situação da defesa de Demóstenes é muito complicada, devido à grande quantidade de indícios de quebra de decoro . O presidente acer tou ao não aceitar a solicitação , já que o relator concentrou seu embasamento em fatos que evidenciam a quebra de decoro, por isso não há o que protestar", afirmou.
A vez da sala-cofre
» JOÃO VALADARES
Mesmo depois do festival de vazamentos das informações e dos diálogos da Operação Vegas e da Monte Carlo, o presidente da CPI do Cachoeira, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), criou uma espécie de caverna monitorada por um sistema de câmeras e sem internet para guardar o inquérito contra o senador Demóstenes Torres, enviado pelo Supremo Tribunal Federal. Vital resolveu passar a chave depois que a porta já estava escancarada. O senador justificou a criação da salacofre alegando que ainda há muita informação que não foi vazada. No entanto, disse que não tinha realizado nenhum tipo de comparação do ma terial recebido ontem com aquele que já foi divulgado na internet. Para evitar qualquer tipo de constrangimento, resumiu a atitude com apenas uma frase: "Estou fazendo minha parte". O cofre, vigiado 24 horas por 12 policiais, fica no subsolo da sa-la onde funciona a comissão . Os integrantes da CPI mista só poderão acessar os documentos a partir das 9h de segunda-feira, um dia antes do depoimento do delegado da Polícia Federal Raul Alexandre Marques, responsável pela Operação Vegas . Não haverá tempo determinado para a pesquisa. No local, há três terminais de computador com todas as informações recebidas até o momento. Para entrar na sala, os parlamentares vão ter que deixar os aparelhos eletrônicos do lado de fora. O presidente da CPI mista chegou a dizer que os senadores e deputados precisariam passar por um detector de metais. Depois, ao ser lembrado que os políticos não são submetidos a revistas, informou que apenas haveria um lugar específico para o depósito dos equipamentos eletrônicos. Todos terão que assinar um termo de compromisso afirmando que vão manter o sigilo das informações.

CPI DEMÓSTENES/CABRAL [In:] O MENINO GAROTINHO

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Garotinho ataca Cabral




Autor(es): ADRIANA CAITANO
Correio Braziliense - 04/05/2012
 

Deputado explora a proximidade do governador do Rio com o empreiteiro acusado de se beneficiar do esquema de Carlinhos Cachoeira

Na esteira da crise política causada pelas relações suspeitas entre o bicheiro Carlos Cachoeira e figuras públicas como parlamentares e governadores, o deputado Anthony Garotinho (PR-RJ)emplacou uma série de denúncias contra o atual governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB). Em seu blog pessoal, Garotinho começou a publicar diariamente fotos e vídeos de 2009 que supostamente provam a ligação pessoal entre Cabral e Fernando Cavendish, diretor afastado da Delta Construções. A empresa é apontada pela Polícia Federal como participante do esquema irregular de Cachoeira e é alvo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Congresso.

Ontem, Garotinho divulgou novas fotos em que Cabral e sua mulher, Adriana Ancelmo, divertem-se em uma viagem ao Principado de Mônaco ao lado de Cavendish e Jordana Kfouri, mulher do empresário que morreu no acidente de helicóptero que também vitimou a nora do governador no ano passado. O parlamentar ainda tornou público um vídeo em que os dois casais comemoram, em Paris, o aniversário de Adriana e a eleição do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB).

A acusação mais grave, no entanto, o deputado fez no plenário da Câmara. Garotinho afirmou ter uma gravação na qual um diretor da Delta, falando em nome de Cavendish, conversa com um dos chefes do jogo do bicho carioca sobre um acordo feito com Sérgio Cabral. “Foi acertado com o governador, por meio do Fernando, da Delta, que 30% do mercado do jogo no Rio é de Carlinhos (Cachoeira). Vocês vão ter que abrir”, teria dito o emissário de Cavendish, segundo Garotinho. O bicheiro do Rio teria respondido: “Não vou abrir coisa nenhuma! Nós temos um acordo, mandamos todo mês um dinheiro lá para o Palácio (Guanabara, sede do governo do Rio)”.

Segundo o parlamentar, o representante da Delta teria encerrado o diálogo prometendo que a recusa custaria caro ao bicheiro. Semanas depois, afirmou o deputado, uma operação da Polícia Civil do Rio prendeu suspeitos de integrar a cúpula do jogo do bicho no Rio de Janeiro. A operação de fato ocorreu entre dezembro do ano passado e janeiro deste ano, quando o patrono da escola de samba Beija-Flor, Anísio Abraão David, foi detido.
Apesar de ter dado alguns detalhes do diálogo, Anthony Garotinho disse “não ser leviano” ao ponto de publicar a gravação sem ter certeza de sua veracidade. Ele afirmou ter enviado um emissário ao presídio em que o bicheiro carioca está para checar se a conversa de fato ocorreu. “Se a fita que tenho em minhas mãos for autêntica, não haverá nada mais perverso que mandar prender bicheiros de um estado para botar um de outro”, comentou Garotinho, que trabalha para eleger a filha Clarissa como vice-prefeita do Rio de Janeiro, na chapa que deve ser comandada por Rodrigo Maia (DEM). Eduardo Paes, pré-candidato à reeleição apoiado por Sérgio Cabral, está à frente das pesquisas. Por meio de assessoria de imprensa, Cabral disse ao Correio que “não comentará leviandades”.

Ação contra ex-diretor da Delta
Carlos Roberto Duque Pacheco, ex-diretor da Delta, é alvo de uma ação penal do Ministério Público Federal no Tocantins (MPF-TO) por uso de documentos falsos para obter uma Certidão de Acervo Técnico (CAT). A CAT atesta a experiência da empresa na prestação de determinado serviço e é um dos requisitos para habilitá-la a participar de licitações. Segundo o MPF-TO, Pacheco falsificou dois documentos públicos apresentados ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Tocantins para obter a CAT, em 5 de fevereiro de 2009. As investigações também apontam que, com documentos forjados, já foram vencidas licitações de limpeza urbana nos municípios de Anápolis e Catalão, ambos em Goiás, em Itanhaém (SP) e em Palmas (TO).
A reação de Agnelo
ARTHUR PAGANIN
O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, repudiou ontem as tentativas de sabotagem do grupo do bicheiro Carlos Cachoeira para se infiltrar no governo local. Reportagem do Correio publicada ontem revelou conversas telefônicas interceptadas pela Polícia Federal entre Cachoeir a e integrantes da organização criminosa que tramavam chantagear Agnelo. O governador se disse surpreso com os métodos do grupo. “Tínhamos indicativos claros das tentativas de sabotagem dentro do governo, mas não nesse nível que o grampo da PF mostrou. As conversas divulgadas mostram como são falsas quaisquer acusações de participação do nosso governo no esquema do Cachoeira”, afirmou.
Agnelo também disse confiar no trabalho da Polícia Federal. “Sem dúvida, essa investigação vai mostrar claramente que esse não é um problema de Brasília. Vai esclarecer também até onde essa organização conseguiu se infiltrar no Estado, como no Ministério Público, que é citado nas investigações”, acrescentou.
Em um dos trechos interceptados pela Polícia Federal, um dos membros do grupo de Cachoeira conversa com Marcelo de Oliveira Lopes, conhecido como Marcelão — policial civil que trabalhou com Cláudio Monteiro, ex-chefe de gabinete de Agnelo. Na ligação, eles dizem esperar por uma denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o governador para pressioná-lo. A intenção seria favorecer os interesses da empreiteira Delta em contratos com o GDF.
O governador disse desconhecer qualquer denúncia contra ele. “O que eu posso imaginar é que eles montavam essas denúncias e as divulgavam por meio da imprensa. Depois, essas acusações seriam prontamente repercutidas, inclusive por órgãos como o Ministério Público, como foram no passado, sem a menor investigação e sem a menor apuração para desestabilizar o nosso governo”, disse.
"Sem dúvida, essa investigação vai esclarecer até onde essa organização conseguiu se infiltrar no Estado, como no Ministério Público, que é citado nas investigações"
Agnelo Queiroz, governador do DF.
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BRASIL/INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO [In:] À SO(m)BRA DA CHINA

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Desaceleração da indústria afeta receita de ICMS




Autor(es): Marta Watanabe, Marcos de Moura e Souza, Sérgio Ruck Bueno e Vanessa Jurgenfeld | De São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e Florianópolis
Valor Econômico - 04/05/2012
 

A desaceleração da produção industrial afetou a arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Nesses Estados houve crescimento menor ou queda no recolhimento do ICMS pelas indústrias durante o primeiro trimestre. Puxada pelo setor de petróleo e de siderurgia, a indústria fluminense foi exceção.
Em Minas, a receita tributária total gerada pela indústria no período cresceu 3,2% em relação ao primeiro trimestre do ano passado sem descontar a inflação, um percentual bem abaixo da média da arrecadação total, que subiu 12,1% na mesma comparação. Em São Paulo, a arrecadação total de ICMS cresceu 1,2% em termos reais de janeiro a março, com atualização pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
O setor industrial deu contribuição negativa nos primeiros três meses em São Paulo. Em março, a arrecadação da indústria paulista teve queda real de 5,7% em relação ao mesmo mês de 2011. Em abril, porém, a indústria do Estado apresentou pequena recuperação. Em Santa Catarina, o recolhimento da indústria cresceu 12,3% nominais, mas foi ajudado por um programa para recuperação de ICMS atrasado, chamado Revigorar III, que, segundo a fazenda catarinense recuperou R$ 30 milhões no primeiro trimestre.
Nos Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina a desaceleração industrial fez a arrecadação tributária ficar abaixo do esperado. A avaliação dos Estados, porém, é que ainda é cedo e há chances de cumprir a previsão de crescimento para o ano. Em Minas, a receita com tributos tem crescido dentro do esperado.
A arrecadação total de tributos de janeiro a março no Estado de São Paulo teve elevação real de 2,3% na comparação com o mesmo período do ano passado. A Secretaria da Fazenda avalia que a receita tributária deve ter crescimento real de 3,5% em 2012. A queda de arrecadação do ICMS no setor industrial não tem afetado tanto a arrecadação do Estado porque tem sido compensada com o desempenho de preços administrados e do imposto recolhido na importação. A arrecadação de preços administrados, por exemplo, aumentou 15% em termos reais em março, em relação ao mesmo mês do ano passado.
"A indústria tem sido afetada pelo câmbio e pela perda de competitividade, o que originou um resultado desfavorável no primeiro trimestre. Mas uma parte disso tem sido compensada pelo comércio atacadista e varejista. Esse segmento não foi tão afetado porque trabalha com as importações e o consumo se dá em São Paulo", diz André Luís Grotti Clemente, assessor de política tributária da Secretaria da Fazenda de São Paulo.
A expectativa da Fazenda, lembra Clemente, é de que haja recuperação nos próximos meses, principalmente a partir do segundo semestre, como resultado da desvalorização maior do real em relação ao dólar iniciada no último mês e da redução da taxa de juros.
Em abril a arrecadação paulista de ICMS foi 10,3% superior ao registrado em igual mês do ano passado, em termos nominais. A alta do imposto sobre importados, de 21,2%% em relação a abril de 2011, explica em grande parte o resultado, mas o salto de 14,8% no imposto pago pela indústria também contribuiu para o bom desempenho, que foi 2,8% superior ao projetado pelo Estado para o mês.
O crescimento no período, segundo avaliação do Secretário de Fazenda de São Paulo, Andrea Calabi, foi verificado principalmente por causa da recomposição de estoques após o forte ajuste entre fevereiro e março, com aumento da utilização da capacidade instalada. No entanto, a fraca base de comparação também ajudou. Em abril do ano passado, a arrecadação de ICMS da indústria havia subido apenas 2,5% em termos nominais, na comparação com igual mês de 2010.
No quadrimestre a arrecadação de ICMS aumentou 7,7%. Apesar do número mais forte do que o observado no acumulado até março (6,8%), a variação ainda está 0,9% abaixo do projetado pela Fazenda.
Em Minas, mesmo com o desempenho mais fraco da indústria, a arrecadação do primeiro trimestre ficou dentro do projetado para o período. O recolhimento do comércio mineiro cresceu a um ritmo quatro vezes maior do que a da indústria do Estado. Enquanto a arrecadação do setor manufatureiro registrou um aumento de 3,2% nominais, a do comércio subiu 13,1%.
"Esses resultados refletem a desaceleração do ritmo da atividade industrial", diz o secretário-adjunto da Fazenda de Minas Gerais, Pedro Meneguetti. No acumulado de janeiro e fevereiro, a produção industrial no Estado recuou 1,8% ante o mesmo período do ano passado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Enquanto isso, as importações em Minas cresceram 7,6% nos três primeiros meses do ano. "É uma sinalização de desindustrialização, com os importados ocupando mais espaços no nosso mercado", diz Meneguetti.
Segundo o secretário-adjunto, neste início de ano o Estado não contou com nenhuma receita extraordinária. A situação muda a partir deste mês. É quando começa a ser cobrada uma nova tarifa sobre a atividade de mineração. Sancionada pelo governador do fim do ano passado, a tarifa deve gerar uma caixa extra estimado em R$ 300 milhões. A receita não tinha sido incluída no orçamento deste ano porque o governo não descartava a hipótese de que as empresas conseguissem barrar a cobrança na Justiça.
No Rio Grande do Sul, a arrecadação no primeiro trimestre ficou abaixo do esperado, segundo o secretário da Fazenda, Odir Tonollier. A receita tributária do Estado de janeiro a março ficou em R$ 7,5 bilhões, ou 2,9% a menos do que havia sido previsto no orçamento de 2012 para o período. Em comparação com os três primeiros meses de 2011, houve crescimento nominal de 9,9%.
A situação deixou o governo gaúcho em alerta, mas Tonollier entende que é "muito cedo" para uma avaliação precisa dos riscos. Segundo ele, o plano de investimentos de R$ 2 bilhões para 2012 não está ameaçado porque será garantido com operações de crédito já aprovadas ou em negociações avançadas. No custeio, a postura é de maior "cautela", mas o secretário disse que até agora não há necessidade de "contingenciamento" de recursos.
A arrecadação bruta de ICMS no Estado cresceu 10,4% em relação a igual período de 2011, abaixo da meta de 15,4%. A desaceleração foi influenciada pelo desempenho abaixo da média de setores como telecomunicações, varejo e indústrias de bebidas, petroquímicas e de calçados.
Em Santa Catarina, a arrecadação total no primeiro trimestre apresentou alta nominal de 9,43% em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 4 bilhões. Apesar da alta, o recolhimento ficou abaixo da meta, que estabelecia elevação de 13%.
De acordo com o secretário da Fazenda em exercício, Almir Gorges, há um ritmo de crescimento menor na arrecadação tanto do comércio quanto da indústria em relação ao início de 2011. Neste primeiro trimestre, o comércio aumentou somente 8%, enquanto no ano anterior sua taxa de incremento chegava a 10%. Já a indústria cresceu 12,34%. No mesmo período do ano passado, sua taxa de crescimento havia sido de 20%.
"O crescimento em si da arrecadação não foi ruim, mas houve desaceleração nos primeiros meses e isso causou apreensão", disse Gorges. No entanto, em março já houve sinais de melhora e Gorges estima que o Estado poderá ter um crescimento nominal de 10% no ano. "O problema maior poderá ser no ano que vem, quando haverá impactos da aprovação da Resolução 72", diz Gorges, referindo-se à unificação do ICMS interestadual de importados em 4%, medida que passa a valer em janeiro de 2013. Santa Catarina estima que deve perder R$ 1 bilhão da receita por conta disso. (Colaborou Tainara Machado, de São Paulo).
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GOVERNO DILMA/MANTEGA/POUPANÇA [in:] ... AO ESTILO ''ÚLTIMO TANGO'' *

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POUPANÇA MUDA E JURO REAL CAI A 2,45%, O MENOR DESDE O PLANO REAL




GOVERNO MUDA REMUNERAÇÃO DA POUPANÇA E TIRA "TRAVA" DA SELIC
Autor(es): Claudia Safatle, João Villaverde e Yvna de Souza | De Brasília
Valor Econômico - 04/05/2012

Decidido a abrir caminho para novas quedas da taxa de juros básica, o governo retirou ontem o maior obstáculo legal para que possa cumprir esse objetivo: mudar as regras de remuneração da aplicação financeira mais popular do país, a caderneta de poupança. Pelo novo sistema, a caderneta passa a ser remunerada em 70% da taxa Selic quando ela for inferior a 8,5%, e pelo sistema atual, quando for superior. Nada muda para as contas já existentes.
A mudança derrubou ainda mais os juros futuros, que passaram a apontar uma taxa Selic de 8% a 8,25% para o ano. A taxa real de juros — de 360 dias, descontada a inflação projetada em 12 meses, de 5,53% — atingiu nova mínima histórica, aos 2,45% ao ano.
A partir de hoje a remuneração da caderneta de poupança obedecerá a um gatilho: sempre que a taxa básica de juros (Selic) for igual ou menor do que 8,5% ao ano, os novos depósitos da poupança serão corrigidos por 70% da Selic. As aplicações já existentes permanecem com a regra atual de rentabilidade: juros fixos de 0,5% ao mês (6,17% ao ano) mais a variação da Taxa de Referência (TR). A TR, com Selic em 8,5% ao ano, cai para zero. O incentivo fiscal da isenção do Imposto de Renda permanecerá.
Quando a taxa Selic for superior a 8,5% ao ano - hoje ela é de 9% ao ano - a caderneta de poupança volta a ter a rentabilidade usual (juros de 6,17% ao ano mais a TR). Assim, a nova regra só entrará em vigor se o Comitê de Política Monetária (Copom) cortar a taxa Selic para 8,5%, o que poderá ocorrer já na reunião do fim deste mês.
Dessa forma, a regra de remuneração da poupança deixa de ser uma trava para a queda da taxa de juros no país. Os atuais depositantes ficam com uma pequena vantagem em relação aos novos no caso do gatilho ser acionado, o que foi feito para evitar futuras demandas judiciais. Para as novas cadernetas, a remuneração será calculada com base na Selic em vigor no dia do depósito.
A medida, engenhosa, foi anunciada no início da noite pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, após seguidas reuniões da presidente Dilma Rousseff com o Conselho Político, com os dirigentes das centrais sindicais e com um grupo de empresários ao longo de toda a tarde, no Palácio do Planalto. Dilma procurou se cercar de um amplo apoio político para mexer num tema tão delicado para o poupador brasileiro.
Os planos originais do Palácio do Planalto eram um pouco diferentes. Imaginava-se poder alterar a rentabilidade da poupança só após as eleições municipais de outubro. O cenário externo, que voltou a piorar, a demora na reação da atividade econômica doméstica e os sinais da última ata do Copom, de que os juros podem cair mais, justificam a antecipação da medida. Quem alimentava a expectativa de que a economia brasileira cresceria cerca de 1% no primeiro trimestre agora espera crescimento de apenas 0,5%.
Dos parlamentares da base aliada do governo, Dilma teve garantia de apoio à aprovação da medida provisória, publicada em edição extraordinária do Diário Oficial.
O líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), disse que a presidente "garantiu todos os diretos de todos os poupadores". Aos políticos, Dilma disse: "Não estou aqui para vender facilidades. É um passo que tem que ser dado", segundo relatou Alves, que concluiu: "A presidente estava muito determinada, convencida e convincente". Na reunião do Conselho Político, ela se referiu a "três amarras" que precisam ser trabalhadas: a redução dos juros para empresas e consumidores; a valorização cambial; e a diminuição de impostos, prosseguiu o líder do PMDB. Os mesmos problemas que ela ressaltou em discurso da presidente na posse do ministro do Trabalho, Brizola Neto.
Os dirigentes sindicais também deixaram a reunião com declarações de apoio a Dilma. O presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), assegurou que as centrais vão sustentar as mudanças propostas. "Achamos que não mexer nas atuais poupanças significa uma coisa positiva", disse ele. "Somos nós, as centrais, que podemos colocar o povo na rua e, para ela, é importante ter o nosso apoio em uma medida tão sensível como essa", disse o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah.
Os 26 empresários que estiveram com a presidente ontem também aplaudiram a iniciativa do governo de reduzir os juros, pressionar os bancos para reduzirem os spreads e pediram que a "guerra" se estenda para o alongamento do crédito, contou Joesley Batista, da JBS Friboi. "São medidas de bom senso, boas para o Brasil", disse André Esteves, presidente do banco BTG Pactual.
O ministro Guido Mantega avaliou que os custos do crédito imobiliário tendem a cair na medida que o custo da captação da poupança diminui. Disse, também, que terão que ser feitos "ajustes" na portabilidade e que os técnicos estão estudando isso. Para o ministro, no entanto, a pressão do governo para a queda dos juros é concentrada, principalmente, nas modalidades em que considera o spread bancário (diferença entre a taxa de captação e a cobrada do tomador) elevado. Esse é o caso, segundo ele, do capital giro e crédito consignado.
Os bancos, segundo o Ministério da Fazenda, terão 30 dias para se prepararem para a mudança, tendo que operacionalizar uma segregação das contas dos poupadores entre os depósitos antigos e os que vão obedecer ao gatilho. Quando o investidor for sacar da caderneta de poupança, o banco abaterá automaticamente o saque da conta nova, que renderá menos.
(Colaboraram Edna Simão, Fernando Exman, Daniel Rittner e Andre Borges)
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(*) ... a lembrar "Maria Schneider".
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''QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?''


SINOPSES - RESUMO DOS JORNAIS


04 de maio de 2012
O Globo

Manchete: Poupança renderá menos para os juros caírem mais
Decisão de Dilma vale a partir de hoje, mas só para novos depósitos

O governo anunciou ontem uma mudança ousada nas cadernetas de poupança, que reduzirá o rendimento para quem fizer novos depósitos já a partir de hoje. A medida, no entanto, é considerada indispensável para abrir caminho para uma queda maior da taxa básica de juros no país, hoje em 9% ao ano. Pelas novas regras, quando a taxa básica (Selic) ficar igual ou menor do que 8,5%, a poupança terá rendimento equivalente a 70% da Selic mais a Referencial (TR). Na prática, um depósito de R$ 10 mil, pelas regras atuais, renderia R$ 616,78 ao fim de um ano. Com a nova regra e Selic a 8,5%, esse mesmo depósito renderia R$ 582,91. Para angariar apoio político para a cruzada pela redução dos juros, a presidente Dilma Rousseff reuniu-se ontem com políticos, empresários e centrais sindicais. A oposição criticou. (Págs. 1, 27 a 31, Míriam Leitão e Flávia Oliveira, Negócios & Cia)
Fotolegenda: Bengala
Usando bengala e amparado, Lula participou ontem de um seminário no BNDES. Sua assessoria disse que o apoio se deve à perda de musculatura na perna após emagrecimento devido ao câncer. (Págs. 1 e 11)
Com lucro menor, BB fica atrás de Bradesco e Itaú
O aumento do calote nos financiamentos de veículos e das reservas para cobrir perdas de ações na Justiça fez o Banco do Brasil ter lucro líquido 14,7% menor no primeiro trimestre: R$ 2,5 bilhões. Com isso, o ganho do banco estatal, o maior do país, ficou abaixo do registrado pelo Itaú Unibanco (R$ 3,4 bilhões) e pelo Bradesco (R$ 2,7 bilhões). Diante do resultado, as ações do banco caíram 1,48% na Bolsa de Valores de São Paulo. (Págs. 1 e 30)
Editorial
Na ofensiva para reduzir juros, o governo deve ter uma política de desconcentração bancária. Só discurso não adianta. (Págs. 1 e 6)
Populismo afasta investimentos
A Argentina, que era o terceiro principal destino dos investimentos estrangeiros na América Latina, caiu para sexto lugar em 10 anos. As intervenções dos anos Kirchner afugentaram investidores. (Págs. 1 e 33)
Relator pede ação contra Demóstenes
No relatório em que pediu abertura de processo contra Demóstenes Torres no Conselho de Ética do Senado, Humberto Costa (PT-PE) disse que o senador goiano mentiu ao se apresentar apenas como amigo de Cachoeira. Demóstenes ajudou o bicheiro desde o início do mandato. (Págs. 1, 3 e editorial “As chances de ser uma CPI verdadeira”)
Empresas vão à Justiça por outdoors
O Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior (Sepex-RJ) anunciou que vai à Justiça tentar derrubar o decreto Rio Limpo. No primeiro dia de operações, foram retirados nove outdoors e sete lonas com propaganda. (Págs. 1 e 17)
Sem lei, não pode bicicleta elétrica no Rio
O Denatran esquentou a polêmica sobre o ciclista multado pela Lei Seca alertando que, sem regulamentação, não são permitidas bicicletas elétricas no Rio. Dois agentes foram afastados por terem montado blitz na ciclovia. (Págs. 1 e 14)
Ativista chinês põe Obama sob crítica nos EUA
O dissidente cego Chen Guangcheng disse que quer deixar Pequim no avião de Hillary Clinton. Além de ameaçar as relações EUA-China, caso fez Obama ser criticado pela oposição e por ONGs de defesa dos direitos humanos. (Págs. 1 e 36)
Após cotas, STF decide que ProUni também é legal (Págs. 1 e 13)



Fotolegenda: História no varal
Jornais secam no varal, junto a prateleiras de livros antigos, na Biblioteca Nacional, após o rompimento de um duto do ar-condicionado. (Págs. 1 e 18)
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Folha de S. Paulo

Manchete: Dilma corta ganho da poupança
Rendimento da aplicação mais popular do país será reduzido se os juros caírem a 8,5% ao ano, como é esperado

A presidente Dilma Rousseff mexeu nas regras da poupança, a mais tradicional e popular aplicação financeira do país, e reduziu o seu rendimento, conforme havia antecipado a Folha.

O objetivo é reduzir os juros sem que haja fuga de outros investimentos para a caderneta. A medida vale a partir de hoje para novas aplicações e novos depósitos em contas já existentes.
(Págs. 1 e Poder A4)
Fernando Rodrigues
Presidente encara risco evitado por antecessores. (Págs. 1 e Poder A7)
Vinicius Torres Freire
Medida mostra que país precisa de muita reforma. (Págs. 1 e Mercado B4)
Relator da CPI do Cachoeira diz que poderá investigar mídia
Relator da CPI do Cachoeira, o deputado federal Odair Cunha (PT-MG) afirmou que não há tema proibido na condução de seu trabalho e que, “se houve cooptação e corrupção de alguns atores da mídia, isso deve ser investigado”.

Ele ainda não vê indícios suficientes para que os três governadores envolvidos no escândalo sejam convocados para depor. (Págs. 1 e Poder A10)

Para tentar salvar as operações da empresa, a construtora Delta foi posta à venda. (Págs. 1 e Poder A11)
PF apura paradeiro de vítimas citadas por ex-delegado da ditadura militar (Págs. 1 e Poder A13)

Pesquisa revela que brasileiro mistura Prozac e emagrecedor (Págs. 1 e Saúde C16)

Saída pela cozinha
Pressionado após a divulgação de fotos com empresário, Sérgio Cabral deixa evento pela porta dos fundos. (Págs. 1 e Poder A11)
Indústria segue calvário e cai 3% no 1º trimestre
Dados divulgados pelo IBGE mostram que a produção industrial encolheu 3% no primeiro trimestre deste ano em relação a igual período de 2011. O resultado confirma o mau momento do setor, que vem registrando resultados negativos desde abril do ano passado.

Em março, a produção industrial recuou 0,5% em relação a fevereiro. (Págs. 1 e Poder A8)
BB vai anunciar corte de juros e de taxas de fundos
O Banco do Brasil vai anunciar uma linha de crédito para atrair clientes endividados de outros bancos — medida já adotada pela Caixa — e a redução de taxas de administração dos fundos de investimento, além de novo corte nos juros.

O banco teve queda de 15% no lucro do primeiro trimestre e diz ter sob controle a inadimplência. (Págs. 1 e Mercado B1)
Ativista cego pede carona em avião de Hillary Clinton para deixar China (Págs. 1 e Mundo A14)

Editoriais
Leia “Investimento de risco”, sobre alterações no rendimento da poupança, e “Reembolso devido”, acerca de cobranças incorretas nas contas de luz. (Págs. 1 e Opinião A2)
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O Estado de S. Paulo

Manchete: Governo cria gatilho para poupança
Se o BC cortar a Selic para 8,5% ou menos, o ganho da caderneta passará a ser 70% dessa taxa mais TR; intenção é facilitar redução dos juros
Para permitir a queda dos juros, o governo criou um gatilho que vai reduzir o ganho da poupança. Nada muda de imediato, mas, se o Banco Central decidir cortar a Selic (taxa de juros básica) para 8,5% ou menos - o que pode acontecer neste semestre -, o rendimento passará a ser 70% dessa taxa acrescido da variação da Taxa Referencial (TR), em vez dos tradicionais 0,5% mais TR. Essa nova fórmula atingirá os depósitos feitos a partir de hoje. Para depósitos antigos, nada muda. As características da poupança atual, como isenção do Imposto de Renda, rendimentos mensais e liquidez diária, não mudam. “É um passo histórico, mas é só um passo”, disse a presidente Dilma Rousseff a líderes da base aliada. Dilma pediu ainda cuidado na divulgação do tema, pois admitiu preocupação com interpretações errôneas de que o governo congelará a poupança. “Não vamos fazer nenhuma gracinha, nenhuma loucura”, afirmou a presidente a sindicalistas. A Confederação Nacional da Indústria manifestou apoio à medida. (Págs. 1 e Economia B1,B3 a B5 e B8)

Análises

Celso Ming
Além da mudança

Confirmam-se duas quase suspeitas: o BC passou a operar com meta de juros e vem aí um corte maior da Selic.
(Págs. 1 e B2)

José Paulo Kupfer
Sem ‘Lei de Gérson’

Uma aplicação financeira não pode ser, ao mesmo tempo, a mais segura, a mais líquida e a mais rentável. (Págs. 1 e B4)
Pedido processo contra Demóstenes no Senado
Conselho de Ética tende a aceitar abertura do caso

O relator do caso de Demóstenes Torres (sem partido) no Conselho de Ética do Senado, Humberto Costa (PT-PE), pediu processo por quebra de decoro contra o senador goiano. A tendência é que o conselho aceite o pedido. Demóstenes é suspeito de participar de esquema do contraventor Carlinhos Cachoeira. No parecer de Costa, ele é acusado de mentir. O último senador que enfrentou processo de cassação no Conselho de Ética foi Renan Calheiros (PMDB-AL), em 2007. Ele foi absolvido. (Págs. 1 e Nacional A4, A6 e A7)
Fotolegenda: Lula aparece de bengala
Lula é amparado por assessor do governo do Rio, após discurso no BNDES; sem improvisar, o ex-presidente voltou a atacar os países ricos. (Págs. 1 e Nacional A7)
Serra defende igrejas no debate eleitoral
Em processo de aproximação com líderes religiosos de São Paulo, o pré-candidato tucano à Prefeitura, José Serra, afirmou que a manifestação das igrejas durante a campanha eleitoral é “legítima”. Para ele, os religiosos têm o direito de manifestar seus princípios, como ocorreu na eleição de 2010. (Págs. 1 e Nacional A9)

José Serra
Pré-candidato à prefeitura de SP

“(Se) a pessoa tem uma religião e quer discutir princípios, é legítimo. Não são os candidatos que fazem a agenda”
Ministério: Novo Jango
Na posse de Brizola Neto no Ministério do Trabalho, a presidente Dilma Rousseff o comparou a João Goulart, seu tio-avô. “Em 1953, também jovem e determinado, Jango foi empossado ministro do Trabalho. Foi Jango quem deu à pasta grande dimensão.” (Págs. 1 e Nacional A8)
Ativista chinês quer ir embora com Hillary
Pouco depois de deixar a Embaixada dos EUA na quarta-feira, o ativista cego Ghen Guangcheng se disse ameaçado e afirmou que gostaria de sair da China no avião da secretária de Estado Hillary Clinton, que está em Pequim. (Págs. 1 e Internacional A10)
Receita de times passa de R$ 2 bilhões (Págs. 1 e Esportes E1)

Salário de professor está atrasado em SP (Págs. 1 e Vida A22)

94% se preocupam com meio ambiente
Pesquisa Ibope mostra que 94% dos entrevistados se dizem preocupados com o meio ambiente no Brasil - eram 80% em 2010. Para 79%, o aquecimento global é causado pelo homem. (Págs. 1 e Vida A20)
Nelson Motta
Lixos e luxos

Paradoxal e ironicamente, há cada vez mais sujeira na limpeza pública, com o lixo urbano pagando o luxo mundano de empresários e políticos. (Págs. 1 e Nacional A9)
Gilles Lapouge
Antídoto a Merkel

O que se espera de Hollande é que ele solte a camisa de força com a qual Merkel e Sarkozy prenderam o corpo extenuado da Europa. (Págs. 1 e Internacional A17)
Notas & Informações
A crise desembarcou

A crise chegou aos portos brasileiros, derrubando os preços dos principais produtos exportados. (Págs. 1 e A3)
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Correio Braziliense

Manchete: Gatilho na poupança para derrubar juros
O governo alterou as regras da poupança como forma de aprofundar a política de redução de juros. A partir de hoje, os novos depósitos estarão sujeitos a um gatilho, vinculado à taxa básica da economia, hoje em 9% ao ano. Se o Banco Central baixar a Selic para 8,5%, os rendimentos da caderneta de poupança equivalerão a 70% da taxa básica, acrescidos da TR. Segundo os cálculos apresentados pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, o ganho anual da poupança ficaria em 6,2% nessa situação. Na edição de 20 de abril, o Correio antecipou a determinação da presidente Dilma em modificar a poupança. (Págs. 1 e 9)
Fotolegenda: Lula solta a voz
Apoiado numa bengala, o ex-presidente participou da festa de 60 anos do BNDES e fez sua primeira palestra após o diagnóstico de câncer na laringe. "Faz sete meses que não falo. Espero que não tenha desaprendido a falar", disse o petista, que discursou por 20 minutos. (Págs. 1 e 6)
Demóstenes feriu o decoro, indica relator
O senador Humberto Costa (PT-PE) pediu a abertura de processo no Conselho de Ética contra Demóstenes Torres (sem partido), por quebra de decoro parlamentar. No entendimento do relator, o parlamentar goiano usou o mandato em benefício do bicheiro Carlinhos Cachoeira e mentiu em plenário. (Págs. 1 e 2)
JK sem proteção
Após o despejo dos moradores da Fazendinha JK, em Luziânia, objetos do ex-presidente ficaram abandonados. O Iphan ainda estuda o tombamento do imóvel. (Págs. 1 e 28)
Vistos: Diplomata dos EUA detalha mudanças
A cônsul dos Estados Unidos em Brasília, Antonia Cassarino, participa de um chat no site do Correio para explicar as regras de concessão dos documentos. (Págs. 1, 26 e correiobraziliense.com.br)
O declínio do terror nas cartas de Bin Laden
Documentos encontrados no esconderijo do terrorista no Paquistão mostram que ele ainda fazia planos ousados, mas sabia que seu grupo estava decadente. (Págs. 1 e 16)
ProUni: STF confirma a política de cotas
Segundo decisão do Supremo, o programa do MEC está autorizado a destinar vagas para negros, índios, deficientes e alunos de escolas públicas. (Págs. 1 e 8)
MP investigará injúria racial
Promotoria aguarda a conclusão do inquérito policial contra o médico acusado de ofender uma jovem negra. (Págs. 1 e 21)
Dia de quebradeira e protestos no Buriti
Insatisfeitos com a ordem de desocupação de um terreno da Terracap em Ceilândia, cerca de 250 sem-teto tentaram invadir a sede do GDF, mas foram impedidos pela segurança. Vidros do palácio acabaram quebrados e três pessoas ficaram feridas. Após a tentativa frustrada de ocupação, os manifestantes queimaram faixas e cartazes e pararam o trânsito no Eixo Monumental. (Págs. 1 e 24)

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Valor Econômico

Manchete: Poupança muda e juro real cai a 2,45%, o menor desde o Plano Real
Decidido a abrir caminho para novas quedas da taxa de juros básica, o governo retirou ontem o maior obstáculo legal para que possa cumprir esse objetivo: mudar as regras de remuneração da aplicação financeira mais popular do país, a caderneta de poupança. Pelo novo sistema, a caderneta passa a ser remunerada em 70% da taxa Selic quando ela for inferior a 8,5%, e pelo sistema atual, quando for superior. Nada muda para as contas já existentes.

A mudança derrubou ainda mais os juros futuros, que passaram a apontar uma taxa Selic de 8% a 8,25% para o ano. A taxa real de juros — de 360 dias, descontada a inflação projetada em 12 meses, de 5,53% — atingiu nova mínima histórica, aos 2,45% ao ano. (Págs. 1, A2 e C1 a C4)
Crédito imobiliário terá taxa variável
As novas regras de remuneração da poupança devem provocar mudanças no crédito imobiliário. Como as novas aplicações passarão a ser corrigidas por um percentual da taxa Selic, os financiamentos terão de ter taxas variáveis de correção. O governo descarta mudanças, alegando que, quando a Selic chegar a 8,5% e a TR zerar automaticamente, incidirá sobre os contratos de crédito imobiliário o juro previamente pactuado. O problema é que, sem alteração nos contratos, há risco de descasamento entre passivos e ativos, uma vez que a remuneração do funding oscilaria conforme a taxa Selic, enquanto a taxa cobrada do mutuário permaneceria fixa. (Págs. 1 e C3)
Dilma quer juro baixo como marca
Assim como Fernando Henrique Cardoso, com o Plano Real, e Luiz Inácio Lula da Silva, com o Bolsa Família, Dilma Rousseff começa a cunhar a marca de seu governo, algo que lhe pode ser útil nas eleições de 2014: a da presidente que domou a maior taxa de juros do mundo, algo que parecia impensável, como eram a inflação e a redução da pobreza. Na empreitada, está sendo auxiliada pelo jornalista João Santana, que fez sua campanha em 2010. A mudança no rendimento da poupança é arriscada, mas necessária para que o BC continue a baixar os juros. Continua muito nítido na memória dos brasileiros o dia em que Fernando Collor confiscou os depósitos. (Págs. 1 e C4)
Dreyfus deve abrir capital da LDC
A LDC Bioenergia, segunda maior empresa de cana-de-açúcar do país, controlada pela multinacional francesa Louis Dreyfus Commodities, convocou ontem assembleia extraordinária de acionistas para o dia 8 de maio, quando será votada a abertura de capital da empresa na bolsa.

A companhia não informa quanto poderia captar por meio da oferta inicial de ações, caso siga em frente com o plano. O mercado estima que poderia ser algo entre R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão, por 25% a 30% da empresa. Entre os acionistas minoritários da companhia, com 14% de participação, estão as famílias Junqueira Franco e Biagi, ex-controladores da Santelisa Vale, comprada pela Dreyfus em 2009. (Págs. 1 e B12)
Vale tem revés em disputa de R$ 24 bi
A Fazenda Nacional poderá voltar a cobrar uma autuação fiscal de R$ 24 bilhões contra a Vale. Ontem, a 1ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) derrubou liminar que suspendia a cobrança de Imposto de Renda e CSLL sobre o lucro de controladas da companhia no exterior relativos ao período de 1996 a 2002.

Três dos cinco ministros que analisaram recurso da Fazenda contra a liminar entenderam que só poderiam interromper a cobrança em situações excepcionais, o que não era o caso. O julgamento foi iniciado em abril, mas terminou apenas ontem com voto de desempate do ministro Mauro Campbell Marques, que integra a 2ª Turma do tribunal e foi convocado para decidir a questão no lugar do ministro Benedito Gonçalves, que estava impedido. (Págs. 1 e E1)
Mina da CSN agita eleição em Congonhas
Vereadores da cidade histórica de Congonhas (MG), lar dos profetas de Aleijadinho, dão a receita para atrair votos na eleição deste ano: apoiar o projeto que barra os planos bilionários da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) para expandir a mina Casa de Pedra.

A empresa já diz que poderá transferir os investimentos para outro município se o projeto de lei que tomba uma área desejada por ela for aprovado. Mas ainda não existe um plano alternativo desenhado, diz a companhia, que tem promovido encontros com moradores para esclarecer dúvidas sobre os impactos do empreendimento. Junto com a Namisa, a CSN produz hoje 25 milhões de toneladas de minério de ferro por ano em Congonhas. (Págs. 1 e A16)
Empresários defendem veto a Código Florestal
A presidente Dilma Rousseff se aproxima de uma das decisões mais importantes de seu governo: vetar ou não o projeto de lei que altera o Código Florestal, aprovado pelo Congresso. O tema polarizou o país. Agora, um grupo de empresários decidiu se posicionar sobre a questão. Em encontro organizado por iniciativa de Roberto Klabin, presidente da Fundação SOS Mata Atlântica, e José Eli da Veiga, professor da USP, Pedro Passos, copresidente do conselho de administração da Natura, Horácio Lafer Piva, acionista da Klabin, Paulo Nigro, diretor-presidente da Tetra Pak, e Roberto Lima, membro do conselho da Telefônica Brasil, defenderam o veto presidencial.

“Coloca-se aí um tema ético sobre o país que queremos. O Brasil é o Brasil da anistia?” questiona Passos, referindo-se a um dos pontos controversos do texto, que perdoa os desmatamentos ilegais anteriores a 2008. Piva diz que este é o momento decisivo para que a presidente não se torne refém de parte do Congresso. Os empresários reconhecem que o tema toca a interesses contraditórios, mas acreditam que o oportunismo político foi decisivo na votação da Câmara e que o assunto extrapola a esfera do agronegócio. (Págs. 1 e Eu & Fim de Semana)
Criminosos usam a nuvem para facilitar golpes (Págs. 1 e B2)

Setor de TI lidera fusões, mas segue pulverizado (Págs. 1 e B3)

Lista negra do desmatamento
Alta Floresta (MT) e Santana do Araguaia (PA) deixam a lista negra dos maiores desmatadores da Amazônia, mas revisão de critérios inclui mais sete municípios na relação. (Págs. 1 e A2)
Locomotiva emergente
Crescimento médio acumulado dos países emergentes entre 2007/13 deve ficar em 37%, segundo o Deutsche Bank, comparado a zero na União Européia e 6,6% nos Estados Unidos. Na América Latina, puxada pelo Brasil, a expansão será de 22%. (Págs. 1 e Al2)
Gerdau investe em minério de ferro
A Gerdau pretende investir R$ 838 milhões para aumentar sua produção de minério de ferro, de 6,5 milhões para 11,5 milhões de toneladas por ano, até 2014 e planeja terminal em Sepetiba (RJ) para exportação de excedentes. (Págs. 1 e B8)
JBS fica com a Frangosul
A JBS deve anunciar hoje a aquisição das operações da Doux Frangosul, que enfrenta grave situação financeira desde 2009. A empresa, com sede em Montenegro (RS), também tem plantas em Caxias do Sul, Passo Fundo e Caarapó (MS). (Págs. 1 e B12)
Expansão da Los Grobo
A Los Grobo Ceagro do Brasil acaba de adquirir uma empresa de insumos no oeste da Bahia, inaugura hoje uma unidade de fertilizantes no Maranhão e planeja investimentos de quase R$ 50 milhões nas áreas de armazenagem e logística. (Págs. 1 e B12)
Plural assume a Geração Futuro
A Plural Capital, de ex-sócios do Pactual, fechou a compra da tradicional corretora de ações e gestora de fundos de renda variável Geração Futuro, com sede no Rio Grande do Sul. (Págs. 1 e C14)
Ideias
Philip Stephens

A noção efetivamente perigosa na Europa atual é a premissa de que as coisas podem simplesmente continuar como estão. (Págs. 1 e A15)
Ideias
Armando Castelar Pinheiro

Não será fácil navegar em um mundo de ciclos econômicos curtos e de crescimento moderado e desigual. (Págs. 1 e A11)
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