PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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valor ...ria...nine

folha gmail df1lkrha

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sexta-feira, julho 27, 2007

XÔ! ESTRESSE [In:] A PÁTRIA DAS CHUTEIRAS (FEMININA)... OPS!!!










[Chargistas: Erasmo, Regi, Sinfrônio, J.Bosco, Cláudio, M.Aurélio, Amarildo].

GOVERNO LULA [In:] "MARACANÃ" MARAVILHA! *





Não chegou a ser um novo “maracanaço”. Mas todo mundo ouviu. Lula foi vaiado. De novo. Deu-se em Aracaju (SE), nesta quinta-feira (26), quando são decorridos apenas 14 dias desde os apupos que constrangeram o presidente na abertura do Pan. Dessa vez, as vaias foram entoadas por funcionários públicos em greve. Gente do Incra e do Ministério da Cultura. Lula foi à capital sergipana para anunciar a liberação de cerca de R$ 400 milhões para obras nas áreas de habitação e saneamento. Falou em ambiente fechado. Só entraram convidados. A barulheira, produzida por um grupo de cerca de 40 pessoas, veio de fora. Uma claque lulista, majoritária, entrou em cena. Fez o que pôde para abafar o zunido. Não deu. É do jogo. Vida que segue. Não há em Aracaju nenhum Cesar Maia à mão. Mas sempre se poderá atribuir as novas vaias a uma orquestração de sindicalistas aloprados. Curiosamente, Lula decidira inverter seu calendário de viagens justamente para evitar surpresas do gênero. Antes, iria para Porto Alegre, cidade de onde partiu o Airbus da tragédia da TAM. Preferiu voar para o Nordeste. Ali, encontrou o que Drummond chamaria de uma pedra no caminho. Uma pedra barulhenta. Folha Online, Escrito por Josias de Souza.
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(*) "VAIA" CON DIOS MY VIDA... [Obviamente que não é esse o sentido da letra da canção...].

NELSON JOBIM: "UMA MENSAGEM À GARCIA!"

"Aja ou saia. Faça ou vá embora", diz ministro da Defesa



Brasília - No discurso de transmissão de posse de cargo, o novo ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que o tempo, agora, não é de “ouvir explicações” e citou o ex-primeiro ministro inglês, Benjamin Disraeli, ao prometer resultados quanto ao fim da crise aérea. “Nunca se queixe, nunca se explique, nunca se desculpe. Aja ou saia. Faça ou vá embora”, afirmou. Segundo o ministro, as soluções para a crise partirão de negociações de forma integrada entre as autoridades. “Vamos enfrentar os problemas que estamos vivendo, enfrentá-los na perspectiva de uma grande união nacional para mostrar exatamente ao país, ao povo brasileiro, que é nosso comandante, e ao mundo que o Brasil veio para ficar e veio para ter voz, para definir prioridades e saber que é uma grande nação”, disse. “A história não registra e não grava boas intenções, a história registra o que fazemos e o que deixamos de fazer. Ela não aceita explicações”, afirmou. Priscilla Mazenotti Repórter da Agência Brasil, Foto Antonio Cruz/ABr.
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" Aja ou saia. Faça ou vá embora " , diz ministro da Defesa:
Jobim disse que é preciso fazer uma "revisão sistêmica" das instituições vinculadas com o ministério, como a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), por exemplo. "Não podemos deixar que haja mais comandos fora de regências. Isso aqui tem de funcionar como uma orquestra e o maestro sou eu, sob as ordens do presidente. A música e a composição são do presidente, eu executo e vamos trabalhar exatamente com o conjunto nesse sentido", disse. "O nosso compromisso é ter formas de solução e não formas de lamentação", acrescentou. Segundo o ministro, se for para garantir a segurança, as filas nos aeroportos podem continuar. "É uma questão de opções. Precisa ficar claro que, se for necessário que se prolonguem as filas para garantir a segurança, é o preço que pagamos" . Jobim, que amanhã (27) visita o local do acidente com o avião da TAM em São Paulo, disse que até a próxima segunda-feira (30) vai tomar decisões quanto ao enfrentamento da crise aérea. Segundo ele, entre essas decisões poderá estar a troca no comando da Infraero. "A tendência, eventualmente, pode ser esta", disse hoje em entrevista coletiva. Jobim disse que o novo presidente da Infraero deve ser um gestor e não descartou a possibilidade de ser um presidente civil em vez de militar. "Civil ou militar, não importa. O que interessa é ser gestor", afirmou. O presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, esteve presente na cerimônia de transmissão de cargos hoje no ministério da Defesa. Ele disse que está à disposição do ministro e do presidente da República. " Minha cabeça ainda é de militar. Eu não tenho vontade, eu cumpro as determinações que vierem e acabou-se. Ordem cumpre-se e pronto " , disse. Nelson Jobim também disse que pretende conversar com o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, até o fim desta semana. "O fim de semana vai até domingo", brincou. (Agência Brasil ); Valor Online.

ANA JÚLIA: GOVERNADORA DO PARÁ - II [NEPOTISMO? O QUE É ISSO???]

Salário não dá para pagar tudo, diz Ana Júlia


G1 - A sra. também é questionada por nepotismo... Ana Júlia - Pronto, está aqui [a governadora mostra então um documento enviado a ela pela Procuradoria Geral de Justiça, que afirma que ela não pratica nepotismo em seu governo]. A melhor resposta. Essa é a melhor forma de provar que a oposição mente, calunia... Essa é uma carta do Ministério Público me elogiando, dizendo que tenho postura democrática, esclareci caso controverso. ... Era um irmão que ocupava cargo no terceiro escalão, diga-se de passagem. Ele (o documento) está dizendo que não pratico nepotismo.
G1 - A sra. tem também um ex-marido e um ex-cunhado como secretários no governo. São pessoas técnicas, capacitadas para os cargos? Ana Júlia - Além de técnicos e capacitados, são militantes políticos. Alguém que é militante, que é capacitado, competente, preparado e que ajudou a construir esse projeto político, essa pessoa tem de ser discriminada porque há 10 anos foi casada comigo? Por quê? E tem mais: isso não é considerado nepotismo. O Ministério Público nem considera isso nepotismo.
G1 - Mas houve questionamento no caso do seu irmão, não? Ana Júlia - É, mas um cargo no terceiro escalão... Bom, eles (oposição) falaram de ex-marido... Enfim... Eles queriam que eu colocasse quem, um militante do PSDB? Não, né? Meu irmão nem estava lá pela minha recomendação. Ele sabia que eu era contra ele participar do governo. Mas o secretário de Saúde, que conhece ele, sabe que ele é bom médico, o convidou para cuidar da área de urgência e emergência. E ele estava fazendo um maravilhoso trabalho. Quem se prejudica é o estado. Mas ele achou melhor sair e eu também. Mas dizer que é nepotismo? Eu considero isso mais uma vez uma tentativa de queimação, preconceito, uma visão preconceituosa, machista, porque eu sou mulher e de esquerda. Porque senão todo mundo ia achar normal.
G1 - A sra. mora numa casa alugada, embora exista uma residência oficial. A sra. teve de reformar a residência oficial? Ana Júlia - Não foi reformada. Ela [a residência oficial] precisaria de muita reforma. E eu, como governadora, tenho direito de morar onde eu quiser, e o estado tem de garantir condições para que eu more. Eu não tenho casa. Eu pagava aluguel até dois meses atrás. Tive que vender um apartamento em 2005 para cumprir compromissos passados. O Estado paga uma casa num condomínio, não tem nada de anormal. G1 - Mas, e o valor do aluguel? Ana Júlia - R$ 5 mil? Uma casa de R$ 5 mil. Barato. Absolutamente compatível.
G1 - E a Granja Icuí (residência oficial)? Ana Júlia - Estamos discutindo se vale a pena reformar para ser residência oficial. É muito distante, não fica na capital. Tá muito deteriorada, chove dentro, alaga, a água volta pelo vaso sanitário. Nós estamos pensando em aproveitar essa área, que tem uma grande área verde, fazer um grande espaço público para a juventude, para idosos. Vamos colocar para a sociedade.
G1 - A sra. criou 700 novos cargos... Ana Júlia - Na verdade, criamos secretarias novas e extinguimos outras. Como criamos serviços novos e serviços que dão assistência às regiões do estado, é natural. O estado do Pará tem 1,248 milhão de km², cabem duas Espanhas, o segundo maior estado do país. Uma das coisas que tem incentivado a separação do estado do Pará, é a ausência da presença do Estado. Estamos atendendo as regiões. Mas extinguimos outros (cargos). Não criamos mais cargos do que já existiam. Eu por exemplo estou fazendo concursos públicos para substituir temporários. Só na educação, já chamei 1,2 mil concursados para substituir temporários. Temos 7 mil temporários só na educação. Vou ter de fazer outro concurso. Sem contar outras áreas...
G1 - A oposição diz que seu governo ainda não começou. Que a senhora inaugurou hospitais construídos na gestão anterior... Ana Júlia - Hospital pronto é aquele que atende o povo. Eu te digo uma coisa: construir um hospital é a parte mais fácil. O mais difícil é botar para funcionar e foi isso que nós fizemos. Além disso, nós gastamos mais de R$ 17 milhões com a conclusão dos hospitais. É fácil inaugurar e fechar as portas depois. Nós estamos fazendo funcionar.
G1 - O Ministério Público investiga o convênio do estado com Aero Clube no valor de mais de R$ 2 milhões. Parece que não houve licitação... Ana Júlia - A informação que tenho é que o Aero Clube pediu para o contrato ser cancelado, não foi repassado nenhum centavo para eles. Mas acho que era positivo para o estado. Treinamento de pilotos no próprio estado, não precisa ir para São Paulo. Lá treinaria numa região diferente da que ele vai voar, eu vou pagar diária, passagem... O Aero Clube desfez o contrato. E ainda falaram na questão de (o Aero Clube) ser administrado por um ex-namorado. Mais uma forma de preconceito porque eu sou mulher. Questionam porque o presidente do Aero Clube teve um relacionamento comigo.
G1 - O que a sra considera os melhores projetos de seu governo nesses seis meses? Ana Júlia - Nós saneamos as contas do estado. Tínhamos R$ 289 milhões de déficit. Conseguimos, não contratando assessores, fazendo renegociação e economia. Ainda assim conseguimos anunciar R$ 750 milhões de investimentos. Fizemos renascer o Idesp (Instituto Estadual de Pesquisas Econômicas e Sociais), que eles extinguiram quando acharam que conhecer os índices não interessava mais. O governo precisa muito saber, conhecer para implantar políticas públicas. Isso é um marco forte. Criamos um projeto chamado Bolsa-Trabalho (benefício de R$ 80), que vai atender 20 mil jovens de 18 a 29 anos no segundo semestre. Serão 50 mil jovens até o final do ano que vem. E isso relacionando com capacitação. Não queremos só dar o peixe, mas também ensinar a pescar. [O deputado Zé Megale (PSDB), líder da oposição na Assembléia do Pará, no entanto, questiona o déficit citado por Ana Júlia. Segundo ele, trata-se de um crédito da receita gerada em dezembro e que pode ficar para ser pago em janeiro. Ele afirmou ainda que a gestão do ex-governador Simão Jatene (PSDB) teve as contas aprovadas tanto pelo Tribunal de Contas do Estado quanto pela base de sustentação do governo.]
G1 - Que repercussão terá o PAC no Pará? Ana Júlia - Temos obras de infra-estrutura que vão auxiliar na logística, como reformas na BR-163 que possibilitarão novo corredor de escoamento de produtos. Na área de saneamento e habitação será R$ 1 bilhão, metade para o estado e metade para os municípios. O Pará foi muito bem contemplado com o PAC. Acho que minha presença teve peso importante. Levei muitos pedidos... O presidente Lula até brincou com isso, disse: ‘Cadê a Ana Júlia? Deve estar me esperando no gabinete com uma lista de pedidos’.
G1 - A sra. já foi senadora. Qual avaliação faz da crise pela qual passa o Senado com as acusações contra o presidente Renan Calheiros e a renúncia do senador Joaquim Roriz? Ana Júlia - Prefiro dizer que o Senado vai resolver isso, tem capacidade para resolver seus problemas analisando com isenção cada caso. G1 - Mas isso não prejudica os trabalhos? Ana Júlia - Eu não vejo prejuízos. O povo quer que a política pública chegue nele. Claro que é negativo, mas não atinge as políticas do país. G1, Mariana Oliveira, Foto André Porto/G1.

ANA JULIA: GOVERNADORA DO PARÁ [In:] UMA "BARBIE" NO PODER?

Salário não dá para pagar tudo, diz Ana Júlia


Após ter nomeado “por erro administrativo” a cabeleireira como assessora, a governadora do Pará, Ana Júlia Carepa (PT), afirmou que suas necessidades pessoais continuarão a ser pagas pelo estado, uma vez que, segundo ela, é direito de todo chefe do Executivo. De acordo com a governadora, seu salário não seria suficiente se tivesse de pagar por todos os serviços dos quais necessita.“Quem pagava o barbeiro do ex-governador? Quem pagava a cabeleireira da ex-vice-governadora? A diferença é que nós queremos fazer de forma transparente. Fizemos consulta ao Tribunal de Contas do Estado, e a lei diz que o estado é responsável por serviços de caráter pessoal do chefe do Executivo. Meu médico quem trata é o estado, meu tratamento, a casa onde moro... É natural. E todos os chefes de Executivo do Brasil têm. Eu tenho de governar o estado adequadamente preparada. Imagine se eu for, com o meu salário, comprar tudo?”, diz a petista, que ganha salário bruto de cerca de R$ 12 mil.[O G1 consultou o Tribunal de Contas do Estado (TCE) para saber se a governadora pode pagar os serviços pessoais, como os de beleza, com dinheiro público. A assessoria de imprensa informou que o governo fez uma consulta sobre o tema, mas que ainda não há decisão final. Ao comentar as acusações feitas pela oposição de que cometia nepotismo em seu governo por empregar um irmão e um ex-marido, a governadora destacou que grande parte das críticas são decorrência de que ela é “mulher e de esquerda”.“Eu considero isso (acusação de nepotismo) uma tentativa de queimação, preconceito. Uma visão preconceituosa, machista, porque eu sou mulher e de esquerda. Senão todo mundo ia achar normal”, afirmou. Veja abaixo os principais trechos da entrevista, a 12ª da série dos governadores ao G1:
G1 - A sra. se machucou durante a campanha eleitoral e ainda está mancando. Como está a recuperação? Ana Júlia - Não está sendo muito fácil essa recuperação. Fiz exames, radiografia, não foi muito bom o resultado. Talvez eu tenha de fazer uma nova intervenção cirúrgica. Esse problema já tem dez meses e meio. Mas antes de decidir sobre a nova cirurgia, vou fazer vários exames para saber se tenho alguma infecção, enfim. G1 - Isso prejudica as questões da administração? Ana Júlia - Não, quem se prejudica sou eu, minha saúde. Mas eu vou cuidar dela... Eu tenho que cuidar da perna, fazer fisioterapia. O que é uma coisa chata é que às vezes as pessoas não entendem que não tenho tempo de receber as pessoas, tenho duas horas de fisioterapia por dia.
G1 - Na campanha eleitoral a sra. recebeu o apoio do deputado Jader Barbalho. Essa aliança foi muito criticada pela oposição... Ana Júlia - Bom, alianças políticas se fazem com partidos políticos, e o PT fez aliança com PSB, PC do B, PMN e PRB. No 2º turno, o PMDB decidiu nos apoiar. O mesmo PMDB que dois anos antes fazia parte do governo do PSDB e PFL, que apoiou a eleição do sucessor, do Almir Gabriel, e apoiou o ex-governador Simão Jatene. O PSDB criticou esse mesmo PMDB. Então, eu acho que quem criticou não tem moral para criticar nada.
G1 - Mas a sra. sempre criticou Jader Barbalho... Ana Júlia - Ele foi o deputado federal mais votado do Pará, entendeu? Ele é que resolveu nos apoiar, não fui eu que fui apóiá-lo. É uma grande diferença. Fiz críticas realmente a ele e faria de novo na mesma situação. Mas ele é presidente de um partido político que nos apoiou.
G1 - Uma questão que provocou polêmica foi a nomeação de uma cabeleireira e de uma esteticista para o seu governo. O que aconteceu? Ana Júlia - Não gerou polêmica. Foi um erro administrativo, reconhecido, corrigido, um equívoco. Foram nomeadas por orientação da Casa Militar. Havíamos solicitado que fossem exoneradas, demorou três semanas, mas elas não receberam um centavo. A forma de contratação foi equivocada. G1 - E esses serviços continuarão sendo prestados? Ana Júlia - Continuarão, como eram para os outros governantes. Quem pagava o barbeiro do ex-governador? Quem pagava a cabeleireira da ex-vice-governadora? A diferença é que nós queremos fazer de forma transparente. Elas recebem por serviço prestado. Fizemos consulta ao Tribunal de Contas do Estado, e a lei diz que o estado é responsável por serviços de caráter pessoal do chefe do Executivo. Meu médico quem paga é o estado, meu tratamento, a casa onde moro... É natural, absolutamente natural. E todos os chefes de Executivo do Brasil têm. Eu tenho de governar o estado, tenho de estar bem, adequadamente preparada. Imagine se eu for com o meu salário comprar tudo? Tô ferrada. Mas isso para nós já passou... G1 - A sra. também é questionada por nepotismo... [CONTINUA...]

Mariana Oliveira, G1. Foto André Porto, G1.

RENAN CALHEIROS: "ETERNO ENQUANTO DURE"

Atraso ameaça apuração sobre caso Renan, diz PF

A Polícia Federal informou ontem que o atraso no envio de documentos do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pode comprometer ou a qualidade ou o prazo de entrega da perícia do Instituto Nacional de Criminalística, destinada a atestar se o senador teve renda para custear suas despesas nos últimos anos. O prazo de 20 dias para conclusão do laudo, acordado entre peritos da PF e o Conselho de Ética do Senado, começou a correr anteontem. Mas, segundo a PF, somente um lote dos documentos que devem ser enviados de Alagoas para Brasília chegou ao seu destino. Os dois órgãos públicos que ainda não atenderam às solicitações de dados foram a Secretaria Estadual de Fazenda de Alagoas e a Superintendência do Ministério da Agricultura no Estado. Da primeira, são esperadas notas fiscais e registros de compra e venda de gado. Da segunda, informações técnicas das terras de Renan. Dois técnicos do Senado viajaram a Alagoas na semana passada para buscar dados dos compradores de gado de Renan, mas voltaram de mãos vazias. Mais do que isso, reafirmaram que ao menos duas empresas que o senador afirmou ter emitido recibos de venda estavam inativas. O recesso parlamentar termina dia 1º. Por enquanto, os peritos se debruçam sob um calhamaço de GTAs (Guia de Trânsito Animal), emitidas pela Adeal (Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária) de Alagoas, e recibos de apenas um dos compradores do gado vendido por Renan, o seu irmão, Olavo Calheiros (PMDB-AL). Se a demora persistir, a decisão da PF será por tentar manter o prazo, ainda que em prejuízo da possibilidade de responder a todos os quesitos apresentados pelos senadores. Caso isso ocorra, os técnicos pretendem registrar que o trabalho foi prejudicado.
O presidente do Senado aproveitou o início do recesso parlamentar para se defender em seu Estado natal. Anteontem, Renan deu entrevistas a três rádios e dois canais de TV, todos controlados por familiares e aliados do senador. Exaltado, Renan fugiu do tom mais ponderado que vinha mantendo em Brasília. Atacou adversários em Alagoas, referindo-se a questões pessoais, e disse que para tirá-lo do Senado a oposição na Casa terá que enforcá-lo ou queimá-lo. Ressaltou, contudo, que seus aliados não o abandonaram e disse que mantém com o presidente Lula uma relação de amizade. Sobre as denúncias de que teve contas pagas por Cláudio Gontijo, lobista da construtora Mendes Júnior, e que vendeu gado a empresas fantasmas, Renan disse que já provou tudo, com documentos. "Eles vão ter que sacrificar o presidente do Senado. Mas eles vão ter que assumir a responsabilidade, que é sujar as mãos de sangue [...]. Vão ter que votar, se não conseguirem no voto, vão ter que botar uma forca em frente ao Congresso Nacional, ou então fazer uma fogueira, e pegar o presidente do Congresso Nacional e jogar", disse ele, num dos programas de TV. Renan atribuiu a adversários alagoanos a responsabilidade pela invasão de grupos de sem-terra a uma fazenda de seu irmão Olavo. No cenário nacional, disse que a pressão para que deixe a presidência parte da oposição. "O que está havendo é uma briga para ocupar a cadeira de presidente do Senado, porque o Senado é uma instituição forte, tem haver com endividamento do Estado, com a especificação de recursos para investimento, tem haver com muitas coisas das quais muitos precisam e muitas vezes brigam por isso", afirmou. da Folha de S.Paulo, em Brasília; do enviado da Folha a Maceió.

NELSON JOBIM: "APÓS A TEMPESTADE...!"

Em SP, novo ministro da Defesa visita pista de Congonhas e IML

O novo ministro da Defesa, Nelson Jobim, vai vistoriar na manhã desta sexta-feira a pista principal do aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, além de visitar o local do acidente com o vôo 3054 da TAM e o IML (Instituto Médico Legal), onde estão sendo realizados os trabalhos de reconhecimentos dos corpos das cerca de 200 vítimas da tragédia ocorrida no último dia 17. Jobim estará acompanhado do comandante da Aeronáutica, Juniti Saito. À tarde, o novo ministro terá reuniões com o governador José Serra (PSDB) e o prefeito Gilberto Kassab (DEM). A ordem para que Jobim fosse a São Paulo foi dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a solenidade de posse anteontem no Palácio do Planalto. Segundo ele, esta era a primeira determinação a ser cumprida pelo novo ministro. Antes de ser empossado, Jobim se reuniu com os ministros Paulo Bernardo (Planejamento) e Dilma Rousseff (Casa Civil) para saber sobre as medidas definidas pelo Conac (Conselho de Aviação Civil) e a liberação de recursos para o Ministério da Defesa. De acordo com Jobim, a prioridade do governo federal no setor aéreo é garantir a segurança do vôo. Ele não quis mencionar quais valores podem ser ampliados para a área, mas afirmou que há disposição do Planejamento para colaborar. "O que for preciso é a necessidade." Segundo ele, este foi o diálogo que teve com Paulo Bernardo. Durante a cerimônia, ontem, de transmissão de cargo do Ministério da Defesa --quando oficialmente recebeu o cargo das mãos de seu antecessor Waldir Pires--, Jobim pediu um minuto de silêncio em homenagem aos mortos no acidente. "É um lamento profundo e de comiseração. É um momento de assumir responsabilidade. Não se reconstrói nem se recompõe aquilo que se perdeu", afirmou Jobim. O novo ministro assumiu o cargo com a promessa de trazer comando e organização para o sistema aéreo. No entanto, ele não prometeu soluções para acabar com os problemas que atormentam os passageiros nos aeroportos, como filas, atrasos e cancelamentos. Jobim disse que a prioridade agora é a segurança do sistema. "Fizemos no Brasil várias reformas em aeroportos, mas na perspectiva da comodidade dos usuários. Precisamos escolher nossas prioridades. Elas começam pelo decolar, trafegar para depois chegar à comodidade. Se o preço da segurança for manter a fila, ela será mantida. É o preço que pagamos pela segurança", disse ele logo após receber o cargo do ex-ministro Waldir Pires. Jobim afirmou que o momento é de ação no enfrentamento da crise do setor aéreo e não de ficar se lamentando ou remoendo o que deixou de ser feito. "Aja ou saia. Faça ou vá embora." O novo ministro fez questão de repetir que havia um problema de falta de comando no setor aéreo que será eliminado com a sua presença. "Não pode deixar haver mais comandos fora de regência. Tem que funcionar como orquestra. E o maestro sou eu. A música e composição são do presidente. Eu executo isso." Folha Online, Brasília.

MARTA VIEIRA DA SILVA: "DESTA MARTA, NOS ORGULHAMOS!" *

Marta perto de Zico na calçada da fama

Marta está na calçada da fama do Maracanã. E bem perto de Zico, maior goleador da história do estádio. A melhor jogadora de futebol do mundo é a primeira mulher a ter a honra de deixar a marca de seus pés no local. A homenagem à camisa 10 da seleção brasileira aconteceu nesta quinta-feira, dia 26, após a vitória do Brasil sobre os Estados Unidos por 5 a 0, em partida válida pela final do futebol feminino dos Jogos Pan-Americanos.Emocionada com o título pan-americano, Marta colocou os pés na calçada da fama com a medalha de ouro. Estavam na cerimônia o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzmann, o presidente de honra da Fifa, João Havelange, e o secretário de Esportes do Estado do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. Marta, que joga pelo clube Umea, da Suécia, foi eleita, em 2006, pela Fifa, a melhor jogadora de futebol do mundo. E, com seu desempenho na seleção, vem conquistando muitos fãs. A jogadora marcou cinco gols em sua estréia no Maracanã contra o Canadá, na primeira fase. A jogadora vai se juntar a Pelé, Romário e Franz Beckenbauer, que já deixaram seus pés eternizados em um dos maiores palcos do futebol. Globoesporte, Thiago Lavinas, RJ.
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(*) Através de Marta, nossa homenagem às "meninas" do futebol feminino.

MEDALHA SANTOS DUMONT: "in MEMORIAM" ?

Condecorados com medalha Santos Dumont querem devolver premiação


Pilotos e outras pessoas ligadas à aviação não gostaram de ver diretores da Anac receberem a condecoração Santos Dumont, três dias depois do pior acidente aéreo da história do Brasil. Alguns deles querem, inclusive, devolver as medalhas. Na semana passada o presidente da ANAC, Milton Zuanazzi, a vice-presidente da agência, Denise Abreu e dois diretores receberam a premiação em Brasília. “Não quis ver, não olhei na TV e, achei que foi uma agressão muito grande aos 200 mortos”, disse o ex-comandante Milton Comerlato, condecorado com a medalha “Mérito Santos Dumont”. Vinte anos atrás, o ex-piloto, que na época trabalhava na maior companhia aérea do país, ganhava a mesma distinção, por nunca ter se envolvido num acidente. “Eu recebi por mérito, não por política”, disse Comerlato. Apesar da resignação, Milton pretende deixar a medalha de herança para os quatro filhos aviadores. A medalha do “Mérito Santos Dumont” foi criada em 1956 pelo então presidente Juscelino Kubischeck para premiar militares, cidadãos brasileiros e estrangeiros que tenham prestado serviços relevantes à Aeronáutica. O presidente da Associação Nacional em Defesa dos Diretores dos Passageiros do Transporte Aéreo foi um dos primeiros a anunciar que a medalha será devolvida. Desde 1988, Claudio Candiotta exibe o diploma no escritório. Ele está nos Estados Unidos e, por telefone, disse ao ‘Jornal da Globo’ que, na volta ao Brasil, vai se reunir com outros colegas para também devolver a premiação que receberam. “Eu considerei uma falta de respeito à memória das vítimas, às famílias das vítimas e à própria história de Santos Dumont”, disse Candiotta. “Eu considero que perdeu o sentido, desvirtuaram o espírito dessa medalha”, acrescentou. O piloto Nelson Correa mandou nesta quinta-feira (26) um ofício ao comandante da Aeronáutica se desfazendo da distinção, que ele considerava um reconhecimento pelas 25 mil horas de vôo pilotando Boiengs no Brasil e na Europa. “Eu tenho certeza de que os brasileiros não apóiam essa condecoração. Vendo o que está se vendo aí, com esse desastre aéreo em todas as áreas, não só do avião da TAM, mas dos aeroportos, do controle do tráfego aéreo, é uma forma de protestar”, declarou Correa. G1, JG.

"QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?"

Metade dos vôos de Congonhas está cancelada. Metade dos vôos previstos para decolar entre as 6h e as 7h desta sexta-feira (27) do Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, está cancelada, de acordo com informações da Infraero. São nove cancelamentos entre os 18 vôos programados para o período. Não houve atrasos superiores a uma hora. Pousos e decolagens ocorrem normalmente, mas a pista auxiliar ainda é a única em funcionamento. A principal, fechada desde o acidente com o vôo 3054 da TAM, teve vários buracos abertos durante os trabalhos da perícia. G1, SP.
Prefeitura lacra hotel em frente a Congonhas com blocos de concreto. A Prefeitura de São Paulo lacrou nesta quinta-feira os acessos ao Oscar's Hotel, nas proximidades do aeroporto de Congonhas, zona sul da cidade. A Subprefeitura da Vila Mariana instalou blocos de concreto em três entradas que dão acesso ao edifício e fixou cartazes com o aviso de que o prA construção de 11 andares tem 47,50 metros de altura e está localizada a 600 metros da cabeceira da pista do aeroporto. A prefeitura alega que a construção está em situação irregular. O proprietário do hotel, Oscar Maroni Filho, disse que o projeto do edifício foi aprovado pela Aeronáutica para funcionar tanto com flat quanto para edifício comercial. Na quarta-feira (25), o prefeito Gilberto Kassab (DEM) anunciou que entraria com um pedido de liminar para demolir o prédio. édio foi lacrado. Folha Online.
Governo deve priorizar investimentos em Guarulhos, dizem especialistas. Os quatro especialistas em aviação civil que participaram na noite desta quinta-feira de um debate na Folha defenderam que, no combate à crise aérea, a União precisa priorizar os investimentos que ampliem a capacidade do aeroporto internacional de Cumbica, na Grande São Paulo, antes de destinar recursos à criação de um terceiro aeroporto na região. Na semana passada, em pronunciamento em rede nacional de TV, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu prazo de 90 dias para que as autoridades do setor de aviação civil definam um local para construir um novo aeroporto em São Paulo. Os especialistas foram unânimes em dizer que a tarefa não será fácil. "Nós estamos há 15 anos debatendo essa história e temos dificuldade em encontrar um sítio para o aeroporto. Não é agora rapidinho que nós vamos encontrar", disse o brigadeiro Adyr da Silva, ex-presidente da Infraero (estatal que administra os aeroportos do país). (...)


Por ordem do ministro Tarso Genro (Justiça), a SDE (Secretaria de Direito Econômico) montou uma força tarefa para fiscalizar as empresas aéreas. O objetivo é detectar e punir falhas no atendimento aos passageiros. A ação se concentrará em dois aeroportos: e de Brasília e o de Cumbica (Guarulhos).Em tese, caberia à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) fiscalizar as empresas. Há dois dias, a agência chegou a baixar uma resolução determinando às companhias a mobilização de funcionários em quantidade suficiente para prestar aos usuários de avião informações precisas sobre atrasos e cancelamentos de vôos. Em privado, Tarso considerou a providência tímida. Foto Wilson Dias/ABr.


Presidente da Infraero explica como é lidar com 'pepino'.
O presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, falou na manhã desta quinta-feira (26), na porta do Ministério da Defesa, em Brasília, sobre o caos que atinge os aeroportos brasileiros e sobre sua permanência no cargo após a troca no ministério. "Os pepinos fazem parte da vida, certo? O importante não é o pepino . O importante é saber lidar com o pepino, saber cozinhar o pepino, cortá-lo corretamente. É ter inteligência para trabalhar com os pepinos e, principalmente, ter calma para se trabalhar com pepino", se referindo às dificuldades que enfrenta do setor aéreo. Mas disse estar otimista agora, afirmando que "depois de tanto tempo, o sistema está voltando à normalidade". G1, Globonews. Foto vídeo-matéria.

TAM & GOVERNO LULA: VOAR É PRECISO!

TAM apontou falhas no avião para isentar governo, diz Maia

SÃO PAULO - O prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia, disse que a TAM foi pressionada a apontar possíveis falhas no Airbus A320 que se acidentou em São Paulo, encontrando assim uma "boa saída" para isentar o governo federal da tragédia ocorrida, no último dia 17, na em Congonhas, zona sul de São Paulo, que deixou pelo menos 200 mortos. A informação foi dada em entrevista concedida pelo prefeito carioca à reportagem da Rádio Jovem de São Paulo. "Eu tive essa informação, de que houve essa pressão, que terminou redundando em uma matéria da Rede Globo", afirmou. De acordo com Cesar Maia, a matéria veiculada pelo 'Jornal Nacional', dias após o acidente, já era esperada pelo governo federal. O prefeito revelou que o gesto obsceno feito por Marco Aurélio Garcia, assessor internacional do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seria, na verdade, uma comemoração pela matéria ter ido ao ar. "Eles estavam esperando a matéria. Na hora em que ela foi exibida, eles (Marco Aurélio e outro assessor) apenas comemoram, o gesto é automático. É um escárnio! A reação dele (Marco Aurélio) foi dizer: conseguimos!", destacou Maia. A matéria levada ao ar pelo 'Jornal Nacional' dizia, entre outras coisas, que o Airbus A320 da TAM que se chocou contra o prédio da TAM Express, nas imediações do Aeroporto de Congonhas, tinha um defeito no reversor da turbina. O prefeito do Rio falou que o objetivo da reportagem era melhorar a imagem do presidente Lula. "Essa matéria foi veiculada para tentar quebrar a linha de desgaste do presidente Lula. Tinha como objetivo dar cobertura a tal imagem, que anda muito desgastada". Estadão, Paulo R. Zulino

GOVERNO LULA & ANAC: "ANARQUISTAS" [GRAÇAS A DEUS!]*

Sem poder para demitir, Lula pede aos 5 diretores da Anac que saiam

Sem poder legal para afastar a diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez avisar aos cinco diretores da agência, donos de mandatos fixos, que gostaria de que eles pedissem demissão. Segundo assessores do Palácio, Lula não vai passar por cima da legislação, mas já mandou recado que ''''espera um gesto'''' da diretoria, uma vez que a Anac virou uma protagonista da crise aérea. Caso a renúncia coletiva da direção não ocorra, Lula vai discutir com o novo ministro da Defesa, Nelson Jobim, o que poderá ser feito, na tentativa de facilitar a reorganização do setor aéreo. Depois de se referir à Anac como um ''''problema legal'''', Jobim assumiu o cargo ontem afirmando que o modelo da agência engessa o setor. Ele defende a tese de que não se pode universalizar o conceito de agência reguladora e está disposto a discutir com o Congresso eventuais mudanças.'' ''Vou examinar, estudar e ver se a modelagem da Anac serve para a aviação brasileira. Se precisar alterar, vamos alterar'''', afirmou o ministro. ''''Não podemos ficar engessados.'''' O governo, no entanto, ainda não está decidido a articular com o Congresso uma modificação na lei que criou a Anac para permitir a demissão dos dirigentes.Para o ministro, existe uma ''''generalização'''' na questão das agências, embora, a seu ver, o modelo genérico de órgão regulador pode não servir para todos os setores da economia. ''''Eu me pergunto se o modelo de agência deve ser igual para todas as áreas. Não tenho noção clara, mas terei'''', disse Jobim, que quer se encontrar, nos próximos dias, com o presidente da Anac, Milton Zuanazzi - cujo mandato vai até 2011. Na entrevista de ontem, o novo ministro evitou críticas à indicação de Zuanazzi, que é afilhado político da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e do ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia. Jobim adiantou apenas que não aceitará indicações com origem em interesses partidários. Enquanto as mudanças na agência não acontecem, a determinação de Lula é de que o Conselho Nacional de Aviação Civil (Conac) se reúna pelo menos uma vez por semana para acompanhar a execução, pela Anac, das medidas que o governo considera fundamentais para a melhoria do setor aéreo. A próxima reunião já está marcada para segunda-feira. No fim de semana, o presidente Lula já deverá receber do novo ministro a primeira radiografia do setor.Nas conversas com auxiliares e interlocutores, o presidente Lula mostrou-se ''''aliviado'''' e ''''muito agradecido'''' a Nelson Jobim por ter aceito o cargo no momento mais grave da crise. Por isso mesmo, já avisou, terá ''''carta branca'''' e ''''autonomia'''' para agir e não será pressionado. Lula mostrou-se, também, ''''muito preocupado'''' com a forma como Waldir Pires saiu do governo. Há uma possibilidade até de ele ser aproveitado no governo da Bahia, comandado pelo petista Jacques Wagner. Lula pediu a Jobim que vá hoje ao Instituto Médico-Legal de São Paulo, onde está sendo feito o reconhecimento dos corpos do acidente com o Airbus da TAM. O presidente mostrou-se, segundo interlocutores, ''''consternado'''' com o sofrimento dos familiares das vítimas. Ele confidenciou que gostaria de entender exatamente por que está demorando tanto o trabalho de identificação das vítimas. Para ele, isso leva a um ''''segundo sofrimento''''. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) iniciou ontem estudo para ingressar na Justiça com ação civil pública pedindo a exoneração da diretoria da Anac por improbidade administrativa. O presidente da instituição, Cezar Britto, aguarda parecer da Comissão Especial de Defesa do Consumidor do Conselho Federal da OAB para tomar a medida. Em fase de elaboração pelo presidente da comissão, Winston Neil Alencar, o parecer deverá estar pronto até segunda-feira. ''''A ação deve ser baseada no descumprimento da lei que instituiu a Anac e no desconhecimento técnico da área por seus diretores, conforme demonstra o caos aéreo'''', disse. Autor da proposta, ele argumenta que a ação civil pública tem fundamento, principalmente, porque os diretores da Anac, incluindo seu presidente, não têm embasamento técnico para a função, conforme determina a lei que criou o órgão. O Estado publicou reportagem ontem mostrando que apenas um dos cinco principais diretores da Anac é do setor aéreo. Os outros cargos foram preenchidos por indicação política ou apadrinhamento. Segundo Alencar, outra agravante é que a Anac também não vem cumprindo suas funções. ''''Se for bem observado o depoimento de Zuanazzi à CPI do Apagão Aéreo, ele sustenta que a Anac apenas homologa o serviço de verificação da pista do aeroporto pela Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária), mas não faz a liberação, que é decidida pela Infraero'''', observou. ''''Essa revelação é um absurdo, uma confissão de afronta à lei que criou a agência. O poder de fiscalizar é da Anac. Ela tem de fiscalizar para prevenir a ocorrência de fatos graves, como o acidente da TAM'''', afirmou. Estadão.
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(*) Zélia Gattai, "Anarquistas, Graças a Deus", 6a. edição.