PENSAR "GRANDE":

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[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

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# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
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terça-feira, abril 10, 2012

XÔ! ESTRESSE [In:] O ''51'' FAZENDO ESCOLA !

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MUNDO/MEIO AMBIENTE [In:] 1/2 OU 1/4 AMBIENTE ?

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"O ambiente virá sempre em quarto lugar?"



Autor(es): Daniela Chiaretti | De São Paulo e Nairóbi
Valor Econômico - 10/04/2012

O jogador inglês David Beckham ganhou, em 2011, US$ 40 milhões - a metade do que governos do mundo reservam para cuidar do meio ambiente global. Apenas US$ 80 milhões é o orçamento anual do Pnuma, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Unep, na sigla em inglês), que existe há 40 anos e tornou-se um dos pontos principais do debate da Rio+20, a conferência das Nações Unidas que acontece em junho, no Rio. "O que é importante é saber se os países querem fortalecer seus ministros de meio ambiente e desenvolver uma política verde de verdade", diz Achim Steiner, diretor-executivo do Pnuma. "Ou se o ambiente virá sempre em segundo, terceiro, quarto lugar."
Mais de 130 países - todos os europeus e todos os africanos - querem que saia da conferência do Rio a decisão de fazer do Pnuma uma agência especializada da ONU, como a OMS é para a Saúde. Trata-se de dar o mesmo status para a área ambiental. Os Estados Unidos não querem. O Brasil prefere a opção de criar um conselho de desenvolvimento sustentável e "fortalecer" o Pnuma. Isso significa tornar universal a participação no braço ambiental do planeta (seu conselho tem apenas 58 países-membros) e obrigatória a contribuição orçamentária, que hoje é voluntária, oscilante e vulnerável às crises econômicas. Mas deixá-lo como um programa, com sede em Nairóbi, no Quênia, e com decisões subordinadas ao crivo da Assembleia Geral das Nações Unidas.
O Pnuma é desconhecido do público em geral, mas é referência de especialistas em ambiente e em desenvolvimento. Foi o epicentro da solução ao problema do buraco na camada de ozônio - da criação do Protocolo de Montreal ao banimento dos gases que causavam o problema, os CFCs. Foi pioneiro, há mais de 20 anos, em estudar o potencial de energias alternativas, como eólica e solar. É de seus estudos que saiu a proposta de eliminar o chumbo dos combustíveis. Equipes do Pnuma são chamadas a ajudar depois de guerras como a do golfo Pérsico, para apontar estratégias de descontaminação. O Pnuma acaba de publicar um estudo para ajudar na recuperação de uma região no sul da Nigéria, no que pode vir a ser a maior operação de limpeza de poluição por petróleo já feita no mundo.
Sede do Pnuma em Nairóbi, Quênia: especialistas estudam como evitar que o mundo entre em cenário e colapso ambiental
"O desenvolvimento econômico não pode continuar a usar os recursos naturais como se fossem eternos", diz o alemão Achim Steiner, 51, que nasceu no Rio Grande do Sul e dirige o Pnuma desde 2006. Ele falou ao Valor em seu escritório, em Nairóbi, e também por telefone, durante viagem a Copenhague. Aqui ele explica por que o consumo per capita tem que ser drasticamente reduzido, diz que não se deve temer a economia verde e justifica o quanto é importante dar valor econômico à natureza:
Valor: É hora de o Pnuma dar seu grito de liberdade?
Achim Steiner: Criaram o Pnuma com um mandato que olhava para a frente e que nos ajudaria a entender o que acontece com o planeta. Começamos a estudar como reduzir os impactos de 200 anos de industrialização, do surgimento de produtos químicos e poluentes. Outro ponto era ver como a dimensão ambiental da sustentabilidade se relaciona com o desenvolvimento.
Valor: O que significa ser um programa da ONU?
Steiner: Agências especializadas da ONU têm estrutura de governança própria, nós estamos subordinados à Assembleia Geral. Fazemos parte da mesma família da Organização Mundial da Saúde, por exemplo, mas o diretor-geral da OMS se reporta à própria assembleia. O Pnuma é como um departamento do secretariado-geral da ONU. Agora temos um sistema híbrido com um conselho governamental, mas só há 58 governos de cada vez. Decisões tomadas no Pnuma não fluem como na OMS ou na FAO, que fazem suas próprias políticas. As nossas têm que ser aprovadas ou recusadas pela Assembleia Geral em Nova York.
Valor: Não tem autonomia?
Steiner: Não muita. Mas o importante é observar que governos não têm, para o ambiente, o mesmo que têm para a saúde ou outras áreas. Os países querem fortalecer seus ministros ambientais e desenvolver uma política verde de verdade? Ou o ambiente virá sempre em segundo, terceiro, quarto lugar?
Valor: Qual o tamanho do Pnuma? Qual o orçamento?
Esculturas de ferro na ONU, África: investir em eficiência energética e reciclagem para evitar a escassez de recursos naturais
Steiner: Temos 840 pessoas, é uma organização pequena. São especialistas ambientais, biólogos, químicos e experts em desenvolvimento sustentável, política energética, agricultura. O orçamento é de cerca US$ 80 milhões ao ano.
Valor: É só isso?
Steiner: Também recebemos recursos ligados a projetos - dinheiro que tem que ser colocado em um país ou em um projeto específico. São outros US$ 150 milhões.
Valor: O orçamento do Pnuma vem sofrendo com a crise?
Steiner: Já sofreu. Em 2011 e este ano teremos 15% a menos. Alguns países reduziram suas contribuições ou as cortaram a zero. Todo o financiamento do Pnuma é voluntário.
Valor: O que é o mais importante no trabalho do Pnuma?
Steiner: Alguém já descreveu o Pnuma como a consciência ambiental do mundo, o que é meio prosaico. Tentamos trazer compreensão científica do que acontece no planeta e de quais as consequências de um desenvolvimento cego que não reconhece que o ambiente é o fundamento da vida.
Valor: Qual a grande dificuldade ambiental hoje?
Steiner: Estamos chegando a 9 bilhões de pessoas e perto da zona de risco em que os sistemas naturais ficam ameaçados. O desafio do Pnuma é tentar trazer a melhor ciência possível para perto de quem decide. Buscamos a ciência da atmosfera, dos oceanos, o impacto dos produtos químicos e ligamos os estudos à arena política onde as pessoas podem agir. Também mostramos que o futuro do desenvolvimento está ameaçado porque não compreendemos o quanto os ecossistemas são centrais no funcionamento da vida.
Valor: O senhor diz que o consumo per capita em um mundo de 9 bilhões de pessoas terá que ser reduzido dos atuais 9 a 11 toneladas para 4 a 6 toneladas. Pode explicar?
Que o Brasil, como anfitrião, não permita que a Rio+20 afaste o ambiente do desenvolvimento sustentável. Seria um recuo
Steiner: Criamos um painel de especialistas para estudar como continuar a desenvolver nossa economia, mas dissociando o crescimento do consumo de recursos naturais. O painel constatou um cenário crítico: se continuarmos a crescer do jeito que sempre fizemos vamos triplicar o atual consumo de recursos naturais nos próximos 40 anos. Em 2050 vamos precisar de três vezes mais. É um cenário inviável. A questão central é como, com populações e demandas crescentes por eletricidade, comida e mobilidade, não deixar que entremos em um cenário de colapso ambiental. Estudamos quais as opções tecnológicas disponíveis e as políticas que os governos poderiam aplicar, como eficiência energética e ciclos de vida dos materiais. Temos que pôr isso dentro da economia. O desenvolvimento econômico não pode simplesmente continuar a usar os recursos naturais como se fossem eternos.
Valor: A questão aí é como dividir essa conta, não é?
Steiner: Se não investirmos em eficiência, a escassez irá se tornar cada vez mais comum. E escassez desestabiliza mercados porque abre caminho para especulação. Também torna recursos menos disponíveis para países não muito industrializados ou economias emergentes. Temos que enfrentar a escassez investindo agora em reciclagem. Já reciclamos 70% do que produzimos em aço e ferro. Não reciclamos telefones celulares, fornos de micro-ondas, nada dos eletrônicos disponíveis hoje, uma extraordinária oportunidade perdida. Ao reciclar celulares recupera-se ouro, prata e outros metais muito valiosos que vão parar em lixões. E gasta-se um terço da energia para retornar esses metais ao ciclo de produção comparando-se com o gasto na extração.
Valor: O senhor disse que usando 2% do PIB para "esverdear" dez setores-chaves da economia muda-se o curso do desenvolvimento para uma rota de baixo carbono. Como?
Steiner: No relatório sobre economia verde o Pnuma sugere políticas e tecnologias que permitiriam a países a transição para a economia verde - e economia verde não quer dizer que ambiente é o único tópico. Trata-se de unir a sustentabilidade ambiental aos outros dois pilares do desenvolvimento sustentável, principalmente a oportunidade econômica e a equidade social. O cálculo de 2% do PIB é baseado em um modelo que fizemos para dez setores diferentes - agricultura, indústria, energia, transporte. A mudança não acontece do dia para a noite, mas bastam esses 2% para catalisar esse movimento e alguns instrumentos políticos, como terminar com subsídios perversos. Por que o mundo gasta US$ 600 bilhões ao ano para que se usem mais combustíveis fósseis e os subsídios às energias renováveis são menos de US$ 70 bilhões? Não é racional.
Valor: Alguns países temem a economia verde. Não deveriam?
Steiner: Desafio quem diz que o mundo em desenvolvimento está com medo da economia verde, não é correto. Onde quer que eu fale com lideranças do Norte e do Sul há interesse nas abordagens, porque os países se identificam com os problemas que descrevemos e com o porquê de a transição para a economia verde fazer sentido. Há alguma preocupação, particularmente em função da Rio+20, quando o debate sai da esfera nacional para o nível internacional. Alguns países se preocupam se vão perder soberania ou se esse conceito pode ser usado para protecionismo verde. São questionamentos legítimos, mas vi bem poucos países receosos, talvez à exceção de Bolívia, Equador, Venezuela.
Valor: Há críticas sobre a mercantilização da natureza.
Steiner: É a crítica de movimentos sociais, mas temos que analisar um ponto fundamental. Nas economias socialistas ou capitalistas, ministros de finanças ou de economia são decisivos em definir como nossos países investem seus recursos. Se tentamos dar valor econômico aos benefícios do que uma bacia hidrográfica saudável traz para uma nação, não estamos argumentando a favor de empresas comerciais. Estamos dizendo que nossas economias são vítimas do fato de capitais públicos e privados darem zero valor à natureza. Isso explica porque destruímos florestas e solos, porque permitimos que a degradação da natureza continue em nome do desenvolvimento econômico. Nossas economias estão pagando um preço pesado por essa destruição. Trazer essa perspectiva econômica é uma maneira de abrir o debate do que quer dizer proteger uma floresta em relação a empregos e crescimento.
Valor: Qual o trabalho do Pnuma em zonas de conflito?
Steiner: Nos últimos dez anos o Pnuma vem sendo requisitado a trabalhar em conflitos e pós-conflitos. Entender como recursos naturais como marfim e diamantes podem ser motor de guerras. Em situações de pós-conflito estudamos os danos ambientais e os recursos que podem ser usados pelas populações para que se recuperem. Na República Democrática do Congo, no Sudão, no Afeganistão ou no Iraque, o Pnuma tem equipes tentando reconstruir e ajudando a minimizar danos das guerras.
Valor: Pode citar casos?
Steiner: Fomos chamados para avaliar o impacto da destruição dos campos de petróleo no Kuwait e os efeitos desastrosos nas pessoas e nos ecossistemas da área do golfo. Exemplo recente foi nosso trabalho no sul da Nigéria, na região conhecida como Ogoni. Ali, há mais de 30 anos há conflitos na exploração de petróleo e os danos às pessoas e ao ambiente são gigantescos. Propusemos um programa de restauração ambiental da área. O trabalho busca reconciliar todos os atores da região e mobilizar bilhões de dólares para a restauração. Provavelmente será a maior operação de limpeza de poluição por petróleo já feita no mundo.
Valor: Sobre a Rio+20, o tópico de governança...
Steiner: Fico preocupado com a ideia de que o debate no Rio não é sobre ambiente, mas sobre desenvolvimento sustentável. Vejo uma fraqueza fundamental nesse argumento. Quando se diz que meio ambiente é menos importante e desenvolvimento sustentável é mais importante, a questão, para mim, é: ambiente não é parte do desenvolvimento sustentável? O fato de essas conferências de desenvolvimento sustentável terem um componente muito forte do elemento ambiente não é algo que deveríamos derrubar ou minimizar, ao contrário.
Valor: Ao contrário, como?
Steiner: Teríamos que aproveitar para fortalecer o entendimento de como o ambiente é central para o futuro do desenvolvimento econômico e social. Minha esperança é que o Brasil, como nação anfitriã, não permita que a conferência do Rio seja aquela que manteve o ambiente afastado da dimensão econômica do desenvolvimento sustentável. Seria um recuo.
Valor: O mundo precisa de uma agência ambiental e a criação de um conselho de desenvolvimento sustentável é uma boa ideia?
Steiner: A sustentabilidade ambiental é fundamental para o futuro das nossas sociedades. Se em um nível internacional continuarmos como uma instituição tão fraca como o Pnuma é hoje... No contexto do multilateralismo, fortalecer o Pnuma é uma pré-condição para dar a ministros do ambiente uma plataforma para que possam, juntos, desenvolver acordos que vão permitir ao mundo enfrentar esses desafios. Ao mesmo tempo, a lógica é de fortalecer o desenvolvimento sustentável. Todos reconhecem que a comissão de desenvolvimento sustentável da ONU foi um instrumento bem-intencionado, mas sem função. Temos que coordenar melhor as três dimensões do desenvolvimento sustentável. Esse ponto é também uma prioridade.
Valor: O senhor não fala em uma nova agência ambiental. O senhor fala em fortalecimento do Pnuma.
Steiner: Como diretor-executivo do Pnuma, não tenho autoridade para pedir uma coisa ou outra. Mas mais de 130 países defendem a criação de uma agência especializada, com participação universal, melhor fluxo de recursos e mais autoridade para decidir sobre questões ambientais. O modelo é mais parecido com o da Organização Mundial da Saúde do que com a Organização Mundial do Comércio. Não se trata de policiar governos, mas de prover serviço melhor para a comunidade internacional.
Valor: A crise econômica pode ter algum efeito positivo nas mudanças que são necessárias?
Steiner: No curto prazo acredito que tem efeito negativo, sem crise teríamos tido mais progresso. De outro lado, a crise financeira é a ponta do iceberg de tantas outras crises do futuro que temos que enfrentar, como a segurança alimentar, o manejo das fontes de água, segurança energética, mudança climática. São ameaças para a estabilidade da economia do futuro. A Rio+20 deveria ser vista como um grande encontro internacional de economia, mas bem diferente das reuniões do G-20 ou do FMI.
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ELEIÇÕES SP/GOVERNADOR [In:] A ESCOLHA DE SOFIA...

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Fraco desempenho de Haddad inquieta o PT



Autor(es): Raymundo Costa
Valor Econômico - 10/04/2012

Bate nos nervos do PT a falta de resposta da candidatura Fernando Haddad nas pesquisas de opinião. Por esta época, nas eleições de 2010, a candidata Dilma Rousseff já estava com 30% nas sondagens eleitorais, muito embora tenha entrado na corrida presidencial assim como Haddad entrou agora na eleição para prefeito de São Paulo: desconhecida e sem nunca antes ter participado de uma disputa eleitoral.
São situações diferentes, é claro. Em março de 2010, o ex-presidente Lula já estava há quase dois anos trabalhando ativamente pela candidatura de Dilma. Na realidade, em setembro de 2009 Dilma tinha 15% das intenções de voto, foi a 17% em dezembro e alcançou os 30% em março, segundo pesquisa Ibope.
Outra preocupação do PT é a falta de garra do candidato, o que Dilma demonstrou ter de sobra nos debates da sucessão presidencial. À época, os tucanos contavam que José Serra, mais experiente, daria um baile nos debates, o que não ocorreu. As manifestações de Haddad, nesta pré-campanha, parecem o que efetivamente são: respostas prontas redigidas por marqueteiros.
Troca de candidato agora seria uma derrota para Lula
É alta a carga de ansiedade no PT, mas tanto no partido quanto no Palácio do Planalto não se cogita até agora substituir o candidato, como se especula entre deputados e senadores, mesmo se o ex-ministro da Educação continuar patinando nas pesquisas. Na cúpula petista o limite para Haddad se mexer nas pesquisas é junho. Limite no sentido de viabilização eleitoral, nunca de mudança do candidato.
No Palácio do Planalto não se espera que Haddad, até agosto, dê grandes saltos na pesquisa, como aconteceu com Dilma entre setembro de 2009 e março de 2010 (o ano da eleição presidencial). Entre auxiliares próximos da presidente também afirma-se que não há risco de Haddad ser substituído por outro candidato. Os dirigentes petistas não abririam o jogo se Haddad tivesse prazo de prescrição. Mas tudo indica que essa é realmente a posição do PT: a retirada do ex-ministro seria uma "grande" derrota de Lula, num momento pessoal difícil para o ex-presidente da República.
Haddad é uma aposta pessoal de Lula que o PT encampou, apesar de o partido não ter a mesma visão de Lula sobre o poder de fogo do ex-presidente para eleger o prefeito da cidade de São Paulo. Ao contrário das outras grandes capitais, o governo federal é praticamente invisível em São Paulo. As principais universidades, por exemplo, são USP e Unicamp. Não há hospital federal que se sobressaia ao cenário local. Desde 1985, São Paulo nunca elegeu um prefeito alinhado pessoal e partidariamente com o presidente da República.
Há uma "inquietação natural", reconhece a cúpula do PT, e até julho Haddad deve ficar no sereno. O partido perdeu na Justiça Eleitoral o tempo de televisão a que tinha direito neste semestre, inserções e um programa que pretendia usar para tornar mais conhecido o candidato. A ideia é apressar as negociações com os aliados e começar a apresentar boas notícias, para ver se Haddad reage nas pesquisas até junho.
Está em curso uma diligência para apressar o anúncio da aliança com o PSB. Mais que o apoio do partido vale o tempo de televisão que ele pode agregar a Fernando Haddad na propaganda eleitoral. Qualquer 15 segundos é mais importante para o ex-ministro do que o apoio formal de partidos sem peso eleitoral em São Paulo. Eles não significam votos, apenas tempo no horário gratuito para tornar mais conhecido o candidato do partido.
Apesar da ansiedade de parlamentares e militantes, na cúpula há certa tranquilidade porque avalia-se que o candidato do PT terá o desempenho histórico do partido na cidade, em torno dos 30%. Ou seja, seu candidato provavelmente estará no segundo turno, o que já poderá ser considerado uma vitória de Lula. Se Haddad for para o segundo turno contra José Serra e perder, o PT não perde com o antigo, perde com o novo e sai da eleição com uma nova alternativa para as eleições seguintes. A incógnita, nos cálculos do PT, é o candidato do PMDB, Gabriel Chalita.
O; senador Lindbergh Farias (PT-RJ) é uma alternativa real para a disputa do governo do Rio de Janeiro, em 2014. Em princípio, o candidato da aliança PT-PMDB é o vice-governador Luiz Fernando Pezão. A quase dois anos da eleição, Pezão dá sinais de que é candidato de um dígito, tanto que já se fala no PMDB e no Palácio do Planalto em outra opção no campo do governador Sérgio Cabral: José Mariano Beltrame, o secretário de Segurança Pública que carrega no currículo as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). Ocorre que há dúvidas sobre a intenção do secretário de seguir carreira política.
Atualmente, o ex-governador Anthony Garotinho lidera as pesquisas de opinião para o governo do Rio de Janeiro, com algo em torno dos 30%. Lindbergh aparece na faixa dos 20% e Pezão, dos 2%. A avaliação no PT é que não há possibilidade de Pezão chegar à frente de Lindbergh em 2014. O PT acha que chegou a hora de ter um candidato competitivo ao governo do Rio, Estado onde o partido perdeu o rumo após a intervenção do diretório nacional, em 1988, para deletar a candidatura do ex-deputado Vladimir Palmeira e apoiar Garotinho na eleição para o governo estadual. Lindbergh, nas eleições municipais, ameaçou sair candidato, mas se engajou na reeleição de Eduardo Paes (PMDB). O prefeito não deve deixar o cargo para concorrer em 2014 - seu projeto é fazer bonito na Olimpíada de 2016 e chegar como candidato franco favorito nas eleições seguintes. O próprio Lindberg acha que Paes "será um foguete em 2018". Sua chance, portanto, seria agora, em 2014.
O ex-presidente da UNE já abriu mão de ser candidato, na eleição passada, a pedido do ex-presidente Lula. Num momento de renovação política do PT nacional, ele trabalha para chegar a 2014 como candidato do próprio Cabral e de Lula, seu padrinho político, que tem compromisso com o candidato de Cabral. Esse candidato, por enquanto, é Pezão.
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Raymundo Costa é repórter especial de Política, em Brasília. Escreve às terças-feiras
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BANCO MUNDIAL [In:] ... COMO ESPERADO !

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Em jogo, a hipocrisia



Autor(es): Joseph Stiglitz
O Globo - 10/04/2012
Aindicação feita pelo presidente Barack Obama de Jim Yong Kim para presidente do Banco Mundial foi bem recebida - com justiça, especialmente diante de outros nomes cogitados. Os EUA escolheram um bom candidato - Kim é reitor da Universidade de Dartmouth e anteriormente chefiou o departamento de HIV/Aids da Organização Mundial da Saúde. Mas a nacionalidade do candidato e o país que o indica - seja pequeno e pobre ou grande e rico - não deveria ser determinante na escolha.
Os 11 diretores executivos do Banco Mundial que representam países emergentes e em desenvolvimento indicaram dois excelentes candidatos, Ngozi Okonjo-Iweala, da Nigéria, e José Antonio Ocampo, da Colômbia. Trabalhei de perto com ambos. São de primeira classe, ocuparam variados ministérios, tiveram desempenho admirável em posições no topo de organizações multilaterais e possuem habilidades diplomáticas e competência profissional para fazer um excelente trabalho. Entendem de finanças e economia, o pão com manteiga do Banco Mundial, e dispõem de uma rede de conexões para alavancar a eficácia da instituição.
Okonjo-Iweala conhece o Banco Mundial por dentro. Ocampo, como Kim, trazem as vantagens e desvantagens de virem de fora; mas Ocampo, professor da Universidade de Colúmbia, está completamente em sintonia com o banco. Ele já foi ministro da Economia e Finanças, mas também da Agricultura - uma qualificação criticamente importante diante do fato de que a vasta maioria dos pobres dos países em desenvolvimento depende da lavoura. Ele exibe também impressionantes credenciais ambientais, algo decisivo para o Banco.
Tanto Okonjo-Iweala quanto Ocampo entendem o papel das instituições financeiras internacionals como provedoras de bens públicos globais. Ao longo de suas carreiras, devotaram corações e mentes ao desenvolvimento e a executar a missão do Banco Mundial de eliminar a pobreza. Eles estabeleceram um elevado padrão para qualquer candidato americano.
Há muita coisa em jogo. Quase dois bilhões de pessoas permanecem na pobreza no mundo em desenvolvimento e, embora o Banco Mundial não possa resolver o problema sozinho, exerce um papel de liderança. Apesar do nome, o Banco é primordialmente uma institutição internacional de desenvolvimento. A especialidade de Kim, saúde pública, é crítica, e o Banco há muito vem apoiando iniciativas inovadoras nessa área. Mas saúde é apenas uma pequena parte do portfolio do Bird, que trabalha nesse campo com parceiros que levam a expertise em medicina.
Rumores sugerem ser provável que os EUA insistam em manter o perverso processo de seleção no qual ele acaba escolhendo o presidente do Banco simplesmente porque, num ano eleitoral, adversários de Obama alardeariam que a perda de controle sobre o processo seria sinal de fraqueza. E é mais importante para os EUA reter esse controle do que passá-lo aos países emergentes e em desenvolvimento.
De fato, os mercados emergentes mais poderosos sabem como viver dentro do sistema atual, e podem usá-lo em vantagem própria. A Realpolitik do momento torna improvável uma luta pela presidência do Bird; os EUA deverão vencer. Mas a que custo?
Se os EUA continuarem insistindo em controlar o processo seletivo, será o próprio Banco que sofrerá. Durante anos, a eficácia da instituição ficou comprometida porque ela era vista, em parte, como uma ferramenta de governos ocidentais e de seus setores corporativo e financeiro. Ironicamente, mesmo os interesses a longo prazo dos EUA seriam mais bem servidos por um compromisso - não só em palavras, mas em atos - com um sistema baseado no mérito e na boa governança.
Uma suposta realização do G-20 foi um acordo para reformar a governança das instituições financeiras internacionais - e, mais importante, a forma como seus líderes são selecionados. Uma vez que a expertise em desenvolvimento se concentra nos países emergentes e em desenvolvimento, parece natural que a direção do Banco Mundial venha de um desses países. Manter a trama entre os países desenvolvidos, pela qual os EUA escolhem o presidente do Banco Mundial e a Europa, o do Fundo Monetário Internacional, é algo anacrônico e causa perplexidade hoje, quando o Banco e o Fundo estão se voltando para os mercados emergentes como fonte de recursos.
Enquanto os EUA, a comunidade internacional e o próprio Banco repetidamente enfatizam a importância da boa governança, um processo seletivo que atribui a indicação ao presidente dos EUA zomba de tudo isso.
Okonjo-Iweala expôs o problema vigorosamente numa entrevista ao "Financial Times": o que está em jogo é uma questão de hipocrisia. A integridade dos países industrializados avançados, que têm a maioria dos votos no Banco Mundial, está sendo testada.
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STF [IN:] TEM BICHO NA CACHOEIRA...

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STF ANALISA DESDE 2005 JOGO QUE BENEFICIARIA CACHOEIRA



DECISÃO SOBRE JOGOS DE CACHOEIRA SE ARRASTA NO STF
Autor(es): agência o globo:Roberto Maltchik
O Globo - 10/04/2012
Governador de Goiás autorizou em 2000 exploração de caça-níqueis

U ma ação iniciada pelo Ministério Público de Goiás tramita desde 2005 no Supremo Tribunal Federal (STF) tentando anular lei daquele estado que autoriza a exploração de loterias instantâneas. Naquele ano, chegou ao ministro Cezar Peluso, que, como relator escolhido para o caso, deixou o processo parado por cinco anos, até que ele foi redistribuído e caiu as mãos do ministro Gilmar Mendes - que mandou arquivar a ação do MP. Sem entrar no mérito sobre a validade ou não da legislação estadual, Gilmar tomou a decisão com base em falhas processuais. A lei e o decreto que regulamentou essa norma foram assinados, em 2000, pelo então governador Marconi Perillo (PSDB), eleito para novo mandato em 2010. A legislação abria brecha para que o governo contratasse empresa para explorar até mesmo caça-níqueis, segundo promotores. A principal beneficiada seria a empresa Gerplan, que pertencia ao contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Apesar da lei aprovada e do decreto assinado, Marconi Perillo não levou adiante a exploração das loterias instantâneas. O governo de Goiás argumenta que não pôs a norma em prática por recomendação dos próprios promotores, que advertiam sobre a existência de brecha na lei para a exploração de caça-níqueis. Ainda assim, o processo judicial se arrasta até hoje, e, agora, a Advocacia Geral da União (AGU) pede ao ministro Gilmar Mendes que reconsidere a decisão.
A Gerplan - Gerenciamento e Planejamento Ltda. é citada em relatório da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, como uma das empresas que serviam às atividades de Carlinhos Cachoeira, preso desde 29 de fevereiro sob a acusação de liderar esquema de exploração de jogos de azar em Goiás. De acordo com o relatório da PF, a Gerplan já está desativada. O artigo 4º do decreto 5.282 prevê que, entre as modalidades de loteria que poderiam ser exploradas em Goiás, estava a loteria de terminal ou videoloteria, "que consiste na utilização de equipamento ou terminal de apostas, dotado de vídeo, capaz de demonstrar o resultado de combinação de números, palavras, símbolos ou figuras".
A polêmica foi parar no STF em 2005, depois que o MP recorreu ao Tribunal de Justiça de Goiás para questionar decisão da primeira instância, que, em 2002, considerou válida a norma editada por Perillo. E só subiu ao STF porque a AGU entrou como parte interessada, uma vez que a Constituição permite exclusivamente à União legislar sobre a exploração de loterias. Em 2007, a Suprema Corte reforçou a lei, ao julgar procedente Ação Direta de Inconstitucionalidade impetrada pelo mesmo MP de Goiás, contra todas as leis estaduais que versavam sobre jogos.
Em 2010, cinco anos após chegar ao STF, o relator da ação, ministro Cezar Peluso, assumiu a presidência da Corte. O processo foi redistribuído, então, ao ministro Gilmar Mendes. O processo passou mais de um ano com o procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Ele recebeu os autos em abril de 2010 e os devolveu ao STF em dezembro do ano seguinte.
Em 2 de fevereiro deste ano, Gilmar Mendes arquivou a ação ao encontrar um erro processual do MP, que os promotores não reconhecem. Em sua decisão, o ministro do STF explica que o Ministério Público perdeu o prazo para recorrer da decisão de primeira instância. O Ministério Público foi intimado da sentença em 20 de agosto de 2002, e teria 30 dias para apresentar o recurso, carimbado no protocolo em 25 de setembro. Teoricamente, o prazo venceu.
"Verifico que o recorrente foi intimado da sentença em 20 de agosto de 2002, conforme a certidão de folhas 622. No carimbo de protocolo do recurso, no entanto, consta a data de 25 de setembro de 2002, posterior ao término do prazo de 30 dias. (...) Notório, portanto, a intempestividade do recurso, tendo a sentença transitado em julgado", afirma o ministro Gilmar Mendes na decisão.
Mas o Ministério Público e o advogado-geral da União, Luis Inácio Adams, argumentam que houve erro ou fraude processual, no âmbito da Justiça de Goiás. No agravo, encaminhado ao ministro Gilmar Mendes, em fevereiro, a AGU afirma que a ação do MP já justificava a presumida perda de prazo.
A ação relata que o recurso teria sido impetrado em 19 de agosto de 2002, portanto, no prazo regimental. A AGU reproduziu cópia do recibo manuscrito, assinado por um servidor do cartório identificado apenas como "Wilson", com a data de 19 de setembro daquele ano. E alega que o argumento da perda de prazo é "inverídico".
"Assim, demonstrando o equívoco/falsidade da certidão que ensejou a decisão ora recorrida, merece ser provido o presente agravo, julgando-se tempestiva a apelação interposta pelo MP/GO. Caso assim não entenda, requer que o feito seja conduzido ao plenário do STF, de maneira que o presente agravo seja provido", conclui a AGU, em agravo assinado por Adams e os advogados Grace Fernandes Mendonça e Alisson da Cunha Almeida.
O governo de Goiás assegura que não há exploração da loteria instantânea, apesar do arquivamento da ação do MP.
A assessoria de imprensa do Supremo Tribunal Federal informou que o ministro Gilmar Mendes terá que decidir sobre o caso, por isso, não pode se pronunciar fora dos autos. A AGU também se limitou a confirmar que atua no caso e que defende os argumentos presentes na ação.
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''QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA''


SINOPSES - RESUMO DOS JORNAIS


10 de abril de 2012
O Globo

Manchete: STF analisa desde 2005 jogo que beneficiaria Cachoeira
Governador de Goiás autorizou em 2000 exploração de caça-níqueis

Tramita desde 2005 no Supremo Tribunal Federal ação iniciada pelo Ministério Público para anular a autorização do governo de Goiás de exploração de caça-níqueis - medida que beneficiaria diretamente a Gerplan, empresa do bicheiro Carlinhos Cachoeira. A autorização foi concedida em 2000 pelo então governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB), reeleito em 2010. A Advocacia Geral da União levou ao STF o caso, que ficou cinco anos com o ministro Cezar Peluso. Em 2010, foi redistribuído para o ministro Gilmar Mendes, que o arquivou alegando que o Ministério Público perderá prazos. Agora, a AGU pede a Gilmar Mendes que reconsidere a decisão. No Panorama Político, Ilimar Franco informa que o caso Cachoeira fez sua primeira vítima no Planalto: o subchefe de Assuntos Federativos da Presidência, Olavo Noleto, vai deixar o cargo devido a um telefonema trocado com o número dois do bicheiro. O superintendente do Incra-DF, Marco Aurélio da Rocha, foi afastado após ser citado em investigação da PF sobre Cachoeira. (Págs. 1, 3 e 4) 
Brasil e EUA dão passo para acabar com visto
Acordos vão de avião a cachaça; na Casa Branca, Dilma cobra responsabilidade de Obama na crise

Em reunião na Casa Branca, os presidentes Obama e Dilma se comprometeram a eliminar a exigência de visto para que brasileiros e americanos viajem entre os dois países. Novos consulados serão abertos em Belo Horizonte e Porto Alegre. Sobre a crise, Dilma cobrou responsabilidade dos EUA na recuperação da economia global. Em meio a acordos, como o da Embraer-Boeing e o reconhecimento da cachaça brasileira, ela criticou a política monetária expansionista dos países ricos, por valorizar as moedas dos emergentes e afetar seu crescimento. (Págs. 1, 5, 17, 18 e Miriam Leitão)
Prefeitos aceleram inaugurações eleitorais
De janeiro a março, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) participou de 67 eventos, 24 a mais do que no mesmo período de 2011. Inaugurou até um coreto que serviu de cenário para Odorico Paraguaçu em "O Bem-Amado". Em São Paulo, Gilberto Kassab (PSD) aposta em pacote de obras para melhorar sua avaliação e ajudar o tucano José Serra. Já em Recife, João da Costa (PT) chegou a ser notificado pela Justiça Eleitoral por propaganda antecipada. (Págs. 1 e 10) 
Medicina: fraude pode ir além da Unirio
O Conselho Federal de Medicina acionará o MP federal para que uma ação civil pública apure a fraude nas matrículas da Unirio. A entidade suspeita que as irregularidades possam estar ocorrendo em outras escolas de medicina. (Págs. 1 e 16)
Contra crise, Grécia aluga até policiais
Para gerar receita e conter a crise, a Grécia decidiu alugar os serviços de seus policiais e veículos, como carros, barcos e helicópteros. Uma hora dos serviços de um policial custará € 30. A de um carro policial, € 40. (Págs. 1 e 22)
Antes de trégua, regime sírio ataca campo de refugiados (Págs. 1 e 24)

Razão Social
Aos 12 anos, Severn Suzuki surpreendeu líderes mundiais na Rio-92 pedindo um mundo melhor. Às vésperas da Rio+20, ela não crê que a mudança virá de um acordo global. (Pág. 1)
A outra primavera árabe
Secas recordes na Síria e escassez de água até para beber no Iêmen estão entre os motivos ocultos do levante no mundo árabe, afirma em artigo Thomas L. Friedman. (Págs. 1 e 26)
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Folha de S. Paulo

Manchete: EUA criam mais dois consulados no Brasil
Anúncio é feito no dia em que Dilma diz a Obama que ricos 'exportam' crise

Durante a primeira visita oficial da presidente Dilma Rousseff aos EUA, a secretaria de Estado americana, Hillary Clinton, anunciou a abertura, em 2014, de dois consulados no Brasil - Belo Horizonte e Porto Alegre.

O país investirá ainda US$ 40 milhões na reforma da embaixada e dos consulados de São Paulo, Rio e Recife. Segundo Hillary, os EUA trabalham "arduamente" para atender a demanda por vistos de Brasil e China. (Págs. 1 e Mundo A12 a A14)

Análise: Carlos Eduardo Lins da Silva

Diálogo entre países depende cada vez menos dos governos. (Págs. 1 e Mundo A14)
Comissão do Senado propõe legalização de prostíbulos
Proposta de reforma do Código Penal prevê o fim de punição a dona de casa de prostituição. Para relator, a proibição só serve para policial corrupto extorquir dinheiro. Hoje, quem mantém prostíbulo está sujeito a pena de reclusão de até cinco anos e multa. O projeto pode levar à regulamentação da prostituição. (Págs. 1 e Cotidiano C1 e C4)
Polícia eleva uso de bafômetro em estradas paulistas
Após decisão do STJ que enfraqueceu a lei seca, a Polícia Militar elevou em 153% as ações de fiscalização nas estradas paulistas na Páscoa. O total de motoristas reprovados no bafômetro passou de 121 em 2011 para 320 (alta de 164%). (Págs. 1 e Cotidiano C9)
Dnit decide manter contratos de obras e reajustar valores
O general Jorge Fraxe, que assumiu o Dnit em meio à crise que atingiu o departamento de transportes, decidiu manter os contratos das obras que o órgão administra, o que deve provocar reajustes em seus valores.

Ele diz querer evitar atrasos. O TCU deu aval para revisão dos contratos. (Págs. 1 e Poder A4)
Síria mata 2 dissidentes em fuga na fronteira, diz Turquia (Págs. 1 e Mundo A15)

Editoriais
Leia "Publicidade polêmica", sobre projeto que veta propaganda dirigida a crianças, e "A saúde do Senado", acerca de hospital para parlamentares. (Págs. 1 e Opinião A2)
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O Estado de S. Paulo

Manchete: Dilma cobra de Obama ação contra 'tsunami monetário'
Na Casa Branca, presidente brasileira volta a criticar 'políticas monetárias expansionistas', mas isenta China

A presidente Dilma Rousseff cobrou de seu colega americano, Barack Obama, mais responsabilidade para enfrentar a crise econômica mundial e isentou a China das consequências negativas da desvalorização artificial de sua moeda. “Precisamos ter clareza de que a responsabilidade de todos nós, nesse processo de contenção da crise, de retomada, é compartilhada", disse Dilma em entrevista após o encontro na Casa Branca com Obama. Ela voltou a criticar as "políticas monetárias expansionistas", que chamou novamente de "tsunami monetário", e insistiu que a resposta a esse problema exige ação conjunta e imediata. "Os EUA são um país diferente do resto do mundo. Ele emite moeda", disse a presidente, ao afirmar que o caso da China é diferente porque o país asiático atrelou sua moeda ao dólar. Em relação ao Irã, Dilma disse ainda ter reafirmado a preferência do Brasil pela diplomacia antes de sanções. (Págs. 1 e Nacional A4)

Fotolegenda: Conversa. Dilma e Obama durante encontro na Casa Branca: o presidente americano disse ter ‘sorte’ por ter uma ‘parceira’ na colega brasileira. 
EUA terão mais dois consulados e já falam em acabar com visto
Os EUA abrirão mais dois consulados no Brasil, em Belo Horizonte e em Porto Alegre. Hillary Clinton, secretária de Estado, definiu o relacionamento com o País como "um dos mais promissores” do século 21. Em comunicado, os presidentes Barack Obama e Dilma Rousseff se comprometeram a trabalhar pelo fim da exigência de visto entre os dois países. (Págs. 1 e Cidades C1)
Governistas e oposição articulam CPI do Cachoeira
Líderes dos partidos governistas e de oposição começam hoje a coleta de assinaturas no Senado e na Câmara para criar uma comissão parlamentar mista de inquérito destinada a apurar as ligações políticas do empresário de jogos de azar Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, que está preso. Como vários partidos têm parlamentares citados pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, cada um acha que poderá implicar o outro na CPI e com isso colher dividendos nas eleições deste ano e em 2014. (Págs. 1 e Nacional A8) 
Bancos querem garantias para cobrar menos
Os bancos apresentarão hoje à Fazenda mais de 20 sugestões para tentar diminuir a margem cobrada nos empréstimos, o chamado “spread". O setor argumenta que, quanto mais seguro for a execução de dívidas atrasadas, melhor será o juro pago pelos clientes. A apresentação ocorre depois que o ministro Guido Mantega pediu aos bancos juro menor e mais crédito. (Págs. 1 e Economia B1) 
Na véspera de retirada, Exército sírio ataca (Págs. 1 e Internacional A10)

Tutty Vasques
Pra boi dormir!

Imagine a dificuldade de Obama de falar com Dilma sobre "política monetária expansionista”. Restou a ele mudar de assunto: “E o Lula, hein?". (Págs. 1 e Cidades C8)
Thomas L. Friedman
A outra Primavera Árabe

O despertar árabe não foi impulsionado só por tensões políticas e econômicas, mas também por tensões ambientais, populacionais e climáticas. (Págs. 1 e Visão Global A13)
Arnaldo Jabor
SP é uma calamidade pública

Talvez só um engarrafamento definitivo possa conscientizar os cidadãos da bolha brasileira a participar da vida comunitária. (Págs. 1 e Caderno 2, D12) 
Notas & Informações
Dívida estadual e guerra fiscal

Uma reforma feita aos pedaços dificilmente terá a coerência indispensável a um sistema funcional. (Págs. 1 e A3)
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Correio Braziliense

Manchete: Apagão na segurança derruba a cúpula da PM
Horas antes de ser demitido do comando da Policia Militar do DF, o coronel Sebastião Gouveia havia afastado três oficiais e seis praças, acusados de incentivar a operação tartaruga. Muito pouco diante da onda de crimes que tomou conta da capital da República desde que PMs começaram a fazer corpo mole como forma de exigir aumento de salário. Indefesos e perplexos, brasilienses assistem a escalada de violência. Em março, 88 assassinatos. Só no feriadão da Semana Santa, 11 mortos e 13 sequestros relâmpagos. Os números superam os do Entorno, uma das regiões mais violentas do país. Considerado linha-dura, o secretário adjunto de Segurança Pública, coronel Suamy Santana, foi escalado para substituir Gouveia.

Assaltantes à solta, e a cidade atrás das grades

Donos de uma loja na 412/13 Norte, local onde o servidor Saulo Jansen foi morto, Richard e Myrian já foram roubados. Com medo, comerciantes dizem que a PM demora para atender os chamados.

Ameaça de punição não inibe chacotas e desafios na Internet. (Págs. 1 e 21 a 24)

A parceira, o reeleito e o tsunami no caminho
Washington - No encontro na Casa Branca, Dilma e Obama trocaram gentilezas. Ela o tratou como presidente reeleito. De olho no pré-sal, ele a chamou de 'parceira'. Mas foram além dos acordos previstos e das amabilidades. A brasileira cobrou mais responsabilidade dos EUA pelo tsunami monetário que supervaloriza o real diante do dólar. (Págs. 1, 2 a 5, 10 e Visão do Correio, 14) 
Brasil e EUA acertam o fim do visto
Está mais próximo o dia em que brasileiros e americanos poderão viajar de um país a outro sem contratempos diplomáticos. Dilma e Obama se comprometeram a acabar com a exigência do visto para turistas. (Págs. 1, 2 a 5, 10 e Visão do Correio, 14)
Concursos têm inscrições abertas para 43 mil vagas
São 130 seleções em todo o país promovidas por órgãos públicos federais, estaduais e municipais. Também há chances em empresas estatais, como o Banco do Brasil e a Petrobras, e no Judiciário. O maior salário em disputa é de R$ 21 mil, para juiz do trabalho. (Págs. 1 e l2)

Lei Seca: Especialistas sugerem mudança em projeto
Proposta em análise na Câmara prevê rigor nas punições aos infratores, mas há dúvidas sobre seus efeitos práticos. (Págs. 1 e 25) 
Animais: Novos casos de maus-tratos reabrem debate sobre a lei
Reforma do Código Penal prevê penas mais rígidas para agressores. Três denúncias estão sob investigação. (Págs. 1 e 9) 
Saúde: População paga caro na farmácia
O último reajuste dos remédios, de 5,5%, agravou o drama das pessoas que fazem tratamento contra doenças. Muitos chegam a gastar acima de um salário mínimo por mês com medicamentos. Somente este ano, o setor deve faturar 13% a mais, atingindo a impressionante cifra de R$ 63 bilhões. (Págs. 1 e 13)
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Valor Econômico

Manchete: Lei da Flórida ameaça obras de US$ 2 bi da Odebrecht
Uma lei aprovada pela Câmara e Senado do Estado da Flórida pretende restringir investimentos locais de grupos que mantêm transações com Cuba. A lei coloca em risco quase todos os negócios da Odebrecht nos Estados Unidos - perto de US$ 2 bilhões em investimentos ou 80% do valor dos contratos de construção em todo o território americano. Caso seja sancionada pelo governador republicano Richard Scott, deverá entrar em vigor em 1º de julho.

A lei determina que o Estado, prefeituras e agências locais deixem de fazer negócios acima de US$ 1 milhão com companhias ou subsidiárias de empresas domiciliadas nos EUA que tenham negócios com Cuba. Há interpretações divergentes sobre a lei entre advogados e especialistas. Advogados consultados pela Odebrecht a consideram inconstitucional, por acreditar que apenas o governo federal pode legislar sobre o assunto. "Temos a posição do advogado do condado dizendo que a lei não é válida. Só Washington pode legislar sobre política externa", diz Gilberto Neves, presidente da Odebrecht nos EUA. (Págs. 1 e B8)
Cade não vai mais avaliar consórcios em licitações
As empresas que se unirem para participar de licitações e leilões promovidos pelo governo não vão mais ter de submeter esses acordos ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Com o objetivo de agilizar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o governo as liberou de notificar a formação de consórcios em licitações governamentais. "É a primeira isenção antitruste do Brasil", afirma o advogado Eduardo Molan Gaban. A mudança passa a valer em 30 de maio, quando entra em vigor a nova Lei de Defesa da Concorrência. Na prática, a isenção vai beneficiar grandes obras públicas, como leilões de aeroportos e construção de rodovias, linhas férreas e usinas hidrelétricas.

A lei atual (nº 8.884, de 1994) prevê que o consórcio vencedor de uma licitação tem de submeter seus contratos ao Cade. O objetivo é verificar a competição no setor. Hoje, se uma empresa ganhar mais de uma licitação governamental e passar a ter alto poder de mercado, o órgão antitruste pode intervir. Pela legislação atual, o Cade pode impor condições aos contratos das empresas vitoriosas num leilão. Pode retirar, por exemplo, cláusulas de exclusividade para a contratação de terceiros. (Págs. 1 e A4)
Fotolegenda: Diálogo truncado
A presidente Dilma Rousseff criticou, diante do presidente dos EUA, Barack Obama, o protecionismo cambial causado por políticas monetárias expansionistas. Já o governo americano quer que o Brasil reduza a exigência de conteúdo nacional na exploração de petróleo e gás. (Págs. 1 e A3)
Bolsa endurece critérios para Novo Mercado
A BM&FBovespa adotou critérios mais duros para o ingresso de empresas no Novo Mercado (NM), o segmento da bolsa com melhor padrão de governança. Desde o fim de 2011, não basta mais que uma companhia simplesmente queira aderir ao NM. É preciso passar, antes, pelo crivo da bolsa. O Novo Mercado tem atraído não apenas empresas novatas mas também as que atuam no mercado tradicional. Das 125 empresas listadas hoje, 22 migraram do segmento com menor padrão de governança.

Para decidir sobre a migração, a bolsa verifica se a empresa tem ao menos R$ 150 milhões de capital disponível para circulação no mercado e se está avaliada em, no mínimo, R$ 600 milhões. Outra exigência é que a cotação das ações esteja num intervalo de R$ 10 a R$ 50. (Págs. 1 e B2)
Julgamento de tributação de coligadas volta ao início
O Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu repercussão geral em processo que discute a cobrança de Imposto de Renda e CSLL de controladas e coligadas no exterior, mesmo quando não há distribuição de lucro aos acionistas no Brasil. A decisão renova as esperanças de contribuintes em disputa que envolve pelo menos R$ 38,6 bilhões, segundo levantamento do Valor a partir do balanço de nove companhias. Somente a Vale discute o tema em processos que somam R$ 30,5 bilhões.

Mesmo com a tramitação há quase dez anos de uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) sobre o tema, ajuizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o STF decidiu retomar do zero a discussão. Os ministros analisarão recurso da Coamo Agroindustrial Cooperativa, do Paraná. (Págs. 1 e E1)
Simon e BRMalls vão atuar juntas na criação de outlets
A BRMalls, maior empresa de shopping centers do Brasil, e a Simon Property Group, maior grupo de capital aberto do mercado imobiliário no mundo, se associaram para criar a Premium Outlets Brasil, que, como o nome diz, vai atuar no segmento de outlets no país.

Com a parceria, a Simon, empresa com valor de mercado de US$ 43 bilhões, entra finalmente no mercado imobiliário brasileiro. Comandada pelo lendário David Simon, o grupo tem investido bilhões de dólares em fusões e aquisições - foram US$ 3,5 bilhões só em março - e há muito estudava a possibilidade de operar no Brasil. Em setembro, David Simon esteve no país para visitar empresas. Mas a companhia não aceitava uma participação minoritária em operações locais. (Págs. 1 e B5)
Ações e títulos de inflação na mira dos 'tops'
Reuniões que pelo menos uma vez por mês passam da meia-noite, a decisão de proibir o termo "manter" nas discussões sobre a compra ou não de papéis de determinada companhia ou ainda seguir à risca o que chamam de "ditadura do argumento". Estas são algumas das estratégias usadas por um time estrelado de gestores de recursos que, diante de um ano que mais uma vez promete ser desafiador, aposta nos títulos indexados à inflação, nos papéis prefixados e em algumas ações do setor de consumo para sustentar os ganhos de suas carteiras.

São os vencedores do Top Gestão 2012, grupo que a agência de classificação Standard & Poor's (S&P) avaliou como o mais consistente no universo de administradores de recursos do Brasil. Neste ano, foram dez instituições selecionadas entre as maiores e aquelas focadas nas categorias de renda fixa, alocação mista e renda variável. (Págs. 1 e Revista)
Greve de policiais e explosão da violência minam governo do Distrito Federal (Págs. 1 e A7)

Mercado de títulos de alto retorno dá sinais de bolha (Págs. 1 e C12)

São Paulo perde 41 mil camelôs
O crescimento da economia e o rigor na fiscalização reduziram em 41 mil pessoas (25,6%) o número de vendedores ambulantes nas ruas de São Paulo entre 2010 e 2011. Permanecem na atividade 119 mil. (Págs. 1 e A5) 
Status do Pnuma domina Rio+20
Criado há mais de 40 anos, mas praticamente desconhecido do público, o futuro do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) será um dos debates centrais da Rio+20. (Págs. 1 e A17) 
Seguros e resseguros
Com vendas superiores a RS 200 bilhões no ano passado, o setor de seguros cresceu 17% em relação a 2010, com vendas que superaram R$ 200 bilhões, e as companhias estão prontas para colher os frutos de anos de investimentos, diz Thomaz Menezes, da SulAmérica. (Págs. 1 e Especial)
Sony vai demitir 10 mil
A Sony deve anunciar na quinta-feira a demissão de 10 mil empregados no mundo, 6% de sua força de trabalho. O Brasil, com 3,5 mil trabalhadores, não deverá ser atingido pelo corte. (Págs. 1 e B4) 
Química eleva eficiência energética
Nos últimos dez anos, a indústria química brasileira ficou 37% mais eficiente em termos energéticos. O consumo de energia (térmica e elétrica) caiu de 2,56 gigacalorias (Gcal) por tonelada produzida para 1,61 Gcal. (Págs. 1 e B10)
Pragmatismo no debate do spread
Os bancos privados estão dispostos a discutir a redução do spread, mas não demonstram disposição para ampliar os empréstimos em ritmo mais vigoroso. De fato, as operações têm sido decrescentes e as projeções indicam que podem encolher mais. (Págs. 1 e C1)
Inadimplência em alta na AL
Pesquisa do Instituto Internacional de Finanças (IIF) mostra que as condições de financiamento da América Latina melhoraram no primeiro trimestre e a demanda continua robusta, mas os bancos da região projetam alta da inadimplência. (Págs. 1 e C12)
Mutirão trabalhista no Santander
O Santander realiza um mutirão de conciliações na Justiça do Trabalho. A meta é reduzir em 25% seu passivo trabalhista ainda neste ano. No total são 50 mil processos. O banco reservou R$ 648 milhões para quitar essas obrigações. (Págs. 1 e E1)
Ideias
Delfim Netto

Quem decide se vale à pena perder ou ganhar, no nível macroeconômico e no do cidadão, é a urna, não os economistas. (Págs. 1 e A2)
Ideias
Antonio Buainain e outros

A ferrovia seria opção para elevar a competitividade agrícola, mas na prática não é esse o cenário observado no Brasil. (Págs. 1 e A18)
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